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Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de Só-
crates para reflexão: “a vida sem desafios não 
vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande res-
ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, 
e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica 
e profissional, refletindo diretamente em nossa 
vida pessoal e em nossas relações com a socie-
dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente 
e busca por tecnologia, informação e conheci-
mento advindos de profissionais que possuam 
novas habilidades para liderança e sobrevivên-
cia no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino 
a Distância, a proporcionar um ensino de quali-
dade, capaz de formar cidadãos integrantes de 
uma sociedade justa, preparados para o mer-
cado de trabalho, como planejadores e líderes 
atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Reitor: 
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-reitor: 
Prof. Me. Ney Stival
Diretora de Ensino a Distância: 
Profa. Ma. Daniela Ferreira Correa
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Designer Educacional: 
Clovis Ribeiro do Nascimento Junior
Diagramador:
Alan Michel Bariani
Revisão Textual:
Letícia Toniete Izeppe Bisconcim / 
Mariana Tait Romancini Domingos
Produção Audiovisual:
Eudes Wilter Pitta / Heber Acuña 
Berger
Revisão dos Processos de 
Produção: 
Rodrigo Ferreira de Souza
Fotos: 
Shutterstock
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
UNIDADE
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ENSINO A DISTÂNCIA
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 4
NOÇÕES DO DESENHO TÉCNICO ............................................................................................................................ 5
NORMALIZAÇÃO DO DESENHO ................................................................................................................................ 7
ESCALA ...................................................................................................................................................................... 11
APLICAÇÃO PRÁTICA DAS ESCALAS ..................................................................................................................... 14
COTAGEM .................................................................................................................................................................. 15
REPRESENTAÇÕES DO 
DESENHO TÉCNICO
PROF. ME. RENAN AUGUSTO AVANCI 
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ENSINO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Nesta unidade vamos compreender como organizar e confeccionar o desenho técnico, 
pensando nas suas normas. Em especial nas normas da ABNT, que serão melhor explicadas no 
decorrer da exposição do conteúdo.
Figura 1 - Diagramas de con� guração de organização das formas em aglomeração, e respectivo exemplo 
arquitetônico de James Stirling & James Gowan, estudo de casa (1956). Desenho original Hilton Berredo. Fonte: 
CHING (2010).
Apesar da natureza subjetiva da percepção, a visão ainda é o sentido mais im-
portante para reunir informações sobre o mundo. No processo de observação, 
somos capazes de chegar à visão espacial e traçar os contornos dos objetos, regis-
trar superfícies, sentir texturas e explorar o espaço. A natureza tátil e sinestésica 
do desenho, em resposta direta aos fenômenos sensoriais, aprimora o conheci-
mento do presente, expande a memória visual do passado e estimula a imagina-
ção para desenhar o futuro. (CHING, 2010, p.02)
Pontos principais a respeito da ilustração de um objeto por meio de um desenho são 
tratados na parte inicial desta apostila, assim como os parâmetros que regem sua conceituação e 
representação dita como técnica. Portanto, o estudo desta primeira unidade aborda os princípios 
e convenções que gerenciam a con� guração de um desenho que pode ser representado e lido por 
todos. 
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ENSINO A DISTÂNCIA
NOÇÕES DO DESENHO TÉCNICO
Francis Ching (2001, p.1), em seu livro, Representação grá� ca para desenho e projeto, de-
� ne que desenhar é o “processo ou técnica de representação de alguma coisa – um objeto, uma 
cena ou uma ideia – por meio de linhas, em uma superfície”. Do mesmo modo, afere que qual-
quer que seja a forma deste desenho, ele representa o meio no qual organizamos e expressamos 
pensamentos e percepções visuais. Para o autor, na essência de qualquer desenho, existe um arti-
fício interativo entre ver, imaginar e representar imagens. 
A visão, segundo Ching, (2001, p.3), é um dos principais meios do qual tomamos contato 
com as formas que con� guram o mundo. Também é o nosso sentido com alcance mais longínquo 
e no qual nos apoiamos, prioritariamente, para realizarmos as atividades cotidianas. Para o au-
tor, “ver fortalece nossa habilidade de desenhar, enquanto desenhar revigora a visão”. Para além, 
Ching entende que as imagens apreendidas pela visão são processadas, manipuladas e � ltradas 
pela mente em uma constante busca por estrutura e signi� cado. Em outras palavras, considera 
que “a mente cria as imagens que vemos, e estas são as imagens que tentamos representar no 
desenho”. Portanto, desenhar é um processo que estimula a imaginação, enquanto a imaginação 
fornece o ímpeto de desenhar. 
Neste sentido, podemos a� rmar que o desenho é um meio natural de expressão daquilo 
que vemos e imaginamos. De fato, é uma demarcação em um plano que representa gra� camente 
o que enxergamos à frente ou imaginamos mentalmente (CHING, 2001). 
Figura 2 - Processo de desenho. Fonte: CHING (2010).
O entendimento do desenho como uma demarcação grá� ca da visão e da mente estabele-
ce uma linguagem, ou seja, uma linguagem grá� ca. Segundo � omas French (2002), o importan-
te valor atribuído a esta linguagem pode ser observado ao compará-la com as linguagens verbais. 
Para o autor, por exemplo, todas as pessoas que frequentam, ou frequentaram, alguma instituição 
de educação estudam a língua do seu país, e até mesmo de países estrangeiros, e aprendem a ler, 
escrever e falar essa língua com certo grau de habilidade. Embora, para French (2002, p.16), essas 
linguagens verbais sejam sistemas altamente desenvolvidos de comunicação, elas são, de certo 
modo, “inadequadas para descrever o tamanho, a forma e a relação dos objetos sólidos”. Em ou-
tras palavras, o que o autor quer nos expor é que nem sempre conseguimos expressar por meio 
de textos e falas as cenas que vemos ou imaginamos. 
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ENSINO A DISTÂNCIA
Para entendermos melhor, façamos um exercício proposto por French (2002) em seu 
livro, Desenho técnico e tecnologia grá� ca, observe a � gura 3 e tente descrevê-la verbalmente, ou 
seja, busque narrar com palavras o que você observa na � gura de modo que alguém que não a 
tenha visto possa formar uma imagem mental completa, clara e precisa daquilo que está repre-
sentado.
Figura 3 - Pavilhão de Portugal na Exposição de 1998 - Arquiteto Álvaro Siza. Fonte: ARCHIDAILY (2017).
Provável que você tenha encontrado certa di� culdade em descrever verbalmente a ima-
gem. Além disso, ao tentar descrevê-la, você pode ter sentido a necessidade de usar um lápis e um 
papel, e até mesmo de gesticular (que é uma forma não materializada do desenho), para esboçar 
de forma preliminar alguma parte da � gura, em busca de complementar sua descrição verbal. A 
partir desse ponto de vista, podemos considerar que a linguagem falada não con� gura, muitas 
vezes, por si só, um canal de comunicaçãoclaro e preciso de expressão da forma, do tamanho e 
dos componentes daquilo que estamos vendo ou imaginando. É necessária uma linguagem grá-
� ca! É necessário o desenho!
Desta forma, uma vez que o “desenho possa assim considerar-se uma linguagem, e como 
tal deve ter uma gramática, uma ortogra� a e uma caligra� a própria, cujo estudo é necessário a 
quem pretende ler e escrever corretamente essa linguagem” (CUNHA, 2004, p.23), é possível 
distinguir dois tipos de desenho: o Desenho Artístico e o Desenho Técnico. 
Para Cunha (2004), o desenho artístico possibilita uma maior liberdade e subjetividade 
na representação. Segundo ele, dois artistas ao tratarem o mesmo tema podem transmitir a quem 
observa sua ilustração, emoções ou impressões diferentes. Na prática, cada artista se valida de 
conceitos e técnicas particulares para expressarem suas percepções em forma de distintas ima-
gens. Já no desenho técnico, “esta diversidade na representação e na interpretação não é admis-
sível, devendo o mesmo objeto, num determinado tipo de � guração, ser representado sempre da 
mesma maneira” (CUNHA, 2004, p. 24). O desenho técnico deve ser perceptível e sem ambigui-
dades no modo como descreve determinado objeto, devendo essa descrição explicitar com rigor 
a forma e as dimensões daquilo que está sendo representado. Portanto, estamos tratando de um 
desenho tecnicamente sujeito a uma única interpretação, ou seja, de um desenho que é entendido 
universalmente.
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Sendo a agrimensura, as engenharias, e a própria arquitetura exemplos de ciências apli-
cadas à produção, ao gerenciamento e à representação de informações espaciais e matemáticas, o 
desenho técnico é um dos mais importantes ramos de estudo dessas escolas. Para French (2002), 
ele é base de todos os projetos e suas consecutivas fabricações. Para tanto, é preciso que o pro� s-
sional domine sua teoria e composição básica, e ao mesmo tempo � que a par das normas, abre-
viaturas e convenções adotadas. 
NORMALIZAÇÃO DO DESENHO
� omas French (2002, p.17) afere que, em síntese, os desenhos técnicos são “feitos de 
linhas que representam superfícies, bordas e os contornos dos objetos. Símbolos, dimensões e pa-
lavras são acrescentados a estas linhas, fazendo uma descrição completa” daquilo que se pretende 
ilustrar tecnicamente. De modo efetivo, os elementos grá� cos e textuais que compõem o desenho 
técnico con� guram uma linguagem padronizada por meio de normas regulamentadas por cada 
país. No Brasil, a normatização dos códigos que regem o desenho técnico é realizada pela ABNT 
(Associação Brasileira de Normas Técnicas) fundada em 1940. 
