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Morfologia Portuguesa/ Aula 5: Processos de formação de palavras I

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/
Morfologia Portuguesa
Aula 5: Processos de formação de palavras I
Apresentação
Nesta aula, você vai aprender que as noções de derivação e de �exão são importantes no que tange aos processos
de formação de palavras na nossa língua. Além de veri�car aspectos relativos à �exão verbal e à �exão nominal
bem como questões importantes acerca de gênero, número etc.
Objetivos
Identi�car o conceito de �exão X derivação;
Distinguir �exão verbal e �exão nominal;
Veri�car questões relevantes acerca das noções de número e gênero;
Veri�car o conceito de grau em português.
Nas aulas de Morfologia dos ensinos fundamental e
médio, aprendemos sempre que há classes de palavras
variáveis e outras invariáveis. Além disso, veri�camos
que podemos formar novas palavras a partir de
elementos conhecidos da língua. Tudo isso diz respeito
ao fato de as palavras da língua passarem por dois
processos: derivação e �exão. 
Entretanto, é preciso diferenciar essas duas noções,
uma vez que a �exão, em linhas gerais, ocorre
independente da vontade do falante, enquanto que a
derivação se faz necessária somente a partir de uma
decisão de quem fala ou escreve.
 Fonte: Shutterstock Por LStockStudio
/
1
Derivatio voluntaria - Cria novas palavras; caráter fortuito e desconexo do processo. Com efeito, as palavras
derivadas não obedecem a uma pauta sistemática e obrigatória para uma classe homogênea do léxico. Ex.: cantar-
cantarolar, mas para falar ou gritar não existem as formas falarolar ou gritarolar. Os morfemas gramaticais de
derivação não constituem assim um quadro regular, coerente e preciso. Acresce a possibilidade de opção, para usar
ou deixar de usar o vocábulo derivado. Os su�xos derivacionais criam novos vocábulos.
2
Derivatio naturallis – para indicar modalidades especí�cas de uma dada palavra. A �exão indica que um dado
vocábulo se dobra a novos empregos, havendo obrigatoriedade e sistematização coerente. Apresenta-se em
português sob o aspecto de segmentos fônicos propostos ao radical como, por exemplo, em caixa/caixas e em
gato/gata, em que se acrescentaram os su�xos �exionais ou desistências de número para o primeiro par de palavras
e de gênero para o segundo par.
Mattoso Camara Jr (1972) distinguia dois processos,
retomando o que o gramático latino Varrão (116 aC – 26 aC):
Saiba mais
Para saber mais sobre Varrão e sua obra, veja uma tese a respeito do seu “Livro VII” e sua vida.
Dessa forma, podemos chegar à conclusão da
sistematicidade do processo de �exão versus a
assistematicidade da derivação. Na �exão, o falante não
consegue criar: se o –s é a marca do plural em
português, o falante não poderá expressá-lo, trocando o
–s por –i, por exemplo, de “carros” dizer “carroi”, etc. Na
derivação, devido à sua assistematicidade e
imprevisibilidade, a língua pode ser recriada e
enriquecida por conta da atuação e das necessidades de
comunicação de seus usuários.
Em outras palavras, a �exão é obrigatória, pois não há
outra opção no sistema da língua. A derivação é
voluntária, em razão de sua possibilidade criadora.  
Fonte: Alex Suprun on Unsplash
javascript:void(0);
javascript:void(0);
/
Flexão e derivação
A distinção entre �exão e derivação é perceptível quando se pode conceituar e analisar o vocábulo pelo seu signi�cado
e sua forma.
1
Flexão
É obrigatória devido à concordância que antecederá a
palavra, o que faz da derivação um processo sem
preocupação obrigatória.
2
Derivação
Pode alterar a categoria da palavra resultante, mas a �exão
não muda a classe da palavra que resulta.
Dentre as distinções do processo de �exão e derivação está a
produtividade dos processos, ou seja, a ausência de marcas
�exionais nos dá palavras incompletas; não há o mesmo tipo de
obrigatoriedade para a derivação. Outra marca para distinguir
esses dois processos é a regularidade. Um novo nome em
português faz prever que o que distingue esses dois processos é
a regularidade: esse novo nome em português pode ter plural ou
feminino, mas não obrigatoriamente terá derivados em –ista ou –
oso, já que a �exão é previsível enquanto a derivação é
imprevisível.
