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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOAÇAMBIQUE
FACULDADE DE GESTÃO DOS RECURSOS NATURAIS E 
MINERALOGIA
Nome: : Bruno Marques Franque
Exame da cadeira de Metodologia de Investigação Jurídica, do curso de Direito por orientação da docente Palvina Manuel Nhambi
Maio/2020
1. CONHECIMENTO EMPÍRICO
a) Definição
De acordo com Mendes (2011, p. I) o conhecimento empírico, popular, vulgar ou senso comum é aquele conquistado através do acaso, após o conhecimento obtido ao acaso, após inúmeras tentativas, ou seja, o conhecimento adquirido através de ações não planejadas: 
Segundo Mendes (2011, p. I) este conhecimento em questão é valorativo, pois se alicerça em base em estados de ânimo e emoções. Entretanto no mesmo a dualidade de realidades, isto é, de um lado o sujeito cognoscente e, de outro, o objeto conhecido, e este é possuído, de certa forma, pelo cognoscente, os valores do sujeito impregnam o objeto conhecido.
Portanto, ele é reflexivo, mas, estando limitado pela familiaridade com o objeto, não pode ser reduzido a uma formulação geral. Considerado também como assistemático baseia-se na "organização" particular das experiências próprias do sujeito cognoscente, e não em uma sistematização das ideias, na procura de uma formulação geral que explique os fenômenos observados, aspeto que dificulta a transmissão de pessoa a pessoa, desse modo de conhecer.
Assim finalmente segundo Mendes (2011) este conhecimento é falível e inexato, pois conforma com a aparência e com o que se ouviu dizer a respeito do objeto. Em outros, não permite a formulação de hipóteses sobre a existência fenômenos situadas além das perceções objetivas.
Dessa forma, se verifica que o conhecimento científico demonstra uma diferença dos demais tipos de conhecimento, como por exemplo, do popular muito mais no que se refere ao seu contexto metodológico do que propriamente ao seu conteúdo. Assim sendo, essa diferença também se expande ao conhecimento filosófico e religioso.
Para Lakatos e Marconi (1986: 18), o senso comum, também denominado conhecimento vulgar ou popular, é um modo corrente e espontâneo de conhecer que "não se distingue do conhecimento científico nem pela veracidade nem pela natureza do objeto conhecido: o que os diferencia é a forma, o modo ou o método e os instrumentos do 'conhecer'"
As autoras destacam as seguintes características do senso comum: ele é superficial, sensitivo, subjetivo, assistemático e acrítico (Ibidem: 19). E, mais adiante, levantam outro conjunto de características dessa forma de conhecimento: valorativo, reflexivo, assistemático, verificável, falível e inexato.
b) Contribuição do conhecimento Empírico para a evolução da ciência
Santos (2002) justifica a aproximação do conhecimento do senso comum ao conhecimento científico com a da descrição de algumas características do próprio senso comum, tais como causa e intenção; prática e pragmática; transparência e evidência; superficialidade e abrangência; espontaneidade; flexibilidade; persuasão (Santos, 2002, p.56). O autor afirma que é necessário uma ruptura epistemológica inversa à que ocorrera na ciência moderna, ou seja, em vez de distanciar-se do senso comum para atingir um nível qualitativo para a pesquisa científica, agora é necessário aproximar esse conhecimento o máximo possível do conhecimento do senso comum, pois o "[...] conhecimento científico pós-moderno só se realiza enquanto tal na medida em que se converte em senso comum." Afirma ainda que a ciência pós-moderna, ao "sensocomunicar-se", não "[...] despreza o conhecimento que produz tecnologia, mas entende que, tal como o conhecimento se deve traduzir em autoconhecimento, o desenvolvimento tecnológico deve traduzir-se em sabedoria de vida" (Santos, 2002, p.57).
Como boa parte dos pensadores pós-modernos, Santos (2000) não deixa de mencionar a influência exercida em sua obra pelo pensamento bachelardiano e, seguindo o pensamento deste último, diz que o conhecimento científico somente é possível mediante o rompimento com o conhecimento vulgar, com o senso comum. A ciência "[...] constrói-se, pois, contra o senso comum, e para isso dispõe de três atos epistemológicos fundamentais: a ruptura, a construção e a constatação" (Santos, 2000, p.31).
Tratando o senso comum como um certo tipo de conhecimento, Santos (2000) o classifica como conservador e fixista, afirmando que a "[...] ciência, para se constituir, tem de romper com essas evidências e com o 'código de leitura' real que elas constituem [...]" (Santos, 2000, p.32). Mas, não deixa de vaticinar o "reencontro da ciência com o senso comum", sendo isso possível mediante uma "ruptura com a ruptura epistemológica." Segundo o autor, o senso comum, enquanto conceito filosófico, aparece no século XVII como iniciativa burguesa de combate ao irracionalismo, sendo que a "valorização filosófica do senso comum" esteve atrelada à ascensão da burguesia ao poder, pois ele era considerado "[...] natural, razoável, prudente, um senso que é burguês e que, por uma dupla implicação, converte-se em médio e em senso universal" (Santos, 2000, p.36). Alves (2000) concorda e completa a opinião de Santos (2000), dizendo que o senso comum foi criado por pessoas que se consideravam encontrar-se "[...] acima do senso comum, como uma forma de se diferenciarem de outros que, segundo seu critério, são intelectualmente inferiores" (Alves, 2000, p.13).
Superficial
· conforma-se com a aparência, com aquilo que se pode comprovar simplesmente estando junto das coisas; 
· expressa-se por frases como “porque o vi”, “porque o senti”, “porque o disseram”, “porque todo mundo o diz”.
