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Normas Internacionais de Contabilidade - Questionário I

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Normas Internacionais de Contabilidade
Questionário I
Pergunta 1
Segundo Sir David Tweedie, o Presidente do IASB em entrevista para o jornal The Guardian, 29/06/02: 
                                
O que Sir David Tweedie quer dizer com isso?
a) Os Bancos de Investimento são tão ágeis que criam operações contábeis de duplo ou às vezes triplo significado, o que não é permitido, mas, na prática, acaba sendo aceito pelos juízes, que não entendem de contabilidade;
b) Uma espécie de desabafo, uma vez que se constatou que, de fato, a contabilidade é obsoleta para descrever operações financeiras mais complexas;
c) Com a introdução de computadores, não importa a regra contábil a ser usada, o que importa é a forma como é usada, armazenada e compreendida;
d) Que os contadores dos bancos de investimento tendem a segregar tendências circulantes na análise de balanços;
e) Que o processo de harmonização contábil teve que se basear em aspectos perenes, que não devem ser alterados a toda hora e a todo momento e devem ser abrangentes o suficiente para que, mesmo que surjam operações comercias inovadoras, não seja necessário criar regras novas.
Comentário: Nessa entrevista, Sir David Tweedie expõe o processo de harmonização contábil com uma linguagem corrente, clara. Nota-se que não são mais toleradas atitudes oportunistas e egoístas dos empresários e dos próprios contadores. Adotou-se um conjunto de normas que falam, em profundidade, dos assuntos, mas não de forma excessivamente fechada que possibilitem contornar essas regras de acordo com as conveniências. Essa abordagem, que foi incentivada pela experiência pessoal do Sir David Tweedie quando esteve à frente de órgãos de normatização contábil no Reino Unido, é um aspecto muito importante a estudar, porque representa uma novidade tanto para os contadores como para outros profissionais.
Pergunta 2
	Segundo Walton (2003):
       
O que Walton quer dizer com isso?
	
a) Que o ordenamento jurídico não tem relevância para o contador, uma vez que cada país é livre para adotar as suas preferências.
b) Que o ordenamento jurídico é fundamental no estudo das normas internacionais de contabilidade, os comportamentos mudam de país para país;
c) Que é impossível a intenção de elaborar normas internacionais de contabilidade, porque, na prática, jamais serão aplicadas;
d) Que na prática a dimensão jurídica induz a um ordenamento contábil, sendo assim, não há motivos para adotar normas internacionais;
e) Que normas internacionais podem ser uma realidade na Inglaterra, mas não no Irã ou na Alemanha.
Comentário: O ordenamento jurídico é fundamental. Dessa forma, não é razoável padronizar a contabilidade para que seja feita da mesma forma em todos os países, porque, mesmo que se tome essa decisão, os resultados invariavelmente serão diferentes. Dessa forma, numa harmonização contábil internacional foi necessário adotar conceitos mais sofisticados, como a convergência. 
Pergunta 3 
A crise financeira de 2008 a 2010 trouxe alguma influência para a harmonização contábil internacional?
a) Certamente, a crise financeira de 2008 a 2010 ajudou a acelerar o processo de harmonização, uma vez que não é mais possível conviver em um mundo globalizado, com regras particulares para cada país;
b) É um exagero dizer que não houve nenhuma influência, houve influência, por exemplo, no setor bancário. Com exceção disso, não há como dizer que houve influências;
c) Apenas no modelo preconizado para a reforma do sistema monetário dos países em desenvolvimento;
d) Não, a crise financeira, no máximo trouxe reflexões sobre a necessidade da harmonização contábil internacional;
e) Não, esse é um fato completamente alheio ao universo contábil;
Comentário: A crise financeira foi um alerta, um momento em que se decidiu que o mundo precisava, mais do que nunca, de normas contábeis internacionais. Observa-se que a crise teve forte influência, a ponto dos líderes do G-20 fixarem o prazo de junho de 2011 para a finalização do processo de harmonização contábil internacional. 
Pergunta 4
A escola contábil norte-americana foi muito influenciada pelo mercado de capitais nos Estados Unidos da América, enquanto as escolas contábeis italianas enfatizaram aspectos doutrinários. Sabe-se que:
a) A contabilidade com mais lucratividade só é encontrável quando se usa a escola americana;
b) Todos os países seguiam a escola italiana, apenas os EUA decidiram criar a sua própria;
c) Não há relevância no enunciado da questão, porque a contabilidade segue a legislação local, tão somente;
d) As escolas contábeis italianas não consideravam a mão de obra, enquanto a americana tem esse conceito como um de seus principais pilares;
e) No Brasil usava-se, com ênfase, a contabilidade europeia e a partir dos anos 60 houve um alinhamento dos contadores brasileiros em torno da escola contábil americana.
Comentário: A contabilidade no Brasil sofreu forte influência europeia, mas, nos últimos anos, decidiu-se, de acordo com a lei 6404/76, alinhar-se à escola contábil norte-americana, por conta da pujança econômica dos EUA.
Pergunta 5
A experiência da União Europeia teve alguma influência sobre o processo de harmonização contábil internacional?
a) Não, esse foi um fato isolado;
b) Não, a União Europeia é apenas um acordo aduaneiro;
c) Sim, a experiência da União Europeia foi uma das influências que possibilitaram a amarração de normas contábeis internacionais. Em particular, com suas diretrizes, documentos com validade supranacional;
d) Houve uma influência indireta pelo fato da União Europeia reunir um grande número de delegados internacionais para o Congresso dos Contadores de 1952, mas não elementos que indiquem uma influência relevante da União Europeia;
e) Sim, porque foi a União Europeia, por um pedido do chanceler alemão Willy Brandt, (Prêmio Nobel da Paz) que criou a IASB.
Comentário: A experiência Europeia foi muito importante para o processo de convergência internacional e demonstrou a importância e a real possibilidade da adoção de normas aplicáveis, não apenas a um país, mas a uma coletividade. 
Pergunta 6
Qual é o interesse do G-20, grupo que reúne os líderes das nações mais desenvolvidas e os países em desenvolvimento mais influentes, com a contabilidade e a convergência internacional?
a) O G-20 é um órgão que representa a FASB para assuntos internacionais;
b) O G-20 é o órgão superior ao IFAC, que aprova as normas contábeis internacionais;
c) O G-20 é uma comissão especial da Organização das Nações Unidas, que tem poder de veto às decisões da IFAC, trabalha nos mesmos moldes do Conselho de Segurança da ONU;
d) O G-20, com o objetivo de criar precauções para que não ocorra mais uma crise, como foi a crise financeira de 2007 a 2010, solicitou aos governos nacionais que convergissem suas normas internacionais às normas da IFAC;
e) O G-20 é o porta-voz do governo brasileiro quanto a assuntos contábeis e financeiros.
Comentário: O G-20 é um fórum internacional que reúne os principais líderes internacionais, sendo que há também encontros entre os Ministros da Economia. Por conta das mazelas observadas na crise financeira de 2008 a 2010, convencidos da necessidade de uma normatização internacional, os líderes do G-20 recomendaram a convergência internacional. 
Pergunta 7
Quando uma norma contábil internacional é publicada pelo IASB, já entra imediatamente em vigor?
a) Sim, mas isso depende da legislação de cada país. No Brasil, por exemplo, a norma tem vigência internacional de acordo com o tratado de Tordesilhas;
b) Sim, na maioria dos países, há vigência automática. Aqui no Brasil há a necessidade de aguardar um ano para a norma entrar em vigor, devido à constituição brasileira;
c) De forma alguma. Cada país aprova as suas leis, sob a supervisão do IASB;
d) De forma alguma. Antes, é necessário uma revisão pelo CPC e depois a incorporação dessa norma à legislação brasileira.
e) De acordo com a ONU UNCTAD, é necessário um prazo de três anos para uma norma internacional ser incorporadaà legislação brasileira.
Comentário: Uma norma contábil não tem vigência internacional, depende da deliberação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis e de outros órgãos, tanto públicos como particulares. 
Pergunta 8
Segundo Iudícibus et. al. (1990) o que é necessário para um princípio contábil ser incorporado à doutrina contábil?
a) O objetivo deve ser considerado praticável pelo consenso profissional e deve ser considerado útil;
b) O objetivo deve ser considerado praticável pelo consenso profissional e deve ser considerado íntegro, inédito;
c) O objetivo deve ser considerado rentável pelo consenso profissional;
d) O objetivo deve ser considerado inovador pelo consenso profissional;
e) O objetivo deve ser considerado praticável pelo consenso profissional e deve ser considerado tecnicamente equilibrado.
Comentário: Segundo essa definição, um principio somente é incorporado à doutrina contábil quando for praticável e útil. Na harmonização contábil internacional, essa análise passa a levar em conta também o aspecto da convergência. 
		
