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cad_C3_exercicios_3serie_3bim_2opcao_geografia

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GEOGRAFIA
C3_3S_LILAS_CONVENIO_GEOGRAFIA_KELI_2020.qxp 11/05/2020 08:43 Página I
C3_3S_LILAS_CONVENIO_GEOGRAFIA_KELI_2020.qxp 11/05/2020 08:43 Página II
– 1
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FRENTE 1Brasil
1. Características Gerais e Conceitos
A rede hidrográfica brasileira apresenta, de uma
maneira geral, as seguintes características:
• Drenagem exorreica, correndo direta ou indire -
tamente pa ra o Oceano Atlântico.
• Foz ou desembocadura em forma de estuá rio.
• Rios de planalto, com ele va do potencial
hidrelétrico (–+ 250.000.000 kW).
• Regime pluvial tropical aus tral com cheias de
verão e vazantes no inverno.
• Rios perenes predominan te men te.
2. Principais Bacias Hidrográficas e seus Manejos
Durante muitos anos, os estudiosos do litoral
brasileiro consideravam a presença de pouquíssimos rios
com foz em delta; a maioria deles seriam estuários, com
exceção dos deltas dos rios Parnaíba, Acaraú, Grande e
das Piranhas, todos com foz no Nordeste. Entre os
últimos, o professor Aziz N. Ab’Sáber, geógrafo brasileiro,
passou a considerar também os rios Araguari, no Amapá,
o já conhecido Rio Parnaíba, no Piauí; o São Francisco,
entre Sergipe e Alagoas; o Rio Jequitinhonha, no sul da
Bahia; o Rio Doce, no Espírito Santo, e o Rio Paraíba do
Sul, na região norte do Estado do Rio de Janeiro.
O professor Ab’Sáber discute sobre a ocupação dos
deltas desses rios, comentando o isolamento geográfico
do Rio Araguari, no Amapá; a beleza cênica do delta do
Rio Parnaíba, no Piauí, e da área mais intensamente
ocupada do Rio Paraíba do Sul, no Rio de Janeiro.
Bacias Amazônica
rio principal AMAZONAS
tipo de relevo
percorrido
planície
tipo de foz do 
rio principal
delta-estuário
regime fluvial
complexo (nival + pluvial Austral e
Boreal)
principais
afluentes
Negro, Japurá, Tapajós, Trombetas,
Jari
aproveitamento
econômico
navegação, pesca e produção de
energia
principais
hidrelétricas
São Félix, no rio Xingu; Curuá Una, no
rio Curuá Una; Balbina, no rio Uatumã
destaque para os fenômenos da Pororoca e 
das Terras Caídas
Bacias Tocantins
rio principal TOCANTINS
tipo de relevo
percorrido
planície / planalto
tipo de foz do 
rio principal
estuário
regime fluvial tropical austral
principais afluentes Araguaia
aproveitamento
econômico
navegação, pesca e 
produção de energia
principais
hidrelétricas
Tucuruí, no rio Tocantins
MÓDULOS 19 e 20 Hidrografia II
C3_3S_LILAS_CONVENIO_GEOGRAFIA_KELI_2020.qxp 11/05/2020 08:43 Página 1
2 –
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FIA
 
Bacias Parnaíba
rio principal PARNAÍBA
tipo de relevo
percorrido
planície / planalto
tipo de foz do
rio principal
delta
regime fluvial
tropical austral (irregular devido à
influência do semiárido)
principais afluentes Pati, Canindé, das Balsas
aproveitamento
econômico
navegação, irrigação e produção
de energia
principais
hidrelétricas
Boa Esperança, no rio Parnaíba
Bacias São Francisco
rio principal SÃO FRANCISCO
tipo de relevo
percorrido
planalto
tipo de foz do rio
principal
delta
regime fluvial tropical austral
principais afluentes Das Velhas, Paramirim
aproveitamento
econômico
navegação, irrigação e produção
de energia
principais hidrelétricas
Três Marias, Paulo Afonso, Sobra -
dinho e Itaparica
Bacias Paraná
rio principal PARANÁ
tipo de relevo
percorrido
planalto
tipo de foz do 
rio principal
estuário
regime fluvial tropical austral
principais
afluentes
Parnaíba e Grande (formadores) Tietê,
Paranapanema, Iguaçu
aproveitamen
to econômico
navegação, pesca e produção de
energia
principais
hidrelétricas
Itaipu e Complexo Urubupungá, rio
Paraná; Barra Bonita, Bariri, Ibitinga,
Promissão e Porto Primavera, no rio
Tietê; Xavantes; Jurumurim; Lucas
Nogueira Garcez, no rio
Paranapanema; Cachoeira Dourada,
Itumbiara e São Simão, no rio
Parnaíba; Furnas, Estreito água
Vermelha e Jaguara, no rio Grande.
Bacias Paraguai
rio principal PARAGUAI
tipo de relevo 
percorrido
planície
tipo de foz do 
rio principal
estuário
regime fluvial tropical austral
principais
afluentes
Taquari, Miranda, Perdido, Cuiabá,
Aquidauana
aproveitamento
econômico
navegação e pesca
C3_3S_LILAS_CONVENIO_GEOGRAFIA_KELI_2020.qxp 11/05/2020 08:43 Página 2
Bacias Uruguai
rio principal URUGUAI
tipo de relevo
percorrido
planície / planalto
tipo de foz do 
rio principal
estuário
regime fluvial tropical austral
principais afluentes
Canoas e Pelotas (formadores)
Ibicuí
aproveitamento
econômico
navegação e potencial para a
produção de energia
Bacias Costeira do Norte
rios principais OIAPOQUE, ARAGUARI
tipo de relevo percorrido planície
regime fluvial tropical austral
aproveitamento econômico navegação e pesca
Bacias Costeira do Nordeste Ocidental
rios principais
PINDARÉ, MEARIM, PERICU MÃ,
TURIAÇU, ITAPECURU
tipo de relevo
percorrido
planalto / planície
regime fluvial
tropical austral (irregular devido à
influên-cia do semiárido
aproveitament
o econômico
navegação, irrigação e pesca
Bacias Costeira do Nordeste Oriental
rios principais
ITACOLOMI, ACARAI, ARA -
CATIAÇU, JA QUA RI BE, PIRAN GI,
CURU, PA RAÍ BA, SERGIPE, MOS -
SO RÓ, AÇU, ITAPICURU, PARDO,
JEQUI TINHO NHA
tipo de relevo
percorrido
planalto / planície
regime fluvial
tropical austral (irregular devido à
influência do semiárido
aproveitamento
econômico
navegação, irrigação e pesca
Bacias Costeira do Sudeste
rios principais
DOCE, JACU, ITAPEMI RIM,
ITABAPOANA, PA RAÍ BA DO
SUL, GUAN DU, RIBEIRA DE
IGUAPE
tipo de relevo
percorrido
planalto / planície
regime fluvial tropical austral
principais
hidrelétricas
Nilo Peçanha, no 
rio Paraíba do Sul
aproveitamento
econômico
navegação, pesca e produção de
energia
Bacias Costeira do Sul
rios principais itajaí, jacuí, camaquã
tipo de relevo percorrido planalto / planície
regime fluvial subtropical austral
aproveitamento
econômico
navegação
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C3_3S_LILAS_CONVENIO_GEOGRAFIA_KELI_2020.qxp 11/05/2020 08:43 Página 3
MÓDULO 19
1. Sobre a Bacia do Paraná, quais afirmações estão corretas?
(0) É uma bacia típica de planalto, situada no Planal to Meridional (atual
Planaltos e Chapadas da Bacia do Rio Paraná).
(1) Destaca-se mais pela prática da navegação do que pela produção de
energia elétrica, já que a Usina de Itaipu ainda não entrou em fun cio -
na mento.
(2 A Usina Hidrelétrica de Itaipu localiza-se em Se te Quedas, na divisa
do Brasil com a Argentina.
(3) Os principais afluentes do Rio Paraná, no Brasil, são os da margem
direita: Tietê, Paranapanema e Iguaçu.
(4) O Rio Paraná nasce no Brasil e deságua no es tu ário do Prata,
banhando os seguintes países: Bra sil, Paraguai, Argentina e Uruguai.
(5) O maior complexo hidrelétrico atualmente em fun cionamento no
Brasil é Urubupungá, formado pe las usinas de Jupiá e Ilha Solteira,
situado no Rio Paraná.
RESOLUÇÃO:
0-V
1-F – É utilizada principalmente na produção de energia.
2-F – Localiza-se mais adiante na divisa do Brasil com o Para guai.
3-F – Margem esquerda.
4-F – Não banha o Uruguai, pois se transforma no Rio da Prata.
5-V – Itaipu é a maior hidrelétrica, Urubupungá o maior complexo
hidrelétrico.
2. (UNESP) – Considere este trecho do texto de Euclides da Cunha: ...
ele levava os sertanistas, sem uma remada, para o rio Grande e daí ao
Paraná e ao Paranaíba. Era a penetração em Minas, em Goiás, em Santa
Catarina, no Rio Grande do Sul, no Mato Grosso, no Brasil inteiro.