Flexão nominal e verbal
1 O processo de �exão apresenta duas características essenciais: regularidade e obrigatoriedade.
2
Consiste na associação regular à base de a�xos que manifestam valores obrigatórios para determinadas
classes de palavras da língua.
3 A associação dos a�xos são obrigatórios para determinadas classes de palavras da língua.
4
O vocábulo “�exão” é a tradução do termo alemão “biegung” que signi�ca curvatura, desdobramento. Por isso,
podemos a�rmar que um vocábulo pode se “desdobrar” em outras aplicações por meio do fenômeno
gramatical da �exão.
http://estacio.webaula.com.br/cursos/morf02/aula5.html
/
5
Entretanto, a �exão, de acordo com Câmara Jr. (1972:71), ocorre por meio de acréscimo de segmento fônico
ao radical chamado su�xo �exional ou desinência.
6 O acréscimo de pre�xo e/ou su�xo fará com que tenhamos outro processo: a derivação.
Dessa forma, podemos a�rmar que a �exão nominal, nosso ponto de interesse nesta parte da aula, dá-se nas classes
de palavras a que denominamos de variáveis, principalmente no que concerne aos substantivos e adjetivos. Muitos
autores, como (KOCH; SILVA, 2005), por exemplo, adotam o termo adjetivo englobando todos os outros determinantes
do substantivo, como os pronomes, artigos, numerais e o próprio adjetivo, uma vez que podemos perceber a �exão
dessas classes em número, pelo menos.
O – oS / ele – eleS / primeiro – primeiroS etc.
"Funcionalmente, muitos dos nomes podem ser, conforme o
contexto, substantivos (termos determinados) ou adjetivos
(termos determinantes). Assim, no enunciado um diplomata
mexicano, o segundo vocábulo é substantivo e o terceiro
adjetivo, já em um mexicano diplomata dá-se o inverso."
- KOCH; SILVA.
Todavia, podemos a�rmar que há nomes que são essencialmente substantivos e outros essencialmente adjetivos no
que tange aos seus usos funcionais?
Koch e Silva (2005) a�rmam que sim, mas, “a distinção funcional não é
absoluta”. Se nos voltarmos para nosso mestre Machado de Assis, o
narrador de “Memórias Póstumas de Brás Cubas” a�rma não ser um “autor
defunto”, mas um “defunto autor”. Isso nos mostra que a categorização de
um nome em substantivo ou adjetivo depende não só de sua forma, mas,
principalmente, de seu uso na frase.
Flexão nominal em termos formais
No âmbito formal, substantivo e adjetivo, via de regra, apresentam diferenças muito pequenas. Tanto um quanto outro
são marcados por vogais temáticas , desinências de gênero e de número, vejamos:
http://estacio.webaula.com.br/cursos/morf02/aula5.html
/
1
Mestre
E = vogal temática (substantivo ou adjetivo).
2
Menina
A = desinência de gênero + Morfema zero apontando o
singular.
3
Meninas
S = desinência de número.
Obs.: Para revisar os morfemas e seus tipos, favor rever as
aulas 3 e 4.
A �exão de gênero
Sabe-se que em Língua Portuguesa há dois gêneros: masculino e feminino. Formalmente, costuma-se a�rmar que –o
marca masculino, como em GAROTO, e o –a feminino, como em GAROTA.
"Tal �exão ( a de gênero) opera através do acréscimo do
morfema �exional –a átono �nal à forma masculina. Quando
a forma masculina é atemática, há simplesmente o acréscimo
mencionado: peru – perua  autor – autora; mas, quando tal
forma termina em vogal temática como pombo, parente, essa
vogal é suprimida, através de uma mudança morfofonêmica,
decorrente do acréscimo do morfema –a: pombo –o + a =
pomba; parente –e + a = parenta.”"
- Koch e Silva (2005:48).
/
 Fonte: shutterstock Por Monkey Business
Images
A partir dessa explicação, podemos a�rmar que o masculino seria a forma não marcada, uma vez que a desinência
nominal de gênero seria somente –a, o que nos dá um morfema zero na forma masculina. Além disso, trata-se de um
fator de economia linguística e há outras maneiras de se apresentar o masculino, como em PROFESSOR. O masculino
só é veri�cado pela ausência da desinência nominal de gênero –a, presente em PROFESSORA.
