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1 05.02.2019 CONTROLE MOTOR Professora: Débora Pedrolo Parisi AVALIAÇÕES: NP1 : 26.03.2019 NP2 : 11.05.2019 Sub : Exame : TEORIAS DO CONTROLE MOTOR Definições MOVIMENTO: >> Comportamento de um membro específico ou de um conjunto de segmentos corporais >> Movimentos com características diversas podem ocorrer para que um mesmo comportamento seja gerado O que é movimento? Habilidade motora. Com 7 anos ocorre a maturidade do SNC. Os animais nascem e á andam. O ser humano a partir de 1 ano (em média), pode ser precoce aos 10 meses. HABILIDADE: >> Conjunto de movimentos realizados para determinado fim. São respostas dirigidas para um propósito específico >> Habilidade é a FUNÇÃO que desejamos atingir! Habilidade motora é mais específica em relação a qualquer outro animal. Até os 7 anos pode haver patologias como lesão cerebral por infecção, trauma, drogas, que são fatores de risco. Indivíduo com 1 ano de idade possui controle motor grosseiro, por exemplo, andar. 2 1 2 3 Imagem 1. Controle motor: pega com as 2 mãos, é bilateral. A repetição do movimento leva a melhora da motricidade. Inicia com treinamento e evolui ao movimento. Programa mental. Sem se movimentar tem atividade motora. É chamado neurônio espelho. Exemplo: experiência com macacos, primeiro fazia o movimento e depois a atividade motora era detectada sem movimento. Exemplo: paciente hemiparético treina em frente ao espelho. APRENDIZAGEM MOTORA APRENDIZADO: >> Processo de aquisição de um conhecimento ou habilidade. 3 HABILIDADE: >> Capacidade de realizar em diversos contextos diferentes. MEMÓRIA: >> É a retenção e armazenamento do conhecimento ou habilidade. PRÁTICA: >> Pré-requisito EXPERIÊNCIAS: >> Atuais e anteriores (indivíduos com mais experiências) O QUE É CONTROLE MOTOR (CM)? >> Estudo da natureza do movimento e de como ele é controlado >> Capacidade de regular ou orientar os mecanismos essenciais para o movimento O estudo do CM nos permite responder a questões como: >> Como o SNC organiza os numerosos músculos e articulações em movimentos funcionais coordenados? >> Como as informações sensoriais do ambiente e do corpo são usadas para selecionar e controlar o movimento? COMPREENDENDO A NATUREZA DO MOVIMENTO 4 >> O movimento emerge da interação entre três fatores: indivíduo, tarefa e ambiente >> O movimento é específico à tarefa e restrito pelo ambiente >> O indivíduo produz um movimento para obedecer às demandas da tarefa que está sendo executada dentro de um ambiente específico. Para ter um movimento são necessários 3 fatores: 1) Individuais. Exemplo: para jogar basquete, a altura (é importante habilidade motora). 2) Tarefa. Quanto mais refinada, mais treino requer. 3) Ambiente. Exemplo: solo instável atrapalha a execução do movimento; andar no metrô em movimento. INTERAÇÃO ENTRE INDIVÍDUO, AÇÃO E MEIO 5 Imagens maturidade do córtex e movimentos mais finos Fatores individuais que restringem o movimento 6 Todos tivemos lesões neurológicas reversíveis. Exemplo da perna dormente. Neuropraxia (hiperemia e falta de O2), a bainha de mielina foi lesada, interfere na execução do movimento – via sensitiva (lesão parcial reversível). Exemplo do cerebelo que dá o controle motor; Exemplo: na câimbra limita, mas é reversível; Exemplo: apraxia. 1) Vídeo 1. Menina de 12 anos, Clínica Pompeia, marcha ebriosa (parece alcoolizada), há perda de coordenação motora, desencadeada por “n” fatores. Órgão afetado cerebelo. 2) Vídeo 2. Garoto, Clínica Pompeia, com lesão do nervo da base, paralisia cerebral específica. Ele faz movimentos involuntários. 7 Ambos são irreversíveis. Exemplo da atleta Laís Souza, com lesão C4 e C5, irreversível. RESTRIÇÕES DA TAREFA que restringem o movimento >> Conhecer a natureza da tarefa; >> Quais tarefas devem ser ensinadas? Em qual ordem? Em que momento? >> Tarefas agrupadas em categorias funcionais: – Mobilidade na cama – Transferência – Higiene pessoal – Alimentação >> Estabilidade X Mobilidade >> Manipulação > Tarefa: evolui para um movimento mais fino, a partir de uma mesma tarefa. > Ambiente. Exemplo tratar o paciente na piscina. Movimento Funcional > Indivíduo. Exemplo tirar a visão, tirar a cognição (exemplo como da demência de Alzheimer). Exemplo do paciente que não consegue se programar para sair andando. 1) Vídeo. Criança com mãe portadora de rubéola, gera criança com a Síndrome da Rubéola Congênita. Acomete o bebê com retardo da cognição, não consegue 8 andar, faz movimentos estereotipados (sem causa ou objetivo). Observação: não tem problema motor (tem controle da cabeça e tronco), e com treino consegue andar. Exemplo: Síndrome de Down – pacientes tem graus de cognição, tem limitações. Com 5 anos deve-se colocar no colégio normal. Trabalha o movimento fino como cortar papel, amassar e colar. 3 imagens que os pacientes fazem controle normal: 1) Imobilismo da senhora pode ser alteração cognitiva/ motora. 2) Pode ser lesão medular. 3) Deformidade: mielomeningocele congênita. É necessária uma órtese. 12.02.2019 AULA 2 TAREFAS ABERTAS X TAREFAS FECHADAS TAREFAS ABERTAS ou CONTROLE DE CIRCUITO ABERTO (Keele, 1968): >> Ação é preparada antes da detecção sensorial (ações de curta duração e correções mínimas). >> São executadas em um ambiente constantemente mutável, dificultando a capacidade de planejar o movimento. >> Desenvolver um amplo repertório de movimentos, que permitem uma adaptação rápida e reativa às condições ambientais inconstantes. >> Variabilidade e flexibilidade. 