A seguir, observe o mapa.
Identifique o rio e a bacia hidrográfica a que o autor se refere na primeira
parte do texto. Qual é a denominação da bacia hidrográfica intern a cional
que permite que estas águas brasileiras cheguem ao Oceano Atlântico?
RESOLUÇÃO:
Trata-se do rio Tietê, que pertence à bacia do rio Paraná, cujas
águas fluem no sentido oeste e noroeste dirigindo-se depois,
através do rio Paraná, em direção ao sul. O rio Paraná formará, por
sua vez, ao confluir com o rio Uruguai, o rio da Prata, constituindo
assim a internacional bacia Platina que permite que as águas dessa
bacia fluam para o Oceano Atlântico.Deve-se chamar a atenção, contudo, ao erro geográfico cometido
por Euclides da Cunha, quando afirma que “sem uma remada” era
possível aos sertanistas alcançar, pelo rio Tietê, o rio Grande e,
depois, o Paraná e o Paranaíba. Trata-se de um erro, pois o rio Tietê,
que tem nascentes na Serra do Mar, atinge o rio Paraná a jusante
dos rios Paranaíba e Grande (que formam o Paraná), o que forçaria
os sertanistas a remarem contra o fluxo das águas. É o Tietê o
único rio que, nascendo na Serra do Mar, atinge o rio Paraná, já
que outros rios que chegam ao rio Grande e ao Paranaíba, como o
Sapucaí-Mirim, o Pardo (nascem na Serra da Mantiqueira) e o Turvo
(nasce no Planalto Ocidental Paulista) originam-se em outras
formações.
4 –
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3. (SANTA CASA-2018) – O Conselho Nacional de Recursos Hídricos
subdividiu o Brasil em doze regiões hidrográficas. A região que
apresenta área com cerca de 880 mil km2, pluviosidade média de 1 500
mm ao ano, regime fluvial tropical ao norte e temperado ao sul, além de
possuir rios de planalto utilizados para a geração de energia hidrelétrica,
denomina-se
a) Região Hidrográfica do Paraná.
b) Região Hidrográfica do Atlântico Leste.
c) Região Hidrográfica Amazônica.
d) Região Hidrográfica do Paraguai.
e) Região Hidrográfica do São Francisco.
RESOLUÇÃO:
A bacia a que se refere o texto é a do Rio Paraná, o que o candidato
pode perceber ao ler que o regime fluvial ao norte é tropical, que
corresponde ao trecho brasileiro e, ao sul, é temperado, que é o
trecho que atravessa a Argentina.
Resposta: A
4. (FUVEST) – Sendo, se diz, que minha terra representa o elevado
reservatório, a caixa-d’água, o coração branco, difluente, multivertente,
que desprende e deixa, para tantas direções, formadas em caudais, as
enormes vias – o São Francisco, o Paranaíba e o Grande que fazem o
Paraná, o Jequitinhonha, o Doce, os afluentes para o Paraíba, e ainda, –
e que, desde a meninice de seus olhos-d’água, da discrição de brejos e
minadouros, e desses monteses riachinhos com subterfúgios, Minas é
a doadora plácida. Sobre o que, em seu território, ela ajunta de tudo, os
extremos, delimita, aproxima, propõe transição, une ou mistura: no
clima, na flora, na fauna, nos costumes, na geografia, lá se dão encontro,
concordemente, as diferentes partes do Brasil. Seu orbe é uma pequena
síntese, uma encruzilhada; pois Minas Gerais é muitas. São, pelo
menos, várias Minas.
(J. Guimarães Rosa, Ave Palavra)
a) Por que o autor afirma que Minas Gerais é a “caixa-d’água” e a
“doadora plácida”? 
b) Escolha duas sub-regiões mineiras que apresentam semelhanças
naturais e econômicas com os respectivos Estados vizinhos.
RESOLUÇÃO:
a) O termo “caixa d’água” refere-se ao fato de que Minas Gerais,
por concentrar alguns dos trechos mais elevados dos planaltos
e serras do Atlântico Leste-Sudeste, constitui um nascedouro
de rios, um “divisor de águas”, o local onde tem início algumas
das mais importantes bacias hidrográficas do país. Já o termo
“doadora plácida” poderia ser analisado como sendo Minas o
nascedouro de grandes rios que se mostram pequenos quando
se originam, fluindo tenuemente até se ampliarem. Por outro
lado, poderíamos interpretar o termo entendendo Minas Gerais
como o provedor de águas do Nordeste, Sudeste e Centro-
Oeste, sem nada cobrar em troca.
b) Uma primeira região seria o norte de Minas que, geogra fi -
camente, se assemelha ao Sertão do Nordeste: clima semiárido,
depressões interplanálticas com a presença da caatinga e do
Rio São Francisco atravessando a região sem secar. Econo -
micamente, temos a criação extensiva e a lavoura irrigada de
frutas. Outra área que guarda semelhança com outras regiões
do país é o Triângulo Mineiro, que se assemelha ao sul de Goiás
(Vale do Paranaíba) e ao noroeste do Estado de São Paulo por
apresentar igualmente clima tropical, vegetação de cerrados e
matas ciliares e práticas agrícolas comerciais, como o cultivo
de cana-de-açúcar, arroz, soja e a criação extensiva de raças
bovi nas de alta qualidade.
5. (FUVEST) – Justifique a localização das usinas hi dro elétricas Henry
Borden I e II (Cubatão), desta can do o papel desempenhado pelos rios
Tietê e Pi nhei ros.
RESOLUÇÃO:
As represas Henry Borden I e II, instaladas na Baixada San tista
recebem água do Rio das Pedras, canalizado, que nasce na Represa
Billings. Os rios Tietê e Pinheiros, no Planalto, formam um
complexo cujo objetivo era manter operacional o nível da represa,
especialmente em épocas de estiagem.
6. (FUVEST) – Considerando os mapas, assinale a al ter nativa correta:
O potencial hidrelétrico brasileiro
a) está esgotado na Bacia do Paraná, localizada nu ma área de média
densidade demográfica.
b) está esgotado na Bacia do São Francisco, loca liza da numa área de
baixa densidade demográfica.
c) é pouco explorado na Bacia Leste, localizada nu ma área de baixa
densidade demográfica.
d) está esgotado na Bacia do Uruguai, localizada nu ma área de alta
densidade demográfica.
e) é pouco explorado na Bacia do Tocantins, loca liza da numa área de
baixa densidade demográfica.
Resposta: E
– 5
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7. (FUVEST-2018) – As figuras representam um mesmo evento
chuvoso em três bacias hidrográficas semelhantes e próximas, mas em
diferentes situações de cobertura vegetal e de uso da terra.
http:www.meted.ucar.edu/hydro/. Adaptado.
O gráfico representa o comportamento da vazão dos rios de cada uma
das três bacias, após esse mesmo evento chuvoso.
a) Identifique, na página de respostas, qual o número da bacia
hidrográfica que corresponde a cada uma das três curvas de
comportamento da vazão apresentadas no gráfico: Y, Z e W.
Y ________________________
Z ________________________
W ________________________
b) Analise e explique a seguinte afirmação, presente em estudos
recentes de avaliação do impacto humano em processos físicos da
superfície: A forma como utilizamos a superfície terrestre, por si só,
já se cons titui num quadro de mudança potencial para desen cadear
eventos extremos com efeitos indesejáveis. Cite um exemplo.
RESOLUÇÃO:
a) A relação gráfico/imagem é a seguinte: 
Imagem nº 1-Z; imagem nº 2-Y e imagem nº 3-W.
b) As alterações ambientais indesejadas se darão pelo próprio
desenvolvimento da humanidade e são conse quência de seu
crescimento numérico, espacial e tecnológico. É praticamente
impossível desenvolver-se e manter intactos os ambientes
naturais.
Assim, a drenagem de um terreno ou, mais pro priamente, o
comportamento do escoamento das águas superficiais reflete
fundamentalmente dois fatores: a topografia e a qualidade da
cobertura vegetal.
Nas áreas onde a cobertura vegetal é mais densa, o escoamento
é mais lento; inversamente, nas áreas com cobertura menos
densa ou desprovidas de cobertura vegetal, o escoamento é
mais rápido e, por extensão, mais intenso o processo de erosão.
Sendo assim, pode-se citar como exemplos: nas áreas urbanas
– onde o solo foi impermeabilizado e o escoamento superficial
otimizado – uma consequência indesejável é a ocorrência de
inun dações nos fundos de vales, e/ou os desliza mento de terra
e de rochas nas áreas mais íngre mes.
8. (FGV) – Em áreas urbanas, a ocupação de várzeas e planícies de
inundação natural dos cursos d’água e de áreas de en costa com
acentuado declive tem sido uma das prin cipais causas de desastres
naturais, ocasionando todos os anos a mortalidade e a morbidade a
milhares de vítimas, além de perdas econômicas em termos de
infraestrutura e edificações.