 Fonte: shutterstockPor Monkey Business
Images
Há, ainda, as palavras cujo gênero só pode ser marcado pelo uso de um determinante, uma vez que a vogal �nal marca
somente a classe gramatical da palavra, como criança, mestre, bico etc. Não há oposição entre masculino e feminino,
como em MENINO e MENINA. Dessa forma, rati�camos que a vogal –o de MENINO e de BICO, o –a de CRIANÇA e o –e
de MESTRE são vogais temáticas, e não desinências de gênero.

A respeito das vogais temáticas e da desinência de gênero, advoga Henriques (2007:68): “É certo que
o papel gramatical dessas vogais não tem uma delimitação especí�ca como nos verbos. Interessa,
porém, descrever de que forma ocorrem, para então se chegar à constatação de que essas vogais se
caracterizam nos nomes por sua posição postônica �nal, o que as aproxima das desinências de
gênero, igualmente postônicas �nais  (A e O), tornando necessário distinguir com clareza umas e
outras.”
Tal a�rmação de Henrique nos de�agra um problema metateórico da consideração da vogal –o de
MENINO, por exemplo, como vogal temática ou como desinência de gênero. Se considerarmos
Câmara Jr. (1972), Koch e Silva (2005), entre outros autores, veremos que o masculino é a forma não
marcada e, o feminino a forma marcada. Já Henriques (2007), como vimos anteriormente, entre
outros, consideram a vogal –o desinência de gênero.

/

Entretanto, o próprio Henriques (2007:68-69) apresenta citações de diversos autores que são quase
unânimes em considerar somente –a desinência de gênero e para o masculino, temos o morfema
zero, a forma não marcada, o que nos parece o posicionamento mais coerente, uma vez que nem
todos os nomes masculinos são marcados pelo –o, como já veri�camos acima.
O mesmo autor propõe uma classi�cação alternativa, a partir do seguinte quadro:
Terminação Gênero da palavra Análise
-a (átono) Feminino DG
-a (átono) Masculino VT
-e (átono) (irrelevante) VT
-o (átono) Masculino DG
-o (átono) Feminino VT
Segundo o autor, com essa proposta de classificação, apenas um número mínimo de palavras não teria desinência de gênero, que
seriam aquelas em que a vogal átona final não coincide com o gênero da palavra. Ele fornece-nos alguns exemplos, como: O
diademA; O genomA; O gramA, entre outros.
Gênero X Sexo
Outro ponto delicado no que tange à �exão nominal é a confusão entre gênero e sexo, uma vez que masculino e
feminino são adjetivos desses dois termos. 
Além disso, não podemos dizer que MESA e RETRATO, por exemplo, são do SEXO feminino e masculino,
respectivamente, só porque são do GÊNERO feminino e masculino. Koch e Silva (2005:49) fornecem-nos dois
argumentos contrários à interpretação de gênero relativo ao sexo seres, vejamos:

1
O gênero abrange todos os nomes substantivos
portugueses, quer se re�ram a seres animados, providos
de sexo, quer designem apenas “coisas”, como: mesa,
ponte, tribo, que são femininos (precedidos do artigo a) ou
sofá, pente, prego, que são masculinos (precedidos pelo o);

2
O conceito de sexo não está necessariamente ligado ao de
gênero: mesmo em substantivos referentes a animais e
pessoas há algumas vezes discrepância entre gênero e
sexo. Assim, a testemunha, a cobra são sempre femininos
e o cônjuge, o tigre, sempre masculinos, quer se re�ram a
seres do sexo masculino ou feminino.
Dessa forma, podemos contestar algumas gramáticas, principalmente as escolares, no que tange à classi�cação dos
substantivos em epicenos, sobrecomuns ou comuns de dois gêneros.
De acordo com Cegalla (2005:138): 
/
Epicenos
Designam certos animais e
têm um só gênero, quer se
re�ram ao macho ou à fêmea.
Quando se quer indicar
precisamente o sexo, usam-se
as palavras macho ou fêmea.  
Ex.: a onça macho X a onça
fêmea. 
