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Estudo Ecológico

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Epidemiologia Thomás R. Campos | Medicina - UFOB 
 
 ESTUDO ECOLÓGICO. 
 
 É descritivo, transversal e observacional 
 A forma de análise é diferente  sempre se trabalha com 
dados secundários 
 É o único estudo unicamente agregado  porque você pega 
informações de um grupo como um todo, não tem como 
pegar dados individuais 
 Avalia o contexto social e ambiental - medidas coletadas no 
nível individual muitas vezes são incapazes de refletir 
adequadamente os processos que ocorrem no nível coletivo 
 
OBJETIVOS DO ESTUDO ECOLÓGICO 
 Gerar ou testar hipóteses etiológicas  explicar a 
ocorrência da doença. Só sugere, não pode afirmar 
 Avaliar a efetividade de intervenções na população  
testar a aplicação de nosso conhecimento para prevenir 
doença ou promover saúde. Ou seja, avaliar a eficácia de 
ações promovidas sobre a população. 
 
Como o estudo é agregado, só a parte lateral da tabela vai estar 
preenchida: total de pessoas doentes, total de pessoas não 
doentes... 
 
Isso gera um dos principais problemas do estudo ecológico, que é 
a falácia ecológica: se eu só tenho informações do grupo como 
um todo, não tem como transpor as informações do grupo para o 
indivíduo. Uma das formas de tentar minimizar esse erro, é pegar 
áreas menores, porque daí as pessoas vão ter características mais 
homogêneas. 
TABELA PADRÃO 
Fator em 
estudo 
Doença 
Caso Não caso Total 
Sim ? ? e1 
Não ? ? e0 
Total m1 m0 n 
 
Epidemiologia Thomás R. Campos | Medicina - UFOB 
 
FORMAS DE ANÁLISE: 
 Análise gráfica simples, e de variância comparando 
médias brutas ou ajustadas. 
 Técnicas de mapeamento e de análise espacial de dados 
 entender onde estão as pessoas que foram diagnosticadas, 
onde está tendo maior frequência? 
 Análise de testes de correlação através de modelos de 
regressão linear simples ou múltipla  relaciona duas 
características. Por ex: em um local tem uma determinada 
taxa de mortalidade infantil e tem um percentual x de 
abastecimento de água potável. No decorrer do ano, quando 
aumenta o abastecimento de água, a mortalidade infantil 
diminui  você pode sugerir que o fato de aumentar o 
abastecimento de água potável contribuiu para a redução da 
mortalidade infantil. 
 
TIPOS DE ESTUDO ECOLÓGICO: 
1. Desenhos de múltiplos grupos (distribuição espacial) 
 Sub-tipos: Exploratório (descritivo) e Analítico 
2. Desenhos de séries temporais 
 Sub-tipos: Exploratório e Analítico 
3. Desenhos mistos 
 Sub-tipos: Exploratório e Analítico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Epidemiologia Thomás R. Campos | Medicina - UFOB 
 
1- Desenhos de Múltiplos Grupos 
Avalia-se a ocorrência de determinada doença em vários locais, só 
que no mesmo período  por isso se chama múltiplos grupos. 
 Objetivos: identificar padrões espaciais e gerar hipótese de 
possível etiologia ambiental ou genética. 
Ex: Taxa de Mortalidade Infantil ano 2000. Regiões Nordeste, Sul e 
Brasil: 
 
Nessa tabela, se avalia a TMI em vários lugares, num mesmo 
período (ano 2000) 
 
2- Desenhos de Séries Temporais 
Exploratório: você pega vários anos (por isso se chama série 
temporal) com o objetivo de avaliar a evolução de uma doença. 
Você pega um único local, em vários anos. 
 Avalia a evolução das taxas de doença ao longo do tempo em 
uma determinada população geograficamente definida. 
 Pode ser utilizado para prever tendências futuras da doença 
ou avaliar o impacto de uma intervenção populacional. 
 
Região/UF ób-<1 ano pop-n.v. tmi/1000
Região Nordeste 24.553 996.497 24,6
.. Maranhão 1.898 138.797 13,7
.. Piauí 1.345 58.167 23,1
.. Ceará 3.801 153.587 24,7
.. Rio Grande do Norte 1.206 54.904 22,0
.. Paraíba 1.848 65.589 28,2
.. Pernambuco 4.885 158.717 30,8
.. Alagoas 2.027 65.622 30,9
.. Sergipe 1.163 38.872 29,9
.. Bahia 6.380 262.242 24,3
Região Sudeste 24.394 1.236.967 19,7
.. Minas Gerais 6.258 314.348 19,9
.. Espírito Santo 1.100 56.138 19,6
.. Rio de Janeiro 5.114 240.427 21,3
.. São Paulo 11.922 626.054 19,0
Brasil 68.199 3.213.310 21,2
Epidemiologia Thomás R. Campos | Medicina - UFOB 
 
Ex: 
 
Observam-se três tendências no período: alta mortalidade com 
uma tendência estacionária, 1900-1945, acentuada redução entre 
1945-1985 e retomada do crescimento, 1985-1995. 
 
