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APOSENTADORIA DO DEFICIENTE – LC 142/2013 Base legal: - Artigo 201, §1º, CF (EC 47/05) – requisito diferenciado APENAS para portadores de deficiência e agentes nocivos à saúde ou integridade física; - Convenção de Nova Iorque (2009)** – artigo 5º, §3º, CF; - LEI COMPLEMENTAR 142/2013 (09/11/2013); - Arts. 70-A e seguintes do Decreto 3.048/99 (alterado pelo decreto 8.145/2013); - CIF ** – classificação internacional de funcionalidade, incapacidade e saúde; Base legal: - arts 413 e seguintes da IN 77/15; - Portaria interministerial n. 01/14 (27/01/2014) – IFBra; - Memorando circular n. 34/13 (18/10/2013); Base legal: CURIOSIDADES: - CIF (manual) divisora de águas: retirou o contexto somente da incapacidade física/biológica, incluindo fatores contextuais e pessoais; - IF- Bra índice de funcionalidade brasileiro aplicado para fins de aposentadoria: metodologia de pontuação: para verificar – de forma objetiva - se há (ou não) deficiência e qual o grau. (perícia médica e social) Base legal: CURIOSIDADES: - IF- Bra índice de funcionalidade aplicado para fins de aposentadoria: - Pontuação maior que 7585 não há direito ao benefício! - Deficiência grave pontuação menor ou igual a 5739; - Deficiência moderada pontuação maior ou igual a 5740 e menor ou igual a 6354; - Deficiência leve pontuação maior ou igual a 6355 e menor ou igual a 7584. CONCEITO DE DEFICIÊNCIA ARTIGO 70-D, §3º, Decreto 3048/99: - “Impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.” - Art. 413, IN 77/15: “Para o reconhecimento do direito às aposentadorias de que trata a Lei Complementar nº 142, de 2013, considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimentos de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.” - 414, § 4º, IN 77/15: Considera-se impedimento de longo prazo, para fins no disposto do art. 413, aquele que produza efeitos de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, pelo prazo mínimo de dois anos, contados de forma ininterrupta. CONCEITO DE DEFICIÊNCIA ARTIGO 70-D, §3º, Decreto 3048/99: - Elemento biológico impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial; - Elemento social obstrução de participação plena e efetiva na sociedade - Conceito = da LOAS (lei 8.742/93): Ps: súmula 80 da TNU “Nos pedidos de benefício de prestação continuada (LOAS), tendo em vista o advento da Lei 12.470/11, para adequada valoração dos fatores ambientais, sociais, econômicos e pessoais que impactam na participação da pessoa com deficiência na sociedade, é necessária a realização de avaliação social por assistente social ou outras providências aptas a revelar a efetiva condição vivida no meio social pelo requerente.” QUEM IDENTIFICA A DEFICIÊNCIA? Perícia médica e avaliação social (perícia médica e funcional), identifica o grau e o início, além de existência de variação em nível de deficiência e o período de variação. “PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. ART. 557. DECISÃO MONOCRÁTICA. AGRAVO LEGAL. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO DO DEFICIENTE. LC 142/2013. REQUISITOS NÃO DEMONSTRADOS. NECESSIDADE DE COMPLEMENTAÇÃO DA PROVA. TUTELA ANTECIPADA INDEFERIDA. O indeferimento do pedido administrativo de concessão do benefício teve por base o não enquadramento da deficiência do autor como leve, moderada ou grave. Em consulta à base de dados do CNIS verifica-se que o autor estava desenvolvendo atividade laborativa junto à Fundação São Paulo até fevereiro do corrente ano. Tendo o benefício pleiteado seu requisito temporal variável, dependente, exatamente, da averiguação da existência de incapacidade e de seu exato grau para sua concessão, se faz necessária a realização de perícia apta a esclarecer tais