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EDUCAÇÃO FINANCEIRA

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ 
CAMPUS DE FRANCISCO BELTRÃO 
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS 
CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
GABRIELA VENZON 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EDUCAÇÃO FINANCEIRA E PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR: UM ESTUDO 
COM A POPULAÇÃO DO SUDOESTE DO PARANÁ 
 
 
 
 
 
 
 
 
MONOGRAFIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FRANCISCO BELTRÃO 
2019 
ii 
 
GABRIELA VENZON 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EDUCAÇÃO FINANCEIRA E PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR: UM ESTUDO 
COM A POPULAÇÃO DO SUDOESTE DO PARANÁ 
 
 
 
Monografia apresentada ao curso de Ciências 
Econômicas da Universidade Estadual do Oeste 
do Paraná, Campus de Francisco Beltrão, como 
requisito parcial à obtenção do Título de 
Bacharel em Ciências Econômicas. 
 
Orientador: Prof. Me. Edson Santos Melo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FRANCISCO BELTRÃO 
2019 
iii 
 
GABRIELA VENZON 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EDUCAÇÃO FINANCEIRA E PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR: UM ESTUDO 
COM A POPULAÇÃO DO SUDOESTE DO PARANÁ 
 
 
 
 
Monografia apresentada ao curso de Ciências 
Econômicas da Universidade Estadual do Oeste 
do Paraná, Campus de Francisco Beltrão, como 
requisito parcial à obtenção do Título de 
Bacharel em Ciências Econômicas. 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
Orientador: Prof. Me. Edson Santos Melo 
Unioeste/Campus Francisco Beltrão 
 
 
 
 
Prof. Dr. Jaime Antonio Stoffel 
Unioeste/Campus Francisco Beltrão 
 
 
 
 
Prof. Ma. Queila F. Fabris Bosio 
Unioeste/Campus Francisco Beltrão 
 
 
 
Francisco Beltrão, 08 de novembro de 2019. 
 
iv 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“O sucesso nasce do querer, da determinação e 
persistência em se chegar a um objetivo. 
Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e 
vence obstáculos, no mínimo fará coisas 
admiráveis”. 
 
 (José de Alencar) 
v 
 
VENZON, G. Educação financeira e previdência complementar: um estudo para a 
população do sudoeste do Paraná. 2019. nº 76 f. Monografia (Graduação em Ciências 
Econômicas) - Universidade Estatual do Oeste do Paraná, Francisco Beltrão. 2019. 
 
 
RESUMO 
 
EDUCAÇÃO FINANCEIRA E PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR: UM ESTUDO 
PARA A POPULAÇÃO DO SUDOESTE DO PARANÁ 
 
O atual cenário demográfico brasileiro encontra-se em um momento de inversão da pirâmide 
etária. Isso se dá devido ao aumento da expectativa de vida, elevando a longevidade da 
população, com a redução das taxas de natalidade. Essa realidade se estende ao território 
brasileiro, incluindo o Sudoeste do Paraná. Diante de tal situação, há uma preocupação tanto da 
população, quanto do governo, sobre os recursos previdenciários. Uma das opções à população 
é realizar investimentos alternativos, como a previdência complementar. Para isso, a educação 
financeira e previdenciária são conhecimentos que os indivíduos adquirem para lidar com o 
mercado financeiro e disseminam a cultura previdenciária. Diante de tal temática tem-se por 
objetivo analisar se somente a educação financeira é condição suficiente para que haja 
investimentos na previdência complementar no Sudoeste do Paraná, no ano de 2019. Para que 
fosse possível responder a tal o método adotado, foi utilizado uma abordagem quantitativa, de 
método descritivo, de procedimento de levantamento, o qual consistiu-se na coleta de dados 
primários, através de questionário à 402 entrevistados. Os resultados principais obtidos revelam 
que a população acredita não estar assegurada pela Previdência Social, e que o recurso recebido 
não será suficiente para manter a subsistência pessoal. Acreditam, ainda, que as fraudes do 
sistema são o principal agravante para não estarem assegurados. E que será necessário 
investimentos alternativos para manter a subsistência. Verificou-se, ainda, que apenas 13,68% 
dos entrevistados responderam possuir previdência complementar, dos quais o público 
masculino possui mais participação. Os indivíduos que responderam pesquisa afirmaram 
possuir maiores índices de educação financeira e acreditam que quem a possui está mais 
propício a investir em previdência complementar, porém, não sendo essa uma condição 
necessária e suficiente para a mesma. 
 
Palavras-chave: Educação Previdenciária. Previdência Social. Sudoeste do Paraná 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
vi 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 – Perfil sociodemográfico - Sudoeste do Paraná – 2019............................... 29 
Tabela 2 – 
Perfil dos contribuintes e não contribuintes em previdência complementar 
- Sudoeste do Paraná – 2019...................................................................... 
31 
Tabela 3 – 
Relação do grau de percepção dos entrevistados quanto ao fato de ter um 
benefício de aposentadoria assegurado e se tal benefício será suficiente 
para sua subsistência - Sudoeste do Paraná - 
2019........................................................................................................... 
32 
Tabela 4 – 
Indivíduos que acreditam não estar assegurados pela Previdência Social 
e os motivos que levaram a tal situação – Sudoeste do Paraná – 
2019............................................................................................................ 
33 
Tabela 5 – 
Associação entre os indivíduos possuir previdência complementar e se 
esses acreditam que renda recebida pelo INSS será suficiente para manter 
a subsistência pessoal na aposentadoria – Sudoeste do Paraná – 2019.... 
34 
Tabela 6 – 
Razões que levam os indivíduos a possuir planos de previdência 
complementar – Sudoeste do Paraná – 2019.............................................. 
35 
Tabela 7 – 
Características gerais dos planos de previdência complementar – 
Sudoeste do Paraná – 2019.......................................................................... 
36 
Tabela 8 – 
Relações entre a aposentadoria do INSS e a previdência complementar – 
Sudoeste do Paraná – 2019........................................................................ 
38 
Tabela 9 – 
Reforma da Previdência Social – Sudoeste do Paraná – 
2019............................................................................................................ 
39 
Tabela 10 – 
Grau de conhecimento em educação financeira por sexo – Sudoeste do 
Paraná - 2019.............................................................................................. 
40 
Tabela 11– 
Onde os indivíduos adquirem conhecimentos sobre educação financeira 
– Sudoeste do Paraná - 2019....................................................................... 
40 
Tabela 12 – 
Relação entre a renda mensal recebida e o percentual que consegue 
poupar ou investir – Sudoeste do Paraná - 
2019............................................................................................................ 
41 
Tabela 13 – 
Valor do rendimento mensal dos indivíduos comprometido com dívidas 
– Sudoeste do Paraná – 2019..................................................................... 
42 
vii 
 
Tabela 14 – Relação entre os níveis de educação financeira e os investimentos em 
previdência complementar – Sudoeste do Paraná - 2019.......................... 
43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
viii 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
CAPs Caixa de Aposentadorias e Pensões 
CD Benefício de Contribuição Definida 
CNPC Conselho Nacional de Previdência Complementar 
CONEF Comitê Nacional de Educação Financeira 
CV Contribuição Variável 
EACP Entidades abertas de Previdência complementar 
EFPC Entidades fechadas de Previdência Complementar 
ENEF Estratégia Nacional de Educação Financeira 
FGTS Fundo de Garantia do Tempo de Serviço 
FMI Fundo Monetário internacional
Funpresp-Exe 
A Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal 
do Poder Executivo 
Funpresp-Jud 
A Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal 
do Poder judiciário 
Funpresp-leg 
A Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal 
do Poder legislativo 
IAPs Instituto de Aposentadorias e Pensões 
INPS Instituto Nacional de Previdência Social 
INSS Instituto Nacional de Seguro Social 
IPARDES Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social 
IR Imposto de Renda 
IRPF Imposto de Renda Pessoa Física 
IRPJ Imposto de Renda Pessoa Jurídica 
MPS Ministério da previdência social 
OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico 
PGBL Plano Gerador de Benefício Livre 
PIB Produto Interno Bruto 
Previc Superintendência Nacional de Previdência complementar 
RGPS Regime Gerais de Previdência Social 
RPC Regime de Previdência Complementar 
RPPS Regime Próprio de Previdência Social 
ix 
 
Susep Superintendência de Seguros Privados 
URV Unidade Real de Valor 
VGBL Vida Gerador de Benefício Livre 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
x 
 
SUMÁRIO 
RESUMO .................................................................................................................................. V 
LISTA DE TABELAS ........................................................................................................... VI 
LISTA DE SIGLAS ............................................................................................................ VIII 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1 
1.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................ 4 
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................................... 4 
2 REVISÃO DA LITERATURA ....................................................................................... 5 
2.1 SISTEMA DE PREVIDÊNCIA NO BRASIL ............................................................................ 5 
2.1.1 Evolução histórica da Previdência Social ......................................................... 5 
2.1.2 Previdência Social ............................................................................................... 7 
2.1.3 Regime Geral de Previdência Social ................................................................. 9 
2.1.4 Regime Próprio de Previdência Social............................................................ 10 
2.2 EDUCAÇÃO FINANCEIRA E PREVIDENCIÁRIA ............................................................... 16 
2.2.1 Contexto histórico econômico brasileiro e sua relação com o desenvolvimento 
da educação financeira da população ........................................................................... 16 
2.2.2 Temas fundamentais que auxiliam na formação de educação financeira dos 
indivíduos ........................................................................................................................ 20 
2.2.3 Educação Financeira e previdenciária ........................................................... 22 
3 METODOLOGIA ........................................................................................................... 25 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................... 28 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 45 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 47 
APÊNDICE ............................................................................................................................. 55 
 
