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REDAÇÃO JORNALÍSTICA

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Redação Jornalística I
Ana Paula Felipe
Como identificar uma reportagem?
 Cadê o lead e a pirâmide invertida? 
 Na reportagem, muitas vezes o primeiro parágrafo é descritivo, ou então parte de um aspecto secundário como “gancho” para o assunto principal.
Casos de coronavírus no Brasil em 25 de março
Secretarias estaduais de Saúde contabilizam 2.281 infectados em todos os estados do Brasil. Foram registrados 47 mortos no país, 40 deles no estado de SP.
As secretarias estaduais de Saúde divulgaram, até 12h de quarta-feira (25), 2.281 casos confirmados do novo coronavírus (Sars-Cov-2) no Brasil com 47 mortos. O Rio de Janeiro registra seis mortos e São Paulo, 40. O Amazonas registrou a primeira morte causada pela Covid-19. (...)
(Por G1 - 25/03/2020)
Como identificar uma reportagem? 
 Pirâmide invertida? 
 Lead: 
O Que? Quem? Quando? Onde? Por que? Como?
Como identificar uma reportagem?
Covid-19: crescem campanhas de malware que usam medo da doença
As ameaças aproveitam o assunto para infectar usuários
mascaras de corona vírus formando o sinal da cruz da saúde
A empresa de segurança ESET alerta para o aumento de golpes e malwares em que cibercriminosos tiram proveito da situação da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) para comprometer os usuários.
Há alguns meses, a ESET publicou uma análise do Casbaneiro, um trojan bancário que afeta principalmente México e Brasil. Essa ameaça aproveita o assunto Covid-19 para infectar usuários. (metropoles - 25/03/2020)
Gêneros jornalísticos opinativos
Artigo: necessariamente assinado, analisa um fato ou uma série de fatos em relação ao contexto político, social, econômico ou comportamental. É também um espaço no qual o autor eventualmente inclui, de forma implícita ou explícita, sua opinião, sua visão pessoal ou suas conclusões.
Coluna: manifestação do colunista sobre algum fato que está informando ou analisando, seja pela postura irônica em relação aos eventos e personagens abordados ou por previsões, veredictos e opiniões do jornalista que assina a coluna.
Editorial: espaço reservado (inclusive no projeto gráfico dos jornais) para a manifestar a opinião do veículo, da instituição – opinião essa que na verdade é definida pelos dirigentes (muitas vezes o próprio dono) da empresa.
Crônica: construída em torno de personagens, às vezes fictícios, focaliza um fato do cotidiano, quer ele tenha, ou não, gerado impacto como notícia. Mistura o factual com a ficção, dá um tratamento de certa forma literário à informação e permite ao autor opinar, seja de forma pessoal ou por intermédio dos personagens que ele criou ou escolheu.
Gêneros jornalísticos informativos: Notícia
Dentre todos os gêneros jornalísticos, a notícia é o que mais usufrui da aura de imparcialidade, que leva o leitor a aceitar, a priori, aquele relato dos fatos como verdadeiro e isento.
 Mito da objetividade
 Acordo tácito em público e veículo: produzir notícias sem distorções ou mentiras em relação aos fatos concretos.
A matéria-prima do jornalismo contemporâneo,
Técnicas específicas: apuração e seleção dos fatos, escolha do vocabulário, ordenação de informações, tratamento das fontes etc.
Mas o que é notícia? 
De forma simplista, pode-se dizer que é o anúncio de um fato novo, o anúncio da novidade. Qualquer fato novo, qualquer fenômeno recém-percebido pode virar notícia, desde que seja capaz de gerar interesse. 
Inclui não só eventos naturalmente considerados como importantes por serem capazes de provocar consequências políticas e econômicas, mas também ocorrências banais, como uma briga de condôminos por causa da presença de cachorros no edifício. 