dados, sem os quais é impossível a sua concessão. Agravo legal improvido.” (TRF3, AI - AGRAVO DE INSTRUMENTO - 550172 / SP0002473- 12.2015.4.03.0000, Sétima Turma, relator: Des. Fed. Paulo Domingues, DJE: 27/07/2015) (g.n.) A IN 77/15 E COMPROVAÇÃO DA DEFICIÊNCIA: Art. 414. A concessão da aposentadoria por tempo de contribuição ou por idade ao segurado que tenha reconhecido, em avaliação médica e funcional realizada por perícia própria do INSS, grau de deficiência leve, moderada ou grave, está condicionada à comprovação da condição de pessoa com deficiência na data da entrada do requerimento - DER ou na data da implementação dos requisitos mínimos para o benefício a partir de 9 de novembro de 2013, data da entrada em vigor da Lei Complementar nº 142, de 2013. § 1º Para efeito de concessão da aposentadoria da pessoa com deficiência, compete à perícia própria do INSS avaliar o segurado e fixar a data provável do início da deficiência e o respectivo grau, assim como identificar a ocorrência de variação no grau de deficiência e indicar os respectivos períodos em cada grau, por meio de instrumento de avaliação desenvolvido especificamente para esse fim, aprovado pela Portaria Interministerial SDH/MPS/MF/MPOG/AGU nº 1, de 27 de janeiro de 2014, que será objeto de revalidação periódica no prazo máximo de 1 (um) ano. – IF-Bra § 2º A comprovação da deficiência será embasada em documentos que subsidiem a avaliação médica e funcional, vedada a prova exclusivamente testemunhal. “PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO A PESSOA COM DEFICIÊNCIA. LEI COMPLEMENTAR Nº 142/2013. REQUISITOS DA LEI Nº 8.213/91 PREENCHIDOS. 1. Não há que se falar em nulidade da prova pericial, vez que esta foi realizada de acordo com análise técnica, apresentando respostas conclusivas de todos os quesitos submetidos. 2. (...) 3. Para a concessão do benefício instituído pela LC nº 142/13 é necessária a indicação da data provável da deficiência, nos termos do Art. 2º e § 1º, do Art. 6º. 4. O autor não trouxe documentos que comprovem a data de início da visão monocular e o perito, por falta de prontuário médico, não pode especificar a data provável do início da deficiência. (...)” (TRF3, Ap - APELAÇÃO CÍVEL - 2238869 / SP 0002997-97.2015.4.03.6114, Décima Turma, relator: Des. Federal Baptista Pereira, DJE: 14/10/2017). A IN 77/15 E COMPROVAÇÃO DA DEFICIÊNCIA: Art. 424. Compete à perícia própria do INSS, representada pela perícia médica previdenciária e pelo serviço social do INSS, para efeito de concessão da aposentadoria da pessoa com deficiência, avaliar o segurado e fixar a data provável do início da deficiência e seu respectivo grau, assim como identificar a ocorrência de variação no grau de deficiência e indicar os respectivos períodos em cada grau. § 1º A avaliação indicada no caput será realizada mediante a aplicação do Índice de Funcionalidade Brasileiro Aplicado para Fins de Aposentadoria - IFBrA que será objeto de revisão por instância técnica específica instituída no âmbito do Ministério da Previdência Social, no prazo máximo de um ano, a contar da data de publicação da Portaria Interministerial SDH/MPS/MF/MPOG/AGU nº 1, de 2014. § 2º Com fins a embasar a fixação da data da deficiência e suas possíveis alterações ao longo do tempo, caberá à perícia médica previdenciária fixar a data de início do impedimento e as datas de suas alterações, caso existam, por ocasião da primeira avaliação. A IN 77/15 E COMPROVAÇÃO DA DEFICIÊNCIA: § 3º As datas de início do impedimento e suas alterações serão instruídas por meio de documentos, sendo vedada a prova exclusivamente testemunhal. § 4º Serão considerados documentos válidos para embasamento das datas citadas no § 3º deste artigo, todo e qualquer elemento técnico disponível que permita à perícia médica formar sua convicção. § 5º A comprovação da deficiência somente se dará depois de finalizadas as avaliações médica e do serviçosocial, sendo seu grau definido pela somatória das duas avaliações e sua temporalidade subsidiada pela data do impedimento e alterações fixadas pela perícia médica. E A PERÍCIA JUDICIAL? “PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO DE DEFICIENTE. LEI COMPLEMENTAR 142/13. LAUDO MÉDICO.INVALIDADE.AUSÊNCIA DE ESTUDO SOCIAL CONSTATAÇÃO DE DEFICIÊNCIA DE NATUREZA LEVE. