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Prova de Direito Tributário

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Prova de Direito Tributário – P1 – 9D – UCDB – Professora Claine Chiesa
1) Pergunta-se: Atividades desenvolvidas por particulares que contrastem com os interesses da coletividade, sociais portanto, de regulação e fiscalização, possibilitam a instituição de tributo? Se sim qual? Quais as exigências para sua instituição? Explique e justifique sua resposta. (1,0)
Sim. A taxa, através de outorga dada a administração pública para que ela imponha limitações, visando à ordem pública. Sempre baseado em lei, sendo cobrada na medida suficiente para desempenhar a função, que é fiscalizadora e controladora. 
Portando a taxa é espécie de tributo cujo fato gerador é o exercício regular do poder de polícia, ou o serviço público, prestado ou posto à disposição do contribuinte, sendo seu fato gerador atividade estatal específica e divisível relativa ao contribuinte.
Conforme artigo 145, inciso II, da CF, e art. 77 e 80, do CTN. 
Padrão de resposta: só dizer sim ou não, não será atribuída pontuação. Quando justificar a resposta será atribuída pontuação por cada razão que a questão demandar.
2) Discorra sobre a assertiva a seguir, dizendo da incorreção ou correção  da mesma: A União tem competência privativa para instituir contribuição previdenciária para custear o sistema previdenciário dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, cuja alíquota não pode ser inferior daquela fixada par os servidores titulares de cargos efetivos da União. (1,0)
Incorreta, pois o que há na verdade é uma competência concorrente entre os entes da Federação para legislar sobre previdência social, como dispõe o inciso XII, do artigo 24, da Constituição Federal:
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
XII - previdência social...
Sendo assim, é atribuição da União à edição de normas gerais sobre todo o sistema público de previdência, regras especiais sobre o Regime Geral de Previdência Social – RGPS e sobre os Regimes Próprios mantidos em favor dos servidores e militares federais. 
Aos Estados, Distrito Federal e Municípios cabem à promulgação de leis específicas sobre os seus respectivos regimes próprios de previdência. 
O Sistema de Previdência Pública é destinado a todos os trabalhadores que exercem atividades remuneradas, no entanto, há distinção nas regras entre os servidores públicos titulares de cargo efetivo e os demais trabalhadores. O regime de Previdência assegurado exclusivamente aos servidores públicos titulares de cargo efetivo pode ser mantido pelos entes públicos da Federação (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), sendo, neste caso, denominado de Regime Próprio de Previdência Social – RPPS e suas normas básicas estão previstas no artigo 40 da Constituição Federal e na Lei 9.717/98. Já o regime dos trabalhadores da iniciativa privada e dos demais servidores públicos não filiados a Regime Próprio de Previdência Social é o Regime Geral de Previdência Social – RGPS, gerido pela autarquia federal denominada de Instituto Nacional do Seguro Social – INSS. 
 O § 1º do art. 149 da CF, reafirma a competência entre os Entes da Federação para instituir a contribuição previdenciária: 
§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por meio de lei, contribuições para custeio de regime próprio de previdência social, cobradas dos servidores ativos, dos aposentados e dos pensionistas, que poderão ter alíquotas progressivas de acordo com o valor da base de contribuição ou dos proventos de aposentadoria e de pensões. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Com a alteração feita pela Emenda Constitucional 103/2019 no § 1º do art. 149 da CF, que antes trazia uma restrição aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, em relação ao limite mínimo das alíquotas das suas contribuições previdenciárias, isto é, tais entes não poderiam estabelecer uma alíquota inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União, agora com a reforma da previdência houve alteração no art. 149, § 1º da CF, que passou a ter a previsão de alíquotas progressivas de acordo com o valor da base de contribuição ou dos proventos de aposentadoria e de pensões. As contribuições previdenciárias dos servidores públicos podem ter alíquotas progressivas!
Embora não constem mais expressamente no art. 149, 1º da CF, que a alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União. Sua previsão está agora no art. 9º, § 4º, da EC 103/2019, com a inclusão de uma exceção:
§ 4º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não poderão estabelecer alíquota inferior à da contribuição dos servidores da União, exceto se demonstrado que o respectivo regime próprio de previdência social não possui deficit atuarial a ser equacionado, hipótese em que a alíquota não poderá ser inferior às alíquotas aplicáveis ao Regime Geral de Previdência Social.
