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Quem é o/a professor/a de ciên cias naturais/da natureza para atu ar com os/as alunos/as dos anos finais do ensino fundamental? O que esperamos desse/a profissio nal frente aos vários desafios para ensinar ciências nos atuais contex tos, os quais orientam o processo de ensino e de aprendizagem para a relação da ciência com a tecnolo gia e com a sociedade, uma ciência contextualizada, cujo ensino faça refletir sobre a estrutura do mundo que nos constitui? E como formar esse/a docente? Como adequar os conhecimentos científicos e peda gógicos de maneira a podermos criar condições para que seja um/a profissional capaz de desenvolver seu potencial ao longo de sua his tória? Como proporcionar uma formação na qual o/a licenciando/a em Ciências Naturais/da Natureza reconheça seu lugar como profes sor/a e pesquisador/a de sua prática docente (LUDKE, 2001), que pos sa refletir sobre suas metodologias e que saiba lidar com as alegrias e as frustações dessa profissão, que exige mais do que conhecimentos acadêmicos? Jeane Cristina Gomes Rotta Juliana Eugênia Caixeta Delano Moody Simões da Silva Aqui, o leitor vai poder perceber que, descontadas as referências óbvias à escola – como educação, licenciatura, ciências, universidade, etc. –, as pala vras “ambiental”, “experimentação”, “identidade”, “reflexões” e “interdiscipli naridade” estão entre as mais citadas nos títulos dos capítulos. Esses são con ceitos que apontam para uma educação em ciências que pode efetivamente nos salvar... de nós mesmos. Das limitações que a falta de curiosidade na/ pela vida pode trazer para a realização de uma existência mais plena, feliz, socioecologicamente justa, pacífica e duradoura (quanta coisa!). São essas as provocações, inquietações e possibilidades que (acredito) a educação em ciências deva promover em todos nós – nas crianças que brincam de dia e descansam ao cair da noite, nos universitários recémformados... Giuliano Reis Professor da Faculdade de Educação da Universidade de Ottawa (Canadá). MULTICULTURAL MULTICULTURAL MULTICULTURAL Acolhemos, com entusiasmo, a publicação da obra Quem é o/a licenciado/a em Ciências Natu- rais/da Natureza? Perspectivas profissionais: coletânea de textos do III CONCINAT, organizado por Delano Moody Simões da Silva, motivados pela relevância acadêmica e social do tema. O presente livro inaugura a parce ria do organizador com a nossa editora. Felicitamos os autores e dese jamos a todas e a todos uma ex celente leitura. Décio Nascimento Guimarães Editor Responsável www.editorabrasilmulticultural.com.br www.facebook.com/ibramep contato@brasilmulticultural.com.br MULTICULTURAL Delano Moody S imões da S i lva Organizador Delano M oody Sim ões da Silva Organizador Quem é o/a licenciado/a em Ciências Naturais/da Natureza? Perspectivas profissionais Quem é o/a licenciado/a em Ciências Naturais/ da Natureza? Perspectivas profissionais Coletânea de textos do III CONCINAT Coletânea de textos do III CONCINAT capa III_Concinat_op02.indd 1 09/12/2019 10:07:30 MULTICULTURAL Quem é o/a licenciado/a em Ciências Naturais/da Natureza? Perspectivas profissionais Coletânea de textos do III CONCINAT Delano Moody S imões da S i lva Organizador Copyright © 2019 Brasil Multicultural Editora Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução parcial ou total desta obra sem a expressa autorização do autor. Diretor editorial Décio Nascimento Guimarães Diretora adjunta Milena Ferreira Hygino Nunes Coordenadoria científica Gisele Pessin Fernanda Castro Manhães Design Fernando Dias Gestão logística Nataniel Carvalho Fortunato Bibliotecária Ana Paula Tavares Braga – CRB 4931 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Q3 Quem é o/a licenciado/a em Ciências Naturais/da Natureza? Perspectivas profissionais : coletânea de textos do III CONCINAT / organização Delano Moody Simões da Silva. – Campos dos Goytacazes, RJ : Brasil Multicultural, 2019. 336 p. Inclui bibliografia ISBN 978-85-5635-134-0 1. CIÊNCIA – CONGRESSOS - COLETÂNEA 2. CONGRESSO NACIONAL DE CIÊNCIAS NATURAIS/DA NATUREZA – COLETÂNEA 3. LICENCIADO EM CIÊNCIAS NATURAIS I. Silva, Delano Moody Simões da (org.) II. Título CDD 506 Instituto Brasil Multicultural de Educação e Pesquisa - IBRAMEP Av. Alberto Torres, 371 - Sala 1101 - Centro - Campos dos Goytacazes - RJ 28035-581 - Tel: (22) 2030-7746 www.editorabrasilmulticultural.com.br contato@brasilmulticultural.com.brMULTICULTURAL Comitê científico/editorial Prof. Dr. Antonio Hernández Fernández - UNIVERSIDAD DE JAÉN (ESPANHA) Prof. Dr. Carlos Henrique Medeiros de Souza – UENF (BRASIL) Prof. Dr. Casimiro M. Marques Balsa – UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA (PORTUGAL) Prof. Dr. Cássius Guimarães Chai – MPMA (BRASIL) Prof. Dr. Daniel González - UNIVERSIDAD DE GRANADA – (ESPANHA) Prof. Dr. Douglas Christian Ferrari de Melo – UFES (BRASIL) Profa. Dra. Ediclea Mascarenhas Fernandes – UERJ (BRASIL) Prof. Dr. Eduardo Shimoda – UCAM (BRASIL) Profa. Dra. Fabiana Alvarenga Rangel - UFES (BRASIL) Prof. Dr. Fabrício Moraes de Almeida - UNIR (BRASIL) Prof. Dr. Francisco Antonio Pereira Fialho - UFSC (BRASIL) Prof. Dr. Francisco Elias Simão Merçon - FAFIA (BRASIL) Prof. Dr. Helio Ferreira Orrico - UNESP (BRASIL) Prof. Dr. Iêdo de Oliveira Paes - UFRPE (BRASIL) Prof. Dr. Javier Vergara Núñez - UNIVERSIDAD DE PLAYA ANCHA (CHILE) Prof. Dr. José Antonio Torres González - UNIVERSIDAD DE JAÉN (ESPANHA) Prof. Dr. José Pereira da Silva - UERJ (BRASIL) Profa. Dra. Magda Bahia Schlee - UERJ (BRASIL) Profa. Dra. Margareth Vetis Zaganelli – UFES (BRASIL) Profa. Dra. Marilia Gouvea de Miranda - UFG (BRASIL) Profa. Dra. Martha Vergara Fregoso – UNIVERSIDAD DE GUADALAJARA (MÉXICO) Profa. Dra. Patricia Teles Alvaro – IFRJ (BRASIL) Prof. Dr. Rogério Drago - UFES (BRASIL) Profa. Dra. Shirlena Campos de Souza Amaral – UENF (BRASIL) Prof. Dr. Wilson Madeira Filho – UFF (BRASIL) 6 Sumário Prefácio A educação salva? Provocações, inquietações e possibilidades profissionais .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 10 Giuliano Reis III CONCINAT: provocações, inquietações e possibilidades profissionais .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 18 Jeane Cristina Gomes Rotta Juliana Eugênia Caixeta Delano Moody Simões da Silva PARTE I 1.1 Um breve histórico do curso de licenciatura em Ciências Naturais da Universidade Federal do Amazonas . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 36 Irlane Maia de Oliveira 1.2 Licenciatura em Ciências Naturais/da Natureza no Brasil: do surgimento à busca por uma identidade profissional . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 48 Samara dos Anjos Costa Antonia Adriana Mota Arrais 1.3 Quem é o/a licenciado/a em Ciências Naturais/da Natureza? . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 54 Adriana de Souza Carneiro Samuel Loubach da Cunha Parte II – MESAS-REDONDAS 2.1 Profissionais em Ciências Naturais.. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 62 Cynthia Bisinoto 2.2 Currículo, políticas públicas e mercado de trabalho para Ciências Naturais .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 68 Eliane Mendes Guimarães Fernando Wirthmann Ferreira 2.3 Experiências em Ciências Naturais.. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 74 Viviane A. S. Falcomer Adriano Silva Leonês Helena Augusta Lisboa Oliveira SESSÕES COORDENADAS 2.4 Formação e identidade de licenciandos em Ciências Naturais .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 80 Irlane Maia de Oliveira 2.5 Identidadedo Curso de Licenciatura em Ciências Naturais e suas características regionais .. .. .. .. .. .. .. .. 86 Sarana Nunes Beatriz Neri Mayse Luz Juliana Eugênia Caixeta 2.6 Estudantes da Licenciatura em Ciências Naturais: indicadores de perfil e motivações .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 97 Cynthia Bisinoto 2.7 Educação Inclusiva no Ensino de Ciências: mediações desenvolvidas no chão da escola . .. .. .. .. .. .. .. .. 108 Helma Salla Geraldo Eustáquio Moreira Érica Santana Silveira Nery 2.8 Ciências Naturais em Libras: pesquisa de sinais termos para uma educação bilíngue dos surdos . .. .. .. 115 Ilson Lopes de Oliveira Jeane Carolina de Souza Ruas 2.9 Ensino de Física inclusivo investigativo .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 124 Keilla Christina Desidério da Silva Gerson de Souza Mól Juliana Eugênia Caixeta 2.10 Da identidade profissional à prática docente no Ensino de Ciências: contribuições do III CONCINAT .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 134 Raimunda Leila José da Silva Juliana Eugênia Caixeta 2.11 A exiguidade de professores de Ciências e o baixo rendimento dos alunos .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 143 Lucilene de Souza Brito Marta Caroline Oliveira Bezerra Xavier Waldinei Rosa Monteiro 2.12 Para além do conteúdo: um estudo sobre práticas docentes bem sucedidas .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 156 Eliana de Almeida Moreira Juliana Eugênia Caixeta 2.13 A pesquisa em Ciências Naturais .