J. A. A. SILVA et al. O Código Florestal e a Ciência. 2011, p. 14.
Disponível em
http://www.sbpcnet.org.br/site/arquivos/codigo_florestal_e_a_ciencia.pdf.
Sobre esse tema, é correto afirmar:
a) A inundação das várzeas e das planícies são fenômenos que só
ocorrem em áreas urbanas.
b) Desastres naturais são aqueles que decorrem de dinâ micas da
natureza,sobre as quais os efeitos das ações antrópicas são
praticamente nulos.
c) Nas áreas urbanas, a impermeabilização das várzeas facilita a
ocorrência de inundações.
d) Mesmo sob condições climáticas extremas, não é possível a
ocorrência de deslizamentos de massa em encostas recobertas com
vegetação natural.
e) Os danos potenciais dos desastres naturais são menores em áreas
urbanas adensadas, nas quais a dinâmica da natureza já foi
sensivelmente alterada pela ação an trópica.
RESOLUÇÃO: 
As várzeas e planícies são áreas de inundação natural, estas por
sua vez, quando ocupadas e imper mea bi lizadas pelo advento da
urbanização, tornam-se ainda mais suscetíveis à ocorrência de
inundações, pro vocando grandes transtornos à população do meio
urbano. 
Resposta: C 
1 2
3
Comportamento da vazão dos três rios
tempo
fluxo
W
Y
Z
6 –
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MÓDULO 20
1. (BARRO BRANCO) – Leia o trecho do poema a seguir, de Silvana
Maria Nogueira Leite, para responder à questão.
O rio ---------- é uma riqueza
Nasce lá na Serra da Canastra
Corta serras, matas e vales.
Desenha o seu percurso na natureza.
Passa por aqui e banha nossa região
Serve ao povo sua água pura
Mata a sede e molha a agricultura
E ainda, faz caminho através da navegação.
É um rio que só traz alegrias
Para as famílias do sertão.
(http://educador.brasilescola.com. Adaptado)
Assinale a alternativa que identifica corretamente a bacia hidrográfica a
que a autora se refere, cujo rio principal deságua no Oceano Atlântico,
entre os Estados de Sergipe e Alagoas, e, apesar de seu pequeno
volume de água, é aproveitado para irrigação, navegação e produção de
energia.
a) Bacia do Atlântico Nordeste Oriental.
b) Bacia dos Rios Tocantis e Araguaia.
c) Bacia do Rio Parnaíba.
d) Bacia do Rio São Francisco.
e) Bacia do Atlântico Leste.
RESOLUÇÃO:
O rio São Francisco, conhecido como Rio da Unidade Nacional,
mantém a perenidade, mesmo atravessando uma das regiões mais
secas do Brasil, o sertão semiárido da Bahia. Reveste-se assim de
grande importância como fonte de abastecimento de água.
Desenvolvem-se, atualmente, junto a seu curso mé dio, obras de
transposição para abastecer alguns estados setentrionais a seu
vale. 
Resposta: D
2. (FUVEST) – O Rio São Francisco, no Brasil, e o Rio Nilo, na África,
apesar de suas diferenças de exten são, traçado e paisagens percorridas,
oferecem al gu mas sugestivas analogias geográficas. Isto ocor re por que
apresentam
a) trechos terminais em forma de estuário, situados em regiões
intertropicais secas, e nascentes em áreas equatoriais úmidas.
b) trechos terminais fertilíssimos, em forma de gran des deltas
intensivamente cultivados, situados em oce anos abertos.
c) médios e baixos cursos em zonas desérticas que se beneficiam com
a regularidade de suas cheias, obti das graças aos grandes represa -
men tos reali zados nos altos cursos.
d) longos cursos permanentes de direção sul-norte, cortando zonas de
climas quentes muito con tras tan tes, inclusive secos, alimentados
por cabe cei ras situadas em áreas úmidas.
e) cursos típicos de planaltos com climas tropicais de estações
alternadas, só atingindo cotas abai xo de 200 m em trechos bem
próximos da foz.
Resposta: D
3. (FUVEST) – Analise as características das bacias hidrográficas dos
rios São Francisco e Amazonas, relacionando-as ao
a) processo de povoamento.
b) desenvolvimento de atividades econômicas do se tor primário.
RESOLUÇÃO: 
a) O processo de povoamento dos dois rios apresenta peculia -
ridades: a Bacia Amazônica serviu realmente de eixo de povoa -
mento da Região Norte, já que as condições am bien tais da
floresta dificultavam a ocupação da hinterlândia. Assim, dá-se,
ao longo do rio, um processo sistemático de formação de
povoados, como Belém, Óbidos e San tarém, no Pará, e São
José do Rio Negro, hoje Manaus, no Amazonas. Já no Rio São
Francisco, ocorreu um processo diverso, pois o rio permitiu,
principal mente, a ocupação econômica da região. O São Fran -
cisco foi um local onde a população e o gado iam buscar a água,
preciosa, numa região semi árida. Esse rio serviu também às
funções de transporte, uma vez que é parcialmente navegável.
b) A Bacia Amazônica cumpre até hoje a função de via de
transporte, de modo que apresenta, junto ao seu vale, consi -
deráveis aglomerações urbanas. Quanto às atividades
econômicas primárias, temos a extração de madeira e cultivo
da juta e da malva. Uma importante atividade é constituída pela
extração mineral, com a retirada de estanho do Vale do Rio
Madeira e bauxita no Vale do Rio Trombetas, ambos afluentes
do Amazonas.
Junto ao Vale do Rio São Francisco, outras atividades ga nha -
ram vulto: a prática da pecuária, que remonta ao período
colonial, favorecida pela disponibilidade de água. Essa mesma
disponibilidade permite a prática da agricultura irrigada, que,
nos últimos anos, vem-se intensificando. Inves timentos têm
sido feitos na cultura de exportação de alta produ tividade, como
é o caso da uva, do melão e de outras frutas comerciais.
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4. (FATEC) – O rio São Francisco já perdeu 95% de matas ciliares no
alto curso, processo que vem se repetindo em todo o trajeto. O norte
mineiro foi incorporado à economia nos anos 60, ocasionando a retirada
de pelo menos 3/4 da vegetação regional. Depois de Três Marias (1960),
grandes reservatórios seccionaram o curso do "Velho Chico" nos anos
70, coincidindo com o crescimento da irrigação e o definhamento de
peixes. O polo agrícola do oeste baiano, assim como a siderurgia e a
produção de carvão vegetal em solo mineiro, contribuíram para perda de
cerrados e mata nativa. 
Entre os prováveis efeitos provocados pela situação descrita estão:
a) erosão das margens e assoreamento do leito do rio.
b) expansão de plantas exóticas e baixa produtivi dade agrícola. 
c) inundações no inverno e aprofundamento da calha do rio. 
d) fortes estiagens no verão e baixa produtividade agrícola.
e) erosão das margens e aprofundamento da calha do rio.
Resposta: A
5. (UNESP-2017)
TEXTO 1
A água sai de Cabrobó
Parnamirim, Salgueiro
Até Jati
Deixe o rio desaguar doutor
Pra acabar
Com o sofrimento daqui
O São Francisco
Com sua transposição
No meu Nordeste
O progresso vai chegar
[...]
Na contramão
O meu sertão não vai ficar
(Aracílio Araújo. “Deixe o rio desaguar”. www.letras.mus.br.)
TEXTO 2
Os vazanteiros, que fazem horticultura no leito dos rios que perdem
fluxo durante o ano, serão os primeiros a serem totalmente
prejudicados. Mas os técnicos insen síveis dirão com enfado: “a cultura
de vazante já era”, postergando a realocação dos heróis que abastecem
as feiras dos sertões. A eles se deve conceder a prioridade em relação
aos espaços irrigáveis a serem implantados com a transposição. De
imediato, porém, serão os proprietários absenteístas1 da beira alta e
colinas sertanejas que terão água disponível para o gado, o que agregará
ainda mais valor às suas terras.
(Aziz N. Ab’Sáber. “A quem serve a transposição das águas do São Francisco?”.
CartaCapital, 22.03.2011. Adaptado.)
1absenteísmo: sistema de exploração da terra em que o proprietário confia sua
administração a intermediários, empreiteiros, rendeiros ou feitores.
As perspectivas expressas nos textos 1 e 2 podem ser associadas,
respectivamente, aos seguintes impactos ambientais provenientes da
transposição das águas do Rio São Francisco:
a) dinamização da economia regional e especulação imobiliária em
áreas agricultáveis.
b) aumento da demanda por serviços de saúde e valorização de sítios
arqueológicos.
c) diminuição da recarga dos aquíferos e decréscimo da emigração da
região.
d) desmobilização da mão de obra e degradação de terras
potencialmente férteis.
e) redução da oferta hídrica e aumento do potencial energético na
hidrelétrica de Xingó.
RESOLUÇÃO:
Há questões complexas envoltas na transposiçãodo Rio São
Francisco. Em termos econômicos, os argumentos favoráveis estão
centrados fundamental mente na dinamização econômica das
regiões que serão beneficiadas com a transposição, especialmente
na atividade agrícola. Entre as diversas críticas a esse projeto,
destaca-se a especulação fundiária nas proximidades dos canais
de irrigação, o que pode agravar os conflitos fundiários e a
concentração de terra em uma região marcada por latifúndios.