3)  O Município de Tulipa pretendendo construir um grande viaduto que facilitaria e melhoraria o trânsito da região, com a consequente valorização dos imóveis no entorno, criou uma contribuição de melhoria  para o custeio da referida obra pública. Após a análise estimada de valorização dos imóveis, constatou que o somatório do acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado não alcançará o montante integral do custo orçado da obra. Assim, o Município para alcançar o custo total da obra, fez o rateio do valor dos custos faltantes para cada beneficiado de forma proporcional. Após a definição dos cálculos, o prefeito enviou para Câmara o Projeto de Lei, que foi aprovada, e a cobrança iniciada após respeitar o principio da anterioridade. O município tem competência para criar tal espécie tributária? Quais são as exigências legais para a instituição de tal tributo? No caso em tela, tais exigências foram atendidas, explique? É válida a exigência? (2,0 pontos)
Cada um dos Entes políticos podem fazer a criação de uma contribuição de melhoria, dependendo da atribuição de cada um e quando cada um for realizar a obra publica. Sendo que a contribuição se classifica dentro dos tributos vinculados, sendo que essa vinculação se refere indiretamente ao contribuinte, pois se tem uma obra pública realizada, e a mesma irá gerar uma valorização no entorno da obra, sendo pressuposto para a cobrança da contribuição de melhoria. 
Diante disso, o município tem competência para criar a Contribuição de Melhoria segundo o artigo Art.145 da CF: 
Art.145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
(...)
III-contribuição de melhoria, de corrente de obras públicas.
Para a instituição de tal tributo é preciso obedecer a exigências legais, conforme abaixo: 
De acordo com Art.81- CTN
A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que de corra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada como limite individual ao acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
Sujeito passivo: Art. 3°Do DL 195/67: 
A Contribuição de Melhoria será cobrada dos proprietários de imóveis do domínio privado, situados nas áreas direta e indiretamente beneficiadas pela obra. 
Diante disso, a Contribuição de melhoria apenas é cobrada quando há valorização do bem imóvel, ninguém podendo ser compelido a recolher quantia superior à vantagem que sobreveio a seu imóvel por virtude de realização de obra pública. Havendo ressarcimento aos cofres públicos e o não financiamento da obra a ser realizada. Cobrada após a obra.
Custo da obra: limite global–teto máximo (art.3º,§2ºDL)
Valorização do imóvel: limite individual–teto máximo (art.82,§2ºDL)
O art. 145, III da CF não prevê qual o limite que deverá ser adotado. O poder público deve adotar os dois limites na hora de instituir a contribuição de melhoria, respeitando assim o princípio da capacidade contributiva(o contribuinte só deve pagar na medida da valorização do seu imóvel) e a proibição do enriquecimento ilícito (o Estado não pode arrecadar mais do que gastou na realização da obra).
Existe todo um processo que visa à cobrança de contribuição de melhoria sendo um ato jurídico complexo e possuiu várias etapas previstas no art. 82 do CTN:
Art. 82 CTN - A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos:
I - publicação prévia dos seguintes elementos:
a) memorial descritivo do projeto;
b) orçamento do custo da obra;
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição;
d) delimitação da zona beneficiada;
e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas;
Art.82 CTN. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos:
(...)
II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação, pelos interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior;
III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial.
No caso em tela, tais exigências não foram atendidas, pois é necessário haver a valorização dos imóveis após a realização da obra, para sim haver a incidência da contribuição devida para cada contribuinte, e não uma estimativa de valorização dos imóveis, sendo que obra ainda não foi realizada conforme no caso em tela. 
A individualização do valor para cada morador, apenas é feita após valorização dos imóveis, após a realização da obra pública, ainda mais que os valores da contribuição por cada morador, podem variar dependendo da valorização de cada imóvel. 
E necessário também, haver publicação prévia dos elementos que tem que existir no processo que vai anteceder a criação de contribuição de melhoria, sendo assim é preciso abrir prazo de 30 dias, para possível impugnação pelo contribuinte. 
Os contribuintes na problemática acima, só devem pagar na medida da valorização dos seus imóveis, é a proibição do enriquecimento ilícito. A soma de todas essas contribuições não pode ultrapassar o total da obra. O Estado não pode arrecadar mais do que gastou na realização da obra.
Como também cada contribuinte tem que pagar no limite da valorização individual do seu imóvel. 
O parâmetro para cobrança de Contribuição de Melhoria é a base de calculo, é valorização do imóvel, quanto valia esse imóvel antes, quanto ele vale hoje com a valorização, sendo a hipótese de incidência da contribuição é a valorização, e a sua base é a diferença entre os dois momentos, o anterior e o posterior a obra publica, vale dizer o quanto da valorização imobiliária, o valor do imóvel após a obra, menos o valor que ele tinha antes da obra. 	
Portanto as exigências na problemática acima, não são validas. 
