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FOTOGRAFIA ARTE E TÉCNICA

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Prévia do material em texto

Fotografia - 
Arte e Técnica
A 954
Eixo: Produção Cultural e Design
Formato: A4 
Encadernação: Espiral
Senac - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
Departamento Regional do Paraná
Diret - Diretoria de Educação Profissional e Tecnologia
ELABORAÇÃO DE CONTEÚDO
Rodrigo Antonio Bellé
ILUSTRAÇÃO
Rodrigo Antonio Bellé
FOTOGRAFIA
Rodrigo Antonio Bellé
ORGANIZAÇÃO
Diret - Diretoria de Educação Profissional e Tecnologia
CE - Coordenadoria de Educação
Lucymara Carpim 
EDITORAÇÃO
Lúcia de Pieri Alvarez
Etienne Cesar Rosa Vaccarelli
DIAGRAMAÇÃO
Kelly Midori Tamura
PROJETO GRÁFICO E PRODUÇÃO GRÁFICA
CE - Coordenadoria de Educação 
É vedada a reprodução total ou parcial desta obra sem a autorização expressa do Senac-PR
SENAC. DRPR. Fotografia – Arte e Técnica. Rodrigo Antonio 
Bellé. Curitiba: Senac/ Diret, 2010. 198 p. 
História da fotografia; máquina fotográfica; 
técnicas fotográficas; fotografia digital; arte
senac - pr
Apresentação
Os fundamentos desta apostila devem possibilitar que você vislum-
bre o conceito de imagem com a máxima precisão possível, além de 
auxiliá-lo a desenvolver ferramentas para analisar o assunto que vai 
ser fotografado conforme os efeitos de sentido que se deseja passar. 
Mais do que isso: com o estudo dos conteúdos desta apostila você 
poderá saber de antemão se o que foi vislumbrado é possível de ser 
realizado com os recursos técnicos e equipamentos disponíveis no 
momento da obtenção da imagem.
Logo, não é o objetivo central deste material abranger detalhada-
mente todas as áreas da fotografia, até porque isso seria impossível, 
soaria pretensioso e tornaria o aprendizado básico da fotografia 
enfadonho demais. É, porém, objetivo que norteia o conteúdo desta 
apostila possibilitar que você fotografe sem ter grandes surpresas 
negativas ou frustrações no momento da visualização da imagem. 
Pelo contrário: o conteúdo desta apostila é, a priori, somente o co-
meço de uma série de reflexões teórico-técnicas sobre a obtenção 
de uma fotografia. A posteriori, pretende-se, ainda, que esta apostila 
possa ser consultada sempre que você achar necessário, antes, durante 
ou após a realização de uma série de fotografias. 
Saiba mais
A palavra fotografia é 
formada pelos radicais 
gregos photos = luz e 
graphos = escrita.
senac - pr
Sumário
 CAPÍTULO 1 BREVE HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA .......................................................... 9
 1.1 A Câmara Escura ....................................................................................... 9
 1.2 Prata: Material Fotossensível ................................................................ 11
 1.3 Pioneiros da Fotografia ........................................................................... 11
 1.4 Repercussão da Fotografia .................................................................... 16 
 1.5 George Eastman – O Criador da Kodak ............................................ 17
 1.6 Século 20 .................................................................................................... 18
 CAPÍTULO 2 CÂMERAS E MATRIZES FOTOSSENSÍVEIS .............................................. 23
 2.1 Elementos do Corpo da Câmera ........................................................... 23
 2.2 Classificação das Câmeras ...................................................................... 24
 2.3 Matrizes Fotossensíveis ........................................................................... 28
 2.4 Classificação das Matrizes Quanto ao Formato ............................... 29
 2.5 Classificação das Matrizes Pela Cor ..................................................... 31
 2.6 Sensibilidade da Superfície Fotossensível (ISO) ............................... 33
 CAPÍTULO 3 OBJETIVAS .................................................................................................... 39
 3.1 Formação da Imagem na Objetiva ....................................................... 39
 3.2 Partes e Controles de uma Objetiva .................................................... 40
 3.3 Características das Objetivas ................................................................. 41
 3.4 Classificação Quanto ao Ângulo de Abrangência ........................... 44
 3.5 Nomenclaturas Populares Para as Lentes .......................................... 47
 3.6 Objetiva Fixa e Objetiva Zoom .............................................................. 49
senac - pr6
 CAPÍTULO 4 PROFUNDIDADE DE CAMPO E VELOCIDADE DO OBTURADOR .......... 55
 4.1 Fatores que Influenciam a Profundidade de Campo ..................... 56
 4.2 Velocidades do Obturador ...................................................................... 60
 4.3 Técnicas Para Usar a Velocidade do Obturador ............................... 66
 CAPÍTULO 5 FOTOMETRIA E FILTROS ........................................................................... 73
 5.1 Tipos de Fotômetro ................................................................................... 73
 5.2 Tipos de Leitura da Luz ............................................................................ 75
 5.3 Medindo a Luz ............................................................................................ 75
 5.4 Par Fotométrico ......................................................................................... 76
 5.5 Fotômetro no Visor ................................................................................... 78
 5.6 Diminuindo a Entrada de Luz na Câmera .......................................... 79
 5.7 Aumentando a Entrada de Luz na Câmera ....................................... 80
 5.8 Fotometria Aperfeiçoada ........................................................................ 82
 5.9 Detalhes da Fotometria Aperfeiçoada ................................................ 83
 5.10 Fotometrando com o Cartão Cinza ..................................................... 84
 5.11 Modos de Medição ................................................................................... 85
 5.12 Filtros ............................................................................................................ 88
 CAPÍTULO 6 FLASH E ARMAZENAMENTO DE EQUIPAMENTOS ............................... 99
 6.1 Flash .............................................................................................................. 99
 6.2 Sincronia ...................................................................................................... 99
 6.3 Potência do Flash ...................................................................................... 102
 6.4 Tipos de Flashes ......................................................................................... 104
 6.5 Como Descobrir a Velocidade de Sincronismo do Flash ............... 104
 6.6 Irregularidade da Luz ............................................................................... 106
 6.7 Utilização do Flash ................................................................................... 106
 6.8 Olhos Vermelhos ........................................................................................ 112
 6.9 Manutenção Preventiva de Equipamentos ....................................... 113
 6.10 Temperaturas Intensas ............................................................................. 115
 6.11 Transporte .................................................................................................... 115
 6.12 Lugar de Armazenamento ...................................................................... 116
 6.13 Dicas do que Levar na Mala de Fotografia........................................ 116
Sumário
senac - pr
 CAPÍTULO 7 LINGUAGEM E COMPOSIÇÃO – ARTE OU TÉCNICA? .......................... 121
 7.1 Teoria da Imagem......................................................................................122
 7.2 Compondo a Imagem............................................................................... 122
 7.3 Aspectos Compositivos da Imagem ..................................................... 123
 CAPÍTULO 8 INTRODUÇÃO À ILUMINAÇÃO ................................................................. 139
 8.1 Teoria da Cor .............................................................................................. 139
 8.2 O que é Luz? ............................................................................................... 140
 8.3 Cor da Luz .................................................................................................... 141
 8.4 Contraste ..................................................................................................... 143
 8.5 Iluminando .................................................................................................. 146
 8.6 Posições das Fontes de Luz .................................................................... 147
 8.7 Simulação da Realidade - Iluminação com Três Pontos ............... 150
 CAPÍTULO 9 ELEMENTOS DA FOTOGRAFIA DIGITAL ................................................... 155
 9.1 Sensor ........................................................................................................... 155
 9.2 Obtendo a Imagem ................................................................................... 156
 9.3 Sistema RGB ............................................................................................... 156
 9.4 Resolução ..................................................................................................... 156
 9.5 Tamanho da Ampliação ........................................................................... 157
 9.6 ISO.................................................................................................................. 158
 9.7 WB (White Balance) Variável ................................................................ 159
 9.8 Fator de Corte ............................................................................................ 159
 9.9 Cartão de Memória ................................................................................... 160
 9.10 Zoom Digital ............................................................................................... 161
 9.11 Interpolação de Imagem ......................................................................... 161
 9.12 Histograma .................................................................................................. 161
 9.13 Buster ........................................................................................................... 163
 9.14 Formatos de Arquivos .............................................................................. 164
 REFERÊNCIAS ............................................................................................... 169
senac - pr 9
Breve História da Fotografia
De forma prática, podemos dizer que a história da invenção da 
fotografia poderia ser dividida em quatro grandes momentos/per-
sonagens: 
• Niépce, Florence e Daguerre - Fertilizadores do campo científico. 
• William Fox Talbot - Aperfeiçoador da reprodução múltipla, 
processo negativo-positivo.
• George Eastman - Empreendedor que desenvolveu a película em 
rolo, a câmera Kodak e popularizou a fotografia. 
• Posteriormente, e até os dias atuais, a fotografia digital.
Essa divisão é precária e reducionista. Contudo, não há uma história 
da “invenção” da fotografia. Há, sim, várias histórias da invenção da 
fotografia pelas quais passaram vários cientistas, em lugares e em 
épocas diferentes. Oficialmente, a fotografia foi inventada por Louis 
Daguerre (1787 - 1851), em 1839. Foram dois os princípios que nor-
tearam as invenções fundamentais para a criação do que veio a ser 
conhecido por fotografia: câmara escura e materiais fotossensíveis.
1.1 A CÂMARA ESCURA
Câmara escura é uma caixa preta, vedada para impedir a entrada de 
luz, e que tem um orifício em um dos seus lados. A luz que reflete de 
um objeto caminha até o interior da caixa preta e a imagem invertida 
dele se forma na parede oposta à do orifício. Observe a imagem a 
seguir: 
1
Saiba mais
Antes dela, todas as ma-
trizes fotográficas eram 
rígidas e não dobravam, 
muito menos se enrola-
vam sobre si mesmas.
senac - pr10
Para que era usada a câmara escura? 
As referências que descrevem a câmara escura remontam a civi-
lizações antigas: gregos, chineses, árabes, assírios e babilônios já 
conheciam o princípio descrito por Leonardo da Vinci no Codex 
Atlanticus. “Quando as imagens dos objetos iluminados penetram 
num compartimento escuro através de um pequeno orifício e se 
projetam sobre um papel branco situado a uma certa distância desse 
orifício, veem-se no papel os objetos invertidos com as suas formas 
e cores próprias”.