A ABNT é uma entidade privada e membro fundador desde 1947 da International Or-
ganization for Standartization (Organização Internacional de Normalização – ISO) que aprova 
normas internacionais das áreas de interesse econômico e técnico. Do mesmo modo, a ABNT 
participa da Comissão Pan-Americana de Normas Técnicas (COPANT), da Associação Mercosul 
de Normalização (AMN) e da Comissão Eletrotécnica Internacional (IEC). 
Ainda que cada país elabore seus próprios códigos com legitimidade em território na-
cional, os mesmos podem ser aprovados pelas demais nações fazendo com que a norma editada 
nacionalmente possa ser reconhecida internacionalmente, compondo assim, a ISO.
Na Tabela 1, indicamos os documentos normativos brasileiros que estão em conformida-
de com a ISO e que controlam a linguagem do desenho técnico em seus mais diversos campos de 
abordagem, dentre eles, o desenho topográ� co.
Tabela 1 - Normas brasileiras que regem o Desenho Técnico. Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE 
NORMAS TÉCNICAS (2017).
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ENSINO A DISTÂNCIA
Como visto, a ABNT estabelece uma norma geral – a NBR 10647 – designada ao desenho 
técnico. Esta normativa de� ne os termos empregados em desenho, bem como sua classi� cação 
quanto ao aspecto geométrico. Neste sentido, a norma estabelece dois tipos de desenhos: o dese-
nho projetivo e o desenho não projetivo. 
O desenho projetivo é resultante de projeções do objeto sobre um ou mais planos. São 
desenhos que visam à demonstração de suas formas e do dimensionamento de suas proporções. 
Estes desenhos compreendem uma representação por meio de “perspectivas” e “vistas ortográ� -
cas” e são utilizados em diversas áreas de concentração das engenharias e da arquitetura conforme 
estudaremos mais adiante. Já o desenho não projetivo nega uma correspondência do objeto por 
meio de sua projeção em uma superfície. São desenhos que compreendem uma larga variedade 
de representações grá� cas como: diagramas, esquemas, � uxogramas, organogramas e grá� cos. 
Nesta perspectiva, nossa � nalidade é o estudo do desenho projetivo e por meio dele apre-
ender os códigos, símbolos e traços que con� guram tecnicamente a representação de um objeto. 
Embora o desenho projetivo englobe diversas áreas de atuação como a mecânica, a civil, a elétri-
ca, a arquitetura, a agrimensura e etc.; utiliza-se nessas distintas áreas os mesmos padrões técni-
cos estabelecidos pelas normas brasileiras. Adiante veremos os principais deles.
Caligra� a técnica
A NBR 8402 é a norma que � xa as exigências para que os componentes textuais sejam 
utilizados em desenhos técnicos. A função desta normativa é estabelecer meios para que a escrita, 
quando necessária no desenho, seja legível, uniforme e se adeque aos processos de reprodução 
grá� ca, como por exemplo, a micro� lmagem. French (2002) considera que embora possa existir 
a representação de um bom desenho, ele pode tornar-se inutilizado, principalmente, quando as 
letras e algarismos que o compõem não forem representados com cuidado, pois números e pala-
vras ilegíveis podem causar erros no entendimento do desenho. 
Para alcançarmos as exigências de legibilidade, com uniformidade e adequação da escri-
ta, a norma estabelece uma tabela de proporções e dimensões dos caracteres.
Apesar desta padronização, o tamanho (altura dos textos), sua posição no desenho e a 
fonte utilizada podem ser elásticos, ou seja, podem adequar-se com cada tipo e � nalidade do 
desenho, no entanto, devem primar pela clareza, segundo Tamashiro (2010). Lembrem-se que o 
texto é apenas um complemento do desenho.
Em síntese, a padronização da caligra� a técnica é determinada pela letra do tipo BAS-
TÃO, podendo ser utilizada no sentido vertical ou inclinado, de preferência maiúsculas, com 
fonte padronizada, tamanho constante e espaçamento adequado entre os algarismos. A tabela 
abaixo exempli� ca a normatização da letra técnica: 
Tabela 2 - Exemplo de algarismo para a escrita técnica. Fonte: NBR 8402.
Pesquise a NBR 8402 e coloca-se a par das características da forma de escrita, 
proporções e dimensionamentos dos símbolos gráficos utilizados na represen-
tação e na leitura do desenho técnico!
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ENSINO A DISTÂNCIA
Tipos de linhas
Em desenho técnico utilizam-se tipos e espessuras de linhas diferentes para cada infor-
mação a ser representada. Quanto ao tipo, as linhas podem ser:
• Contínuas: ______________ 
• Tracejadas: -------------------- 
• Traço e ponto: -.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-
 
Quanto à espessura elas podem ser:
• Largas: 
• Estreitas: __________
A utilização dos tipos de linhas é estabelecida pela NBR 8403. Esta norma brasileira in-
dica 10 tipos de traços e suas respectivas gramaturas. Em síntese, é normativo que para a re-
presentação dos contornos e arestas visíveis do desenho utilizam-se as linhas contínuas e para a 
representação dos contornos e arestas ocultos ao desenho empregam-se as linhas tracejadas. A 
utilização correta dos tipos de linhas no desenho clari� ca seu entendimento. A Tabela 3 apresen-
ta algumas denominações e aplicações gerais. No decorrer da disciplina vamos nos familiarizarmelhor com os signi� cados dessa tabela. 
Tabela 3 - Lista geral de especi� cação do tipo e espessuras das linhas no desenho técnico. Fonte: NBR 8403.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Folhas de desenho
Os desenhos técnicos devem ser apresentados em pranchas, ou seja, em folhas de papel 
devidamente padronizadas pela NBR 10068. Os formatos básicos para as dimensões destas pran-
chas correspondem à regulamentação da série “A”, cujo maior formato é nomeado de A0 (841mm 
x 1189mm) e corresponde a uma área de 1m². Os outros formatos da série (A1, A2, A3, A4, A5 E 
A6) são resultantes das subdivisões do A0 por meio de uma relação matemática onde con� gura 
que o próximo formato será sempre a metade do formato anterior. 
Tabela 4 - Formato das pranchas. Fonte: Modi� cado de NBR10582.
Atenção! As tabelas abaixo indicam as relações dos formatos das pranchas, a con� guração 
de suas margens e a disposição do carimbo e das legendas (informações atribuídas ao desenho).
Tabela 5 - Formato folhas do desenho. Fonte: Tamashiro (2010).
Tabela 6 - Margem folhas do desenho. Fonte: Tamashiro (2010).
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ENSINO A DISTÂNCIA
Tabela 7 - Carimbo e legenda folhas do desenho. Fonte: Tamashiro (2010).
Até o momento, vimos que o desenho é uma demarcação em um plano daquilo que 
enxergamos ou imaginamos. Vimos também que este desenho pode ser representado de for-
ma artística, quando ilustrado com maior liberdade de expressão ou de forma técnica, quando 
con� gurado por meio de normativas e padronizações. Atento à noção de universalidade, os de-
senhos técnicos são regidos por normas, em sua maior parte de abrangência internacional, que 
estabelecem parâmetros de execução e representação. Um destes parâmetros, conforme vimos 
anteriormente, atenta-se às dimensões do papel onde serão reproduzidos os desenhos. Neste 
sentido, a representação dos objetos para que se adequem as dimensões da prancha poderão ter 
seu tamanho ampliado ou reduzido, pois de modo geral, não conseguimos representa-los no pa-
pel de forma correspondente as suas medidas reais, isto é, em verdadeira grandeza. Para ampliar 
ou reduzir um objeto devemos coloca-lo em escala. É sobre esta relação que trataremos a seguir. 
ESCALA
Escala é a relação entre as dimensões do desenho e as dimensões reais do objeto. 
ESCALA = D/R 
ou seja,
1/X = D/R
• D = dimensão do desenho
• R = dimensão real do objeto
• X = escala indicada
A escala é utilizada quando não conseguimos representar um objeto por meio de suas 
medidas verdadeiras. Imaginemos desenhar uma montanha em seu tamanho real, certamente 
este desenho não se adequaria em nenhuma padronização das pranchas técnicas, além de gerar 
uma série de di� culdades relacionadas à sua execução e posterior visualização e entendimento. 
Nesta perspectiva, a redução proporcional das dimensões da montanha idealizaria tecnicamente 
sua representação no papel sem, de fato, modi� car sua forma. Por outro lado, como representar, 
de modo legível, as minúsculas peças que compõem um aparelho celular, por exemplo? Segu-
ramente, a ampliação destas peças sob a folha de desenho expressaria uma maior legibilidade 
daquilo que se está representando. Essas relações proporções estabelecem três tipos de escala: a 
natural, a de redução e a de ampliação. 
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• Escala natural: quando a dimensão do objeto no desenho é igual a sua dimensão real, 
ou seja, o objeto é representado na sua verdadeira grandeza. Escala 1:x onde x=1. Representação: 
1/1 ou 1:1 (lê-se: escala um para um).
• Escala de redução: quando a dimensão do objeto no desenho é menor que a sua dimen-
são real. Escala 1:x onde x>1. Representação exemplo: 1/5 ou 1:5 (lê-se: escala um para cinco) 
– nesta escala as dimensões reais do objeto foram reduzidas cinco vezes.