Outra questão relevante é a diminuição no volume de água nas
hidroelétricas instaladas no médio e baixo Vale do Rio São
Francisco, como Paulo Afonso, Itaparica e Xingó.
Resposta: A
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6. (FUVEST-2016) – A exemplo de anos anteriores, 2015 foi marcado
por cheias do rio Negro, ocorrendo inundações em municípios do estado
do Amazonas. Observe, no gráfico abaixo, dados de três cheias
ocorridas no Porto de Manaus, em anos recentes. Observe também o
mapa da bacia hidrográfica amazônica.
Boletim nº 5. Serviço Geológico do Brasil (CPRM/ANA), 2014.
Adaptado.
a) Com base nos dados acima e em seus conhecimentos, explique qual
é a possível relação das cheias do rio Negro com seu regime de
alimentação e sua proximidade com o equador.
b) Considerando a localização de Manaus na bacia hidrográfica
amazônica, explique por que essa cidade sofre periodicamente
débitos fluviais excessivos.
RESOLUÇÃO:
a) O Rio Negro apresenta grande volume de águas em meados do
ano, com cheias nos meses de maio, junho e julho. Esse fato se
deve à localização de sua cabeceira e de alguns de seus
principais tributários, no Hemisfério Norte, apesar de o rio
percorrer boa parte de seu curso junto à linha do Equador, onde
as chuvas ocorrem ao longo de todo o ano.
b) Manaus se localiza na desembocadura do Rio Negro, local onde
ele apresenta seu máximo volu me, denotando sua enorme
dimensão e a cola boração dos inúmeros tributários de grande
porte que ele tem por afluentes. Além disso, Manaus se
encontra próxima à linha do Equador, onde as chuvas são
normalmente bastante volumosas, contribuindo também esse
fator para aumentar o volume das águas. 
7. (FGV) – A polêmica em torno da construção da usina de Belo Monte,
na Bacia do Rio Xingu, em sua parte paraense, já dura mais de 20 anos.
Entre muitas idas e vindas, a hidrelétrica de Belo Monte, hoje
considerada a maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC) do governo federal, vem sendo alvo de intensos debates na
região, desde 2009, quando foi apresentado o novo Estudo de Impacto
Ambiental (EIA), intensificando-se a partir de fevereiro de 2010, quando
o MMA concedeu a licença ambiental prévia para sua construção.
(Instituto Socioambiental, especial Belo Monte. (Disponível em:
<http://www.socioambiental.org/esp/bm/index.asp)>. 
Acessado em: 13 abr. 2010.)
Sobre essa polêmica, assinale a alternativa correta:
a) A Usina de Belo Monte foi projetada para suprir a demanda
energética do Pará, em expansão devido ao crescimento dos polos
mineral, metalúrgico e químico do estado.
b) A Usina de Belo Monte será construída nas proximi dades de Altamira
(PA) e seu entorno foi previamente desmatado, de forma a minimizar
o impacto ambiental do empreendimento.
c) A Usina de Belo Monte foi projetada para ser a terceira maior usina
hidrelétrica do mundo, com 11 mil MW de potência instalada; porém
a produção de energia deverá sofrer grandes oscilações, com picos
no período das chuvas.
d) As usinas hidrelétricas instaladas nos rios amazônicos, tais como o
Xingu, geram cerca de 30% da eletricidade transmitida pelo Sistema
Elétrico Nacional (SIN).
e) As comunidades locais, principalmente agricultores ribeirinhos e po -
vos indígenas, são majoritariamente favoráveis à usina, devido ao
seu potencial de geração de empregos e de crescimento econômico.
Resposta: B 
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8.
Fonte: Aneel, Furnas, Eletronorte, Itaipu Binacional, Chesf, Norte Energia,
Energia Sustentável e Santo Antonio Energia.
Tudo sobre a batalha de Belo Monte. Disponível em:
http://arte.folha.uol.com.br. Acesso em: 10 jan. 2014.
Comparando os dados das hidrelétricas, uma características territorial
positiva de Belo Monte é o(a)
a) reduzido espaço relativo inundado.
b) acentuado desnível do relevo local.
c) elevado índice de urbanização nacional.
d) presença dos grandes parques industriais.
e) proximidade de fronteiras internacionais estratégicas.
RESOLUÇÃO:
Ao comparamos os fatores elencados no ranking apresentado
verificamos que a área alagada pela usina hidrelétrica de Belo
Monte é relativamente pequena se considerarmos sua capacidade
de geração, uma vez que foi construída na modalidade fio d’água,
que não utiliza grandes reservatórios, reduzindo as barragens e a
dimensão dos alagamentos. A usina, cuja potência é de 11,2 mil
MW – a segunda maior do país, possui uma das menores áreas
alagadas entre as usinas destacadas – 0,5 mil km2.
Resposta: A
9. (FUVEST) – Anualmente, as principais bacias hidrográficas do
mundo fazem ingressar nos oceanos dezenas de bilhões de toneladas
de partículas sólidas removidas das áreas continentais, resultantes do
trabalho erosivo das águas correntes superficiais. Observe o mapa:
World Atlas of Geomorphic Features, 1980 e 
Milliman, J. D., 2011. Adaptado.
A bacia hidrográfica Ganges-Brahmaputra, se comparada à do
Amazonas, produz 3,4 vezes mais sedimentos por unidade de área,
tendo, aproximadamente, 1/4 da área de drenagem e 18% da vazão
média da bacia hidrográfica amazônica.
Comparando-se os dados acima apresentados, a posição geográfica e o
uso do solo nessas áreas, identifique um fator responsável pela
a) quantidade relativamente baixa da produção anual de sedimentos,
por unidade de área, da bacia hidrográfica amazônica. Explique;
b) elevada produção anual de sedimentos, por unidade de área, da bacia
hidrográfica Ganges-Brahmaputra. Explique.
RESOLUÇÃO:
a) A quantidade relativamente baixa da produção anual de sedi -
mentos, por unidade de área, da bacia hidrográfica amazônica,
se comparada ao montante produzido na bacia do Ganges-
Brahma putra, deve-se à prevalência da cobertura vegetal flores -
tal densa – Floresta Equatorial Amazônica – na maior parte
desta bacia e, secundariamente, pela menor torrencialidade dos
rios que a drenam. No ambiente amazônico, predominam terras
baixas – depressões e planícies – com pequena variação alti -
métrica. O Rio Amazonas – nível de base da rede hidrográfica
amazônica – entra no Brasil com altitude de aproximadamente
60 metros e percorre mais de 3.000 quilômetros em território
brasileiro. Essa característica faz com que os rios da bacia
amazônica, principalmente em seu médio e baixo curso, tenham
uma menor capacidade erosiva e de transporte de sedimentos. 
As chuvas abundantes que caem na região não se precipitam
diretamente sobre o solo – pois este é protegido pela floresta
densa – tendo impacto erosivo muito baixo. Além disso, o
volume d’água que se precipita sobre a bacia amazônica é, em
grande parte, absorvido pela vegetação. O escoamento
superficial e sub-superficial é pequeno se considerado o mon -
tante das chuvas.
O povoamento rarefeito na área da bacia ama zônica trouxe um
comprometimento relati va mente pequeno de sua cobertura
vegetal origi nal. As áreas amazônicas mais impactadas estão
na periferia do Domínio Amazônico, nas áreas de transição para
o Cerrado – savanas, mata de Cocais (palmáceas) ou Caatinga
(savana esté pica) –, mas estas praticamente não fazem parte da
bacia amazônica e nem sequer são drenadas pela rede
hidrográfica do Amazonas. 
b) Na bacia hidrográfica Ganges-Brahmaputra, a produção de
sedimentos, por unidade de área, é maior comparativamente à
da bacia amazônica, apesar de abranger área menor, porque se
trata de uma área de elevada densidade demográfica, habitada
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por mais de 400 milhões de pessoas. Na área desta bacia,
predomina a atividade agrícola, fundada em culturas tempo -
rárias que expõem os solos à ação das monções de verão – que
regem o período chuvoso. Soma-se a isso a torrencialidade dos
rios que drenam a região, sobretudo em seus médio-altos
cursos, que correspondem à encosta meridional da Cordilheira
do Himalaia, um obstáculo natural ao avanço dos ventos mon -
çônicos que provocam um volume de chuvas – con cen tradas no
verão – superior à média anual amazônica. O grande volume de
chuvas, a grande diferença altimétrica entre alto e baixo curso
do complexo Ganges-Brahmaputra e a pequena distância entre
suas nascentes e sua foz con tribuem para a maior produção e
o maior esco amento de sedimentos.
10. (UNESP) – Considere o mapa das bacias hidrográficas brasi leiras e
analise o gráfico das condições hídricas de uma dessas bacias.
(http://conjuntura.ana.gov.br. Adaptado.)