Aristóteles, no século 4 antes de Cristo, utilizou o princípio da câ-
mara escura para observações astronômicas. No século 11, Alhazem 
(cientista árabe) observou um eclipse solar com o mesmo princípio.
Mas foi durante a Renascença que a câmara escura foi muitíssimo 
utilizada para o estudo da perspectiva na pintura. Naquela época, 
a câmara escura já dispunha de uma lente junto ao orifício e de 
espelhos internos que refletiam a luz até um vidro despolido, o que 
possibilitava observar a imagem (do lado de fora da câmara) com 
muito mais nitidez e com a mesma orientação da realidade. O tama-
nho da imagem observada dependia da distância entre os suportes 
nos quais a luz era refletida, bem como da lente utilizada. 
Saiba mais
Codex Atlanticus - Livro 
de Leonardo da Vinci que 
reúne uma grande va-
riedade de ideias desse 
gênio renascentista.
No século 11, o cientista árabe Alhazem observou um eclipse solar com a ajuda da 
câmara escura.
A câmara escura não gravava a imagem, que só podia ser observada enquanto 
houvesse luz. Então os cientistas desenvolveram materiais para gravar a imagem.
Capítulo 1
senac - pr 11
Aristóteles (384 – 322 a. C.) é considerado um dos mais fecundos 
pensadores de todos os tempos. Suas investigações filosóficas de-
ram origem a diversas áreas do conhecimento, como a biologia, a 
zoologia, a física, a história natural, a poética e a psicologia, sem 
falar em disciplinas propriamente filosóficas como a ética, a teoria 
política, a estética e a metafísica. Foi discípulo de Platão e tutor de 
Alexandre, o Grande.
Leonardo da Vinci (1452 - 1519) foi pintor, escultor, arquiteto, 
engenheiro, cientista, inventor e escritor italiano. É considerado 
o maior nome do Renascimento, ao lado de Michelangelo. Sua 
arte influenciou toda a história da pintura que se segue: 
superou o pensamento medieval, dominado pelos valores 
religiosos, e colocou o homem no centro da criação. Entre 1495 e 
1497 criou o afresco “A Última Ceia” e entre 1503 e 1506 pintou 
“Mona Lisa”, um dos quadros mais famoso da história. Nos 
estudos científicos antecipou muitas descobertas modernas, 
como o helicóptero e o paraquedas.
Fonte: adaptado dos sites www.educacao.uol.com.br e www.e-biografias.net
1.2 PRATA: MATERIAL FOTOSSENSÍVEL
Os alquimistas renascentistas do século 16 já conheciam a pro-
priedade que a prata tem de escurecer quando exposta à luz. Eles 
sensibilizavam papéis com soluções de prata e colocavam algum 
objeto sobre esse papel, submetendo esse conjunto à ação da luz. O 
resultado era uma imagem ou uma silhueta do objeto. 
Por volta de 1790, o cientista inglês Thomas Wedgwood obteve 
imagens com excelente qualidade a partir da câmara escura. Porém, 
assim que a prata era exposta à luz, a imagem ia escurecendo gra-
dativamente até ficar totalmente escura, pois os sais continuavam 
reagindo à luz. Era preciso, então, encontrar algum produto químico 
que “estancasse” a reação da prata à luz. 
1.3 PIONEIROS DA FOTOGRAFIA
• Nicéphore Nièpce
NicéphoreNièpce foi um pesquisador da reprodução de imagens, 
estudando e aperfeiçoando a litografia. Porém, ele ambicionava 
reproduzir a imagem gerada pela câmara escura, porque as outras 
Saiba mais
Litografia - Técnica do 
século 18, criada por 
Alois Senefelder, que uti-
lizava rochas como ma-
triz reprodutora. Porém, 
foi Goya quem a popula-
rizou na reprodução das 
próprias gravuras.
Saiba mais
Alquimistas - Cientistas 
da Idade Média que ti-
nham por objetivo prin-
cipal transformar os 
materiais em ouro.
senac - pr12
Saiba mais
ISO - International Stan-
dards Organization. Em 
português, Organização 
Internacional de Pa-
drões. Em fotografia, 
essa sigla refere-se à 
sensibilidade à luz dos 
materiais.
formas de reprodução até então conhecidas forneciam “cópias” 
opacas ou transparentes, mas não “imagens reais”. 
Nièpce experimentou dois produtos químicos líquidos:
» o betume da Judeia (que seca quase instantaneamente se expos-
to à luz); e o
» óleo de lavanda (que dissolve o betume molhado, mas não o seco). 
Nièpce besuntava chapas de metal com o betume da Judeia e o óleo 
de lavanda na tentativa de gravar as imagens que obtinha com o 
auxílio da câmara obscura. Mas a sensibilidade do betume à luz era 
baixíssima (com um ISO aproximado de 0,0012). Logo, essas chapas 
tinham que ficar expostas à luz na câmara escura de 8 a 12 horas. 
Ou seja, as partes molhadas que não recebessem luz deveriam ser 
lavadas e removidas, dando origem a uma imagem ainda tosca. Por 
causa do longo tempo em que a chapa ficava exposta, o solvente 
evaporava e a chapa ficava inteiramente seca. 
Assim, de todas essas experiências, depois de várias tentativas com 
tempos de exposições diferentes e inúmeras combinações das quan-
tidades dos produtos químicos, sobrou-lhe uma única imagem, de 
1825: é, possivelmente, a vista através de uma janela (de dentro para 
fora) em Le Gras, o que permitiu que a luz entrasse mais rápido na 
câmara escura e o solvente não se evaporasse. 
Nièpce, por fim, desenvolve a heliografia, elaborando cópias com o 
betume da Judeia a partir da exposição por contato de papéis com 
a luz do sol. 
• Louis Daguerre
A ampla divulgação das heliografias aproximou Nièpce de outro 
cientista, Louis Jacques Mandé Daguerre, o qual utilizava a câmara 
escura na busca de uma imagem suficientemente nítida, mas não 
tinha a pretensão de gravá-la e fixá-la como Nièpce. Os dois cien-
tistas tornaram-se sócios em 1829. Como cada um trabalhava com 
um objetivo, tecnicamente nada obtiveram. 
Em 1883 Nièpce faleceu, mas Daguerre deu continuidade aos testes 
de Nièpce com as chapas de metal, trocando, porém, o composto de 
betume da Judeia por sais de prata, como muitos outros cientistas já 
haviam feito. Naquela altura, Daguerre já estava em busca de fixar 
e reproduzir imagens. 
Certa vez, por acaso, já cansado e decepcionado de fazer tantas 
Capítulo 1
senac - pr 13
experiências, “arquivou” uma chapa de cobre sensibilizada em um 
armário. Depois de alguns dias, abriu o armário para retirar alguns 
produtos químicos e observou que a chapa continha uma imagem 
impressa. Mais do que isso: quando Daguerre colocou a chapa no 
armário, alguns frascos haviam se quebrado. 
Daguerre, então, retirou do armário os frascos que estavam intac-
tos, deixando lá apenas os que haviam se quebrado. Daí repetiu o 
“arquivamento” desta forma: sensibilizava uma chapa e a colocava 
lá dentro com os frascos, esquecendo-a por alguns dias. Só que a 
cada nova chapa sensibilizada, ele retirava um dos frascos que havia 
se quebrado, tentando descobrir qual produto havia permitido a 
fixação da imagem. Quando ele retirou um termômetro de mercúrio 
quebrado, a imagem não mais se fixou. E, por eliminação, descobriu 
que os vapores de mercúrio possibilitavam a revelação da imagem. 
Veja, então, como era o processo de fixação de imagem nos idos de 
1837:
1) chapa de metal + vapor de iodo (iodeto de prata por contato 
na chapa) = Sensível à luz. 
2) chapa colocada na câmara escura (sem contato com a luz); 
exposição de 30 minutos, mais ou menos. 
3) iodeto de prata + vapor de mercúrio = Prata metálica (imagem 
visível).
4) Fixação com cloreto de sódio (sal de cozinha).
5) A prata metálica deixava a imagem mais nítida e com muito mais 
detalhes do que as imagens produzidas por outros sais. 
Em 7 de janeiro de 1839, depois de vários aperfeiçoamentos técnicos, 
Daguerre anunciou o processo na Academia de Ciências de Paris. 
Reprodução livre do daguerreótipo, considerado pelos cientistas a primeira “máquina 
fotográfica” da história.
senac - pr14
Os daguerreótipos tinham algumas limitações:
» a imagem formada diretamente era negativa (claros nos lugares 
dos escuros), pois a prata escurecia com a ação da luz;
» a imagem tornava-se positiva conforme o ângulo de incidência 
da luz, por causa do reflexo causado pela chapa de metal;
» era uma imagem invertida da esquerda para a direita (espelhada);
» a imagem era única (não permitia reproduções), pois a superfície 
da chapa de metal era opaca.
» as pessoas precisavam ficar imóveis durante alguns minutos para 
serem “daguerreotipadas”, mas esse processo era mais rápido do 
que posar vários dias para um pintor. 
Esses dois últimos inconvenientes deram aos daguerreótipos, de certa 
forma, o status de pintura.
Apesar da divergência de opiniões - e até 
mesmo por isso - a descoberta se espa-
lhou rapidamente. Devido ao interesse 
comercial, muitos outros cientistas tam-
bém tentaram, sem sucesso, provar que 
já tinham conseguido gravar imagens. 
A partir daí, Daguerre imprimiu em 
suas chapas de metal grande parte das 
famílias ricas que queriam ser daguer-
reotipadas. 
Louis Jacques Mandé Daguerre falece em 
1851 e o daguerreótipo tornou-se peça 
de museu, sem sofrer nenhuma alteração 
tecnológica significativa desde a data 
em que foi inventado. 
• Outros descobridores: William Fox Talbot e Frederick Herschel
Desde 1833, na Inglaterra, William Fox Talbot trabalhava de modo 
semelhante a Daguerre, tentando fixar a imagem obtida com a câ-
mara escura. Porém, a ambição de Talbot era reproduzir a mesma 
imagem várias vezes. Por isso, em vez de chapas metálicas, Talbot 
usava papel embebido com sais de prata, porque apesar de se des-
manchar facilmente com o tempo, o papel era, guardadas as devidas 
proporções, mais translúcido do que a chapa metálica. 
