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Materiais de ConstruçãoMateriais de Construção Curso de Engenharia Civil Prof. Fernando Pelisser Dosagem de concretoDosagem de concreto DefiniçãoDefinição →Entende-se por estudo de dosagem dos concretos de cimento Portland os procedimentos necessários à obtenção da melhor proporção entre os materiais constitutivos do concreto, tambémconstitutivos do concreto, também conhecido por traço. Faz parte do processo a seleção dos materiais. A composição final, deve ser econômica a atender aos requisitos previstos no projeto – geralmente consistência, resistência à compressão, módulo de elasticidade e durabilidade. ObjetivosObjetivos A dosagem do concreto pode ser definida como sendo a relação adequada dos materiais, de maneira que o produto resultante dessa mistura atenda aos seguintes requisitos: a) no estado fresco, deve possuir trabalhabilidade adequada para que, de acordo com os meios disponíveis na obra, possa ser transportado, lançado e adensado, sem ocorrência de segregação; b) no estado endurecido, o concreto deve possuir as características especificadas no projeto da obra, isto é, deve ter resistência, durabilidade, permeabilidade, etc., compatíveis com as solicitações impostas pelas condições e destino a que estará sujeita a obra acabada; c) Essas propriedades exigidas do concreto, deve ser conseguido com o menor custo, para que a obra seja economicamente viável e competitiva com outros materiais alternativos para a sua execução. Métodos de dosagemMétodos de dosagem São muitos os métodos existentes. Podem ser divididos em três grupos: �Empíricos �Experimentais�Experimentais �Para situações especiais Métodos de dosagem: empíricoMétodos de dosagem: empírico Baseados em usos consagrados (Ex: 3:1) A antiga NBR 6118-78 aceitava seu uso em obras pequenas, desde que fossem obedecidas as seguintes prescrições: → Consumo de cimento ≥ 300kg/m3→ Consumo de cimento ≥ 300kg/m3 →Proporção mínima possível do agregado miúdo no total →Quantidade de água mínima possível para atingir a trabalhabilidade desejada →fck ≤ 10MPa OU SEJA, NÃO PODE SER UTILIZADO ! Métodos de Dosagem: Métodos de Dosagem: experimentaisexperimentais São métodos mais precisos e que requerem um laboratório para o seu desenvolvimento. Baseiam-se em filosofias distintas (Curvas granulométricas ideais, teores de argamassa ideais) e geralmente aceitam como premissas básicas as leis de Abrams e aceitam como premissas básicas as leis de Abrams e Lyse. Os mais conhecidos no Brasil são: →IPT/EPUSP – Método IBRACON →ABCP/ACI Métodos de Dosagem: históricoMétodos de Dosagem: histórico Métodos de Dosagem: Métodos de Dosagem: IPT/EPUSPIPT/EPUSP �Considera-se que o método proposto por Petrucci (1965) e modificado por pesquisadores do IPT, Priszkulnik, Kirilos, Terzian e Tango, e da EPUSP, Helene, é uma dos métodos mais versáteis. Atendendo tanto às exigências técnicas dos projetistas estruturais, quanto exigências técnicas dos projetistas estruturais, quanto às econômicas, de sustentabilidade e de produtividade. �Através do método é otimizada a proporção entre agregados miúdos e graúdos com bases experimentais nas quais está implicitamente incluída a interferência do cimento, agregados, adições e de outros materiais utilizados. Métodos de Dosagem: Métodos de Dosagem: IPT/EPUSPIPT/EPUSP �Em resumo, o método IBRACON entende que a melhor proporção entre os agregados disponíveis é aquela que consome a menor quantidade de água para obter um dado abatimento requerido e faz isso considerando a interferência do aglomerante considerando a interferência do aglomerante (cimento+adições) na proporção total de materiais. �Portanto, não se trata de obter a máxima compacidade do esqueleto granular, mas sim obter o mínimo consumo de água para uma requerida consistência, o que vai resultar na máxima resistência à compressão daquele concreto. Métodos de Dosagem: IBRACONMétodos de Dosagem: IBRACON Os limites de aplicação conhecidos desse método são: �Resistência à compressão: 5MPa ≤ a/c ≤ 150MPa; �Relação a/c: 0,15 ≤ a/c ≤ 1,50MPa; �Abatimento: 0mm ≤ abatimento ≤ autoadensãvel; �Dimensão