 
 
 
 
 
1 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Assuntos relacionados à educação financeira normalmente estão associados, 
restritamente, à área das finanças. Esta realidade vem passando por alterações, na medida em 
que a sociedade amplia seus conhecimentos acerca do assunto, e associando a importância de 
tal para o bom funcionamento do sistema econômico como um todo. Existe uma intrínseca 
relação entre a educação financeira e previdenciária, visto que a educação financeira tem o 
propósito de instruir e propiciar ao indivíduo métodos para ter uma vida financeira segura, e a 
educação previdenciária incentivar investimentos de longo prazo, a fim de possuir um acumulo 
voltado à aposentadoria (ZEMIACKI, 2015). 
Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) 
(2007), diante de significativas transformações sociais e demográficas observadas no Brasil. 
Pois, com o aumento da longevidade, está ocorrendo uma inversão na pirâmide etária, o que 
preocupa tanto a população quanto o governo. Segundo Calado e Santos (2018), este cenário 
de mudanças provoca novas concepções para o futuro econômico do país e traz juntamente a 
necessidade de ampliação da educação financeira e previdenciária, principalmente voltado ao 
nível de poupança e a cultura previdenciária. Dado que o envelhecimento da população em 
1940 era de 42,7 anos, passou em 2000 para 70,04 e em 2017 já estava em 76 anos e as reduções 
nas taxas de natalidade, analisando que em 1940 o número médio de filhos entre as mulheres 
de 15 a 49 anos era de 6,2 filhos e em 2016, devido número elevado de mulheres que 
engravidam entre 30 a 39 anos passou para 1,77 filhos (IBGE, 2007; IBGE, 2018). 
O processo de envelhecimento populacional brasileiro, tende a se acentuar ainda mais 
nas próximas décadas. Segundo Constanzi (2018), a estimativa de variação das pessoas por 
faixa etária mostra uma movimentação crescente e mais intensa para as idades mais 
avançadas, como pessoas com 65 anos ou mais, enquanto as pessoas de 15 a 64 anos devem 
começar a reduzir significativamente, próximo aos anos de 2038 a 2048. Observa-se que tal 
grupo etário (15 a 64 anos), em 2060, será inferior ao conjunto atual, sendo que esses são a 
faixa que mais concentra trabalhadores economicamente ativos e contribuintes para a 
previdência social. Ainda conforme os referidos autores constatam, dados mostram que essa 
faixa de idade irá encolher, em termos absolutos, aproximadamente 5,7% entre 2018 a 2060, 
o que possivelmente levará, ceteris paribus, a uma grande queda de número de contribuintes 
e um aumento dos beneficiários. 
Diante dos dados divulgados por Ministério da Previdência Social (MPS), o regime 
geral de previdência social registrou em 2017, um total de 65,09 milhões de pessoas que 
2 
 
realizam ao menos um recolhimento ao regime, desses 54% eram homens e 46% mulheres. Ao 
comparar 2017 com os anos anteriores, verifica-se que houve uma queda na quantidade de 
contribuintes, quando em 2015 foram registrados 69,64 milhões de pessoas e em 2016 haviam 
66,65 milhões de contribuintes (MPS, 2017). 
Conforme os dados divulgados pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento 
Econômico e Social (IPARDES) (2017), entre o período de 2017 a 2040, há uma tendência que 
a população que compõe o estado do Paraná apresente um aumento no número de idosos e uma 
diminuição da população jovem. Sendo assim, ainda segundo IPARDES (2017), a população 
que possui de 0 a 14 anos deve passar de 20,8% em 2017 para 14,6% em 2040, enquanto que a 
população idosa deve passar de 9,2% para 19,9%, respectivamente. Dentre as regiões do Paraná, 
conforme dados do IPARDES (2017), a população do Sudoeste paranaense apresentou um 
aumento na expectativa de vida entre os anos de 2000 a 2010, passando de 67,9 para 76 anos, 
e apresentou em todos os municípios um aumento da população idosa, enquanto que a 
natalidade vem sofrendo decréscimo, entre 2000 a 2010, reduziu 2,55% (IBGE, 2019). 
Diante dessas mudanças demográficas e a tendência de
inversão de pirâmide etária, o 
sistema previdenciário pode ser prejudicado, principalmente, visto que, o sistema vigente no 
país é o sistema de repartição simples, no qual, os trabalhadores ativos realizam contribuições 
que são direcionadas aos pagamentos dos benefícios aos aposentados. Porém, essas 
modificações demográficas demonstram que existe uma tendência para que o sistema da 
Previdência Social não possua subsídios suficientes para custear a grande massa de aposentados 
(SILVA, 2015). 
Segundo Zemiacki (2015), esse cenário resulta em novas perspectivas no quadro 
econômico futuro, tornando-se necessário ampliar as discussões sobre educação financeira, 
pautando principalmente o nível de poupança e a cultura previdenciária da sociedade brasileira. 
A demanda por novas ferramentas complementares, voltadas para o planejamento, a fim de 
garantir uma melhor qualidade de vida futura, é uma responsabilidade de cada indivíduo. Neste 
sentido, as entidades previdenciárias privadas, como fundos de pensões e as próprias 
instituições financeiras oferecem produtos, como a previdência complementar, com intuito de 
propor investimentos no presente que propiciem equilíbrio financeiro futuro. 
A previdência complementar é uma das opções de investimentos, de longo prazo, 
ofertadas à população, para a complementação de renda no período de aposentadoria. Logo, 
possui o intuito de proporcionar ao trabalhador valor extra, conforme a necessidade e 
disponibilidade de aplicação de renda do indivíduo. Dentro do Regime de Previdência 
Complementar existem as Entidades Abertas de Previdência Complementar, ofertadas pelas 
3 
 
instituições financeiras. E as Entidades Fechadas de Previdência Complementar, 
disponibilizadas pelos fundos de investimentos ou patrocinadores, que em maio de 2019 
somavam um total de 296 entidades, em que o total de ativos representava 13,6% no PIB (MPS, 
2019). 
De acordo com Pinheiro (2008), há uma conexão entre a educação financeira e a 
previdência complementar que é evidenciada por pontos em comuns, como a limitação ao 
consumo excessivo e por consequência, o impacto positivo na geração de poupanças ou 
reservas. Essa ligação entre elas é um forte determinante do bem-estar dos indivíduos, desde 
que esses se firmem a objetivos de curto, médio e longo prazo. Pois, a previdência 
complementar amparada pela educação financeira representa um estímulo à economia do país, 
além de ser um mecanismo de proteção individual e coletiva. 
Diante do exposto, tem-se o seguinte problema: Qual a importância da educação 
financeira sobre as aplicações em previdência complementar entre os residentes da mesorregião 
do Sudoeste do Paraná no ano de 2019? 
Segundo Calado e Santos (2018), a educação financeira e a educação previdenciária 
possuem importante papel ao disponibilizar maior conhecimento à população, visto que, tais 
conhecimentos auxiliam a tomada de decisões e tornam os indivíduos capazes de tomar 
decisões que tendem a trazer benefício próprio e coletivo. Ainda segundo os referidos autores, 
ao saber administrar suas finanças, realizar planejamentos, traçar objetivos e poupar seus 
recursos, em prol de benefícios futuros, os indivíduos se tornam mais preparados para superar 
possíveis eventualidades e tendem a ter uma vida melhor. 
Também, é importante ressaltar que os termos educação financeira, educação 
previdenciária, previdência social e previdência complementar estão atrelados. Enquanto os 
indivíduos buscam maiores níveis de educação, eles tendem a possuir maiores conhecimentos, 
atualizam-se frente à realidade demográfica enfrentada pelo país e avaliam qual a necessidade 
de possuir investimentos de longo prazo, a fim de garantir uma estabilidade em um período 
pós-laboral. 
A mesorregião Sudoeste do Paraná vem apresentando modificações, elevando o número 
de idosos e reduzindo a população jovem. É de grande relevância e necessidade que a sociedade 
trabalhando em conjunto, avalie e eleve seus conhecimentos e busque alternativas possíveis a 
fim de garantir a seguridade após atingir a idade avançada. É pertinente a elaboração deste 
trabalho, de maneira a analisar as perspectivas da população quanto a educação financeira, 
previdência social e aos investimentos em previdência complementar, dado que esses 
influenciam na vida pessoal e futura da população. 
4 
 
 
1.1 OBJETIVO GERAL 
 
Analisar se a educação financeira é condições suficientes para que haja investimentos 
na previdência complementar no Sudoeste do Paraná no ano de 2019. 
 
 
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
i. Identificar o perfil dos investidores em previdência complementar; 
 
ii. Avaliar os principais condicionantes que motivam, ou não, a aplicação em previdência 
complementar; 
 
iii. Relacionar os conhecimentos em educação financeira com as aplicações em previdência 
complementar. 
 
5 
 
2 REVISÃO DA LITERATURA 
 
 
2.1 SISTEMA DE PREVIDÊNCIA NO BRASIL 
 
2.1.1 Evolução histórica da Previdência Social 
 
O período de 1923 a 1930 é considerado como o primeiro marco da Previdência 
brasileira. Iniciada com o Decreto nº 4.682, de 24 de janeiro de 1923, quando “CREA, em cada 
uma das empresas de estradas de ferro existentes no país, uma caixa de aposentadoria e pensões 
para os respectivos empregados” (BRASIL, 1923). Esse Decreto/Lei ficou conhecida como Lei 
de Eloy Chaves e tinha por finalidade garantir assistência médica, riscos de invalidez, velhice 
ou morte (MPS, 2013a). 
A formação para o fundo da caixa de aposentadoria, segundo a Lei de Eloy Chaves, 
ficou determinada no Art. 3 do Decreto nº 4.682. 
 