Cadeira com apoios utilizada para as pessoas 
ficarem imóveis durante uma fotografia.
Capítulo 1
senac - pr 15
Dessa forma, Talbot criou o calótipo: impressões de um papel (ima-
gem negativa) sobre outro papel no qual era registrada a imagem 
positiva, também fixada com sal de cozinha.
Na tentativa de melhorar seus experimentos, Talbot uniu-se a John 
William Frederick Herschel, da Royal Society de Londres. Herschel 
conhecia química mais a fundo do que Talbot, já havia feito várias 
experiências com materiais sensíveis à luz e queria “fotografar” as 
imagens captadas por um telescópio desenvolvido por ele. 
Então, Herschel testou diversos produtos químicos e conclui que o 
nitrato de prata era o mais adequado para escurecer quando exposto 
à luz. E o melhor produto para fixar a imagem e interromper a ação 
da luz sobre a prata era hipossulfito de sódio. Talbot patenteou o 
calótipo em 1841.
O calótipo não oferecia concorrência ao daguerreótipo por vários 
inconvenientes: 
» A cópia era pobre em detalhes, pois era feita por contato de um 
papel sobre outro papel (forma indireta). Além disso, o papel da 
matriz não era transparente nem era tão liso quanto uma chapa 
de cobre. 
» Não havia um controle exato sobre o tempo de exposição do 
material à luz, o que muitas vezes levava algumas horas. Era o 
fotógrafo quem interrompia a ação da luz sobre o papel quando 
a prata estava escurecida suficientemente. 
» A fotografia demorava algumas horas para ser feita devido ao 
longo tempo de exposição. Também por isso o calótipo nãoera 
páreo para a realização de retratos, uma vez que era impossível 
alguém ficar imóvel durante horas. 
Daí em diante, Talbot encontrou uma fórmula para obter imagens 
que precisavam de revelação, da mesma maneira que o daguerreótipo, 
e gradativamente o calótipo foi substituindo o daguerreótipo, mas 
com uma imagem ainda sem muitos detalhes. 
• Hércules Florence no Brasil
Hércules Florence, desenhista e tipógrafo francês, morou no Brasil 
de 1824 a 1879. 
Para o historiador Boris Kossoy, o primeiro cientista a usar a palavra 
“fotografia” para batizar o método que havia sido inventado foi 
Saiba mais
Calótipo - Considera-
do o primeiro processo 
negativo-positivo na 
história da fotografia.
Saiba mais
Hipossulfito de sódio - 
Sal derivado do ácido 
hiposulfuroso.
Saiba mais
Tipógrafo - Profissional 
que trabalhava mon-
tando páginas de livros, 
revistas e jornais a partir 
de matrizes em relevo 
(caracteres móveis, gra-
vuras , clichês, etc.).
senac - pr16
Hércules Florence, com a colaboração do boticário Joaquim Corrêa 
de Mello. 
Os escritos de Florence indicam que ele enfrentou obstáculos muito 
semelhantes aos de Daguerre, Talbot e Herschel. O que difere Florence 
dos outros é que ele descobriu quase tudo sozinho, com recursos 
tecnológicos infinitamente inferiores aos que havia na Europa na-
quela época. 
Florence buscava um jeito de reproduzir os próprios manuscritos de 
forma independente, porque as tipografias de então eram todas de 
um só dono, o que encarecia muito a produção. 
A partir dessa necessidade, Florence pesquisou os materiais fotossen-
síveis e descobriu o nitrato de prata, o cloreto de ouro e a amônia. 
Ele também usava papel para fazer suas cópias e, em 1833, usando 
a própria urina (rica em amônia), fixou imagens em papel com qua-
lidade satisfatória. 
Mais adiante, Florence realizou cópias em papel a partir de desenhos 
em vidro, conseguindo cópias por contato de excelente qualidade, 
tendo inclusive impresso rótulos de farmácia e um diploma maçônico.
1.4 REPERCUSSÃO DA FOTOGRAFIA 
De 1839 até 1860, todos os processos que envolviam a gravação de 
imagens pela ação da luz se transformaram substancialmente. Isso 
ocorreu porque Talbot e Daguerre registraram suas invenções, as 
quais não podiam ser copiadas. 
A fotografia evolui tecnológica e comercialmente, assim:
Ideia: chapa de vidro > material transparente > cópias comparáveis 
às do daguerreótipo. 
• Empecilho: fixar o produto químico fotossensível > vidro não 
era poroso.
• Solução: albumina da clara de ovo usada para fixar o material 
fotossensível > aderia à emulsão de nitrato de prata ao vidro 
eficientemente > permitia uma fotografia negativa-positiva tão 
boa quanto a do daguerreótipo. 
• Empecilhos: a albumina possuía grande densidade > pouca 
sensibilidade > aumento no tempo da exposição. 
• Solução: Joseph Max Petzval, em 1840, construiu uma lente 
Saiba mais
Boticário - Nome que era 
dado aos antigos donos 
das farmácias ou aque-
les que trabalhavam nas 
farmácias.
Saiba mais
Albumina - Substância 
líquida viscosa, rica em 
proteína. Aparece em 
grandes quantidades 
no leite e no sangue 
humano. No ovo, é muito 
presente na clara.
Capítulo 1
senac - pr 17
bastante clara e precisa. Também diminui o tempo de exposição. 
• Empecilho: as chapas úmidas eram caras e de difícil manuseio.
• Solução: Frederick Scott Archer, em 1850, “inventa”, a partir de 
outras substâncias químicas, o colódio, que substitui a albumina. 
Tal produto era mais barato e transmitia a luz melhor do que a 
albumina. O tempo de exposição das chapas caía para alguns 
segundos e as cópias eram feitas com negativo de vidro sobre o 
papel, com qualidade comparável aos daguerreótipos. 
• Empecilho: era preciso sensibilizar a chapa, “tirar a foto” (expô-
-la à luz) e revelá-la logo em seguida, pois se o colódio secasse, 
ele perdia a sensibilidade à luz. Por isso, essa tecnologia ficou 
conhecida como “chapa úmida”. 
Nessa evolução, alguns retratados queriam exclusividade e não gosta-
vam da ideia de que a própria imagem pudesse ser copiada. Então os 
fotógrafos começaram a perceber que a imagem negativa da chapa 
de vidro poderia se “transformar” em positiva se eles colocassem um 
pano preto por trás dela. Os fotógrafos entregavam a chapa matriz 
ao cliente com um tecido preto de veludo fixado por trás ou pintada 
com verniz escuro, também atrás. Dessa forma ninguém mais poderia 
ter aquela imagem. Essa artimanha foi chamada de ambrótipo, do 
grego ambrotos (imortal) e typos (imagem). 
Surge também o ferrótipo, o qual possuía uma matriz semelhante à 
do ambrótipo, mas em vez de tecido ou verniz por trás, recebia uma 
folha de metal esmaltado pintada de preto ou de marrom escuro. 
Foi criado por Hannibal L. Smith, professor de química da Universi-
dade de Kenyon. O ferrótipo era mais barato e mais rápido do que o 
ambrótipo, mas ambos ainda usavam a chapa úmida. 
Em 1871, Richard Maddox, médico inglês, utilizou o nitrato de prata 
suspenso em uma gelatina fabricada a partir de cartilagens de animais 
(mais barata e de fácil obtenção). Essa gelatina poderia ser usada 
mesmo seca, aderia bem ao vidro e substituiu o colódio úmido. Além 
disso, contribuía para aumentar a sensibilidade dos haletos de prata, 
reduzindo o tempo de exposição das chapas a frações de segundos. 
Ficou conhecida como “chapa seca”.
1.5 GEORGE EASTMAN – O CRIADOR DA KODAK
O inglês George Eastman conhece a fotografia aos 23 anos, ainda 
na época da chapa úmida. 
Saiba mais
Colódio - Composto 
químico de piroxilina 
misturado com álcool e 
éter ou às vezes acetona.
senac - pr18
Eastman tinha a ideia de diminuir o tempo e o trabalho para obter 
uma fotografia. Ao conhecer a emulsão gelatinosa das chapas secas, 
começa a produzi-las em série. 
Mais do que isso: Eastman criou a primeira película em rolo da his-
tória, substituindo a chapa de vidro por um material confeccionado 
com nitrocelulose, que possuía ainda melhores propriedades físicas e 
químicas do que todas as outras testadas até então. Para calçar essa 
película, George Eastman criou uma câmera compatível, dando-lhe 
o nome de Kodak, em 1888. 
A câmera Kodak focalizava tudo a partir de uma curta distância e 
vinha com um filme de 100 poses. Quando o rolo terminava, o fo-
tógrafo mandava a câmera para o laboratório de Eastman. Algum 
tempo depois, a Eastman Kodak entregava ao fotógrafo os negativos, 
as cópias em papel e a câmera novamente carregada com outro rolo 
de 100 poses. O slogan da empresa de Eastman era: “Você aperta o 
botão e nós fazemos o resto”. No século 20 surgiram câmeras pare-
cidas, como a inesquecível “Love”.
Em 1900 a Kodak lançou a Brownie, uma câmera que custava 1 dólar. 
Tamanha foi sua popularização que foram produzidas cerca de cem 
modelos da Brownie, que calçavam os mais diversos tipos de películas 
em rolo, com formatos e tamanhos diferentes. 
Com isso, outras empresas desenvolveram e fabricaram materiais 
voltados para uso profissional. 
1.6 SÉCULO 20 
Foi no século 20 que aconteceram os principais avanços no campo 
da mecânica das máquinas (portabilidade de vários formatos e ta-
manhos), assim como na área ótica (lentes nítidas, claras e de alta 
precisão, como as germânicas Carl Zeiss e a Schneider). 
Foram desenvolvidos muitos tamanhos de negativos profissionais, 
pois os negativos Kodak eram considerados muito pequenos e ficaram 
restritos ao uso amador. Os profissionais começavam a usar as chapas 
únicas de negativo, fabricadas com material flexível. 
Porém, era também a Kodak que na maioria das vezes fabricava sob 
encomenda os diferentes formatos e tamanhos das chapas únicas de 
negativos para serem testados em cada tipo de câmera que entrava 
no mercado. 
Saiba mais
Chapas únicas de ne-
gativo – Até hoje são 
vendidas uma a uma, e 
não em rolo.
