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Direito e Mobilidade Social CD

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Direito e Mobilidade Social: 
Novos Desafios
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João Luiz da Silva Almeida
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GABRIELA MAIA REBOUÇAS
VERÔNICA TEIXEIRA MARQUES
(Coordenadoras)
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Direito e Mobilidade Social: 
Novos Desafios
R
EDITORA LUMEN JURIS
Rio de Janeiro
2012
Copyright © 2012 by Livraria e Editora Lumen Juris Ltda.
Produção Editorial
Livraria e Editora Lumen Juris Ltda.
A LIVRARIA E EDITORA LUMEN JURIS LTDA.
não se responsabiliza pela originalidade desta obra.
É proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer 
meio ou processo, inclusive quanto às características 
gráficas e/ou editoriais. A violação de direitos autorais 
constitui crime (Código Penal, art. 184 e §§, e Lei nº 10.695, 
de 1º/07/2003), sujeitando-se à busca e apreensão e 
indenizações diversas (Lei nº 9.610/98).
Todos os direitos desta edição reservados à
Livraria e Editora Lumen Juris Ltda.
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
| v |
Sumário
Apresentação ......................................................................................................... xiii
PARTE I
ACESSO À JUSTIÇA
1. Direito de Família e Controle Jurisdicional de Políticas Públicas ........................ 3
Caetano Lagrasta Neto
1. Introdução ................................................................................................................ 3
2. Atividade legislativa de expectativa e retrocesso social ........................................ 4
3. Leis promulgadas e postergadas ................................................................................. 5
4. A reserva do possível e suas repercussões na Família ............................................... 6
5. Londres, Chile e Vila Mariana .................................................................................. 7
6. Conclusão .................................................................................................................. 10
7. Bibliografia ................................................................................................................. 10
2. Cidadania e Acesso a Justiça .............................................................................. 19
Verônica Teixeira Marques
Maria Anáber Melo e Silva
Samyle Regina Matos Oliveira
3. O Direito à Saúde e os Juízes ............................................................................. 35
Alexandre Coutinho Pagliarini
1. Introdução ................................................................................................................. 35
2. Algumas Considerações Sobre a Eficácia e Aplicabilidade das Normas Constitucio-
 nais Sobre Direitos Fundamentais ............................................................................ 37
3. Doutrinas Sobre a Atuação Judicial em Favor do Direito à Saúde ........................... 42
4. Conclusão .................................................................................................................. 54
4. Os meios alternativos de solução de conflitos nos Juizados Especiais Cíveis Bra-
sileiros e nas Small Claims Courts de Nova Iorque: uma análise comparativa ..... 55
Leslie Shérida Ferraz
1. Introdução ................................................................................................................. 55
2. Juizados Especiais Cíveis: breve histórico e características gerais ............................ 56
3. Small Claims Courts: breve histórico e características gerais ................................... 59
4. A conciliação e a arbitragem nos Juizados Especiais Cíveis ..................................... 61
4.1. A audiência de conciliação e o conciliador nos Juizados Especiais Cíveis ......... 61
4.2. A audiência de instrução e o juiz das pequenas causas ..................................... 65
4.3. O cumprimento dos acordos nos Juizados Especiais Cíveis ............................... 66
| vi |
4.4. A arbitragem nos Juizados Especiais Cíveis ....................................................... 67
5. A conciliação e a arbitragem nas Small Claims Courts de Nova Iorque .................. 67
5.1. A conciliação nas Small Claims Courts ............................................................. 67
5.2. A arbitragem nas Small Claims Courts .............................................................. 68
6. Breves sugestões conclusivas ..................................................................................... 69
5. A justiça como equidade é incompatível com o modo de produção capitalista ... 73
PauloRenato Vitória
1. A justiça como equidade em Rawls ........................................................................... 73
2. O princípio da diferença e a propriedade dos meios de produção: uma discussão
 política e não moral ................................................................................................... 79
3. O paradoxo do etnocentrismo rawlsiano ................................................................... 87
4. Considerações finais .................................................................................................. 91
5. Referências bibliográficas........................................................................................... 92
6. A Moral e o Direito como Valores Indispensáveis para Construção e Consoli-
dação do Estado Democrático de Direito ............................................................. 93
José Ronaldo Vieira de Almeida
1. Introdução ................................................................................................................. 93
2. A Moral Como Sistema da Doutrina da Virtude e o Mundo Plural ......................... 94
3. O Direito Como Reflexo de Valores de Convivência Permanentes e Variáveis ........ 95
4. Análise Comparativa entre Moral e Direito.............................................................. 96
5. Os Fundamentos da Legitimidade da Moral e do Direito ......................................... 97
6. O Estado Democrático de Direito e Seus Valores Essenciais ................................... 98
7. Conclusão .................................................................................................................. 99
7. Referência Bibliográfica ............................................................................................. 99
7. Habeas Corpus. Porte de Munição. Crime de Perigo Abstrato. Princípio da Ofen-
sividade. Denúncia Inepta. .................................................................................. 101
Luis Gustavo Grandinetti Castanho de Carvalho
PARTE II
NOVOS DIREITOS E SUBJETIVIDADES
8. Os Direitos Humanos contra os Direitos Humanos? O Caso da Diferença Cul-
tural .................................................................................................................... 107
Rui Cunha Martins
Bibliografia ..................................................................................................................... 114
9. Das Relações Públicas ao Neomenorismo: 20 Anos da Convenção Internacional
Sobre os Direitos da Criança na América Latina (1989-2009) ........................... 117
Emílio García Méndez
I. Introdução ................................................................................................................. 117
II. As perguntas ............................................................................................................. 119
III. As respostas ............................................................................................................. 121
IV. As etapas da Convenção na América Latina ........................................................... 124
V. O neomenorismo ....................................................................................................... 127
| vii |
VI. O neomenorismo e a retórica da reação ................................................................. 129
VII. Conclusão: o problema da liberdade ...................................................................... 134
10. A Defesa de Adolescentes no Marco dos Instrumentos de Proteção dos Direi-
tos Humanos ...................................................................................................... 137
Karyna Batista Sposato
1. Apresentação ............................................................................................................. 137
2. Violação de direitos .................................................................................................. 139
3. Pedagogismo Autoritário: Correção e Medo Versus Responsabilidade ..................... 144
4. Conclusões Preliminares ............................................................................................ 145
5. Bibliografia de Referência .......................................................................................... 146
11. Construções da Subjetividade Diante da Sociedade e do Estado. Um Desafio
da Modernidade Tardia ...................................................................................... 149
Albano Marcos Bastos Pêpe
12. Subjetividades Nômades e Sistemas de Resolução de Conflitos: Um Olhar pa-
ra a Mediação Familiar ........................................................................................ 157
Gabriela Maia Rebouças
1. Revirando a subjetividade e confrontando os sistemas de resolução de conflito. ..... 157
2. O olhar foucaultiano sobre um sujeito: sujeitos normalizados, sujeitos assujeitados,
 sujeitos nômades ........................................................................................................ 159
3. Os sistemas de resolução de conflito: das insuficiências do modelo judicial de lidar
 com a noção de subjetividade nômade à mediação. Propostas de uma nova prática .... 165
4. Considerações finais .................................................................................................. 167
5. Referências................................................................................................................. 169
13. Por um Estatuto Jurídico do Embrião Humano ................................................ 171
1. A vida humana embrionária e o Supremo Tribunal Federal ..................................... 171
2. Pluralismo e o Estado laico ........................................................................................ 175
3. A reprodução humana e o estatuto biológico do embrião humano .......................... 176
3.1. A concepção natural ........................................................................................... 177
3.2. A concepção medicamente assistida ................................................................... 177
3.3. A concepção: marco biológico da individualização biogenética e da vida hu-
 mana .................................................................................................................... 179
4. A concepção no direito brasileiro .............................................................................. 187
5. A reificação do embrião humano em situação extracorpórea ................................... 190
6. Autonomia sobre a vida de outrem e a óptica do semelhante .................................. 198
8. Pessoa no sentido biográfico ...................................................................................... 204
9. Esperança e Poder ...................................................................................................... 206
10. Considerações finais ................................................................................................ 208
14. A Proteção Jurídica dos Direitos dos Animais Não-Humanos: Leis e Juízes Pe-
rante os Novos Direitos e as Novas Subjetividades do Século XXI ...................... 211
Enne Evelyn Gomes da Silva
Ilzver de Matos Oliveira
1. Introdução ................................................................................................................. 211
| viii |
2. Abordagem Teórica Acerca da Subjetividade dos Animais Não-Humanos ............. 213
2.1. Animais Não-Humanos: Sujeitos ou Objetos do Direito? .................................. 213
2.2. Dignidade Animal e o Princípio da Igual Consideração de Interesses ............... 220
3. Legislação e Jurisprudência Brasileiras Sobre o Tema ............................................... 223
3.1. Animais Silvestres e Animais Domésticos: Tratamento Não Equitativo; Dife-
 rença Inexistente ................................................................................................. 223
3.2. Usode Animais na Pesquisa Científica e a Objeção de Consciência ................. 224
3.3. Invasão de Domicílio como Forma de Defesa de Animais em Risco .................. 225