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DO BENEFÍCIO I - A Lei Complementar 142/2.013 é fruto do regramento excepcional contido no artigo 201, § 1º da Constituição Federal, referente à adoção de critérios diferenciados para a concessão de benefícios à portadores de deficiência. II - O Decreto 8.145/13 que alterou o Decreto 3.048/99, ao incluir a Subseção IV, trata especificamente da benesse que aqui se analisa. O artigo 70-D, define-se a competência do INSS para a realização da perícia médica, com o intuito de avaliar o segurado e determinar o grau de sua deficiência, sendo que o § 2º ressalva que esta avaliação será realizada para "...fazer prova dessa condição exclusivamente para fins previdenciários. E A PERÍCIA JUDICIAL? IIII - Os critérios específicos para a realização da perícia estão determinados pela Portaria Interministerial SDH/MPS/MF/MOG/AGU nº1 /14, que adota a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde-CIF da Organização Mundial de Saúde, em conjunto com o instrumento de avaliação denominado Índice de Funcionalidade Brasileiro aplicado para fins de Aposentadoria- IFBra. IV - O IF-BrA leva em consideração vários fatores para a definição de deficiência, considerando barreiras externas consubstanciadas em variados cenários com os quais o portador de deficiência irá se deparar, sejam sociais ou físicos. VI - Ressalta dos conceitos supramencionados que a verificação da deficiência para fins previdenciários exige não só conhecimentos médicos, mas estudo e avaliação social do segurado, não sendo por acaso que a aludida Portaria exige a presença de profissionais distintos. E A PERÍCIA JUDICIAL? VII - O requisito relativo à deficiência para a obtenção da aposentadoria prevista na L.C. 142/03 exige exame mais amplo do que a simples verificação da capacidade laborativa, o que não restou plenamente esclarecido, sendo imperiosa a realização de nova perícia médico-social a fim de dirimir qualquer dúvida a respeito do tema. VIII - Retorno dos autos à vara de origem para a realização de novo laudo médico-social IX - Sentença anulada de ofício. Apelação da parte autora prejudicada.” (TRF3, Ap - APELAÇÃO CÍVEL - 2314160 / SP0023088-91.2018.4.03.9999, Oitava Turma, relator: Des. Fed, David Dantas, DJE: 21/01/2019) (grifos nossos). E A IMPORTÂNCIA DA PERÍCIA JUDICIAL? “PREVIDENCIÁRIO. DA APOSENTADORIA ESPECIAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA. DA TUTELA DE URGÊNCIA. REVOGAÇÃO. 1. A aposentadoria especial das pessoas com deficiência tem previsão constitucional, no artigo 201, § 1º. Tal benefício foi objeto da Lei Complementar 142/2013, da Lei 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência - art. 41), bem assim do decreto 8.145/2013 . 2. Nos termos do artigo 2°, da LC 142/2013, "considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas". Já o artigo 3°, de referido diploma legal, determina que a aposentadoria especial em tela será devida ao segurado que comprovar (a) tempo de contribuição de (i) 25 (vinte e cinco), se homem, e 20 (vinte) anos, se mulher, no caso de segurado com deficiência grave; (ii) 29 (vinte e nove) anos de tempo de contribuição, se homem, e 24 (vinte e quatro) anos, se mulher, no caso de segurado com deficiência moderada; (iii) 33 (trinta e três) anos de tempo de contribuição, se homem, e 28 (vinte e oito) anos, se mulher, no caso de segurado com deficiência leve; ou (iv) aos 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, se mulher, independentemente do grau de deficiência; e (b) tempo mínimo de contribuição de 15 (quinze) anos e comprovada a existência de deficiência durante igual período. 