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 169 Eduardo Bessa 8 2.14 Notícias de desastres ocorridos na região de Barcarena - PA: O naufrágio do navio Haidar . .. .. .. .. .. .. .. 175 Laiz Rayanna de Araújo Marcio Petteson Barbosa Rodrigues Waldinei Rosa Monteiro 2.15 Interferência do material na alocação de resíduo: radiação solar como agente decompositor no arroz .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 184 Victor Yuri Wilhena Mai Rodrigo Henrique Cardoso Lima Bruno Araújo Leandro Waldomiro Gomes Paschoal Junior 2.16 Recursos didáticos para o Ensino de Ciências: diversidade que se faz necessária . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 195 Ana Júlia Pedreira Delano Moody Simões da Silva 2.17 Referência a mulheres cientistas em livros didáticos de Ciências Naturais.. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 201 Emíllya Rodrigues Façanha Juliana Eugênia Caixeta 2.18 Percepções sobre os recursos didáticos e estratégias de ensino usados pelos/as professores/as de ciências exatas no ensino superior .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 212 Ana Clara de Moura David 2.19 A Educação Ambiental no Ensino de Ciências do III Congresso Nacional de Ciências Naturais/da Natureza e V Encontro Nacional de Estudantes de Ciências Naturais/da Natureza: os diversos olhares e percepções.. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 227 Antonia Adriana Mota Arrais Samara dos Anjos da Costa Marcelo Ximenes Aguiar Bizerril 2.20 O “fazer ciência” no ambiente escolar: desvelando a realidade e atuando para a redução das desigualdades socioambientais .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 233 Antonia Adriana Mota Arrais Marcelo Ximenes Aguiar Bizerril 2.21 Educação Ambiental Crítica na perspectiva da formação cidadã e responsabilidade social .. .. .. .. .. .. .. 243 Ana Paula Fernandes Nóbrega da Silva Rosyvânia de Oliveira Lima Morais Gizele Lacerda Takeda 2.22 Comunic(ações), interdisciplinaridade e ensino de ciências . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 256 Thatianny Alves de Lima Silva 9 2.23 Formação continuada de professores de Ciências Naturais e reflexões sobre interdisciplinaridade .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 261 Priscila Alves Noronha Jenifer Ricarda de Melo Juliana Ricarda de Melo Marcia Conceição Rocha Lima Jeane Cristina Gomes Rotta 2.24 Abordagem sociocontextualizada como estratégia interdisciplinar para o ensino na Educação de Jovens e Adultos . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 272 Edeltrudes dos S. C. de Oliveira Cléia Carvalho de Freitas Andréa Amaral Andrade 2.25 Estratégia pedagógica e aprendizagem conceitual no ensino de ciências .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 283 Bianca Carrijo Cordova 2.26 Como aprender Ciências Naturais na perspectiva dos(as) alunos(as) . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 290 Daniele Rodrigues Letícia Alves Xavier da Silva Silvia Ferreira dos Reis Luísa Eduarda Fernandes dos Anjos Cleber Henrique Silva Alves Ferreira Thatianny Alves de Lima Silva6 2.27 História de laboratório: divulgação científica favorecendo aprendizagens em ciências .. .. .. .. .. .. .. .. .. 300 Rayanne Pinheiro da Silva Mikhael Rocha Alves Thatianny Alves de Lima Silva 2.28 Experimentação no ensino de Ciências .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 309 Viviane A. S. Falcomer 2.29 A importância das atividades práticas (através do projeto PIBID - UFPA) no processo de ensino-aprendizagem em Ciências Naturais .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 318 Sílvia Suely Sanches Costa Jonas do Carmo Pereira Junior Gerson dos Santos Estumano 2.30 Experimentação e conscientização ambiental: uma abordagem metodológica para o ensino de Ciências . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 328 Ronivaldo Pantoja Lobato Jailson Machado Amaral Mayco Pacheco Pantoja 10 Prefácio A educação salva? Provocações, inquietações e possibilidades profissionais Giuliano Reis1 Um universo particular Em 1987, o departamento de Educação em Ciências da Universidade Harvard produziu uma série de vídeos intitulada A Private Universe2, cuja finalidade era a de compreender porque “até mesmo os alunos mais inteligentes não conseguem entender conceitos científicos básicos”. Assim sendo, inúmeras entrevistas foram realizadas com alunos e professores de diversos níveis de ensino para identificar a forma como eles explicavam alguns fenômenos naturais, tais como a ocorrência das estações do ano, as fases da lua e o sequestro de carbono na natureza. 1. Professor da Faculdade de Educação da Universidade de Ottawa (Canadá). 2. https://www.learner.org/resources/series28.html https://www.learner.org/resources/series28.html 11 Figura 1 – Parada de ônibus em frente a uma escola pública em Brasília (ao fundo), onde se pode ler: “educação salva” Fonte: Giuliano Reis/Arquivo pessoal. Em um dos episódios3, a entrevistadora (E) entrega uma semente para um dos jovens entrevistados (J) – no caso uma aluna do renomado Massachusetts Insti- tute of Technology (MIT) e que ainda está vestida em sua toga de formatura – e pergunta: E: Imagine que tenhamos plantado esta semente e que ela tenha dado ori- gem a uma árvore. [Neste momento, a jovem recebe um pequeno pedaço de tronco de árvore]. De onde vem toda esta matéria? J: Natureza. No chão. O solo, a grama, a sujeira. E: O que você diria a alguém que dissesse que a maior parte da massa da árvore vem do dióxido de carbonopresente no ar? J: Eu diria que isto é perturbador e também tentaria imaginar como isso é possível. 3. https://www.youtube.com/watch?v=JhCHb6xtqeY https://www.youtube.com/watch?v=JhCHb6xtqeY 12 Quem é o/a licenciado/a em Ciências Naturais/da Natureza? Perspectivas profissionais Coletânea de textos do III CONCINAT No contexto dessa “experiência,” uma outra entrevistada chega mesmo a dizer que “discorda” da explicação sobre como um gás pode compor a madeira. Essas e outras falas – surpreendentemente equivalentes entre universitários e estudantes do ensino fundamental e médio – serviriam como confirmação de que “métodos tradicionais de instrução” não conseguem superar certas “con- cepções errôneas” (por falta de um termo mais adequado), as quais mesmo os alunos mais “brilhantes” trazem consigo há muitos anos. Na página onde o vídeo citado pode ser assistido, encontram-se os seguintes comentários: Por que o Instituto de Tecnologia [de Massachusetts] saberia sobre madeira? Os computadores são feitos de madeira? A última vez que madeira foi utilizada para comunicação foi para criar sinais de fumaça. Entretanto, concordo que poucos de nós sabe que a maior parte da massa de uma árvore vem do carbono no CO2 (o ar) (Rock Anderson). O vídeo foi produzido para um curso de treinamento de professores e tenta mostrar que os estudantes não recebem um aprendizado científico duradouro ao longo de sua educação – mesmo aqueles que são ob- viamente muito bons em ciência não conseguem se lembrar ou entender de maneira profunda o sentido dos conceitos que são ensinados na escola. A fotos- síntese é completamente fundamental para a vida na terra – como alguém pode não saber de onde vem a biomassa das plantas e ainda se considerar um cien- tista? (Stephen Rowcliffe, em resposta ao comentário acima). E você, de que lado está? A inestimável preciosidade do não saber O que dizer de uma criança de 10 anos que, quando perguntada sobre a razão da existência do dia e da noite, responde que “precisamos do dia para brincar e da noite para dormir” (REIS, 2015, p. 11)? O que fazer quando ela conclui que “se não tivermos o dia, não temos luz e podemos bater em alguma coisa”? O que dizer para alunos recém-graduados do MIT que não sabem de 13 III CONCINAT: provocações, inquietações e possibilidades profissionais onde se originou a maior parte da matéria de uma árvore? O que fazer quando eles dizem estar “perturbados” ou até mesmo incrédulos diante de um fato cientificamente comprovado? De forma ingênua, alguns professores de ciências que conheço ainda acre- ditam que tais “distorções conceituais” devam – e podem – ser corrigidas por meio de uma educação (ou seria escolarização?) científica adequada; ou seja, imparcial e objetiva. Essa não só é uma visão autoritária4 do que significa ser professor, mas também nos leva a questionar: o conhecimento científico nos salva do quê? De quem? Você saberia dizer? Que diferença faria se todos soubéssemos as respostas corretas? E se a criança tivesse detalhado o movimento de rotação da terra ou os alunos uni- versitários conseguissem recitar o ciclo de Calvin com perfeição? Que impor- tância isso teria? A ocorrência do dia e a da noite certamente não existem para satisfazer esta ou aquela vontade de brincar e dormir. Mas, certamente, a existência des- ses fenômenos permite com que todos nós possamos nos divertir, trabalhar e descansar. Para uma criança, isso basta. Para muitos adultos, também. O nosso entendimento acerca da origem da massa de uma planta em nada muda a forma como nos alimentamos delas ou utilizamos a madeira na construção de nossas casas. Quantos marceneiros, arquitetos e engenheiros em nosso país entendem de fotossíntese? Faz pouco tempo que eu observava a minha afilhada Elisa, de apenas 1 ano de idade, brincar na grama de um parque. Impressionou-me a tenacidade com a qual suas pequenas mãozinhas mexiam na terra vermelha do solo. Houve momentos em que a sua obstinação era tamanha que parecia querer degustar algumas folhas caídas que estavam por perto. Ali, ela demonstrava toda a sua inata curiosidade de pequeno ser humano, ainda descontaminada5 da rigidez de um mundo escolarizado, onde professores e alunos de ciências podem ter sua autonomia sequestrada quando ousam afirmar que as ciências existem fora do currículo e dos livros, na vida (REIS, 2018). 