3.4. Controle de Reprodução Animal como Forma de Evitar Abandono e Exter-
 mínio .................................................................................................................. 225
3.5. Habeas Corpus: Mecanismo Constitucional em Defesa da Liberdade ............... 226
4. Conclusão .................................................................................................................. 227
5. Referências................................................................................................................. 228
15. As Novas Entidades Familiares no Marco da Constitucionalização do Direito
Civil .................................................................................................................... 233
Carlos Eduardo Santos Almeida
1. Introdução ................................................................................................................. 233
2. O Fenômeno da Constitucionalização do Direito Civil ............................................ 233
3. A Contribuição dos Princípios Constitucionais de 1988 Para os Novos Contornos
 das Famílias ................................................................................................................ 235
4. A Jurisprudência Enquanto Atividade Intelectual Reveladora da Dinâmica Fami-
 liar .............................................................................................................................. 237
5. Entidade Familiar: Uma Definição Pluralista ............................................................ 239
5.1. A Família Monoparental ..................................................................................... 240
5.2 A Família Anaparental ......................................................................................... 242
5.3. A Família Homoafetiva ....................................................................................... 243
5.4. A Família Recomposta ........................................................................................ 246
6. Considerações Finais ................................................................................................. 248
7. Referências................................................................................................................. 249
PARTE III
MOBILIDADE SOCIAL: EDUCAÇÃO, ECONOMIA E SUSTENTABILIDADE
16. Direito Fundamental de Ação Trabalhista ........................................................ 253
Augusto César Leite de Carvalho
1. O temor de propor a ação como um valor jurídico ................................................... 253
2. Vetores positivos e negativos da ação trabalhista ...................................................... 255
2.1. A coletivização das demandas trabalhistas ......................................................... 255
2.1.1. Aspectos polêmicos das demandas coletivas: atos dispositivos,
litispendência e coisa julgada .................................................................................. 258
2.2. A garantia de indenidade .................................................................................... 260
2.3. A prescrição - o receio de propor ação trabalhista e a prescrição das pretensões
 nascidas em alterações intercorrentes do contrato de emprego ......................... 262
2.3.1. A prescrição total contra a pretensão de matriz constitucional ................... 264
| ix |
2.3.2. A prescrição total e a possível influência do atual Código Civil no debate
 sobre a prescrição de pretensão fundada em nulidade ................................. 265
2.4. Os métodos excludentes de solução extrajudicial dos conflitos trabalhistas – a
 arbitragem em conflitos individuais e as comissões de conciliação prévia ......... 269
2.4.1. A opção social pela judicialização dos conflitos – aspecto cultural .............. 270
2.4.2. A arbitragem ................................................................................................. 273
2.5. A comissão de conciliação prévia ....................................................................... 276
3. Conclusões ................................................................................................................. 282
4. Referências bibliográficas........................................................................................... 282
17. Direito de Greve dos Servidores Públicos: A Difícil Concretização ................. 285
Maurício Gentil Monteiro
1. Introdução ................................................................................................................. 285
2. O direito de greve dos servidores públicos como direito fundamental ..................... 287
3. A inefetividade do direito de greve dos servidores públicos ..................................... 289
3.1. A fase inicial: a ausência de lei regulamentadora ............................................... 289
3.2. O STF e os mandados de injunção nº 670, 708 e 712 ........................................ 290
4. Vertentes interpretativas inviabilizadoras da efetividade do direito de greve dos
 servidores públicos ..................................................................................................... 292
4.1. Aplicação analógica da Lei nº 7.783/89 aos servidores públicos ........................ 292
4.2. O Art. 3º da Lei nº 7.783/89 e o esgotamento das negociações ......................... 294
4.3. O direito de greve em atividades essenciais ........................................................ 294
4.4. O mérito das reivindicações ................................................................................ 296
5. Conclusões ................................................................................................................. 296
6. Referências bibliográficas........................................................................................... 297
18. O Papel da Escola na Política de Acesso à Justiça ............................................ 299
Marlton Fontes Mota
1. Introdução ................................................................................................................. 299
2. O Exercício da Cidadania Através da Educação ....................................................... 300
3. Considerações Finais ................................................................................................. 310
4. Referências................................................................................................................. 311
19. O Direito ao Mínimo Existencial como Forma de Garantir a Proteção Decor-
rente da Seguridade Social Para a População Idosa ............................................. 313
Katia Cristine Santos de Oliveira
Fernanda Alves de Oliveira Machado
1. Apresentação ............................................................................................................. 313
2. A Proteção da População Idosa a partir da Constituição de 1988 ............................ 314
2.1. Conceitos de idoso .............................................................................................. 314
2.2. O idoso e a proteção à sua dignidade. ................................................................. 318
2.3. Direitos do Idoso ................................................................................................. 319
2.3.1. Direito à vida ................................................................................................ 321
2.3.2. Direito à liberdade ........................................................................................ 322
2.3.3. Direito à igualdade. ....................................................................................... 323
3. Proteção Social Ao Idoso. ........................................................................................325
| x |
3.1. A importância do Sistema da Seguridade Social para população idosa ............. 325
3.2. Os benefícios concedidos por cada subsistema de Seguridade Social. ................ 326
3.2.1. O acesso do idoso à saúde ............................................................................. 326
3.2.2. O idoso e a Previdência Social. .................................................................... 330
3.2.3. O idoso e a política de Assistência Social. ................................................... 332
4. O Idoso e o Direito ao Mínimo Existencial a Partir da Proteção Devida pelo Siste-
 ma da Seguridade Social ............................................................................................ 334
4.1 Direito ao mínimo existencial .............................................................................. 334
4.2. Reserva do possível X mínimo existencial. ......................................................... 335
5. Conclusão .................................................................................................................. 339
6. Referências Bibliográficas .......................................................................................... 340
20. A Trajetória das Mulheres e o Desenvolvimento Social: De Vítimas da Violên-
cia a Agentes Modificadoras da Sociedade .......................................................... 343
Priscila Formigheri Feldens
Fernanda Faistel
1. Introdução ................................................................................................................. 343
2. Caminho vencido: a conquista de direitos pelas mulheres frente à violência .......... 346
3. Caminho a seguir: as mulheres efetivando seus direitos e modificando a sociedade ...... 352
4. Conclusão .................................................................................................................. 355
5. Referências Bibliográficas .......................................................................................... 357
21. A Ineficácia das Penas na Lei dos Crimes Ambientais ...................................... 361
Franciele Faistel
Grasielle Borges Vieira de Carvalho
1. Introdução ................................................................................................................. 361
2. A responsabilidade penal e o meio ambiente ............................................................ 362
3. A Lei dos Crimes Ambientais .................................................................................... 363
3.1. Da aplicação das penas/dosimetria...................................................................... 364
3.2. Das penas ........................................................................................................... 366
3.2.1. A pena privativa de liberdade....................................................................... 367
3.2.2. Restritivas de direitos .................................................................................... 367
3.2.3. Multa ............................................................................................................ 368
4. A Suspensão condicional da pena ............................................................................. 369
4.1. Considerações sobre as Sanções jurídicas aplicadas a pessoas físicas e jurídicas ... 370
5. Análise Jurisprudencial .............................................................................................. 370
6. A ineficácia da Lei ..................................................................................................... 374
7. Bibliografia ................................................................................................................. 375
22. Dentre o Samba, o Direito e a Natureza .......................................................... 377
Márcia Rodrigues Bertoldi
Marcus Vinícius Ferreira Silva Araujo
1. Por amor à vida! ......................................................................................................... 378
2. Por um meio ambiente saudável, equilibrado, são e salvo! Algumas atitudes. ......... 380
3. Pela atitude de participação popular! ........................................................................ 382
| xi |
4. E o Direito? ............................................................................................................... 384
4.1. Artigo 225 da constituição federal de 1988: especial referência à norma-matriz ..... 385
5. Samba e Direito na construção do amor à natureza ................................................ 386
6. Referências................................................................................................................. 387
| xiii |
Apresentação
Gabriela Maia Rebouças
Verônica Teixeira Marques
É com satisfação que apresentamos o livro DIREITO E MOBILIDADE SO-
CIAL: novos desafios, resultado da participação de juristas e pesquisadores nacionais 
e internacionais, que estiveram reunidos em Aracaju – SE, em agosto de 2011, na 10ª 
Semana Jurídica Nacional da Universidade Tiradentes (SENAJUR). 