3. Da legislação de regência extrai-se, ainda, o seguinte: (a) o segurado poderá requerer aposentadoria por idade com redução de 5 anos na idade mínima, independentemente do grau de sua deficiência, se isso lhe for mais vantajoso; (b) o grau de deficiência deve ser fixado em perícia a cargo do INSS ou em sede judicial; (c) embora seja possível converter tempo especial, em razão de exposição a agentes nocivos, a tempo de contribuição do deficiente, não se admite a conversão inversa; e (d) o segurado especial só fará jus à esse benefício se promover o recolhimento sobre o salário de contribuição. 4. Malgrado a legislação sobre essa aposentadoria especial só tenha surgido em 2013, a existência de deficiência em momento anterior autoriza a concessão do benefício especial, desde que ela seja certificada pericialmente, inclusive quanto ao seu grau e data provável do seu início. 5. É importante definir o grau da deficiência bem assim a sua evolução, pois é a partir de tais aspectos que se poderá identificar o respectivo coeficiente de conversão desse trabalho especial. Nesse contexto, avulta a importância da perícia - seja administrativa, seja judicial -, a qual deve avaliar o segurado e fixar a data provável do início da deficiência e o seu grau e identificar a ocorrência de variação no grau de deficiência e indicar os respectivos períodos em cada grau (art. 70-D, Decreto 8.145/2013 ), até porque o grau da deficiência pode se alterar ao longo do tempo, podendo uma deficiência leve se tornar moderada ou mesmo grave. Os critérios definidores do grau de deficiência do segurado constam da Portaria Interministerial SDH/MPS/MF/MOG/AGU n. 01/2014, a qual, de seu turno, está ancorada no conceito de funcionalidade disposto na Classificação Internacional de Funcionalidades, Incapacidade e Saúde - CIF, da Organização Mundial de Saúde, e mediante a aplicação do índice de Funcionalidade Brasileiro Aplicado para Fins de Aposentadoria - IFBrA. 6. A aposentadoria especial do portador de deficiência não se confunde com a aposentadoria por invalidez. Aquela permite que o segurado tenha o seu tempo de trabalho contado de forma diferenciada e, consequentemente, seja aposentado com menos tempo de contribuição. Esta permite que o segurado incapacitado para o exercício de sua atividade laborativa se aposente, desde que observado os demais requisitos legais. 7. No caso concreto, desde o início, a produção da prova pericial revelou- se truncada, de fato precária e imprecisa para os fins a que se presta. Tanto assim que foram pedidos dois esclarecimentos posteriores (fl. 85 e 93) e um laudo complementar (fls. 104/105) que, ao final, não se subsumiram aos requisitos previstos na legislação de regência, conforme adiante se verá. 8. Se por um lado a perícia complementar, - ainda que pecando pelo primor e desatendendo as orientações executivas para avaliação funcional e ausentes os formulários de avaliação do segurado, itens constantes, respectivamente no IfBrA e no item 5 do anexo Portaria Interministerial SDH/MPS/MF MG/ AGU nº7 01/2014 - , tenha concluído pela gravidade da moléstia, as conclusões dos exames que lhe antecederam corroboram a dúvida. 