Sobrecomuns
Designam pessoas e têm um
só gênero, quer se re�ram a
homem ou a mulher.  Ex.: a
criança – o neném. 
Comuns de dois
gêneros
Sob uma só forma, designam
os indivíduos dos dois sexos.
São masculinos ou femininos,
a depender do determinante
que os acompanha. 
Ex. – o colega X a colega; o fã
X a fã.
Primeiramente, porque tal classi�cação leva, necessariamente, em consideração o sexo dos seres, o que já vimos ser
improcedente. Além disso, �exão é uma característica formal, morfológica das palavras, e tal classi�cação leva em
conta critérios semânticos, uma vez que devem ser consideradas características externas à palavra.
"É comum lermos em nossas gramáticas que mulher é o
feminino de homem. A descrição exata é dizer que o
substantivo mulher é sempre feminino, ao passo que outro
substantivo, a ele semanticamente relacionado, é sempre do
gênero masculino. (…) Da mesma sorte, não cabe para os
substantivos epicenos (…) falar numa distinção de gênero
expressa pelas palavras macho e fêmea. Em primeiro lugar, o
acréscimo não é imperativo e podemos falar (como
usualmente fazemos) em cobra e tigre sem acrescentar
obrigatoriamente aqueles termos. Em segundo lugar, o
gênero não mudou a indicação precisa do sexo. Continuamos
a ter a cobra macho (…) o tigre fêmea.”"
- Câmara Jr. (1972:79).
A �exão de número
/
No que concerne à �exão de número, parece-nos algo muito mais simples e coerente, uma vez que se trata da oposição
entre 1 e mais de 1 elemento/indivíduo, o que é formalmente marcada pela presença ou ausência da desinência –s e
alguns alomorfes, como veremos agora.
Henriques (2007:76):
“constata-se com facilidade que
o reconhecimento do plural será
feito através do acréscimo de
um morfema. A partir disso,
podemos a�rmar que a marca
de singular em nossa língua é a
ausência (morfema zero) e que
só no plural haverá a
representação grá�ca
propriamente dita.”
Continue lendo...
Koch e Silva
(2005:52):
Apontam para duas exceções à
oposição 1 mais de 1 indivíduo,
a saber:
• A situação especial dos
coletivos, em que a forma
singular envolve uma
signi�cação de plural, e
Continue lendo...
Câmara Jr (1972:84):
Chama a nossa atenção para
outra forma de alomor�a no que
diz respeito ao plural, que não é
fonologicamente condicionada,
mas se dá por razões puramente
morfológicas.
Continue lendo...
A questão do grau
 Tradicionalmente, a�rma-se que o substantivo varia em gênero, número egrau. A pergunta é: será que podemos falar em grau como �exão? 

Se considerarmos que a �exão, como vimos no início de nossa aula, é
gramaticalmente motivada, veremos que a resposta é não. Uma vez que usar
o aumentativo ou o diminutivo pode ser mera opção do falante. Observe.

Considerada um tipo de �exão por alguns gramáticos e um tipo de derivação
pelos linguistas, a �exão de grau é discutida entre os estudiosos pelo
questionamento em caracterizá-la com um tipo de derivação ou de �exão. É
comum incluírem-se nas relações dos su�xos derivacionais os a�xos
caracterizadores de grau (aumentativo e diminutivo).

Por isso, os linguistas acreditam que não cabe falar em “�exão de grau” pois
não deveríamos incluir no processo de �exão su�xos derivacionais que
podem indicar a categoria do grau, tendo em vista que a �exão é um
fenômeno em que se acrescentam a�xos ao radical ou à própria palavra.
Parte-se do pressuposto que a colocação de su�xos ao radical consiste em
ser um tipo de derivação.
http://estacio.webaula.com.br/cursos/morf02/aula5.html
http://estacio.webaula.com.br/cursos/morf02/aula5.html
http://estacio.webaula.com.br/cursos/morf02/aula5.html
/
"(...) Anote-se a propósito que o conceito semântico de grau
abrange tanto os superlativos como os aumentativos e os
diminutivos. Por isso, Otoniel Motta considerou aumentativos
e diminutivos uma <> dos substantivos, pelo exemplo dos
superlativos, porque não ousou considerar os superlativos
uma derivação, como são logicamente considerados
aumentativos e diminutivos por toda gente. A expressão de
grau não é um processo �exional em português, porque não
é um mecanismo obrigatório e coerente, e não estabelece
paradigmas exaustivos e de termos exclusivos entre si. A sua
inclusão na �exão nominal decorreu da transposição pouco
inteligente de um aspecto da gramática latina para a nossa
gramática.”"