Art. 3º Formarão os fundos da caixa a que se refere o Art. 1º: 
a) uma contribuição mensal dos empregados, correspondente a 3 % dos respectivos 
vencimentos; 
b) uma contribuição anual da empresa, correspondente a 1 % de sua renda bruta: 
c) a soma que produzir um aumento de 1 1/2 % sobre as tarifas da estrada do ferro; 
d) as importâncias das joias pagas pelos empregados na data da criação da caixa e 
pelos admitidos posteriormente, equivalentes a um mês de vencimentos e pagas em 
24 prestações mensais; 
e) as importâncias pagas pelos empregados correspondentes á diferença no primeiro 
mês de vencimentos, quando promovidos ou aumentados de vencimentos, pagas 
também em 24 prestações mensais; 
f) o importe das somas pagas a maior e não reclamadas pelo público dentro do prazo 
de um ano; 
g) as multas que atinjam o público ou o pessoal; 
h) as verbas sob rubrica de venda de papel velho e varreduras; 
i) os donativos e legados feitos á, Caixa; 
j) os juros dos fundos acumulados (BRASIL, 1923). 
 
Segundo Oliveira e Teixeira (1989), as contribuições eram depositadas na conta de 
pensão e aposentadoria da empresa de ferro. Ainda conforme os autores mencionados, a parte 
administrativa e financeira era feita entre as empresas e as Caixas de Aposentadorias e Pensões, 
não possuindo uma participação do Estado efetiva no meio previdenciário. 
Em 1930 foi criado o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, e organizado em 
1931, ele possui o intuito de conduzir e inspecionar os assuntos relativos ao trabalho, comércio 
e indústria, portanto, inclusive as Caixas de Aposentadorias e Pensões (BRASIL, 1931). Foi a 
6 
 
partir desse momento que o Estado passou a contribuir com o sistema previdenciário. Então, 
desde 1933, conforme trata Silva e Costa (2016), surge uma nova maneira de ordenar a 
previdência, por meio de aglutinações da CAPS, formando os Institutos de Aposentadorias e 
Pensões (IAP’s), que integravam grandes grupos de profissionais, quase todos os empregados 
urbanos, os trabalhadores por conta própria e seus dependentes vinculados por categorias 
ocupacionais. 
Em 1960 outorgou-se a Lei Orgânica da Previdência Social, em que houve a unificação 
institucional dos planos de benefícios (BRASIL, 1960). Seis anos depois, concebeu-se a junção 
de seis institutos e incorporaram-se
as despesas, receitas, passivas e o patrimônio, conforme o 
Decreto-Lei nº 72 o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) (BRASIL, 1966). 
Segundo Oliveira e Beltrão (2000), o INPS passou a ser o responsável pela elaboração 
e execução dos benefícios de previdência dos trabalhadores formais urbanos, exceto dos 
empregados domésticos e servidores públicos. Ainda conforme Oliveira e Beltrão (2000), 
mesmo que a totalidade dos trabalhadores urbanos estivessem enquadrados nesse sistema, sua 
cobertura atendia menos de 50% dos empregados. 
Nos anos de 1970 houve a cobertura estendida aos trabalhadores domésticos, aos 
trabalhadores por conta própria e aos trabalhadores rurais inválidos ou com mais de 65 anos. 
Para que houvesse a efetivação do benefício foi criado o Fundo de Assistência ao Trabalhador 
Rural (Funrural), subordinado ao Ministério do Trabalho e a Previdência Social, em que o 
financiamento era feito com a contribuição de 2,5%, proveniente da primeira comercialização 
da produção. Em 1977 o governo brasileiro desenvolveu diretrizes para a criação de um sistema 
de previdência privada (OLIVEIRA; BELTRÃO, 2000; CAMARANO; FERNANDES, 2016). 
Segundo Camarano (2002), em 1988 foi promulgada a 7ª Constituição Federal, a qual 
buscou introduzir um conceito mais abrangente de seguridade social. Em consonância com a 
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, em seu Art. 194 determina que: “ [...] 
a seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes 
públicos e da sociedade, destinado a assegurar o direito à saúde, à previdência social e à 
assistência social [...]” (BRASIL, 1988). Ainda de acordo com Camarano (2002), tal medida 
foi legitimada para proteger os trabalhadores do setor privado de possíveis violações aos 
direitos, fazendo com que medidas previdenciárias passassem a incorporar a realidade da 
população. 
Ainda conforme destaca Camarano (2002), foi a partir da Constituição Federal de 1988 
que se estabeleceram alguns princípios básicos à população, como: 
7 
 
Cobertura universal, direitos iguais para os beneficiários urbanos e rurais, benefício 
da seletividade das concessões, não redutibilidade dos benefícios, contribuições 
equitativas, ampliação das fontes de receita, descentralização e participação dos 
trabalhadores na gestão, progresso na identificação da seguridade social, acordo 
coletivo, o direito à cidadania, onde os benefícios são concedidos de acordo com a 
necessidade e os pagamentos de acordo com os meios. O nível mínimo de seguro 
social e os benefícios sociais foram fixados em um salário mínimo (CAMARANO, 
2002, p. 13). 
 
A previdência social se constituiu na forma de um seguro de contribuição mútua, para que 
houvesse o recebimento pelo segurado de um benefício no futuro. Ou seja, foi uma maneira 
imposta para que os cidadãos contribuíssem no presente, para que possuíssem condições 
financeiras para manter a subsistência quando não tiverem mais possibilidade de trabalhar 
(CAMARANO, 2002). 
A partir da Constituição de 1988 a Previdência Social passou a ser determinada pelo 
regime de repartição, seguido das caixas e institutos e também, devido a tradição paternalista 
de que cabe ao Estado fornecer aos indivíduos os meios de subsistência. Conforme Camarano 
(2016), foi a partir de então que o sistema previdenciário passou a ser subdividido em três 
pilares, o Regime geral de Previdência Social (RGPS), o Regime Próprio de Previdência Social 
(RPPS) e o Regime de Previdência Complementar (RPC), os quais serão destacados 
individualmente adiante. 
 
2.1.2 Previdência Social 
 
A Previdência Social se caracteriza como um seguro, que possui intuito de garantir 
segurança de renda aos contribuintes quando houver casos de doenças, acidentes e também 
proteção previdenciária. Ou seja, a população busca, ao realizar contribuições no período ativo 
de trabalho, garantir sua subsistência em casos de incapacidade laborativa 
A regulação da Previdência Social foi elaborada por meio da Constituição Federal de 
1988. Nela estão estabelecidas as principais coberturas e a característica básica do sistema, 
conforme mostra abaixo: 
 
Art. 201 A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter 
contributivo e de filiação obrigatória, observados 
critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da 
lei, a: 
I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; 
II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; 
III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; 
8 
 
IV - salário-família E auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa 
renda; 
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e 
dependentes, observado o disposto no § 2º 
 (BRASIL, 1988). 
 
Portanto, foi com a Constituição de 1988 que houve uma melhor adaptação das regras, 
critérios e especificação de quais pessoas poderiam ter acesso aos benefícios. Posto que, a partir 
desse período que a previdência social passou a ter o intuito de assegurar aos indivíduos sempre 
que houvesse inseguridade social, dando cobertura, proteção e auxílio à população. 
A Previdência Social se caracteriza como um seguro, que possui intuito de garantir 
segurança de renda aos contribuintes quando houver casos de doenças, acidentes e também 
proteção previdenciária. Ou seja, a população busca, ao realizar contribuições no período ativo 
de trabalho, garantir sua subsistência em casos de incapacidade laborativa 
Souza (2002) define a Previdência Social da seguinte maneira: 
 
[...] a previdência social é o complexo orgânico de expressão mais relevante, que 
cresce à medida que evolui na direção da seguridade social, sendo entendido, de forma 
geral, como o conjunto de medidas obrigatórias, cujo objeto é proteger todo indivíduo 
e sua família das consequências de uma inevitável calamidade socioeconômica. 
Assim, a finalidade da seguridade social é atingir a totalidade dos indivíduos da 
população nacional, cobrindo o maior número possível de risco, com pagamento de 
benefícios (SOUZA, 2002, p.19). 
 
De acordo com Martins (2004), a Previdência Social representa uma maneira de garantir 
ao trabalhador benefício quando atinja a idade de se aposentar, ou caso ocorra alguma 
eventualidade social. 
Segundo Magalhães, et al. (2014), a Previdência Social é caracterizada como um seguro 
social, que possui intuito de assegurar aos trabalhadores uma fonte de renda sempre que houver 
incapacidade de trabalho, seja ela temporária ou permanente, ou em casos de aposentadoria, 
desde que o funcionário tenha contribuído pelo tempo mínimo exigido ou atingido a idade 
mínima necessária. 
Conforme Silva (2015), o Sistema de Previdência Pública atua de forma que as 
contribuições dos trabalhadores ativos são utilizadas para remunerar indivíduos que já 
encerraram sua vida trabalhista ativa. Ainda segundo o autor, diante da ocorrência da inversão 
da pirâmide etária no país, há cada vez mais pessoas chegando à velhice, com uma redução da 
taxa de natalidade e uma população ativa cada vez menor. O que exige do estado uma mudança 
de postura, necessita tomar providências, uma vez que os recursos não serão suficientes para 
financiar a grande massa de aposentados. 
9 
 
Contudo, conforme destaca Dutra (2014), perante a inversão da pirâmide etária, e sem 
que haja um plano previdenciário, que conceba alternativas sustentáveis para esse cenário, o 
compromisso da aposentadoria dos trabalhadores será passado do setor público para os 
indivíduos. Assim, a educação financeira, irá mover-se a uma necessidade básica, dado que 
capacitará os indivíduos, minimamente, a aderir produtos financeiros, seja plano de previdência 
complementar, poupança ou outros tipos de investimentos, a fim de buscar maneiras de guardar 
reservas que assegurem a subsistência
e o bem-estar no futuro. 
 
