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PROVA MÓDULO I - GABRIELA MENDONÇA SOARES

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INSTITUTO BRASILEIRO DE ESTUDOS TRIBUTÁRIOS
GABRIELA MENDONÇA SOARES
prova
módulo: tributo e segurança jurídica
Goiânia
2020
1. Explique o que é norma jurídica segundo a concepção do Constructivismo Lógico-Semântico, indicando seus tipos e considerando os conceitos de antecedente e consequente, bem como sua abrangência nos aspectos de “tempo” e de “destinatários”. 
A priori, é importante definir o que se entende por Construtivismo Lógico-Semântico. O Construtivismo Lógico-Semântico pode ser reconhecido como uma verdadeira “escola de pensamento jurídico”, é uma ferramenta de trabalho que se propõe amarrar os termos da linguagem, consoante esquemas lógicos que deem firmeza à mensagem, pelo cuidado especial com o arranjo sintático da frase, sem deixar de preocupar-se com o plano do conteúdo, selecionando as significações mais adequadas à fidelidade da enunciação.
Historicamente falando, é possível considerar a proposta construtivista em três momentos distintos: o período de formação (1973 a 1985), o intervalo de consolidação (1985 a 1997) e a fase de expansão (1997 aos dias atuais). 
A norma jurídica é a significação que temos a partir da leitura dos textos do direito positivo. É algo produzido em nossa mente a partir da percepção do mundo exterior, captado pelos sentidos. 
A norma jurídica é exatemente o que a leitura dos textos causa em nosso espírito, basta uma leituta para entender que um único texto (norma) pode gerar vários significados, consoante às diversas noções que o sujeito cognoscente tenha dos termos empregados pelo legislador.
Falando sobre a estrutura lógica das nomar jurídicas surge o papel do antecedente. Uma coisa sao os enunciados prescritivos, isto é, que tem a função de prescrever condutas, outra, as normas jurídicas, como significações construídas a partir dos textos positivados e estruturadas confome a lógica dos juízos condicionais. O antecedente é a descrição de possível evento no mundo social, na condição de suposto normativo, implicando uma proposição-tese. 
A proposição antecedente descreverá um evento de possível ocorrência no campo da experiência social, sem que isso implique em ter de submetê-la ao critério de verificação empírica, assumindo valores de verdadeiro e falso pois faz parte de uma proposição tipificadora de um conjunto de eventos.
Ao falarmos do consequente podemos de início dizer que a modalizacao das condutas interpessoais somente tera sentido dentro do quadro geral da possibilidade. Ao disciplinar condutas intersubjetivas, o legislador opera no pressuposto da possibilidade. Ali onde houver duas ou mais condutas possiveis, existira sentido em proibir, permitir ou obrigar certo comportamento perante outrem.
2. Relacione os conceitos de evento, fato e fato jurídico tributário e discorra fundamentadamente sobre a decadência e prescrição tributária enquanto causas de extinção da punibilidade penal dos crimes contra a ordem tributária.
Podemos classificar evento como o acontecimento do mundo fenomênico despido de qualquer formação linguística. É uma situação de ordem natural, pertencente ao mundo da experiência e são experimentados por meio dos nossos sentidos. Pode-se dizer que ele só se constitui como realidade por meio dos fatos. 
O fato, por sua vez, é o relato do evento. É o enunciado linguístico sobre as coisas, acontecimentos, as pessoas e suas manifestações. Eles sempre se referem a ocorrências passadas e é somente por meio desta referencia que temos conhecimento dos objetos da experiência que eles se referem. 
Segundo a classificação de objetos de HURSEL sintetizada por Carlos Cossio, os fatos se qualificam entre os objetos culturais, já os eventos, entre os objetos reais. 
Entende-se que um fato é jurídico quando produz efeitos na ordem jurídica, que significa realizar alguma alteração no sistema do direito positivo. Para o fato produzir efeitos de ordem jurídica um fato tem que ser realidade no sistema jurídico, o que só ocorre com o relato na forma linguística adequada. 
Segundo Paulo de Barros Carvalho:
“os acontecimentos do mundo social que não puderem ser relatados com tais ferramentas de linguagem não ingressam nos domínios do jurídico, por mais evidentes que sejam”
O fato jurídico é a representação do evento jurídico em linguagem competente. Logo, sem a apresentação em linguagem adequada para efeitos de teoria das provas os eventos correspondentes às hipóteses normativas não desencadearão os seus efeitos legais, não propagarão os direitos e deveres correlatos. 
Segundo EURICO MARCOS DINIZ DE SANTI, decadência e prescrição são institutos jurídicos que funcionam como mecanismos de estabilização do direito, que garantem a segurança de suas estruturas.
No Direito tributário a decadência e a prescrição aparecem como normas que dizem respeito a perda de direitos, tanto do fisco como do contribuinte, em decorrência do transcurso de certo lapso temporal onde algum dos dois foi inerte. As normas de decadência do fisco dizem sobre a perda da competência para constituir crédito tributário, enquanto as de prescrição dizem sobre a perda do direito de executar o crédito que ja foi constituído. As regras de decadência do direito do contribuinte estabelecem a perda do direito de repetir administrativamente o indébito tributário, enquanto as de prescrição a perda da legitimidade de repetir judicialmente esse idébito. 
Sabemos que com a decadência o fisco perde o direito de constituir o crédito tributário, sendo assim ele nao poderia lançar e não haveria obrigação tributária. Contudo, mesmo sem este direito, o fisco pode lançar erroenamente e, neste caso, se for verificado que a formalização se deu após o decurso do prazo decadencial, extingue-se a obrigação tributária.
Essa extinção não se da pela satisfação do crédito tributário, mas sim pela inércia do fisco de não efetuar o lançamento no tempo correto. Nesse sentido, a decadência do direito do fisco em matéria tributária não é causa de extinção da punibilidade penal dos crimes contra a ordem tributária, em razão da falta de suporte fáctico para a incidência da norma de exclusão da punibilidade penal. 
Seguindo a mesma lógica, nos casos de prescrição, a relação jurídica tributária é extinta com a justificativa da inércia do fisco na execução de seu crédito. Nesse sentido, a prescrição do direito do fisco executar seu crédito não é causa de extinção da punibilidade penal nos crimes contra a ordem tributária, apoiando-se no mesmo argumento usado para a decadência.

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