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trabalho manchas foliares no feijao

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PROJETO 2 GRUPO V-MANCHAS FOLIARES NA CULTURA DO FEIJÃO
PATO BRANCO, 2018/1
Sumário
1.INTRODUÇÃO	3
2.DESENVOLVIMENTO	4
2.1.Grupo V – Manchas Foliares	4
2.1.1 Antracnose - Colletotrichum lindemuthianum	5
2.1.2 Mancha Angular – Phaeoisariopsis griseola	6
2.1.3 Crestamento bacteriano - Xanthomonas axonopodis pv. Phaseoli	9
2.1.4. Mancha de alternaria - Alternaria alternata	11
2.2.5 Ferrugem - Uromyces appendiculatus	12
2.2.6 Oídio - Erysiphe polygoni DC (Oidium sp.)	14
BIBLIOGRAFIA	18
1. INTRODUÇÃO
As doenças em plantas são tratadas como processos biológicos prejudiciais que interferem nos processos fisiológicos, levando ao distúrbio das suas funções vitais como na absorção e transporte de água e minerais, na síntese de alimento. 
As doenças podem ser bióticas ou abióticas, sendo causadas por organismos vivos ou condições desfavoráveis do ambiente, respectivamente. As doenças bióticas são causadas por microrganismos, insetos, ácaros e plantas parasitas sendo estes caracterizados como patógenos. Os agentes causadores de doenças geralmente interagem com a planta, vivendo dentro ou fora dela, invadindo os tecidos gerando o processo infeccioso, desta interação veio o termo hospedeiro o qual designa a planta.
Considerando que os processos vitais da planta podem sofrer interferências pelos patógenos, McNew propôs uma classificação que engloba patógenos sobre um mesmo processo vital, com procedimentos semelhantes em relação ao hospedeiro.
Grupo I – Doenças que destroem os órgãos de armazenamento
Grupo II – Doenças que causam danos em plântulas (damping off)
Grupo III – Doenças que danificam as raízes
Grupo IV – Doenças que atacam o sistema vascular
Grupo V – Doenças que interferem com a fotossíntese
Grupo VI – Doenças que afetam o aproveitamento das substâncias fotossintetizadoras.
2 DESENVOLVIMENTO
Grupo V – Manchas Foliares
A ocorrência de manchas foliares interfere diretamente na fotossíntese, através da redução da área foliar. Causam destruição do tecido vegetal, decorrente da necrose das manchas. Outro tipo de sintoma é o crestamento foliar ou queima, com evidência de uma necrose rápida que atinge grandes áreas da folha.
Os patógenos desse grupo são parasitas facultativos, pois na fase saprofítica sobrevivem em restos de cultura ou matéria orgânica. Com especificidade em relação ao hospedeiro, sendo que normalmente cada espécie vegetal é atacada por uma espécie de patógeno. Além das folhas esses patógenos podem atacar caule, ramo, flor, inflorescência e fruto.
As manchas foliares são causadas por fungos, cromistas e bactérias. Sendo as espécies de bactéria como os gêneros Xanthomonas e Pseudomonas associadas as manchas e crestamento. Já os fungos são encontrados nos grupos dos anamórficos e dos ascomicetos, com diversas espécies, destacando Alternaria, Cercospora e Colletotrichum.
Embora as manchas serem facilmente perceptíveis, é necessário analisar com cautela as características da mancha para identificar o patógeno. Em geral as manchas decorrentes de bactérias aparecem com pequenos pontos translúcidos, evoluindo para áreas maiores. Sendo que a região mais central dessa área começa a sofrer necrose, estabelecendo pelo restante da lesão. Já as manchas causadas por fungos tem início com pequenos pontos cloróticos, aumentando de tamanho se tornando manchas, o centro dessa mancha torna-se necrótica. Independentemente do agente causal as manchas podem apresentar diferentes formas, dimensões e cores.
Com as manchas a planta pode sofrer desfolha precoce, queda de flores e frutos, subdesenvolvimento e mal formação de frutos, além da morte da planta.
Os fungos deste grupo podem sobreviver nos restos de cultura, matéria orgânica e semente. A disseminação dos propágulos pode ser realizada pelo vento, respingos de água e sementes contaminadas. A infecção começa a partir do contato de conídios ou ascósporos com a superfície foliar. A germinação ocorre em altas temperaturas sobre um filme de água que podem penetrar no tecido com o apressório, ferimentos ou estômatos. Na colonização há produção de toxinas e enzimas que matam o tecido vegetal liberando os nutrientes para os patógenos. Com a colonização vem os sintomas, que vão aumentando decorrente da reprodução do patógeno.