• Escala de ampliação: quando a dimensão do objeto no desenho é maior que a sua di-
mensão real. Escala 1:x onde x<1. Representação exemplo: 5/1 ou 5:1 (lê-se: escala cinco para 
um) – nesta escala, as dimensões reais do objeto foram ampliadas cinco vezes.
Tabela 8 - Representações dos tipos de escalas. Fonte: NBR8196.
As escalas também podem ser classi� cadas em numéricas ou grá� cas.
• Escala numérica: quando indicamos as escalas por meio de fração. A fração 1:50, por 
exemplo, nos indica que o objeto desenhado foi reduzido 50 vezes. 
• Escala grá� ca: quando indicamos as escalas por meio de uma � gura geométrica. A 
escala grá� ca é uma representação da escala numérica. Essa representação dá-se por uma linha 
fragmentada, como se fosse uma régua graduada pontuando as distâncias. Para construirmos a 
escala grá� ca, é necessário calcular o valor da divisão principal da escala. Por exemplo, a escala 
grá� ca correspondente a escala numérica 1:50, é representada por segmentos iguais de 2cm, pois 
1/50 = 0.02m = 2cm. Isto quer dizer que 2cm no papel equivale a 1m do objeto real. 
Tabela 9 - Classi� cação das escalas. Fonte: NBR8196.
REFLITA
Adotamos diferentes escalas para diferentes tipos de desenhos. No caso do 
desenho topográfico, utilizaremos obviamente as escalas de redução, visto que 
iremos representar grandes superfícies. É importante notar que neste tipo de 
escala, quanto mais reduzimos os desenhos menos aparecem os seus níveis de 
detalhes. 
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Para facilitar o uso das escalas, tanto para a construção do desenho quanto para a legibili-
dade de sua leitura, utilizamos um instrumento chamado “escalímetro” (Fig.03). Este instrumen-
to funciona como uma régua triangular graduada de acordo com as principais escalas de redução 
(1:20 – 1:25 – 1:50 – 1:75 – 1:100 e 1:125). Cada escala terá seus segmentos indicados e expressos 
em metros, ou seja, o segmento de 0 a 1, por exemplo, representa 1 metro do objeto real. Visto 
que 1 metro equivale a 100 centímetros, assim, conseguimos identi� car as demais distâncias en-
tre os segmentos.
Figura 4 - Escalímetro triangular com as escalas de reduções. Fonte: Google Images (2017).
A seguir, dispomos de uma tabela que expressa as relações de cada escala no escalímetro 
com as dimensões reais do objeto em cm (centímetros).
Tabela 10: Relações de escala. Fonte: Tamashiro (2010).
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ENSINO A DISTÂNCIA
APLICAÇÃO PRÁTICA DAS ESCALAS
Exercício 01: Na representação de uma planta topográ� ca desenhada na escala 1:50 (um 
para cinquenta) a dimensão do lado frontal de uma propriedade mede 20cm na folha de desenho. 
Qual é a verdadeira grandeza desta medida, ou seja, qual é a medida real do lado frontal desta 
propriedade? 
Resolução
Utilizar a fórmula: 1/X = D/R 
D = medida do desenho – 20cm
R = medida real – (a saber)
X = escala – 1:50
Exercício 02: Uma propriedade urbana (terreno; lote ou data) mede 15m x 60m. Em uma 
representação na escala 1:75 (uma para setenta e cinco), quais são as medidas desta propriedade 
no desenho e qual dos formatos das folhas de papel (A0, A1,A2,A3,A4) poderíamos utilizar ade-
quadamente para sua representação?
Resolução (parte 1)
Utilizar a fórmula: 1/X = D/R 
D = medida do desenho – (a saber)
R = medida real – 15m 
*transforme para cm – (1500 x 6000cm)
X = escala – 1:75
Resolução (parte 2)
Utilizar a fórmula: 1/X = D/R 
D = medida do desenho – (a saber)
R = medida real – 60m
*transforme para cm – (1500 x 6000cm)
X = escala – 1:75
Resolução (parte 3) – veri� car o formato da prancha
Conforme calculamos anteriormente, as medidas da propriedade na escala 1:75 mede no 
desenho 20 x 80 cm. Portanto, o formato da folha de desenho A1 por medir 594 x 841mm ou 59,4 
x 84,1cm seria a prancha mais adequada para a representação deste desenho. 
Exercício 03: Uma estrada rural está desenhada em um mapa topográ� co com 2cm (cen-
tímetros) de largura, sendo que sua medida real é 25m(metros). Em qual escala essa estrada rural 
está representada no mapa?
Resolução 
Utilizar a fórmula: 1/X = D/R 
D = medida do desenho – 2cm
R = medida real – 25m
*transforme para cm – (250cm)
X = escala – (a saber)
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ENSINO A DISTÂNCIA
Para a aplicação e uso das escalas no desenho topográfico, como em qualquer 
outro desenho técnico, podemos utilizar o instrumento escalímetro que conta 
com a gradação das principais escalas de redução ou por meio do cálculo das 
relações entre as dimensões do desenho e a dimensões reais do objeto a partir 
da fórmula 1/X=D/R. Para alcançarmos os resultados basta substituirmos os 
valores na fórmula. 
COTAGEM
Cotagem é o meio de de� nição e representação das dimensões e posições dos objetos. 
Para Silva et al (2010), a correta representação geométrica de um objeto não é su� ciente para 
sua fabricação ou entendimento. Além da representação da sua forma, é necessário quanti� ca-la, 
isto é, de� nir com exatidão as dimensões e posição dos diferentes elementos que o compõem. 
Segundo a autoria, a representação dessas dimensões requer a aprendizagem de um conjunto de 
regras e princípios que, cumpridos, permitem uma fácil interpretação daquilo que se está repre-
sentando. Neste sentido, a tarefa de cotar pode ser gerida por três aspectos principais tratados por 
Arlindo Silva (2010) e demais autores no livro, Desenho Técnico Moderno:
• elementos da cotagem – componentes grá� cos de representação das medidas do objeto 
no desenho.
• posicionamento da cotagem – inserção das medidas no desenho considerando as fun-
ções do objeto.
• orientação da cotagem – dispor as medidas no desenho de forma a facilitar a leitura e 
interpretação dos objetos cotados.
Trataremos a principio dos elementos da cotagem segundo as de� nições de Silva et al 
(2010). 
• Cotas: são números que designam as medidas lineares ou angulares do objeto. Países 
que adotam o sistema Internacional (SI) de unidades indicam essas medidas em milímetros, 
todavia, para cada desenho projetivo é possível estabelecer uma unidade, desde que, ela seja 
indicada no desenho em campo apropriado. Na representação geral dos projetos da engenharia 
e da arquitetura, utiliza-se normalmente a representação em centímetros ou metros. Quanto à 
unidade das cotas angulares, utiliza-se o grau (°), independentemente da unidade usada nas me-
didas lineares. 
• Linhas de cota: são linhas retas ou curvas paralelas ao desenho de forma a indicar a 
medida correta do objeto. A representação dessas linhas é feita por um traço contínuo (tipo de 
linha) e estreito (espessura da linha). 
• Linhas de chamada: são traços contínuos (tipos de linha) e estreitos (espessura da li-
nha), normalmente, perpendiculares à linha de cota. Essas linhas indicam o posicionamento 
correto das linhas de cota.
• Setas ou � echas: são os símbolos que indicam as terminações da linha de cota. Segundo 
a norma ISO 129.1985 as terminações podem ser por � echas, traços ou pontos:
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Figura 5 - Terminações das linhas de cota. Fonte: Silva (2010, p.118).
Nos desenhos projetivos da Engenharia Mecânica é mais comum, segundo Silva et al 
(2010) o uso das terminações em setas cheias, conforme a representação da primeira linha da 
� gura 4. Já nos desenhos da Engenharia Civil e da Arquitetura se adotam os traços e pontos. 
• Símbolos: são elementos complementares que permitem identi� car diretamente a forma 
de alguns elementos, melhorando a intepretação das medidas no desenho. 
Figura 6 - Símbolos complementares de cotagem. Fonte: Silva (2010, p.119).
Assim, os elementos que de� nem a � guração da cotagem de um desenho são: as cotas, 
as linhas de cotas e suas terminações (setas, traços ou pontos), as linhas de chamada e demais 
símbolos complementares de representação de medidas. A seguir, expomos o conjunto desses 
elementos.
Figura 7 - Elementos da cotagem. Fonte: Silva (2010, p.118).
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O posicionamento da cotagem de acordo com a sua inserção no desenho, também, obe-
dece a um conjunto de normatizações que visam clari� car o entendimento das medidas do objeto 
desenhado. São elas:
• As cotas indicadas no desenho representam, sempre, sua medida real.
• Via de regra, os elementos de cotagem devem ser representados na cor preta, de todo 
modo, a mudança de cor para um melhor entendimento do desenho é válida. Em desenhos pro-
jetivos da engenharia e da arquitetura é possível, por exemplo, representar as cotas e suas linhas 
na cor vermelha. 
• A dimensão dos caracteres das cotas deve ser adequada a sua legibilidade, ou seja, para 
cada escala de desenho as proporções dos números que representam as medidas dos objetos nas 
linhas de cota se modi� cam. Atentar-se para essa proporção na hora do desenho.
• Não se deve omitir nenhuma cota necessária para a de� nição do objeto.
• Devem ser evitados os cruzamentos de linhas de cota entre si ou com outros tipos de 
linhas que � guram o desenho, sobretudo, linhas de chamada ou arestas. 