2.1.3 Regime Geral de Previdência Social 
 
O Regime Geral de Previdência Social, caracteriza-se como sendo a agência seguradora 
da grande massa dos trabalhadores brasileiros. Todos os trabalhadores contribuintes que não 
estão enquadrados no regime próprio de previdência estarão vinculados ao RGPS. Tal regime 
possui filiação obrigatória e é de caráter, conforme descrito no Art. 201 da constituição federal 
de 1988 (BRASIL, 1988). Os contribuintes que se enquadram nesse grupo são: empregadores, 
empregados assalariados, domésticos, autônomos, contribuintes individuais e trabalhadores 
rurais (MPS, 2013b) 
Segundo dados da Secretaria de Previdência (MPS, 2013b) para que seja possível a 
atuação desse regime, a respectiva secretaria carece de desenvolver suas políticas, e essas são 
desempenhadas pelo Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), que é uma autarquia do 
governo federal atrelada ao Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. 
Não obstante, os trabalhadores que possuem carteira de trabalho assinada são 
automaticamente vinculados ao RGPS, pois passam a contribuir com o INSS diretamente, 
sendo descontado na folha de pagamento. Já os colaboradores individuais, facultativos, 
empregados domésticos e segurados especiais, precisam se inscrever para começar a contribuir. 
Esses ainda precisam possuir mais de 14 anos e pagar as parcelas mensalmente para possuir 
acesso aos benefícios previdenciários. Segundo o Art.14 da Constituição Federal de 1988 “É 
segurado facultativo o maior de 14 (quatorze) anos de idade que se filiar ao Regime Geral de 
Previdência Social, mediante contribuição, na forma do Art. 21, desde que não incluído nas 
disposições do Art. 12” (BRASIL, 1988). 
Nesse regime há algumas formas de aposentadoria, sendo: a aposentadoria por idade 
que exige ao menos 65 anos para os homens e 60 para mulheres e possuir um período mínimo 
quinze anos de contribuição; e a aposentadoria por tempo de trabalho, requisita 35 anos de 
contribuição para os homens e 30 para mulheres. No entanto, existem diferenciais para aqueles 
10 
 
que possuem aposentadoria especial, que conforme Camarano e Fernandes (2016, p.273) 
“[...]depende da natureza da ocupação, por exemplo, mergulhadores, mineiros e outros 
trabalhadores em ocupações perigosas e insalubres precisam contribuir apenas quinze anos”. 
Aposentadoria por invalidez, disponibilizado a aqueles que, diante perícia médica, não podem 
exercer atividades e ou outro tipo de trabalho que possa garantir seu sustento. Ainda realça-se 
a existência da aposentadoria rural, a qual é disponibilizada diante da comprovação de trabalho 
no meio rural em que o beneficiário deve ter no mínimo 60 anos, quando homem, e 55 quando 
mulher (CAMARANO; FERNANDES 2016). 
Conforme Conti (2014), o RGPS funciona por meio de um sistema de repartição, ele 
não possibilita um acúmulo de riqueza, visto que as contribuições mensais dos trabalhadores 
ativos são repassadas aos trabalhadores em inatividade. Ou seja, as gerações futuras sustentarão 
as aposentadorias e pensões da geração de agora. 
 
2.1.4 Regime Próprio de Previdência Social 
 
O Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) é um sistema de previdência definido 
no âmbito de cada ente federado, seja da União, do Estado, do Distrito Federal e dos 
Municípios. Ele assegura por lei, os servidores públicos titulares de cargos efetivos a benefícios 
de aposentadoria e pensão por morte (MPS, 2016). Logo, para que o regime seja capaz de 
assegurar tais benefícios aos servidores, conforme exposto no Art. 40 da Constituição Federal 
(BRASIL, 1988), a Secretaria de Previdência deve elaborar e executar as suas políticas pautadas 
no caráter contributivo, solidário e no equilíbrio financeiro atuarial. 
 
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime 
de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo 
ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios 
que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (BRASIL, 
1988). 
 
Em abril de 2012, segundo a Lei nº 12.618, houve a implementação do Regime de 
Previdência Complementar para os servidores públicos federais, de cargos efetivos da União e 
houve a fixação do limite máximo para as pensões e aposentadorias e pensões pelo regime de 
previdência do qual trata o Art. 40 da Constituição Federal. A partir dessa Lei houve a formação 
de três entidades fechadas de Previdência Complementar, as quais são denominadas: Fundação 
de Previdência Complementar do Servidor Público Federal do Poder Executivo (Funpresp-
11 
 
Exe); Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal do Poder Judiciário 
(Funpresp-Jud) e ainda Fundação da Previdência Complementar do Servidor Público do Poder 
Legislativo (Funpresp-Leg) (BRASIL, 2012). 
Segundo MPS (2014), todas as pessoas que adentrarem no serviço público a partir da 
criação das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC), possuirão direitos 
previdenciários similar aos trabalhadores de iniciativa privada, assim possuirão um teto 
máximo de aposentadoria e para conseguir a totalidade do benefício poderão realizar 
contribuições para a Previdência Complementar, caso ache necessário. Os servidores que já 
estavam trabalhando em serviços públicos, antes da elaboração das EFPC, terão seus direitos 
preservados. 
 
2.1.5 Regime de Previdência Complementar 
 
A previdência complementar surgiu no Brasil com as características de facultatividade 
e mutualismo, em 10 de janeiro de 1835, por meio do Montepio Geral de Economia dos 
Servidores do Estado (Mongeral), que se traduziu em uma entidade aberta de previdência sem 
fins lucrativos (RAMOS, 2005). Ainda conforme o referido autor, a instituição Mongeral, no 
Brasil, foi a primeira entidade modeladora com objetivo de complementar a renda dos 
trabalhadores, quando estes estivessem em inatividade de trabalhos assalariados. 
Oficialmente, a previdência complementar foi institucionalizada pela Lei 6.435 de 02 
de setembro de 1977 (BRASIL, 1977) e foi posteriormente regulamentada pelo Decreto nº 
81.240, de 20 de janeiro de 1978 (BRASIL, 1978). Porém, a evolução do sistema de previdência 
complementar obteve maior ênfase após a Emenda Constitucional nº 18, de 05 de fevereiro de 
1998 (BRASIL, 1998), onde foi introduzido, no título da ordem social, o regime complementar 
de previdência. Porém sua regulamentação ocorreu em 2001, após a edição das Leis 
complementares nº 108 e 109, e, consequentemente, revogando a Lei nº 6.435/77. Enquanto a 
Lei Complementar nº 108 trata da relação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios e as respectivas EFPC, a Lei Complementar nº 109 dispõe sobre as regras gerais do 
Regime de Previdência Complementar (MPS, 2017). 
De acordo com Ramos (2005), a Previdência Complementar foi criada com o intuito de 
assegurar uma maior proteção à sociedade. Visa o desenvolvimento econômico e social via 
capitalização dos recursos, a fim de proporcionar melhorias e maior qualidade de vida aos 
cidadãos. No Regime de Previdência Complementar, as contribuições acumuladas ao longo dos 
12 
 
anos serão utilizadas para restituir os benefícios de aposentadorias dos participantes, ou seja, o 
valor que o trabalhador aplica na atualidade formará uma reserva, que será usada no futuro para 
o pagamento de seu próprio benefício. Este sistema é caracterizado como um Regime de 
Capitalização1. 
Diante disso, Rangel (2013) define a previdência complementar como uma instituição 
paralela à previdência social, que visa o acúmulo de recursos financeiros, durante determinado 
período de tempo, que serão transformados em renda quando o indivíduo necessitar ser 
segurado ou se aposentar.
De acordo com Pinheiro (2007), o regime de Previdência 
Complementar possui caráter único privado, e é uma opção aos segurados que desejam receber 
valores maiores aos tetos previstos pela constituição. Segundo o Art. 202 da Constituição 
Federal de 1988, “[…] o regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado 
de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social, será facultativo, baseado 
na constituição de reservas que garantam o benefício contratado, e regulado por lei 
complementar” (BRASIL, 1988). 
Por esse viés, segundo Silva (2011), a previdência complementar se fortaleceu, visto as 
necessidades que o homem não consegue satisfazer, mediante os planos de instituição da 
seguridade social. Ou seja, possui intenção de complementar os espaços vazios que a 
previdência social vem deixando, devido à insatisfação previdenciária. 
A elaboração das políticas do regime de previdência complementar é feita pelo 
Ministério da Previdência Social (MPS), que são colocadas em prática pela Superintendência 
Nacional de Previdência Complementar (Previc). É um regime opcional, planejado de maneira 
autônoma ao RGPS. No Brasil, o RPC é classificado em duas partes: regime administrado pelas 
Entidades Abertas, que a entrada e aquisição é individual, e o regime regido pelas Entidades 
Fechadas, que são os fundos de pensão (MPS, 2019). 
 