9 TAREFAS ABERTAS ou CONTROLE DE CIRCUITO ABERTO >> Considera que alguns movimentos que você executa a cada dia parecem ser controlados automaticamente. >> Estes movimentos seriam controlados por um Programa Motor, que é definido por KEELE (1968) como um “conjunto de instruções para os músculos estruturadas antes que comece uma sequência de movimento e que permite que a sequência inteira seja executada sem influência do feedback periférico” >> A teoria do circuito aberto explica como ocorrem os movimentos balísticos, os quais são executados sem tempo para o feedback TAREFAS FECHADAS ou CONTROLE DE CIRCUITO FECHADO (Adams, 1971): 10 >> Caracterizadas por padrões fixos e habituais de movimentos, com variação mínima, que são executados em ambientes relativamente fixos. >> Feedback sensorial utilizado para orientar a ação (comparação entre informação sensorial e modelos internos gerando correção). >> Respostas estereotipadas, movimentos lentos e intencionais. Exemplo: digitar no celular, computador – as letras não mudam. São tarefas fechadas. ESTABILIDADE X MOBILIDADE > Para movimentação é necessária estabilidade; por exemplo caminhar é uma tarefa instável. > No início desenvolve a estratégia de rolar, sentar e gato, que são posturas baixas. Base de apoio/ sustentação Imagem 1: criança com 9 meses. A postura pode evoluir para mais estabilidade. 11 Imagem 2: Gestante. Tira uma perna é necessário para mais estabilidade. Glúteo máximo eleva e o médio no apoio. Imagem 4: Prancha. Exige tronco, abdome, glúteo (postura muito instável), a variação e levantar mão e perna. > A estabilidade e a mobilidade andam juntas o tempo inteiro. 12 Imagem 5: Garrafa. É a mesma tarefa mais simples, é preciso estabilidade e apoio bilateral. Exemplos: amarrar sapato, colocar roupa. RESTRIÇÕES AMBIENTAIS ao movimento CARACTERÍSTICAS REGULADORAS: aspectos do ambiente que configuram o movimento propriamente dito. Exemplos: – tamanho, peso e forma do objeto,– tipo da superfície ou base de apoio CARACTERÍSTICAS NÃO REGULADORAS: podem afetar o desempenho, mas o movimento não precisa obedecer a elas. Exemplos: – ruídos ou distrações – iluminação CARACTERÍSTICAS REGULADORAS 13 CARACTERÍSTICAS NÃO REGULADORAS APRENDIZADO MOTOR >> É um processo ativo de busca de solução para uma tarefa que surge da interação do indivíduo, com a tarefa e ambiente. >> Não é o aprendizado do controle muscular ou controle de movimento, mas a aquisição de um programa motor que torne o sujeito com flexibilidade sob diferentes condições e contextos. APRENDIZADO MOTOR = SOLUÇÃO DE PROBLEMAS Exemplo: andar. A criança por volta de 1 ano, inicia com a base ampla, joelho flexionado, pois dá mais estabilidade, e os membros superiores para cima. Tem um movimento cognitivo (é voluntário ou reflexo? É reflexo de marcha automático). Exemplo: instrumento musical. Tem que se programar. Exemplo: dirigir. Tarefa cognitiva inicialmente é totalmente pensado. GRAUS DE LIBERDADE (Bernstein, 1967): >> Coordenar muitos músculos e articulações; >> Tarefas com diferentes graus de estabilidade/ mobilidade, manipulação e circuito fechado/ aberto; >> Vários tipos de ambiente 14 Quando se está aprendendo algo novo, segundo Fitts & Posner (1967), existem 3 fases da aprendizagem motora: – Primeiro estágio - Cognitivo – Segundo estágio - Associativo – Terceiro estágio - Autônomo PRIMEIRO ESTÁGIO – COGNITIVO >> Muita atenção >> Presença de muitos erros (usar os erros de forma positiva) >> Precisa de muito feedback sensorial (mãos do terapeuta, espelho, referências táteis) (precisa de informação sensorial, por exemplo, o estímulo da alegria dos pais; Feedback tátil e auditivo) >> Circuito fechado (circuito limitado de movimento) >> Poucos graus de liberdade Exemplo: aprender a dirigir um carro. No início é uma tarefa cognitiva (voluntária), como colocar o cinto, saber qual a perna da embreagem, freio e acelerador (tudo é pensado); cinto de segurança. Após um tempo não precisa pensar mais, é automático. SEGUNDO ESTÁGIO – ASSOCIATIVO >> Precisa de menos atenção >> Não comete tantos erros >> Tem feedback intrínseco (o próprio corpo percebe) – ainda precisa de alguns estímulos 15 >> Aumenta os graus de liberdade (aos 2 anos tem grau de liberdade maior; consegue subir e descer) Exemplo: imaginar que está no trilho do trem – aprende o movimento, mas não tem habilidade de fazer de modo automático. TERCEIRO ESTÁGIO – AUTÔNOMO >> Presença de memória (7 anos: está pronto do ponto de vista motor) >> Não precisa de atenção (dupla-tarefa) – executa várias tarefas ao mesmo tempo >> Quase não comete erros >> Não precisa de feedback 16 Imagem 1 e 2: cognitivo (informação sensorial, erro) Imagem 3: autônomo é fake O QUE SÃO TEORIAS DO CONTROLE MOTOR? >> Grupo de ideias abstratas sobre a natureza e a causa do movimento, baseadas nos modelos de função cerebral. >> Essas Teorias Refletem Visões Diferentes Sobre a Fisiologia do Encéfalo no Controle Motor. > São 7 teorias que estão superadas, mas servem para entender! Todas tem importância para conhecimento da época. TEORIAS CONTROLE MOTOR 1) Teoria Reflexa 2) Teoria Hierárquica 3) Teoria Programação Motora 4) Teoria dos Sistemas 5) Teoria da Ação Dinâmica 6) Teoria do Processamento Distribuído em Paralelo 7) Teoria Ecológica 17 TEORIA REFLEXA >> Sherrigton (1906): Reflexos são blocos de construção para os comportamentos complexos >> Ação Conjunta dos Reflexos: Proposta em Comum >> 3 Estruturas Básicas para o Reflexo: Receptor, Via Nervosa de Condução e um Efetor Nós somos reativos, temos estímulo sensorial e uma resposta motora. Hoje sabemos que para andar não é necessário reflexo, mas o reflexo existe, embora não explique o movimento. A teoria explica que pequenos reflexos reunidos gerariam o movimento. Não é verdade, não explica o movimento como um todo. 18 ARCO REFLEXO O arco reflexo existe no corpo, mas não explica o movimento. TEORIA DOS REFLEXOS >> No sistema nervoso intacto, os reflexos simples (de várias partes do SN) são combinados em grandes ações, constituindo o comportamento do Indivíduo LIMITAÇÕES TEORIA REFLEXOS 1. Um único estímulo pode resultar em respostas diferentes dependendo do contexto 2. Possibilidade de Aprendizado de Novos Movimentos 3. Existência de Comportamentos Espontâneos e Voluntários, Independentes de Estímulos Externos 4. Existência de Movimentos sem Necessidade de Estímulo Sensorial IMPLICAÇÕES CLÍNICAS >> Se os reflexos são a base para o movimento funcional, estes podem ser utilizados para a compreensão da disfunção motora do paciente, bem como podem ser utilizados para o recrutamento do movimento funcional 19 TEORIA HIERÁRQUICA (algo superior, em escala) >> SNC: 3 Níveis de Organização Hierárquica. >> Cada nível exerce controle sobre os Inferiores. >> Os reflexos em nível medular estão presentes diante da lesão do Córtex Cerebral. >> Teoria Reflexa e Hierárquica do Controle Motor: Explicação DNPM da criança. O comando vem do córtex, desce pela medula e nervo espinhal, segue para o órgão efetor. Essa teoria dá importância para mais superior, tenta fazer uma divisão, seria a teoria mais importante. Pensa nisso porque as áreas são mais especializadas. 