Considerando conhecimentos sobre a situação atual de uso, ocupação
demográfica, disponibilidade hídrica e degradação das bacias hidrográ -
ficas brasileiras, é correto afirmar que a bacia X se refere à
a) bacia do Paraguai. b) bacia Amazônica.
c) bacia Tocantins-Araguaia. d) bacia Atlântico Nordeste Oriental.
e) bacia do Uruguai.
RESOLUÇÃO: 
Grande parte dos rios formadores da Bacia Atlântico Nordeste
Oriental atravessa uma região semiárida, de baixos índices
pluviométricos, que torna a maioria dos rios temporários. Isso faz
com que a maior parte da bacia tenha situação hídrica muito crítica
ou preocupante, tendo em vista também o grau de utilização das
águas e também sua poluição.
Resposta: D
11.(MACKENZIE-SP)
Com base no mapa, analise as proposições a seguir:
I. O número 1 corresponde a maior Bacia Hidrográfica do mundo,
apresenta rios caudalosos e perenes, uma vez que o principal
deles é o Amazonas. Abriga, atualmente, no Rio Xingu, o processo
de instalação da usina hidrelétrica de Belo Monte.
II. O número 2 corresponde a Bacia Hidrográfica do Tocantins-
Araguaia. Possuindo geomorfologia plana, é totalmente navegável.
Atravessa regiões despo voadas representando, assim, importante
meio de transporte para as populações ribeirinhas. A usina
hidrelétrica de Paulo Afonso localiza-se no rio Tocantins
destacando-se como a segunda maior do país.
III. O número 3 corresponde a Bacia Hidrográfica do Paraná.
Concentrando o maior potencial hidrelétrico instalado do país, que
fornece energia elétrica para as Regiões Sudeste, Sul e parte do
Centro-Oeste. Ao longo de sua extensão encontra-se parte
importante da riqueza hídrica subterrânea do aquífero Guarani.
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas I está correta.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas II e III estão corretas.
d) Apenas I e III estão corretas.
e) I, II e III estão corretas.
RESOLUÇÃO: 
A única incorreta é a II, pois a bacia do Tocantins e do Araguaia não
é totalmente plana, e, além disso, Paulo Afonso é uma importante
usina localizada no Rio São Francisco. A usina de Tucuruí é a real
usina do Rio Tocantins.
Resposta: D
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Agricultura: Problemas e Análises, Impactos
Ambientais e Complexo Agroindustrial
MÓDULO 21
1. Importância
Histórica 
– até 1940 a agricultura era a principal fonte de renda do
Brasil. Durante praticamente três sé culos, o Brasil
produziu cana de açúcar e, por um século, café; só a partir
dos anos 40, diversificou sua produção.
– atualmente, a agricultura é responsável por cerca de
14% do PIB nacional.
– emprega cerca de 20% da mão de obra ativa do país.
– mostra uma relação cada vez mais intensa com a
atividade indus trial, passando a depender das ativi da des
urbanas. Pode-se mencionar, atualmente, a agroin dús tria,
na qual a indústria fornece insumos (má quinas, adubos,
irrigação) e o campo fornece matéria-prima.
2. Fatores Naturais
Relevo
Nosso relevo planáltico e ondu lado exige cuidados,
mas não chega a ser um empecilho à produção.
Clima
O clima tropical do Brasil faz que predominem cul tu -
ras como o café, a cana, o cacau, o milho ou o al go dão.
Mas a porção sul de nosso território, com cli mas sub -
tropicais, permite também culturas temperadas co mo o
trigo, a uva, a soja, entre outros. Além disso, com a
tropicaliza ção, alguns produtos, como a soja ou o trigo,
passam a ser cultivados em áreas tropicais. Maior
problema climático: os altos índices de chuva.
Solo
É a camada superficial da rocha que se decompôs
devido à ação do clima e das bactérias. Os solos férteis do
Brasil cobrem cerca de 4% do ter ritório nacio nal.
Os principais solos férteis do Bra sil são:
a) Massapé: surge no litoral orien tal do Nordeste,
resultado da de composição do calcário, de cor preta,
profundo, lixiviado, onde se cul tiva ca na desde o século
XVI;
b) Terra roxa: aparece no inte rior do Centro-Sul do
Brasil, resultado da decomposição do basal to. De cor
avermelhada, foi descoberto por plan tadores de café.
Atual men te, planta-se cana nes te solo;
c) Solo de várzea: surge em maior ou menor escala
junto aos rios, sendo formado por alu viões. De cor cinza ou
pre ta, é utilizado para cul turas adap tadas a am bientes
úmidos, como o arroz.
Problemas:
a) Erosão: destruição mecânica dos solos pela ação
das enxurradas, desde que estejam despro tegidos.
Anualmente, perdem-se toneladas de solos fér teis. Pode
provocar problemas como a voçoroca;
b) Lixiviação: empobrecimento do solo pela ação da
água que “lava” os nutrientes, carregando-os para as
camadas inferiores;
c) Laterização: formação de uma crosta no horizonte
superior do solo pelo acúmulo de óxidos de ferro e
alumínio, transportados para a su per fície pela evaporação.
Soluções:
a) Proteção: a prevenção é a me lhor atitude. Pro te -
gendo-se o solo pe la manutenção da cobertura vege tal
original, evita-se o problema. Po de-se lançar mão do
refloresta mento.
b) Curvas de nível: técnica de cultivo que segue as
curvas das mon tanhas, permitindo um me lhor escoa -
mento da água sem provocar erosão.
c) Terraceamento: em terrenos muito inclinados,
corta-se a monta nha em patamares para evitar a ero são.
d) Adubação: recolocação de nutrientes artificial -
mente para recu perar um solo lixiviado.
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1. (MACKENZIE) – A modernização e a mecanização do campo são
fatores irrefreáveis na agropecuária brasileira e causam:
a) o aumento de ofertas de emprego no setor agrário, estimulado pelo
atual modelo econômico agro-exportador.
b) a subordinação das atividades urbano-industriais às necessidades do
capital gerado pelo agronegócio.
c) o aumento da procura de ocupações no setor primário, já que
intensificam as migrações intrarregionais.
d) a formação de um setor terciário hipertrofiado em áreas urbanas,
resultantes da formação de um crescente exército de reservas de
desempregados.
e) a estagnação do fenômeno da metropolização, já que o setor agrário
passa a ser o destino de grandes investimentos.
Resposta: D
2. (FUVEST-2017) – Países europeus, como França e Alemanha, têm
valorizado, principalmente nas duas últimas décadas, o estabelecimento
da menor distância possível entre as áreas de produção agrícola e de
consumo, o que se denomina circuito curto. Na França, o circuito curto
é reconhecido por integrar, no máximo, um intermediário entre o
produtor e o consumidor, quando não se trata de venda direta. No Brasil,
ainda que não haja uma definição oficial, o circuito curto é identificado
pela proximidade entre produtor e consumidor.
Moacir R. Darolt et al. A diversidade dos circuitos curtos de alimentos
ecológicos: ensinamentos do caso brasileiro e francês. Agriculturas, v.10, n.2.
Adaptado.
Considere a definição apresentada e analise as três afirmações:
I. A proximidade entre área de produção agrícola e de consumo pode
contribuir para a redução daemissão de CO2.
II. O objetivo fundamental do circuito curto é a ampliação da
lucratividade das grandes indústrias alimentícias, com ganhos
advindos da redução dos custos de transporte.
III. Com o circuito curto, são geradas novas relações sociais, pelas quais
se pode atingir o preço justo das mercadorias, tanto para o
consumidor como para o produtor.
Está correto apenas o que se afirma em
a) I. b) II. c) I e II.
d) II e III. e) I e III.
RESOLUÇÃO:
O circuito curto da agricultura refere-se à produção destinada ao
abastecimento de áreas próximas, favorecendo, em geral, os
pequenos produtores, além de implicar redução das emissões de
CO2 por proporcionar encurtamento das distâncias percor ridas,
criando novas relações sociais e contribuindo para preços mais
justos.
Resposta: E
3. (FUVEST-2018) – A expansão da agropecuária capitalista, no Brasil,
referenciada no modelo agroexportador, se consolida territorialmente
no que denominamos de Polígono do Agro-hidronegócio, a contar com
o Oeste de São Paulo, Leste do Mato Grosso do Sul, Noroeste do
Paraná, Triângulo Mineiro e Sul-Sudoeste de Goiás. Está-se diante de
80% das plantações de cana-de-açúcar, também de concentração das
plantas agroprocessadoras, de produção de álcool e de açúcar do país,
bem como de 30% das terras com soja e locais onde se registram os
maiores avanços em termos de área com plantações de eucaliptos (...).
Antonio Thomaz Júnior, O Agro-hidronegócio no centro das disputas
territoriais e de classe no Brasil do século XXI, 
CAMPO-TERRITÓRIO: revista de geografia agrária, v.5, n.10, p.92,
ago. 2010. Adaptado.
a) Indique duas características que definem o agro-hidro negócio no
referido Polígono.
b) Apresente duas justificativas para a elevada concen tração da
produção de cana-de-açúcar brasileira nesta região.