2.1.6 Entidade Aberta de Previdência Complementar 
 
As Entidades Abertas de Previdência Complementar (EAPC) são elaboradas 
exclusivamente sob a forma de sociedade autônoma, ou seja, com fins lucrativos, e possui a 
 
1 1- Regime de Capitalização: “Caracteriza-se pela capitalização dos recursos advindos das contribuições 
dos participantes e empregadores, além da rentabilidade dos recursos investidos ao longo do tempo para 
constituição de reservas até a integralização do valor necessário para garantir o compromisso total dos pagamentos 
dos benefícios”. (MPS, 2018. n. p.) 
13 
 
finalidade de estabelecer e operar planos de benefícios de ordem previdenciária, ofertados sobre 
forma de renda regular continuada, ou em forma de pagamento único, disponível a qualquer 
pessoa (MPS, 2018). 
Segundo o Ministério da Previdência Social (2013c), as Entidades Abertas de 
Previdência Complementar são acessíveis a qualquer cidadão que busque por alguma 
instituição financeira que possua o produto, sendo está ligada ao Ministério da Fazenda, e 
fiscalizada pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP). É uma forma de investimento 
com perspectivas de longo prazo, ofertadas tanto às pessoas físicas como jurídicas. 
As EAPC são estabelecidas no Art. 36 da Lei complementar Nº 109 de 2001, conforme 
apresentado: 
 
Art. 36. As entidades abertas são constituídas unicamente sob a forma de sociedades 
anônimas e têm por objetivo instituir e operar planos de benefícios de caráter 
previdenciário concedidos em forma de renda continuada ou pagamento único, 
acessíveis a quaisquer pessoas físicas. Parágrafo único. As sociedades seguradoras 
autorizadas a operar exclusivamente no ramo poderão ser autorizadas a operar os 
planos de benefícios a que se refere o caput, a elas se aplicando as disposições desta 
Lei Complementar (BRASIL, 2001). 
 
A respeito dos planos abertos de previdência, Beltrão (2004) argumenta que: 
 
[...] os planos abertos podem ter a adesão de qualquer pessoa, inclusive funcionários 
de uma empresa ou conglomerado que, por qualquer razão, prefira não ter um fundo 
de pensão próprio e, por isso, encaminha seus funcionários para um plano aberto. Não 
há nenhum impedimento legal para que uma empresa opte por um ou outro desenho. 
Todavia, essa situação não prevalece para pessoas físicas (BELTRÃO, 2004, p.3) 
 
 Portanto, os planos de previdência abertos são oferecidos por instituições financeiras, 
os quais possuem fins lucrativos, ou seja, será cobrado taxas para administração do 
investimento. São ofertados a qualquer cidadão que sinta a necessidade de adquirir o produto e 
é caracterizado como um investimento de longo prazo. 
Os planos de previdência aberta são compostos por dois tipos de modalidades: o Plano 
Gerador de Benefício Livre (PGBL) e o Vida Gerador de Benefício Livre (VFBL). Ambos estão 
disponíveis ao investidor no momento da contratação (SCHOSSLER; CONTO, 2015). Os dois 
tipos são planos por sobrevivência que, após acumulo de rendimentos por determinado período, 
tendem a proporcionar aos participantes uma renda futura, seja ela mensal ou pagamento único 
(SUSEP, 2006). 
O Plano Gerador de Benefício Livre é um plano de Previdência Complementar, no qual, 
“[…] as pessoas usufruem do diferimento fiscal previsto no modelo completo da declaração de 
14 
 
ajuste anual do IRPF, e a alíquota do IR incidirá sobre o valor a ser resgatado ou recebido sob 
a forma de renda” (SUSEP, 2006, p.42). 
Nesse plano, os participantes usam o modelo completo de declaração de ajuste anual do 
imposto de renda pessoa física (IRPF), que possui a opção de deduzir as contribuições no 
respectivo exercício, em um limite máximo de 12% da renda bruta anual (SUSEP, 2011). Sendo 
assim, ele possibilita abater do imposto de renda as contribuições realizadas anualmente, até o 
máximo de 12% da renda bruta tributável. Ainda conforme SUSEP (2011), observa-se que as 
pessoas que possuem dependentes podem deduzir um percentual do valor do plano no imposto 
de renda. E também haverá incidência do imposto de renda sobre o valor total acumulado. 
Por outro lado, o VGBL é caracterizado como um seguro de pessoa, “[…] destinado à 
parcela de consumidores que não usufruem do benefício de diferimento do imposto de renda 
previsto no modelo completo da declaração de ajuste anual do imposto de renda para pessoas 
físicas (IRPR)” (SUSEP, 2006 p. 42). Ou seja, as contribuições realizadas a planos VGBL não 
podem ser deduzidas na declaração de ajuste anual do IRPF. Este plano é indicado às pessoas 
que usam o modelo simplificado de declaração de imposto de renda, já que não é possível 
deduzir na declaração ou aos isentos de imposto de renda (SCHOSSLER; CONTO, 2015). 
 
2.1.7 Entidade Fechada de Previdência Complementar 
 
As Entidades Fechadas de Previdência Complementar ou fundos de pensão, são 
compreendidas como fundações que não possuem fins lucrativos, com a principal finalidade 
voltada a estabelecer e coordenar os planos de benefícios previdenciários. São organizadas por 
entidades patronais ou de classe, isto é, as patrocinadoras e instituidoras. Este tipo de produto 
financeiro está disponível a qualquer cidadão que possua vínculo empregatício com empresas, 
órgãos públicos, sindicatos e associações representativas, que possuam planos de previdência 
aos colaboradores (MPS, 2018). 
Para que seja possível a atuação das EFPC, é necessário que sejam seguidas normas 
legais e que estas sejam fiscalizadas por órgãos vinculados ao Ministério da Fazenda, a fim de 
passar maior confiança e segurança aos participantes. A Subsecretaria do Regime de 
Previdência é o órgão responsável por acompanhar o secretário de previdência complementar 
na formulação e no acompanhamento das políticas do regime complementar das EFPC (MPS, 
2013d) 
A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) é uma autarquia 
do governo federal, responsável pela autorização, acompanhamento, verificação e fiscalização 
15 
 
das atividades das EFPC. O Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC), é o 
órgão responsável pela regulamentação das atividades e ações das EFPC. O Conselho de 
Recursos da Previdência Complementar (CRPC) é o órgão colegiado de última instância 
recursal do segmento para os meios administrativos instituídos pela Previc (MPS, 2013d). 
Segundo o Art. 31 da Lei Complementar nº 109 de 2001: 
 
Art. 31. As entidades fechadas são aquelas acessíveis, na forma regulamentada pelo 
órgão regulador e
fiscalizador, exclusivamente: 
I - aos empregados de uma empresa ou grupo de empresas e aos servidores da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, entes denominados patrocinadores; 
II - aos associados ou membros de pessoas jurídicas de caráter profissional, classista 
ou setorial, denominadas instituidoras (BRASIL, 2001). 
 
Segundo Ramos (2005), as EFPC podem ser compreendidas como: 
 
[...] aquelas instituídas por empresas (ou grupo de empresas) estatais ou privadas, bem 
como por pessoas jurídicas de caráter profissional, classista ou setorial, como 
instrumento restrito de proteção social aos seus prestadores de serviços ou associados, 
mediante custeio exclusivo da patrocinadora ou do participante, ou divididos os 
encargos entre os participantes e patrocinadora (RAMOS, 2005, p.43). 
 
As EFPC são estabelecidas por empresas, privadas ou estatais, e sua característica 
principal é administrar e operar benefícios previdenciários, sem possuir fins lucrativos. A 
criação dessas entidades está condicionada ao incentivo do patrocinador em disponibilizar aos 
seus colaboradores, associados ou servidores, planos de benefícios voltados a fins de 
aposentadoria (MPS, 2013d). 
Existem três tipos de planos relacionados aos benefícios do participante da EFPC, sendo 
eles: os benefícios definidos (BD); os benefícios de contribuição definida (CD); e a contribuição 
variável (CV). 
No Benefício Definido o valor do benefício que o contribuinte receberá é determinado 
no momento de adesão, suas contribuições podem variar desde que o indivíduo atinja o valor 
estipulado inicialmente. Já na Contribuição Definida, as contribuições são definidas pelo 
patrocinador e pelo membro colaborador, e o valor que será recebido variará conforme o 
montante, o prazo de contribuição e a rentabilidade. 
Por fim, o benefício Contribuição Variável é o tipo de plano em que os benefícios são 
programados no período de acumulação, possuam características de contas individuais e na 
etapa de inatividade, possuam características de rendas vitalícias, ou seja, é um plano misto que 
combina as modalidades BD e CD (MPS, 2018). 
16 
 
Contudo, no entendimento sobre a previdência complementar, possibilita-se que a 
aposentadoria dos contribuintes seja transferida do setor público para os indivíduos, 
necessitando, portanto, uma maior ênfase no conhecimento acerca do assunto, diante de sua 
utilização e conhecimento sobre aspectos da educação financeira, de modo que seja 
compreendido, com amplitude ao segurado, aderir os planos de previdência complementar, 
refletindo sobre uma maior segurança para o seu futuro. 
 