4)  O Município de Ribeira era um grande produtor de açúcar e álcool, localizando-se em seu território algumas usinas. A utilização de alguns agrotóxicos no canavial estavam alterando o produto final açúcar. Diante disso, com objetivo de controlar o uso e o descarte dos agrotóxicos quando não utilizados integralmente e das embalagens utilizadas, bem como para buscar alternativas para solucionar o problema por meio de pesquisa para a melhoria do setor, já que o seguimento era o principal gerador de empregos da região, o Município criou uma taxa cobrada dos produtores de cana e das usinas para realizar a fiscalização e destinar a arrecadação para atender aqueles objetivos. A taxa foi criada então por meio de lei e, após respeitar o princípio da anterioridade, passou a ser exigida. A exigência trata-se de tributo? Em caso positivo de qual espécie? O Município tem competência para criar tal espécie tributária? Quais são as exigências legais para a instituição de tal tributo? No caso em tela, tais exigências foram atendidas, explique? É válida a exigência? (3,0)
A exigência acima trata-se sim de um tributo gerado pela intervenção do poder público nas atividades econômicas desenvolvidas naquela região, assim regulando fluxo produtivo e fomentando determinadas atividades econômicas, havendo uma arrecadação para o custeio da intervenção, sendo portanto uma Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico. 
Na problemática acima, o ato de intervenção é privativo da união não podendo fazê-lo o município, segundo Art. 149 da CF: 
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
Além do artigo acima que indica a competência exclusiva da União para Intervir no Domínio econômico é preciso se atentar para implementação dos valores positivados como princípios gerais da ordem econômica, no artigo 170 da CF. 
Os princípios norteadores da atividade econômica são: a soberania nacional, a propriedade privada, a função social da propriedade, a livre concorrência, a defesa do consumidor e do meio ambiente, a redução de desigualdades regionais e sociais, apoio ao emprego e a pequenas empresas brasileiras (artigo 170, CF).
Portanto exige-se conexão entre sujeito passivo, a hipótese de incidência e a intervenção empreendida pela União respeitando assim, ao princípio da referibilidade. 
A instituição de contribuição interventiva somente está autorizada nas estritas hipóteses em que o Estado pode intervir na ordem econômica. E, nos termos da Lei Maior, tal pode ocorrer tanto como a) agente protagonizador da atividade econômica, explorando diretamente atividade econômica somente quando necessária a imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse público, conforme definidos em lei (art. 173, caput, CF, ou b) agente normativo e regulador da econômica, de acordo com o art. 174, CR, exercendo, nos limites que a lei lhe confere, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado, e disciplinando os preços, o consumo, a poupança e o investimento.
Para validade das Contribuições de Intervenção na Ordem Econômica, em síntese:
 Precisa estar prevista em lei;
 Identificar setor, atividade ou grupo específico;
 Arrecadação para o custeio da intervenção;
 União ou que lhe faça às vezes; 
-Implementação dos valores positivados como princípios gerais da ordem econômica.
No caso em tela, tais exigências não foram totalmente atendidas, pois houve a intervenção do Município nas atividades econômicas, sendo que a intervenção no domínio econômico compete exclusivamente a União. 
Outro ponto que teve incorreção foi que não só os produtores de cana de açúcar e das usinas cuja intervenção seria voltada para a atividade deles, seriam atingidos pela contribuição, como também as empresas constituídas em seu território, dessa forma obrigariam outros sujeitos a pagarem fora do seguimento econômico que se pretendia atingir com aquela contribuição interventiva. 
Um fator que precisa ser analisado também é já existirem legislações referentes às embalagens de agrotóxicos no Brasil, disciplinando para que a coleta de embalagens vazias de agrotóxicos no campo cumpra da melhor maneira possível às leis e diminuía os impactos ambientais. E questionamento que fica, porque a intervenção, se já existe lei regulando essas questões? 
Nos demais pontos as exigências foram seguidas havendo a intervenção para regulação do fluxo produtivo, dessa forma controlando o uso e o descarte dos agrotóxicos quando não utilizados integralmente e das embalagens utilizadas, bem como para buscar alternativas para solucionar o problema por meio de pesquisa para a melhoria do setor, ocorrendo também à fomentação das atividades econômicas através da contribuição, havendo uma arrecadação parao custeio da intervenção, dessa forma induzindo o desenvolvimento no setor. 
Foram observados os princípios do artigo 170 da CF, no que diz respeito a livre concorrência, a redução de desigualdades regionais e sociais e apoio ao emprego, já que o seguimento era o principal gerador de empregos da região e estava sendo afetado pela utilização de alguns agrotóxicos no canavial, que estava alterando o produto final açúcar.
Portando conforme todo o exposto acima, nem todas as exigências são validadas. 