• As cotas devem ser localizadas preferencialmente fora do contorno dos objetos. As ares-
tas do objeto não � guram linhas de cota. Como dito, essas linhas devem ser paralelas às faces do 
objeto a ser cotado. No entanto, é permitida, por questões de clareza e legibilidade, a cotagem 
passando pelo interior do desenho. 
Figura 8 - Representação errada das linhas de cota. A primeira sobreposta e a segunda con� gurando a 
aresta do desenho como linha de cota. Fonte: Silva (2010, p.119).
• As cotas devem ser localizadas próximas às faces dos objetos a cotar. 
• As cotas devem ser posicionadas sobre o ponto médio da linha de cota.
• Os caracteres da cota não devem � car sobrepostos ou separados com nenhum outro 
detalhe do desenho. Neste caso, é possível deslocar a cota para a esquerda e para a direita. 
Figura 9 - Separação de caracteres em linhas de cota. Fonte: Silva (2010, p. 120).
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• Em um desenho técnico as cotam devem ser sempre expressas com a mesma unidade. 
As unidades não são indicadas nas cotas.
• Quando o espaço entre duas linhas de chamada não é su� ciente para a representação 
do caractere da cota, o mesmo pode ser posicionado abaixo das linhas de cota e ligado à linha 
através de uma linha auxiliar.
Figura 10 - Cotas abaixo da linha de cota. Fonte: Silva (2010, p. 121).
Posto os parâmetros que regem o entendimento dos elementos e do posicionamento das 
cotas no desenho, � nalizaremos com os seus critérios de orientação. “As cotas devem ser orien-
tadas sempre em relação à legenda (carimbo) da folha de desenho, de tal modo que sejam lidas 
em duas direções perpendiculares entre si, a partir do canto inferior direito da folha” (SILVA, et 
al, 2010, p.121).
Figura 11- Orientação da cota na folha de desenho. Fonte: (SILVA, et al, 2010, p.121).
REFLITA
A fundamentação da cotagem no desenho técnico é necessária para o entendi-
mento da forma do objeto, pois é ela que apresenta, de maneira textual, as me-
didas. Arlindo Silva trata no livro, Desenho Técnico Moderno, sobre outros meios 
de expressar as medidas do objeto como: a cotagem em série, a cotagem em 
paralelo, a cotagem por coordenadas, a cotagem de elementos equidistantes e 
a cotagem de elementos repetidos. Todos estes meios de inserção das medidas 
de um objeto no desenho são facilitadores para o seu entendimento correto e 
real. 
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Nesta parte inicial da disciplina vimos que um desenho é a representação de um objeto 
sobre uma superfície. A representação técnica deste desenho, de� nida por meio de uma lingua-
gem grá� ca, é de extrema importância, uma vez que é dotada de informações precisas e necessá-
rias para a execução e leitura daquiloque está sendo representado. Para tanto, utiliza-se de uma 
série de parâmetros, padronizações e normativas para a sua execução. 
Para Ching (2001, p.111), “um problema fundamental no desenho é como representar 
aspectos da realidade tridimensional em superfícies com apenas duas dimensões”. Em outras 
palavras, como representar objetos de várias faces em uma folha de papel ou em uma tela de com-
putador, por exemplo. Para que isso ocorra, a expressão grá� ca categorizou os modos de repre-
sentação do objeto em uma superfície através de distintos tipos de sistemas de desenho (CHING, 
2001). É sobre a conceituação e aplicação destes sistemas que veremos adiante.
UNIDADE
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SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 21
SISTEMAS DE DESENHO ........................................................................................................................................ 22
PROJEÇÃO ORTOGONAL ......................................................................................................................................... 24
SÍNTESE DAS PROJEÇÕES ..................................................................................................................................... 38
REPRESENTAÇÕES DOS 
SISTEMAS DE DESENHO
PROF. ME. RENAN AUGUSTO AVANCI 
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INTRODUÇÃO
Nesta unidade, vamos compreender como representar � elmente o desenho técnico, le-
vando em consideração as normas e as diferentes maneiras de confeccionar um desenho técnico.
Figura 12 - Esquema perspectivo de um desenho projetivo, representações axonométricas. Fonte: Tose 
(2017).
Aprender a desenhar é realmente uma questão de aprender a ver – a ver correta-
mente – e isso signi� ca muito mais que simplesmente olhar com os olhos. O tipo 
de ‘visão’ a que me re� ro é uma observação que utilize tanto dos cinco sentidos 
quanto seja possível chegar aos olhos de uma só vez. (CHING, 2001, p. 13).
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SISTEMAS DE DESENHO
Os sistemas de desenho apresentam meios particulares de pensar e representar objetos, 
ou qualquer que seja aquilo que vemos ou imaginamos em pensamento. Cada sistema será dota-
do de características que exploram como resultado, as informações que desejamos ocultar ou as 
informações que, de fato, queremos revelar. Portanto, ao selecionarmos um sistema de desenho 
em lugar de outro estamos decidindo a forma mais adequada para expressar os aspectos relevan-
tes do objeto ou do ambiente físico que escolhemos representar.
A construção, o entendimento e a aplicação desses sistemas exploram a noção de um 
espaço tridimensional, ou seja, de um espaço que é de� nido em três dimensões (altura, largura 
e profundidade). O objetivo de trabalhar esse espaço “é posicionar pontos, determinar compri-
mento e direção das retas e descrever o formato e a extensão de planos” (CHING, 2001, p.113). 
Neste sentido, os sistemas de desenho englobam coordenadas cartesianas e princípios da geome-
tria descritiva.
Na verdade, a classi� cação dos diferentes tipos de sistemas de desenho é de� nida segun-
do o método de projeção. De acordo com Ching (2001, p.113), “a projeção refere-se ao processo 
ou técnica de representação de um objeto tridimensional, realizada pela extensão de todos seus 
pontos em linhas retas, chamadas linhas de projeção, em um plano de desenho”. 
Figura 13 - Projeção de uma � gura. Fonte: Ching (2010, p.114).
Existem três métodos principais de projeção:
• Projeção ortogonal: quando as linhas projetadas do objeto são paralelas umas às outras 
e perpendiculares ao plano de desenho.
Figura 14 - Projeção ortogonal. Fonte: Ching (2010, p.114)
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• Projeção oblíqua: quando as linhas projetadas são paralelas umas às outras, mas oblí-
quas em relação ao plano de desenho.
Figura 15 - Projeção oblíqua. Fonte: Ching (2010, p.114)
• Projeção em perspectiva: quando as linhas projetadas no plano de desenho convergem 
a um ponto. 
Figura 16 - Projeção em perspectiva. Fonte: Ching (2010, p.114)
Em função de um critério de semelhanças, esses métodos de projeção con� guram outras 
categorias de sistemas pictóricos que dão origem aos desenhos de vistas múltiplas, os desenhos 
de vistas paralelas e os desenhos em perspectivas. Os desenhos de vistas múltiplas representam 
um objeto tridimensional por meio de uma série de vistas bidimensionais distintas. Por sua vez, 
essas vistas representam uma única face do objeto na imagem. Por outro lado, tanto os desenhos 
de vistas paralelas, quanto os desenhos em perspectiva representam no plano mais do que uma 
face da estrutura tridimensional (CHING, 2001, p.114). 
Atenção! Para entendermos melhor, apresentamos a seguir uma sistematização dos 
métodos de projeções e seus respectivos sistemas de desenho.
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1. PROJEÇÃO ORTOGONAL
• Desenhos de vistas múltiplas 
- PLANTA / CORTE / ELEVAÇÃO: superfícies planas de uma forma retangular, cujas 
vistas são paralelas ao plano de desenho. 
• Desenhos de vistas paralelas
- ISOMÉTRICA: os três eixos principais fazem ângulos iguais com o plano de desenho
- DIMÉTRICA: dois dos três eixos principais fazem ângulos iguais com o plano de dese-
nho
- TRIMÉTRICA: os três eixos principais fazem ângulos diferentes com o plano de dese-
nho.
2. PROJEÇÃO OBLÍQUA
• Desenhos de vistas paralelas
- CAVALEIRA: a face mais importante do objeto é projetada paralela ao plano de dese-
nho, sendo as outras faces projetadas de forma oblíqua.
3. PROJEÇÃO EM PERSPECTIVA
• Desenhos em perspectiva
- PERSPECTIVA COM UM PONTO DE FUGA
- PERSPECTIVA COM DOIS PONTOS DE FUGA
- PERSPECTIVA COM TRÊS PONTOS DE FUGA
Como visto, os sistemas de projeções e seus respectivos desdobramentos resultam em 
desenhos de vistas múltiplas, de vistas paralelas ou em perspectivas com pontos de fuga, e assim, 
demonstram um conjunto de possibilidades de representação do objeto por parte do pro� ssional. 
A função de cada sistema e o resultado � nal de sua execução tornam-se os motivos fundamen-
tais para a sua escolha, pois cada um de� ne uma relação única entre o objeto representado e sua 
leitura, além de demonstrar diferentes aspectos e características dos mesmos. Como apontado 
por Ching (2001, p.114), ”nenhum sistema é superior aos demais; cada um tem características 
pictóricas inerentes que in� uenciam o modo de pensar sobre o que vamos ilustrar e o que outros 
vão ler nisto”.
A partir daqui, trataremos nessa unidade sobre os principais sistemas de projeções e suas 
fundamentais características na con� guração do desenho técnico. A começar pela projeção orto-
gonal e posteriormente pelas projeções oblíquas. 