2.2 EDUCAÇÃO FINANCEIRA E EDUCAÇÃO PREVIDENCIÁRIA 
 
 
2.2.1 Contexto histórico econômico brasileiro e sua relação com o desenvolvimento da 
educação financeira da população 
 
A crescente sofisticação e opções de produtos financeiros oferecidos ao indivíduo 
fomenta o leque de possibilidades para a seguridade social do trabalhador, contudo, para que 
este saiba escolher de modo adequado, deve-se analisar com atenção os serviços apresentados, 
para tanto, tem-se a necessidade de compreender aspectos associados ao processo de educação 
financeira no Brasil, a fim de verificar se esta atividade pode influenciar na escolha adequada 
do indivíduo. 
A educação financeira é importante para o desenvolvimento financeiro do indivíduo, 
por possibilitar conscientização, sobretudo na atual situação econômica brasileira. Contudo, é 
interessante compreender os aspectos históricos associados ao processo de educação financeira 
ocorrido no Brasil. 
A origem e a permanência dos elevados índices inflacionários no Brasil, são 
influenciados pelos altos déficits orçamentários do governo. Os gastos com a manutenção da 
máquina pública, o pagamento dos juros da dívida e os investimentos, são superiores à 
arrecadação por meio das contribuições e impostos. O déficit nas contas públicas era tolerado, 
visto que, o governo estava gastando em busca de aumentar o desenvolvimento do país, com 
melhorias em infraestrutura, aumento dos empregos, renda e para uma maior arrecadação de 
impostos (SOUSA e TORRALVO, 1976). 
Advinda de um período de fortes guerras, segundo Abreu (2014), a década de 40 se 
iniciou com uma redução dos mercados de exportação, o que resultou em uma diminuição da 
balança comercial, no momento em que o Brasil havia compromissos com dívidas públicas 
externas e com a regularização de remessas de lucro de capitais estrangeiros. Segundo Munhoz 
17 
 
(1997), até 1944 o país passou por um período de aumento inflacionário, sob a influência de 
reflexos econômicos resultantes do conflito mundial existente. O nível geral de preços 
apresentava crescimento e a economia presenciava taxas médias de inflação anual de dois 
dígitos. Ainda conforme Munhoz (1997), após 1945, quando houve uma redução na inflação, 
devido ao congelamento dos preços das moedas estrangeiras, a fim de reprimir maiores efeitos 
internos. 
Na década de 1960 houve aceleração inflacionária, tentativas de estabilização 
fracassadas, instabilidade política e também, um período de desaceleração da economia 
(ABREU, 2014). Conforme Giambiagi et al. (2011), em 1968 o Brasil iniciou um processo 
chamado de Milagre Econômico, período de recuperação e crescimento, que se estendeu até 
1973. Houve uma forte expansão econômica que propiciou o aumento da entrada de capital, 
investimentos externos e os empréstimos em moeda cresceram continuamente. Ainda segundo 
Abreu (2014), houve a expansão do crédito total, recebendo maior ênfase o crédito ao 
consumidor e ao pessoal. 
Nas décadas subsequentes, pelo contrário do que se esperava, as taxas de inflação ao 
invés de serem contidas apresentavam aumentos significativos, tanto que atingiram no final dos 
anos 80 o patamar dos quatro dígitos. Houve, nesse período, o lançamento do Plano Cruzado I, 
o qual possuía intuito de neutralizar a inflação, realizar o congelamento dos preços e salários e 
trocar a moeda do cruzado para o cruzeiro. 
A inflação foi contida, o poder aquisitivo cresceu, mas com o aumento no consumo a 
forte demanda afetou o congelamento de preços e acabou levando ao fracasso do plano com a 
volta da inflação (MUNHOZ, 1997). 
Giambiagi e Moreira (1999) argumentam que no início dos anos 90 a economia 
brasileira estava marcada por intensos desequilíbrios macroeconômicos, índices inflacionários 
até então incontroláveis e decomposição da moeda. Acreditava-se que com a inflação 
controlada a economia voltaria a crescer, e, para que isso acontecesse, todas as políticas 
econômicas eram voltadas ao controle dos níveis inflacionários. 
Segundo Carvalho (2003), um dos momentos mais difíceis e conturbados enfrentados 
pela população brasileira, foi no período em que houve o bloqueio dos haveres financeiros, com 
exceção apenas do papel-moeda em poder público. Ainda de acordo com o referido autor, em 
1990 houve o lançamento do Plano Collor I e logo em seguida o Plano Collor II, os quais tinham 
o objetivo de conter os elevados níveis inflacionários por meio do confisco das poupanças. 
Houve, mais uma vez, também o congelamento de preços e salários. A principal diferencial 
desse plano foi flexibilizar o regime cambial, proporcionar abertura comercial gradual da 
18 
 
economia e reduzir a máquina administrativa governamental. Por conseguinte, esse plano 
acabou estagnando a credibilidade do sistema financeiro interno, afetando drasticamente os 
investidores e os poupadores, prejudicou o desenvolvimento de práticas financeiras da 
população brasileira e levou a economia a uma recessão econômica. 
Em 1994 houve a implantação do Plano Real, o qual possibilitou a estabilização da 
moeda e reduziu os elevados índices inflacionários até então incontroláveis. Houve três etapas 
para que esse plano se consolidasse, sendo a primeira relativa ao ajuste fiscal, que deveria ser 
negociado com o Congresso.
A segunda foi a criação da Unidade Real de Valor (URV), que 
seria uma unidade de conta reajustada diariamente, possuía o papel de converter, 
temporariamente, o cruzeiro em real. E a terceira foi a reforma monetária, a qual alterou a 
moeda do cruzeiro real pelo real (ABREU, 2014). 
A partir de 1994, houve o início de um processo de estabilização econômica, conforme 
relata Abreu (2014), o governo passou a comprometer-se publicamente em cumprir com as 
metas para o superávit primário, estabelecidas para manter controlado o endividamento público. 
Ainda conforme o referido autor, a execução do Banco Central passou a ser pautada por um 
novo regime de metas de inflação, ocorreu importantes mudanças na política cambial e a taxa 
de câmbio passou a ser flutuante. Com o apoio do Fundo Monetário Internacional e do Tesouro 
norte-americano, o governo conseguiu evitar que a crise cambial provocasse instabilidade no 
sistema financeiro e uma recessão na economia. 
Segundo Lima e Ferreira (2012), a perda das receitas inflacionárias geradas, a partir da 
estabilização monetária, fez com que houvesse uma crise no sistema financeiro, deixando os 
bancos vulneráveis. Assim, com o otimismo das pessoas e a expansão de crédito após 1995, 
várias pessoas ficaram inadimplentes, o que prejudicou a situação das instituições financeiras, 
visto que as pessoas que realizaram empréstimos não tinham como arcar com a dívida. Abreu 
(2014) relata que houve a necessidade de intervenção do Banco Central, o qual buscou soluções 
e a reestruturação do sistema financeiro. 
A partir dos anos 2000, o país passou por um processo de desaceleração da economia, 
que foi encerrado após 2004, quando houve recuperação no nível de atividade econômica 
(ABREU, 2014). Houve tendências de melhora, que possibilitaram mudanças significativas no 
salário, o que levou a um sucessivo aumento da renda da população. Segundo Giambiagi et al. 
(2011), dentre o período de 2003 a 2011, houve a criação de programas de transferência de 
renda como o Bolsa Família, a fim de auxiliar a população. 
Também houve redução na taxa de desocupação, o que possibilitou maior capacidade 
de consumo, devido à redução gradativa das taxas de juros e o aumento da renda, conforme 
19 
 
constata Cruz, et al. (2012), houve o início de um processo de expansão das atividades 
bancárias, que visou beneficiar a população de baixo acesso ao crédito. A estabilização nos 
preços da economia possibilitou aos intermediários financeiros aumentar a oferta de crédito, de 
empréstimos e financiamentos. 
A partir de 2008, houve uma expansão descontrolada do crédito hipotecário na 
economia norte-americana, que provocou uma bolha imobiliária. Enquanto as maiores 
economias desenvolvidas passaram por um momento difícil, de redução significativa do 
Produto Interno Bruto (PIB), o Brasil enfrentou de maneira sutil esse turbulento período. Essa 
resistência apresentada pela economia brasileira, diante da crise internacional, deu-se diante da 
situação estável interna, devido as reservas internacionais obtidas por meio da exportação de 
produtos, sistema financeiro preparado, devido à confiança populacional e a estabilidade 
política interna (ABREU, 2014). 
Nos anos subsequentes, conforme Abreu (2014), até 2010, houve uma elevação dos 
gastos públicos, gastos com investimentos equivocados e expansão do crédito, bancados pela 
emissão da dívida pública. Ainda conforme o autor, esses dispêndios foram camuflados devido 
à crise imobiliária internacional e devido a economia brasileira continuar apresentando um 
quadro estável de crescimento do PIB. 
Desde 2011 o ritmo da economia apresentou desaceleração, o governo expandia os 
gastos públicos e havia redução do PIB (MORA, 2015). Dentre os anos de 2015 e 2016 a 
economia passou por vários choques, dentre eles, segundo Paula e Pires (2017, p. 132) “[…] 
deterioração dos termos de troca, ajuste fiscal, crise hídrica, desvalorização da moeda, o 
aumento da taxa de juros Selic etc.”, contudo, esses choques contribuíram para que houvesse 
uma desaceleração da economia e a redução do crescimento. Ainda conforme Paula e Pires 
(2017, p. 132) “A combinação de recessão com o aumento das taxas de juros causou uma 
enorme desaceleração da oferta de crédito [...], que, por sua vez, atrasou a recuperação da 
economia”. 
Segundo Tinoco e Giambiagi (2018), 2017 apresentou aumento no PIB devido a política 
monetária expansionista, contexto internacional favorável e safra agrícola favorável. Ainda 
segundo os autores, houve também um aumento do consumo das famílias, recuperação no 
mercado de trabalho, melhorias nas condições de crédito e liberação do FGTS para acelerar o 
consumo e a economia. 
Sendo assim, verifica-se que o processo histórico brasileiro passou por longos períodos 
de instabilidade financeira, com mudanças de planos econômicos em períodos curtos e também, 
várias alterações de moeda. Diante de um cenário instável, a população não conseguia criar 
20 
 
segurança e hábitos educacionais financeiros, uma vez o dinheiro era gasto para o consumo, 
devido ao aumento contínuo e generalizado de preços. Além, da insegurança gerada, 
principalmente, com o confisco das poupanças. 
 