Capítulo 1
senac - pr 19
Como o formato das chapas únicas dependia do gosto dopúblico 
pela câmera, o risco de produzi-las era grande. E se determinada 
câmera não caísse nas graças dos profissionais, o formato que havia 
sido feito para ela deveria ser retirado do mercado. 
Por isso, entre 1900 e 1930, os formatos usados por profissionais 
mudavam constantemente por causa da entrada de novos modelos 
de câmeras no mercado. Porém, os formatos dominantes foram 
as chapas únicas de negativo com 4 polegadas x 5 polegadas, 5 
polegadas x 7 polegadas e 8 polegadas x 10 polegadas, porque as 
câmeras que calçavam esses formatos tiveram maior aceitação por 
parte dos profissionais. 
Os rolos de películas, destinados aos amadores e aos fotojornalistas, 
tiverem mais desenvolvimento comercial do que as chapas únicas. A 
própria Kodak fabricou mais de uma dezena de tamanhos de rolos, 
identificados por números como 101, 116, 117, 120, 122, 123, 127, 
616 e 620. Muitos saíram de linha, mas podem ser encomendados 
até os dias atuais. 
Nos anos 20, entram em cena as câmeras japonesas. Esses equi-
pamentos apresentavam uma excelente relação custo-benefício. 
Obviamente, os formatos de películas em rolo usados por elas foram 
comercializados em larga escala e existem até hoje, como o formato 
120. Com esse formato de película em rolo era possível, já naquela 
época, produzir fotogramas de 6 cm x 4,5 cm, 6 cm x 6 cm, 6 cm 
x 9 cm e até 6 cm x 12 cm. Dentre todas essas câmeras, a mais co-
nhecida era a Rolleiflex. 
Em 1913, como a película de 35 mm (medida da largura do filme) para 
cinema já era comercializada em larguíssima escala, a Leitz (fábrica 
alemã) lançou um modelo de teste de uma câmera fotográfica que 
encaixaria o formato de película 35 mm. 
Esse modelo de teste foi aperfeiçoado e, em 1924, a Leitz lançou 
a Leica. Essa câmera funcionava de forma extremamente simples e 
possuía uma lente invejável, resultado do trabalho de Ernst Leitz, que 
construía instrumentos óticos de precisão antes de produzir câmeras 
fotográficas, e de Oskar Barnack, que produzia lentes na Zeiss. 
Foi aproximadamente entre 1910 e 1930 que as câmeras japonesas 
fabricadas pelas grandes empresas invadiram o mercado fotográfico: 
Nikon, 1917; Olympus e a Asahi Pentax, 1919; Minolta, 1928; Canon, 
1933; e a Fuji, 1934. 
Saiba mais
LEITZ + Câmera - Essa 
câmera ficou famosa 
pela precisão de foco, 
pela leveza, pela discri-
ção e, principalmente, 
pela qualidade mecânica 
e ótica que possuía.
senac - pr20
Aos poucos, a Leica caiu nas graças dos fotógrafos e dos fotojorna-
listas. E, em 1930, a Leica se popularizou tanto que o 35 mm ficou 
destinado ao uso amador, estabelecendo-se definitivamente nesse 
mercado depois da Segunda Guerra Mundial. 
EXERCÍCIOS
1. É possível atribuir a invenção da fotografia a apenas uma pessoa? 
Justifique sua resposta.
2. Na sua opinião, existe uma fase da invenção da fotografia que pode ser consi-
derada mais importante do que outra? Explique. 
3. Que princípio ou característica da câmara escura é usado até hoje no processo 
de realização de uma fotografia? 
4. Complete o quadro a seguir com a contribuição de cada um dos personagens 
listados e acrescente, após pesquisa em outras fontes, dois nomes importantes da 
história da fotografia no Brasil à lista.
Capítulo 1
senac - pr 21
NOME CONTRIBUIÇÃO
Florence
Daguerre
Petzval
Leitz
Brownie
Talbot
Eastman
N 
5. Analise as sentenças abaixo e assinale V se considerar que a frase é verdadeira 
ou F, se considerar que a frase é falsa. Em cada frase que você considerar falsa, 
corrija-a logo abaixo. 
a) George Eastman foi o idealizador de uma série de invenções tecnológicas que 
atrasou a evolução da fotografia ao longo da história. ( ) 
b) A câmara escura era um aparelho que gravava as imagens enquanto houvesse 
luz disponível. ( ) 
c) A descoberta do processo negativo-positivo foi ao acaso, como tantas outras 
na história das invenções. Isso ocorreu porque nenhum cientista da época buscava 
reproduzir a mesma imagem várias vezes. ( ) 
senac - pr22
d) Talbot e Daguerre registraram as próprias invenções. Essa atitude, de certa forma 
egoísta, atrasou a evolução tecnológica das respectivas épocas. ( ) 
e) Nièpce ambicionava produzir uma imagem nítida, e Daguerre tentava reproduzir 
essa imagem. A sociedade que os dois fizeram contribuiu consideravelmente para 
a evolução tecnológica da época. ( ) 
senac - pr 23
2Câmeras e Matrizes Fotossensíveis
Matriz fotossensível é um material usado para reprodução de outro 
e que é sensível à luz.
2.1 ELEMENTOS DO CORPO DA CÂMERA
Espelho: peça que reflete os raios de luz até o pentaprisma. O espelho 
levanta-se no momento do “clic” para que os raios de luz possam 
atingir a superfície fotossensível. 
Pentaprisma: peça da câmera que orienta a imagem que veio do 
espelho (horizontal e verticalmente), possibilitando que depois ela 
seja observada pelo visor da câmera com a mesma orientação da 
realidade. 
Obturador: peça da câmera que abre e fecha como uma cortina e 
tem determinadas velocidades no momento do “clic”. O obturador 
funciona em sincronia com o espelho e, de certa forma, protege a 
superfície fotossensível (película ou sensor digital). 
Superfície fotossensível (película, chapa ou sensor digital): está 
disposta imediatamente atrás do obturador e é responsável por ab-
sorver os raios de luz e transformá-los em imagem, seja ela digital 
ou analógica. 
Tela de foco: espécie de máscara construída em vidro despolido que 
auxilia a realização do foco. Geralmente, faz-se o foco ao girar o 
anel presente na lente e vê-se uma imagem nítida quando “duas” 
imagens se agrupam no centro do visor. 
Lente condensadora: condensa (agrupa) os raios de luz que vêm do 
espelho e da tela de focalização e os leva até o pentaprisma. 
Saiba mais
Sensor - Peça da câmera 
digital responsável por 
receber a luz depois que 
ela passa pelas lentes.
senac - pr24
O obturador e o diafragma (que veremos mais adiante) são as duas 
peças da câmera fotográfica responsáveis por deixar passar a luz
até a superfície fotossensível (película ou sensor digital). É 
importante conhecê-los bem porque eles serão usados 
diretamente e em conjunto no momento da medição da luz de 
uma cena. As duas peças atuam basicamente como válvulas, 
regulando a entrada de luz na câmera fotográfica. 
2.2 CLASSIFICAÇÃO DAS CÂMERAS
As câmeras fotográficas mais comuns no mercado podem ser clas-
sificadas em:
• Compactas de visor direto
São as câmeras que possuem apenas uma lente fixa ou ainda uma 
lente zoom e são quase inteiramente automá-
ticas. O problema dessas câmeras é o erro de 
paralaxe: o que se vê pelo visor não é o mesmo 
que a “lente vê”, pois o visor está a alguns 
centímetros da lente. Quanto mais perto a 
máquina estiver do objeto, maior a diferença 
dos pontos de vista. E, por conseguinte, maior 
o erro de paralaxe. 
Em algumas câmeras de visor direto, o ajuste 
de foco possui algumas opções fixas indicadas 
por ícones, normalmente encontrados junto à 
objetiva, desta forma:
Corte transversal em uma câmera reflex.
Câmera compacta vista de frente evidenciando o erro 
de paralaxe.
Capítulo 2
senac - pr 25
» busto de uma pessoa (o foco será feito a aproximadamente 1 
metro de distância);
» duas pessoas enquadradas a meio corpo (o foco será feito a 2,5 
metros de distância);
» grupo com 3 pessoas enquadradas a corpo inteiro (o foco será 
feito a 5 metros de distância);
» montanha (o foco será feito no infinito).
São raras as câmeras de visor direto que permitem a troca de lentes. 
As que permitem vêm com acessórios que devem ser colocados no 
visor da câmera para simular os diferentes ângulos de visão de cada 
uma das lentes. Para cada lente há um acessório compatível no visor 
da câmera. 
E mais raras ainda (e bastante caras) são as câmeras de visor direto 
que permitem a focalização manual e precisa, a partir de um sistema 
de espelhos ede prismas, que é conhecido por telêmetro. Nessas raras 
câmeras, também o erro de paralaxe é corrigido por um dispositivo 
que se chama “reticulado móvel”, que acompanha o sistema de foco 
e possibilita enquadramentos precisos.
As compactas simples, também chamadas de point and shoot, fi-
guram nessa categoria de câmeras de visor direto. Possuem apenas 
uma lente, normalmente grande e angular. Pobre em regulagens, 
têm poucas opções, como: “dia ensolarado”, “dia nublado” e “flash”. 
Elas possuem foco fixo: tudo o que está a mais de 3 metros da lente 
aparece nítido na imagem devido à pequena abertura (também fixa) 
da lente, assunto que estudaremos nos capítulos a seguir.
Atualmente, encaixa rolos de filme com 12, 24 ou 36 poses e gera 
frames (fotograma) de 24 mm por 36 mm. 
• Monorreflex 135 SLR (single lens reflex)
São as câmeras que a maio-
ria dos profissionais usa. 
São versáteis e apresentam 
a melhor relação custo--
-benefício para a maioria 
dos trabalhos em fotogra-
fia. Não provoca erro de 
paralaxe, pois possui um 
espelho e um pentaprisma 
Corte transversal em uma câmera monorreflex.
Saiba mais
Frames - Área da matriz 
fotossensível que é ou 
que pode ser atingida 
pela luz.
senac - pr26
(ver desenho) que possibilita visualizar com quase total exatidão a 
imagem que será gravada na superfície fotossensível. Leia-se essa 
exatidão como algo acima de 90%. Assim como as compactas, en-
caixam rolos de filme com 12, 24 ou 36 poses e geram frames de 24 
mm por 36 mm. Diversos tipos de lentes também podem ser usados 
nessa câmera. Daí deriva a sigla SLR - single lens reflex -, que em 
português significa “reflex de lentes intercambiáveis”. Essa é a câmera 
base para os estudos desta apostila.