20 TEORIAS REFLEXA/ HIERÁRQUICA NO DNM PROCESSO MATURACIONAL SN Figura: O bebê. Primeiro ele precisa de maturação cortical, mielinização (ainda não tem todas conexões formadas, precisa de formar a bainha de mielina). > Essa teoria não é completamente errada, mas não responde a lesão na medula e melhoras funcionais. LIMITAÇÕES >> Ausência de Explicação sobre o Domínio de Resposta Reflexa em Adultos. Ex: Reflexo de Retirada. >> Comportamentos dependentes do Córtex: Adaptativos e Complexos. APLICAÇÃO CLÍNICA >> Método Neuroevolutivo (Bobath): lesões corticais favorecem uma atividade postural anormal em crianças com PC. 21 >> Utilização da atividade reflexa como ferramenta para obtenção da ação. TEORIA DA PROGRAMAÇÃO MOTORA (centro gerador da marcha) >> Na ausência de input sensorial é possível o movimento: Padrão Central Motor >> Indica que o movimento acontece devido a programas motores que são ativados por processo central e estímulo sensorial, assim pode ocorrer na ausência de uma ação reflexa >> Exemplo: Centro gerador da Marcha em gatos O gato com lesão sensorial, se colocado em uma esteira começa a trocar passo. É um padrão gerador de movimento. O bebê em condições normais também. >> Conclusão: Input Sensorial não é fundamental para iniciar o movimento, mas sim para modular CENTRO GERADOR MARCHA APARELHO “LOCOMARCH” > Padrão gerador de movimento na medula demonstra a forma de ter movimentação. 22 TEORIA DA PROGRAMAÇÃO MOTORA >> Padrões Geradores Centrais (CPG) são compostos por circuitos neurais complexos, localizados em níveis diferentes do SNC, capazes de gerar movimentos sem a necessidade do input sensorial LIMITAÇÕES >> A existência de centros geradores de movimento, não eliminam a importância do feedback sensorial sobre o controle motor >> Padrões geradores centrais (CPG)= maior flexibilidade do SNC na geração de movimentos IMPLICAÇÕES CLÍNICAS >> Em pacientes com lesão nos centros superiores podem ser auxiliados pela ativação dos CPG em níveis mais baixos. >> Exemplo: Treino de Marcha em esteira em pacientes com lesão medular. TREINO DE MARCHA COM SUPORTE PARCIAL DE PESO 23 TEORIA DOS SISTEMAS >> Bernstein (1966): O controle motor não pode ser desvinculado das forças externas que agem sobre o corpo em movimento >> Forças: gravidade,inércia e internas do corpo O movimento sofre influência do ambiente (gravidade). Músculos antigravitacionais: – Membros superiores: grupo flexor, bíceps mais do que tríceps. – Membros inferiores: grupo extensor, quadríceps Inércia. Exemplo como movimento após frear influencia o movimento do corpo. Gera resposta do corpo no ambiente. >> Movimento: Variação das Forças e a Energia >> O mesmo comando central pode resultar em diferentes movimentos devido a relação entre as forças e variações das condições iniciais >> Assim, diferentes comandos podem resultar em no mesmo movimento >> Controle do movimento é resultado da interação de diferentes sistemas >> Corpo: Muitas articulações com diferentes graus de liberdade; Complexo Controle Motor. >> Controle Hierárquico: Níveis mais inferiores ativam as sinergias musculares, recrutadas para agirem como uma unidade. > Teoria é falha porque os dois interagem para obter o movimento (corpo e ambiente). LIMITAÇÕES >> Minimização da influência das forças externas relacionadas com o ambiente. APLICAÇÃO CLÍNICA >> O movimento não é resultado apenas do output do sistema nervoso, mas o corpo precisa ser analisado como um sistema mecânico >> As alterações musculoesqueléticas interferem no treinamento da função motora 24 TEORIA AÇÃO DINÂMICA >> O movimento emerge da interação de elementos, sem a necessidade de um comando específico, ou programas motores do SN >> Além do comando do sistema nervoso central, há um controle físico sobre o movimento > O ambiente gera adaptação no indivíduo. Exemplo do tamanho do indivíduo e a carteira/ cadeira. > Ela preconiza que há um padrão de movimento, teoricamente, o indivíduo tem uma forma preferencial de executar. O equívoco é que a execução está relacionada ao que o ambiente favorece. TEORIA DINÂMICA LIMITAÇÕES >> Papel secundário do sistema nervoso comparado à relação entre o sistema físico e o meio como determinante do comportamento APLICAÇÃO CLÍNICA >> Movimento emerge da interação de múltiplos elementos. >> As alterações do comportamento podem ser explicadas pelos princípios físicos, ao invés das estruturas neurais. 25 TEORIA DE PROCESSAMENTO EM PARALELO >> Descrição de como o SN processa a informação para a ação >> O SN opera em ambos processamento serial por uma via nervosa, e também por várias outras >> Comparação das redes neurais com as redes de um sistema computacional – mas o computador é limitado e tem memória, o SN é ilimitado, aprende coisas diferentes. Exemplo: AVC, o hemiparético à direita, com a terapia vai reaprender, a situação exige ações diferentes. >> SN: a eficiência do desempenho dos fatores padrão de conexões entre as células e a extensão das conexões do indivíduo LIMITAÇÕES >> Não se pode comparar as ações do SN às ações limitadas de uma rede computacional. APLICAÇÃO CLÍNICA >> Essa teoria pode ser utilizada para a compreensão de como a lesão no SN afeta a função >> Vias alternativas para uma determinada função pode ser uma ferramenta para a recuperação da função TEORIA ECOLÓGICA (é a mais aceita) >> Como são detectadas as informações no nosso ambiente, relevantes para nossas ações, e como as utilizamos para controlar nossos movimentos >> A organização da ação é específica para uma tarefa e o meio em que a tarefa será realizada > É a mais completa. Interação do indivíduo com o ambiente interfere no planejamento. Se treinar consegue realizar. 