4. A essa noção de “verdade científica” podem ser atribuídas algumas distorções associadas ao ensino de evolução (REIS et al., 2019). 5. Veja Weinstein e Broda (2009) para uma interessante abordagem acerca do ensino de ciên- cias “limpo”. 14 Quem é o/a licenciado/a em Ciências Naturais/da Natureza? Perspectivas profissionais Coletânea de textos do III CONCINAT A Elisa ainda não sabe, mas um dia talvez lhe seja negada a possibilidade de experimentar o conhecimento do mundo com uma sensação física (real) cujo fio condutor seja o seu próprio corpo. A não ser que ela tenha “bons” professores de ciências, por exemplo, a sua voz vai se juntar ao coro daqueles que cantam seu desencanto com o ensino, principalmente o das ciências, com seus conceitos e fórmulas tão difíceis como inúteis. Foi Edward Wilson (2006) quem disse: “os conhecimentos acompanhados de emoções prazerosas não são esquecidos” (p. 127). E não precisa ser cientista para saber disso. De que adianta ensinar ciências se os próprios alunos não sabem por que devem aprendê-las (REIS, 2010)? Não deveria ser essa a nossa primeira lição: uma aula de “porquês”? Ao contrário, as nossas escolas – não todas, claro – ainda contribuem para preparar os nossos jovens para uma vida próspera de ostentação e consumo (DOERR, 2004; REIS et al., 2018). Nas palavras de Da- vid Orr (2004): O fato é que o planeta não precisa de mais pessoas “bem-sucedidas.” Mas precisa desesperadamente de mais pacificadores, curadores, restauradores, con- tadores de histórias e amantes de todas as formas. Precisa de pessoas que vivam bem em seus lugares. Precisa de pessoas de coragem moral que queiram se unir à luta para tornar o mundo habitável e humano. E essas necessidades têm pouco a ver com o sucesso como a nossa cultura definiu (p. 12). Assim, como é que as ciências que pretensiosamente ensinamos (como professores que somos) contribui para a negação de uma cultura majoritaria- mente hiperconsumista e, portanto, opressora? (E você pensou que eu não ia citar Paulo Freire?). As ciências não se fazem de respostas, mas de perguntas(!). Então, pergun- te, investigue, provoque, inquiete e possibilite. Atreva-se a explorar com seus alunos o que ainda não se sabe (ROTH et al., 2008). Onde está o entusiasmo da descoberta se perguntamos aos nossos alunos apenas para atribuir-lhes uma nota? Que outra razão explicaria o fato de que, na maioria das vezes, somos nós (os professores) – e não os alunos – que fazem o maior número de perguntas na sala de aula (WELLINGTON; OSBORNE, 2001)? Se sabemos as respostas para as nossas próprias perguntas, por que, então, as perguntamos? 15 III CONCINAT: provocações, inquietações e possibilidades profissionais Mudar essa rotina significa adotar uma abordagem anti-autoritária e que me leva a crer que há salvação para a educação em ciências. Mais importan- te: ela provoca, inquieta e cria possibilidades para um ensino-aprendizado autêntico e relevante (seria essa a tal alfabetização científica6 de que se fala?). A exemplo de Richard Feynman (1969), prêmio Nobel de Física, ao recordar um fato de sua infância: No dia seguinte, segunda-feira, estávamos brincan- do nos campos e esse menino me disse: “Veja aquela ave em pé no tronco? Qual é o seu nome?” Eu disse: “Não tenho a menor ideia”. Ele disse: “É um sabiá de pescoço marrom. Seu pai não te ensina muito sobre ciência.” Eu sorri para mim mesmo, porque meu pai já havia me ensinado que [o nome] não me diz nada sobre o pássaro. Ele me ensinou “Vê aquele pássaro? É um sabiá marrom, mas na Alemanha é chamado de halsenflugel,e em chinês eles chamam de chungling e mesmo que você saiba todos esses nomes, você ainda não sabe nada sobre o pássaro – você só sabe algo sobre pessoas; do que eles chamam esse pássa- ro. Agora, aquele sabiá canta e ensina seus filhotes a voar, e voa quilômetros de distância durante todo o verão pelo país, e ninguém sabe como ele encontra o seu caminho”, e assim por diante. Há uma diferença entre o nome da coisa e o que ela faz (p. 316). Isso, sim, é que é saber ciências! Ciências para todos? Somente quando experimentarmos uma educação científica que vai além da memorização de fatos é que entenderemos o valor de se conhecer os processos da ciência. Essa talvez seja a “coisa mais preciosa” (SAGAN, 1996) que o conhecimento científico possa nos dar: manter acesa em nós a alegria da curiosidade e da descoberta da vida (quem é que disse que aprender não 6. O termo “letramento científico” também é utilizado como sinônimo (CUNHA, 2017). 16 Quem é o/a licenciado/a em Ciências Naturais/da Natureza? Perspectivas profissionais Coletânea de textos do III CONCINAT pode trazer felicidade? Caso contrário, por que insistimos em estudar?). Todo o resto é consequência. Não estou aqui fazendo apologia à desescolarização da sociedade (ILLI- CH, 1970), mas defendo uma reforma nas maneiras como exercemos o nosso ofício de professores e educadores. Isso implica também na admissão de que as ciências não são para todos (ROTH; LEE, 2002) e que cientistas podem sim cometer erros conceituais, pois a aprendizagem é contextualizada (ROTH; BOWEN, 2001). Em outras palavras, os atos de ensinar e aprender devem ser ambos pragmáticos – ou seja, práticos e realistas – e também utilitários – isto é, com objetivos e finalidades fora de si mesmos. Afinal, quem disse que todos os anos que passamos “alisando os bancos escolares” devem se resumir à pers- pectiva de um bom salário após a formatura? Seria essa a finalidade maior da escola e do conhecimento científico? É exatamente isso que os capítulos apresentados na presente obra se pro- põem – frutos do III Congresso Nacional de Ciências Naturais/ da Natureza (CONCINAT), realizado em Brasília em 2018. Aqui, o leitor vai poder perce- ber que, descontadas as referências óbvias à escola – como educação, licencia- tura, ciências, universidade, etc. –, as palavras “ambiental,” “experimentação,” “identidade,” “reflexões” e “interdisciplinaridade” estão entre as mais citadas nos títulos dos capítulos. Esses são conceitos que apontam para uma educação em ciências que pode efetivamente nos salvar... de nós mesmos. Das limita- ções que a falta de curiosidade na/pela vida pode trazer para a realização de uma existência mais plena, feliz, socio-ecologicamente justa, pacífica e dura- doura (quanta coisa!). São essas as provocações, inquietações e possibilida- des que (acredito) a educação em ciências deva promover em todos nós – nas crianças que brincam de dia e descansam ao cair da noite, nos universitários recém-formados, na Elisa, em todos nós. Desejo uma boa leitura. Referências CUNHA, R. Alfabetização científica ou letramento científico? Interesses envolvidos nas inter- pretações da noção de scientific literacy. Revista Brasileira de Educação, 22(68), 169-186, 2017. DOERR, M. Currere and the environmental autobiography: A phenonmenological approach to the teaching of ecology. New York, NY: Peter Lang, 2004. FEYNMAN, R. What is science? The Physics Teacher, 7(6), 313-320, 1969. 17 III CONCINAT: provocações, inquietações e possibilidades profissionais ILLICH, I. Deschooling society. New York: Marion Boyar, 1970. ORR, D. What is education for? In: ORR, D. Earth in mind: on education, environment, and the human prospect. Washington, D.C. Island Press, 2004, pp. 7-15. REIS, G. Making science relevant: Conceptual change and the politics of science education. In: ROTH, W. M. (ed.). Reuniting sociological and psychological perspectives. New York: Springer, 2010, pp. 233-241. _______. A socio-culturally sensitive science curriculum: What does it have to do with our bo- dies? In: MILNE, C.; TOBIN, K.; DEGENERO, D. (eds.). Sociocultural studies and impli- cations for science education: the experiential and the virtual. New York: Springer, 2015, pp. 231-255. _______. En route to becoming a “good” teacher: An attempted hijack of pedagogical autonomy? In: BRYAN, L.; TOBIN, K. (eds.). 13 questions: reframing education’s conversation – scien- ce. New York: Peter Lang, 2018, pp. 103-114. _______. et al. Sociocultural perspectives on youth ethical consumerism. 