5)  O Município “Y” instituiu, por meio de lei, uma taxa destinada a recuperar e manter as ciclovias da cidade. O valor exigido pelo Município era de R$ 20,00 (vinte reais) por mês de cada um dos usuários da ciclovia, que ao pagarem obtinham um adesivo que colavam na bicicleta. O valor da taxa foi definido em valor único. Em controle de fiscalização, quem não possuía o adesivo não poderia circular na ciclovia. Consultado sobre a regularidade de tal exigência qual seria seu parecer: Trata-se de tributo? De qual espécie? Quais as exigências para a instituição da referida figura tributária? No caso em tela, você entende que as exigências foram atendidas?  É válida a exigência, explique?(3,0)
Na problemática acima trata-se de um tributo da espécie tributaria taxa, no qual existe um Ente publico envolvido no caso o Município, e segundo o artigo 145, inciso II, da CF: 
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
Portanto a taxa é instituída pelo Estado, ou seja, União, Estado, Município ou Distrito Federal, motivo pelo qual é um tributo que se refere a uma atividade pública e não privada. Existe apenas duas modalidades de taxa, a de serviço, que corresponde a prestação de um serviço divisível e público específico, e a de polícia, que corresponde ao efetivo poder de fiscalização do Estado. E de acordo com art. 77 do CTN: 
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
Portanto o serviço público que justifica a cobrança de taxa deve consistir numa intervenção, fornecer uma utilidade ou atender uma necessidade do contribuinte.
Outorga dada a administração pública para que ela imponha limitações, visando a ordem pública. Sempre baseado em lei.
Taxa cobra da na medida suficiente para desempenhar a função, que é fiscalizadora e controladora. (caráter fiscalizatório)
As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos, segundo artigo 77, do CTN: 
CTN Art. 77 Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas. 
De acordo com o artigo 77º do CTN, taxa é um tributo “que tem como fato gerador o exercício regulador do poder de polícia, ou a utilização efetiva e potencial, de serviço público específico e divisível”.
Segundo o artigo 16º do CTN, imposto “é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”.
No caso em tela as exigências não foram atendidas, pois não poderia haver a criação de uma taxa destinada a recuperar e manter as ciclovias da cidade, não poderia ocorrer o financiado por meio de taxa, já que toda a coletividade se favorece dele. No caso acima as ciclovias da cidade, são utilizadas por diversas pessoas, não sendo possível delimitar quem são os favorecidos por aquele serviço público. 
A ideia que está por trás da taxa de serviço é a de que, como apenas uma pessoa em particular é beneficiada por aquela atuação, não seria justo utilizar o dinheiro advindo dos impostos, que são pagos por todos sem nenhum retorno específico pela utilização das ciclovias, para beneficiar apenas um cidadão. Também por isso, a taxa apenas é exigida daquela pessoa que se beneficiar de um serviço público específico e divisível. Quem não andar nas ciclovias, não precisará pagar nenhuma taxa.
A titulo de exemplo existe um julgado pelo Supremo: 
Ementa: Taxa de Conservação e Manutenção das Vias Públicas. Inconstitucionalidade incidental. 2. Acórdão que declarou a inconstitucionalidade de lei que instituiu a cobrança de Taxa de Conservação e Manutenção das Vias Públicas, por afronta ao disposto no art. 145 , II , da CF . 3. Entendimento firmado pelo STF no sentido de que a base de cálculo é "própria de imposto e não de taxa por serviços específicos e divisíveis postos à disposição do seu contribuinte" e "não tendo o município - uma vez que, em matéria de impostos, a competência é da União - competência para criar tributos outros que não os que a Constituição lhe atribui, o imposto dissimulado pela taxa é inconstitucional"(RE 121.617). 4. Recurso não conhecido.
Uma vez que as taxas se prestam a financiar um serviço público específico e divisível ou o exercício regular do Poder de Polícia, seu valor sempre tomará como base o custo do serviço ou do Poder de Polícia. Por isso as taxas devem possuir valores fixos, iguais para todos os cidadãos, independentemente da condição econômica. Diferente do que ocorre com os Impostos, os quais seguem o princípio de que “quem pode mais paga mais, e quem pode menos paga menos”, nas taxas aplica-se o princípio sinalagmático, segundo o qual se paga por exatamente aquilo que se recebeu em troca. 
Na problemática, as ciclovias da cidade sendo de uso comum de toda população, por ali trafegando muitas pessoas, se tratando dessa forma de serviços gerais sem possibilidade de especificidade e divisibilidade, não poderia haver incidência de taxa e sim de imposto, cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte, portanto muitos contribuintes no caso os cliclistas, já paguem por ele, portanto não podendo ser impedidos de trafegarem nas ciclovias. 
Portanto conforme todo o exposto acima, a exigência não é valida.

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