26 Vídeo1: criança diagnosticada com paralisia cerebral, lesão cerebral gerada com parada cardiorrespiratória. Só utiliza com mão direita. Ele tem hipertonia do lado esquerdo, para sentar aumenta a flexão (tônus) e a mão fecha. Tem sinais de espasticidade, do lado direito atua reflexamente, lesão cerebral no nível do córtex – daí a hierarquia –, porém não responde completamente a origem do movimento. Programação motora: quando altera a base, ele altera o tônus. Vídeo 2: adulto com padrão de movimento só usa o lado direito para se vestir. O lado esquerdo com tônus aumentado. Teste hiperreflexivo (não precisa nem ir no tendão para obter reflexo, surge a partir da fáscia). O lado direito é normorreflexo. No teste hiperreflexivo tem que fazer o movimento rápido, quando relaxa o tônus diminui, quando altera postura interage com a gravidade e o tônus aumenta. >> SN: Origem de um sistema sensório-motor, que reage a variáveis ambientais, juntamente com um sistema percepção-ação que explora o meio para satisfazer seus objetivos LIMITAÇÕES >> Embora tenha contribuído para compreensão sobre a interação com o meio, não é explorado a relevância da organização do SN. 27 APLICAÇÃO CLÍNICA >> Descrição do indivíduo como elemento ativo para explorar o meio em que a tarefa será realizada. >> Indivíduo pode desenvolver diferentes estratégias para a realização da tarefa. QUAL É A MELHOR TEORIA? >> Não há uma única melhor teoria que explique o controle motor >> Interação dinâmica entre elas >> Estudos recentes atribuem nomes novos, mas é importante relevar o comportamento dinâmico e evolutivo das teorias 19.02.2019 AULA 3 DEFINIÇÕES > TROFISMO MUSCULAR - Atrofia - Hipotrofia - Normotrofia - Hipertrofia - Pseudo hipertrofia Trofismo: é o estado de nutrição de um tecido. Não confundir com força muscular que é relativo de indivíduo para indivíduo. Atrofia: é a perda do tecido muscular. Exemplo: lesão do plexo braquial, não há estímulo para contração do bíceps. Hipotrofia: acomete o paciente por ficar engessado por muito tempo, uma imobilização prolongada. Normotrofia: para aquele biotipo é considerado normal. Hipertrofia: exemplo do halterofilista, há aumento da massa muscular. 28 Pseudo-hipertrofia: exemplo da distrofia de duchenne, degenera o tecido, a fibra muscular é substituída por gordura, é mais comum ocorrer na panturrilha, gradativamente terá fraqueza muscular. > REFLEXO OSTEOTENDÍNEO 0 Arreflexia + Hiporreflexia ++ Normorreflexia +++ Hiperreflexia ++++ Hiperreflexia om aumento da área reflexógena Hiperrreflexia com aumento da área reflexógena: teste bicipital, no ventre do músculo e a resposta está exacerbada, mesmo teste no tendão/ ligamento patelar. Hiperreflexia: só há um aumento da resposta. > TÔNUS MUSCULAR - Atonia ou flacidez muscular - Hipotonia - Normotonia - Hipertonia elástica ou espástica - Hipertonia plástica ou rigidez muscular Tônus: é o estado de contração basal do músculo. Só há relaxamento do músculo quando está desnervado (patológico). Exemplo: sinapse excitatório do bíceps e inibitória do tríceps, ocorre na flexão do cotovelo. Atonia: o músculo está desnervado; não tem contração basal. Ausência de tônus. Exemplo: mielomeningocele. Hipotonia: estado do tônus diminuído. Exemplo da Síndrome de Down. Normotonia: todos Hipertonia elástica ou espástica Hipertonia plástica ou rigidez muscular (paciente entra após a 6ª semana). 29 > MOTRICIDADE (movimento) - Preservado - Diminuído ou paresia - Ausente ou plegia Paresia: diminuição do movimento voluntário Plegia/ plégico: sem movimento > SENSIBILIDADE - Preservada = normoestesia - Anestesia - Hipoestesia - Hiperestesia - Parestesia = “formigamento” Estesia: sensibilidade *** Principal estudo do movimento patológico ESPASTICIDADE TÔNUS MUSCULAR: >> Definição: >> Estado de contração fisiológico de um músculo; >> Contração contínua e passiva; >> Os músculos mantêm-se em um estado de contração devido a estimulação nervosa, o que mantém o músculo preparado para contrair; >> Se houver lesão do nervo periférico que manda este estímulo para o músculo contrair, ele se tornará hipotônico ou flácido 30 ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS DO TÔNUS MUSCULAR:>> As lesões do SNP (parte motora) ocasionam a diminuição ou ausência do tônus muscular (atonia ou hipotonia); >> Já as lesões no SNC (giro pré-central) ocasionam o aumento do tônus muscular (hipertonia elástica). REVISÃO DE CONTROLE DO MOVIMENTO: >> A medula é responsável pelo controle reflexo do movimento; >>Entre esta atividade reflexa ocorre o chamado arco reflexo simples, ou reflexo de estiramento, ou reflexo monossináptico. >> Área de lesão no SNP 31 ARCO REFLEXO SIMPLES: 32 ARCO REFLEXO SIMPLES: (ou Reflexo de Estiramento ou Reflexo Monossináptico) >> Ao ser dado o estímulo no tendão (exemplo: tendão patelar) ocorre um estiramento do músculo. Este estiramento é percebido pelo receptor de estiramento chamado fuso neuromuscular (FNM) >> O FNM localiza-se na fibra intrafusal do músculo, e ao perceber o estiramento do músculo manda um estímulo aferente a medula através da fibra nervosa denominada Ia; >> Ao entrar na medula a fibra Ia faz uma sinapse no corno anterior da medula com o neurônio motor alfa. >> O neurônio motor alfa (α) manda um estímulo eferente para contrair as fibras extra fusais do músculo, e então ocorre a contração reflexa muscular. >> No caso do tendão patelar a resposta esperada será a extensão do joelho. >> Embora o reflexo ocorra na medula deve ser lembrado que o controle (modulação) depende do controle cortical motor. 