O ciclo das relações patógeno-hospedeiro das manchas bacterianas é parecido com o do fungo, exceto na infecção, quando os talos bacterianos atingem o tecido vegetal, e nos sintomas, em que aparecem pontos translúcidos devido a desorganização celular, encharcamento. A fase de reprodução das bactérias ocorre quando forma uma massa mucilaginosa e emerge dos tecidos doentes, sendo disseminada por insetos, água ou ferramentas.
O controle consiste na utilização de variedades resistentes, aplicação de fungicidas, protetores ou sistêmicos são as principais medidas. Como também rotação de culturas e eliminação de restos culturais para diminuir o inóculo do patógeno, sementes sadias, tratamento de sementes, além da erradicação de plantas daninhas ou plantas guaxas que podem estar contaminadas da área.
2.1.1 Antracnose - Colletotrichum lindemuthianum
Principal doença do feijoeiro, podendo causar danos de 100% caso infecte as plantas nos primeiros estágios de desenvolvimento. 
Ocorre principalmente em regiões de clima frio, temperatura baixa a moderada (entre 13 e 27 ºC, com ótimo de 21 ºC) e umidade relativa acima de 91%.
O patógeno é capaz de infectar folhas, caule, ramos, vagens e sementes de plantas de feijoeiro em todos os estágios de desenvolvimento, por causa de sua estrutura de infecção (conídios). Plantas jovens geralmente são mais suscetíveis à infecção pelo patógeno do que as plantas adultas por possuírem tecidos menos lignificados.
O fungo sobrevive em restos de cultura, porém, as sementes contaminadas é que se constituem em importante meio de disseminação e sobrevivência. Os respingos de chuva, insetos e o homem também são disseminadores deste patógeno.
Os sintomas de antracnose em plântulas são lesões escuras nos cotilédones e no hipocótilo. Em plantas adultas, as lesões ocorrem com maior frequência nos pecíolos e nas nervuras da parte aérea. Tais regiões apresentam manchas de coloração marrom-escuro ou pardas que atingem inicialmente as nervuras principais, chegando às secundárias à medida que a doença progride. Nas vagens, as lesões são arredondadas, deprimidas, de tamanho variável e com o centro claro, sendo delimitadas por um anel negro, saliente, com borda marrom-avermelhada. Quando as condições de umidade e temperatura são favoráveis, uma massa de conídios de coloração rosada é formada no centro das lesões.
Figura 1 – Lesões nas vagens e manchas pardas nas nervuras da folha
O controle pode ser feito com uso de cultivares resistentes, tratamento de sementes, rotação de cultura, pois o patógeno sobrevive em resto cultural. No controle químico é possível usar Hidróxido de Trifenil Estanho (40%) e Chlorothalonil + Tiofanato, Captafol, Benomyl, Mancozeb e Chlorothalonil.
2.1.2 Mancha Angular – Phaeoisariopsis griseola
Esta doença tem aparecido cada vez mais frequentemente nas principais regiões produtoras, e quanto mais cedo aparece nas lavouras, maior é o dano para a produção. 
Este fungo pertence à subdivisão deuteremycotina, que tem como estrutura vegetativa micélio septado, conidióforo e corpos de frutificação (acérvulo e picnidio). As estruturas reprodutivas assexuais são os conídios e clamidósporos.
O patógeno produz compostos de conidióforos (estruturas de reprodução) na face inferior da folha.
Os conídios, os quais são as estruturas de reprodução deste patógeno, germinam em temperaturas entre 8°C à 32°C, apresentando assim uma ampla possibilidade da reprodução deste patógeno nas lavouras. Porém a temperatura mais favorável para o desenvolvimento deste fungo são temperaturas moderadas, de aproximadamente 24° com alta umidade relativa.
A penetração do fungo ocorre via estômatos, e este coloniza várias partes da planta, apresentando diferentes sintomas.
O patógeno tem sua sobrevivência em sementes, e restos culturais. A disseminaçãoocorre através do vento, partículas de solo, chuva e por sementes contaminadas.
Os sintomas aparecem no caule, na vagem e nas folhas do feijoeiro. Nas folhas jovens as lesões são circulares concêntricas de coloração castanha ou marrom-avermelhada.