No evento, foram apresentadas experiências e análises a respeito de temas 
que permeiam os direitos humanos, as políticas sociais e as novas fronteiras jurídicas, 
com a participação de mais de 1.500 estudantes, professores do Curso de Direito, 
pesquisadores do Núcleo de Pós-graduação em Direito da UNIT e convidados, que 
expuseram e discutiram intensamente durante três dias.
Dividido em três eixos temáticos: (i) Acesso à justiça; (ii) Novos Direitos e 
Subjetividades; e (iii) Mobilidade Social: educação, economia e sustentabilidade, 
conforme a estruturação da própria Semana Jurídica, o livro conta com as contri-
buições dos palestrantes e conferencistas, além de professores e estudantes de direito 
da UNIT, e oportuniza a reflexão sobre questões dos direitos humanos no âmbito 
da democracia, do contexto cultural, da sustentabilidade e das políticas públicas de 
proteção aos direitos sociais.
Marco comemorativo, este livro coroa os dez anos do Evento, que desde seu 
nascedouro reúne em torno de uma temática atual e crítica juristas de todos os can-
tos do Brasil, representantes da academia, da magistratura, da advocacia, promotoria 
e demais instituições de concretização do direito. Nas últimas edições, agregou a ex-
periência estrangeira e ampliou o debate com juristas de Portugal e da Argentina. A 
consolidação da SENAJUR, que é projetada e executada por docentes, corpo técni-
co/administrativo e discentes do curso de direito da UNIT, é uma representação fidedigna 
do amadurecimento e qualificação do nosso curso, assim como do desenvolvimento da 
Universidade como um todo, na articulação entre pesquisa, ensino e extensão.
Na primeira parte do livro, intitulada Acesso à justiça, são apresentadas dis-
cussões que tratam dos direitos sociais e suas garantias constitucionais a partir da 
análise de instrumentos de acesso à justiça, bem como debates sobre a cidadania e o 
Estado Democrático de Direito. No primeiro texto, Caetano Lagrasta Neto discute o 
| xiv |
direito de família e controle jurisdicional de Políticas Públicas apresentando sua experiên-
cia sobre essas questões enquanto Desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo. 
Partindo da construção histórica do conceito de cidadania e sobre como está 
baseado na definição de Direitos Humanos, Verônica Teixeira Marques, Maria Aná-
ber Melo e Silva e Samyle Regina Matos Oliveira discutem o ser cidadão como uma 
das condições para que o acesso à justiça seja alcançado. Abordando o papel dos juí-
zes na construção de mecanismos que melhor atendam às necessidades da população, 
Alexandre Coutinho Pagliarini discorre sobre a necessidade de ampliação, de forma 
gradativa, do direito à saúde que se pretende universal. 
Aprofundando a problematização sobre o acesso à justiça através de análi-
se comparativa, Leslie Shérida Ferraz discute os Juizados Especiais Cíveis no Brasil 
e as Small Claims Courts americanas,pontuando como o modelo americano sofreu 
modificações em sua importação que comprometeram o funcionamento das Cortes 
Especiais no Brasil.
Paulo Renato Vitória realiza uma leitura da teoria de Rawls sobre a justiça, 
demonstrando a incompatibilidade entre a equidade e capitalismo, enquanto José 
Ronaldo Vieira de Almeida contribui para o entendimento de que a Moral e o Direi-
to, apesar de possuírem contornos distintos, têm uma verdadeira relação de comple-
mentariedade e consistem em valores indispensáveis na construção e consolidação 
do Estado Democrático de Direito. A primeira parte da obra é finalizada pelo desem-
bargador Luis Gustavo Grandinetti Castanho de Carvalho, com o Acórdão - Habeas 
Corpus. Porte de Munição. Crime de Perigo Abstrato. Princípio da Ofensividade. De-
núncia Inepta. Subsídio para a reflexão da política criminal brasileira nos contornos 
do Estado democrático de Direito.
Na segunda parte, Novos Direitos e Subjetividades, Rui Cunha Martins es-
creve sobre a disputa entre direitos humanos contra os direitos humanos, trabalhan-
do o caso da diferença cultural. Considerando as promessas não cumpridas da moder-
nidade, Emílio Garcia Méndez discute sobre os 20 anos da Convenção Internacional 
sobre os Direitos da Criança e do Adolescente “(...) com a dose adequada de indigna-
ção moral e paciência histórica que um desafio como esse nos impõe”. Tratando tam-
bém dos Direitos da Criança e do Adolescente, Karyna Batista Sposato reflete sobre 
as principais causas de violações aos direitos civis e políticos de adolescentes acusados, 
demonstrando que a categoria adolescentes em conflito com a lei ainda não foi efetivamente 
alcançada pelos princípios e regras de que dispõe a Convenção Internacional das Nações 
Unidas sobre os Direitos da Criança e do Adolescente de 1989.
Para falar sobre a subjetividade, Albano Marcos Bastos Pêpe parte da análi-
se de que os mecanismos constitutivos da pré-compreensão do mundo da vida, da 
autocompreensão dos atores sociais e da compreensão das representações linguisti-
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camente estabelecidas, estão intimamente vinculadas aos procedimentos históricos 
da evolução das relações sociais e das formas de poder-saber-lei instituídos. Gabriela 
Rebouças defende que para formas plurais de subjetividade de sujeitos, necessitamos 
de formas plurais de resolução de conflitos: sua proposta é diversificar a complexi-
dade do sistema jurídico para permitir que as distintas diferenças possam se realizar, 
voltando seu olhar para as questões de família.
Refletindo sobre a “coisificação” dos embriões humanos, Renata Braga Kle-
venhusen defende que o fato do embrião em situação extra-corpórea não poder ser 
sujeito de proteção jurídica significa restringir a dignidade da pessoa humana a de-
terminado período da vida, de forma que toda a sua extensão torna-se prejudicada. 
E Enne Evelyn Gomes da Silva em parceria com Ilzver de Matos Oliveira discutem 
sobre a ideia de igualdade entre seres, como parâmetro para que as causas jurídicas 
que versam sobre Direitos Animais não fiquem sem a devida resposta, chamando a 
atenção para a necessidade de pensar sobre a efetiva constituição de mecanismos 
para a proteção jurídica dos direitos dos animais não humanos. 
Para fechar a segunda parte da obra, Carlos Eduardo Almeida sintetiza seu 
estudo monográfico e escreve sobre a inovação da jurisprudência que ampliou o rol 
das entidades familiares pela via constitucional no Direito de Família. 
A terceira e última parte da obra, Mobilidade Social: educação, economia 
e sustentabilidade é iniciada com o capítulo de Augusto César Leite de Carvalho, 
professor e ministro do Tribunal Superior do Trabalho, que trata da coletivização das 
demandas e a garantia de identidade como vetores que conduzem ao aperfeiçoamento 
da ação trabalhista, e sobre a prescrição e os métodos excludentes de solução extrajudicial 
do conflito como vetores negativos, que operam como mecanismos de frenagem à ple-
na realização, pela via judicial, dos direitos sociais. Na discussão sobre condições de 
trabalho, outro capítulo destaca a questão: Maurício Gentil Monteiro discute sobre o 
direito de greve dos servidores públicos, reflete sobre a ausência de elaboração da lei 
específica prevista após mais de vinte anos de vigência da Constituição e as interpre-
tações judiciais da Lei n° 7.783/89. 
Em outro capítulo, Marlton Fontes Mota apresenta uma proposta de incre-
mento do ensino jurídico básico nas áreas ligadas à formação da personalidade do 
cidadão, de forma que os fundamentos teorizados em sala de aula possam contribuir 
para a evolução social, política, econômica e jurídica da comunidade, sendo a mais 
efetiva e rápida via de acesso à cidadania e à democratização de direitos. 
Katia Cristine Santos de Oliveira e Fernanda Alves de Oliveira Machado ana-
lisam a proteção do idoso a partir da Constituição de 1988, abordando a relevância 
do Sistema de Seguridade Social em relação às pessoas com idade avançada, com 
ênfase nos benefícios e serviços disponibilizados por cada subsistema de Seguridade 
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Social. Priscila Formigheri Feldens e Fernanda Faistel discutem sobre como a busca 
pela conquista de direitos das mulheres em relação às formas de violência sofridas ao 
longo dos tempos foram significativamente relevantes para o desenvolvimento social. 
Finalizando a obra, não poderíamos deixar de apresentar discussões relevan-
tes sobre sustentabilidade. Franciele Faistel e Grasielle Borges Vieira de Carvalho 
discutem a responsabilidade penal ambiental frente à Lei dos Crimes Ambientais, 
pontuando como essas penas são ineficazes e demonstrando que a finalidade da pena 
para o direito penal não tem o mesmo sentido que para o direito ambiental. E final-
mente, Márcia Rodrigues Bertoldi e Marcus Vinícius Ferreira Silva Araujo chamam a 
atenção sobre como a música pode ser um notável recurso no ensino e aprendizagem 
do Direito, divulgando uma perspectiva de justiça na defesa de interesses individuais, 
coletivos e difusos.