9. Ainda que assim não fosse, o laudo complementar, utilizado pelo juízo a quo como o principal fundamento para sua decisão, desatende os requisitos/itens elencados na legislação de regência, de molde a tornar a prova inconsistente para sua finalidade. 10. In casu, é importante frisar que na hipótese que se põe nos autos (aposentadoria especial da pessoa com deficiência), a perícia realizada ostenta natureza díade, não somente médica-funcional, mas denota cunho social, dadas as características das perguntas e respostas constantes dos formulários propostos na legislação de referência. 11. Por assimdizer, trata-se de prova com fundamento vinculativo, o que, em outras palavras, tem por escopo apartar, tanto quanto possível, do ânimo do julgador eventual subjetividade na valoração da prova, em particular da "gravidade" da deficiência, requisito primaz, seja para a concessão do benefício pleiteado, seja para fins de sua classificação no cômputo do tempo de contribuição. 12. Em continuidade, observa-se que a perícia judicial não identificou a ocorrência de variação no grau de deficiência nem indicou os respectivos períodos em cada grau, tal como exigido pelo art. 70-D, Decreto 8.145/2013, o que inviabiliza o correto enquadramento e a conversão do tempo especial em comum em razão da evolução do grau de deficiência do autor ao longo do seu histórico laborativo. 13. Não tendo o laudo pericial esclarecido os fatos objeto da perícia em sua completude, nem esclarecido suficientemente a matéria posta nos autos, deve ele ser considerado impreciso e imprestável para a elucidação da controvérsia, impondo-se a anulação da sentença e o retorno dos autos à origem para a realização de uma segunda perícia, na forma do artigo 480, do CPC/15. 14. No caso dos autos, em consulta ao CNIS, que ora determino a juntada, constata-se que parte autora continua trabalhando, inclusive, para a mesma empresa desde 1989, MAQUINAS AGRICOLAS JACTO S/A e, por essa razão, percebendo remuneração até 04/2018. 15. Levando-se em consideração que o recorrido percebe remuneração mensal (a última no valor de R$ 3.211,67, em 04/2018), não há como se divisar um perigo de dano irreparável ou de difícil reparação que autorize a tutela de urgência, até porque não há nos autos prova de que a não concessão dessa tutela colocará em risco a subsistência da parte autora. 16. Considerando que o autor percebe mensalmente um salário, não há como se divisar o periculum in mora necessário à concessão da tutela de urgência. 17. Via de regra, a tutela de urgência de natureza antecipada não deve ser concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão (CPC/15, artigo 300, §3°), mas apenas excepcionalmente, tal como ocorre quando se demonstra que tal providência se faz necessária para a subsistência do requerente. 18. No caso dos autos, contudo, há risco de irreversibilidade dos efeitos da decisão - considerando a natural dificuldade de o segurado restituir ao INSS valores pagos indevidamente, até mesmo em função da natureza alimentar da verba - e não há provas nos autos de que a antecipação da tutela se faça necessária para garantir a subsistência da parte, verificando-se, em verdade, o oposto, já que, como visto, continua empregado e trabalhando. 19. Tutela de urgência revogada. 20. Apelação parcialmente provida. Tutela de urgência revogada.” (TRF3, Ap - Ap - APELAÇÃO CÍVEL - 2192716 / SP0000810- 28.2015.4.03.6111, Sétima Turma, relatora: Des. Fed. Ines Virginia, DJE: 13/08/2018) (grifos nossos). E A TNU? “TNU decide sobre critérios para avaliação da deficiência para fins de concessão de aposentadoria por tempo de contribuição: A Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais (TNU) fixou o entendimento de que para o fim de concessão de aposentadoria por tempo de contribuição nos termos da Lei Complementar nº 142/2013, a aferição da deficiência