Para Nilson Lage, a diferença entre a notícia e outros formatos de texto não está no seu conteúdo ou na natureza das informações, mas na forma em que ela é redigida. 
Um fato redigido a partir do dado mais importante ou capaz de gerar maior interesse, seguindo-se as demais informações em ordem decrescente de importância, do mais para o menos importante (LAGE, 1999).
Técnicas jornalísticas básicas 
Ordenação dos fatos por sua importância 
 Relato objetivo e distante dos fatos, isento de avaliações pessoais ou julgamentos tanto explícitos quanto implícitos. 
 Quem opina é a fonte e o texto precisa deixar bem claro de quem é a opinião 
 Ouvir os dois lados da notícia. Caso um dos lados não queira se manifestar ou não tenha sido encontrado, essa informação tem que ser passada ao leitor. 
 Técnicas específicas de apuração dos fatos, como a seleção de fontes segundo o grau de confiabilidade, o cruzamento de informações e os limites técnicos e éticos para o uso de declarações em off, ou seja, sem que a identidade da fonte seja revelada.
Gêneros jornalísticos informativos: Reportagem
Dificuldade em definir a reportagem
Compreende desde a simples complementação de uma notícia – uma expansão que situa o fato em sua relação mais óbvia com outros fatos antecedentes, consequentes ou correlatos – até o ensaio capaz de revelar, a partir da prática histórica, conteúdos de interesse permanente (LAGE, 1982).
Mesmo um fato inesperado (um desabamento) pode ser complementado eficientemente por uma reportagem (sobre as mazelas da construção civil), à medida em que a indústria jornalística desenvolve técnicas e processos bastante rápidos para a coleta e processamento de dados.
A reportagem trata de assuntos, e não necessariamente de fatos novos. Seu objetivo é contar uma história verdadeira, expor uma situação ou interpretar fatos. 
A notícia é imediatista, como no caso do relato de um tiroteio entre facções criminosas, a reportagem preocupa-se em ser atual e mais abrangente, como um levantamento sobre as facções criminosas existentes no Rio de Janeiro. 
Fator determinante para a circulação de uma notícia é o tempo: o fato deve ser recente e o seu anúncio imediato.
A reportagem oferece detalhamento e contextualização àquilo que já foi anunciado, mesmo que o seu teor seja informativo. 
Interesse na investigação do veículo: um fato depende em menor grau de uma intenção própria daquele veículo em publicá-lo, enquanto que investigar um aspecto da realidade por meio de uma reportagem depende do interesse do veículo. 
Forma: liberalidade maior no vocabulário, uso de metáforas, narração, descrição e dissertação (causa e efeito).
Notícia x Reportagem (João de Deus)
Valores-notícia
Noticiabilidade: capacidade que os fatos têm de virar ou não notícia
(Mauro Wolf).
Categorias substantivas (interesse do público)
Importância dos envolvidos
Quantidade de pessoas envolvidas
Interesse nacional
Interesse humano
Feitos excepcionais
Categorias relativas ao produto (conceitos jornalísticos)
Brevidade - nos limites do jornal
Atualidade
Novidade
Organização interna da empresa
Qualidade - ritmo, ação dramática
Equilíbrio - diversificar assuntos 
Categorias relativas ao meio de informação (veículo) Acessibilidade à fonte/local Formatação prévia/manuais Política editorial 
Categorias relativas ao público 
 Plena identificação de personagens 
 Serviço/interesse publico 
 Protetividade – evitar suicídios etc. 
Categorias relativas à concorrência 
 Exclusividade ou furo 
 Gerar expectativas 
 Modelos referenciais
Referências
FRANCESCHINI, F. Notícia e reportagem: sutis diferenças. Comum. Rio de Janeiro, v. 9, n. 22, 2004, p. 144-155. Disponível em: http://www.facha.edu.br/publicacoes/comum/comum22/ar tigo6.pdf. 
PENA, Felipe. Teoria do Jornalismo. Contexto: São Paulo, 2005.

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