33 > Quem recebe estiramento é o fuso neuromuscular (FNM). O receptor envia informação para o Neurônio sensitivo “Ia” que faz sinapse (monossináptico), Motoneurônio NM Iα que envia estímulo de contração. Ele ocorre no nível medular = arco. FNM = Receptor de estiramento DIREITA ESQUERDA Ia N M I α TENDÃO PATELAR FEF = FIBRA EXTRAFUSAL FNM = FUSO NEUROMUSCULAR FIF = FIBRA INTRAFUSAL 34 (Professora Débora) Ao ser dado estímulo no tendão patelar, a tíbia é projetada para trás o que ocasiona o estiramento do músculo quadríceps “ “ e este estiramento é percebido pelo receptor chamado de FNM e este então através da fibra sensitiva “I a” conduz o estímulo até a região do corno posterior da medula e então na região do corno anterior da medula faz sinapse com Neurônio motor inferior “α” o qual manda estímulo de contração para o músculo quadríceps ocorrendo assim a extensão do joelho. Exemplo: Hiperreflexia de Duchenne: o paciente perde a fibra muscular, reflexo ausente. Exemplo: acidente de moto, fratura da clavícula, houve secção do nervo plexo braquial, pode ficar com o reflexo diminuído ou ausente (arreflexia). NMS: Neurônio Motor Superior sai do córtex motor e desce para medula espinhal. NMI: Neurônio Motor Inferior sai da medula espinhal e vai para o músculo. CENTRAL = Hiperreflexia PERIFÉRICA = Hiporreflexia DIREITO ESQUERDO NMS + / – MODULAÇÃO DO REFLEXO GIRO PRÉ-CENTRAL I a α ESTÍMULO 35 Em condições normais a atividade medular é modulada pelo NMS, nos casos de lesão do NMS (exemplo: AVC, paralisia cerebral, trauma crânio encefálico) esta modulação é perdida e a atividade medular fica sem regulação e ao testarmos o reflexo a resposta sairá exacerbada que caracteriza a hiperreflexia. 26.02.2019 AULA 4 REVISÃO Arco Reflexo Simples (como ocorre a modulação do reflexo) VIAS “PIRAMIDAIS” DIREITO ESQUERDO I a α NMI ESTÍMULO MÚSCULO NMI NMS ÁREA MOTORA GIRO PRÉ-CENTRAL PIRÂMIDES BULBARES 90% 10% 90% 10% 36 Vias “Piramidais” >> Trato Córtico Espinal Lateral: 90% das fibras que cruzam nas pirâmides >> Trato Córtico Espinal Medial ou Anterior: 10% das fibras que cruzam na medula (Professora Débora) Os neurônios motores superiores projetam seus axônios em direção à pirâmide bulbar do mesmo lado e quando chega na pirâmide bulbar aproximadamente 90% dessas fibras cruzam para o outro lado da pirâmide bulbar e descem até a medula espinal, formando assim o Trato Córtico Espinal Lateral; os 10% restantes das fibras axonais passam direto pela pirâmide do mesmo lado e descem até a medula espinal e ao atingirem o nível medular específico cruzam para o outro lado, formando assim o Trato Córtico Espinal Medial ou Anterior. Imagem: parte do encéfalo, substância cinzenta, parte superior – corpo de neurônios motor superior (mais fibras e lateral). Conclusão: ao final 100% das fibras cruzam para o outro lado. CONTROLE CORTICAL DA AÇÃO REFLEXA (exemplo: “reflexo patelar”, “bicipital”) MODULAÇÃO DO REFLEXO + / – I a α ESTÍMULO PIRÂMIDES BULBARES 37 Observação: nesse desenho foi retirado as pirâmides. NMS: Neurônio Motor Superior: sai do córtex motor e desce para medula espinal. NMI: Neurônio Motor Inferior: sai da medula espinal e vaia para o músculo. A ação medular é modulada pela ação dos NMS, por exemplo, quando o examinador vai testar o reflexo patelar é solicitado que o paciente mantenha o membro avaliado “relaxado”, uma vez que se ele mantiver a contração muscular voluntariamente será impossível avaliar a atividade reflexa. DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE Vídeo 1. A lesão musculoesquelética (não é neurológica) – o músculo substitui a gordura. Criança com 7 anos, descoberta a doença com 1 ano e 6 meses. Sem o músculo não tem como contrair – é pseudo-hipertrofia; observar testes que não consegue fazer trocas posturais simples. É uma doença fechada, óbito aos 20 anos. Vídeo 2. Duchenne avançada/ terminal. Vídeo 3. Hemicorpo esquerdo tem hemiparesia, mas não é funcional, o membro inferior esquerdo é usado para andar (a resposta é aumentada; hiperreflexia em 4 cruzes com aumento da área reflexa). Exemplo do 3º vídeo: PIRÂMIDES BULBARES ÁREA MOTORA GIRO PRÉ-CENTRAL MODULAÇÃO DO REFLEXO I a α NMI NMS ESTÍMULO DIREITO ESQUERDO 38 (Professora Débora) Quando ocorre a lesão do Neurônio Motor Superior é perdida a modulação do córtex em relação a medula, ou seja, quando ocorre o estiramento muscular o estímulo entra e sai da medula, porém sem a modulação cortical, o que provoca uma resposta reflexa exacerbada, chamada de hiperreflexia. Questões: 1) Explique o arco reflexo simples e desenhe-o 2) Explique a fisiopatologia da hiperreflexia 12.03.2019 AULA 5 MECANISMO DE INIBIÇÃO RECÍPROCA: (ou inervação recíproca) >> Músculo agonista: executa o movimento (estímulo excitatório; que realiza a ação); >> Músculo antagonista: permanece relaxado para o agonista contrair (estímulo inibitório; permite que ocorra o movimento); >> Músculos sinergistas: auxiliam os agonistas durante a contração muscular, porém não são os principais da contração 39 Para gerar o movimento tem que ativar o músculo agonista e inibir o antagonista. Os dois contraídos não tem movimento. NMS (Neurônio Motor Superior): manda o comando motor (Professora Débora): Para que ocorra a flexão do antebraço do lado esquerdo o comando motor parte do neurônio motor superior do lado direito e este fará sinapse com neurônio motor inferior que mandará informação excitatória para o bíceps braquial e ao mesmo tempo ativará o interneurônio inibitório e este por sua vez fará sinapse com Neurônio Motor Inferior que mandará informação de sinapse inibitório para o músculo antagonista (tríceps braquial). E desta forma ocorrerá a flexão do antebraço. MECANISMO DE INIBIÇÃO RECÍPROCA: >> Para que ocorra a contração do músculo agonista e sinergista, é mandado ao mesmo tempo um estímulo nervoso para que o antagonista