• Câmeras TLR (twin lens reflex)
Esta câmera possui duas lentes, ambas dispostas paralelamente ao 
plano da película. A lente de cima é usada para focar a imagem com 
a ajuda de um espelho, que reflete a imagem até um visor de vidro 
translúcido. Já a lente de baixo tem a função de captar os raios de luz 
refletidos pela cena, levando-os até a película. Esta câmera também 
causa o erro de paralaxe, ou seja, diferença de ângulo de visão, porque 
a imagem que a lente de cima “vê” não é exatamente a mesma que 
a lente de baixo leva até o filme. A maioria dessas câmera encaixam 
filmes do tipo 120 ou 220. 
• Câmera de grande formato
São parecidas com câmeras do século 19 e com as sanfonas de um 
acordeom, por causa do fole. Basicamente, esta câmera é composta 
por:
» um fole que une a objetiva ao corpo da câmera;
» um trilho que permite a aproximação entre a lente e o visor para 
ajuste do foco;
Corte em uma câmera twin lens reflex (TLR).
Saiba mais
120 ou 220 - Filmes 
usados em câmeras de 
médio formato. Em um 
o rolo de filme tipo 220 
cabe o dobro de frames 
do que cabe em um filme 
do tipo 120.
Capítulo 2
senac - pr 27
» suportes e eixos fixados no trilho que possibilitam o movimento 
tanto do visor como o da lente em quase todas as direções: para 
frente e para trás, para cima e para baixo, para a esquerda, para 
a direita e rotações horizontais e verticais; 
» um visor para focagem;
» objetiva; 
» um chassi - peça da câmera onde a película é encaixada - para 
se colocar a chapa da imagem.
É bom lembrar que neste tipo de câmera não há erro de paralaxe e 
que o visor é extremamente grande, o que possibilita a análise 
precisa do foco em quase todas as partes da imagem, podendo 
ser utilizada até mesmo uma lupa para tal tarefa. Mas é 
indispensável o uso do tripé para a operação da câmera, por 
causa do peso e do tamanho. Além disso, os controles dessa 
câmera são todos manuais.
A câmera de grande formato é muitíssimo usada na fotografia de 
alta precisão, na fotografia para publicidade e na fotografia insti-
tucional industrial. Também é usada na fotografia de arquitetura 
porque mesmo antes do “clic” a perspectiva da imagem pode ser 
alterada ao se movimentar a lente e o visor, que são paralelos e 
podem ser rotacionados em vários ângulos e em várias direções. Na 
imensa maioria das câmeras, a lente e superfície sensível à luz ficam 
paralelas e centralizadas umas as outras. Neste tipo de câmera podem 
ser colocados vários tipos de lentes. Apesar da imagem aparecer no 
visor invertida vertical e horizontalmente, a área do visor permite 
uma excelente focalização do objeto. 
• Reflex de médio formato
São câmeras que utilizam rolos de filme 
tipo 120, produzindo frames em diversos 
formatos. Os mais comuns são:
» 6 cm x 4,5 cm (16 fotos por rolo);
» 6 cm x 6 cm (12 fotos por rolo);
» 6 cm x 7 cm (10 fotos por rolo);
» 6 cm x 9 cm (8 fotos por rolo). 
Esses tamanhos dependem da máscara 
anteposta à película fotossensível ou do Corte transversal em uma câmera monorreflex de médio formato
senac - pr28
tipo de câmera. Logicamente, quanto menor a máscara anteposta 
ao filme, mais fotos serão feitas com um mesmo rolo de filme, como 
já foi explicado. Alguns modelos desta câmera permitem a troca de 
chassi; dessa forma, é possível usar diferentes rolos de filme (cor, PB 
ou cromo) ou filmes com sensibilidades diferentes. 
As câmeras reflex de médio formato produzem imagens com menos 
definição do que as câmeras de grande formato, mas não deixam 
a desejar no quesito definição da imagem. Nesse tipo de câmera 
também há a possibilidade da troca de lentes. As de médio formato 
possuem estrutura muito semelhante a uma SLR 135, mas o que 
diferencia uma da outra são as lentes, o tamanho do filme e o ta-
manho do lugar onde o filme se encaixa.
Os frames destas câmeras são bem menores do que os frames das 
câmeras de grande formato. Logo, as imagens produzidas a partir 
de adaptadores de fole para reflex 135 e médio formato 120 serão 
infinitamente inferiores na riqueza de detalhes se comparadas às 
imagens produzidas pelas câmera de grande formato. 
Para este modelo de câmera há também o filme do tipo 220, que 
dobra o número de fotos por rolo.
Tanto as monorreflex 135 como as reflex de médio formato 120 
podem aceitar adaptadores de fole parecidos com aqueles usados 
nas câmeras de grande formato. 
2.3 MATRIZES FOTOSSENSÍVEIS
• Formatos, tamanhos, suportes e outras características
Todas as matrizes fotossensíveis são produzidas com base em produ-
tos químicos, que formam microscópicos grãos de prata, como já foi 
visto na história da invenção da fotografia. Além disso, devem ser 
expostas e reveladas seguindo determinadas regras do fabricante e 
conforme suas características, as quais são conhecidas pela maioria 
dos laboratórios de revelação. 
É bom lembrar que a imensidão de produtos disponíveis no mercado 
torna quase infinitas as possibilidades de combinações de caracte-
rísticas. Porém, as características e os tipos de filmes mais utilizados 
para as matrizes fotossensíveis são:
• Filme pancromático: película em preto e branco sensível a todas 
as cores do espectro luminoso. Portanto, é a que melhor capta os 
contrastes da cena, se comparada ao olho humano. 
Capítulo 2
senac - pr 29
• Filme para luz natural: película colorida balanceada para 
reproduzir as cores com aspectos naturais se exposto à luz do dia: 
entende como branca a luz que incide na superfície da Terra entre 
as 10 da manhã e 16 horas (luzes com temperatura de cor na casa 
dos 5.600 Kelvin). Fora desse intervalo de tempo, ou quando a 
fotografia é feita a partir de lâmpada de tungstênio, as cores da 
imagem assumem um tom mais avermelhado do que o natural, 
devido (exceto à noite) à cor da luz do sol e das lâmpadas. 
• Filme para luz de tungstênio: película colorida balanceada para 
reproduzir as cores com aspectos naturais se exposta à luz de 
tungstênio (com temperatura de cor de 3.200 K, que possui um 
tom mais avermelhado). Essa película, se exposta à luz do dia, 
apresenta um tom azulado. Veremos mais sobre esse assunto no 
capítulo que fala sobre iluminação.
2.4 CLASSIFICAÇÃO DASMATRIZES QUANTO AO FORMATO
• Grande formato
As bases fotossensíveis para as câmeras de grande formato são mais 
Saiba mais
Kelvin - Em fotografia, a 
cor da luz é medida em 
Kelvin (K). Quanto mais 
alta a temperatura da 
luz, mais azulada ela é; 
quanto mais baixa, mais 
avermelhada ela é.
Saiba mais
Tungstênio - Elemento 
químico do qual é feito o 
filamento das lâmpadas 
incandescentes.
Fotografia realizada aproximadamente ao meio dia. O mesmo lugar 
fotografado por volta 
das 6 horas da tarde. 
Fotografia de um porão 
iluminado com lâmpada 
de tungstênio: cores 
balanceadas
Fotografia realizada à luz do dia com um filme para luz 
de tungstênio: as cores tem um aspecto azulado.
senac - pr30
comumente encontradas em chapas separadas (medidas em pole-
gadas): 4 pol x 5 pol ou 10 pol x por 8 pol. 
• Médio formato ou rolo 120
Não há perfurações no rolo. Esse formato vem enrolado (semelhante 
a um esparadrapo) em duas camadas: uma que contém o filme e 
outra que é feita de papel protetor contra a luz. Como já foi dito (6 
x 4,5 – 16 fotos / 6 x 6 – 12 fotos / 6 x 7 – 10 fotos / 6 x 8 – 9 fotos 
/ 6 x 9 – 8 fotos / 6 x 12 - 6 fotos). Há também o formato 220, que 
tem as mesmas características do formato 120, só que o dobro do 
comprimento. Por conseguinte, pode-se fazer o dobro do número 
de fotos. 
• Pequeno formato ou filme 135
A película é perfurada nas bordas para deslizar sobre carretéis 
com pequenas pontas que auxiliam o movimento de avanço e de 
rebobinamento do filme. É disposto dentro de um cassete, com um 
pedaço de filme para fora, para ser colocado no chassi das câmeras. 
Produz frames de aproximadamente 24 mm x 36 mm. É conhecido 
comercialmente por filme 135 (a denominação 35 mm é usada para 
identificar o filme de cinema e se refere à altura dele, que ambos 
possuem). Algumas câmeras que encaixam o formato 135 podem 
gerar frames de 24 mm x 18 cm (metade do frame 24 mm x 18 mm, 
duplicando o número de fotos por rolo, mas com menos qualidade). 
• APS (advanced photo system)
APS é um formato de filme para amadores. Elas se enquadram na 
categoria de câmeras de visor direto. O filme dispõe de um recurso 
eletromagnético que registra as condições de iluminação no mo-
mento em que cada foto foi feita, bem como os ajustes automáticos 
realizados pela câmera na hora da foto. Posteriormente, o laboratório 
usa esses dados para fazer as cópias em papel. O filme APS tem custo 
elevado é só pode ser usado em máquinas que usam a tecnologia APS, 
as quais, por sua vez, também só aceitam filmes no formato APS. Isso 
ocorre porque os encaixes entre o filme e a câmera combinam apenas 
entre si. As câmeras produzem frames de até 16,7 mm x 30,2 mm. 
O APS possibilita fotografar em 3 proporções diferentes:
» HDTV (semelhante ao formato da televisão de alta definição); 
» panorâmico (fotografia bem retangular e estreita);
Saiba mais
HDTV - Formato de TV 
que usa a proporção de 
16:9, bastante retan-
gular.
Capítulo 2
senac - pr 31
» clássico (igual aos das câmeras 35 mm, gerando imagens na 
proporção de 3 por 2).