pelo exame pericial, administrativo ou judicial, não prescinde das diretrizes fixadas na Portaria Interministerial SDH/MPS/MF/MPOG/AGU nº 1, de 27/1/2014, especialmente a avaliação médica e funcional baseada na Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. O pedido de uniformização foi interposto pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), diante da decisão da 1ª Turma Recursal de Pernambuco, para a qual o autor do processo faz jus à contagem reduzida do tempo de contribuição, sendo necessários 33 anos nos casos de deficiência leve comprovada. Em suas razões recursais, o INSS argumentou que houve omissão no julgado, pois não foi levada em conta a Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF) como “critério legal de aferição do grau de deficiência para fins de concessão de aposentadoria por tempo de contribuição ao portador de deficiência”. Trouxe como paradigmas os processos nº 0004812-04-2016.4.03.6306, 0001080-52.2015.4.03.6305 e 0003934- 80.2016.4.03.6338, da Turma Recursal de São Paulo. De acordo com o relator do processo na TNU, juiz federal Guilherme Bollorini Pereira, a edição da Portaria Interministerial SDH/MPS/MF/MPOG/AGU nº 1, de 27/1/2014, aprovou a avaliação do segurado e a identificação dos graus de deficiência, bem como definiu o impedimento de longo prazo para os efeitos do Decreto nº 3.048/1999. Nesta portaria são descritos conceitos e critérios de aplicação do Índice de Funcionalidade Brasileiro Aplicado para Fins de Aposentadoria (IFBrA), com atribuição de pontos para 41 atividades, dividas entre barreiras sociais, físicas, cognitivas, de locomoção, etc. Para o magistrado, a questão não requer apreciação de matéria fática, uma vez que “a simples constatação pericial médica no sentido da incapacidade parcial e permanente e de longo prazo, em razão de visão monocular, já seria suficiente para concessão do benefício pleiteado, cabendo definir, apenas, o grau deficiência”. “Se a discussão diz respeito não aos fatos em si, sobre os quais não há controvérsia, mas sim quanto à aplicação de regra processual probatória que dá a eles determinada consequência jurídica, pode ocorrer a revaloração da prova e revertido o julgado”, analisou. No julgamento do incidente, o juiz federal aplicou também a Questão de Ordem nº 20 da TNU, que prevê que se a Turma Nacional decidir que o incidente de uniformização deva ser conhecido e provido no que toca a matéria de direito e se tal conclusão importar na necessidade de exame de provas sobre matéria de fato, que foram requeridas e não produzidas, ou foram produzidas e não apreciadas pelas instâncias inferiores, a sentença ou acórdão da Turma Recursal deverá ser anulado para que tais provas sejam produzidas ou apreciadas, ficando o juiz de 1º grau e a respectiva Turma Recursal vinculados ao entendimento da Turma Nacional sobre a matéria de direito. “Desta forma, os autos devem retomar à turma de origem, a fim de que sejam comandadas perícias médica e social, que responderão aos quesitos formulados no Anexo da Portaria Interministerial SDH/MPS/MF/MPOG/AGU nº 1, de 27/1/2014 (art. 2º, § 1º), a fim de que a classificação da deficiência em Grave, Moderada e Leve seja baseada no somatório das pontuações de ambas as avaliações, a qual, inclusive, pode revelar que se trata de deficiência inexpressiva para justificar a concessão de aposentadoria por tempo de contribuição”, concluiu o relator, que teve o voto referendado por unanimidade pelos demais membros do Colegiado. Fonte: CJF/TNU: processo nº 0512729-92.2016.4.05.8300 https://www.alteridade.com.br/noticias/avaliacao-da-deficiencia-deve- considerar-portaria-interministerial/ - PESQUISADO EM 21/10/19 as 