PROJEÇÃO ORTOGONAL
Para French (2002, p151), a projeção ortogonal é “o método de representar a forma exata 
de um objeto por meio de duas ou mais projeções do objeto sobre planos que, em geral, estão em 
ângulo reto entre si, baixando-se perpendiculares do objeto ao plano”. O resultado da projeção 
compreende os desenhos de vistas múltiplas, mais conhecidos como “plantas, elevações e cor-
tes”. Cada um deles, segundo Ching (2010), é a projeção ortogonal de um aspecto particular dos 
objetos ou construções. 
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Algumas características dos métodos de projeção são fundamentais nas representações 
dos desenhos. Uma delas é a de que, se o objeto a ser representado for paralelo ao plano de de-
senho, a representação do mesmo mantém-se verdadeira em tamanho, formato e con� guração. 
Podemos a� rmar que toda superfície paralela a um plano de projeção se projeta na sua formae na sua verdadeira grandeza. Para Ching (2001, p.123), isso mostra a principal vantagem dos 
desenhos de vistas múltiplas: “a possibilidade de posicionar pontos de modo preciso, estimar o 
comprimento e a inclinação das retas, e descrever o formato e a extensão dos planos”. Por outro 
lado, quando o objeto não estiver paralelo ao plano de projeção, ou seja, estiver posicionado de 
modo perpendicular ao plano de desenho, sua representação equivale a uma reta.
Figura 17 - Projeção paralela de uma � gura. Fonte: Silva (2010, p.44).
A imagem mostra um polígono de lados (A, B, C e D). Este objeto (polígono) está para-
lelo ao plano de projeção (X). Para projetá-lo no plano prolongam-se, por meio de linhas pro-
jetantes perpendiculares ao plano, seus pontos de intersecção. O resultado dessa projeção será o 
desenho de um polígono em verdadeira grandeza, ou seja, com sua dimensão real de distâncias, 
ângulos e áreas.
Figura 18 - Projeção perpendicular de uma � gura. Fonte: o autor.
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Observem agora essa outra imagem. O objeto mostrado, um retângulo, não está paralelo 
ao plano de projeção, pelo contrário, encontra-se perpendicular a folha de desenho. Neste sen-
tido a projeção de sua forma no plano resultará em uma reta e não em um retângulo. Para que 
isso ocorra é necessário projetar o objeto em outro plano de projeção, um plano lateral. Portanto, 
como mostrado nas � guras 15 e 16, para a construção de uma projeção ortogonal, desenhamos 
linhas de projeção, também chamadas de linhas projetantes, desde os vários pontos do objeto, e 
que incidem perpendicularmente no plano do desenho, segundo Ching (2001). A imagem resul-
tante refere-se ao que chamamos de vista ortogonal. 
Em síntese, a identi� cação de apenas uma vista não é su� ciente para a representação 
completa de um objeto tridimensional, sendo necessário, na maioria dos casos, o emprego de 
outras vistas. Por certo, um conjunto de faces ortogonais que descrevam as várias dimensões do 
objeto a ser representado. Este fato � ca evidente, quando entendemos o sistema de projeção or-
togonal dos objetos representados na � gura 17. Notem que, o resultado das projeções do círculo, 
do cilindro e da esfera no plano de desenho vertical, con� guram as mesmas � guras, não havendo 
distinções entre elas. Como reconhecer, portanto, a forma do objeto a partir de suas vistas? 
Neste sentido, para uma maior clareza de entendimento da tridimensionalidade do obje-
to e reconhecimento do seu formato, utilizam-se outras vistas de representação. Observem agora 
a projeção destes mesmos objetos nos planos de desenho horizontal e percebam que o resultado 
das projeções ilustra para cada objeto, uma � gura diferente. 
Figura 19 - Projeção de um círculo, um cilindro, uma esfera sobre um plano vertical e horizontal. Fonte: 
(SILVA et al, 2010, p.49).
Na verdade, o número de vistas ortogonais que são necessários para a representação com-
pleta de um objeto é de� nida de acordo com sua geometria e complexidade. Em caso de objetos 
simétricos, por exemplo, nem sempre existe a necessidade de representar duas de suas vistas la-
terais, uma vez que uma corresponde a outra e, assim, apresentam a mesma informação. De todo 
modo, ao menos a de� nição de três vistas associadas é necessário para a representação clara de 
um objeto. 
Na � gura 19, o círculo, o cilindro e a esfera foram projetadas em dois planos; o plano 
horizontal e o plano vertical (frontal). Esta projeção de� niu duas vistas ortogonais, nas quais, 
podemos chamar de vista superior quando de� nida pelo plano horizontal e de vista frontal ou 
principal quando dada pela projeção no plano vertical. Para a representação de uma terceira vista 
seria necessário a adição de um novo plano de projeção, neste caso, o plano lateral ou plano de 
per� l. Assim de� nimos que:
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Figura 20 - Projeção de um objeto em três planos de representação. Fonte: Silva (2010, p.51).
• Plano horizontal: é um plano de desenho horizontal, no qual a planta (parte interna do 
objeto) ou a vista superior é projetada ortogonalmente.
• Plano frontal: é um plano de desenho vertical, no qual, a vista principal é projetada 
ortogonalmente.
• Plano lateral /per� l: é um plano de desenho, no qual um lado do objeto é projetado 
ortogonalmente.
A representação dessas três ou mais vistas, seguem as de� nições do rebatimento das pro-
jeções nos chamados diedros, nos quais, de� nem-se como a união de dois semiplanos perpendi-
culares entre si. Metaforicamente, os diedros representam a imagem de um livro aberto, estando 
uma de suas partes a 90°. 
Figura 21 - Representação das projeções de um objeto no 1° e 3° diedro. Fonte: o autor.
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O posicionamento dos objetos nos diedros con� gura o modo de representação de suas 
vistas ortogonais. O sistema de projeção no 1° Diedro é nomeado como método alemão ou euro-
peu, sendo o mesmo método adotado pelo Brasil. Neste diedro o objeto está entre o observador 
e o plano de projeção. Já no 3° diedro, o plano de projeção se situa entre o objeto e o observador. 
Esse método é conhecido como americano e, portanto, utilizado pelos EUA na representação das 
vistas ortográ� cas dos seus objetos. A seguir, expomos um sólido geométrico qualquer com a 
representação de suas três vistas ortogonais no 1° diedro.
Figura 22 - Vistas ortogonais de um sólido geométrico. Fonte: Gomes (2011).
Na construção das vistas ortográ� cas, os contornos e arestas visíveis do objeto a represen-
tar são desenhados com linhas contínuas, podendo ser estreitas ou largas. A de� nição da espes-
sura destas linhas se dá pela relação de proximidade do objeto com o observador. Neste sentido, 
partes do objeto que estão mais próximas ao observador são representadas com linhas largas, já 
as partes afastadas do observador são desenhadas com linhas mais estreitas. Quanto às arestas 
e contornos que não podem ser vistas pelo observador, uma vez que se encontram ocultas por 
partes do objeto posicionadas à frente, são desenhadas por linhas tracejadas. 
Os desenhos a seguir correspondem à representação de sólidos geométricos e seus res-
pectivos conjuntos de vistas ortográ� cas. Observem o posicionamento de cada vista, bem como 
os tipos e espessuras de linhas aplicadas no desenho. 
REFLITA
A definição da escolha da vista frontal de um objeto é fundamental, pois é ela 
que irá definir a posição das demais. Para esta definição, deve se escolher a vis-
ta que mostrar a forma mais característica do objeto ou a que indicar a função 
ou posição de trabalho deste objeto. Se estes critérios não definirem a vista 
principal, deve-se escolher a face do objeto que apresentar maior dimensão. 
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Tabela 11 - Quadro de vistas ortográ� cas com contornos visíveis. Fonte: Cataplan (2015, p. 29 e 30).
• Contornos visíveis: as arestas da isométrica são representadas com linhas contínuas.
• Vista frontal – lateral e superior
Atenção! Procure identi� car as respectivas vistas ortogonais das isométricas
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Tabela 12 - Quadro de vistas ortográ� cas com contornos não visíveis: Fonte: Cataplan (2015, p. 29 e 30).
• Contornos não visíveis: as arestas da isométrica são representadas com linhas traceja-
das.
• Vista frontal – lateral e superior
Atenção! Procure identi� car as respectivas vistas ortogonais das isométricas
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Dentro do sistema de projeções ortogonais, além dos desenhos em vistas múltiplas - con-
forme veremos mais detalhadamente na unidade seguinte - con� guram-se também os desenhos 
em vistas de linhas paralelas, mais conhecidos como projeçõesaxonométricas. Teoricamente, 
segundo French (2002, p.313), a projeção axonométrica “é uma projeção ortográ� ca na qual se 
utiliza somente um plano, sendo o objeto colocado de modo a mostrar três faces”. As diferentes 
orientações destas faces é que distingue uma axonometria da outra. Essas distinções são classi� -
cadas em perspectivas isométricas, dimétricas e trimétricas. 
Ching (2001, p.173) aponta que, devido a sua natureza pictórica e facilidade de constru-
ção, as projeções axonométricas são apropriadas para visualizar uma ideia em três dimensões, no 
inicio do processo de projetação. Elas são capazes de ilustrar padrões e composições do espaço 
tridimensional. “Podem ser cortadas ou se tornar transparentes, para que se veja seu interior, 
através de suas partes, ou ser expandidas, para ilustrar relações espaciais entre as partes do todo”. 