permaneça relaxado. >> Este estímulo é mandado por um interneurônio inibitório que manda o antagonista ficar relaxado. >> Este estímulo do interneurônio inibitório depende da ativação cortical; NMS α + α – INTERNEURÔNIO INIBITÓRIO NMI NMI MÚSCULO AGONISTA MÚSCULO ANTAGONISTA 40 >> Caso não exista esta ativação cortical o músculo agonista e antagonistapassam a “contrair” ao mesmo tempo, incapacitando o indivíduo de realizar o movimento. Imagem: A. Circuito reflexo neural B. Estiramento C. Contração B = estímulo excitatório do músculo bíceps; no comando motor sai o estímulo inibitório para o músculo tríceps. Juntando todos: Exemplo: reflexo patelar, simultaneamente há sinapse excitatória e inibitória sob o comando do Neurônio Motor Superior 41 Imagem: reflexo patelar Quem permite ou não que ocorra/ modulação reflexa e a inibição do antagonista? Neurônio Motor Superior Se houver secção do Neurônio Motor Superior (o paciente fica sem regulação), o estímulo de reflexo, automaticamente fará uma contração é o sinal de hipertonia elástica ou espástica. Vídeo 1: senhor teve lesão no NMS devido a 2 AVC’s (sem controle cortical da medula): afetou o hemisfério direito gerou uma hemiparesia do lado esquerdo: 1) Membros superiores: padrão flexão; 2) Membros inferiores: padrão extensão. Teste de reflexo: 1) Hiperreflexia do lado esquerdo; 2) Reflexo preservado do lado direito. Observações: 1) Quando faz o movimento rápido no antebraço esquerdo há uma resistência maior; Quando faz o movimento lento no antebraço esquerdo cede mais. 42 2) Na extensão rápida do punho aparece o sinal de clônus. 3) Sob a força gravitacional aparecem sinais: membros superiores em flexão e membros inferiores em extensão. Vídeo 2: 1) Aumento da área reflexa no lado esquerdo; 2) Tem resistência com estímulo lento; 3) Hipertonia grau 3 ou 4; 4) Membro inferior: difícil de manter em flexão, fica em extensão (está exacerbado); 5) O lado direito também é aumentado; 6) Lesão dos 2 lados, NMS, com lesão maior do lado direito cerebral (evento: lesão cerebral bilateral com arma de fogo): o lado esquerdo (hemicorpo esquerdo) há mais hiperreflexia. 7) Decúbito ventral: faz o movimento lento, tem resistência para flexão do joelho, no teste com estiramento do músculo tríceps sural aparece o sinal de clônus. 8) Membros superiores: no movimento lento cede um pouco, ao fazer rápido aparece o sinal de clônus. FUSO NEURO MUSCULAR: é o receptor de estiramento. Receptores tem uma propriedade chamada acomodação. Ele se adapta a estímulo contínuo (exemplo: tátil). Exceção à pedra no sapato, etiqueta da roupa em contato com a pele. O estímulo lento e contínuo no FNM causa acomodação, ele não dispara sinapses na medula. A hipertonia elástica é velocidade-dependente. 43 VIAS DESCENDENTES: >> Vias piramidais: >> Trato córtico espinal lateral; >> Trato córtico espinal anterior ou medial. Passam pelas pirâmides bulbares 44 (Professora Débora): Quando ocorre a lesão no NMS é perdida a modulação do córtex em relação a medula e, portanto, ao estirarmos o músculo reflexamente poderá ocorrer uma contração caracterizando, assim, o aumento do tônus muscular. Patologia: Se estirarmos lentamente o músculo afetado, ocorrerá uma acomodação do receptor de estiramento (FNM) e, portanto, não ocorrerá uma resposta reflexa de contração do músculo estirado; por outro lado se o estiramento for feito de forma brusca, rápida não ocorrerá a acomodação do FNM, ocorrendo, assim, uma resposta reflexa de contração que caracteriza o aumento do tônus muscular, chamado de hipertonia elástica ou espástica. Por este motivo a hipertonia elástica é considerada velocidade-dependente. ESPASTICIDADE > Todas premissas para chegar em espasticidade. >> Lesão no SNC provoca alteração no mecanismo inibitório supra-espinal do reflexo miotático; >> Lesão no trajeto das chamadas vias piramidais. DEFINIÇÃO: >> Espasticidade pode ser definida como o aumento, velocidade dependente, do tônus muscular, com exacerbação dos reflexos osteotendíneos – hiperexcitabilidade do reflexo de estiramento. ESPASTICIDADE: >> Considerada como a síndrome do neurônio motor superior; >> Sinais clínicos: hipertonia elástica, hiperreflexia, clônus e sinal de Babinski. É uma síndrome pois possui um grupo de 4 sinais neurológicos patológicos, eventos que decorrem da lesão do NMS (Neurônio Motor Superior) e colima na perda do controle do córtex em relação à medula. Sinais: 45 1) Hiperreflexia; 2) Hipertonia elástica ou espástica; 3) Clônus; 4) Babinski positivo (até 1 ano de idade, nos livros até aos 2 anos – é o movimento de abrir os dedos em leque após estímulo plantar, é considerado normal). Observação: Sempre vai achar todos? Não, pode ocorrer lesão só no NMS e não aparecer babinski. Exemplo: criança tem hipertonia, mas não aparece clônus. O mais comum é aparecer hiperreflexia e hipertonia. HIPERTONIA ELÁSTICA: >> Aumento anormal / patológico do tônus muscular frente lesões do SNC; >> Geralmente ocorre aumento do tônus da musculatura antigravitária: flexores dos membros superiores e extensores dos membros inferiores. Entre todos os testes, é sempre mais fácil identificar o reflexo patelar, pois é o músculo (quadríceps) que tem o tendão mais exposto. Análise da musculatura antigravitacional é mais fácil de perceber: os membros superiores entram em padrão de flexão e os membros inferiores em padrão de extensão. ESCALA DE GRADUAÇÃO DA HIPERTONIA: ESCALA DE ASHWORTH Escore Grau do tônus muscular 1 S/ aumento de tônus 2 Leve aumento de tônus 3 Moderado aumento de tônus 4 Aumento de tônus acentuado 5 Rigidez em flexão ou extensão 46 ESCALA DE ASHWORTH MODIFICADA: 0 Sem aumento de tônus 1 Leve aumento de tônus (25% da ADM) 2 Moderado aumento de tônus (50% da ADM) 3 Grave aumento de tônus (75% da ADM) 4 Segmento acometido fica rígido em flexão ou extensão) Observar as duas escalas de Ashworth, há diferenças entre a tradicional e a modificada. Deixar bem claro no relatório de