É preciso registrar que a organização desta obra, tão diversificada em temas, 
autores, formas e estilos de escrita, primou pela preservação na íntegra das contri-
buições, inclusive nos elementos de formatação, formas de citação e no tamanho dos 
textos porque entendemos que a singularidade de cada contribuição e seu respectivo 
autor possibilita a leitura do capítulo por si ao tempo em que as conexões necessárias 
entre eles para a construção da obra estão firmadas pelo debate vivenciado durante 
a SENAJUR de 2011, assim como pela experiência acadêmica conjunta entre os 
autores - docentes e discentes.
Convidamos a todos à leitura desta obra, fazendo com que as ideias aqui reu-
nidas possam reverberar em outros espaços, para o enfrentamento dos desafios que o 
direito e a mobilidade social nos impõem. 
Aracaju, dezembro de 2011
R
PARTE I 
ACESSO À JUSTIÇA
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1.
Direito de Família e Controle Jurisdicional
de Políticas Públicas*1
Caetano Lagrasta Neto**2
Sumário: 1.Introdução. 2 – Atividade legislativa de expectativa e retrocesso social. 3 – Leis 
promulgadas e postergadas. 4 – A reserva do possível e suas repercussões na Família. 5 – Londres, 
Chile e Vila Mariana. 6 – Conclusão. 7 – Bibliografia. 
1. Introdução 
A noção de Família neste Século XXI desprendeu-se do conceito de pater, au-
toritário e dono do núcleo familiar, voltando-se para aquele do afeto, da liberdade, do 
respeito, e da solidariedade. Não mais está a mulher submissa ou os filhos aos deveres 
de cega obediência, submetidos todos a uma dependência econômica humilhante. 
A igualdade entre homem e mulher ou entre os participantes do núcleo familiar, 
prende-se à luta por um mínimo existencial, dirigido à garantia da dignidade da 
pessoa humana. 
No dizer de GOMES e PEREIRA (2005) há que para tanto buscar-se a justa 
distribuição de renda, ante um quadro de pobreza e miséria, e que seja capaz de 
garantir aquele mínimo de dignidade sem o qual o indivíduo será consideradoem 
situação de indignidade. Assim, é fundamental promover e apoiar famílias vulnerá-
veis, minimizando a pobreza e garantindo o acesso “à educação, saúde, alimentação, 
moradia e proteção integral às suas crianças e adolescentes” e, por que não?, a uma 
ordem jurídica justa. E completa: “Não dá para se falar em políticas públicas eficazes 
sem se dar destaque à família como potencializadora destas ações. Ajudar a família 
mostra-se a única possibilidade de a sociedade se desenvolver dignamente”.
* Palestra apresentada no dia 31 de agosto de 2011, durante a 10ª Semana Jurídica Nacional da UNIT.
** Desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo e Presidente da Coordenadoria de Estudos, Planejamento 
e Acompanhamento de Projetos Legislativos do Tribunal de Justiça de São Paulo, Consultor da Comissão de 
Família e Sucessões da OAB/SP
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Caetano Lagrasta Neto
Neste sentido o art. 3º, III, da CF, quando traça objetivo fundamental da Re-
pública: “erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e 
regionais”, construindo uma sociedade livre justa e solidária.
A lição de TORRES (2009) explicita que o desenvolvimento econômico deve 
ser justo “para que se torne legítimo. Não é ele que cria a ordem jurídica justa, senão 
que o ordenamento justo é que propicia as condições para o desenvolvimento. Em 
nome do crescimento econômico não se pode postergar a redistribuição de rendas, 
nem ofender a direitos humanos, nem atentar contra o meio ambiente, nem justificar 
a corrupção dos políticos” (p. 23). O mesmo autor define: “Não é qualquer direito 
mínimo que se transforma em mínimo existencial. Exige-se que seja um direito a 
situações existenciais dignas. (...) A dignidade humana e as condições materiais da 
existência não podem retroceder aquém de um mínimo, do qual nem os prisionei-
ros, os doentes mentais e os indigentes podem ser privados” (p. 36 - grifei).
Desta forma, a família constitui-se no principal elemento para a aplicação do 
mínimo existencial, desde que objeto de políticas públicas constantes.
2. Atividade legislativa de expectativa e retrocesso social
A partir da Emenda Constitucional 66/2010, que definiu o divórcio no seu âm-
bito exclusivo e sem qualquer referência ou admissão infraconstitucional à separação, 
verificam-se comportamentos judiciais e jurídicos de retrocesso social. Conforme o 
posicionamento de SARLET (2009): “além das circunstâncias de que a proibição de 
retrocesso não protege apenas a dignidade da pessoa humana e o mínimo existen-
cial, o que se afirma é que a própria noção de segurança jurídica, no âmbito de uma 
constituição que consagra direitos sociais, não pode ficar reduzida às tradicionais 
figuras da tutela dos direitos adquiridos ou da irretroatividade de certas medidas do 
poder público, exigindo, portanto, uma aplicação em sintonia com a plena tutela e 
promoção dos direitos fundamentais em geral, incluindo os direitos sociais” (p.127).
Desta forma, a atitude de alguns juízes de negar vigência à norma constitucio-
nal do divórcio, sob alegações despidas de conteúdo jurídico e que, de forma indis-
farçável, demonstram ou desconhecimento ou desvio ideológico, se constituem em 
evidente retrocesso social.
Outra não pode ser a conclusão quanto a acórdão paradigma da Corte Supre-
ma, que permitiu uniões homoafetivas, enquanto sentenças, seguidas pelos mesmos 
desvios, negam-se a observar o precedente, inclusive para impedir a conversão dessa 
união estável em casamento.
Os exemplos se multiplicam a demonstrar o retrocesso social ou mesmo o 
desrespeito à garantia do mínimo existencial, trazendo seus atores ao espaço da indig-
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1. Direito de Família e Controle Jurisdicional de Políticas Públicas
nidade. Estados como Pernambuco e Goiás, através de providências administrativas, 
admitem seja o nome do devedor de alimentos lançado no cadastro de maus paga-
dores, ou ainda, seja o título executivo judicial objeto de protesto, constituindo-se 
em meios mais eficazes até do que a própria prisão do devedor. Em São Paulo, nada 
obstante a falta de qualquer diretriz não se conseguiu impedir que muitos juízes e 
acórdãos a admitam e determinem.
Ainda na esfera administrativa, ao menos no Estado de São Paulo, não há 
solução para a anotação da união estável homoafetiva no Registro Civil. Evidente 
retrocesso social que impede o exercício pleno da cidadania e coloca o interessado 
em posição de desprestígio e inferioridade, não passando de atitude preconceituosa e 
de agressão à própria Constituição.
Perfunctória análise indica que estas atitudes ou providências se dirigem ou 
se afastam à garantia de um mínimo existencial, que preserve a dignidade da pessoa 
humana enquanto componente do núcleo familiar, seja no reconhecimento de uma 
união, seja na garantia de pagamento da pensão alimentícia e, muitas vezes, da so-
brevivência.
Outra hipótese de retrocesso social é encontrada na recusa de criação de 
Câmaras Especializadas de Família e Sucessões, quando o gigantismo e acúmulo de 
ações e recursos, no Estado de São Paulo, permitiu a formação de acervo de mais de 
meio milhão de processos, dentre os quais se encontram questões de família no aguar-
do de solução desde os idos de 2001. Não há estatísticas ou estudos sobre os reflexos 
desta morosidade na dignidade das pessoas envolvidas e no aguardo da prestação 
jurisdicional, mas, sua presença é intuitiva, diante de inegável agressão aos direitos 
humanos. Não se duvida que esta omissão possa conduzir ao reconhecimento da 
responsabilidade das diversas administrações da Corte, numa eventual ação coletiva.
3. Leis promulgadas e postergadas
Outras leis foram promulgadas, porém o aparato estatal não forneceu meios 
adequados à sua aplicação. A Lei Maria da Penha revelou a espantosa estatística de 
agressões sofridas (“Para cada cem mulheres assassinadas, 70 o são no âmbito de suas 
relações” (...) “Essa estrutura precisa ser priorizada no Orçamento e não pode ser 
alvo de cortes”, conforme denunciam FEGHALI e MARIA DA PENHA – 2011), 
nem sempre atingindo os mais afastados rincões ou mesmo permitindo efetividade de 
solução nos grandes Centros.
A Lei da Guarda Compartilhada também padece de retrocesso social, diante 
da atitude de alguns magistrados, negando-se à sua aplicação ou o fazendo apenas 
quando exista acordo – o que sem dúvida se constitui em um non sense, visto que a 
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Caetano Lagrasta Neto
intervenção do juiz será obrigatória exatamente quando haja o litígio – e, o que é 
mais grave, a omissão legal deixou de definir o domicílio da criança ou do adolescen-
te, como elemento essencial à sua concretização.