Analítico: avalia a associação entre as mudanças no tempo do nível 
médio de uma exposição e das taxas de doença em uma população 
geograficamente definida. 
Ex: 
 
Quando a amamentação é alta, a meningite diminui. Tem como 
associar as duas informações. 
O aumento no tempo de amamentação implicou redução nas taxas 
desta meningite. 
Epidemiologia Thomás R. Campos | Medicina - UFOB 
 
3- Desenhos mistos 
Junta os dois anteriores: avalia vários lugares em vários anos 
Exploratório: combina as características básicas dos estudos 
exploratórios de múltiplos grupos e de séries temporais. 
 Avalia a evolução das taxas de uma doença em diferentes 
grupos populacionais. 
Ex: Proporção de óbitos por SSAMD€ em idosos no total de óbitos 
registrados nos idosos, segundo macrorregiões, 1991-2005 
 
 
Analítico: avalia a associação entre as mudanças no tempo do 
nível de exposição média e das taxas de doença entre diferentes 
grupos populacionais. 
 A exposição potencializa a interpretação dos efeitos 
estimados. 
 
 
 
 Macrorregiões 
Anos Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste 
1991 37,2 49,9 10,3 12,5 15,5 
1992 36,8 48,8 10,4 11,6 16,1 
1993 37,4 48,7 10,7 11,6 15,8 
1994 37,3 46,1 10,8 11,3 15,8 
1995 34,7 44,2 10,6 11,2 16,6 
1996 33,1 41,9 10,1 10,5 13,9 
1997 32,2 40,6 10,1 9,1 12,8 
1998 33,0 39,3 10,9 8,8 12,9 
1999 32,5 38,9 10,8 8,0 11,7 
2000 31,6 36,2 10,4 7,1 10,3 
2001 30,4 35,3 10,4 7,1 9,3 
2002 28,6 34,4 9,8 7,2 8,2 
2003 27,9 33,2 9,5 7,4 6,6 
2004 27,0 30,0 8,9 6,8 6,9 
2005 23,1 22,0 8,4 6,3 5,9 
Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM 
€ 
Sintomas, sinais e afecções mal definidas 
Epidemiologia Thomás R. Campos | Medicina - UFOB 
 
Ex: Proporção de Domicílios ligados à rede de abastecimento de 
água e TMI nos anos de 1991 e 2000, regiões NE, Sul e Brasil. 
 
É analítico porque avalia duas coisas: abastecimento de água e 
TMI. Ele observa que quando maior for a taxa de abastecimento de 
água, menor é a mortalidade infantil. 
 
VANTAGENS DO ESTUDO ECOLÓGICO 
 Baixo custo e rápida execução  dados disponíveis: SIM, 
SINASC, SINAN, IBGE; 
 Capacidade de geração de hipóteses; 
 Frequentemente, não é possível medir adequadamente 
exposições individuais em grandes populações (ex. estudos 
internacionais de dieta) faz-se no nível ecológico 
 A possibilidade de investigação de muitas variáveis 
independentes disponíveis em diversas fontes de dados 
(renda, escolaridade, consumo de bebidas alcoólicas); 
 Estudos de nível individual não conseguem estimar bem os 
efeitos de uma exposição, quando ela varia pouco na área de 
estudo; 
 Possibilita a mensuração de um efeito ecológico no estado 
de saúde frente à implantação de um novo programa de 
saúde ou uma nova legislação em saúde. 
Regiões/estados Abastec/1991 Tmi/1991 Abastec/2000 Tmi/2000
Região Nordeste 42,8 28,8 55,6 24,6
.. Maranhão 22,5 7,5 30,7 13,7
.. Piauí 33,3 8,1 46,4 23,1
.. Ceará 36,4 22,0 54,4 24,7
.. Rio Grande do Norte 47,9 20,6 65,3 22,0
.. Paraíba 50,8 44,1 63,5 28,2
.. Pernambuco 55,1 57,1 62,4 30,8
.. Alagoas 44,4 42,8 55,7 30,9
.. Sergipe 58,4 29,5 69,4 29,9
.. Bahia 42,7 25,8 57,4 24,3
Região Sul 67,7 23,0 78,8 17,6
.. Paraná 68,7 28,1 82,3 20,3
.. Santa Catarina 61,0 19,3 73,8 16,1
.. Rio Grandedo Sul 69,8 19,9 78,3 15,6
Brasil 65,0 27,2 72,9 21,2
Epidemiologia Thomás R. Campos | Medicina - UFOB 
 
LIMITAÇÕES DO ESTUDO ECOLÓGICO 
 Subnotificação dos dados 
 Vulnerável a “falácia ecológica” (transpor achados do nível 
agregado para o nível individual) e à multicolinearidade; 
 Incapacidade de associar exposição e doença no nível 
individual pois os dados representam níveis de exposição 
média ao invés de valores individuais reais; 
 Dados de diferentes fontes, o que pode significar qualidade 
variável da informação; 
 Dificuldade em usar técnicas mascaradas (por ex. duplo-
cego) de aferição das informações, o que aumenta o risco de 
viés; 
 Possibilidade de efetuar muitas comparações, o que facilita 
encontrar correlações significativas apenas por acaso; 
 Variáveis ou fatores de confundimento – raramente é 
possível neutralizar de maneira adequada. 
 
ESTUDOS ECOLÓGICOS SÃO INDICADOS QUANDO: 
 Quando você tem pouco tempo pra fazer o estudo  aí pega 
dados já coletados 
 As variáveis são, por maior conveniência, definidas ou 
medidas em grupo, e a análise individual requereria tempo 
excessivo para a coleta de dados  ou seja, você precisa de 
informações da população inteira, mas você não tem 
dinheiro pra fazer a coleta dos dados 
 A análise ecológica permite estudar uma grande amplitude 
de valores da variável independente. 
 A resposta populacional é o interesse primário. 
 O efeito coletivo é mais que a mera soma dos efeitos 
individuais. 
 Baixo custo (pode utilizar informações já coletadas).

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