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99 M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Neste capítulo, abordaremos como a parte física do computador, conhecida como hardware, funciona e as características de seus com- ponentes principais. Estudaremos sobre o funcionamento da unidade central de processamento (CPU), da memória, dos dispositivos de en- trada e saída (input/output) e dos barramentos. Capítulo 7 Arquitetura de computador – hardware 100 Conceitos de computação I Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Embora os computadores estejam presentes no dia a dia e façam parte da vida da maioria das pessoas, provavelmente poucos sabem como um computador realiza suas operações internas. Em poucas palavras, Tanenbaum (2011) define que um computador moderno é um sistema de hardware que realiza operações lógicas e aritméticas, manipulação de dados (normalmente na forma binária) e tomada de decisões. De forma geral, os humanos podem executar as mesmas ações que os computadores; no entanto, os computadores atuam com velocidade e precisão muito maiores. Isso acontece apesar de os computadores realizarem os cálculos de forma a fazer uma operação de cada vez. Uma das diferenças de execução entre um computador e uma pessoa é que, quando se precisa somar uma lista de dez números, a pessoa poderá organizá-los em sequência e em colunas, somando-os coluna por coluna. No caso de um computador, a soma será feita com dois nú- meros de cada vez; dessa forma, somando a mesma lista de números, gastará nove passos. No entanto, um computador precisará de poucos nanossegundos por passo para realizar operações. Um computador é mais rápido e mais preciso que uma pessoa; porém, a grande diferença é que precisa receber instruções completas que determinem exatamen- te o que fazer em cada passo de suas operações. 1 CPU Segundo Tocci, Widmer e Moss (2011), existem computadores de vários tipos e com configurações diferentes, porém, cada um possui as mesmas unidades funcionais. Cada unidade é responsável por desem- penhar um papel particular, e todas trabalham em conjunto para realizar os algoritmos contidos no programa. A função de um computador é resolver problemas por meio de tare- fas, que podem ser executadas utilizando uma sequência ordenada de 101Arquitetura de computador – hardware M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. instruções de máquina. Uma instrução define como será a atividade do processador para executar uma tarefa, por exemplo, somar dois núme- ros inteiros. O processador, como o próprio nome sugere, é o componente res- ponsável pelo processamento de instruções e de dados para que o computador execute as tarefas. Assim, não é raro encontrar em algu- mas literaturas a associação do processador com o cérebro humano. O processador pode ser dividido em três partes (TANENBAUM, 2011): • Unidade lógica e aritmética (ULA): a unidade lógica e aritmética realiza operações lógicas e aritméticas, tais como: operações de adição, subtração e operações booleanas (AND, OR, XOR, NOT, entre outras). UAL ou ALU (unidade aritmética e lógica) são siglas que fazem referência à unidade lógica e aritmética. • Unidade de controle (UC): a unidade de controle trata da execu- ção de qualquer instrução dentro de um processador. É a unidade de controle que determina o que tem que ser feito em cada instan- te, para execução de uma instrução. Podemos citar uma maneira de operação da unidade de controle, como a que faz a operação de inclusão de dados em um registrador, ou seja, a ULA retira esse dado do barramento e carrega-o em seus processos. • Registradores: podemos relacionar os registradores como pe- quenas memórias disponibilizadas internamente nos processa- dores. A principal função é armazenar os dados que estão sendo processados em um determinado momento e guardar informa- ções importantes para a execução de uma instrução. Citaremos dois tipos de registradores: ◦ Registradores de propósitos gerais para armazenar dados. ◦ Registradores específicos que podem armazenar as informa- ções necessárias para a execução de uma instrução e que, normalmente, são gerenciados pela UC. 102 Conceitos de computação I Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Figura 1 – Organização interna de um processador A unidade central de processamento (central