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Licenciada e bacharel em Química pela Universidade de São Paulo, Mestre e Doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo, Professora Associada II da Faculdade UnB de Planaltina - FUP e Professora e Orientadora no Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências PPGEC - UnB. 2. Psicóloga, bacharel em Psicologia, Mestra e Doutora em Psicologia do Desenvolvimento pela Universidade de Brasília. Professora Adjunta III da Faculdade UnB Planaltina – FUP. Coordena- dora do Laboratório de Apoio e Pesquisa em Ensino de Ciências 2 da FUP. 3. Biólogo com mestrado e doutorado em Ecologia, foi professor da educação básica por 15 anos e trabalha com formação de professores desde 2006. É professor do curso de licenciatura em Ciên- cias Naturais da FUP e do Programa de Pós-graduação em Ciências Naturais (PPGEC/UnB). 19 quais orientam o processo de ensino e de aprendizagem para a relação da ciência com a tecnologia e com a sociedade, uma ciência contextualizada, cujo ensino faça refletir sobre a estrutura do mundo que nos constitui? E como formar esse/a docente? Como adequar os conhecimentos científicos e pedagógicos de maneira a podermos criar condições para que seja um/a profissional capaz de desenvolver seu potencial ao longo de sua história? Como proporcionar uma formação na qual o/a licenciando/a em Ciências Naturais/da Natureza reconheça seu lugar como professor/a e pesquisador/a de sua prática docente (LUDKE, 2001), que possa re- fletir sobre suas metodologias e que saiba lidar com as alegrias e as frustações dessa profissão, que exige mais do que conhecimentos acadêmicos? Muitos são os questionamentose eles não terminam nessa listagem. O pro- cesso de formação do/a professor/a de Ciências Naturais/da Natureza, seja pela formação inicial, seja pela formação continuada, viabiliza contextos geradores de identidade profissional (ARAÚJO, 2001). Identidade essa que está em constante desenvolvimento, na medida em que se torna professor/a de ciências a cada en- contro e/ou desencontro com os/as alunos/as, profissionais formadores/as, com a literatura científica da área e com a convivência com os pares. Essas interações permitem constantes reflexões e aprendizagens mútuas, den- tre as quais, destacamos: quais as melhores abordagens teóricas e estratégias de ensino para empreendermos uma formação inicial e continuada que possa con- tribuir para que esse/a licenciando/ae/ou professor/a já graduado/a atenda as exi- gências dessa profissão e atue para além delas, gerando novas possibilidades de ser docente no contexto do ensino de ciências, o que, para nós, implica em uma atuação comprometida com a diversidade de alunos/as em sala de aula e, também, com o desenvolvimento de estratégias de ensino que garantam uma atuação dis- cente para a autonomia. Nessa apresentação, faremos uma articulação entre a historicidade que envolve o desenvolvimento do perfil do professor/a de ciências do ensino fundamental, anos finais, e os trabalhos propostos no III CONCINAT – Congresso Nacional de Ciências Naturais/da Natureza, com o objetivo de defender que se trata de um/a profissional capaz de integrar os conhecimentos, por meio de um olhar holísti- co sobre a ciência e, também, eticamente engajado para mediar o conhecimento científico, tendo em vista as necessidades específicas de seu alunado. Que possa despertar o interesse dos/as alunos/as pelos fenômenos naturais que ocorrem no mundo ao seu redor, compreendendo que tais fenômenos, tanto sofrem impactos do contexto social, como o impactam. Um/a profissional que mobiliza recursos 20 Quem é o/a licenciado/a em Ciências Naturais/da Natureza? Perspectivas profissionais Coletânea de textos do III CONCINAT pessoais, socioafetivos e ético-políticos para a prática docente direcionada à construção de uma vida de boa qualidade, que implica em decisões com- prometidas com uma sociedade sustentável, em que a tomada de consciência de si, sobre suas ações e omissões, traduza-se em possibilidades de mediar o conhecimento científico no contexto da diversidade humana (FERNANDES, 2004; BLASI, 2005; MARINHO-ARAÚJO; ALMEIDA, 2016). Formação inicial do/a professor/a de Ciências Naturais/da Natureza A formação docente no Brasil: aspectos gerais A formação de professores/as, em um contexto mais amplo, é considerada, por Azevedo, Ghedin, Silva-Forsberg e Gonzaga (2012),como uma temática muito diversificada e tratada por vários focos. Para os autores, nos anos de 1930, o modelo de formação desses docentes, nas faculdades de Filosofia, era focado no modelo de “3+1”. Esse modelo era composto por três anos de disci- plinas específicas e um ano de disciplinas pedagógicas, inseridas na formação do bacharel para obter-se o diploma de licenciado/a. O grande problema desse modelo se refere a dois aspectos: primeiro, à se- paração entre a teoria e a prática e, segundo, ao enclausuramento do conheci- mento pedagógico a uma posição de pura prática. Assim, os conhecimentos específicos, das áreas, eram considerados teóricos; enquanto aqueles relacio- nados à pedagogia eram qualificados como práticos. A consequência dessa concepção se refere à fragmentação dos contextos de ensino para a formação docente, que, consequentemente, se refletia na atuação docente, igualmente fragmentada em sala de aula. Esse modelo foi muito criticado em 1960, mas ainda tem resquícios nos cursos de formação docente contemporâneos. Pesquisas como as de Pilon (2015) e Lima, Silva e Caixeta (2018) demonstram que uma importante crítica do processo de formação de professores/as se refere à separação entre teoria e prática, e essa queixa se amplifica nas pesquisas sobre a atuação docente no contexto da educação inclusiva (MANTOAN, 2003; LOPES, 2012; MEDEI- ROS, 2018). 21 III CONCINAT: provocações, inquietações e possibilidades profissionais De acordo com Pereira (1999), desde o surgimento das licenciaturas, na década de 1930, até 1980, não havia ocorrido mudanças significativas no mo- delo de formação, baseado na racionalidade técnica. Entretanto, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB (BRASIL, 1996),definiu-se um novo modelo educacional que impactou profundamente o processo de formação docente: Art. 61. A formação de profissionais da Educação, de modo a atender aos objetivos dos diferentes níveis e modalidades de ensino e às características de cada fase do desenvolvimento do educando, terá como fundamento: I - a associação entre teorias e práti- cas, inclusive mediante a capacitação em serviço; II - aproveitamento da formação e experiências ante- riores em instituições de ensino e outras atividades. Art. 62. A formação de docentes para atuar na Edu- cação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de Educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na Educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal. Art. 63. Os institutos superiores de Educação manterão: I - cursos formadores de pro- fissionais para a Educação básica, inclusive o curso normal superior, destinado à formação de docentes para a Educação infantil e para as primeiras séries do ensino fundamental; II - programas de formação pe- dagógica para portadores de diplomas de Educação superior que queiram se dedicar à Educação básica; III - programas de Educação continuada para os pro- fissionais de Educação dos diversos níveis. Em síntese, a LDB (BRASIL, 1996) expressa claramente que, no Brasil, a formação docente deve associar teoria e prática num esforço contínuo de pro- ver contextos pedagógicos, seja na formação inicial, ou na continuada, inten- cionalmente organizados para viabilizar a integração dos saberes. Portanto, os saberes pedagógicos não podem estar afastados dos saberes específicos, da mesma forma que os saberes teóricos não podem estar afastados dos saberes práticos. 22 Quem é o/a licenciado/a em Ciências Naturais/da Natureza? Perspectivas profissionais Coletânea de textos do III CONCINAT Viveiro e Campos (2014) discutem que as Diretrizes Curriculares Nacio- nais para a Formação de Professores (BRASIL, 2002) e as resoluções do Con- selho Nacional de Educação - CNE 1/2002 e CNE 2/2002, que determinaram maior carga horária nos estágios supervisionados, enfatizaram que as ativida- des teóricas e práticas estivessem relacionadas ao exercício da docência e que as práticas pedagógicas se fizessem presentes desde o início do curso. O CNE (Resolução CP nº 04/97) aprovou as orientações gerais para a ela- boração das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica. O Parecer CNE/CP nº 09/2001 institui que todo/a profis- sional, para atuar na educação básica, deve ter nível superior, em licenciatura de graduação plena. Essa foi a primeira normativa legal, após a LDB (BRASIL, 1996), que tratou os cursos de formação de professores como cursos de car- reira própria, distintos da formação técnica dos bacharelados. Para Terrazzan (2003), essa medida elevou o estatuto acadêmico e, consequentemente, a au- toestima de estudantes das licenciaturas. As atuais Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial e Con- tinuada dos Professores do Magistério da Educação Básica (BRASIL, 2015) reforçam o documento de 2002, estabelecendo 400 horas de prática pedagó- gica, como componente curricular, 400 horas de estágio supervisionado “na área de formação e atuação na educação básica, contemplando também outras áreas específicas, se for o caso, conforme o projetode curso da instituição” (BRASIL, 2015, p. 11). Além disso, Os cursos de formação deverão garantir nos currí- culos conteúdos específicos da respectiva área de co- nhecimento ou interdisciplinares, seus fundamentos e metodologias, bem como conteúdos relacionados aos fundamentos da educação, formação na área de políticas públicas e gestão da educação, seus funda- mentos e metodologias, direitos humanos, diversi- dades étnico-racial, de gênero, sexual, religiosa, de faixa geracional, Língua Brasileira de Sinais (Libras) e direitos educacionais de adolescentes e jovens em cumprimento de medidas socioeducativas (BRASIL, 2015, p. 11). 