Pergunta 9
Segundo o Professor Niyama, autor do livro que consta na ementa desta disciplina, a contabilidade é a “linguagem dos negócios”. O que dificultava ou dificulta a compreensão dessa “linguagem dos negócios” em um contexto internacional?
a) O fato da contabilidade quando aplicada à exportação, envolver conceitos econômicos que dificultam a sua compreensão;
b) Há diferenças normativas entre os países;
c) A excessiva tributação tanto no Brasil como em outros países;
d) Porque a contabilidade não tem um marco inicial nem final, o que inviabiliza o seu uso por agentes internacionais;
e) Na prática, as empresas buscam expansão internacional, mas a contabilidade não foi feita para uso em múltiplos países, é reservada exclusivamente para uso no local.
Comentário: As demais alternativas trazem assuntos que não têm coerência. O fato de haver diferenças normativas entre os países dificulta e/ou inviabiliza a internacionalização das empresas na economia global, fato esse que foi o estopim para a harmonização contábil internacional. 
Pergunta 10
Um contador de uma rede de postos de gasolina no estado do Mato Grosso do Sul, constituída sob a forma de Ltda., não deve se preocupar com contabilidade internacional, uma vez que se entende que jamais as suas demonstrações contábeis virão a ser analisadas por contadores de outros países. A menos que comece a ter algum tipo de relacionamento com negócios no exterior, quando, então, toda a contabilidade terá, obrigatoriamente, que se adaptar às normas do CPC. O pensamento acima está:
a) Correto. Se a rede de postos de gasolina não tem negócios no exterior, então não há motivo para se preocupar com contabilidade internacional;
b) Correto. No entanto, como o petróleo e mesmo o álcool são produtos com comercialização internacional, o contador deve preparar demonstrações contábeis ajustadas às normas internacionais, de acordo com o CPC, pronunciamento conceitual básico, no parágrafo 3, em que se instrui sobre operações internacionalizadas.
c) Correto. Deveria se preocupar com contabilidade internacional apenas se fosse uma sociedade anônima;
d) Incorreto. O contador de qualquer negócio no Brasil, mesmo que não haja nenhum nível de internacionalização em seu cliente e/ou empresa, deve atentar-se às normas internacionais de contabilidade;
e) Não deve haver contabilidade de nenhum tipo numa empresa que distribui petróleo, a contabilidade é substituída já na origem.
Comentário: As normas internacionais de contabilidade são um assunto de interesse de todos os contadores, e não apenas dos contadores que lidam com negócios internacionais. 
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