Por fim, mas não como último, a Lei de Alienação Parental, vetou a mediação e, 
evidentemente, o fez por inexistir mediadores ou conciliadores capacitados, em número 
suficiente para a demanda do país, nada obstante a proposta de Política Pública para este 
segmento, formulada pelo Ministro CEZAR PELUSO, Presidente do Supremo Tribunal 
Federal, mediante a Resolução n. 135, do Conselho Nacional de Justiça, constituindo-se 
em bom exemplo de Política Pública a criação de roteiros ou cartilhas dos direitos e de 
sua aplicação, com envolvimento de órgãos de classe, tribunais e a OAB. 
Idêntica a problemática quanto a formação dos peritos em alienação parental 
e a sua necessária especialização – para exame e parecer na questão, hoje, das mais 
espinhosas na vida das famílias, em razão de sequelas crônicas .
Evidentemente que não há negar limitação orçamentária imposta pelo Execu-
tivo, como no caso do Tribunal de Justiça de São Paulo, onde a previsão atingia R$ 
12.000.000,00, sendo aprovados R$ 5.000.000,00, com reflexos óbvios nas Políticas 
Públicas previstas.
Estes indicativos demonstram que apesar das leis ou de sua falta, na proteção 
a um mínimo existencial, as formas de retrocesso social, ainda que não evidentes, 
refletem a educação ideológica que as impede. 
Outros segmentos estão na mesma situação como é o caso da Política Nacional 
Antidrogascom suas intermináveis discussões sobre ser matéria da Saúde ou da Se-
gurança ou sobre o atendimento do drogado em sanatório ou na própria residência, 
dividindo o Estado a responsabilidade de um Programa de Saúde, com as famílias, em 
geral, desestruturadas e vulneráveis. 
Não é outra a constatação da Política de Assistência Social, conforme MIOT-
TO, SILVA e SILVA (2007), quando o relacionamento das pessoas aos seus territó-
rios, ante a precária intervenção estatal, estende a análise aos espaços urbanos que 
“passaram a ser produtores e reprodutores de um intenso processo de precarização 
das condições de vida, da presença crescente do desemprego e da informalidade, de 
violência, ‘da fragilização dos vínculos sociais e familiares’, ou seja, da produção e re-
produção da exclusão social, expondo famílias e indivíduos a situações de risco e de 
vulnerabilidade” (citação e grifos das AA.). 
4. A reserva do possível e suas repercussões na Família 
A aplicação da reserva do possível se submete a que “somente poderá ser in-
vocada se houver comprovação de que os recursos arrecadados estão sendo disponi-
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1. Direito de Família e Controle Jurisdicional de Políticas Públicas
bilizados de forma proporcional aos problemas encontrados, e de modo progressivo 
a fim de que os impedimentos ao pleno exercício das capacidades sejam sanados no 
menor tempo possível” (COUTINHO, LIMA e BARRETO, na citação de TORRES, 
p. 107 op. cit.). 
O mesmo doutrinador confirma que: “A ‘reserva do possível’ não é aplicável 
ao mínimo existencial, que se vincula à reserva orçamentária e às garantias insti-
tucionais da liberdade, plenamente sindicáveis pelo Judiciário nos caos de omissão 
administrativa ou legislativa” (idem, pp. 105 e s.).
Na dicção do Ministro CELSO DE MELLO, ao despachar a ADPF 45 indica-
-se que a conduta esperada do Poder Público não lhe permite ao manipular “sua ati-
vidade financeira e/ou político-administrativa – criar obstáculo artificial que revele 
o ilegítimo, arbitrário e censurável propósito de fraudar, de frustrar e de inviabilizar 
o estabelecimento e a preservação, em favor da pessoa e dos cidadãos, de condições 
materiais mínimas de existência” (ibidem, pp.108 e s.). 
Não é outra a situação quanto à concessão de sequestro de rendas públicas o 
que obrigou no Estado de São Paulo a criação de novo tipo de precatório, denomina-
do “humanitário” e não apenas “alimentar”, visando garantir um mínimo existencial 
ao idoso e ao doente, assim compelido diante da incerteza e demora dos julgamentos 
das Cortes superiores, a permitir “o pagamento da despesa pública sem prévia autori-
zação orçamentária” (op.cit. p.97). Ocorre que, se assim não fizesse, apenas aqueles 
que possuem bons advogados e dinheiro para pagar honorários é que conseguiriam o 
sequestro de rendas públicas. 
Constata-se, desta forma, que as circunstâncias, as leis, os julgamentos, admi-
tem o retrocesso social e a aplicação da reserva do possível, mesmo que de forma 
mascarada, porém sempre em detrimento da família, de sua dignidade e da imposter-
gável concessão do mínimo existencial, também por ausência de Políticas Públicas 
consistentes. Qual o resultado da aplicação da Emenda Constitucional n. 31, de 14 
de dezembro de 2000, que acresceu artigos (79 a 81) ao Ato das Disposições Cons-
titucionais Transitórias e criando o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza? 
Tem havido controle de arrecadação e aplicação nos diversos âmbitos da estrutura 
do Estado? 
5. Londres, Chile e Vila Mariana 
Ao cabo, há que mencionar a repetição de movimentos de massa, a indicar 
insatisfação e revolta com agressões e vítimas e sem explicação aparente. 
A mobilidade social é fenômeno de fronteiras e costumes, não só entre esta-
dos, como entre países. Os exemplos dos EUA e do México, ou de descendentes de 
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Caetano Lagrasta Neto
imigrantes para o Japão (decasséguis) não podem deixar de ser considerados, uma 
vez que possuem o mesmo substrato de outros fenômenos que se repetem em outras 
regiões do planeta ou em centros urbanos, conservando seus atores à margem de 
qualquer direito.
Na movimentação internacional, observa-se a remoção de alicerces lama-
centos e de cultuadas personalidades de regimes ditatoriais, hoje especialmente no 
Oriente Médio. Evidenciando-se, contudo, estreita conotação à geopolítica na ten-
tativa de um redesenho territorial, ao gosto de tardio colonialismo. Por óbvio, tais 
hipóteses não serão objeto de apreciação neste breve e prévio estudo do controle 
jurisdicional de políticas públicas, nada obstante evidencie que, na sua ausência, os 
jovens e famílias inteiras vêm-se reduzidos à indignidade, ante cega submissão aos 
produtos de um tardio capitalismo global.
ŽIŽEK (2011) reafirma esta conclusão ao comparar os 700 bilhões de dólares 
“gastos somente pelos Estados Unidos para estabilizar o sistema bancário com o fato, 
de que até agora, dos 22 bilhões de dólares prometidos pelos países mais ricos para 
ajudar o desenvolvimento da agricultura nos países mais pobres diante da crise de 
alimentos, só 2,2 bilhões foram liberados” (p. 75), bastando esta circunstância ater-
radora para iniciar a formação de novas levas de imigrantes e de miseráveis.
Assim, os jovens residentes – ou imigrantes – de Londres e do Chile talvez 
pretendam atingir aquilo que os jovens de Maio de 68, na França, tentaram, sem con-
seguir. O mesmo ŽIŽEK, analisando e citando MILNER, afirma que “o establishment 
conseguiu desfazer todas as consequências ameaçadoras de 1968 pela incorporação 
do chamado ‘espírito de 68’”, voltando-o, assim, contra o verdadeiro âmago da revol-
ta. As exigências de novos direitos (que causariam uma verdadeira redistribuição do 
poder) foram atendidas, mas apenas a guisa de “permissões” – a sociedade permissiva 
é exatamente aquela que amplia o alcance do que os sujeitos têm permissão de fazer 
sem, na verdade, lhes dar poder adicional: Os que detêm o poder conhecem muito bem 
a diferença entre direito e permissão. [...] O direito, no sentido estrito da palavra, dá acesso 
ao exercício de um poder à custa de outro poder. A permissão não diminui o poder de quem 
a concede, não aumenta o poder de quem a recebe. Torna a vida mais fácil, o que não é 
pouca coisa. É o que acontece com o direito ao divórcio, ao aborto, ao casamento gay 
e assim por diante; são todos permissões mascaradas de direitos; não mudam em nada 
a distribuição de poder.” (p. 58). E, conclui: “Embora Maio de 68 visasse a atividade 
total (e totalmente politizada), o “espírito de 68” transpôs isso para uma pseudoativi-
dade despolitizada (novos estilos de vida etc), a própria forma da passividade social. 
Uma das consequências disso foram as recentes explosões de violência nos subúrbios, 
desprovidas de qualquer conteúdo utópico ou libertário”. Mas, forçoso será concluir, 
nem mesmo esta permissão está sendo concedida no Brasil.