- Mattoso Camara Jr(1972: 83).
Assim, tem-se que alguns autores consideram que o morfema gramatical de grau não é um caso de �exão, e sim
de derivação. Os adjetivos portugueses tristíssimo para triste, facílimo para fácil e, nigérrimo para negro, que as
gramáticas costumam de�nir como processo de �exão de grau, não apresentam um mecanismo obrigatório,
coerente e exaustivo e de termos exclusivos entre si. Do mesmo modo os graus aumentativo e diminutivo para os
substantivos não podem ser considerados uma categoria gramatical como o são, por exemplo, as categorias de
gênero e número.
 Fonte: ElasticComputeFarm por Pixabay
"“Tanto o diminutivo quanto o aumentativo, em sua função
central de indicar uma dimensão menor ou maior daquilo que
é considerado implicitamente como um padrão normal,
apresentam também uma função de expressar uma atitude
emocional do falante [...] o tamanho de um ser que pode ser
expresso de maneira neutra pela aposição de adjetivos como
‘grande’ ou ‘pequeno’, passa a ser expresso de uma maneira
subjetiva [...]”"
- Basílio (1991:84).
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/
Exemplo
(a) João comprou um apartamento grande.
(b) João comprou um apartamentão.
A �exão verbal
A �exão verbal indica noções gramaticais e semânticas diversas, como por exemplo, tempo, modo, pessoa, número e
aspecto. No que tange ao seu aspecto formal, resumidamente, temos:
PALAVRA fal a va m
CLASSIFICAÇÃO RAIZ VOGAL TEMÁTICA DESINÊNCIA
MODO TEMPORAL
DESINÊNCIA NÚMERO
PESSOAL
FUNÇÃO elemento que
é a base do
significado
elemento que enquadra o radical
em uma classe (verbo ou
substantivo, por exemplo)
elemento que
indica o modo e
tempo do verbo
elemento que indica o
número (plural) e a
pessoa (3ª) do verbo
Vejam que todos os morfemas �exionais do nosso exemplo estão expressos por uma necessidade gramatical, o que
comprova o caráter �exional dos verbos. Resumidamente, temos:
TEMA (RADICAL + VOGAL TEMÁTICA) +
DESINÊNCIAS FLEXIONAIS (DMT + DNP)
Entretanto, qualquer elemento dessa fórmula, exceto o radical, pode faltar
ou sofrer variações formais, a não ser por casos de alomor�a, como pode
ocorrer no caso dos verbos irregulares.
Não vamos nos alongar no que diz respeito a esses morfemas
formadores dos verbos, pois já os estudamos nas duas aulas anteriores a
essa, as aulas 3 e 4.
Vamos, por conseguinte, tratar de algumas considerações relevantes a respeito do comportamento �exional dos
verbos.
Henriques (2007:32-34) mostra-nos uma oposição formal entre a 1ª conjugação, marcada pela vogal temática – A, e a
2ª e 3ª conjugações, com VT – E e – I. Tal noção nos parece coerente, uma vez que temos CANTAVA – VENDIA –
PARTIA, por exemplo. As três formas verbais estão no pretérito imperfeito do modo indicativo, na primeira pessoa do
singular e a DMT é a mesma em VENDIA e em PARTIA. O mesmo ocorre com todas as outras pessoas destes verbos
nesse mesmo tempo, bem como no pretérito perfeito, no futuro do presente etc.
A �exão verbal nos oferece um modelo razoavelmente regular, no que tange às estruturas paradigmáticas dos verbos.
/
Isso, segundo Henriques (2007:39), possui �nalidades práticas que são:
1
Formatar todos os verbos da língua portuguesa conforme
sua conjugação, substituindo-se apenas o radical de um
pelo radical de outro;
2
Identi�car qualquer irregularidade existente na �exão de
um verbo, esteja ela na mudança do radical no in�nitivo
(soub-emos), no apagamento de uma desinência (coube-
Ø), no reaparecimento de uma vogal temática (sa-i-am), na
mudança do timbre da vogal temática (�z-e-sse), no
deslocamento da sílaba tônica (est-ou).