processing unit – CPU) fica localizada na placa-mãe do computador, conforme ilustra a figura 2, e ela pode ser retirada e trocada por outra se demonstrar problemas. Segundo Stallings (2009), a CPU é responsável por controlar as opera- ções do computador e realizar as funções de processamento de dados como cálculos e operações lógicas. Ela também é conhecida pelo nome de processador. Figura 2 – Processador ULA UC Registradores Processador 103Arquitetura de computador – hardware M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Para entendermos melhor o funcionamento da CPU, a figura 3 ilus- tra as cinco partes principais de um computador digital e as interações entre elas (fluxo de dados e informações e dos sinais de controle e de temporização) (TOCCI; WIDMER; MOSS, 2011). Figura 3 – Partes principais de um computador digital Fonte: adaptado de Tocci, Widmer e Moss (2011, p. 18). Como apresentado na figura 3, a unidade lógica e aritmética e a uni- dade de controle são quase sempre consideradas uma unidade central de processamento. Segundo Tanenbaum (2011), a CPU é composta de um circuito de busca e decodificação (interpretação) de instruções, para o controle e a realização de várias operações determinadas pelas instruções. De acordo com Tanenbaum (2011), estas são as principais funções de cada unidade: • Unidade de entrada: por meio dessa unidade, um conjunto de instruções e dados é introduzido na unidade de memória do sis- tema computacional do computador para ser armazenado até o momento da utilização. ULA UC Saída CPU Entrada Memória Sinais de controle: Dados/informação: 104 Conceitos de computação I Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . • Unidade de memória: a unidade de memória opera de forma a armazenar as instruções e os dados recebidos da unidade de en- trada. Ela armazena o resultado de operações aritméticas, recebi- das da unidade aritmética, e também fornece informações para a unidade de saída. • Unidade de controle: a unidade de controle tem o papel de buscar instruções contidas na memóriae interpretá-las. Depois disso, envia sinais para outras unidades, conforme as instruções espe- cíficas a serem executadas. • Unidade lógica e aritmética: todos os cálculos aritméticos e opera- ções lógicas são realizados nesta unidade. Seus resultados podem ser emitidos para serem armazenados na unidade de memória. • Unidade de saída: a principal tarefa da unidade de saída é receber os dados de memória e imprimi-los, ou apresentá-los, de modo que seja possível operá-los ou processá-los, como no caso de um computador de controle de processos. 2 Memória Quando a saída de um circuito volta ao estado normal, depois de ter recebido um sinal de entrada e este ser removido, pode-se concluir que esse circuito não apresenta a propriedade de memória. Os estudos com circuitos digitais mostram que certos tipos de dispositivos e circuitos possuem memória. Ao trabalhar com esses dispositivos, quando uma entrada é aplicada em um circuito desse tipo, a saída altera seu estado, porém, ela se mantém no novo estado ainda que o sinal de entrada seja removido em seguida. Essa característica de retenção da resposta a uma entrada momentânea é denominada “memória” (TOCCI; WIDMER; MOSS, 2011). A figura 4 ilustra as operações com e sem memória. 105Arquitetura de computador – hardware M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Figura 4 – Funcionamento da memória Fonte: adaptado de Tocci, Widmer e Moss (2011, p. 17). De acordo com Tocci, Widmer e Moss (2011), os sistemas digitais são constituídos de dispositivos e circuitos de memória e fornecem um meio de armazenamento, de forma temporária ou permanente, de nú- meros binários, com a capacidade de alterar, a qualquer momento, a in- formação contida. Os elementos de memória podem incluir tipos mag- néticos, ópticos e aqueles que utilizam circuitos de retenção (latches e flip-flops) (TOCCI; WIDMER; MOSS, 2011). Embora o conceito de memória seja aparentemente simples, ela apresenta características mais complexas em relação ao tipo, à tecno- logia, à organização, ao desempenho e ao custo do que qualquer outro recurso de um sistema de computação. Um sistema de computação normalmente apresenta uma hierarquia de subsistemas composta de memórias internas e externas. As memórias internas são acessíveis di- retamente pelo