RESOLUÇÃO:
a) O agro-hidronegócio é uma modalidade da agricultura empresarial
que se diferencia pela apro priação de recursos hídricos, visando
transformá-los em produtos interessantes ao mercado. 
Por ser a água um insumo estratégico para esta modalidade de
agronegócio, seu aproveitamento exigiu o desenvolvimento
tecnológico, modernas técnicas de irrigação, e foi favorecido
pela abundância de recursos hídricos na área drenada pela rede
hidrográfica do Paraná, situada sobre o Aquífero Guarani.
b) O desenvolvimento do setor canavieiro nesta região deve-se à
presença de vastas áreas aplai nadas que favorecem a
mecanização, o clima – tropical – macrotérmico úmido com
chuvas sazo nais que determinam o ritmo do ciclo hidro lógico,
grandes extensões de solos férteis ou facilmente adaptados às
demandas da agrope cuária moder na, a proximidade do
mercado consumidor, de corredores de exportação e também
por ser uma região muito bem servida por infraestrutura de
irrigação, transportes e de energia, além da concentração de
capitais e do desenvolvimento de tecnologia.
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4. Tanto potencial poderia ter ficado pelo caminho, se não
fosse o reforço em tecnologia que um gaúcho buscou.
Há pouco mais de oito anos, ele usava o bico da botina
para cavoucar a terra e descobrir o nível de umidade do solo, na tentativa
de saber o momento ideal para acionar os pivôs de irrigação. Até que
conheceu uma estação meteorológica que, instalada na propriedade,
ajuda a determinar a quantidade de água de que a planta necessita.
Assim, quando inicia um plantio, o agricultor já entra no site do sistema
e cadastra a área, o pivô, a cultura, o sistema de plantio, o espaçamento
entre linhas e o número de plantas, para então receber recomendações
diretamente dos técnicos da universidade. 
(CAETANO. M. O valor de cada gota. Globo Rural. 
n. 312. out. 2011. )
A implementação das tecnologias mencionadas no texto garante o
avanço do processo de 
a) monitoramento da produção. 
b) valorização do preço da terra. 
c) correção dos fatores climáticos. 
d) divisão de tarefas na propriedade. 
e) estabilização da fertilidade do solo. 
RESOLUÇÃO:
A tecnologia hoje disponível permite aos agricultores um moni -
toramento cada vez maior da produção agrícola, tornando a
atividade cada vez mais independente das variações ambientais.
Resposta: A
5. Identifique os conceitos abaixo:
a) Empobrecimento do solo agrícola por efeito de dissolução de seus
elementos nutritivos pela ação das enxurradas. .................................
b) Processo empobrecedor do solo, característico das regiões
intertropicais de clima úmido, esta ção chuvosa e seca alternada, que
promove a formação de uma crosta ferruginosa, no horizonte
superior do solo. .................................................................................
RESOLUÇÃO:
Identificação de alguns problemas relacionados aos solos no Brasil.
a) LIXIVIAÇÃO
b) LATERIZAÇÃO
6. (FUVEST) – As rochas mesozoicas da bacia sedimentar do Paraná
ocu pam extensas áreas na Região Sudeste. Em es pe cial, sobre os
............., a pedogênese deu ori gem a so los com boa fertilidade natural.
Com o avanço da cul tura ................, acelerou-se a devastação das flores -
tas primárias. Atualmente, os maiores pro du to res dessa cultura são os
Estados de ........................... e ............................. . 
Que alternativa completa, na sequência correta, as la cu nas do texto?
a) derrames basálticos / cafeeira / Minas Gerais e Es pí rito Santo.
b) derrames basálticos / cafeeira / Minas Gerais e Rio de Janeiro.
c) depósitos eólicos / canavieira / Rio de Janeiro e São Paulo.
d) depósitos eólicos / canavieira / Minas Gerais e Es pí r ito Santo.
e) depósitos aluviais / cafeeira / Rio de Janeiro e São Pau lo.
Resposta: A
7. (VUNESP) – Originário da decomposição do calcário e do gnaisse,
com elevado teor de material orgânico, é solo de cor negra ou cinza-
escuro, propício ao cultivo da cana-de-açúcar, além do fumo, milho e
cacau. Assinale a alternativa que indica o tipo de solo descrito e a sua
área de ocorrência no Brasil.
a) Terra roxa, sul da Região Sul.
b) Massapé, porção oriental da Região Nordeste.
c) Arenoso, porção oriental da Região Norte.
d) Lixiviado, norte da Região Centro-Oeste.
e) Argiloso, sul da Região Sudeste.
Resposta: B 
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8. (FUVEST) – Aponte e analise duas causas para a elevada perda de
solo em ambientes agrícolas no mundo tropical úmido.
RESOLUÇÃO: 
A faixa de clima tropical úmido no mundo atravessa a Amé ri ca do
Sul, África e Sudeste Asiático, onde as prá ti cas agrícolas, em geral,
não contam com uma infra es tru tura nem acompanha mento
técnico que possi bi li tem um uso racional do solo, bem como sua
preser va ção.
Em relação à natureza, podemos salientar as chuvas regulares e
torrenciais em locais onde não existe, ou foi removida, a cobertura
vegetal.
Do ponto de vista das relações de produção, podemos destacar as
técnicas de plantio rudimentar que, somadas a quei ma das e
lavouras em locais de declividade sem cui da dos com a topografia,
facilitam a ação erosiva com danificação do solo.
9. (UNICAMP-2019)
(Adaptado de Conjuntura de Recursos Hídricos no Brasil
2017: Relatório Pleno. Agência Nacional de Águas (ANA), p. 59.)
O gráfico acima apresenta a evolução da área irrigada nas cinco regiões
geográficas brasileiras. De acordo com a Agência Nacional de Águas
(ANA), a irrigação constitui atualmente o principal uso hídrico do país,
tanto no total de retirada (46,2%) quanto no de consumo (67,2%). Nas
regiões Sul e Nordeste, a incorporação de áreas irrigadas foi
especialmente importante no Rio Grande do Sul e no Semiárido,
respectivamente.
a) Indique a principal atividade agrícola irrigada no Rio Grande do Sul e
no Semiárido nordestino, respectivamente.
b) Aponte uma importante política governamental, adotada desde a
década de 1960, que se destina à expansão da modernização
agrícola brasileira. Do ponto de vista da estrutura fundiária, qual é a
principal característica das propriedadesque utilizam a irrigação no
Sudeste brasileiro?
RESOLUÇÃO:
a) Na área de agricultura irrigada no Rio Grande do Sul, destaca-
se a soja na Campanha Gaúcha; no Semiárido nordestino, o
maior destaque é a fruticultura, no Vale Médio do Rio São
Francisco.
b) Consoante ao processo mundial de modernização da agricultura
relacionado com a Revolução Verde, o Estado brasileiro, desde
a década de 1960, adotou o incentivo à expansão da fronteira
agrícola como política para o setor. Consequentemente a
agricultura moderna – voltada para a exportação e para atender
as demandas urbanas, além de incorporar cada vez mais
insumos modernos – expandiu-se espacialmente para novas
áreas em direção ao Centro-Oeste, à Amazônia e à porção
ocidental do Nordeste brasileiro. A criação do INCRA (Instituto
Nacional de Colonização e de Reforma Agrária), em 1970, a da
EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), além
dos órgãos de desenvolvimento regional como a SUDECO
(Superintendência para o Desenvolvimento do Centro- Oeste),
a SUDENE (Superintendência para o Desenvolvimento do
Nordeste), a SUDAM (Superintendência para o Desenvol -
vimento da Amazônia), complementam-se nos esforços estatais
para a modernização do setor agrícola brasileiro.
Na Região Sudeste, a maior parte das áreas irrigadas relaciona-
se com as grandes propriedades em que se desenvolve a
agricultura comercial, particularmente o cultivo da cana-de-
açúcar.
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10. O desgaste acelerado sempre existirá se o agricultor
não tiver o devido cuidado de combater as causas,
relacio nadas a vários processos, tais como:
empobrecimento químico e lixiviação provocados pelo esgotamento
causado pelas colheitas e pela lavagem vertical de nutrientes da água
que se infiltra no solo, bem como pela retirada de elementos nutritivos
com as colheitas. Os nutrientes retirados, quando não repostos, são
comumente substituídos por elementos tóxicos, como, por exemplo, o
alumínio.
LEPSCH, I. Formação e consumação dos solos.
São Paulo: Oficina de Textos, 2002 (adaptado).
A dinâmica ambiental exemplificada no texto gera a seguinte
consequência para o solo agricultável:
a) Elevação da acidez.
b) Ampliação da salinidade.
c) Formação de voçorocas.
d) Remoção da camada superior.
e) Intensificação do escoamento superficial. 
RESOLUÇÃO:
O texto descreve o processo agrícola de produção intensa sobre
os solos, que pode acarretar uma série de fenômenos
pedológicoas, principalmente o aumento da acidez. O uso de
técnicas agrícolas inadequadas, a dinâmica climática e as próprias
características dos solos podem agravar os problemas ambientais
demonstrados no texto.
