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Recurso em Sentido Estrito - Decisão de Pronúncia

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 5ª VARA DO JURI DO 
FORO CRIMINAL DA BARRA FUNDA, COMARCA DE SÃO PAULO – 
SP. 
 
 
 
 
Autos nº xxxxxxxx 
 
 
 
 
 
EVERTON e DOUGLAS, ambos já qualificados nos 
autos do processo em epígrafe, inconformados com a decisão que 
decretou sua pronuncia, vem por seu advogado e procurador, interpor 
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, com fundamento no artigo 581, IV, 
do CPP, motivo este pelo qual requerem que seja recebida a presente 
petição, cujas razões encontram-se anexas, com a posterior remessa dos 
autos ao tribunal competente. 
 
Termos estes nos quais, 
Pede deferimento. 
 
São Paulo, 02 de março de 2015. 
 
 
 
 
 
ADVOGADO 
OAB/... nº (...) 
RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
 
Recorrentes: Everton e Douglas; 
Recorrido: Ministério Público; 
Origem dos autos: 5ª Vara do Júri do Foro Central Criminal de São Paulo; 
Número do Processo: xxxxxxxx 
 
Egrégio Tribunal, 
Colenda Câmara, 
Doutos Julgadores. 
 
Temos nos presentes autos que os recorrentes 
foram denunciados como incursos no artigo 121, §2º, cumulado com o 
artigo 29, todos do Código Penal. 
 
Na data dos fatos, ambos trafegavam pelo local, 
quando teriam, após uma discussão de trânsito, causado ferimentos na 
vítima, que posteriormente ocasionariam seu óbito. 
 
Ocorre que, na data e local dos fatos, o réu 
EVERTON simplesmente agiu em legítima defesa, tendo em vista que a 
vítima saiu de seu carro, armada com um pedaço de madeira, pronta para 
desferir em Everton golpes que, provavelmente, teriam lhe custado a vida. 
Douglas, conforme consta da denúncia, apenas teria descido do 
caminhão, após a ocorrência dos fatos, para separar a briga. 
 
Com base na decisão de pronúncia acostada às fls. 
10 dos presentes autos, é interposto este recurso em sentido estrito, a fim 
de sanar as irregularidades e dar a cada qual dos réus a correta pena que 
lhe é cabida. 
 
 
 
 
DO DIREITO 
DA IMPRONÚNCIA DO CORRÉU DOUGLAS 
 
Consoante os dados levantados na denúncia, 
testemunhos e a juntada de documentos comprobatórios, comprova-se 
que o corréu Douglas, em suas ações, não tem materialidade dos fatos. 
 
Neste caso, o termo correto seria a sua 
impronúncia, nos termos do artigo 414 do CPP, já que são ausentes os 
indícios de autoria. 
 
DA DESCLASSIFICAÇÃO DELITUOSA EM FACE 
DE EVERTON 
 
Consoante os mesmos termos que nos trazem que 
Douglas não tem autoria delitiva, podemos constatar que Everton agiu em 
sua defesa, pois a vítima, em estado de ódio extremo causado por 
imprudência no trânsito (a qual, diga-se de passagem, iniciou-se por parte 
da própria vítima), veio com um pedaço de madeira para cima do corréu e 
o atacou. 
 
Nestes termos, presentes os requisitos para a 
consideração de Legítima Defesa. Assim, requer desde já que seja 
reconhecida a desclassificação do delito, com o reconhecimento do crime 
como o previsto no artigo 129 do Código Penal, com a consequente 
remessa dos presentes autos ao juízo competente, nos termos previstos 
no artigo 419 do Código de Processo Penal. 
 
DO PEDIDO 
 
Ante o exposto, requer o conhecimento do pedido 
para que: 
 
I. A conduta do corréu DOUGLAS seja 
desclassificada pela falta de indícios de autoria, aplicando-se o 
disposto no artigo 414 do CPP; 
II. Ante a conduta do corréu EVERTON, 
agindo em legítima defesa para resguardar sua integridade 
física, requer seja aplicado ao mesmo o disposto no artigo 129 
do Código Penal; 
 
Nestes termos, e sem mais para expor, requer o 
total provimento do recurso, tornando-se, desta forma, sem efeito a 
decisão que ora se busca reformar, pronunciando o réu e aplicando-lhe a 
pena que lhe é cabida, como forma de cumprimento devido da Justiça. 
 
Termos nos quais, 
Pede pelo provimento do presente. 
 
São Paulo, 02 de março de 2015. 
 
ADVOGADO 
OAB/... nº (...)

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