2.2.2 Temas fundamentais que auxiliam na formação de educação financeira dos 
indivíduos 
 
Portanto, após compreender aspectos históricos, apresenta-se a necessidade de 
conhecimentos sobre assuntos abrangentes no ramo da educação financeira e seus benefícios 
para a possibilidade de investimento de longo prazo. Torna-se relevante compreender os 
conceitos relacionados à renda, níveis de poupança e endividamento, evidenciando assim a 
necessidade e a importância da educação financeira para auxiliar na vida dos indivíduos. 
O consumo é o ato de adquirir e fazer uso de bens e serviços. Para que seja possível 
consumir é necessário existir renda, seja ela já ganha ou a ganhar. Segundo Santos (2009), renda 
é a remuneração dos fatores de produção de um indivíduo, tais como salários, aluguéis, juros e 
lucros. O salário pode ser representado como a compensação pela mão de obra do trabalho. Os 
aluguéis estão relacionados ao pagamento recebido pela utilização de determinado bem. Os 
juros é o valor extra recebido pelo empréstimo de um crédito de terceiros e os lucros são a 
compensação por atividades de produção, serviços e bens (SANTOS, 2009). 
Dado que os indivíduos possuem remunerações, essas podem ser distribuídas conforme 
a necessidade dos indivíduos, seja para consumo ou para a poupança. De acordo com Santos 
(2009), a poupança é uma parcela da renda não gasta ou não consumida pelo indivíduo, que 
poderá ser guardada para ser utilizada em um outro momento. Poupar significa: guardar uma 
parte da renda no presente, para usufruir no futuro. O autor ainda evidencia que as pessoas que 
possuem renda mais alta têm a tendência de poupar mais e apresentam uma taxa de poupança 
maior do que os que possuem rendas mais inferiores. Segundo Costa e Miranda (2013), o nível 
de educação financeira do indivíduo possui influência direta nas taxas de poupança, ou seja, 
quanto maior o nível de educação em finanças mais propenso está a pessoa de decidir poupar. 
Ao analisar a população brasileira, verifica-se que, pessoas que possuem renda inferior 
possuem vontade de poupar, mas apresentam dificuldades, seja por falta de acesso às 
ferramentas disponíveis, por não possuir renda suficiente para tal, ganhar apenas o suficiente 
para manter a subsistência ou também por não ter conhecimento sobre a necessidade de ter 
poupança, a fim de privar seus gastos no presente, para possuir uma garantia e segurança no 
futuro (JACOB, 2000). 
21 
 
Ainda dentro da educação em finanças, é importante destacar os investimentos. Segundo 
Cerbassi (2004), realizar investimentos é uma garantia e a melhora do futuro. Ainda conforme 
o autor mencionado, o investidor deve tomar decisões conforme seu
conhecimento sobre a 
aplicação que deseja, sobre as garantias e riscos, situações que geram ganhos e perdas e ainda 
sobre as alternativas que mais são rentáveis no mercado. 
Conforme Claudino (2009), com conhecimentos de educação financeira, é possível 
conhecer a dinâmica da taxa de juros compostos, que permite alcançar um montante maior do 
que o valor aplicado. Todavia que, diferentemente de poupar, investir não significa apenas 
deixar de consumir no presente para gastar no futuro, mas sim ser remunerado pela poupança 
feita no presente e assim possuir um valor maior no futuro. 
Segundo o Banco Central do Brasil, os indivíduos que possuem maiores níveis de 
educação financeira conseguem administrar com maior facilidade seus rendimentos, gastos e 
despesas, possuem capacidade para realizar poupança e investimentos a fim de economizar seus 
recursos no presente para se beneficiar futuramente (BCB, 2008). Esses ainda tendem a 
distribuir melhor a sua renda, tornando mais difícil tomar decisões que possam levar ao 
endividamento ou a inadimplência. (SANTOS, 2009) 
O endividamento é o saldo devedor, ou seja, é a utilização de recursos de terceiros para 
fins de consumo. Ao se adquirir um valor, o indivíduo estabelece um compromisso em devolver 
o recurso, com data estabelecida, normalmente corrigida com juros e correção monetária. O 
endividamento pode vir acompanhado com o descumprimento assumido com outrem, o que o 
leva a ficar inadimplente. A situação mais grave que pode ocorrer é o endividamento duradouro, 
que pode também ser chamado de falência, esses casos são quando o devedor fica 
impossibilitado de forma extrema de pagar uma ou mais dívidas, por um período indefinido 
(MARQUES; FRADE, 2003). 
Segundo Frankenberg (1999), o endividamento da população brasileira está relacionado 
à ausência de educação financeira. Cada vez mais os indivíduos são estimulados ao consumo, 
e estão despreparados para refletir sobre seus rendimentos, investimentos e necessidade real de 
gastos, o que os leva a tomar decisões erradas e assumindo dívidas que, muitas vezes, estão 
além do seu poder aquisitivo. Muitas pessoas acabam comprometendo parte significativa de sua 
renda, que deveria ser destinada às despesas básicas com juros altos, levando-os, seguidamente, 
a adquirir novas fontes de créditos para saldar dívidas e manter a subsistência. 
Contudo, a educação financeira e o endividamento estão interligados, já que a educação 
contribui com o sistema econômico, pois possibilita aos indivíduos adquirir produtos e serviços 
22 
 
financeiros de maneira apropriada, diminuindo o descumprimento das obrigações adquiridas de 
terceiros (PINHEIRO, 2008). 
 
2.2.3 Abordagem conceitual sobre a educação financeira e a educação previdenciária 
 
Práticas em Educação Financeira e previdenciária são cada vez mais necessárias à vida 
da população, pois, por meio dessas, os indivíduos aprendem a administrar e a tomar decisões 
de maneira adequada sobre seus rendimentos e despesas. Uma vez que proporciona uma vida 
mais equilibrada, evita gastos desnecessários, juros e dívidas. E possibilita a programação de 
poupança de curto e longo prazo, e, propicia uma melhor qualidade de vida. 
No Brasil, assuntos voltados a educação financeira e previdenciária são elaborados e 
disseminados pela Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF). A ENEF foi criada 
através do Decreto 7.397, de 22 de dezembro de 2010, com intuito de fornecer informações e 
propor ações para ajudar a população a tomar decisões financeiras independentes e consciente 
(BRASIL, 2010). O principal objetivo da ENEF é possibilitar a educação financeira no país, 
aumentar a concepção dos indivíduos, para que esses sejam capazes de realizar escolhas 
conscientes, administrar seus recursos e cooperar para a eficácia e solidez dos mercados 
financeiros, de previdência, de capitalização e de seguros (CONEF, 2009). 
Conforme o BCB (2011), a ENEF possui o intuito de impulsionar a educação financeira 
e previdenciária, incentivar os indivíduos a tomar decisões conscientes sobre a gerência do seu 
dinheiro, e colaborar com a eficácia e estabilidade do mercado financeiro. 
De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico 
(OCDE), a educação financeira pode ser compreendida como: 
 
O processo mediante o qual os indivíduos e as sociedades melhoram a sua 
compreensão em relação aos conceitos e produtos financeiros, de maneira que, com 
informação, formação e orientação, possam desenvolver os valores e as competências 
necessários para se tornarem mais conscientes das oportunidades e riscos neles 
envolvidos e, então, poderem fazer escolhas bem informadas, saber onde procurar 
ajuda e adotar outras ações que melhorem o seu bem-estar. Assim, podem contribuir 
de modo mais consistente para a formação de indivíduos e sociedades responsáveis, 
comprometidos com o futuro (OCDE, 2005, p. 7). 
 