processador, já as memórias externas são acessadas pelo processador por meio de um módulo de entrada/saída (E/S). Segundo Tanenbaum (2011), no nível mais alto da hierarquia das memórias (nível mais próximo do processador), estão os registradores, em seguida, os níveis de memória cache e, na sequência, a memória principal, que é dinâmica, de acesso aleatório. Depois, temos as memó- rias externas, como um disco rígido fixo, e, em um nível abaixo, a mídia removível, como discos ópticos. Sem memória Com memória 106 Conceitos de computação I Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Uma particularidade dos processadores é que eles requerem uma memória local própria, na forma de registradores. Além disso, a parte da unidade de controle do processador também pode exigir sua própria memória interna. A memória cache é outra forma de memória interna. A memória externa consiste em dispositivos de armazenamento pe- riféricos, como disco e fita, que são acessíveis ao processador por meio de controladores de E/S. Uma característica da memória é a sua capacidade de armazena- mento. Stallings (2009) define que a memória interna é expressa em termos de bytes (1 byte = 8 bits) ou palavras em agrupamentos de bits. Os tamanhos comuns de palavra são 8, 16 e 32 bits. Um outro mecanismo fundamental está diretamente associado à transferência de dados na memória, também chamada de unidade de transferência. A unidade de transferência é igual ao número de linhas elétricas para dentro e para fora do módulo de memória. Isso é similar ao tamanho da palavra, que geralmente é maior, por exemplo, 64, 128 ou 256 bytes. Stallings (2009) define três conceitos associados à memória interna: • Palavra: o tamanho da palavra é geralmente igual ao número de bits usado para representar um número inteiro e o tamanho da instrução. No entanto, existem muitas exceções. Por exemplo, a arquitetura Intel x86 possui uma ampla variedade de tamanhos de instruções, expressos em múltiplos de bytes e em uma palavra de 32 bits. • Unidades endereçáveis: em alguns sistemas, a unidade endere- çável é a palavra. No entanto, o endereçamento, em muitos siste- mas, é no nível de bytes. De qualquer forma, a igualdade 2A = N significa que A é o tamanho de bit de um endereço e N é o número de unidades endereçáveis. 107Arquitetura de computador – hardware M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. • Unidade de transferência: para a memória principal, a unidade de transferência refere-se ao número de bits lidos ou gravados na me- mória ao mesmo tempo. A unidade de transferência não precisa ser a mesma que uma palavra ou uma unidade endereçável. Para memória externa, os conhecidos “blocos” são dados transferidos em grandes quantidades, maiores que o tamanho de uma palavra. As memórias podem ser classificadas em: • Memórias voláteis: sua característica principal é não manter os dados em seu interior após a falta de energia. Funcionam da mes- ma forma a memória cache, a memória registradora e a memória de acesso aleatório (RAM). • Memórias não voláteis: diferentemente das memórias voláteis, estas não perdem suas informações internas na ausência de energia. Podemos citar algumas memórias não voláteis, como memórias flash e disco rígido (HD). • Memória principal: sua função principal é armazenar as informa- ções necessárias para fornecer ao processador em um momento determinado. A memória principal, também conhecida por “me- mória RAM”, é capaz de fornecer um caminho para as memórias secundárias. • Memórias secundárias: também conhecidas como “memórias de armazenamento em massa”, são utilizadas para o armazena- mento de grande volume de dados de forma permanente. São do tipo não voláteis, mas, para que suas informações possam ser uti- lizadas, é necessário que sejam carregadas na memória principal, para que, então, sejam tratadas pelo processador. Podemos citar como memórias secundárias os discos rígidos, os discos ópticos (CDs, DVDs e Blu-Rays), os disquetes e as fitas magnéticas. 108 Conceitos de computação I Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . 3 Módulo de entrada/saída (E/S) ou input/ output (I/O) Uma arquitetura de entrada/saída (E/S) ou input/output (I/O) do sis- tema de computação consiste em uma interface com o mundo exterior. Essa arquitetura oferece um meio sistemático de controlar a interação com o mundo exterior e fornece ao sistema operacional as informa- ções de que precisa para gerenciar a atividade de E/S de modo eficaz (STALLINGS, 2009). Podemos descrever suscintamente que o módulo de E/S é uma en- tidade de controle dentrodo computador responsável por gerenciar um ou mais dispositivos externos, de forma a realizar a transferência de dados entre esses dispositivos e a memória principal, bem como os registros da CPU. Sendo assim, o módulo de E/S é uma interface interna ao computador (da CPU e da memória principal) e uma interface exter- na para o computador se conectar aos dispositivos externos. A figura 5 ilustra as possíveis conexões de um módulo de E/S. Figura 5 – Módulo de entrada e saída (E/S) Fonte: adaptado de Stallings (2002, p. 74). Leitura Escrita Endereço Dados internos Dados externos Dados internos Dados externos Sinais de interrupção Módulo de E/S 109Arquitetura de computador – hardware M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. De acordo com Stallings (2009), existem três tipos principais de E/S: • E/S programada: funciona de forma que o programa tem o con- trole direto e contínuo das operações de E/S. • E/S controlada por interrupção: neste tipo, um programa emi- te um comando de E/S e, depois, continua a executar até que seja interrompido pelo hardware de E/S para sinalizar o final da operação de E/S. • Acesso direto à memória (direct memory access – DMA): no acesso DMA, o processador de E/S especializado controla a mo- vimentação de um grande volume de dados. Dois exemplos importantes de interfaces de E/S são o FireWire e o InfiniBand. A qualquer momento, a CPU pode se comunicar com um ou mais dispositivos externos sem aviso prévio, dependendo das necessi- dades de E/S. Os recursos como a memória principal e o barramento de sistema têm de ser divididos entre um certo número de atividades, incluindo o processamento de informação de E/S. Assim, a função im- portante de E/S é a inclusão de um temporizador para o controle do fluxo de tráfego entre os recursos internos e os dispositivos externos. As principais funções ou requisitos para um módulo de E/S são: • comunicação com a CPU; • temporização e controle; • comunicação com o dispositivo; • temporização dos dados; • detecção de erros. 4 Barramentos Segundo Tanenbaum (2011), o arranjo comum de um computa- dor pessoal é um gabinete de metal que contém uma grande placa de 110 Conceitos de computação I Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . circuito impresso na parte inferior, denominada “placa-mãe”. A placa- -mãe contém o chip da CPU, alguns encaixes para os módulos DIMM e vários chips de suporte. Contém também um barramento ao longo do comprimento e soquetes nos quais os conectores de borda das placas de E/S podem ser inseridos. A figura 6 apresenta a estrutura lógica de um computador pessoal simples. Esse computador tem um único barramento para conectar a CPU, a memória e os equipamentos de E/S; a maioria dos sistemas tem dois ou mais barramentos. Cada dispositivo de E/S consiste em duas partes: uma que contém grande parte da eletrônica, denominada “con- trolador”, e outra que contém o dispositivo de E/S em si, tal como um drive de disco. O controlador está, em geral, contido em uma placa que é ligada a um encaixe livre. Mesmo o monitor não sendo opcional, o controlador de vídeo às vezes está localizado em uma placa de encaixe (plug-in) para permitir que o usuário escolha entre placas com ou sem aceleradores gráficos, memória extra, e assim por diante. O controla- dor se conecta com seu dispositivo por um cabo ligado ao conector na parte de trás do gabinete. Figura 6 – Estrutura lógica de um computador pessoal Fonte: adaptado de Tanenbaum (2011, p. 14). Segundo Tanenbaum (2011), um controlador tem a função de con- trolar um dispositivo de E/S e manipular para que ele possa acessar o CPU Memória Controlador de vídeo Controlador de teclado Controlador de CD-ROM Controlador de disco rígido Barramento 111Arquitetura de computador – hardware M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. barramento. Por exemplo, quando um programa precisa acessar dados do disco, ele deve enviar um comando ao controlador de disco, que, então, emite comandos de busca e outros comandos para o drive. Uma vez localizados a trilha e o setor corretos, o drive começa a entregar