avaliação do paciente para reavaliação. Avaliação da força muscular (não é pedida na prova): 0 = Nada (sem inervação e sem movimentação) 1 = Contração sem movimento 2 = Gera movimento, mas não supera a força da gravidade (realizado em decúbito lateral, por exemplo) 3 = O movimento supera a força da gravidade 4 = O movimento supera pequena resistência 5 = O movimento supera grande resistência HIPERTONIA ELÁSTICA: >> Sinal de canivete: aumento da resistência do músculo ao estiramento; >> Resistência diminui após um certo grau de estiramento; 47 >> Depende da velocidade que o estiramento é realizado (velocidade dependente) Escala para avaliar tônus – Hipertonia elástica: 0 = Normal, sem alteração 1 = Hipertonia: 25% da ADM (resistência no começo e depois cede) 2 = Hipertonia: 50% da ADM (resistência no início ou no final) 3 = Hipertonia: 75% da ADM (resistência em todo movimento) 4 = Hipertonia: 100% da ADM (em toda a ADM o tônus está aumentado) Vídeo: paciente levou tiro, testes: > Primeiro fazer o movimento lento no paciente para avaliar a ADM > Após o movimento rápido avalia a hipertonia (tônus) Sequência da avaliação: No músculo quadríceps – paciente em decúbito ventral, estabilizar o quadril com uma das mãos, fazer o primeiro movimento lento para avaliar a ADM e seguida o estiramento rápido para avaliar o tônus. Exemplo do músculo tríceps: para testar tem que estirar da extensão para flexão; No músculo bíceps tem que estirar da flexão para extensão. A resposta completa para a prova: primeiro o movimento lento para testar a ADM e segundo o movimento rápido para testar o tônus (2 movimentos). Na avaliação descrever os 5: paciente em decúbito; posição inicial e posição final; movimento lento (ADM) e rápido (tônus) Avaliar o tônus muscular dos seguintes grupos: 1) Quadríceps; 2) Tríceps sural; 3) Adutor do quadril; 4) Isquiotibiais; 5) Iliopsoas; 6) Bíceps braquial Na prática leva 5 minutos para avaliar todos, exemplo: a testar bíceps na voltajá teta o tríceps. 48 HIPERRREFLEXIA OSTEOTENDÍNEA: >> Resposta reflexa exacerbada, podendo haver aumento da área de reflexo; Reflexo 0 ou - Ausente ou arreflexia + Diminuído ou hiporreflexia ++ Normal ou normorreflexia +++ Aumentado ou hiperreflexia ++++ Hiperreflexia com aumento de área reflexógena 19.03.2019 AULA 6 SINAL DE BABISNKI: >> Normal apresentar o reflexo nos primeiros meses de vida, ao estimular a planta do pé; >> Considerado normal até dois anos de idade; >> Hálux em extensão e dedos “abrem” em leque (abdução dos dedos); 49 >> A partir dos 2 anos de idade ao estimular a planta do pé o indivíduo terá como resposta a flexão dos dedos. SINAL DE BABINSKI + (PATOLÓGICO) > A presença do sinal positivo de babinski acima dos 2 anos é sinal de lesão no Neurônio Motor Superior. Porém, não é um dos sinais mais importantes, mesmo com lesão no NMS pode apresentar sinal negativo. > Porém, por exemplo, se encontrar alguém desacordado na rua e ao chegar no hospital o teste der positivo é sinal de lesão neurológica. CLÔNUS Vídeos dos pacientes: testes no braço e na perna: 1) Paciente que levou tiro do amigo. É uma contração involuntária rítmica (é uma “competição” entre agonista e antagonista. É diferente do espasmo muscular. É patológico. É um sinal de liberação do Neurônio Motor Superior. A perda encefálica do lado direito afeta o hemicorpo do lado esquerdo e vice-versa. >> Movimento involuntário repetitivo; >> Aparece frente ao estiramento muscular; >> Geralmente ocorre em extremidades (mãos e pés); >> “competição”entre o músculo agonista e antagonista. 50 TRATAMENTO DA ESPASTICIDADE BLOQUEIO NERVOSO PERIFÉRICO: >> Infiltração de medicamentos nos nervos ou nos músculos, com o objetivo de reduzir a hipertonia muscular. >> As substâncias utilizadas: fenol e/ou toxina botulínica. TIPOS DE BLOQUEADORES > Botox atua no Sistema Nervoso Periférico. > Fenol e Toxina botulínica tem efeito na hipertonia. Não há nada que faça para sanar a lesão no Neurônio Motor Superior, a sequela é hipertonia elástica. Os bloqueios nervosos atuam nos músculos com as toxinas serão desnervados, os músculos ficarão relaxados e o fisioterapeuta poderá trabalhar. > As 2 drogas mais conhecidas e utilizadas: 1) Toxina botulínica: nome comercial no Brasil Botox® Dysport® não tem genérico. 51 > O botox destrói o terminal pós-sináptico contendo neurotransmissor acetilcolina e o efeito da espasticidade é inibido. > Aplicação em várias áreas: oftalmológica, neurológica e estética. > É aplicada por unidade (frasco R$ 1.500,00) e de acordo com o peso. Exemplo: paciente tetraparético utiliza 2 ampolas (custo de R$ 3.000,00 + honorários médicos). Após aplicação tem que fazer fisioterapia (R$ 1.800,00/ mês) + Terapia Ocupacional (R$ 1.000,00), foro todo resto como órtese. A população não tem condição financeira. TOXINA BOTULÍNICA: >> Neurotoxina (bactéria anaeróbica): clostridium botulinum; >> Efeito de bloquear a transmissão neuromuscular; >> Diminuir de forma transitória a espasticidade. >> Age na junção mioneural, impedindo a liberação de acetilcolina frente ao estímulo nervoso, inibindo assim a contração muscular; 52 >> Grades quantidades – pode levar ao óbito até por parada cardiorrespiratória. >> Desnervação química parcial, transitória da musculatura; >> Relaxamento temporário pois ocorrem brotamentos laterais de novos terminais nervosos que irão inervá-los novamente; >> Espasticidade – botox – diminuir a resposta muscular, através da desnervação parcial do músculo. >> Inibe a liberação da acetilcolina na junção neuromuscular (efeito miorelaxante) >> Botox®, Dysport® (neurotoxinas do tipo A e disponíveis no Brasil) >> Duração do efeito de 6 a 8 meses >> Aplicação intramuscular Exemplo: botulismo, presente em alimentos em conserva contaminados (como palmito no Brasil) por uma bactéria anaeróbia que produz a toxina botulínica. A ingestão em grande quantidade pode paralisar todas junções neuromusculares, inclusive o diafragma, a pessoa fica tetraplégica. É uma doença rara. (Professora Débora): Toxina botulínica destrói a junção neuromuscular/ mioneural impedindo a liberação da acetilcolina. Observação: deixa sequelas com chance de sobrevida pequena pois afeta o Sistema Respiratório. Após cessar os efeitos da toxina botulínica, ocorre o brotamento dos terminais nervosos e volta a conexão ao tecido muscular. Volta em média de 3 a 6 meses. Age na parte motora, a sensitiva fica preservada. > Terapia: alongamento, descarga de peso, AVD, alimentação devem ser trabalhados no paciente no período de 8 meses, atender o máximo que puder. > Contraindicações: teoricamente, o botox não tem efeitos colaterais graves, a mulher gestante pode passar para o bebê. Exemplo: paciente faleceu devido à sedação e não decorrente do botox. > Principal desvantagem é o preço. 