23 III CONCINAT: provocações, inquietações e possibilidades profissionais A relevância dos avanços na regulamentação legal do processo de formação de professores/as, desde a década de 1930, se relaciona: 1º) ao estabelecimento e reconhecimento da profissão professor como uma carreira de nível superior; 2º) à determinação de tempo mínimo de formação inicial; 3º) à defesa da prá- tica pedagógica desde o início do curso; 4º) à ampliação da carga horária de prática pedagógica e de estágios supervisionados; 5º) ao estabelecimento dos níveis e modalidades da educação brasileira; e 6º) ao reconhecimento da di- versidade como inerente ao tecido social humano, o que implica na ampliação das temáticas discutidas nos processos formativos. Apesar desses avanços, Gatti e Barreto (2009, p. 8) salientam que “o fato é que a grande maioria dos países ainda não logrou atingir os padrões mínimos necessários para colocar a profissão docente à altura de sua responsabilidade pública para com os milhões de estudantes”. Formação do/a professor/a de ciências naturais/ da natureza Ensinar ciências, no ensino fundamental, tornou-se obrigatório, na educa- ção brasileira,a partir da LDB de 1961 (Lei nº 4.024/61). Entretanto, a formação de professores/as de ciências foi postergada para a década de 1970. Sampaio (2014) discute que, até a década de 1960, o professor formado nos cursos de História Natural foi responsável pelas aulas de Ciências. De acordo com Araújo, Toledo e Carneiro (2014, p.31), houve uma série de “fatores que enfraqueceram o curso de História Natural; a extinção ocorre com o seu definitivo desmembra- mento em Ciências Biológicas e Geologia, por meio do Parecer CESu nº 5/1963”. Com as determinações da LDB de 1961, foi necessário atender essa de- manda por profissionais que lecionassem nesse segmento. Visando uma for- mação docente rápida e mais generalista, foram criados os cursos de licencia- tura curta (MAGALHÃES JUNIOR; PIETROCOLA, 2011). Em 1988, a Constituição Nacional possibilitou a universalização do acesso ao ensino fundamental, entretanto, essa não garantiu ações claras que geras- sem contextos de ensino que resultassem na aprendizagem adequada dos con- ceitos científicos. Isso, principalmente, devido à ausência de um/a profissional apto/a para atuar nesse segmento da educação básica. A obrigatoriedade da formação em nível superior em cursos plenos para profissionais da educação, incluindo os da área de ciências, ocorreu, somente, 24 Quem é o/a licenciado/a em Ciências Naturais/da Natureza? Perspectivas profissionais Coletânea de textos do III CONCINAT a partir da promulgação da nova LDB, em 1996. Esse novo perfil docente visa a uma formação mais ampla, abrangendo, além dos conhecimentos biológicos, os físicos, os químicos e os geológicos, e relacionando assim as áreas que com- põem as ciências naturais (MAGALHÃES JUNIOR; PIETROCOLA, 2011). Diante da demanda de professores/as de ciências para atuar no ensino fun- damental, muitos cursos de licenciatura em Ciências Naturais, ou da Natureza, surgiram no Brasil a partir dos anos 2000. Porém, o desafio não era e não é só atender a demanda quantitativa de professores/as, mas, também, as demandas formativas desses/as profissionais. Desde então, questões relacionadas ao per- fil do egresso, disciplinas nos currículos, projetos integradores, dentre outras, foram surgindo, nos últimos anos, como consequência das exigências legais da profissão professor, das mudanças que as tecnologias e as dinâmicas da sociedade nos provocam e, também, das demandas do mercado de trabalho. Para muitas dessas questões, não temos respostas, por isso, um dos obje- tivos do III Congresso Nacional de Ciências Naturais/ da Natureza (CONCI- NAT) foi provocar o debate coletivo sobre a identidade profissional desse/a docente, inclusive, em seu processo formativo inicial, ao mesmo tempo em que objetivamos trazer subsídios, por meio de relatos de pesquisas e de expe- riências, oficinas e visitas técnicas sobre quem é esse/a profissional, onde tem atuado, onde pode atuar e como pode se formar como um/a docente ético e engajado/a nas respostas aos desafios da profissão. Para tanto, compuseram os/as participantes do III CONCINAT docentes e discentes vinculados/as às licenciaturas em Ciências Naturais e áreas afins, haja vista o caráter interdis- ciplinar das ciências. III CONCINAT: do evento ao livro O III CONCINAT ocorreu entre os dias 11 e 13 de dezembro de 2018, na Faculdade UnB Planaltina (Brasília, DF), e teve como temática central a identidade do/a licenciando/a em Ciências Naturais ou da Natureza. O evento contou com a participação de cerca de 300 congressistas, entre licenciandos/ as, professores/as da educação básica, alunos/as de pós-graduação, professo- res/as universitários/as e demais profissionais relacionados às Ciências. As atividades do congresso foram divididas em sessões solenes; mesas-redondas; sessões coordenadas, visitas técnicas e oficinas (vide programação em Anexo). 25 III CONCINAT: provocações, inquietações e possibilidades profissionais Com o apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal – FAP- DF, foi possível publicar este livro, fruto do III CONCINAT. Portanto, trata- -se de uma publicação científica que possibilita a expressão da diversidade de abordagens do ensino de ciências, numa concepção inclusiva e abrangente, com vistas a apontar indicadores sobre quem é o/a profissional de licenciatu- ra em Ciências Naturais/da Natureza, onde atua e como tem se formado, na graduação, na pós-graduação e nas capacitações em serviço. A relevância dele está em registrar concepções e atuações pertinentes a um ensino de ciências inovador, comprometido com a relação tecnologia, sociedade e ambiente. Essa publicação é dividida em duas partes, a primeira traz textos que aju- dam a compreender aspectos históricos e políticos sobre a formação de pro- fessores/as de ciências. No capítulo “Histórico das Licenciaturas em Ciências Naturais”, a Professora Doutora Irlane Maia faz uma retrospectiva dos cursos de licenciaturas na área de ciências, apresentando os aspectos legais e políticos envolvidos no processo. No capítulo “Licenciatura em Ciências Naturais/da Natureza no Brasil: do surgimento à busca por uma identidade profissional”, as professoras Mestras Samara Costa e Antônia Adriana Arrais trazem o his- tórico e importância dos dois eventos mais importantes em Ciências Natu- rais/da Natureza, no Brasil, contemporaneamente: o Congresso Nacional de Ciências Naturais/da Natureza - CONCINAT e o Encontro de Estudantes de Ciências Naturais/da Natureza - ENECINA. No capítulo, as autoras ressal- tam a função do Congresso e do Encontro como espaços institucionalizados, nacionalmente, para o debate, reconhecimento e consolidação da profissão do/a Licenciado/a em Ciências Naturais/da Natureza. Por fim, os licenciados Adriana Carneiro e Samuel Cunha, no capítulo “Quem é o/a Licenciado/a em Ciências Naturais/da Natureza?”, trazem discussões e provocações sobre a identidade do/a profissional professor/a de ciências naturais. Na segunda parte dessa publicação, apresentamos um compilado das dis- cussões que ocorreram nas mesas redondas e nas sessões coordenadas. Cada mesa redonda foi composta por uma mediadora e, pelo menos, dois convi- dados para discutir sobreas seguintes temáticas: profissionais em Ciências Naturais, currículo, políticas públicas e mercado de trabalho para Cientistas Naturais, e experiências em Ciências Naturais. Para cada mesa redonda, a me- diadora elaborou um texto que sintetiza as discussões que ocorreram. Os demais capítulos são referentes às sessões coordenadas, nas quais fo- ram apresentados trabalhos relacionados às seguintes temáticas: Formação e 26 Quem é o/a licenciado/a em Ciências Naturais/da Natureza? Perspectivas profissionais Coletânea de textos do III CONCINAT Identidade docente, Educação inclusiva, Prática Docente, Pesquisas em Ci- ências Naturais, Recursos Didáticos, Educação Ambiental, Interdisciplinari- dade, Estratégias e Reflexões e Experimentação em Ensino de Ciências.Para cada sessão, é apresentado um texto introdutório, contendo uma síntese do que foi apresentado na sessão e as discussões que ocorreram durante cada encontro, e dois artigos selecionados pelos/as participantes e organizadores/ as para a composição desta publicação. Ao final, temos o capítulo “Palavras finais”, que traz informações siste- matizadas que colaboram, como respostas, à pergunta inicial do Congresso: “Quem é o Licenciado/a em Ciências Naturais?”, com vistas a contribuir com ações futuras para a consolidação da profissão e, também, do curso de gradu- ação de licenciatura e cursos de pós-graduação, que reconheçam as especifici- dades da área de conhecimento e, também, da profissão; ao mesmo tempo em que tragam provocações que permitam os avanços educacionais e sociais que a população brasileira anseia. Esperamos, com essa publicação, contribuir e subsidiar reflexões sobre a formação de professores/as de ciências, um/a profissional competente, crítico/a e com sua atuação reconhecida perante a sociedade. Referências ARAÚJO, C. M. M. de. Oficina Temas Psicopedagógicos 1: Identidade profissional. Programa de Gestão da Aprendizagem Escolar - GESTAR/FUNDESCOLA, MEC, 2001. ARAUJO, E. P. RAMOS; TOLEDO, M. C. M.; CARNEIRO, C. D. R. 