Resposta: A
11.(UNICAMP-SP-2016) – A imagem abaixo mostra a prática de plantio
direto na palhada.
(http://aprendizruralbatatais2013mana.blogspot.com.br/2013/06/planti
o-direto.html.) 
Sobre esta prática, é correto afirmar:
a) É uma prática conservacionista, em que há a incor poração dos restos
vegetais de uma cultura no próximo plantio, procurando melhorar as
carac terís ticas químicas e físicas do solo.
b) É uma prática coservacionista, em que há a incor poração dos restos
vegetais de uma cultura no próximo plantio, procurando melhorar
unicamente as caracte rísticas químicas do solo.
c) É uma prática conservacionista, em que há a incor poração dos restos
vegetais de uma cultura no próximo plantio, procurando melhorar
unicamente as características físicas do solo.
d) Apesar de diminuir os processos erosivos provocados pelo
escoamento superificial da água, a prática não evita o uso de
queimadas esporádicas e não aumenta a fertilidade química do solo.
RESOLUÇÃO:
O plantio DIRETO constitui uma prática conser vacio nista, ou seja,
prática que visa à continuidade da produção consoante com a ideia
da susten tabilidade, pois protege o solo da ação das chuvas –
minimizando o impacto mecânico das precipitações pluviométricas
sobre a superfície, ao mesmo tempo em que permite a
incorporação de elementos nutritivos – decorrentes da
decomposição de restos de vegetais de safras anteriores às do
plantio superveniente.
Resposta: A
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1. A Distribuição das Terras no Brasil
No Brasil, há aproximadamente 6 milhões de proprie -
dades. Dessas, 51,3% ocu pam um total de 3,8% da área
agrícola disponível, em estabelecimentos co nhecidos
como minifúndios (proprie dades com área inferior ao
módulo rural, ou seja, incapazes de produzir seu sustento
e progresso socioeco nômico, geralmente com área
inferior a 10 ha). Por outro lado, há os latifún dios (pro prie -
dades 600 vezes maiores do que o módulo rural da região,
ou seja, com mais de 1.000 ha), que re presen tam apenas
1% das propriedades, mas que abrangem aproxi -
madamente 43% da área disponível.
Segundo o IBGE, estabeleci mento agropecuário é
todo terreno de área contínua, independente do tamanho
ou situação (urbana ou rural), formado de uma ou mais
parcelas, subordinado a um único produtor, onde se
processa uma explora ção agropecuária, ou seja: o cultivo
do solo com culturas perma nentes e temporá rias,
inclusive hor taliças e flores; a criação, recriação ou engor -
da de animais de grande e médio porte; a criação de
pequenos animais; a silvicultura ou o refloresta mento e a
extração de produtos vegetais.
Essa má distribuição de terras é acompanhada por um
processo de con centração ca da vez mais inten so, de vido
à me ca nização, à ex pulsão do peque no agricul tor e ao
avan ço das fren tes agrí colas. Isto fez sur gir figuras como:
a) o Sem-Terra, tam bém conhe cido como pos seiro,
que inva de pro prie dades com o objetivo de pro duzir, mes -
mo sem o título da terra. Há no Brasil, hoje, movi mentos
como o MST (Movimento dos Traba lhado res Sem-Terra), que
realizam inva sões para forçar o go verno a promover a
reforma agrá ria.
b) o Grileiro, aquele que falsifi ca títulos de pro prie -
dade e vende-os como se fossem autênticos.
Propriedades Rurais
A modernização da agricultura, nas últimas décadas,
implicou na agregação de maior tecnologia e menor
necessidade de novos espaços, embora a fronteira
agricola continue a se expandir. Se essa tendência
persistir – a do aumento da produtividade – o discurso
reformista, que questiona a estrutura agrária, sobretudo
fundiária perderá o sentido.
É verdade que o aumento da produtividade ocorre em
ritmo acelerado, e também que a agricultura adquire cada
vez mais caráter moderno e competitivo, mas ainda está
longe de predominar em todo o pais propriedades
produtivas, independente da dimensão, geradoras de
empregos diretos e indiretos. A estrutura agrária e
fundiária do jeito que ainda se apresenta é fonte de
problemas, no campo e nas cidades.
Distribuição de Terras
A questão fundiária no Brasil agravou-se com a
evolução da economia do país. Nos últimos 50 anos,
apesar do país ter se tornado urbano de forte inspiração
industrial, o campo ainda guarda resquícios de seu
período colonial.
A modernização da agricultura, a subordinação do
campo à cidade, a implantação e implementação da
agroindústria não solucionaram os graves problemas
sociais no campo relativos à má distribuição das terras.
Não era esse o objetivo da capitalização do campo. O
resultado é um número crescente de trabalhadores rurais
e desempregados sem acesso a terra.
1999 2000 2001 2002 2005 2009
455
226
157
112
173
204
INVASÕES DE TERRAS – 1999 A 2013
2010 2011 2012 2013
227
200 190
107
600
500
400
300
200
100
0
Agricultura: Estrutura Fundiária, 
Reforma Agrária e Movimentos Sociais no Campo
MÓDULO 22
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O surgimento de inúmeros movimentos de sem-terra, com destaque para o MST – Movimento dos Traba lhadores
Rurais Sem Terra, passaram a se cons tituir elemento de pressão sobre o governo e proprie tários.
A modernizaçãoda agricultura produtiva e compe titiva no plano internacional, não pode depender de políticas
demagógicas de distribuição fundiária, nem do redirecionamento da produção visando apenas à improdutiva geração de
itens de subsistência.
As invasões de terras têm-se sucedido nos últimos anos, aumen tando os conflitos e as mortes pelo Brasil afora.
A solução seria a reforma agrária, processo me diante o qual o governo desa propria ria as terras que não estivessem
sendo uti lizadas (ou fossem usadas pa ra a espe culação), dis tribuin do-as aos sem-terra, além de fornecer aju da para o
sucesso da reforma.
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A reforma agrária já vem sendo discutida desde o fim
da Segunda Guerra Mundial, de acordo com a seguinte
cronolo gia:
– anos 40 e 50: cria ção de comissões para o estu do
do caso, sem resultados palpáveis; 
– anos 60: primeiras tentativas feitas no governo de
João Goulart, abortadas pelo gol pe de 64; em outubro de
64, foi criado o INCRA, Instituto Na cional de Coloni za ção
e Reforma Agrá ria, órgão responsável pelo cadas tra -
mento das terras e aplicação do Estatuto da Terra. As -
sentou famí lias na Amazônia, mas teve atuação in ci piente
nos anos 70;
– anos 80: em 1985, foi criado o Ministéri o da Refor -
ma Agrária, com a obrigação de aplicar o PNRA, Plano
Nacional de Reforma Agrária;
 – 1988: a reforma agrária foi ins crita na Cons ti tuição,
cabendo ao gover no federal promovê-la; tal res ponsa -
bilidade ficou a cargo do Ministério da Agri cul tura.
INCRA – Metas de Assentamentos para 2010
Assentamento:
120 mil famílias
2. Sistemas Agrários
No Brasil, utilizam-se, de uma ma neira geral, três sis -
temas de produ ção, a saber:
Extensivo
Também conhecido como roça do, dispõe de grandes
exten sões de terra, que são subutilizadas, pequena inver -
são de capitais, mão de obra fa miliar, às vezes em
esquema de mu tirão, tecno logia rudi mentar e baixos
rendimentos, produ zindo para a subsistên cia ou espe cu -
lação; geral mente con siste em uma mono cultura (milho
ou mandioca). 
Sistema extensivo
– desflorestamento – coivara;
– esgotamento de solos;
– rotação de solos;
– pequeno rendimento;
– produção por homem;
– terra abundante.
Dentro do sistema extensivo, surge o termo “roça”
ou sistema itine rante, em que as técnicas utilizadas são
bastante rudimentares, com pouco ou nenhum adubo,
levando a terra ao esgotamento e, posterior mente, ao
abandono.
No Brasil, o sistema de roça é ain da encontrado, apre -
sen tando, como resultado, uma agricultura de baixos ren -
di mentos e produção irregular.
Intensivo
Trata-se da propriedade comer cial, próxima a gran des
centros, onde há disponibilidade de capitais, mas as
propriedades são pequenas. Utilizam-se de mão de obra
especiali zada e insu mos agríco las; as culturas são diver -
si ficadas (policul tura) e o rendimento é elevado, voltado
para o mercado urbano (consu mo direto ou in dustrial).
Sistema intensivo
– uso permanente do solo;
– rotação de cultivos;
– fertilizantes;
– seleção de sementes;
– seleção de espécies;
– mecanização;
– grande rendimento;
– produção por hectare;
– mão de obra abundante e qualificada;
– terra escassa.
Plantation
Introduzido no Brasil durante o perío do colonial.