13:07h. https://www.alteridade.com.br/noticias/avaliacao-da-deficiencia-deve-considerar-portaria-interministerial/ APOSENTADORIA POR IDADE – art. 70-C, §1º, Decreto 3048/99: - PARA TODOS OS SEGURADOS; - Redução de 5 anos na idade: a) homem: 60 anos; b) Mulher: 55 anos; - Carência de 180 meses (com ou sem deficiência); - 15 anos de contribuição/serviço com deficiência (independentemente do grau); - Deficiência na DER ou na data da implementação dos requisitos, a contar de 09/11/2013. APOSENTADORIA POR IDADE: - Caso prático: - Homem 60 anos de idade - Período contributivo / trabalhado celetista 1980 1990 2019 I---------------------------I------------------------------------I 120 meses sem defic 180 meses com defic. leve APOSENTADORIA POR IDADE: E o segurado especial? - Ele é incluído no rol de beneficiários da aposentadoria por idade do deficiente – art. 70-C, §2º, Decreto 3048/99: “Aplica-se ao segurado especial com deficiência o disposto nos §§ 1o a 4o do art. 51, e na hipótese do § 2o seráconsiderada a idade prevista no caput deste artigo, desde que o tempo exigido para a carência da aposentadoria por idade seja cumprido na condição de pessoa com deficiência.” APOSENTADORIA POR IDADE: - Idade reduzida em 5 anos (?) – dupla redução etária (5 anos por ser rural + 5 anos por ser deficiente = 10 anos de redução) ??? O artigo 201, §1º, da CF não afasta o artigo 201, §7º, II. - Carência = 180 meses de trabalho rural realizado na condição de deficiente, imediatamente anterior à DER ou ao implemento do requisito etário. E na aposentadoria por idade híbrida? (art. 48, §3º, lei 8.213/91): - Nesta há sim a redução de idade em 5 anos (homem: 60 anos e mulher 55 anos – art. 70-C, §2º, LC 142/13 e art. 418, IN 77/15); - Carência: 180 meses atividade rural e recolhimento previdenciário. - Atenção à ACP n. 5038261-15.2015.404.7100, ao MC n 01/2018 e ao tema 1007 STJ! - APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO art. 70-B, decreto 3048/99 REQUISITOS: - Segurado empregado, doméstico, avulso, contribuinte individual e facultativo (exceto o segurado especial este somente se contribuir como facultativo na alíquota 20% art. 70-B, parágrafo único, ou os participantes dos planos simplificados); - Deficiência grave, moderada ou leve; - Tempo reduzido de contribuição (redução de 10 (G), 6 (M) ou 2 (L)). - Carência mínima de 180 meses (art. 70-B, decreto 3048/99); - Não há fator previdenciário obrigatório!!!! • DEFICIÊNCIA GRAVE (reduz 10 anos no TC): A) HOMEM: 25 anos de contribuição, na condição de pessoa com deficiência (art. 70-B, decreto 3048/99); B) MULHER: 20 anos de contribuição, na condição de pessoa com deficiência (art. 70-B, decreto 3048/99); • DEFICIÊNCIA MODERADA (reduz 6 anos no TC): A) 29 anos de contribuição homem; B) 24 anos de contribuiçãomulher; • DEFICIÊNCIA LEVE (reduz 2 anos no TC): A) 33 anos de contribuição homem; B) 28 anos de contribuiçãomulher. - TEMPO TOTAL NA CONDIÇÃO DE DEFICIENTE??? - SIM!!! - MAS DÁ PARA CONVERTER: TEMPO COMUM EM TEMPO DE DEFICIÊNCIA OU VICE-VERSA – art. 70-E, Decreto 3048/99: MULHER TEMPO A CONVERTER MULTIPLICADORES Para 20 Para 24 Para 28 Para 30 De 20 anos 1,00 1,20 1,40 1,50 De 24 anos 0,83 1,00 1,17 1,25 De 28 anos 0,71 0,86 1,00 1,07 De 30 anos 0,67 0,80 0,93 1,00 HOMEM TEMPO A CONVERTER MULTIPLICADORES Para 25 Para 29 Para 33 Para 35 De 25 anos 1,00 1,16 1,32 1,40 De 29 anos 0,86 1,00 1,14 1,21 De 33 anos 0,76 0,88 1,00 1,06 De 35 anos 0,71 0,83 0,94 1,00 EXEMPLO: • HOMEM: a) 20 anos de tempo de contribuição comum; b) 10 anos de tempo de contribuição como deficiente grave (25 anos). Tempo comum total: 20 + 10 X 1,40 = 34 anos; Tempo de deficiente total: 20 X 0,71 + 10 = 24 anos e 2 meses. Primeiro caso: 12 meses para 35 anos de TC; Segundo caso: 10 meses para 25 anos de TC def. grave. MUDANÇA