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1. Direito de Família e Controle Jurisdicional de Políticas Públicas
Por sua vez, o fenômeno “Vila Mariana” refere-se a bairro da classe média que 
de repente se viu invadido por pequenos grupos de meninas, com idades entre 4 e 
12 anos, que se apropriam do que lhes aparece, em qualquer rua, comércio e sem 
preferência de objeto: roupas, comida, algum eletrônico, enfim, a pretender a tomada 
de um estilo de vida. A ameaça se resume à presença destes seres maltrapilhos e é 
o ponto final da desagregação ou de qualquer resquício de proteção ao seu melhor 
interesse. Subdelinquentes em busca do mínimo existencial, da dignidade de pes-
soas humanas, subprodutos dos vídeos e das lições subliminares da propaganda de 
consumo do capitalismo – talvez confundida com estilo de vida – e que lhes têm sido 
negado, desde o nascimento, tornando-as presa fácil do crime organizado ou das di-
versas espécies de máfia. Neste sentido FORGIONE (2011), presidente da Comissão 
Parlamentar Antimáfia italiana, ao analisar as diversas ramificações entre países e os 
inúmeros processos contra a organização criminosaitaliana.
Alhures denunciei o crescimento de organizações criminosas e a ampliação do 
fenômeno do “aliciamento de jovens por organizações mafiosas e/ou traficantes de 
substâncias psicoativas. Estes, ao se estabelecerem nos centros de miséria (favelas, 
cortiços etc.), utilizam-se de estruturas de poder abandonadas pelo Estado, organi-
zando-se em células, garantidas por expressivos sistemas de segurança. Ao proteger 
os moradores e minorias excluídas garantem-lhes, de alguma forma, alimentação, 
saúde e segurança, empregando-lhes os filhos. Por sua vez, a população protege-os 
através da lei do silêncio, enaltecendo-os como verdadeiros benfeitores. As chacinas, 
na estatística geral, estão dirigidas aos maus pagadores ou aos transportadores de 
droga (mulas, aviões) desatentos. Esta forma perversa de sociedade nulifica a autori-
dade dos pais, facilita a delinqüência nas ruas e o abandono escolar, sem contar com 
o tráfico internacional de órgãos e de recém nascidos, além da prostituição infantil. 
Valores anteriormente considerados como sagrados são, diariamente, colocados 
em xeque pelos delinquentes, pelos cidadãos e pelas próprias vítimas, enquanto 
o Estado se omite, deixando de apresentar soluções. Consolidam-se, desta forma, 
os estados de crise, com evidente repercussão na Família e no seu Direito” (LA-
GRASTA, 2000, p. 72).
Como remate, é evidente que os movimentos da juventude, em diversas 
cidades do mundo, não pretendem alcançar utopias ou liberdade; mas, apenas 
alcançar objetivo definido: a retomada da dignidade da pessoa humana, a partir 
da constatação de que de nada adianta o diploma se não se tem emprego; se a 
redistribuição de renda e o nível dos salários não os retiram do nível da pobreza; 
se vivem em total desigualdade social sem atingir o mínimo existencial de ree-
quilíbrio pessoal e do núcleo familiar, por ausentes o acesso à saúde, à educação, 
à segurança, à Justiça, e assim vai.
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Caetano Lagrasta Neto
6. Conclusão
Programas sociais, como bolsas de estudo; bolsa família; auxílio desemprego, 
dentre outros, incentivam a mobilidade social, a partir do acesso à educação, à sub-
sistência mínima, ao subemprego e, de alguma forma, à dignidade. Assim, ensina-se 
a pescar àqueles que ainda têm braços. 
Ocorre que, à falta de políticas públicas – secos os rios ou poluídos rios e mares 
– não há falar em pescar e o retorno à indigência será sempre marcada pela revolta. 
7. Bibliografia
FEGHALI, Jandira e PENHA, Maria da – Lei Maria da Penha: Cumpra-se! – Folha de 
S. Paulo, opinião A3, 24 de agosto de 2011.
FORGIONE, Francesco – Máfia Export – como a ‘ndrangheta, a Cosa Nostra e a Ca-
morra colonizaram o mundo – Bertrand Brasil, 2011.
GOMES, Mônica Araújo e PEREIRA, Maria Lúcia Duarte – Família em situação de 
vulnerabilidade social: uma questão de políticas públicas – Ciência e Saúde Coletiva, 
10 (2) :357-363. 2005.
GRINOVER, Ada Pellegrini e WATANABE, Kazuo – O Controle Jurisdicional de 
Políticas Públicas – Editora Forense. 2011.
LAGRASTA, Caetano Neto – Direito de Família – a família brasileira no final do século 
XX – Malheiros Editores, 2000.
MIOTTO, Regina Célia Tomaso, SILVA, Maria Jacinta da, SILVA, Selma Maria 
Muniz Marques da – Políticas Públicas e Família - estratégia para enfrentamento da 
questão social – III Jornada Internacional de Políticas Públicas, São Luís – MA, 28 
a 30 de agosto de 2007.
SARLET, Ingo Wolfgang – Notas sobre a assim designada proibição de retrocesso social 
no Constitucionalismo Latino-Americano – Revista TST, Brasília, vol. 75, if 3, jul/
set 2009.
TORRES, Ricardo Lobo – O Direito ao Mínimo Existencial – Renovar. 2009.
ŽIŽEK, Slavoj – primeiro como tragédia, depois como farsa – Boitempo Editorial, 2011. 
Respostas às perguntas formuladas durante a
Semana Jurídica em 31 de Agosto de 2011
1P: Qual sua posição sobre o quinto constitucional (art. 941 CF) e a nomeação 
para os Tribunais superiores em especial STJ e STF?
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1. Direito de Família e Controle Jurisdicional de Políticas Públicas
R: Há sempre dois pontos de vista a serem analisados; o primeiro, é a importância 
desses mecanismos de nomeação à medida que buscam dar maior representati-
vidade da sociedade nos quadros da carreira. Assim, quanto mais diversificada 
é a origem dos integrantes do Poder, maior a sua legitimidade; por outro lado, 
muitas vezes as nomeações acabam se tornando “moeda de troca”, atendendo 
interesses meramente políticos, trazendo pessoas submetidas a interesses que 
não os da sociedade. 
2P: O Supremo nos últimos tempos vem adotando uma postura “muito ativa”. 
Tal posicionamento não seria uma “Ditadura do judiciário”. Sobre tal tema 
podemos citar a decisão que reconheceu a União homoafetiva.
R: O Poder Judiciário , adotando o chamado “ativismo”, tem atuado justamente 
onde os outros Poderes – por desinteresse, omissão ou timidez – têm deixado 
de dar efetiva aplicação às normas constitucionais, que ao meu ver, são de apli-
cação imediata, ainda que cunhadas de “normas de mero conteúdo programá-
tico”. Se visam à garantia do mínimo existencial, normas de eficácia limitada 
(ou seja, aquelas cuja aplicação depende da edição de uma lei complementar) 
devem ser prontamente aplicadas. Diante da inércia dos Poderes Legislativo e 
Executivo o Poder Judiciário acaba por se tornar o último refúgio e tem que vir 
em socorro do jurisdicionado. Em razão dessa atuação protetiva, e em resposta 
aos anseios da sociedade transformada, conjugada com as liberdades indivi-
duais e garantias sociais, é que o Supremo tem atribuído valores interpretativos 
mais amplos à norma constitucional positivada.
3P: As relações homoafetivas no sentido das garantias, podem englobar tam-
bém as relações de “união estável”? Que pode se estabelecer no sentido da 
dignidade da pessoa humana.
R: Igualdade é igualdade; ao se partir de premissa de que todos são iguais, essa 
igualdade independe, além da cor, sexo, raça e credo, também abrange a orien-
tação sexual; portanto, todos os efeitos do reconhecimento da União Estável 
entre homem e mulher aplicam-se à união estável e ao casamento entre pes-
soas do mesmo sexo e ambas merecem a proteção integral do ordenamento 
jurídico sob pena de ofensa ao princípio da dignidade da pessoa humana. 
4P: O jurista Fábio Comparato é partidário da corrente de pensamento que 
defende que; a pessoa humana deve figurar no ápice do ordenamento jurí-
dico. Confrontando com a “teoria pura do direito” de Kelsen, a corrente de 
pensamento do jurista é vanguardista. Como o senhor se posiciona na se-
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Caetano Lagrasta Neto
guinte questão; elevar a pessoa humana ao ápice do ordenamento jurídico 
de modo a o posicionar acima da própria Carta Magna. Como fazer de utopias 
jurídicas, realidades sociais, a começar pelo papel dos Magistrados?