Diante da definição da OCDE, a educação financeira possui como principal objetivo, 
criar e tornar indivíduos preparados, capazes e independentes para tomar decisões que 
impactam na própria vida. Mostra também, que os cidadãos buscam melhorar o seu bem-estar 
e isso é de grande importância para que o processo educativo seja eficiente, visto que os 
23 
 
cidadãos aprendem de forma mais efetiva, quando trabalham com motivação e voltados para o 
seu próprio interesse (BCB, 2011). 
Savoia, Saito e Santana (2007), definem a educação financeira como o procedimento de 
transferência de informações que possibilita o desenvolvimento e aperfeiçoamento de 
habilidades na população para que seja possível tomar decisões precisas, progredindo e 
tornando melhor a administração das finanças pessoais. Ainda conforme os referidos autores, 
quando há o aperfeiçoamento de tais conhecimentos, há uma maior adaptação dos indivíduos 
na sociedade e esses passam a ser mais participativos em atividades financeiras, elevando assim 
o seu bem-estar. 
De acordo com Pinheiro (2008), os indivíduos praticam atividades financeiras 
diariamente, como contratar seguros, adquirir crédito, comprar ações da bolsa, planejamentos 
orçamentários, etc. Adquirir produtos ou serviços exige que os usuários de produtos financeiros 
possuam conhecimento de que, dentre as várias opções ofertadas, irão escolher a que gerará 
maior custo-benefício. Sendo assim, segundo Henriques (2010), a educação financeira exerce 
um papel importante, na medida em que possibilita o enriquecimento dos indivíduos com 
conhecimentos, e os torna capazes para tomar decisões corretas, conduzindo-os a um estado de 
bem-estar econômico. 
Na medida em que há o aprofundamento do conhecimento de educação financeira, 
inicia-se um processo de interligação com a educação previdenciária. Segundo Pinheiro (2008), 
a educação previdenciária pode ser compreendida como a educação financeira voltada com 
maior precisão a assuntos da previdência. Na medida que, investimentos de longa duração 
normalmente são realizados com o propósito do indivíduo possuir recursos num período pós-
laboral. 
Segundo Wisniewski (2011), o processo para a aposentadoria dos indivíduos passa, 
obrigatoriamente, por práticas de poupar no período ativo de trabalho, necessitando limitação 
de gastos. Quando se poupa há uma privação de consumo no presente, em prol as melhorias 
advindas no seu padrão de vida futuro. De acordo com Dutra (2014), quando se adquire 
produtos financeiros com retornos de longo prazo, em que a arrecadação de dinheiro é 
fundamental, como na previdência privada, há uma menor atração da população, já que os 
fundos investidos serão usufruídos apenas no futuro. Portanto, a educação financeira e a 
educação previdenciária são relevantes, pois auxiliam os indivíduos no controle de gastos e 
ainda revelam a importância de se poupar recursos para o futuro (WISNIEWSKI, 2011). 
Devido as atuais transformações demográficas, do aumento
da longevidade e a da 
redução das taxas de fecundidade, invertendo a pirâmide etária do Brasil há uma população 
24 
 
trabalhadora cada vez menor e uma massa de aposentados maior. Para que os indivíduos possam 
assegurar seu futuro é importante ter educação financeira e previdenciária. 
Por esse prisma, a educação financeira e previdenciária são áreas relevantes, que 
auxiliam na consciência econômica cotidiana do indivíduo. Pois, possuindo conhecimentos 
estão mais propensos para tomar decisões, seja de investimentos financeiros, sobre os 
rendimentos, seguridades, o que se torna cada dia mais importante diante da atual situação 
econômica brasileira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
3 METODOLOGIA 
 
A presente pesquisa consistiu em uma abordagem de método quantitativo, com o 
emprego da quantificação, tanto na parte de recolhimento de informações, quanto na análise 
delas por meio da estatística. (RICHARDSON, 1999). Ainda, segundo Creswell (2010 p. 26) 
“[...]a pesquisa quantitativa, é um meio para testar teorias objetivas, examinando a relação entre 
as variáveis. Tais variáveis, por sua vez, podem ser medidas tipicamente por instrumentos, para 
que os dados numéricos possam ser analisados por procedimentos estatísticos”. 
O trabalho em questão, voltou-se ao modelo de pesquisa descritiva, que segundo 
Triviños (1987), requer do pesquisador vários esclarecimentos sobre o que se deseja analisar. 
É o tipo de estudo que busca relatar eventos ou ocorrência de uma determinada realidade. Barros 
e Lehfer (2000) determinam que na pesquisa de caráter descritivo, busca-se descrever o objetivo 
e assim descobrir com que frequência o fenômeno ocorre, a natureza, causas, características e 
conexões com outros acontecimentos. 
A pesquisa descritiva ainda possui o intuito de relatar as peculiaridades de uma definida 
população, fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. A característica que 
mais é significante e específica deste tipo de pesquisa, é a utilização de técnicas padronizadas 
de coleta de dados (GIL, 2008). 
Quanto ao procedimento, realizou-se um levantamento que segundo Fonseca (2002 
p.33), “[...] pode ser referido como sendo a obtenção de dados ou informações sobre as 
características, as ações ou as opiniões de determinado grupo de pessoas, indicado como 
representante de uma população-alvo, utilizando um questionário como instrumento de 
pesquisa”. Gil (2008) afirma que na grande maioria dos levantamentos não é pesquisado todos 
os indivíduos de determinada população estudada, mas é realizado procedimentos estatísticos, 
o qual seleciona uma amostra universo e torna essa o objeto da investigação. As respostas 
obtidas da amostra passam a representar o universo, levando em consideração um erro amostral. 
A coleta de dados para o estudo em questão, foi a partir de dados primários. Segundo 
Mattar (1996, p.48) dados primários “[...] são aqueles que apresentam relação física direta com 
os fatos analisados, ou seja, foram coletados especificamente para uma determinada 
investigação”. Para que fosse possível coletar as informações da pesquisa, foi utilizado 
questionário. Segundo Marconi e Lakatos (1996, p. 88) o questionário é composto por uma 
“[...] série ordenada de perguntas.”. Ainda segundo o autor mencionado, as vantagens da 
utilização de questionários é a possibilidade de atingir um grande número de pessoas, conforme 
a amostra da pesquisa; possuir questões padronizadas que garantam a interpretação uniforme 
26 
 
da população que responderá, e, assim, há uma facilidade maior para o investigador comparar 
as respostas. 
A partir de estudos já realizados, elaborou-se um questionário embasado por Silva 
(2015), que em sua pesquisa, analisou sobre a importância do planejamento financeiro para 
aplicações em previdência complementar. Também, houve contribuições de Fischer (2017), 
que realizou um estudo sobre a importância de os jovens adquirirem planos de previdência 
complementar, para garantia de renda pós período laboral. Já os estudos de Amadeu (2009) e 
Vieira, Bataglia e Sereia (2011), tratam sobre à influência da educação financeira nas decisões 
de consumo, investimentos e poupança, esses ainda buscaram identificar a importância de uma 
matéria sobre finanças na graduação e se o conteúdo ministrado auxilia nas práticas financeiras 
diárias. Todos os trabalhos acima citados foram realizados com acadêmicos, no período de 
graduação. 
A partir dos estudos referidos anteriormente, foi realizado uma junção de informações 
e elaborado o questionário da atual pesquisa. Tal, possui em sua composição 34 questões de 
resolução fechadas, tratando sobre o perfil pessoal, conhecimentos em educação financeira, 
sobre a previdência social e também a previdência complementar. O questionário objetivou 
coletar os dados, para que fosse possível analisar a relação entre a educação financeira e os 
investimentos em previdência complementar. O questionário pode ser visualizado no Apêndice 
Para saber a quantidade necessária de questionários a ser aplicado foi necessário realizar 
o cálculo amostral, o qual, conforme Gil (2000), é dado pela equação 1, a seguir: 
 
 𝑛 =
𝜎2. 𝑝. 𝑞.
𝑒2
 (1) 
 
Em que: 
n= Tamanho da amostra 
𝜎= Nível de confiança escolhido (expresso por desvios-padrão) 
p= Porcentagem com a qual o fenômeno se verifica 
q= Porcentagem complementar (100-p) 
e²= Erro mínimo permitido 
 
Segundo dados obtidos no IPARDES (2019), a região Sudoeste do Paraná, tem o total 
625.378 habitantes, segundo estimativas de 2019. Portanto, por ser superior a 100.000 
habitantes, torna-se, em termos estatísticos, uma população infinita. Assim, considerando a 
27 
 
informação anterior, um erro amostral de 5% e um nível de confiança de 95%, procedeu-se o 
cálculo da amostra para conhecimento do número exato de indivíduos que deveriam compor a 
pesquisa: 
 
 𝑛 =
1,9562. 50.50
52
= 383 (2) 
 
Portanto, 383 questionários foi a determinação estatística mínima para validação da 
amostra na região Sudoeste do Paraná. O período de coletada os dados foi entre os meses de 
julho e agosto de 2019. Os questionários foram disponibilizados à população por meios 
eletrônicos online, a fim de facilitar a coleta dos dados. 
 
 
28 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
O arcabouço teórico tratou de situar o leitor sobre os assuntos referente à pesquisa, bem 
como o conhecimento acerca de educação financeira, previdenciária, previdência social e 
previdência complementar. E, após conhecer os métodos utilizados que possibilitaram a 
obtenção dos dados, a seguir serão expostos os resultados referentes à pesquisa. 
A presente pesquisa envolveu o Sudoeste do Paraná, tendo como foco a população de 
todos os municípios de tal região. A partir do cálculo da amostra, chegou-se a uma amostragem 
de 383 pessoas, a qual, estatisticamente, é representativa de toda a população. Com a aplicação 
dos questionários, houve um total de 402 respondentes, dispersos pelos municípios da região. 
Houve um total de 405 retornos de respostas, porém quatro não foram validados, obtendo-se, 
portanto, um total de 402 respostas validadas. Observa-se que o Sudoeste do Paraná possui um 
total de 42 municípios, sendo que a amostragem ficou estratificada entre 32 municípios, 
conforme pode ser verificado no Apêndice B. Desses, houve uma participação mais 
significativa nos municípios de: Bom Sucesso do Sul (12,44%), Francisco Beltrão (25,12%), 
Itapejara d’Oeste (4,48%) e Pato Branco (22,88%). 
Diante das respostas obtidas através da pesquisa, os dados apresentados a seguir são 
para traçar o perfil geral da população que envolve o Sudoeste do Paraná em 2019. A Tabela

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