Nas folhas trifoliadas apresentam formato irregular e coloração cinza, que com o desenvolvimento da doença ficam com coloração marrom-escura e formato angular delimitado pelas nervuras. Se a planta estiver infestada deste patógeno as folhas apresentam grande número de lesões, causando necrose das folhas e desfolha prematura. Se for em folhas jovens um pequeno número de lesões necróticas resulta em clorose e abscisão foliar.
Figura 2 – Manchas irregulares de coloração cinza
No caule e ramos as lesões apresentam coloração escura. As vagens apresentam manchas arredondadas de coloração castanha escura.
Figura 3 – Manchas arredondadas nas vagens 
O controle se dá através do uso de sementes sadias, tratamento de sementes para adquirir resistência ao patógeno e rotação de culturas, pois este sobrevive em restos culturais. Manter o espaçamento e a densidade adequada para não favorecer a formação do microclima favorável para o desenvolvimento do patógeno.
O controle químico se dá através de produtos registrados, tais como: tebuconazol(triazol) azoxistrobina (estrobilurina)+difenoconazol (triazol), probinebe (alquilenobis (ditiocarbamato)). O maior uso do controle químico se dá através do grupo dos triazóis e das estrobilurina.
O excesso do uso dos fungicidas pode causar fitotoxidade nas plantas.
2.1.3 Crestamento bacteriano - Xanthomonas axonopodis pv. Phaseoli 
X. axonopodis pv. phaseoli sobrevive de diferentes formas, no solo, material vegetal e nas sementes, podendo sobreviver de 2 a 15 anos, no estado hipobiótico, localizada interna ou externamente, sem perder sua patogenicidade. Geralmente a bactéria sobrevive por um período mais longo em restos culturais superficiais do que enterrados. Essa bactéria pode sobreviver em plantas daninhas hospedeiras. Ocorre em quase todo o Brasil, não se tendo uma estimativa de perdas causadas por esta doença.
O principal meio de disseminação do patógeno são as sementes, pois transportam o patógeno a longas distâncias e são importantes fontes primárias de inóculo. A água de chuva ou de irrigação por aspersão também são eficientes disseminadores. Alguns insetos são disseminadores secundários. Temperatura e umidade elevada favorecem o desenvolvimento da doença. 
Os sintomas típicos da doença são visíveis em toda parte aérea da planta. Nas folhas são observadas manchas encharcadas, que aumentam em tamanho e progridem para necróticas. Ao redor das lesões podem apresentar um tênue halo amarelado. As lesões podem estar esparsas no limbo, bem como na parte marginal, progredindo para o centro dos folíolos. De acordo com a severidade da doença as folhas podem cair.
 
Figura 4 – folhas com encharcamento com clorose e necrose
No caule são observadas manchas alongadas e encharcadas que tornam-se avermelhadas. Quando a infecção ocorre na região do nó das folhas primárias, pode ocorrer quebra da planta durante a fase reprodutiva, sintoma denominado podridão nodal. 
Nas vagens, as lesões variam em forma e tamanho. Primeiramente são circulares e encharcadas, tornando-se necróticas de cor avermelhada, geralmente a infecção ocorre na sutura da vagem, as lesões são alongadas. As sementes podem apresentar descoloração no hilo, manchas amarelas no tegumento, enrugamento e malformação.
 
Figura 5 – Manchas circulares nas vagens
 	O controle do crestamento bacteriano é realizado através de várias medidas. Primeiramente utilizar sementes certificadas, incorporação de restos culturais infectados a uma profundidade de 15-20 cm, rotação de cultura com plantas não hospedeiras da bactéria por um período mínimo de um ano, eliminação de ervas daninhas e plantas voluntárias e controle de insetos disseminadores da bactéria são algumas medidas que também podem ser adotadas. 
Há poucas cultivares resistentes disponíveis como, IAPAR 14, IAPAR 16, IAPAR 31 e Diamante Negro. 
A eficácia do controle químico dessa doença, através da pulverização das plantas com produtos bactericidas, é muito contraditória. Pesquisas desenvolvidas no Brasil, no Paraná, evidenciaram a ineficácia de três pulverizações dos produtos oxicloreto de cobre, sulfato de estreptomicina + oxitetraciclina, oxicloreto de cobre + maneb e oxicloreto de cobre + zineb no controle da doença nas folhas e vagens e na redução da transmissão da bactéria por sementes.
2.1.4. Mancha de alternaria - Alternaria alternata
Esta doença afeta a parte aérea do feijoeiro, sendo considerada, até pouco tempo, de importância secundária. O fungo pode atacar a plântula, provocar desfolhação e consequentemente a redução de produtividade.