R: A visão do indivíduo no ápice, para quem se converge em última análise todo 
ordenamento, ganha força nos séculos XX e XXI com as regras de sobredirei-
to e mecanismo de proteção internacionais. A nossa Constituição busca dar 
proteção integral e incondicional ao indivíduo revestindo seu próprio texto 
com liberdades e garantias consideradas cláusulas pétreas. Cabe ao Poder Judi-
ciário, atuar essa proteção ao caso concreto, independentemente de leis no já 
referido ativismo judiciário (ver resposta à 1P).
5P: O sr. Acha justo o governo oferecer um auxílio aos filhos de Presidiários 
de R$ 800,00 quando o salário mínimo é de R$ 540,00? Onde está a dig-
nidade do pai de família Trabalhador?
R: Previdenciário não é a minha área; mas, ao que me recordo o valor de auxílio 
aos dependentes do preso – pago pelo INSS – implica na qualidade de segura-
do (ou seja, precisa estar contribuindo para a Previdência Social ou estar no 
período de graça) e é proporcional ao salário que recebia quando trabalha-
va. De qualquer maneira, o auxílio é mesmo devido, talvez até em proporção 
maior ao piso mínimo percebido por quem trabalha, pois o preso tem situação 
agravada, está privadoda liberdade, incapaz de auferir renda, além disso, ao 
ser libertado dificilmente consegue emprego... não é porque a pessoa comete 
um crime e sofre pena de segregação, que deve ser escorraçada da sociedade; 
mais uma vez, tenta-se garantir o mínimo existencial para a preservação da 
dignidade da pessoa humana.
6P: As secretárias domésticas estão adquirindo cada vez mais garantias, o que 
está perfeitamente de acordo com o princípio da dignidade humana. Como 
o senhor vê essa questão? Estamos caminhando para o total desprestígio da 
pessoa humana?
R: Tenho a impressão de que houve equívoco na formulação da pergunta; em 
todo o caso, vou tentar responder... a ampliação dos direitos do empregado 
doméstico está realmente em perfeita consonância com o princípio da digni-
dade humana, eis que pretende estender a gama de proteção prevista na CF no 
capítulo II das garantias sociais (artigo 6º da CF), sem que haja neste qualquer 
discriminação quanto a categorias profissionais.
7P: Porque os Brasileiros fogem/correm de políticas públicas?
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1. Direito de Família e Controle Jurisdicional de Políticas Públicas
R: Não há fuga; falta, algumas vezes, vontade política na implantação das políti-
cas públicas, cabendo à sociedade pressionar e fiscalizar pela correta atuação 
das diversas esferas de poderes dentro dessas diretrizes.
8P: Quais os principais desafios que deverão ser enfrentados pelo Poder Judiciário 
no tocante à efetivação de direitos que dependem de políticas públicas?
R: O principal desafio é ponderar entre os direitos individuais e coletivos; por 
exemplo, na área da saúde, a ação cominatória julgada procedente pelo Ju-
diciário impondo aos município arcar com tratamentos médicos ou medica-
mentos de alto custo para o tratamento da doença de um munícipe, pode 
comprometer o orçamento para a efetivação de campanhas de vacinação, etc, 
destinadas a toda população. No mais, é preciso que o Judiciário aja com cora-
gem e criatividade nas decisões, para assim assumir o protagonismo de decisões 
protetivas, em detrimento da leniência dos demais Poderes.
9P: Prof. Lagrasta: A União Homoafetiva foi reconhecida pela Suprema Corte, 
porém houve um Magistrado do Estado de Goiás que negou o reconheci-
mento, contrariando o STF. Qual a sua opinião acerca desse fato polêmico, 
que dividiu a sociedade brasileira?
R: A decisão do STF não tem caráter vinculante, de tal sorte, que não causa 
espanto a inaplicabilidade por todos os magistrados brasileiros; todavia, diante da 
importância da decisão que deu efetiva aplicação ao princípio da igualdade consti-
tucionalmente previsto (artigo 5º), o não reconhecimento da união estável entre 
pessoas do mesmo sexo – e desde que preenchidos os requisitos deste instituto: 
afeto, publicidade, estabilidade, fim de constituir família – caracteriza inevitável 
retrocesso social , cuja proibição é princípio implícito da Constituição Federal.
10P: Esse retrocesso social seria pela falta de valores da sociedade que vivemos, 
ou seja a busca por dignidade elaborada pelos nossos pais?
R: A dignidade da pessoa humana é um conceito que evolui com o próprio pen-
samento humano. Atribui-se ao pensamento estóico e ao cristianismo os pri-
meiros registros do tema; a cada mergulho da Humanidade em períodos de 
opressão, instabilidade institucional, ditadura, esse princípio norteador ganha 
mais força, envolvendo vários aspectos como igualdade, liberdade, integridade 
psicofísica e solidariedade. Desta forma, quanto mais evoluída a sociedade, 
maior a gama de proteção a esses direitos humanos. Há retrocesso social, ao 
menos sob o enfoque das decisões do Poder Judiciário, o mais das vezes, em 
razão de desvio ideológico-religioso.
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Caetano Lagrasta Neto
11P: Muito se fala da importância da família na formação ético e moral do in-
divíduo (havendo inclusive de maneira exclusiva a delinquência à má-for-
mação familiar). Qual a importância do controle jurisdicional das políticas 
públicas para o efetivo exercício deste papel da família?
R: Primeiro é preciso esclarecer o que é “má-formação familiar” que a meu ver 
está relacionada à falta de socioafetividade como vínculo entre seus elementos. 
Assim família mal-formada não encontra correspondência com a concepção plu-
ralista dessa que continua sendo a unidade base da sociedade. Assim, as políticas 
públicas não só protetivas, mas de incentivo à tolerância, são realmente funda-
mentais para conservar um meio ambiente familiar saudável para o desenvol-
vimento do indivíduo em toda sua plenitude. O controle jurisdicional dessas 
políticas cumpre, por sua vez, papel fundamental ao fiscalizar e até redirecio-
nar a atuação dos Poderes Executivo e Legislativo dentro dessas diretrizes.
12P: Gostaria de saber o nome do filme que foi mencionado sobre a alienação 
parental. Obrigado.
R: O nome do filme é “A Morte Inventada”, de Alan Minas; mais informações no 
site http://www.amorteinventada.com.br/.
13P: Dr. Caetano Lagrasta. O senhor com a sua imensa experiência como ma-
gistrado, qual seu ponto de vista com relação ao STF na decisão a favor 
das uniões homoafetivas. O senhor acha que o STF legislou, ao invés de 
exercer seu papel de guardião da CF?
R: Em absoluto. Justamente por ser o guardião da CF não excedeu seu papel pois 
deu efetiva aplicação aos principais princípios norteadores de todo o ordena-
mento: liberdade, igualdade e dignidade da pessoa humana.
14P: Na conjuntura pela qual se encontra nosso país, acredito que a falta de 
Políticas Públicas, ou mesmo do cumprimento das que já existem, seja 
mesmo por falta de exigência de nós mesmos como cidadãos. Falta de cida-
dania. O senhor partilha da mesma idéia!
R: Sim: não exigimos, por um lado, e por outro falta vontade política ou coragem 
naqueles que devem cumprir essas diretrizes.
15P: Senhor, a alienação parental não estaria já imposta por exemplo na perda 
do Poder de família, em alguns casos podem gerar sérios problemas psi-
cológicos na criança. Esse veto na punição não só traria a impunidade, 
também desrespeito ao Princípio da Dignidade Humana?
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1. Direito de Família e Controle Jurisdicional de Políticas Públicas
R: O artigo 6º da Lei nº 12318/10 traz vários mecanismos de coibição da conduta 
dolosa do alienador; II - ampliar o regime de convivência familiar em favor 
do genitor alienado; III - estipular multa ao alienador; IV - determinar acom-
panhamento psicológico e/ou biopsicossocial; V - determinar a alteração da 
guarda para guarda compartilhada ou sua inversão; VI - determinar a fixação 
cautelar do domicílio da criança ou adolescente; VII - declarar a suspensão 
da autoridade parental. O veto no projeto de lei sobre alienação parental é 
apenas no que diz respeito à criminalização da conduta, e acaba por perder 
importância ante as previsões já contidas na própria Constituição Federal, na 
Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de San José), do qual 
o Brasil é signatário e previsões no Estatuto da Criança e do Adolescente e 
no Código Penal, que contemplam mecanismos de punição, desnecessária a 
sanção de natureza penal. A intensidade do dolo ou o grau da culpa poderá 
permitir – dentro da previsão constitucional –, até mesmo, a prisão do aliena-
dor ou a colocação de tornozeleira eletrônica, para os reincidentes nos casos de 
mudança injustificada de domicílio. O primeiro, é crime de tortura, o segundo 
é desrespeito ao dever de dizer a verdade perante o Processo e não atentar 
contra a jurisdição, conforme os arts. 339 e 14, ambos do CPC.