Peculiaridade: quando o cliente leva o filme para revelar, ele recebe 
de volta o negativo totalmente inserido no cassete, as fotos revela-
das e uma folha (o index) que contém todas as fotos em miniaturas 
numeradas. Isso faciliata a solicitação de novas cópias, uma vez que 
não é possível consultar o negativo. Observe o tamanho real de cada 
matriz fotossensível.
2.5 CLASSIFICAÇÃO DAS MATRIZES PELA COR
• Negativos
Nas matrizes negativas coloridas, além da inversão dos 
tons claros e escuros, ocorre a “inversão” das cores: os 
amarelos da imagem transformam-se em tons azulados 
na matriz negativa, os rosados tornam-se esverdeados 
e os cianos (azul do céu) ficam com o aspecto averme-
lhado. Nesses dois casos, quando a imagem é passada 
para o papel, as cores voltam a aparecer como são na 
realidade.
A matriz, depois de exposta e 
revelada, apresenta a imagem 
em negativo. Ou seja, as partes 
escuras da imagem aparecem 
claras nessa matriz e vice-
-versa.
Fotogramas em tamanhos reais.
TAMANHO REAL DOS FOTOGRAMAS
senac - pr32
• Diapositivos ou cromos
As cópias feitas em papel a partir das matrizes diapo-
sitivas apresentam mais definição, boa saturação de 
cores e maior fidelidade à realidade do que as cópias 
em papel produzidas pelas matrizes negativas. Isso 
ocorre porque as matrizes diapositivas sofrem menos 
alterações químicas durante o processo de revelação 
do que as matrizes negativas. O diapositivo foi usado 
durante muito tempo na projeção de slides.
Se a matriz diapositiva for revelada como matriz negativa, as 
cores sofrerão fortes alterações de saturação e de contraste. 
Esse processo é chamado de processo cross ou cruzado. 
Algumas matrizes a preto e branco podem ser processadas de 
modo a darem um diapositivo a preto e branco. 
• Matrizes infravermelhas 
São sensíveis às radiações luminosas invisíveis aos olhos humanos 
(raios infravermelhos) e ao calor (grandes temperaturas). Basica-
mente, existem dois tipos: uma que é sensível à luz visível pelos 
olhos humanos mais as radiações infravermelhas (invisíveis aos olhos 
humanos); e outra sensível apenas às radiações infravermelhas, esta 
destinada a investigações científicas. Nas matrizes infravermelhas, 
é possível o mesmo fotograma (frame) apresentar aspectos negati-
vos e positivos da imagem porque as cores se alteram nos objetos 
“mortos” (que não emanam calor). Logo, essa parte da imagem ficará 
com aspecto negativo. 
Se a imagem for produzida sem filtro de IR (infrared) sobre a lente, 
ficará excessivamente azulada. Porém, as regulagens (como foco e 
medição de luz) têm que ser feitas antes de se colocar o filtro na 
lente. Podem ocorrer alterações de perspectiva da imagem devido 
ao fato de que as radiações infravermelhas “andam” em velocidades 
diferentes das radiações do espectro visível pelos olhos humanos. 
• Filmes instantâneos
A marca mais famosa é a Polaroid. São matrizes positivas, na maioria 
das vezes de papel, que se revelam automaticamente em segundos. 
São únicas, assim como os ambrótipos (descritos no capítulo 1).
Podem ser encontradas em cases com um certo número de chapas, 
desenhados exclusivamente para esse tipo de câmera, ou vendidas 
As matrizes coloridas, depois 
de expostas e reveladas, 
mostram as cores como elas 
são na realidade.
Capítulo 2
senac - pr 33
separadamente na forma de chapas, uma a uma, na quantidade 
desejada. 
Antes das câmeras digitais, essas matrizes foram bastante usadas em 
estúdios para a observação instantânea dos contrastes que as luzes 
provocavam em uma cena. Algumas câmeras antigas de médio for-
mato possuíam um adaptador e podiam “calçar” a matriz instantânea 
em forma de chapa. 
Em 2008, a Polaroid deixou de fabricar as matrizes instantâneas para 
dar início ao aperfeiçoamento da Polaroid digital. 
Essa nova câmera produz fotos de 5 centímetros por 7,6 centímetros 
em cerca de 1 minuto. A fotografia em papel é impressa dentro da 
própria câmera. O custo ainda é alto: o rolo mais econômico para 30 
fotos custa aproximadamente 13 dólares. A “revelação” é feita por 
calor em cima de um papel especialmente desenvolvido para esse fim. 
E a novidade é que o papel vem com uma película de adesivo atrás.
2.6 SENSIBILIDADE DA SUPERFÍCIE FOTOSSENSÍVEL (ISO)
A sigla ISO significa International Standard Organization ou, em uma 
tradução livre, Organização Internacional de Padrões. Em fotografia, 
o ISO representa o quanto uma superfície é sensível à luz. Quanto 
mais alto o ISO de uma película, mais sensível à luz ela é.
Em outras palavras, quanto mais alto o ISO, menos luz a superfície 
fotossensível precisa para ser sensibilizada. Nesse caso, cabe uma 
analogia com a pele humana, que se queima com o calor. A pele de 
um bebê pode ser comparada a ISOs altos, pois ela queima com facili-
dade; já a pele humanade um adulto é comparada a ISOs baixos, pois 
são menos sensíveis. Mas cuidado: isso é apenas uma analogia, pois 
as superfícies fotossensíveis precisam de luz para serem queimadas 
(com exceção das matrizes que captam os raios infravermelhos) e 
a pele humana se queima com o calor, além dos diferentes tons de 
pele entre as pessoas. 
Ainda em relação ao número ISO, as superfícies fotossensíveis são 
chamadas de rápidas ou lentas. As superfícies fotossensíveis com ISOs 
mais altos são as rápidas e as superfícies fotossensíveis com ISOs mais 
baixos são chamadas de lentas. Essa nomenclatura se refere ao fato 
de que quanto maior o ISO de uma superfície fotossensível, mais 
rápida é a ação da luz sobre ela. 
A cada vez que o ISO de uma superfície fotossensível dobra, a sensi-
senac - pr34
bilidade dela também dobra. Logo, a superfície fotossensível de ISO 
duplicado precisa, para se sensibilizar, da metade da quantidade de 
luz de que precisava a superfície fotossensível que tem o ISO pela 
metade. Confuso? Veja o exemplo abaixo:
Uma superfície fotossensível com ISO 200 precisa da metade da quan-
tidade de luz para se sensibilizar do que uma superfície fotossensível 
com ISO 100. E a recíproca também é verdadeira: uma superfície 
fotossensível com ISO 100 precisará do dobro da quantidade de luz 
para se sensibilizar do que uma superfície fotossensível com ISO 200.
Os números ISO geralmente seguem a seguinte escala: *6, *8, *10, *12, 
*16, *20, *25, *32, *40, *50, 64, *80, 100, 125, 160, 200, 250, 320, 400, 
500, 640, 800,1000, 1250, 1600, 2000, 2500, 3200, 4000, 5000, 6400. 
* raríssimos no mercado fotográfico, muitas vezes fabricados apenas 
por encomenda. 
Antes da adoção internacional da palavra ISO para identificar a 
sensibilidade de uma superfície fotossensível, havia outras. As mais 
comuns eram: 
• ASA - American Standard Association. Em português: Associação 
Americana de Padrões. Essa escala seguia a mesma numeração 
da escala do ISO. 
• DIN - Deutsch Industrie Normen. Em português: Norma Industrial 
Alemã. Era grafada desta forma: DIN 21º. Essa escala era diferente, 
pois a cada aumento de três “DINs”, a sensibilidade dobrava. 
Exemplo: DIN 21º = ISO 100, DIN 22º = ISO 125, DIN 23º = ISO 
160 e DIN 24º = ISO 200. 
Seria maravilhoso se fosse possível fotografar em condições de pou-
quíssima luz com superfícies fotossensíveis de ISOs altíssimos sem 
qualquer implicação. 
A tabela a seguir mostra algumas características e consequências do 
uso de superfícies com diferentes ISOs.
ISO 25 A 80 ISO 100 A 200 ISO 400 A 3200
Sensibilidade Baixa Média Alta
Velocidade Lenta Média Alta
Nitidez Execelente Média Baixa
Contraste Baixo Médio Alto
Saturação Alta Média Baixa
Capítulo 2
senac - pr 35
Latitude de contraste: o termo latitude de contraste se refere à 
capacidade que cada superfície fotossensível tem de entender e 
registrar os meios tons (cinzas) de uma cena, sem transformá-los 
em pretos puros ou brancos estourados. Quanto maior essa 
capacidade, maior a latitude de contraste.
Imagem feita com ISO 100 (à esquerda) e imagem feita com ISO 1600 (à direita). 
Perceba a diferença de nitidez entre uma e outra no destaque do quadrado amarelo 
acima à direita de cada foto. Quanto mais essas fotografias forem ampliadas, menos 
nítidas elas se tornarão. 
EXERCÍCIOS
1. Tente encontrar, em revistas, imagens confeccionadas a partir 
de matrizes fotossensíveis de ISOs diferentes. Recorte-as e as traga 
para a próxima aula para análise.
2. Quais as vantagens e desvantagens de uma imagem que será 
feita com ISO 100 ou ISO 1600? 
3. Qual a aplicação das imagens confeccionadas a partir das matrizes de grande 
formato? 
senac - pr36
4. Em quais situações devem ser utilizados filmes rápidos? Por que eles são cha-
mados assim? 
5. Quais as características de uma câmera SLR e qual a relação dela com o erro 
de paralaxe? 
6. Resolva a cruzadinha a seguir. 
1) Sigla que se refere à sensibilidade das películas.
2) Peça da câmera que inverte a imagem várias vezes para que ela possa ser vista 
no visor com a mesma orientação da realidade. 
3) Peça da câmera fotográfica que funciona semelhantemente a uma cortina.
4) Área da matriz fotossensível que é banhada pela luz.
5) Tipo de matriz fotossensível que mostra as cores como são na realidade, e não 
invertidas.
6) Termo que se refere à capacidade que a matriz fotossensível tem de captar os 
meios tons, tanto nas baixas luzes como nas altas. 
Capítulo 2
senac - pr 37
7) Tom predominante na imagem quando a cena foi fotografada à luz do dia com 
filme calibrado para luz de tungstênio. 
8) Película PB capaz de captar todas as cores do espectro luminoso.