Esta doença é causada por fungos do gênero Alternaria. Apresenta conidióforos escuros, curtos e septados, com uma cadeia única ou ramificada de conídios. Estes são escuros, apresentam formato elíptico. Este fungo estabelece-se epifiticamente durante o início do ciclo do feijoeiro, colonizando a cavidade estomática e provavelmente nutrindo-se de exsudatos foliares. É um parasita fraco, cuja população aumenta com a senescência natural dos tecidos. Sobrevive saprofiticamente sobre restos de cultura de várias espécies, incluindo plantas daninhas. Pode também ser encontrado sobre o feijoeiro durante todo o ciclo da cultura e também sobre plantas daninhas. Contudo, é geralmente sobre os tecidos maduros, ao final do plantio, que o patógeno se desenvolve, sendo favorecido por condições de alta umidade.
Sintomas manifestam-se inicialmente como pequenas manchas irregulares, aquosas, nas folhas e vagens. Nas folhas, as lesões crescem e adquirem formato geralmente circular e coloração marrom-avermelhada. Em alguns casos, observa-se a presença de anéis concêntricos no centro da lesão, podendo o tecido secar e cair, deixando um furo no centro da lesão. E comum a presença de halo clorótico ao redor das lesões. As lesões podem coalescer, originando manchas maiores de formato irregular. Nas vagens, as manchas são pequenas e escuras. As sementes afetadas apresentam descoloração cinza e riscas marrons. A doença afeta a qualidade das sementes, reduzindo a germinação. Quando os tecidos afetados atingem a maturidade, o fungo cresce e esporula profusamente sobre a superfície dos mesmos, produzindo um mofo negro bastante visível.
 
Figura 6 – Manchas alternadas marrons avermelhadas e furos nas folhas 
Uma das principais medidas de controle é regular a umidade das sementes. A colheita deve ser feita em período seco e assim que as plantas entram em maturação fisiológica. As sementes colhidas com alto teor de umidade devem ser secas rapidamente e armazenadas em local ventilado e com temperaturas baixas. Lotes de sementes com diferentes teores de umidade não devem ser misturados. Alguns cultivares como Goiano Precoce, Jalo Precoce, Novo Jalo, IAC-Carioca e Cerro Azul apresentam maior nível de resistência à doença. A doença pode ainda ser controlada com iprodione, mancozeb, trifenil acetato de estanho e trifenil hidróxido de estanho.
2.2.5 Ferrugem - Uromyces appendiculatus
A ferrugem do feijoeiro pode causar danos tanto mais severos quanto mais cedo ocorrer no ciclo da cultura. E uma doença de ampla distribuição, sendo mais comum em regiões tropicais úmidas e subtropicais. Epidemias severas são favorecidas por ocorrência regular de orvalho e temperaturas moderadas.
Os sintomas podem ocorrer nas vagens e hastes, mas predominam nas folhas, sendo visíveis cerca de seis dias após a infecção na forma de pequenas pontuações esbranquiçadas e levemente salientes. Estas pontuações aumentam ligeiramente em diâmetro e tornam-se amarelas. Aos 7-9 dias as lesões rompem-se, formando pústulas pardo-avermelhadas. Cercado 10-12 dias após a infecção observa-se os sintomas típicos, caracterizados por pústulas de 1-2 mm de diâmetro, com abundante produção de uredósporos, comumente circundados por halo clorótico.
 
Figura 7 – uredósporosnas folhas
O agente causal da ferrugem se trata da Uromyces appendiculatus pertence à subdivisão Basidiomycotina. É um parasita obrigado, macrocíclico e autóico. No entanto, pycnosporus o eciósporos são raramente vistos na natureza. Nas nossas condições, onde é possível o cultivo do feijoeiro durante praticamente todo ano, o fungo sobrevive na fase uredial.
Uredósporos são de coloração marrom-alaranjada, unicelulares, elipsóides ou globosos, medindo 20-30 x 20-26 μm, com parede ornamentada medindo 1-2 μm de espessura. Os teliósporos podem ser formados no final da estação de cultivo, em resposta a estímulos de temperatura, luz e umidade. Possuem coloração marrom-escura, dimensões de 28-38 x 20-36 μm, formato ovóide ou elipsóide, são unicelulares e apresentam pedicelos hialinos. A parede é grossa e lisa, medindo 2-4 μm.