• Perspectiva isométrica
Uma perspectiva isométrica é a projeção de um objeto tridimensional inclinado em um 
plano do desenho, de tal modo que os seus três eixos principais produzem entre si ângulos de 
120°. Neste sentido, podemos dizer que o sistema isométrico con� gura-se a partir de três semir-
retas que possuem o mesmo ponto de origem. Essas semirretas são nomeadas como eixos isomé-
tricos e con� guram a partir do seu paralelismo as chamadas linhas isométricas. Ao se estabelecer 
um eixo isométrico na vertical, os outros formarão ângulos de 30° em relação a horizontal na 
superfície do terreno. 
Figura 23 - Representação isométrica. Fonte: Google Images (2017).
Como forma de entendermos melhor o conceito e a representação deste sistema de dese-
nho, acompanharemos nas próximas páginas a construção, em fases, do processo de con� gura-
ção de uma perspectiva isométrica. 
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Tabela 13 - Tabela explicativa de construção da isométrica de um prisma regular. Fonte: o autor.
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Tabela 14 - Tabela explicativa de construção da isométrica de um prisma com rebaixo. Fonte: o autor.
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Tabela 15 - Tabela explicativa de construção da isométrica de um prisma oblíquo. Fonte: autor.
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• Perspectiva dimétrica e trimétrica
Tanto a perspectiva dimétrica quanto a trimétrica, assim como a isométrica, são proje-
ções de um objeto tridimensional inclinado no plano do desenho, no entanto, nas duas primeiras 
não mais de modo que se con� gurem três ângulos iguais. Na perspectiva dimétrica, por exemplo, 
as medidas de dois eixos isométricos são demarcadas em verdadeira grandeza, sendo o outro 
reduzido à metade. Considera-se perspectiva dimétrica simples aquela cujas razões são de 1 para 
1 para ½. Nesta posição, os ângulos são de aproximadamente 7° e 42°. Segundo French (2002, 
p.322), o método dimétrico é raramente usado devido sua complexidade em se construir circun-
ferências. 
Já na perspectiva trimétrica os três eixos con� guram ângulos diferentes, ou seja, as arestas 
principais são reduzidas em diferentes graus, portanto, desenhadas com diferentes tamanhos, se-
gundo Ching (2001). Dentro deste panorama das perspectivas axonométricas, as mais utilizadas 
são de fato, as isométricas por serem de fácil e rápida construção conforme vimos nos exemplos 
das tabelas anteriores. 
Figura 24 - Representações das perspectivas trimétrica, dimétrica e isométrica respectivamente. Fonte: 
Tamashiro (2010, p.150).
Projeção oblíqua
Quando as linhas projetantes fazem um ângulo diferente de 90° com o plano do desenho, 
o resultado da projeção é denominado de perspectiva oblíqua, segundo French (2002). Neste 
sentido, os eixos que se projetam neste plano não são perpendiculares, como visto nas projeções 
ortogonais, e sim oblíquas em relação ao plano do quadro. Na projeção oblíqua, portanto, a face 
paralela ao plano de projeção é con� gurada em verdadeira grandeza, isto é, apresentam-se a vista 
frontal (principal) do objeto em seu tamanho e forma real. As demais vistas sofrem deformações 
a partir dos ângulos estabelecidos.
• Perspectiva cavaleira
Concede-se o nome de perspectiva cavaleira ao tipo particular e mais usado de projeção 
oblíqua na qual as linhas projetantes fazem um ângulo de 45° com o plano de projeção, segundo 
French (2002). Na verdade, a inclinação deste ângulo pode assumir outros valores, sendo 30° e 
60° os mais usados. 
Etimologicamente, o vocábulo axonométrica combina os conceitos de ‘eixo’ 
(“axono”) e ‘medida’ (“métrica”), do que resultaria seu significado, ou seja, ‘medida 
de eixos’. Este termo é normalmente utilizado para descrever linhas paralelas. 
De forma estrita, entretanto, a projeção axonométrica é a forma de projeção 
ortogonal na qual as linhas de projeção são paralelas umas às outras e perpen-
diculares ao plano de projeção. A diferença entre desenhos de vistas múltiplas 
ortogonais e uma vista axonométrica única é simplesmente a orientação do 
objeto no plano do desenho, segundo Ching (2001, p.178). 
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As faces resultantes destes ângulos apresentam deformações, enquanto, a face paralela 
ao plano do desenho permanece em verdadeira grandeza. A razão entre o comprimento do seg-
mento deformado e o comprimento do segmento real do objeto é denominada de coe� ciente de 
deformação (k). 
Figura 25 - Perspectivas cavaleiras. Fonte: Tamashiro (2010, p.159).
Tabela 16 - Fatores de redução perspectiva cavaleira. Fonte: o autor.
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Tabela 17 - Tabela explicativa de construção da perspectiva cavaleira de um cubo. Fonte: o autor.
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SÍNTESE DAS PROJEÇÕES
A teoria das projeções aborda a representação de um objeto tridimensional sobre um 
plano bidimensional. As técnicas utilizadas, bem como, a escolha do tipo de projeção, revelam 
a melhor maneira de se representar esse objeto a partir de um objetivo especí� co do desenho. 
Nas perspectivas axonométricas e oblíquas, por exemplo, o objeto é representado como aparece 
aos nossos olhos, sendo objetivo de uma técnica que fornece tanto quanto possível um resultado 
idêntico ao que é obtido pelo observador na realidade. A perspectiva é, portanto, uma represen-
tação grá� ca de importante conveniência para a visão espacial de qualquer objeto por meio do 
entendimento imediato de sua forma. Embora seja um tipo de projeção que facilite a leitura e 
interpretação do objeto, nem sempre é um desenho de fácil realização (SILVA, et al, 2010).
Figura 26 - Representação das projeções em perspectiva e ortográ� cas. Fonte: Ingrum (2017).
Já na projeção ortográ� ca, o objeto é mostrado a partir de duas ou mais vistas revelando, 
de certo modo, suas dimensões e seu formato. A ideia de entendimento dos aspectos formais 
do objeto a partir deste tipo de projeção requer uma visão espacial mais apurada do observador 
uma vez que, o modelo é representado em partes e sem o segmento que transmite sua ideia de 
profundidade. De todo modo, é o tipo de projeção onde o objeto no desenho não recebe defor-
mações e assim, tornam-se peças grá� cas fundamentais no entendimento para a materialização 
dos objetos, sejam eles edifícios, mobiliários, peças, máquinas etc. 
Abaixo apresentamos um quadro síntese dos sistemas de desenho a partir das projeções 
do objeto em um plano. 
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Tabela 18 - Síntese do sistema de projeções apreendidos na unidade 2. Fonte: Silva (2010, p. 96).
UNIDADE
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SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................41
PLANTAS .................................................................................................................................................................. 42
REPRESENTAÇÕES DOS DESENHOS 
DE VISTAS MÚLTIPLAS: PLANTAS
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INTRODUÇÃO
Nesta unidade, vamos compreender como conceber o desenho técnico, de diversos refe-
renciais, em plantas.
Uma qualidade necessária para ler plantas baixas é a habilidade de poder dis-
tinguir entre matéria sólida e espaço vazio, e discernir, de modo preciso, onde a 
massa encontra o espaço. Portanto, é importante enfatizar de maneira grá� ca, o 
que está sendo cortado na planta baixa, e diferenciar o material cortado daquilo 
que vemos no espaço abaixo do plano de corte. Com a � nalidade de expressar a 
sensação da dimensão vertical e a existência do volume espacial, devemos utili-
zar uma hierarquia de pesos de linhas ou uma gama de tonalidades. A técnica a 
utilizar depende da escala da planta baixa, do instrumental de desenho e do grau 
de contraste requerido entre matéria sólida e vazio espacial. (CHING, 2001, p. 
135).
Figura 27 - Representação perspectivada dos desenhos projetivos. Fonte: Dejtiar (2017).
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PLANTAS
Segundo Ching (2001), a planta é uma projeção ortogonal em um plano de desenho ho-
rizontal. De modo especí� co, ela representa em escala, uma vista de um objeto, um edifício ou 
uma cena, quando mostrado de cima. Neste sentido, todos os planos que se encontram paralelos 
ao plano de desenho preservam sua escala real de tamanho, formato e proporções. Deste modo, a 
planta não deixa de ser uma vista ortogonal superior do modelo a ser representado.
A vantagem da representação dos objetos em planta é que elas amenizam a complexidade 
tridimensional dos mesmos. A resposta para essa atenuação é um desenho do modelo voltado 
para os seus aspectos horizontais de representação. Portanto, nesta perspectiva, as plantas ilus-
tram somente a largura e o comprimento dos objetos, e em tese não representam sua altura. 
Como apontado por Ching (2001, p.134), A “ênfase na horizontal é tanto uma limitação da planta 
quanto sua força”. 
Inserida na maioria dos processos de representação de modelos a serem fabricados, a 
planta exige particularidades de construção e de leitura. Seu entendimento é parte essencial na 
materialização de um produto, independente do seu tamanho, complexidade e escala. 
Figura 28 - Esquema do conceito de planta. Fonte: Ching (2010, p.134).
Como parte das peças grá� cas dos desenhos projetivos de edi� cações é possível estabele-
cer ao menos três tipos fundamentais de plantas conforme classi� cação abaixo:
1. Planta baixa
2. Planta de situação / locação ou implantação
3. Planta de cobertura
A princípio iremos tratar dos conceitos, convenções, desenho e leitura da planta baixa.