9) Câmera que possibilita ajustes da perspectiva da imagem e análise precisa do 
foco no vidro despolido.
10) Diferença entre o que o visor enxerga e o que a lente da câmera capta. 
11) Peça que reflete os raios de luz até o pentaprisma.
12) Lugar onde os raios de luz se encontram e é o ponto ideal para a colocação 
dos diafragmas.
13) Marca mais conhecida das câmeras instantâneas.
Anotações
senac - pr38
senac - pr 39
Objetivas
A objetiva de uma câmera tem grande importância na qualidade da 
imagem. Ela capta a luz que uma cena reflete e conduz os raios de 
luz até a superfície fotossensível. 
As atuais objetivas foram desenvolvidas há aproximadamente quatro 
séculos quando a lente convexa foi adaptada ao orifício da câmara 
escura, o que aumentou a nitidez da imagem, principalmente nas 
zonas contrastadas (nuances de cinzas, cores e sombras das imagens). 
Essa é a principal função de uma objetiva. Além disso, quanto mais 
clara, aliada a superfícies fotossensíveis mais rápidas, a objetiva aju-
da a diminuir o tempo de exposição da matriz fotossensível. Desde 
sempre, na história da fotografia, as objetivas tiverem essas funções. 
3.1 FORMAÇÃO DA IMAGEM NA OBJETIVA
Conforme o colo-
rido e brilho que 
possuem, os objetos 
refletem a luz rece-
bida em maior ou 
menor grau. 
A lente capta e re-
frata os raios para 
formar uma ima-
gem no plano da 
superfície fotossen-
sível. 
3
Cada ponto do objeto emite inúmeros raios luminosos 
em todas as direções.
senac - pr40
O tamanho da imagem formada está proporcionalmente ligado à 
distância focal da objetiva. E, obviamente, da distância do objeto à 
superfície fotossensível. 
3.2 PARTES E CONTROLES DE UMA OBJETIVA 
As partes e controles de uma objetiva são: as lentes e os anéis de 
foco, de diafragma e de regulagem de distância focal. 
• Lentes
A objetiva é formada por um conjunto de lentes simples, que são 
peças de vidro de grande pureza, transparência e homogeneidade. 
Devem ser, ainda, extremamente polidas, o que proporciona a má-
xima redução das perdas originadas com a dispersão da luz que as 
atravessa. 
• Anel de foco
Ao girar esse anel em torno dele mesmo, é possível levar o ponto 
de focagem (plano focal) a qualquer lugar da imagem enquadrada. 
• Anel de diafragma
Ao girar o anel de diafragma em torno dele mesmo, é possível regular 
a quantidade de luz que entra pela lente. Os números do diafragma 
(números f) são anotados no próprio anel. Em algumas câmeras 
eletrônicas esse ajuste pode ser feito acionando botões no corpo da 
câmera, os quais serão mostrados num visor. 
As imagens formadas na superfície fotossensível são invertidas vertical e 
horizontalmente (de cima para baixo e da esquerda para a direta).
Capítulo 3
senac - pr 41
É assinalado assim: 1.4 | 2 | 2.8 | 4 | 5.6 | 8 | 11 | 16 | 22 
*** número menor  abertura maior  mais luz que passa pela lente 
*** número maior  abertura menor  menos luz que passa pela lente
Isso ocorre porque, fisicamente, a anotação é dada desta forma: 
f/1.4. Mas para ficar mais prático, a letra “f” foi tirada da marcação.
• Anel de regulagem de distância focal
Há dois tipos de anel de regulagem da distância focal (presente nas 
objetivas zoom):» os que giram em torno de si (mais comuns atualmente, devido à 
praticidade para abrir ou fechar o ângulo de visão);
» e os que vão para frente e para trás.
Há um tipo de lente chamada autofocus. Ela faz o foco auto-
maticamente quando apontada para algum objeto. Nela geral-
mente há um botão que alterna entre a opção AF-autofocus e
MF-manual focus. Esse tipo de lente encontra certa dificuldade 
em focar objetos que não possuam muito contraste ou que se 
encontram no escuro. Para resolver isso, algumas câmeras 
acendem uma luz auxiliar. 
3.3 CARACTERÍSTICAS DAS OBJETIVAS
As características mais comuns das objetivas são: distância focal, 
luminosidade e ângulo de cobertura. 
Lente zoom manual com range de 28 mm 
a 105 mm.
senac - pr42
• Distância focal
É medida em milímetro (mm). A medida da diagonal do frame ou 
do fotograma serve de referência para a caracterização da objetiva 
quanto à distância focal. 
Por exemplo: um frame ou fotograma filme tipo 135 possui 24 mm 
de comprimento por 36 mm de altura e uma diagonal de 43 mm. Para 
esse tipo de filme, a lente normal é a 50 mm. É chamada de lente 
normal porque “enxerga” a cena aproximadamente igual a um olho 
humano. Essa denominação não diz respeito ao campo de visão de 
um olho humano, que é bem maior do que uma lente normal. Mas, 
então, enxerga como? É chamada de normal porque ela “separa” as 
distâncias entre os objetos na cena da mesma forma como o olho 
humano. Mais do que isso: ao se observar uma cena com a lente 
normal, ela não “aumenta” nem “diminui” nenhum objeto. Ela não dá 
a sensação de estar “perto” ou “longe” do objeto. Ela não “comprime” 
nem “afasta” os planos da cena. É mais fácil perceber isso fazendo o 
seguinte teste: com a lente normal colocada na máquina, visualize 
um objeto que esteja a aproximadamente 1 metro de distância de 
você. Não se mova nem para frente nem para trás. Retire a câmera 
do olho. Faça isso várias vezes. Você vai perceber que as diferenças 
entre as visualizações — com câmera e sem câmera — são mínimas em 
relação aos tamanhos e as distâncias aparentes dos objetos. Observe 
o desenho abaixo em tamanho real. 
As objetivas de distância focal maior que a diagonal do fotograma 
projetam sobre o filme imagens mais ampliadas porque têm ângulo 
de abrangência menor, sendo denominadas teleobjetivas.
As objetivas com distância focal menor que a diagonal do fotogra-
ma projetam imagens reduzidas porque possibilitam maior ângulo 
de abrangência, sendo chamadas de grande-angulares. Observe os 
desenhos a seguir:
Lembre-se
Frame ou fotograma é a 
área da superfície fotos-
sensível que foi banhada 
pela luz.
Representação da diagonal de 
filme 135.
Capítulo 3
senac - pr 43
Observe a tabela abaixo para entender estas relações:
Nome 
comercial
Dimensões Diagonal Lente normal
Ângulo de 
cobertura
110 13 mm x 17 mm 21,4 mm 20 mm 53º
126 27 mm x 27 mm 38,2 mm 35 mm 53º
135 24 mm x 36 mm 43 mm 50 mm 45º
120 45 mm x 60 mm 75 mm 75 mm 53º
120 60 mm x 60 mm 85 mm 80 mm 57º
120 56 mm x 72 mm 90 mm 85 mm 55º
120 60 mm x 90 mm 111 mm 105 mm 53º
Folha 4 pol x 5 pol 160 mm 150 mm 53º
Folha 5 pol x 7 pol 222 mm 210 mm 55º
Folha 8 pol x 10 pol 320 mm 300 mm 57º
Logo, quanto maior a diagonal do fotograma ou frame, maior tem 
que ser a distância focal da lente para ser chamada de normal.
É importante entender esse conceito para compreender o fator de 
corte causado nas imagens produzidas em algumas câmeras digitais 
(veremos isso mais detalhadamente no capítulo sobre fotografias 
digitais). 
É interessante notar que as primeiras fotografias tinham o formato 
circular, pois é exatamente com essa forma que as imagens são 
formadas na superfície fotossensível. Tanto isso é verdade que as 
imagens observadas nos binóculos, telescópios e nos microscópios 
são circulares, certo? Mas por uma questão prática de encaixes en-
tre peças e equipamentos e de economia de material, foi adotado o 
formato não-circular para os fotogramas. 
Ângulo de cobertura de uma lente teleobjetiva. Ângulo de cobertura de uma lente grande-angular
senac - pr44
É bom frisar que para cada tamanho de fotograma da superfície 
fotossensível vai existir uma objetiva, que será chamada de “normal”.
• Luminosidade
É o menor número (f) do diafragma. O valor da luminosidade e a dis-
tância focal aparecem gravados no anel da objetiva. A luminosidade 
assinala a maior intensidade de luz que pode atravessar a objetiva.
 
Cada diafragma representa uma quantidade universal de luz. 
Isso significa que f/2.8 pode variar de tamanho de uma lente 
para outra, mas vai deixar passar sempre a mesma quantidade 
de luz, mesmo em lentes de luminosidades diferentes. 
• Ângulo de abrangência (ângulo de cobertura ou ângulo 
de visão)
É a amplitude da cena projetada pela objetiva na superfície fotos-
sensível. As objetivas “normais” abrangem entre 45 e 53 graus. Esse 
número oscila em razão de condições técnicas com as quais as lentes 
são fabricadas. Como já foi dito, as teleobjetivas (maior distância 
focal) têm menor amplitude de projeção, pois ampliam a imagem; 
as grande-angulares (menor distância focal) projeta os raios de luz 
com maior amplitude e reduzem a imagem, captando um pedaço 
maior da cena. 
3.4 CLASIFICAÇÃO QUANTO AO ÂNGULO DE ABRANGÊNCIA
Segundo a distância focal, as objetivas podem ser denominadas de 
grande-angulares, normais e teleobjetivas. A seguir, observe vários 
ângulos de abrangência conforme a distância focal da lente (para 
Desperdício de material evidenciado pela cor vermelha.
Economia de material com opção de fotograma quadrado.
Capítulo 3
senac - pr 45
fotogramas dos filmes 135, de 24 mm x 36 mm e diagonais de 43 mm).
Observe as várias distâncias focais abaixo. Todas as fotografias foram 
tiradas a partir do mesmo ponto, com a câmera no tripé, apenas 
variando as distâncias focais.
Em azul, os ângulos de cobertura de lentes com distâncias focais diferentes.
Imagem feita com lente 18 mm.
Imagem feita com lente 28 mm.
Imagem feita com lente 40 mm.
senac - pr46
Imagem feita com lente 50 mm.
Imagem feita com lente 135 mm.
Imagem feita com lente 200 mm.