16 P: Em relação aos anseios ou as conquistas sociais do momento, qual o pocio-
namento majorante dos tribunais paulistas. Ex: casamento homoafetivo, 
adoção entre os casais homoafetivos, etc.
R: Infelizmente o Tribunal de Justiça de São Paulo é um, dos mais conservado-
res do país. Exemplo disso é que temos Câmaras Especializadas em Falência e 
Direito Empresarial e Marcas e Patentes, mas há grande resistência para a im-
plantação de Câmaras Especializadasem Direito de Família. Recente mutirão 
e redistribuição de recursos represados no TJSP demonstrou que questões de 
família remontam, até, ao ano de 1998.
17P : Segundo o senhor disse a política pública se resume em garantir a dignida-
de do ser humano, mas o que acontece quando a dignidade de uma pessoa 
lhe é tirada injustamente?
R: Qualquer afronta à dignidade da pessoa humana é injusta e encontra os 
mecanismos de coibição expressos na própria Constituição Federal com 
ampla expressão na legislação penal. Em outro âmbito, a Secretaria de Di-
reitos Humanos (órgão da Presidência da República que formula, coordena 
e articula as políticas públicas voltadas para a proteção e promoção dos di-
reitos humanos no Brasil), atua em diálogo com a sociedade civil, visando 
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Caetano Lagrasta Neto
a inclusão dos diversos segmentos sociais em programas e planos de direitos 
humanos. Por fim, destaca-se o papel das decisões judiciais, como impres-
cindível mecanismo de controle social das políticas públicas de Direitos 
Humanos.
18P: Até que ponto o princípio da reserva do possível pode ser aplicado no Bra-
sil Democrático onde os oprimidos são, por vezes, esquecidos?
R: A escusa usada pelo Estado para deixar de dar efetividade aos direitos so-
ciais (em especial saúde e educação) baseia-se na restrição orçamentária. 
A Jurisprudência tem atuado afastando a reserva do possível quando com-
promete o mínimo existencial. Essa argumentação evoluiu e hoje o Poder 
Judiciário se defronta com o paradigma “direito individual x direito da co-
letividade”.
19P: A decisão do STF a respeito da união homoafetiva, salvo engano, diz que 
se deve aplicar, por analogia, naquilo que couber a união estável. A lei 
quando trata da conversão da união estável em casamento é taxativa quan-
do diz que deve ser feito entre homem e mulher. Pergunto: não estão inter-
pretando de maneira equivocada a decisão do Supremo?
R: Reconhecida a igualdade entre os indivíduos, independentemente de sua 
orientação sexual, não há nenhum obstáculo a que o vínculo socioafetivo 
que os une seja reconhecido como união estável ou casamento. A interpreta-
ção literal, gramatical, “homem e mulher” é a mais fraca e deve ceder espaço à 
interpretação teleológica da norma. Desta forma, não há nenhum impedi-
tivo seja para o reconhecimento da união estável, conversão em casamento 
ou mesmo habilitação para o casamento homoafetivo, além da anotação no 
Registro Civil.
20P: Já que o senhor discorda da opinião do Professor Elpídio Donizetti, refe-
rente ao acórdão da União Homoafetiva, o senhor é contra a edição de 
uma lei que de fato regule a União homoafetiva, uma vez que seria mais 
eficaz uma alteração na lei, ao invés de um Acórdão?
R: Não sou contra a edição de uma lei que regulamente a união homoafetiva; 
ao contrário, com entusiasmo vemos tramitar no Congresso o Estatuto das 
Famílias e o da Diversidade Sexual. Todavia, acredito que não há necessidade 
de lei, diante dos princípios constitucionais que já garantem proteção integral 
a todos os indivíduos, independentemente de sua orientação sexual, conforme 
decidiu a Suprema Corte.
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1. Direito de Família e Controle Jurisdicional de Políticas Públicas
21P: O Sr. acredita que o Poder Judiciário está preparado para atender as de-
mandas das novas formas de família (família homoafetiva e famílias mono-
parentais, por exemplo?)
R: Preparado não está, mas o pensamento jurídico tem evoluído para acompa-
nhar a demanda da sociedade; consequentemente, a mudança da mentalidade 
também se opera de forma gradual dentro do Poder Judiciário.
22P: Entendo seu argumento sobre o internamento psiquiátrico, mas gostaria 
de destacar que a reforma psiquiátrica, que felizmente está hoje em anda-
mento no Brasil, não pretende a desassistência , mas uma assistência que 
procure o mínimo de dignidade, diferente ‘do internamento’ que nunca tra-
tou ninguém, exercendo uma violência terrível sobre os internos que acabam 
por perder todas as suas referências sociais e não sabem mais viver livres de 
muros e grades. Os manicômios nunca promoveram saúde, é só ir lá para ver.
R: A situação dos manicômios é crônica. Desde os tempos de Lima Barreto o 
abandono, as sevícias, os maus tratos, enfim todas as formas de tortura e de-
samparo são ali encontradas. Uma política antimanicomial é talvez o último 
refúgio de um tratamento digno, ao invés de atirar o doente mental num depó-
sito de pessoas. Ocorre, contudo, que este princípio deve ser objeto de preparo 
especialmente para as famílias e para o próprio doente. Este, quando colocado 
em liberdade – especialmente nos casos de cumprimento de Medidas de Se-
gurança – é possível a permanência de um estado de desequilíbrio e violência, 
implicando em não ter espaço na sociedade para sua reinserção e, mesmo, na 
família ou que continua desestruturada ou que se reestruturou e não tem mais 
lugar para ele. Lembre-se do caso do “bandido da luz vermelha” que, depois 
de 30 anos “cumprindo medida de segurança” ao ser colocado em liberdade, 
acabou assassinado por aquele que o recebera... para reinserção.
23P: Atualmente tem se falado da relativização da coisa julgada nos casos de 
reconhecimento de paternidade. Na sua opinião essa “revisão” da senten-
ça transitada em julgado gera insegurança jurídica? Gostaria que o senhor 
fizesse um esclarecimento acerca da reserva do possível: cabe ainda utilizá- 
lo para a não realização de políticas públicas?
R: De forma alguma, não há trânsito em julgado quando se trata de adquirir a 
certeza da origem. Quanto à reserva, creio ter respondido acima.
CAETANO LAGRASTA
Desembargador
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2.
Cidadania e Acesso a Justiça
Verônica Teixeira Marques*
Maria Anáber Melo e Silva**
Samyle Regina Matos Oliveira***
Cidadania pode soar como novidade democrática, mas não o é! Independente 
dos vários sentidos por ventura formulados, em linhas gerais representa a participa-
ção do indivíduo nas decisões do Estado ou mesmo o seu grau de consciência para 
garantir determinados direitos ou exigir da administração pública atuação eficiente. 
A cidadania também é entendida como exercício não só de direitos, mas de deveres 
do cidadão comum.
Renato Janine Ribeiro alerta em seu livro “A democracia” 1, que a concepção de 
cidadania na modernidade vem impregnada da concepção de cidadania antiga e que 
há um saudosismo em relação à cidadania grega, sustentada nos princípios de parti-
cipação direta e no ideário de bem público. Esse saudosismo acontece porque todos 
os cidadãos gregos participavam das decisões políticas nas ágoras, porém nem todos 
os indivíduos eram cidadãos, e é aí que consiste o equívoco do enaltecimento feito à 
cidadania grega. O que se tem é uma pseudo-igualdade de condições, pois não havia, 
de fato, a utópica igualdade de participação no mundo grego. 
Na obra Politics de Aristóteles, são apontadas características políticas conside-
radas como pré-requisito da cidadania, mas se comparadas com a realidade dos países 
democráticos na atualidade, poder-se-iam não ter muito efeito prático, já que “(...) 
* Doutora em Ciências Sociais pela UFBA, Mestre em Ciências Políticas pela UFPE, pesquisadora do Instituto 
de Tecnologia e Pesquisa – ITP, professora-pesquisadora do Curso de Direito e do Núcleo de Pós-graduação em 
Direito da UNIT/SE. veronica.marques@hotmail.com 
** Mestre em Ciências Sociais pela UFRN, doutoranda em Direito pela Universidade de Coimbra, especialista em 
Direito Processual pela UFSC, especialista em gestão estratégica e qualidade pela UNIT, advogada, analista de 
controle externo do Tribunal de Contas de Sergipe, professora do Curso de Direito da Universidade Tiraden-
tes. anabermelo@yahoo.com.br 
*** Bolsista de Iniciação Científica e graduanda do Curso de Direito da Universidade Tiradentes, Aracaju/SE. 
samyleregina@hotmail.com 
1 RIBEIRO, Renato Janine. A Democracia. São Paulo: Publifolha, 2001a. pp.14-15.
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Verônica Teixeira Marques / Maria Anáber Melo e Silva / Samyle

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