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• Planta baixa
A planta baixa é o resultado da representação superior de uma edi� cação seccionada 
horizontalmente na altura de 1.50m. Portanto, é um desenho que representa um edifício sendo 
visualizado interiormente por meio de um plano que o intercepta. A incisão horizontal na edi-
� cação estabelece duas partes: a parte superior do plano cortado e a parte inferior. Nesta pers-
pectiva, a planta baixa é o desenho da projeção ortogonal da porção inferior do plano de corte.
Figura 29 - Plano de corte planta baixa. Fonte: Montenegro (2001, p.52).
Figura 30 - esquema de corte e representação da planta baixa. Fonte: Montenegro (2001, p.52)
Como demonstrado no esquema anterior, o desenho da planta baixa é uma possibilidade 
de observar e entender a con� guração interna de uma edi� cação. Este fato constrói uma face 
do objeto que de outro modo não seria possível visualizar. Para Ching (2001), as plantas são 
essencialmente construções abstratas que ilustram um ponto de vista aéreo no qual raramente 
conseguimos observar, exceto mentalmente. Para o autor, uma característica fundamental para o 
entendimento da planta é a habilidade em conseguir visualizar a distinção entre a matéria sólida e 
o espaço vazio, ou seja, poder distinguir os elementos cortados e, do mesmo modo, os elementos 
que não sofreram intercepção, mas permanecem na construção do desenho. Em vista disso, o de-
senho técnico possui a função de enfatizar de maneira grá� ca o que está sendo cortado na planta, 
e diferenciar esse elemento daquilo que vemos con� gurado abaixo do plano de corte. 
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O desenho a seguir ilustra exatamente a planta baixa do edifício representado pelas � gu-
ras 26 e 27. A partir dele, iremos explorar os elementos que con� guram o desenho de uma planta 
baixa e sua representação técnica.
Figura 31 - Planta baixa. Fonte: Montenegro (2001, p.54).
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De modo geral, abaixo dos elementos do plano de corte representa-se o piso e o mobili-
ário e acima deste plano, as projeções da cobertura e demais elementos que sejam pertinentes ao 
entendimento da planta baixa.
Trataremos adiante da representação técnica dos elementos seccionados pelo plano de 
corte horizontal resultante do desenho da planta baixa, a começar pela representação das paredes.
• Paredes: são representadas no desenho técnico de edi� cações por duas linhas parale-
las, largas e contínuas. Estas linhas podem apresentar-se retas, curvas e oblíquas, pois, depen-
dem da con� guração do desenho da parede. Quanto à espessura, utilizam-se linhas largas para 
representar paredes que foram cortadas e que estão mais perto do observador; e linhas estreitas 
para paredes que não receberam intersecção pelo plano de corte, mas estão posicionadas abai-
xo deste plano e acima do solo. Já quanto à con� guração do tipo destas linhas, empregam-se as 
linhas contínuas pelo fato que elas representam arestas e contornos visíveis no desenho. A dis-
tância entre elas obedece, de forma geral, 15cm para ilustrar paredes de alvenaria. Essa dimensão 
pode variar de acordo com a escolha do material de construção da parede. 
A representação interna das linhas paralelas que representam as paredes pode receber 
hachuras com o objetivo de contrastar com o âmbito espacial do plano do piso. Ching (2001) 
afere que, é comum escurecer elementos cortados em plantas de pequena escala, para dar-lhes 
destaque. 
Figura 32 - Representação de paredes e planta baixa. Fonte: o autor.
• Portas: A princípio, uma planta baixa não caracteriza gra� camente a aparência total de 
uma porta. Neste tipo de desenho, é possível compreendê-lo partir do seu sistema de abertura, 
sua posição nas paredes e sua largura. Para que se tenha uma informação global deste elemento é 
necessário o complemento de outros desenhos, como cortes e elevações conforme veremos mais 
adiante. 
Em síntese, representam-se quatro elementos da porta em uma planta baixa, a saber: a 
folha, o batente, a guarnição/vista e a soleira.
REFLITA
Lembre-se que o desenho projetivo de edificações é um tipo de desenho técni-
co e deve seguir o máximo possível a normalização apresentada pelas normas 
e convenções técnicas. Estas normas foram esclarecidas na unidade 01 deste 
material. 
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Figura 33 - Esquema de representação das partes que con� guram uma porta. Fonte: o autor.
Tabela 19 - Elementos de composição das portas. Fonte: o autor.
A representação dos elementos expostos anteriormente pode acontecer de forma simpli-
� cada ou de forma mais detalhada. Este fato se dá de acordo com a escala que se está desenhando 
a planta baixa. Escalas grandes como 1,75, 1:100, 1:125 por diante, não con� guram muitos de-
talhes na sua representação,uma vez que, reduzem signi� cativamente o tamanho real do objeto. 
Neste sentido, alguns detalhes dos componentes a serem representados � cam suprimidos. No 
caso do desenho das portas, geralmente não se representa os batentes e as vistas. Por outro lado, a 
representação destes elementos pode acontecer quando utilizado em escalas menores como 1:50, 
1:25, 1:20 e 1,10, neste caso, os detalhes � cam mais aparente, pois, o objeto foi reduzido poucas 
vezes. Abaixo expomos a representação em planta baixa de uma porta expressa de forma simpli-
� cada e outra com uma forma mais detalhada.
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Figura 34 - Representação de portas em planta baixa. Fonte: o autor.
Tabela 20 - Representação das portas em planta baixa. Fonte: Autor.
Os tipos de portas são classi� cados de acordo com o seu sistema de abertura. Cada sis-
tema, por sua vez, possui uma representação, principalmente em relação às linhas que denotam 
o sentido de abrimento. 
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Tabela 21 - Representação das portas em planta baixa de acordo o seu sistema de abertura. Fonte: o autor.
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A partir do esquema abaixo, é possível entender melhor as partes que compõem o dese-
nho das portas e que, de fato, são representadas na planta baixa em equivalência com a legibili-
dade da escala do desenho.
• 01 Batente
• 02 Guarnição
• 03 Soleira
• 04 Parede
• 05 Piso
Figura 35 - Esquema axonométrico das partes que compõem o desenho das portas. Fonte: Tamashiro 
(2010, p.181).
• Janelas: Do mesmo modo que as portas, as janelas na planta baixa também não estabe-
lecem uma representação grá� ca total do seu tamanho e proporção. São esquadrias que depen-
dem de outros desenhos, principalmente os que representam as dimensões verticais da edi� ca-
ção. As partes que con� guram a representação de uma janela são: batente, montante, peitoril / 
pingadeira e vedação (vidro).
Figura 36 - Esquema de representação das partes que con� guram uma janela: Fonte: Tamashiro (2010, p. 
181).
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Tabela 22 - Elementos de composição das janelas: Fonte: Autor
Diferentemente do desenho da porta, a representação da janela em planta baixa, em sua 
maioria, não se dá pelo seu sistema de abertura. Enquanto ilustra-se a porta sempre “aberta” na 
representação em planta, a janela con� gura-se praticamente por meio de um desenho padrão 
onde se representa as linhas do peitoril e a secção da vedação (vidro). No entanto, assim como na 
representação das portas, as janelas também se con� guram no desenho de acordo com a escala. 
Quanto maior a escala, menos detalhes tornam-se visíveis, quanto menor a escala, mais detalhes 
são percebidos. As imagens a seguir representam o desenho de uma janela em planta con� gurado 
de forma simpli� cada e outro, concebido de forma mais detalhada. 
Figura 37 - Representação de janelas simpli� cada e mais detalhada no desenho da planta baixa. Fonte: o 
autor.
Por sua vez, o posicionamento da esquadria (janela) em relação à parede também é ou-
tro determinante na leitura do desenho técnico. São elementos que podem alinhar-se pela face 
interna ou externa da parede, pelo meio ou por fora da parede conforme representações abaixo.
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Figura 38 - Posição das esquadrias em relação à parede. Fonte: Tamashiro (2010, p. 181).
A representação dos sistemas de abertura das janelas se dá pelos seus desenhos em ele-
vação, ou seja, pelos desenhos que imprimem uma vista ortogonal frontal do elemento a ser 
representado. A tabela seguinte mostra os diferentes tipos de abertura das esquadrias e suas re-
presentações em elevações e cortes / per� s.
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Tabela 23 - Representação das janelas de acordo com os seus sistemas de abertura. Fonte: Tamashiro (2010, 
p. 182).
Em síntese, de� nimos nesta unidade que, a planta baixa de uma edi� cação con� gura-se a 
partir do desenho de suas vedações (paredes) e dos seus sistemas de abertura (portas e janelas). 
Neste sentido, a sequência de representação destes elementos será organizada nas próximas pági-
nas como forma de demonstrar as etapas de sua materialização. 
Por questões de convenção, somente a representação das portas em planta 
baixa são indicadas pelos seus sistemas de abertura. As janelas, em geral, são 
sempre desenhadas fechadas.
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Figura 39 - Planta baixa exemplo. Fonte: Montenegro (2001, p.79).
1° ETAPA
- De� nir a escala de representação do desenho.
- Marcar o contorno externo do projeto da edi� cação.
- Desenhar a espessura das paredes externas. Em geral, as paredes em alvenaria são repre-
sentadas com 15cm de espessura.
- Desenhar as vedações (paredes) internas.
Nesta primeira etapa, o desenho é realizado por linhas auxiliares, traços estreitos e fracos. 
As linhas de cotas aparecem na representação abaixo apenas como orientação para o entendi-
mento do desenho.
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Figura 40 - Representação da 1° etapa do desenho de uma planta baixa. Fonte: Montenegro (2001, p.77)
2ª ETAPA
- Marcar no desenho das paredes as larguras das portas e janelas.