Assistemático
· A “organização” das experiências não visa a uma sistematização das idéias, nem quanto à forma de adquiri-las e nem quanto à tentativa de validá-las
2. ENSAIO DO TEXTO:
O conhecimento é o fruto de construção progressiva, e nunca chega ao fim.
Um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento do conhecimento humano advém da imprecisão dos termos utilizados na constituição dos saberes. Esta dificuldade gera confusões e inadequações de graves consequências.
Considera-se como construção o ato de construir algo, e, como ato ou ação a terceira fase do processo da vontade. Ante um objeto que mobilize o sujeito vão ocorrer três etapas: a deliberação, a decisão e por fim, a execução. A ação é entendida como um processo racional e livre decorrente, portanto da inteligência e da vontade. Embora se possa falar em ato reflexo, ato instintivo e ato espontâneo como movimentos que partem do sujeito independentemente da sua vontade, percebe-se que nesses casos não se tem propriamente um ato, uma ação livre, mas apenas um movimento involuntário indeterminado.
O termo construção aplicado à educação pode ser entendido como já se viu, em dois sentidos:
 Como constituição do saber feita pelo estudioso, pelo cientista, pelo filósofo resultante da reflexão e da pesquisa sistemática que leva a novos conhecimentos. Nesse sentido, construíram-se e constroem-se através do tempo, os conteúdos da Física, da Química, da Biologia, da Medicina. O homem não "descobre" o conhecimento pronto na natureza, mas relaciona os dados dela recebidos constituindo os saberes. A ciência é o resultado desta elaboração mental, da reflexão, do estabelecimento de relações, da observação de causas, de consequências, de continuidades, de contiguidades, de oposições. Pode-se, portanto entender a construção do conhecimento como a constituição dos saberes que resulta da investigação filosófico-científica.
Outra possibilidade de compreensão da ideia de "construção" do conhecimento refere-se apenas ao modo pelo qual cada um apreende a informação e aprende algum conteúdo. Neste caso, o sujeito não propriamente "constrói" o saber, somente apropria-se de um conhecimento já estabelecido. O conteúdo é passado pelo ensino, já pronto e definido embora sempre passível de modificações, e cada um vai apreendê-lo de modo semelhante, mas não idêntico. Note-se, no entanto, que essa apreensão é feita de modo semelhante por todos, caso contrárionão poderia ser entendida pela comunidade científica. Há, como mostra Husserl (1980), uma intersubjetividade entre os que dominam a mesma área do saber que atesta uma identidade na construção do conhecimento.
A chamada "construção do conhecimento" não é então totalmente livre e aleatória levando ao solipsismo e à incomunicabilidade. Ela deve corresponder a uma unidade de pensamento, a uma concordância, a um consenso universal. Não se pode imaginar que possa, cada um, "construir" o seu conhecimento de modo totalmente pessoal e independente sem vínculo com a comunidade científica e com o saber universal.
Nas Meditações Cartesianas afirma ele (HUSSERL, 1980, p. 109):
se realmente toda a mónada é uma unidade absolutamente circunscrita e fechada, todavia a penetração irreal, penetração intencional do outro na minha esfera primordial não é irreal no sentido do sonho ou da fantasia. É o ser que está em comunhão intencional com o outro. É um elo que, por principio, é sui generis, uma comunhão efetiva, que é precisamente a condição transcendental da existência de um mundo, de um mundo de homens e de coisas.
É assim possível uma comunicação intersubjetiva e o que um sujeito cognoscente conhece numa objetividade lógica, qualquer outro sujeito pode conhecer do mesmo modo, preenchidas as condições necessárias.
Ao finalizar essa pequena reflexão sobre o processo de construção do conhecimento emergem algumas considerações. Primeiramente quanto à premente necessidade da precisão dos termos utilizados na vida acadêmica e a oportunidade do aprofundamento do que diz respeito ao processo do conhecimento humano especialmente pelo fato de dar-se ele em áreas distintas como a do imaginário, fundamentada no inconsciente; a motora, resultante de treinamentos; a da apreensão dos valores decorrentes do aprimoramento da sensibilidade e a do desenvolvimento intelectual propriamente dito.
Encontra-se um duplo sentido na expressão "construção do conhecimento" e a amplidão da compreensão dos conceitos de ensino, aprendizagem e pesquisa que vão exigir maior clareza na definição para que se evitem distorções e confusões prejudiciais ao bom andamento do processo educacional.
A noção de "construção do conhecimento" é entendida como constituição de saberes aceitos em determinado tempo histórico e/ou como processo de aprendizagem do sujeito.
Referencias bibliográficas
MENDES, Naliny Dourad. Tipos de Conhecimento 2011. Disponível em;<http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAE5sAK/tipos-conhecimentos016>.Acesso em 21/05/2016
Lakatos, E.M. e Marconi, M. (1986). Metodologia científica. São Paulo: Atlas.
LAKOMY, Ana Maria. Teorias Cognitivas da Aprendizagem. Ediora IBPEX. Curitiba, 2008.
CARMO, Enedina Silva e BOER, Noemi. Aprendizagem e Desenvolvimento na perspectiva interacionista de Piaget, Vygotsky e Wallon. XVI Jornada Nacional de Educação. Centro Universitário Franciscano (UNIFRA). Santa Maria, RS: 2012. Disponível em: http://jne.unifra.br/artigos/4742.pdf
ALVES, Rubem. Filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. 2. ed. São Paulo : Loyola, 2000.

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