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Obs: ficará aberto durante todos os dias do congresso. 09:00 manhã Cerimônia de Abertura: apresentação cultural, composição da mesa presidencial e Palestra Magna com os professores Dr. Paulo Brito (FUP) e Dr. Danilo Arruda (FUP) sobre a temática: Quem é o/a Licenciado/a em Ciências Naturais/da Natureza? 11:00 manhã Coffee Break 12:00 tarde Almoço 14:00 tarde 1° Sessão Coordenada (Apresentação dos relatos de experiência e pesquisa): Formação e identidade dos Licenciados em Ciências Naturais/da Natureza. Mediadora: Profa. Dra. Irlane Maia de Oliveira (UFAM). 29 III CONCINAT: provocações, inquietações e possibilidades profissionais Interdisciplinaridade no Ensino de Ciências. Mediadora: Profa. Msa. Thatianny Alves de Lima Silva (FUP). Educação Ambiental no Ensino de Ciências. Mediador: Prof. Dr. Marcelo Ximenes Aguiar Bizerril (FUP). Estratégias e Reflexões no Ensino de Ciências. Mediadora: Profa. Msa. Bianca Carrijo Cordova (FUP). Pesquisas em Ciências Naturais. Mediador: Prof. Dr. Tamiel Khan Baiocchi Jacobson (FUP). 16:00 tarde Coffee Break 17:00 tarde Mesa Redonda - Profissionais em Ciências Naturais. Mediadora: Profa. Dra. Cynthia Bisinoto Evangelista de Oliveira (FUP). Convidados: Profa. Dra. Irlane Maia de Oliveira (UFAM), Profa. Msa. Samara dos Anjos da Costa (SEEDF), Profa. Msa. AntôniaAdriana Mota Arrais (SEEDF), Prof. Ms. Rodrigo Alves Xavier (Colégio Marista João Paulo II). 20:00 noite Palestra – Kosmos. Palestrante: Prof. Dr. Danilo Arruda (FUP). 12 de dezembro 08:00 manhã Visita Técnica – Planetário de Brasília. Mediador: Prof. Adriano da Silva Leonês (Planetário de Brasília). Oficinas 30 Quem é o/a licenciado/a em Ciências Naturais/da Natureza? Perspectivas profissionais Coletânea de textos do III CONCINAT Educação e Sexualidade Humana: despertando um olhar inclusivo e para além da Biologia - Mediadores: Profa. Msa. Andreia Lelis Pena (SEEDF) & Prof. Dr. Gerson de Souza Mól (UnB). O uso de realidade virtual no ensino de ciências como facilitadora no processo de aprendizagem: Uma abordagem neurocientífica cognitiva nos temas de ciências - Mediadores: Welberth Stefan Santana Cordeiro (UnB) & Dra. Zara Faria Sobrinha Guimaraes (UnB). Convivência Ética e Mediações de Conflitos na Escola – Mediadora: Dra. Flávia Maria de Campos Vivaldi (Unicamp). Ilustração digital em documentos e apresentações científicas - Mediadores: Christian Rafael Quijia (UnB) & Profa. Dra. Marcella Lemos Brettas Carneiro (FUP). A utilização de Experimentos de baixo custo nas aulas de ciências naturais: O projeto Banca da Ciência – Mediadores: Paulo Borges Virissimo dos Santos (USP), Prof. Esp. Ricardo Augusto Viana de Lacerda (USP) & Prof. Dr. Luis Paulo de Carvalho Piassi (USP). 12:00 tarde Almoço 14:00 tarde Sessão Solene - Homenagem a Prof. Dra. Marta Maria Pernambuco. Palestrante: Prof. Dr. Antônio Fernando Gouvêa da Silva (UFSCar). 16:00 tarde Coffee Break 17:00 tarde Mesa Redonda - Currículo, políticas públicas e mercado de trabalho para os Cientistas Naturais. 31 III CONCINAT: provocações, inquietações e possibilidades profissionais Mediadora: Profa. Dra. Eliane Mendes Guimarães. Convidados: Profa. Esp. Mirna França da Silva de Araújo (MEC), Profa. Nilza Cristina Gomes dos Santos (Sinpro-DF e CUT), Profa. Msa. Marília Magalhães Teixeira (SEEDF) & Profa. Luciana Custódio de Castro (Sinpro-DF). 20:00 noite Sessão de Celebração – 10 anos do Projeto Escolas nas Estrelas no Distrito Federal. Coordenador: Prof. Dr. Paulo Brito (FUP). 13 de dezembro 08:00 manhã Visita Técnica – Estação Ecológica de Águas Emendadas. Mediador: Prof. Dr. Irineu Tamaio (FUP). Oficinas Educação e Sexualidade Humana: despertando um olhar inclusivo e para além da Biologia - Mediadores: Profa. Msa. Andreia Lelis Pena (SEEDF) & Prof. Dr. Gerson de Souza Mól (UnB). O uso de realidade virtual no ensino de ciências como facilitadora no processo de aprendizagem: Uma abordagem neurocientífica cognitiva nos temas de ciências - Mediadores: Welberth Stefan Santana Cordeiro (UnB) & Dra. Zara Faria Sobrinha Guimaraes (UnB). Convivência Ética e Mediações de Conflitos na Escola – Mediadora: Dra. Flávia Maria de Campos Vivaldi (Unicamp). Pesquisa e Gerenciamento de Referências Bibliográficas – Mediadoras: Profa. Dra. Erina Vitório Rodrigues (FUP) & Profa. Dra. Marcella Lemos Brettas Carneiro (FUP). 12:00 tarde Almoço 32 Quem é o/a licenciado/a em Ciências Naturais/da Natureza? Perspectivas profissionais Coletânea de textos do III CONCINAT 14:00 tarde 2° Sessão Coordenada (Apresentação dos relatos de experiência e pesquisa): Experimentação no Ensino de Ciências. Mediadora: Profa. Dra. Viviane Aparecida da Silva Falcomer (FUP). Recursos Didáticos para o Ensino de Ciências. Mediador: Prof. Dr. Delano Moody Simões Silva (FUP). Educação Inclusiva no Ensino de Ciências. Mediadora: Profa. Msa. Helma Salla (SEEDF). Prática Docente no Ensino de Ciências. Mediador: Prof. Ms. Franco Salles de Porto (FUP). Pesquisas em Ciências Naturais. Mediadores: Prof. Dr. Eduardo Bessa Pereira da Silva (FUP) & Profa. Dra. Dulce Maria Sucena da Rocha (FUP). 16:00 tarde Coffee Break 17:00 tarde Mesa Redonda - Experiências em Cientistas Naturais. Mediadora: Profa. Viviane Aparecida da Silva Falcomer (FUP). Convidados: Msa. Helena Augusta Lisboa de Oliveira (UnB) & Prof. Adriano da Silva Leonês (Planetário de Brasília). 20:00 noite Atividade – Planetário Móvel Tatanka. Coordenador: Prof. Adriano da Silva Leonês (Planetário de Brasília). 14 de dezembro 33 III CONCINAT: provocações, inquietações e possibilidades profissionais 08:00 manhã Visita Técnica – Planaltina: uma cidade histórica. Mediador: Prof. Esp. Francisco da Paz Mendes de Souza (SEEDF). Oficinas Pensamento e Modelagem de Sistemas para Ciências Naturais - Mediador: Prof. Dr. Ismael Victor de Lucena Costa (FUP). Fotografia e Astrofotografia: O que é, como é feita e para que serve? – Mediadores: Lucas Ferreira da Silva (SEEDF) & Prof. Dr. Danilo Arruda Furtado (FUP). Pesquisa e Gerenciamento de Referências Bibliográficas – Mediadoras: Profa. Dra. Erina Vitório Rodrigues (FUP) & Profa. Dra. Marcella Lemos Brettas Carneiro (FUP) 12:00 tarde Almoço 14:00 tarde Assembléia Nacional dos Estudantes de Ciências Naturais/da Natureza. Coordenado: Executiva Nacional de Ciências Naturais/da Natureza. 18:00 tarde Coffee Break 19:00 noite Cerimônia de Encerramento do III Congresso Nacional de Ciências Naturais/da Natureza e V Encontro Nacional dos Estudantes de Ciências Naturais/ da Natureza 21:00 noite Coquetel de Encerramento 34 35 PARTE I 36 1.1 Um breve histórico do curso de licenciatura em Ciências Naturais da Universidade Federal do Amazonas Irlane Maia de Oliveira1 O curso de Ciências, criado com essa nomenclatura pela Faculdade de Filo- sofia e Letras, em 14 de novembro de 1966, pela Resolução nº 30 de 1966, do Conselho Universitário da Universidade Federal do Amazonas, vem,ao longo de seus cinquenta e quatro anos,formando professores de Ciências para atuarem no ensino fundamental nas séries finais do 5º ao 8º ano, mas a partir do ordenamento legal de ampliação deste ensino, o Ministério de Educação, utilizando dispositivos legais, amplia a Lei nº 11.274/2006, altera a Lei de Diretrizes e Bases, nº 9.394/96, ampliando-o para mais um ano, sendo, hoje, do 6º ao 9º ano. 1. Graduada em Licenciatura em Ciências pela Universidade Federal do Amazonas; Doutora em Educação em Ciência e Matemática pela Rede Amazônica de Educação em Ciência e Matemática - REAMEC/Universidade Federal de Mato Grosso/UFMT. Professora Adjunta da Universidade Federal do Amazonas do Instituto de Ciências Biológicas e atualmente é Coordenadora do Curso de Licenciatura em Ciências Naturais do Diurno. 