Saiba mais
Veja o paradigma para a conjugação dos verbos regulares em Português.
Verbos Irregulares
São aqueles que não obedecem ao paradigma dos chamados verbos regulares. Dessa forma, teríamos: VERBOS
TERMINADOS EM – EAR
Clique nos botões para ver as informações.
Verbos em –EAR - Os verbos terminados em -ear, como passear, recear, cear, etc. sofrem o acréscimo de um i no
radical das formas rizotônicas, isto é, nesses verbos se intercala um i entre o radical e a desinência quando o
acento cai no e, o que se dá nas três primeiras pessoas do singular e na 38 pessoa do plural do presente do
indicativo e do subjuntivo, e na 28 pessoa do singular do imperativo:
PASSEAR:
1° conjugação: 
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/
VERBO CABER:
2° conjugação: 
VERBO ABOLIR
Esse verbo é defectivo nas formas em que ao L do radical seguiria a ou o, o que ocorre apenas no presente do
indicativo e seus derivados. Assim também são conjugados os verbos: banir, brandir, carpir, colorir, comedir-se,
delir, demolir, extorquir, esculpir, delinquir etc.
3° conjugação: 
Notas
/
O que é a�xo?
Bechara (2000:339), “Pre�xos e a�xos recebem o nome de a�xos; são pre�xos os a�xos que se antepõem ao radical e
su�xos os que se lhe pospõem.” 
Azeredo (2010:449) advoga que “A derivação padrão se faz por meio de a�xos (pre�xos e su�xos), ao passo que a
�exão padrão é expressa por meio de desinências.” 
Já Castilho (2010:664) considera o processo a que chama de a�xação como “Processo das línguas �exivas em que
sílabas curtas (=a�xos) se agregam a uma raiz, formando o radical. Os a�xos mais importantes são os pre�xos (…) e os
su�xos(…).”
vogais temáticas
No que diz respeito à vogal temática, podemos ter, para os nomes, -a, -e, ou –o, como em: criançA, mestrE e medO,
respectivamente. Entretanto, não podemos a�rmar que só temos nomes terminados por essas vogais, uma vez que
podemos ter nomes atemáticos, ou seja, palavras terminadas por consoantes ou por vogais tônicas, como em jiló,
urubu, protetor, freguês etc. A presença da vogal temática não é su�ciente para marcar um nome.
Azeredo (2009:71) a�rma que “existem vogais temáticas nominais, que enquadram substantivos, adjetivos e pronomes
em três classes temáticas”. Entretanto, segundo o autor, “Nomes terminados em vogal tônica e em consoante não
apresentam vogal temática, por isso se chamam atemáticos.
” Outra noção importante de Azeredo é a de que a vogal temática é um morfema gramatical que se junta ao radical para
enquadrar a palavra numa classe formal. Todavia, uma vez que a vogal temática não é su�ciente para dar a classe de
uma palavra, podemos a�rmar que essas vogais podem enquadrar as palavras na classe geral dos nomes.
Henriques
Outro ponto importante diz respeito a palavras que são atemáticas no singular, por razões fonológicas, mas receber de
volta a vogal temática no plural oi ainda tê-la novamente suprimida pelas mesmas razões fonológicas. É o caso de
palavras terminadas em l, r, s e z, como em:
ANIMAL – ANIMALES – ANIMAIS
MAR – MARES
FREGUÊS – FREGUESES
PAZ – PAZES
Koch e Silva
• a de certos nomes em que a forma de plural refere-se a um conceito linguisticamente indecomponível, como em
óculos, núpcias, algemas etc.
Assim como na �exão em gênero, o número possui a forma do singular não marcada (morfema zero) e a forma do
plural marcada pela desinência de gênero –s que está assim presente em nomes terminados no singular em:
/
a) Vogais – porta – portas; bolo – bolos etc.
b) Ditongos orais: céu – céus etc.
c) Ditongos nasais átonos e alguns tônicos: benção – bênçãos; irmão – irmãos.