dados ao controlador como um fluxo serial de bits. O controlador deve dividir o fluxo de bits em unidades e escrever cada uma delas na memó- ria, à medida que seja montada. Um controlador pode acessar diretamente dados da memória sem a ajuda da CPU. Para esse tipo de ação, dá-se o nome de DMA. Concluída a transferência, o controlador normalmente causa uma interrupção, forçando a CPU a suspender de imediato o programa em execução e começar a rodar um procedimento especial, denominado “rotina de in- terrupção”, para verificar erros, executar qualquer ação especial neces- sária e informar ao sistema operacional que a E/S agora está concluída. Quando a rotina de interrupção conclui sua tarefa, a CPU continua com o programa que foi suspenso quando ocorreu a interrupção. O barra- mento não é usado apenas pelos controladores de E/S, mas também pela CPU para buscar instruções e dados. O que acontece se a CPU e um controlador de E/S quiserem usar barramento ao mesmo tempo? A resposta é que um chip, denominado “árbitro de barramento”, é responsável por alocar tempo no barramento, resolvendo, assim, esse impasse. Não obstante, a despeito da pressão do mercado para que nada mu- dasse, o antigo barramento era mesmo muito lento, portanto, era preciso fazer algo. Essa situação levou outras empresas a desenvolver máquinas com múltiplos barramentos, um dos quais era o antigo barramento ISA, ou seu sucessor compatível, o EISA (Extended ISA). Agora, o mais popular deles é o barramento PCI (Peripheral Component Interconnect – Interconexão de Componentes Periféricos). 112 Conceitos de computação I Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Esse barramento foi projetado pela Intel, mas a empresa decidiu passar todas as patentes para domínio público, a fim de incentivar toda a indús- tria (incluindo seus concorrentes) a adotá-lo. O barramento PCI pode ser usado em muitas configurações, mas a figura 7 apresenta uma confi- guração típica. Nesse caso, a CPU se comunica com um controlador de memória por meio de uma conexão dedicada, de alta velocidade. Figura 7 – Barramento PCI Fonte: adaptado de Stallings (2002, p. 77). O controlador se comunica diretamente com a memória e com o bar- ramento PCI, de modo que o tráfego CPU-memória não passa pelo bar- ramento PCI. Outros periféricos podem ser conectados diretamente ao barramento PCI. Os barramentos PCI trabalham com uma taxa de clock máxima de 66 MHz. Com 64 bits transferidos por ciclo, a taxa de dados é de 528 MB/s. Com uma taxa de clock de 8 GHz, até mesmo com trans- ferência serial, a taxa de dados do PCIe é de 1 GB/s. Além do mais, os dispositivos não estão limitados a um único par de fios para se comuni- carem com o complexo raiz ou com um switch. Um dispositivo pode teraté 32 pares de fios, chamados de lanes (pistas). Essas pistas não são síncronas, de modo que a distorção não é importante aqui. A maioria das PCIe PCIe PCIe Ponte para PCI PCIe PCIe CPU Memória Switch Complexo raiz PCIe Barramento PCI Porta 1 Porta 2 Porta 3 113Arquitetura de computador – hardware M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. placas-mãe tem um encaixe de 16 pistas para a placa gráfica, que, no PCIe 3.0, dará à placa gráfica uma largura de banda de 16 GB/s, cerca de trinta vezes mais rápido do que uma placa gráfica PCI pode oferecer. Considerações finais Neste capítulo, estudamos um pouco sobre o funcionamento de hardware nos computadores. Compreendemos que cada parte do projeto de hardware foi modularizada em: CPU, memória, barramento e módulo de E/S. Essa visão modularizada permite ao aluno conhecer a complexidade do desenvolvimento de hardware de um computador. Sendo assim, o sistema consiste em um conjunto de componentes e seus inter-relacionamentos. Referências STALLINGS, William. Arquitetura e organização de computadores. 5. ed. São Paulo: Pearson, 2002. STALLINGS, William. Arquitetura e organização de computadores. 8. ed. São Paulo: Pearson, 2009. TANENBAUM, Andrew S. Organização estruturada de computadores. 5. ed. São Paulo: Pearson, 2011. TOCCI, Ronald J.; WIDMER, Neal S.; MOSS, Gregory L. Sistemas digitais: princípios e aplicações. 11. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. 114 Conceitos de computação I Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .
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