Os uredósporos são disseminados pelo homem, implementos, animais e principalmente pelo vento. Podem sobreviver entre as estações de cultivo, iniciando nova epidemia quando as condições forem favoráveis. A penetração dá-se pelos estômatos, após o tubo germinativo entrar em contato com as células estomáticas e desenvolver apressório. Os uredósporos germinam em 6-8 horas em temperaturas entre l6-25°C. Temperaturas acima de 32°C podem inibir este processo. Condições ideais para a infecção é temperatura entre 17 e 27°C e umidade relativa maior que 95% por 10 a 18 horas. A máxima liberação de uredósporos ocorre sobre períodos de umidade relativa menor que 60% e temperatura ligeiramente maior que 210°C durante o dia, precedidos por umidade relativa alta ou chuva durante a noite anterior. O patógeno também pode infectar outras espécies de Phaseolus e Vigna spp. O fungo apresenta grande número de raças fisiológicas; mais de 200 já foram identificadas em todo o mundo.
A rotação de cultura não é eficiente para o controle, pois o fungo é biotrófico, neste caso recomenda-se a remoção de restos culturais e principalmente a eliminação de plantas voluntárias hospedeiras visando a redução do inóculo inicial. Por este motivo é indicado o vazio sanitário para a eliminação do inóculo. O ajuste da época de plantio de modo a evitar ocorrência de longos períodos de umidade e temperaturas favoráveis à infecção durante o pré-florescimento ou florescimento tem reduzido os danos causados pela doença em algumas regiões. O controle da ferrugem através da resistência genética é prejudicado devido à grande variabilidade patogênica do agente causal. No entanto, algumas variedades como IAPAR-14, JACMaravilha, IAC-Una, Ouro Negro, Vermelho-2 157, Ouro, Meia Noite, Rudá e Aporé apresentam resistência. O controle químico deve ser realizado com o aparecimento das primeiras pústulas, em regiões de alta incidência. Produtos como oxycarboxin, bitertanol, tebuconazole e informe são eficientes no controle da doença. O inseticida cartap também é eficiente, mostrando ação erradicante sobre o patógeno.
2.2.6 Oídio - Erysiphe polygoni (Oidium sp.)
O oídio pode afetar toda a parte aérea do feijoeiro, ocorre sob condições de temperatura moderada e baixa umidade, comuns em plantios tardios na safra da seca ou no outono. No início do ciclo da cultura quando os sintomas são mais severos com a planta, apresenta maior prejuízo econômico.
Este patógeno pertence à subdivisão Ascomycotina e possui grande número de hospedeiros. O fungo produz micélio septado, hialino, ramificado, com hifas que penetram nas células epidérmicas e produzem haustórios . Os conidióforos são curtos, com conídios cilíndricos a ovalados, unicelulares, hialinos, produzidos em cadeia,. O cleistotécios é primeiramente claro, tornando-se marrom quando maduro, apresentam ascósporos hialinos, elípticos ou ovóides. 
Os conídios são disseminados facilmente pelo vento, chuva ou insetos, além de poder serem transmitidos pela semente. Períodos chuvosos são desfavoráveis à produção de esporos, tendo ênfase em períodos de estiagem ou em estufa, os esporos podem infectar a planta em qualquer fase de desenvolvimento, com maior intensidade na fase inicial. 
O principal sintoma da doença constitui-se no crescimento de uma “massa” branco-acinzentada, formada pelas estruturas vegetativas do patógeno, manifestando inicialmente nos folíolos e se estendendo aos pecíolos, caules, órgãos florais e vagens, recobrindo toda a superfície da planta.
Figura 8 – massa branca nas folhas
Assim como a ferrugem o oídio também é biotrófico, assim a rotação de culturas como forma de controle também não tem eficácia.
O oídio geralmente não requer o uso de medidas específicas de controle, no entanto havendo necessidade, o controle químico é eficiente com uso de triforine, tiofanato metílico + chlorothalonil e tebuconazole. Em áreas de incidência precoce e rotineira da doença, utiliza-se a rotação com espécies não hospedeiras como cereais e milho para ajudar a reduzir o inóculo inicial. Não há cultivares resistentes para essa doença.
BIBLIOGRAFIA
AMORIM, L., REZENDE, J.A.M., BERGAMIN FILHO, A., CAMARGO, L.E.A., Manual de fitopatologia: doenças das plantas cultivadas (v.2), São Paulo: Ed. Agronômica Ceres, 2005.
BERGAMIM FILHO, A., KIMATHI, H., AMORIM, L. Manual de fitopatologia: Princípios e conceitos. V 1. 3.ed. São Paulo: Ed. Agronômica Ceres, 1995.

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