37 A notoriedade desse curso, ao olhar sua temporalidade,remete-se à obrigato- riedade do ensino de ciências nas escolas brasileiras a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 4.024, de 1961. Essa obrigatoriedade alinhada à expansão e a incorporação de novas tendências da educação colocaram o Brasil na busca de estratégiasque pudessem elevar o aprendizado científico diante de uma perspec- tiva mundial. Essa perspectiva fez o Brasil reconhecer a importância da educação científica, pois a antiga União Soviética e os Estados Unidos da América se encon- travam na corrida pelo desenvolvimento científico e tecnológico. O Brasil, aliado dos Estados Unidos, sentiu a necessidade de incorporar esse desenvolvimento, mas com enormes desafiose medidas paliativas para acompanhar esse desenvolvi- mento, sendo uma delasa criaçãodas licenciaturas curtas, previstas na Lei nº 5.692, de 1971. Diante das reformas educacionais emergentes a partir dos anos 1970, a licen- ciatura em Ciências obteve seureconhecimento pelo Decreto nº 77.138, de 1976, e, em 1978, o Conselho Universitário da Universidade Federal do Amazonas, a partir da Resolução nº 025/77,ao atendera obrigatoriedade descrita pela Resolução nº 30/74 do Conselho Federal de Educação,criao curso de Ciências por habilita- ções em Biologia, Física, Matemática e Química, estabelecendo as modalidades de licenciatura curta para o 1º Grau, e licenciatura plena para o 2º grau. Essas moda- lidades visavam atender as reformas, em que a formação de professores seguiu o modelo 3+1, no qual o licenciando, segundo Saviani (2009), estudava durante três anos os conteúdos específicos, e, no último ano, a formação didática. Após a suspensão da obrigatoriedade de cursos de Ciências por habilitações pelo Conselho Federal de Educação, a Universidade Federal do Amazonas resol- veu suspender a Resolução nº 025/77, através da Resolução no 35/79, do Conselho Universitário, e, com a decisão, a Resolução no 040/79, do Conselho Universitário, voltou a fixar o currículo pleno de Ciências, Licenciatura de 1º Grau, atualizando a Resolução no 08/74. A licenciatura em Ciências de 1º grau estava vinculada ao Instituto de Ciên- cias Exatas – ICE, e a partir dos anos 80, o Instituto de Ciências Biológicas – ICB recebe o curso, Portaria no 129/81, do Gabinete do Reitor, permanecendo neste instituto até hoje. Com a promulgação da nova Lei no 9.394/96, ao estabelecer as diretrizes para a educação nacional, o Conselho de Ensino e Pesquisa, a partir da Resolução no 025/98, fixou o currículo pleno do curso de Ciências, e com a Reso- lução nº 38/99, do Conselho de Ensino e Pesquisa, implementa a reformulação do projeto pedagógico, diante das exigências dessa nova lei. Em 17 de agosto de 1999, 38 Quem é o/a licenciado/a em Ciências Naturais/da Natureza? Perspectivas profissionais Coletânea de textos do III CONCINAT o Conselho de Ensino e Pesquisa, aprovou,por meio da Resolução no 42/99, a plenificação do curso de Licenciatura em Ciências. Diante da necessidade em avançar nas mudanças educacionais exigidas, o Conselho Nacional de Educação,a partir do Parecer CNE/CP nº 09/2001, e da Resolução CNE/CP nº 1/2002, instituiu as Diretrizes para a Formação de Professores da Educação Básica em nível superior dando ênfase à flexibi- lização para que as instituições formadoras pudessem criar, inovar, articular e integrar os eixos estabelecidos em seus projetos pedagógicos. Nessa pers- pectiva, a Licenciatura em Ciências das séries finais do Ensino Fundamental incorporou tais recomendações considerando a autonomia universitária à luz da legislação vigente. Assim, o Instituto de Ciências Biológicas - ICB, a partir das Portarias nº 033/2002 e nº 011/2003 – ICB/GD, reformulou o projeto pedagógico do curso de Ciências, vindo a denominar-se Ciências Naturais. Essa nova denominação originou dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Ciências Naturais. O Decreto nº 6.096, de 2007, que institui o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais – REUNI, demandou mudanças significativas para o curso, assim amplia-se a demanda de oferta para novos professores, tanto que, em 2009, o Instituto de Ciências Biológicas recebenovos professores ingressantes na carreira docente, compondo a área de ensino do Instituto de Ciências Biológicas. Hoje, essa área conta com seis professores doutores efetivos, sendo dois da área de educação científica, um da área de ensino de Ciências e Matemática, três de áreas afins, e dois professores substitutos mestres na área de ensino de ciências. Nesse contexto, novos desafios foram sendo apresentados, e com isso a necessidade de enfrentá-los. Dessa forma, ainda em 2009, a coordenação do curso realizou um evento tendo como temática “O Ensino de Ciências e suas interfaces no Estado do Amazonas”, visando avaliar o curso diante das mu- danças ocorridas a partir da expansão do ensino superior, pois o curso notur- no iniciaria em 2010. A forma de ingresso se dá por meio do ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio e PSC - Processo Seletivo, sendo quarenta e duas vagas para o diurno e quarenta e duas para o noturno. Assim, a cada ano, o curso recebe oitenta e quatro novos acadêmicos com idade a partir de 17 anos. No curso diurno, as disciplinas, em sua maioria, são ofertadas no vespertino, e no noturno, a carga horária se estende aos sábados, com aulas somente pela manhã. 39 1.1 – Um breve histórico do curso de licenciatura em Ciências Naturais da Universidade Federal do Amazonas O projeto pedagógico de curso segue o Currículo Pleno reformulado pela Resolução nº 38/99 do Conselho de Ensino e Pesquisa àluz das orientações das Diretrizes Curriculares de Formação de Professores, Resolução nº 1/2001, e a Resolução nº 2/2002, do Conselho Nacional de Educação – CNE. O referido projeto prescrevia a carga horária de 3.225 horas, delineada em uma matriz curricular estruturada em três eixos organizados por núcleos, sendo: Núcleo Comum de Formação – Fundamentos Filosóficos e Sociais; Biologia; Funda- mentos de Ciências Exatas e da Terra; Comunicação; Conhecimentos Pedagó- gicos. Núcleo Específico – Procedimentos para a investigação Científica e a prática profissional; Estágio Curricular e o Núcleo Complementar Optativo. Matriz curricular vigente2 PERÍODO SIGLA DISCIPLINA PRÉ-REQUISITO CRÉDITOS CARGA HORÁRIA 1º IBM622 Biologia Celular - 3.2.1 60 IBB043 Ensino de Ciências e Sociedade - 2.2.0 30 IHP184 Língua Portuguesa (Optativa) - 4.4.0 60 IEM722 Matemática Básica - 4.4.0 60 IBB046 Metodologia da Pes-quisa Educacional - 2.2.0 30 IEF040 Universo - 4.4.0 60 SUBTOTAL 300 2º IBB057 Ecologia - 4.4.0 60 IEM110 Matemática Elementar IEM722 4.4.0 60 IBB055 Prática de Ensino em Ciências I - 3.2.1 60 FEF012 Psicologia da Edu-cação I - 4.4.0 60 IEQ024 Química Geral e Inorgânica - 5.4.1 90 SUBTOTAL 330 2. Matriz Curricular disponível no endereço eletrônico http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz- -curricular http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/24-biologia-celular http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/25-ensino-de-ciencias-e-sociedade http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/25-ensino-de-ciencias-e-sociedade http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/26-lingua-portuguesa http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/27-matematica-basica http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/28-metodologia-da-pesquisa-educacional http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/28-metodologia-da-pesquisa-educacional http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/29-universo http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/30-ecologia http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/31-matematica-elementar http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/31-matematica-elementar http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/32-pratica-de-ensino-em-ciencias-i http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/32-pratica-de-ensino-em-ciencias-i http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/33-psicologia-da-educacao-i http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/33-psicologia-da-educacao-i http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/34-quimica-geral-e-inorganica http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/34-quimica-geral-e-inorganica http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular 40 Quem é o/a licenciado/a em Ciências Naturais/da Natureza? Perspectivas profissionais Coletânea de textos do III CONCINAT 3º IEF101 Física Geral e Experi-mental A IEM722 5.4.1 90 IBM034 Fundamentos de Anatomia - 3.2.1 60 FEF022 Psicologia da Educa-ção II FEF012 4.4.0 60 IEQ151 Química Orgânica IEQ024 3.2.1 60 IBB059 Prática de Ensino em Ciências II IBB055 3.2.1 60 SUBTOTAL 330 4º IBF040 Bioquímica Funda-mental IEQ151 3.2.1 60 IEF102 Física Geral e Experi-mental B IEF101 5.4.1 90 IBM600 Histologia e Embrio-logia Básica IBM622 3.2.1 60 IBB060 Prática de Ensino em Ciências III IBB059 3.2.1 60 IBB065 