DE GRAU DE DEFICIÊNCIA: • pode-se converter o tempo de deficiência de “leve” para “grave” ou quaisquer outras. • REQUISITOS: - Considera-se para esta finalidade o grau de deficiência preponderante, ou seja, aquele em que o segurado cumpriu maior tempo de contribuição antes da conversão (art. 70-E, §1, RPS); - Ele será utilizado como parâmetro para definir o tempo mínimo de contribuição necessário para o caso e o índice de conversão – art. 70-E, decreto 3048/99 (mesma tabela anterior): MULHER TEMPO A CONVERTER MULTIPLICADORES Para 20 Para 24 Para 28 Para 30 De 20 anos 1,00 1,20 1,40 1,50 De 24 anos 0,83 1,00 1,17 1,25 De 28 anos 0,71 0,86 1,00 1,07 De 30 anos 0,67 0,80 0,93 1,00 HOMEM TEMPO A CONVERTER MULTIPLICADORES Para 25 Para 29 Para 33 Para 35 De 25 anos 1,00 1,16 1,32 1,40 De 29 anos 0,86 1,00 1,14 1,21 De 33 anos 0,76 0,88 1,00 1,06 De 35 anos 0,71 0,83 0,94 1,00 - OLHAR PRIMEIRO: - Qual o maior tempo de contribuição que o segurado possui como deficiente e o grau? – ele será tido como preponderante; - O restante se converte, olhando na tabela o índice segundo o grau preponderante. Exemplo: - Segurado homem, com 5 anos de deficiência grave e 26 anos de deficiência leve. - Deficiência preponderante leve (maior tempo de contribuição); - Deficiência a converter 5 anos (menor tempo) converte para deficiência leve: 5 X 1,32 = 6 anos e 7 meses; - Total de contribuição: 32 anos e 7 meses. Solução: Ele precisa de 33 anos (deficiência leve), portanto, deve continuar contribuindo por + 5 meses. ATIVIDADE ESPECIAL E DEFICIENTE: Art. 70-F, decreto 3048/99: “A redução do tempo de contribuição da pessoa com deficiência não poderá ser acumulada, no mesmo período contributivo, com a redução aplicada aos períodos de contribuição relativos a atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.” - escolhe-se o que é mais vantajoso! • Exemplo: • Mulher, deficiente, grau moderado, possui 24 anos de contribuição como deficiente e em trabalho exposto à ruído de 91dB. - Aposentadoria especial 25 anos de tempo de contribuição; - Aposentadoria do deficiente 24 anos de contribuição como deficiente grau moderado. • E se a deficiência fosse leve? • Mulher, deficiente, grau leve, possui 24 anos de contribuição como deficiente e em trabalho exposto à ruído de 91dB. - Aposentadoria especial 25 anos de tempo de contribuição; - Aposentadoria do deficiente 28 anos de contribuição como deficiente grau leve. RENDA MENSAL INICIAL: - APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO: a)100% do SB; b) SB = art. 29, LB: média simples dos 80% maiores salários de contribuição do PBC (jul/94); c) não há fator previdenciário obrigatório; RENDA MENSAL INICIAL: - APOSENTADORIA POR IDADE: - 70% do SB + 1% a cada grupo de 12 contribuições, limitado à 100%. OBSERVAÇÃO FINAL: • O segurado deficiente pode optar por qualquer outra modalidade de aposentadoria que lhe seja mais vantajosa; • Art. 429, IN 77/15: O segurado aposentado de acordo com as regras da Lei Complementar nº 142, de 2013, não estará obrigado ao afastamento da atividade que exercer na condição de pessoa com deficiência. APRESENTAÇÃO: Prof. Gisele Paiva, advogada previdenciária; pós graduada e MBA em direito previdenciário pela Faculdade Legale; pós graduada em direito público pela Faculdade Damásio de Jesus e pela Escola Paulista de Direito; professora de direito previdenciário na Central de Concursos, na ESD – Escola Superior de Direito -, no Proordem: Campinas, Goiania e Ribeirão Preto, na UNOESTE, na Faculdade Legale e no Gisele Paiva treinamento para advogados. Email: profgiselepaiva@gmail.com Fanpage: Prof Gisele Paiva Instagram: @profgiselepaiva mailto:profgiselepaiva@gmail.com
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