Essa seria a regra geral do plural em Português. Todavia, temos casos de alomor�a, por conta da complexidade nesse
tipo de �exão no que tange às mudanças morfofonêmicas que podem ocorrer. Assim ocorre com nomes terminados
em –r, z- e –n, precedidos de vogal tônica, que formam o plural com o acréscimo do alomorfe –es, como em país –
países; radar – radares; vez – vezes.
Entretanto, há outros casos de alomor�a, a saber: 
• Nomes terminados em –l, precedidos de vogal diferente de –i – plural em –is: coronel – coronéis; caracol – caracóis;
azul – azuis.
• Nomes terminados em –l precedidos de vogal –i, a mudança morfofonêmica irá depender da tonicidade da vogal. Se
tônica, haverá crase, como em ANIL – ANIIS – ANIS. Se átona, há regressão de I para E, como em FÓSSIL – FÓSSIIS –
FÓSSEIS.
• Nomes terminados em X e S, precedidos de vogal átona – a oposição singular X pluralsó é veri�cada pelo contexto:
O/OS TÓRAX; A/AS CÚTIS.
• Nomes cuja vogal média tônica é o O fechado. Além do acréscimo de –S, troca-se o fonema fechado pelo aberto,
como em ESFORÇO – ESFORÇOS; CORPO – CORPOS. São os chamados plurais metafônicos.
Koch e Silva (2005:53-54) revela-nos ainda que:
“A simplicidade estrutural na descrição de número só é até certo ponto perturbada pela possibilidade de variação, sem
nenhum condicionamento fonético, dos vocábulos terminados em –ão. Certo número deles forma o plural com o
acréscimo do morfema –s (todos os paroxítonos e um número pequeno de oxítonos: sótão-sótãos, cristão-cristãos); a
maioria (nesse grupo incluem-se os aumentativos), além do acréscimo o –s, apresenta alternância da vogal e da
semivogal (balão – balões; ladrão  - ladrões; valentão – valentões); e, �nalmente, um número reduzido apresenta, além
do –s, uma alternância  da semivogal (alemão – alemães; capelão – capelães).”
Câmara Jr
É o caso das palavras como SIMPLES e OURIVES, em que o plural só é estabelecido mediante a concordância com
algum outro elemento, vejamos:
FLOR SIMPLES x FLORES SIMPLES
OURIVES PERITO x OURIVES PERITOS
Observe
 -mente, -ense, -íssimo: formam palavras, enriquecem o léxico, possibilitam o indivíduo a escolha de uma forma
vocabular. Esses elementos não têm a mesma função na língua portuguesa que elementos como –s.
-a ou –va (categorizadores de número e gênero dos nomes e de tempo e aspecto e modo nos verbos. Indicam
modalidades especí�cas das palavras, são elementos de caracterização exclusiva (ex: singular/plural).
Em relação à �exão de grau, tem-se que o substantivo pode apresentar três graus: normal, diminutivo, e aumentativo.
Em relação ao par diminutivo/aumentativo há duas possibilidades de formação – a adjunção de su�xos (processo
morfológico) ou o emprego de determinantes que modi�quem o conteúdo semântico com o acréscimo das noções de
grandeza ou pequenez (processo sintático)
Referências
AZEREDO, J. C. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. Publifolha Houaiss, SP, 2008.
/
, g g , ,
BASILIO, Margarida. Teoria lexical. 7. ed. São Paulo: Ática, 2000.CAMARA Jr. J.M. Estrutura da Língua
Portuguesa. Petrópolis, RJ: Vozes, 1982.
CARONE, Flávia. de Barros. Morfossintaxe. 9. ed. São Paulo: Ática, 2000.KEHDI, Valter.  Formação de palavras em
português. 4.ed. São Paulo: Ática, 2007.
RIBEIRO, M.P. Gramática Aplicada da Língua Portuguesa: uma comunicação interativa., RJ:  Metáfora, 2005.ROSA, Maria
Carlota. Introdução à morfologia. 3. ed. São Paulo: Contexto, 2003.
VILELA, Mario; KOCH, Ingedore Villaça. Gramática da língua portuguesa. Coimbra: Almedina, 2001. 
Próxima aula
Você ampliará seus conhecimentos acerca da noção dos processos de formação de palavras tal como nas
gramáticas normativas em geral.
Veremos a diferença entre os processos de derivação e composição, bem como os outros processos que formam
palavras em nossa língua.
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