máxima do agregado: 4,8mm≤Dmax≤100mm;�Dimensão máxima do agregado: 4,8mm≤Dmax≤100mm; �Teor de argamassa seca: 30% < α < 90%; �Fator água/materiais secos: 5% < H < 12%; �Módulo de finura do agregado: qualquer; �Distribuição granulométrica dos agregados: qualquer; �Massa específica do agregado: > 1500 kg/m³. O método utiliza as Leis clássicas da O método utiliza as Leis clássicas da tecnologia do concretotecnologia do concreto Métodos de Dosagem: IBRACONMétodos de Dosagem: IBRACON Baseia-se na existência, para qualquer traço obtido a partir de um dado conjunto de materiais, de um teor ótimo de argamassa, expresso em massa, que deve ser determinado experimentalmente por tentativas. Etapas do método: →Determinação de α ideal em traço piloto 1:5;→Determinação de α ideal em traço piloto 1:5; →Preparação de três traços (1:3,5 1:5 e 1:6,5) determinando experimentalmente a água p/ dado slump; →Construção do diagrama de dosagem; →Determinação da resistência de dosagem; →Cálculo do traço final Conceitos FundamentaisConceitos Fundamentais A relação água cimento é o parâmetro mais importante do concreto estrutural. Definida a relação água/cimento e certos materiais, a resistência e a durabilidade do concreto passam a ser únicas.concreto passam a ser únicas. O concreto é mais econômico quanto maior for à dimensão máxima característica do agregado graúdo e menor o abatimento do tronco de cone (consistência mais seca). Diagrama de dosagemDiagrama de dosagem Diagrama de dosagem (IPT/EPUSP)Diagrama de dosagem (IPT/EPUSP) Diagrama de dosagem: efeito do Diagrama de dosagem: efeito do aditivoaditivo Diagrama de desempenhoDiagrama de desempenho Informações básicas (iniciais)Informações básicas (iniciais) 1) Resistência Característica do Concreto à Compressão; 2) Escolha da dimensão máxima característica do agregado graúdo: DMAX ≤ 1/3 da espessura da lajeDMAX ≤ 1/3 da espessura da laje DMAX ≤ 1/4 da distância entre as faces da forma DMAX ≤ 0,8 do espaçamento entre armaduras horizontais DMAX ≤ 1,2 do espaçamento entre armaduras verticais DMAX ≤ 1/4 do diâmetro da tub. de bombeamento 3) Definição dos elementos estruturais a serem concretados: laje, pilar, viga, etc; Informações básicas (iniciais)Informações básicas (iniciais) 4) Escolha da consistência do concreto em função do tipo de elemento estrutural; Informações básicas (iniciais)Informações básicas (iniciais) 5) Definição da relação água/cimento, resistência e consumo de cimento para atender as condições de durabilidade segundo recomendações da NORMA NBR 6118/2014; Informações básicas (iniciais)Informações básicas (iniciais) Informações básicas (iniciais)Informações básicas (iniciais) Informações básicas (iniciais)Informações básicas (iniciais) Consumo mínimo de cimento Informações básicas (iniciais)Informações básicas (iniciais) 6) Uso de aditivos quando se necessitar de condições especiais: plastificante (redução do consumo de cimento e por sua vez da água de amassamento); retardadores (quando o transporte e o lançamento forem prolongados e/ou temperatura ambiente elevada); 7) Estimativa de perda de argamassa do concreto no sistema de transporte e lançamento do concreto: 2 a 4%. Informações básicas (iniciais)Informações básicas (iniciais) 8) Cálculo da Resistência de Dosagem: Correlação com a resistência de projeto para a determinação da resistência de dosagem adota-se a equação constante na NBR 6118, ou seja: fcd = fck + 1,65 x Sd O desvio padrão de dosagem pode ser adotado subjetivamente quando não se conhecem pelo menos 30 resultados da obra em questão, como sendo:questão, como sendo: Sd = 3 MPa (NORMA 4 MPa), para produção em massa, com controle rigoroso da umidade dos agregados e com equipe bem treinada; Sd = 4 MPa (NORMA 5,5 MPa), para produção em volume, com controle rigoroso deumidade e equipe bem treinada; Sd = 5,5 MPa (NORMA 7 MPa), para dosagem em volume, com equipe nova em fase de adaptação. OBS: Os valores de desvio padrão são diferentes dos constantes na NBR 6118 e devem ser considerados como uma sugestão, baseada em experiência prática e pesquisa dos autores (4, 5,5, e 7 MPa NBR 6118). Diagrama de DosagemDiagrama