53 Imagem: aplicação intramuscular, relaxamento máximo entre 24 a 48horas, na hora da aplicação o médico pergunta ao fisioterapeuta os locais com hipertonia e vai dosando a quantidade, é feito em centros de reabilitação. > O prazo de validade é curto, conservado em temperaturas baixas. > Duração baixa: na prática dura de 3 a 6 meses (8 meses na literatura). A dificuldade é que envolve estética, pois os proprietários das patentes são da indústria estética e farmacêutica. FENOL >> Solução fenolizada a 5%, álcool. >> Promove uma desmielinização segmentar temporária, bloqueando o impulso nervoso >> Duração do efeito de 6 a 8 meses >> Capacidade da bainha de mielina se refazer; >> O fenol bloqueia a condução nervoso (impede o arco reflexo), diminuindo o tônus muscular. > Solução à base de álcool aplicação neuromuscular. A diferença da toxina botulínica é que faz a desmielinização. O Fenol destrói a bainha de mielina, deixa o estímulo mais lento. > A vantagem é o preço R$ 200,00. > Só pode ser aplicado na porção motora do nervo. Se pegar a parte sensitiva, o paciente sente “formigamento com choque” (similar a batida do nervo do cotovelo). Exemplo de dor similar: herpes no nervo intercostal – processo doloroso interno no músculo intercostal. > A desvantagem é o risco de pegar o nervo sensitivo. COMPLICAÇÕES: >> Parestesias dolorosas (formigamento seguido de dor); 54 >> Fraqueza muscular permanente; >> Tromboflebite. USO TERAPÊUTICO DA TOXINA BOTULÍNICA: >> Espasticidade: espasmos musculares, restrição da ADM, dor, contraturas e dificuldade de higiene pessoal; >> Espasticidade na Paralisia Cerebral: melhorar equilíbrio, melhorar marcha, evitar tratamento cirúrgico. CRITÉRIOS PARA BLOQUEIO NEUROMUSCULAR OBJETIVOS: >> Evitar deformidades (nunca fazer em deformidades estruturadas) >> Facilitar o uso de órteses >> Melhora funcional >> Facilitar higiene >> Dúvida cirúrgica OBJETIVOS: FAZER APLICAÇÃO > Deformidade óssea: não adianta, só se o músculo estiver encurtado e ganhar alongamento. > Órteses > Higiene: paciente lesado medular ajuda a passar a sonda, fazer limpeza e curativos com feridas. > Dúvidas na cirurgia: exemplo do paciente com hiperflexão do tendão calcâneo, isso evitaria a cirurgia. Exemplo: paciente com padrão de membros superiores flexionados e membros inferiores encurtados não é recomendado aplicar nos membros inferiores, pois na marcha são necessários os músculos quadríceps e glúteo máximo em extensão. 55 TESTES ESPECIAIS (5) Paciente em decúbito dorsal: 1) Teste de galleazi; 2) Teste de Thomas; 3) Teste do Ângulo poplíteo; 4) Teste da Abdução lenta e brusca Paciente em decúbito ventral: 1) Teste de Ely Os cinco testes têm a haver com a postura na cadeira de rodas: encurtamento dos músculos flexores do quadril e joelho e hipertonia dos adutores.TESTE DE GALLEAZI: > Análise de possibilidade de luxação e subluxação do quadril. >> Paciente em decúbito dorsal; >> Examinador flexiona os quadris e observa o alinhamento dos joelhos; >> Desnível dos joelhos sugere subluxação ou luxação do quadril. Imagem: joelhos e quadril no ângulo de 90º. Observar a altura do joelho se está desalinhado (um mais baixo que o outro) pode ser indicativo de subluxação ou luxação do quadril; pode ser discrepância de membro como fêmur mais curto que o outro; pode ser escoliose grave. Só tem certeza com radiografia simples de quadril. 56 Vídeo: criança com PC fazendo testes TESTE DO ÂNGULO POPLÍTEO: > Análise do encurtamento dos isquiotibiais: examina a extensão dos joelhos. >> Paciente em decúbito dorsal; >> Examinador realiza flexão de 90° de um lado do quadril, e realiza extensão do joelho; >> Observa se chega a extensão zero. >> Avalia encurtamento de IQT TESTE DE ABDUÇÃO LENTA E BRUSCA: > ATENÇÃO PARA PROVA: o 1º movimento é lento para testar a ADM e o 2º movimento é rápido para hipertonia elástica de adutores de quadril. 57 >> Paciente em decúbito dorsal, com membros inferiores em extensão; >> Examinador realiza a abdução dos quadris com os joelhos em extensão; >> Realiza de forma rápida e lenta; >> Observa espasticidade de adutores. TESTE DE ABDUÇÃO BRUSCA E LENTA: >> Na abdução brusca observa-se se ocorre a espasticidade; >> Observa se ocorre assimetria >> Na abdução lenta observa-se se a espasticidade cede e se a amplitude é maior; >> Observa-se se melhora a simetria 58 TESTE DE ELY: > Avalia a hipertonia elástica do músculo quadríceps. Uma mão na pelve do paciente para estabilizar, e a outra no tornozelo: o 1º movimento é lento para testar a ADM e o 2º movimento é rápido para hipertonia elástica. >> Paciente em decúbito ventral; >> Examinador realiza a flexão rápida do joelho e observa se quadril eleva e se ocorre resistência do reto femoral; >> Avaliar espasticidade do reto femoral. TESTE DE THOMAS: > Avalia encurtamento do músculo iliopsoas (extensão total da pelve). É positivo se não estende totalmente. Ele não fica bem em pé (teste positivo). >> Paciente em decúbito dorsal; >> Examinador realiza flexão dos quadris e extensão de um dos lados; >> Observa se existe encurtamento do músculo psoas.
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