Imagem feita com lente 300 mm.
Capítulo 3
senac - pr 47
3.5 NOMENCLATURAS POPULARES PARA AS LENTES
A seguir, apresentaremos outras nomenclaturas populares para as 
lentes utilizadas em câmeras que produzem fotogramas dos filmes 
135, de 24 mm x 36 mm e diagonais de 43 mm. 
• Olho de peixe
Termo utilizado para designar objetivas com distância focal de 8 mm 
e 180° de ângulo de abrangência. Característica: deformações na 
imagem, principalmente nas linhas horizontais paralelas à base da 
fotografia. Essas linhas horizontais e verticais se transformam quase 
que totalmente em curvas. 
• Grande-angular 
Termo que se refere a objetivas com distância focal entre 18 mm 
e 35 mm e ângulo de abrangência entre 100º e 62º. Característica: 
distorce as linhas retas (horizontais e verticais). Pode ser utilizada 
para fotografar em ambientes pequenos quando há a necessidade de 
enquadrar muitos elementos. Dá a sensação de proximidade excessiva 
dos elementos próximos à lente e de distanciamento dos que estão 
mais longe. Ou seja, a sensação é de espalhamento e afastamento 
de planos, bem como de distanciamento do assunto. As grande--
-angulares permitem grande profundidade de campo (termo que 
será visto nos próximos capítulos), porém é difícil conseguir foco 
seletivo (por exemplo: fundo desfocado, recurso que será estudado 
nos próximos capítulos). 
• Normal
Para filme 135, é a lente objetiva de distância focal de 50 mm e 
ângulo de abrangência entre 45º e 53º. Produz imagem com perspec-
tiva e disposição de planos semelhante à visão humana. A sensação 
Imagem feita com lente 450 mm.
senac - pr48
de uma imagem feita com uma objetiva 50 mm é a de que há um 
observador na cena. 
• Teleobjetiva
Termo que se refere às objetivas com distância focal entre 85 mm e 
1.200mm, com ângulo de abrangência entre 28º e 2º. As teleobjetivas 
proporcionam pouca profundidade de campo, porém é fácil usar o 
foco seletivo. As imagens feitas por teleobjetivas passam a sensação 
de achatamento dos planos da imagem e de encurtamento da distân-
cia entre os objetos. É possível fotografar detalhes de longe sem ser 
percebido. Daí a sensação de invasão de privacidade que ela provoca. 
Muitas vezes, é preciso usar altas velocidades de obturador e um 
tripé (ou monopé) para evitar o tremor na hora do clique, devido 
ao peso dessa objetiva. 
• Macro
Objetiva usada para fotografar objetos pequenos, como anéis, insetos, 
flores, moedas, etc. Possui pouca profundidade de campo. Na falta 
de uma objetiva macro, pode-se acoplar filtros close-up ou macro 
em frente às lentes para produzir o efeito de uma lente macro. Há 
várias objetivas de diferentes distâncias focais que possuem a opção 
macro. Observe as 3 fotos a seguir feitas com macro.
Capítulo 3
senac - pr 49
3.6 OBJETIVA FIXA E OBJETIVA ZOOM
• Objetiva fixa
Fotografando com essa lente não é possível aumentar ou diminuir o 
ângulo de abrangência de uma cena sem se movimentar em relação 
à cena. Possui mais qualidade ótica do que uma objetiva de distância 
focal variável (zoom) porque tem um número reduzido de elementos 
através dos quais a luz passa. As objetivas fixas ajudam a “educar o 
olhar”, pois é possível prever o enquadramento da cena depois de 
utilizar por algum tempo sempre a mesma objetiva de distância focal 
fixa. As mais comuns são: 24 mm, 50 mm, 80 mm, 135 mm, 300 mm, 
600 mm e a 1.200 mm.
• Objetiva zoom
Objetiva de distância focal variável – É como se existissem várias 
objetivas em uma só. Utilizar a zoom é mais prático do que carregar 
várias lentes de diferentes distâncias focais. Porém, a performance 
ótica de objetiva zoom é inferior a de uma objetiva de distância focal 
fixa, porque a luz sofre diversas alterações (cor e definição, entre 
senac - pr50
outras) quando passa pelos vários elementos (lentes) no interior da 
objetiva. É designada, por exemplo, com a notação “28 mm – 80 mm”. 
Ou seja, esse zoom abrange as distâncias focais que variam de 28 mm 
a 70 mm. Quanto maior essa variação (range), como por exemplo, 
28 mm – 200 mm, pior é a qualidade da imagem produzida por esse 
tipo de objetiva, uma vez que a luz passa por muitos elementos antes 
de atingir a superfície fotossensível.
EXERCÍCIOS
1. Qual é a diferença entre as denominações “lente” e “objetiva”? 
2. Quais são as características que uma lente normal tem em relação:
a) ao tamanho aparente dos objetos vistos através dessa lente? 
b) à distância virtual entre os planos de uma imagem vista através dessa lente? 
Capítulo 3
senac - pr 51
3. O que é uma lente grande-angular? Procure em jornais e revistas fotografias 
que possivelmente tenham sido tiradas com lente grande-angular. Traga duas para 
que sejam analisadas em sala de aula.
4. Qual a importância de uma lente para a imagem fotográfica? 
5. O que é um número f?
6. Como funciona a relação entre os números f e a quantidade de luz? 
senac - pr52
7. Supondo que a primeira imagem abaixo tenha sido feita a partir de uma lente 
normal, como seriam denominadas as outras lentes que supostamente construíram 
as outras imagens da série a seguir? 
8. Como é possível definir a luminosidade de uma lente? 
9. Qual a diferença entre uma lente fixa e uma lente zoom? Quais as consequências 
do uso de uma e de outra para a imagem? 
Foto 1 - Lente normal
Foto 2
________________________________
Foto 3
________________________________
Capítulo 3
senac - pr 53
10. Por que uma lente zoom, por exemplo, 28 mm - 200 mm, produz uma imagem 
com qualidade inferior a uma lente fixa de 50 mm? 
11. Qual a diferença entre uma lente grande-angular e uma teleobjetiva?
12. Que precauções devem ser tomadas quando se fotografa com uma teleobjetiva?
13. Resolva a cruzadinha abaixo.
Horizontais
1) Objetiva usada para fotografar objetos pequenos, como anéis, insetos, flores 
senac - pr54
e moedas.
3) Objetiva que produz imagem que causa a sensação de espalhamento e 
afastamento de planos, bem como de distanciamento entre fotógrafo e assunto.
6) Objetiva que produz imagens que passam sensação de achatamento de planos 
e de encurtamento da distância entre os objetos. 
7) Formam uma objetiva. Fabricadas com vidro extremamente puro e transparente. 
Devem ser polidas para se evitar o excesso de dispersão da luz. 
8) Um dos controles de entrada de luz na câmera.
9) Indica a maior intensidade de luz que pode atravessar uma objetiva.
10) Objetiva que faz o foco automaticamente quando apontada para algum 
objeto.
Verticais
2) Capta os raios de luz que uma cena reflete, conduzindo-os até a superfície 
fotossensível.
4) Refere-se ao ângulo de cobertura da lente.
5) Objetiva que encurva as linhas horizontais paralelas à base da fotografia. 
11) Objetiva que não permite a abertura ou o fechamento do ângulo de visão. 
senac - pr 55
4Profundidade de Campo e Velocidadedo Obturador
Em uma imagem fotográfica, a área nítida na fotografia ou área fo-
cada é o que se chama de profundidade de campo. Ela pode ser maior 
ou menor, ter mais ou menos elementos focados e é medida sempre 
a partir do ponto em que o foco foi feito. Na prática, a profundidade 
de campo se estende mais para além do ponto de foco do que para 
antes dele, no sentido da câmera para a imagem. A proporção é de 
1 para 2. Observe o desenho abaixo:
A profundidade de campo é, portanto, a área da fotografia que se 
encontra em foco. 
Usando com praticidade a profundidade de campo, pode-se atribuir 
valores às imagens, enfatizando detalhes ou “escondendo-os”, dentro 
dos limites técnicos de cada equipamento. A profundidade de cam-
po pode ser usada de maneira seletiva (limitada), escolhendo quais 
áreas da imagem podem aparecer focadas e quais podem aparecer 
desfocadas. 
Um dos controladores da profundidade de campo é a abertura do 
diafragma, localizada no interior da objetiva. Pode-se representá-la 
da seguinte forma:
Representação da profundidade de campo.
senac - pr56
4.1 FATORES QUE INFLUENCIAM A PROFUNDIDADE 
 DE CAMPO
Três fatores influenciam a profundidade de campo de uma imagem: a 
abertura do diafragma, a distância do objeto à máquina fotográfica 
e a distância focal da objetiva.
a) Abertura do diafragma (números f):
• menores aberturas, maiores profundidades de campo, maior 
zona nítida;
• maiores aberturas, menores profundidades de campo, maior zona 
desfocada. 
Observe os diagramas e as fotos.
Representação de todas as flores focadas, pois a foto foi feita com uma pequena 
abertura de diafragma, o que possibilita uma grande profundidade de campo.
Representação das palhetas que “criam” as aberturas do diafragma.
Representação de apenas algumas flores focadas, pois a foto foi feita com uma 
grande abertura de diafragma, o que causa uma profundidade de campo menor. 
Capítulo 4
senac - pr 57
b) Distância focal da objetiva
• quanto menor a distância focal (grande-angular, por exemplo), 
maior a profundidade de campo e maior zona nítida;
• quanto maior a distância focal (teleobjetiva, por exemplo), menor 
a profundidade de campo e maior zona desfocada.
A foto acima foi feita com f/32, lente 55 mm e o ponto de foco (estátua) 
está a 2 m. Grande profundidade de campo.
A foto acima foi feita com f/2.8, lente 55 mm e o ponto de foco (estátua) 
está a 2 m. Pouca profundidade de campo. 
Representação de todas as flores focadas e de uma lente grande-angular, 
o que possibilita uma grande profundidade de campo.
senac - pr58
c) Distância da câmera até o objeto focado
• quanto mais longe a câmera estiver do objeto, maior a 
Representação de apenas algumas flores focadas e de uma lente tele, o que causa 
uma profundidade de campo menor.
Foto feita com lente 18 mm, f/5.6 e com o ponto de foco a 3 m da câmera. 
Foto feita com

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