de Dosagem Construção do diagrama de dosagem Escolher como mínimo três diferentes traços em massa seca de cimento:agregados que contenham ou estejam próximos ao traço de resposta pretendido. Traços: 1(m-1); (1:m) e 1(m+1); Por exemplo, traços (1:3,5 1:5 e 1:6,5), determinando-se em laboratório: Traço água/cimento Resist. à Compressão Consumo de cimento 3,5 a/c1 fcj1 c1 5,0 a/c2 fcj2 c2 6,5 a/c3 fcj3 c3 Diagrama de DosagemDiagrama de Dosagem Diagrama de DosagemDiagrama de Dosagem 339,0 380,0 441,0 314,0 343,0 412,0 320 340 360 380 400 420 440 460 C o n s u m o d e C im e n to ( k g /m 3 ) Sem aditivo Com aditivo 279,0 200 220 240 260 280 300 Classe I (Fck=20MPa/Fcd=26,6) Classe II (Fck=25MPa/Fcd=31,6) Classe III (Fck=30MPa/Fcd=36,6) Classe IV (Fck=40MPa/Fcd=46,6) Classe de Agressividade do Meio Ambiente / Fck - Fcd C o n s u m o d e C im e n to ( k g /m 3 ) Diagrama de DosagemDiagrama de Dosagem 37,7 51,4 37,040,0 50,0 60,0 R e s is tê n c ia à C o m p re s s ã o ( M P a ) Sem aditivo Com aditivo 27,4 21,0 25,3 0,0 10,0 20,0 30,0 1 : 4 1 : 5,5 1 : 7 R e s is tê n c ia à C o m p re s s ã o ( M P a ) Traço (1:m) Procedimento de dosagemProcedimento de dosagem PRINCIPAIS ETAPAS (após definição dos materiais a serem utilizados, ex: areia, brita, tipo de cimento, aditivos e adições) 1) Definição do teor de argamassa: é a relação entre a quantidade de argamassa (cimento+areia) e a quantidade total de materiais (cimento+areia+brita): Por exemplo: 55% de argamassa significa que tem 55% de cimento a areia e 45% de agregados graúdos (brita). A determinação é visual e deve garantir a coesão da mistura. Geralmente para concretos convencionais é próximo a 55%, para pisos 45%, para lajotas 85% e para concreto autoadensável 60%. → Estabelecer de 2% a 4% de perdas ocorridas no transporte e na aplicação. Geralmente 2% - Importante para economia. Procedimento de dosagemProcedimento de dosagem FALTA DE ARGAMASSA !? Procedimento de dosagemProcedimento de dosagem CONCRETO COESO – SEM SEGREGAÇÃO !? Procedimento de dosagemProcedimento de dosagem 2) Determinação dos traços unitários de trabalho: Pelo menos 3 para ser possível traçar uma curva de comportamento Composição chamada de Traço é sempre informada em relação ao consumo unitário do cimento em massa, como pode ser observado abaixo: TRAÇO 1:4 (cimento:agregados);TRAÇO 1:4 (cimento:agregados); 1:1,75:2,25 (cimento:areia:brita) – utilizando equação do teor de argamassa 1:1,75:2,25:0,40 (cimento:areia:brita:relação a/c) Obs: pode ser definido por exemplo 1:4, 1:5,5 e 1:7 com consumo alto, médio e baixo de cimento, respectivamente. Também deve-se considerar atingir a resistência de dosagem satisfatória, como por exemplo, uma faixa entre 20-25 a 40-50 MPa. Procedimento de dosagemProcedimento de dosagem Procedimento de dosagemProcedimento de dosagem 3) Cálculo da quantidade de materiais; Considerando que o volume mínimo de mistura em uma betoneira de 120 litros seja 24 litros (e máximo de 60 litros) e que a densidade do concreto é de 2400 kg/m3, aplicando a equação: d = m/V m =d x V = 2400 (kg/m3) x 0,024 (m3) = 57,6 kg (massa total)m =d x V = 2400 (kg/m3) x 0,024 (m3) = 57,6 kg (massa total) Para o traço - 1:1,75:2,25 Massa cimento = 57,6 kg / (1+4) = 11,52 kg Massa areia = 11,52 x 1,75 = 20,16 kg Massa brita = 11,52 x 2,25 = 25,92 kg Massa água = 11,52 x 0,40 = 4,60 kg Massa aditivo: 11,52 x 0,007 = 0,080 kg ou 80 g ou 80 ml. Procedimento de dosagemProcedimento de dosagem Procedimento de dosagemProcedimento de dosagem 4) Procedimento de laboratório - Mistura; 5) Ensaios de resistência; 6) Montagem do diagrama de dosagem; 7) Definição das composições em função da resistência;resistência; 8)Teste dos traços definitivos. 9) Cálculo das equações. Cálculo das equaçõesCálculo das equações Lei de Abrams →→→→ Fcj = k1 / k2a/c K2 = 10-b k1 = 101/3 (log Fcj1+log Fcj2+log Fcj3 –b(a/c1+a/c2+a/c3)) Lei de Lyse → m = k3 + K4 x a/c k3 = 5,5 – k4 (a/c1+a/c2+a/c3)/3 Lei de Molinari →→→→ C = 1000 / ( k5 + k6xm ) k6 = 1000/3 x (1/C3 – 1/C1) k5 = 1000/3 x ( 1/C1 + 1/C2 + 1/C3) – 5,5 x K6 Exemplo:Exemplo:
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