- Desenhar as portas e janelas de acordo com o seu sistema de abertura. Portas represen-
tadas abertas e janelas representadas fechadas. 
- Apagar os excessos de linhas traçadas.
- Desenhar a projeção da cobertura – linha tracejada. 
A linha tracejada no desenho técnico representa os contornos não visíveis. No 
caso da planta baixa, os elementos importantes que estiverem acima do plano 
horizontal de corte devem ser representados com esse tipo de linha. 
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Figura 41 - Representação da 2° etapa do desenho de uma planta baixa. Fonte: Montenegro (2001, p.77).
3° ETAPA
- Adequar os pesos nas linhas de representação. Elementos que foram seccionados são 
representados com linhas largas e contínuas, já os elementos não seccionados são ilustrados com 
linhas mais estreitas. 
- Desenhar as linhas de cota.
- Escrever os nomes dos ambientes, indicar sua área e seu revestimento de piso. Escrever 
o título do desenho e sua escala.
- Indicar as simbologias de: posição dos cortes, indicação dos acessos, níveis dos ambien-
tes e orientação solar (norte).
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Além da representação das paredes e esquadrias, o desenho da planta baixa utiliza-se de 
elementos textuais e símbolos para representar algo que não seria adequado ou impossível de 
� gurar por linhas. São elementos que de� nem informações importantes para o entendimento da 
própria planta e de outros desenhos que a complementa, como os cortes e as elevações. Com o 
objetivo de atentarmos para estas representações, apresentamos no quadro as principais simbo-
logias que devem estar inseridas em um desenho de planta baixa.
Tabela 24 - Convenções textuais na planta baixa. Fonte: Autor.
Figura 42 - Indicações textuais na planta. Fonte: Tamashiro (2010, p. 162).
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Tabela 25 - Símbolos de leitura das plantas. Fonte: Tamashiro (2010, p. 162).
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A norma que trata das simbologias nos desenhos de planta baixa é a NBR 6492 
– Representação de Projetosde Arquitetura. Embora exista essa padronização, 
a representação simbólica acaba sendo elástica podendo se adequar com a 
estética gráfica e perfil de cada desenhista. 
UNIDADE
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SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 62
CORTES – VISTAS SECCIONAIS ............................................................................................................................. 63
LOCALIZAÇÃO DO PLANO DE CORTE .................................................................................................................... 66
PRINCIPAIS ELEMENTOS DE REPRESENTAÇÃO DOS CORTES ......................................................................... 69
ELEVAÇÕES – FACHADAS – VISTAS ....................................................................................................................... 76
REPRESENTAÇÕES DOS DESENHOS DE VISTAS 
MÚLTIPLAS: CORTES E ELEVAÇÕES
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INTRODUÇÃO
Nesta última unidade veremos outros tipos de desenhos de vistas múltiplas, os cortes e 
as elevações. Estes tipos de desenhos constituem uma série de vistas relacionadas, porém par-
ciais da realidade tridimensional, ou seja, da realidade real do objeto. Segundo Ching (2001), os 
planos ortogonais, cortes e elevações são expressões diferentes do mundo da percepção visual e, 
portanto, necessita de indicadores que retratam sua terceira dimensão, a profundidade visual. 
Trataremos adiante dessas e de outras questões.
Figura 43 - Esquemas de desenhos de vistas múltiplas. Fonte: Daydec Design (2017).
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CORTES – VISTAS SECCIONAIS
Segundo Silva et al (2010, p.74), o recurso de utilização dos desenhos em corte e seções 
faz-se, em geral, quando o objeto a ser representado “possui uma forma interior complicada ou 
quando alguns detalhes importantes para a de� nição da peça não � quem totalmente de� nidos 
por uma projeção ortogonal de arestas visíveis”. De acordo com autor, quando isso ocorre, recor-
re-se aos desenhos a cortes e/ou secções, que ajudam a esclarecer a forma e os detalhes do objeto 
por meio de uma representação técnica, evitando assim, o uso de mais vistas. 
A ilustração em corte consiste em imaginar a peça, o objeto, cortado por um ou mais pla-
nos, sendo suprimida uma de suas partes. Uma vez que esse objeto é cortado, projeta-se em um 
plano de desenho sua parte que não foi suprimida. Para isso, adotam-se as regras gerais relativos 
à representação das vistas, ou seja, atentam-se a representação técnica dos elementos que � guram 
o desenho. Nesta perspectiva, pode-se a� rmar que a planta baixa de uma edi� cação nada mais é 
que a projeção de um plano de corte horizontal sobre um plano de desenho.
Figura 44 - Representação esquemática de uma planta baixa mostrando seu plano de corte. Fonte: Mon-
tenegro (2001, p. 52 e 53).
Posto isto, o que diferencia o desenho de um corte do desenho de uma planta baixa, uma 
vez que o último também envolve o ato de seccionar? A distinção entre esses dois tipos de de-
senho está na orientação dos planos de corte. Na planta baixa o objeto é cortado por um plano 
paralelo horizontalmente ao objeto, já no desenho em corte o objeto é cortado por um plano 
vertical. Observe as imagens a seguir e analise a diferença.
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Figura 45 - Orientação dos planos de cortes indicando a projeção de um desenho em planta baixa (A) e 
indicando a projeção de um desenho em corte (B). Fonte: Schuler (2017, p. 27)
Portanto, o corte é uma “projeção ortogonal de um objeto, ou seja, representa o objeto 
como ele seria visualizado se fosse cortado por um elemento intermediário, expondo seus ma-
teriais internos, sua composição e seu ordenamento” (CHING, 2001, p.154). Neste sentido, por 
ser tratar de um desenho re� exo de uma projeção ortogonal, seu tamanho e formato mantém a 
proporção em escala real, ou seja, o desenho de representação do objeto em corte não sofre de-
formidades. 
Em síntese, são desenhos que possui como objetivo facilitar a complexidade de enten-
dimento de um determinado objeto. Pode-se dizer que é um tipo de representação técnica que 
reduz a complexidade tridimensional dos objetos a duas dimensões: a altura e largura ou com-
primento. 
De fato, é em relação ao dimensionamento do plano de corte com o tamanho do objeto a 
ser seccionado que se classi� ca seus tipos em: longitudinal ou transversal. 
• Corte longitudinal: é quando o plano de corte vertical secciona a maior dimensão do 
objeto.
Figura 46 - Corte longitudinal. Fonte: Schuler (2017, p. 44).
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ENSINO A DISTÂNCIA
• Corte transversal: é quando o plano de corte vertical secciona a menor dimensão do 
objeto.
Figura 47 - Corte transversal. Fonte: Schuler (2017, p. 44).
Como pode-se observar, o corte de um edifício representa a secção vertical desta mesma 
edi� cação. Após o plano de corte seccionar longitudinal ou transversalmente o edifício, remove-
-se uma de suas partes e representa em forma de desenho a parte remanescente. Nesta perspec-
tiva, o corte de uma construção é uma projeção ortogonal da parte restante da secção projetada 
em um plano vertical de desenho. Este plano de projeção deve ser paralelo ao plano de cote, ou 
como afere Francis Ching (2001), paralelo ao plano de incisão. 
No desenho projetivo arquitetônico, ou em qualquer outro tipo de desenho que se utiliza 
dos planos de cortes para entender o objeto representado, é usado como forma de revelar seus de-
talhes. No caso das edi� cações, demonstrar seus detalhes construtivos e, portanto, fundamentais 
para a execução das construções. Ching (2001, p.154) aponta que, em desenhos de arquitetura 
e engenharia, “o corte do edifício é o principal desenho para estudar e revelar a relação vital de 
cheios e vazios entre os pisos, paredes e tetos, suas dimensões e relações entre os espaços inter-
nos”. 
Como visto até o momento, a de se concordar com Francis Ching (2001, p.155) quando 
ele diz que “os cortes dos edifícios combinam as qualidades conceituais das plantas com as qua-
lidades perceptivas das elevações”. De fato, o desenho de um corte retrata o conceito de repre-
sentação ortogonal de um objeto e, neste sentido, re� ete o objeto em sua verdadeira proporção 
e autenticidade, sem deformações. Do mesmo modo, é um típico desenho que trabalha a per-
cepção imaginária da visão. Olhar para além daquilo que em tese, não se vê. A parte interna do 
objeto. Para o alcance desse objetivo é necessário treinar a visão espacial tão importante para o 
desenvolvimento dos desenhos projetivos. 
Por certo, ao seccionar as paredes, pisos e coberturas da construção, e até mesmo as aber-
turas como portas e janelas, expõe-se o interior do edifício para revelar as condições de apoio 
(estrutura), elementos de iluminação e vedação, assim como a con� guração vertical do espaço, 
sua altura. Em um plano de representação vertical de um edifício, o desenho é capaz de demons-
trar a dimensão vertical do espaço – pé direito -, o formato e a escala dos espaços interiores. É 
possível compreender pelo desenho seccionado uma clareza maior dos sistemas de aberturas, 
informações que em planta baixa ainda careciam de maiores esclarecimentos. 
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ENSINO A DISTÂNCIA
Figura 48 - Imagem ilustrativa de um plano de corte transversal. Fonte: Schuler (2010, p. 50)
LOCALIZAÇÃO DO PLANO DE CORTE
No livro Representação Grá� ca para Desenho e Projeto, Francis Ching aborda alguns 
pontos a respeito da localização dos planos de corte, ou seja, afere em qual posicionamento da

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