Zoologia Geral IBM622 3.2.1 60 SUBTOTAL 330 5º IEE006 Bioestatística --- 4.4.0 60 IBB056 Botânica IBM622 3.2.1 60 FET168 Didática FEF022 4.4.0 60 IBB017 Genética e Evolução IBB622 3.2.1 60 IBF600 Fisiologia Huma- na para Ciências Naturais IBM034 IBM622 3.2.1 60 IEQ610 Tópico de Quími- ca para Ciências Naturais IEQ1513.2.1 60 SUBTOTAL 360 http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/35-fisica-geral-e-experimental-a http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/35-fisica-geral-e-experimental-a http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/36-fundamentos-de-anatomia http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/36-fundamentos-de-anatomia http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/37-psicologia-da-educacao-ii http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/37-psicologia-da-educacao-ii http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/38-quimica-organica http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/39-pratica-de-ensino-em-ciencias-ii http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/39-pratica-de-ensino-em-ciencias-ii http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/40-bioquimica-fundamental http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/40-bioquimica-fundamental http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/41-fisica-geral-e-experimental-b http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/41-fisica-geral-e-experimental-b http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/42-histologia-e-embriologia-basica http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/42-histologia-e-embriologia-basica http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/43-pratica-de-ensino-em-ciencias-iii http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/43-pratica-de-ensino-em-ciencias-iii http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/44-zoologia-geral http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/45-bioestatistica http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/46-botanica http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/47-didatica http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/48-genetica-e-evolucao http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/49-fisiologia-humana-para-ciencias-naturais http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/49-fisiologia-humana-para-ciencias-naturais http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/49-fisiologia-humana-para-ciencias-naturais http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/50-topico-de-quimica-para-ciencias-naturais http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/50-topico-de-quimica-para-ciencias-naturais http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/50-topico-de-quimica-para-ciencias-naturais 41 1.1 – Um breve histórico do curso de licenciatura em Ciências Naturais da Universidade Federal do Amazonas 6º IBP009 Biologia de Micror-ganismos IBM622 3.2.1 60 IBB320 Educação Ambien-tal I 3.2.1 60 IEG060 Geologia Geral ------- 3.2.1 60 IBB410 Instrumentação para o Ensino de Ciências IBB060 FET168 4.2.2 90 IEF610 Tópicos de Física para Ciências Na- turais IEF102 3.2.1 60 SUBTOTAL 330 7º FET153 Currículos e Progra- mas da Educação Básica ---------- 4.4.0 60 IBB319 Educação Ambien-tal II IBB320 4.2.2 90 IBB272 Estágio Supervisio-nado de Ensino I IBB410 4.2.2 90 IBB045 História e Filosofia da Ciência -------- 4.4.0 60 SUBTOTAL 300 8º IBB287 Estágio Supervisio-nado de Ensino II IBB272 8.5.3 165 IHP123 Língua Brasileira de Sinais B 4.4.0 60 IEC111 Informática Instru-mental 3.2.1 60 SUBTOTAL 285 9º IBB300 Estágio Supervisio-nado de Ensino III IBB287 5.0.5 150 SUBTOTAL 150 Atividades Acadêmi- co Científico-Cultu- rais - Accs 200 TOTAL 146 2915 Fonte: Projeto Pedagógico de Curso, aprovado pela Resolução Nº001/2013 Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão - CONSEPE. http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/51-biologia-de-microrganismos http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/51-biologia-de-microrganismos http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/52-educacao-ambiental-i http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/52-educacao-ambiental-i http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/53-geologia-geral http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/54-instrumentacao-para-o-ensino-de-ciencias http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/54-instrumentacao-para-o-ensino-de-ciencias http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/55-topicos-de-fisica-para-ciencias-naturais http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/55-topicos-de-fisica-para-ciencias-naturais http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/55-topicos-de-fisica-para-ciencias-naturais http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/56-curriculos-e-programas-da-educacao-basica http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/56-curriculos-e-programas-da-educacao-basica http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/56-curriculos-e-programas-da-educacao-basica http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/57-educacao-ambiental-ii http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/57-educacao-ambiental-ii http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/58-estagio-supervisionado-i http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/58-estagio-supervisionado-i http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/59-historia-e-filosofia-da-ciencia http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/59-historia-e-filosofia-da-ciencia http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/60-estagio-supervisionado-ii http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/60-estagio-supervisionado-ii http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/63-lingua-brasileira-de-sinais-b http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/63-lingua-brasileira-de-sinais-b http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/61-informatica-instrumental http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/61-informatica-instrumental http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/62-estagio-supervisionado-iii http://icbcccn.ufam.edu.br/matriz-curricular/62-estagio-supervisionado-iii http://icbcccn.ufam.edu.br/atividades-academicas-cientificas-e-culturais 42 Quem é o/a licenciado/a em Ciências Naturais/da Natureza? Perspectivas profissionais Coletânea de textos do III CONCINAT A duração do curso dar-se-á em nove períodos, e hojea carga horária total é de 2.915 horas. A matriz curricular apresentada passou por algumas altera- ções pontuais, como a retirada de disciplinas contínuas, como a Instrumenta- ção para o Ensino de Ciências II, a retirada da obrigatoriedade da disciplina Língua Portuguesa, passando para optativa, História e Filosofia da Ciência sai do primeiro e vai para o sétimo período, entre outras. Segundo a coordena- ção do curso (2011-2013), essas alterações foram necessárias, embora algumas tenham sido motivadas por questões internas, como a falta de professores no âmbito do Instituto de Ciências Humanas e Letras – ICHL. Recentemente, a coordenação dos cursos (2014-2016) alterou os pré-requisitos da disciplina Instrumentação para o Ensino de Ciências, antes, Tópicos de Química e Tópi- cos de Física, pela Prática III. Diante de inúmeros desafios, a coordenação do curso sempre se pautou em superá-los, e com o compromisso de zelar pela qualidade na formação inicial, portanto, cabe destacar a atuação do curso frente às discussões de seu colegia- do e do Núcleo Docente Estruturante e do diálogo efetivo com a Pró-Reitoria de Ensino de Graduação - PROEG, a partir de reuniões, seminários e pautas demandadas pelo Fórum Permanente das Licenciaturas. O curso, em 2010, foi protagonista de um movimento em prol da valori- zação das licenciaturas no âmbito da universidade. Isto só foi possível com apoio das agências de fomento, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Profissional – CAPES e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas – FAPEAM, conjuntamente com a Administração Superior, tendo a Pró-Reitoria como instância articuladora para espraiar o movimento em âmbito nacional. O encontro obteve seu destaque, e hoje as licenciaturas são discutidas em cenário nacional no Encontro Nacional das Li- cenciaturas – ENALIC3. Apesar de conquistas significativas que demonstram o compromisso do curso com a sociedade, as licenciaturas enfrentam sérios problemas de evasão. Conforme já foi exposto, são oitenta e quatro novos aca- dêmicos a cada ano, mas a maioria não tem a pretensão em seguir a carreira docente. Esse dado pode ser confirmado pelo instrumento de sondagem apli- cado, desde 2010, aos acadêmicos no primeiro período na disciplina Ensino 3. 1º Encontro Nacional das Licenciaturas foi realizado em 2010 na Universidade Federal
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