Atualmente, é um sis tema que dispõe de grandes
proprie dades, nas melhores terras do País. Possui gran de
inversão de capi tais, o que permite a apli cação de tec -
nologia (insu mos e mecani zação); pode dispor de mão de
obra nume rosa (desde a mais humilde até a qua li ficada);
apre senta um elevado rendi mento e produz uma
monocul tura tropical (café, cacau, cana de açúcar etc.),
volta da para o mercado exterior ou industrial.
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Plantation
– domínio geográfico: áreas tro picais;
– monocultura;
– grandes estabelecimentos;
– capitais abundantes;
– mão de obra numerosa e barata;
– alto nível tecnológico;
– trabalho assalariado;
– aproveitamento agroindustrial da produção;
– cultivos destinados à exporta ção;
– grande rendimento.
3. Utilização das terras
Segundo o IBGE, as áreas dos esta belecimentos,
tendo como crité rio a sua ocupação, foram divididas nas
seguintes categorias:
Lavouras permanentes 
Compreendem a área plantada ou em preparo para o
plantio de cultu ras de longa duração, que após a colheita
não necessitem de novo plantio, produ zindo por vários
anos suces sivos.
Lavouras temporárias 
Abrangem as áreas plantadas ou em preparo para o
plantio de culturas de curta duração (via de regra, menor
que um ano) e que necessitem, geral mente, de novo
plantio após a colheita; incluíram-se tam bém nessa
categoria as áreas das plantas forra geiras desti nadas ao
corte.
Terras em descanso
Terras habitualmente utilizadas para o plantio de
lavouras temporá rias, que se encontram em descanso,
por prazo não superior a 4 anos em rela ção ao último ano
de sua utiliza ção.
Pastagens naturais
Cons ti tuídas pela áreas destina das ao pasto reio do
gado, sem terem sido formadas mediante o plantio, ainda
que tenham recebido algum trato.
Pastagens plantadas 
Abran gem as áreas destinadas ao pasto reio e forma -
das mediante plantio.
Matas naturais
Formadas pelas áreas de matas e florestas natu rais
utilizadas para extração de produ tos ou conservadas
como reser vas florestais.
Matas plantadas 
Com preen dem as áreas planta das ou em preparo
para o plantio de essên cias florestais, incluindo as áreas
ocupa das com viveiros de mudas dessas essên cias.
Terras produtivas não utilizadas
Constituídas pelas áreas que se prestam à formação
de cul turas, pastos ou matas e não estejam sendo usadas
para tais finalida des. Foram incluí das as terras não utiliza -
das por período superior a 4 anos.
Terras inaproveitáveis
Formadas por áreas imprestáveis para formação de
culturas, pastos e matas, tais como: areais, pântanos,
encostas íngre mes, pedreiras etc., e as formadas pelas
áreas ocupadas com estradas, caminhos, constru ções,
canais de irrigação, açudes etc.
IBGE – Censo Agropecuário 2006.
4. Exploração da terra
No Brasil, explora-se a terra de maneira direta e in di -
reta. Na ex ploração direta da terra, temos o pró prio
proprietário explorando a sua terra. Cerca de 60% das pro -
prie dades do Brasil são exploradas dessa maneira.
Na exploração indireta da terra, o proprietário ce de a
sua terra para outros explorarem. Surge, então, o
arrendatário, que paga uma ren da ao proprietário pela
utilização da terra. Ou então, o parceiro, que paga pelo
uso da terra com parte de sua produção. Estabelecem-
se, portan to, o meio (meeiro), o terço, o quarto, ou a
forma que o parceiro combinar com o produtor.
Quanto à utilização de mão de obra, nota-se no Brasil
o aumento do número de trabalhadores tempo rários,
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dentre os quais se destaca o “bóia-fria” ou volan te, que,
vivendo na periferia de pequenas e médias cidades, vai
trabalhar no campo me diante empreitadas. É um
trabalhador que é atingido pela meca nização do campo e
dificilmente é protegido pela lei.
IBGE – Censo Agropecuário 2006.
5. Pessoal Ocupado
Segundo o IBGE, distinguem-se cinco categorias:
Responsável e membros não remunerados da
família
O produtor ou o administrador responsável pela
direção do estabelecimento, recebendo quantia fixa ou
cota-parte da produção.
Empregados permanentes 
Pessoas contratadas para exe cução de tarefas per -
manentes ou de longa duração, mediante remuneração em
dinheiro ou em quantia fixa de produtos, inclusive os mem -
bros das famílias dos empregados permanen tes que efe ti va -
mente os auxiliam na execução de suas respectivas tarefas.
Empregados temporários
Pessoas contratadas para execu ção de tarefas
eventuais ou de curta duração, mediante remuneração
em dinheiro ou sua equivalência em produtos, inclusive
os membros das famíliasdesses empregados que os
auxiliam na execução de suas respectivas tarefas.
Parceiros
Pessoas direta mente subordina das ao responsável,
que executam tarefas mediante recebimento de uma
cota-parte da produção obtida com seu trabalho (meia,
terça, quarta etc.), e os seus familiares que os ajudam na
execu ção das suas tarefas.
Outra condição
Conside ram-se todas as pes soas cujo regime de
trabalho difere do regime dos grupos anteriores, tais
como: agregados, moradores etc.
IBGE – Censo Agropecuário 2006.
Área dos estabelecimentos rurais, segundo o
estrato de área – Brasil - 1985/2006
IBGE – Censo Agropecuário 1985/2006.
6. Conflitos Fundiários e Invasões de Terras
A estrutura fundiária desigual exclui um grande
contingente populacional do acesso a terra, com isso
intensificaram nos últimos anos os conflitos pela posse
da terra. As invasões de terra são instrumentos,
questionável, de pressão popular sobre as autoridades e
sobre os grandes proprietários improdutivos.
A Constituição de 1988 estabelece que são passíveis
de desapropriação as terras improdutivas, mas define o
que é produtividade. Esse impasse traz grande
insatisfação entre os sem-terras e intranquili dade entre
proprietários, inibindo investimentos, que podem refletir
positivamente na área social.
Estrato de
área
Área dos estabelecimentos rurais (ha)
1985 1996 2006
Total 374 924 421 353 611 246 329 941 393
Menos de 
10 ha
9 986 637 7 882 194 7 798 607
De 10 ha a me -
nos de 100 ha
69 565 161 62 693 585 62 893 091
De 100 ha a me-
 nos de 1000 ha
131 432 667 123 541 517 112 696 478
1 000 ha e
mais
163 940 667 159 493 949 146 553 218
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Os conflitos fundiários no campo, devido ao recru des -
cimento da violência, da organização dos sem-terra e da
iniciativa de defender a todo o custo a terra, por parte dos
grandes proprietários, têm aumentado o número de
mortes na zona rural. Por um lado, é verdade, algumas
invasões depredam o patrimônio de proprietários de
terras, mas o entendimento do problema fundiário como
caso de polícia está também longe dos verdadeiros
esforços para o entendimento, e ampliam o número de
óbitos no campo na luta por terra.
7. Agronegócio
É a agricultura comercial de grande escala, com
modernas propriedades, alta tecnologia e produção em
larga escala, geralmente voltada para a exportação.
O Brasil está entre os maiores competidores mundiais
em agronegócio. É o maior produtor mundial de café,
laranja e cana de açúcar. E é o maior exportador de carne
bovina do mundo.
O cultivo de lavouras de grãos aumentou mais de
50% no cerrado nos últimos cinco anos, por conta do
avanço do plantio nas pastagens degradadas e áreas
novas de cerrado. Esse aumento reflete uma das
principais transformações no campo nesta década, que é
o aumento da integração entre a criação de gado de corte
e o plantio de grãos. Este sistema reduz o custo de
manejo das duas ativi dades, além de aumentar a produti -
vidade. Ele utiliza a mesma área para a lavoura durante
três anos e depois a transfere por um ano para a
pastagem. Assim, um quarto da propriedade é destinado
à criação de gado e o restante ao plantio de lavouras. No
verão planta-se soja e algodão e no inverno, milho e aveia.
O sistema tem garantido boa produtividade.
Na agricultura de precisão utili zam-se informa ções
de satélites e com putação para aumentar a efi ciência no
controle de pragas e doen ças e no uso de máquinas. O
resul tado é uma elevada produti vidade.
Agronegócio
PIB 23,5%
Empregos 31%
Exportações 38%
Plano Agrícola 2009/2010 R$ 80 bilhões
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8. Agricultura Familiar
Caracterizada pelas pequenas pro priedades onde
trabalham famílias inteiras, com no máximo dois empre -
gados.
A agricultura familiar é a que mais cria empregos no
campo, 7 de cada 10, e é responsável, também, pela
maioria dos alimentos que abastecem a mesa do bra sileiro,
produzindo 84% da mandio ca, 67% do feijão, 54% do leite,
49% do mi lho, 40% de aves e ovos e 58% dos suínos.
PRONAF – o Programa Nacional de Fortalecimento à
Agricultura Fami liar possui diversos planos de crédito para
o pequeno agricultor. Esses créditos têm duas finalidades:
custeio e inves timento.
Os créditos de custeio são aqueles que se destinam
à compra de insumos, como adubos, sementes ou
serviços. Servem também para o plantio das lavouras ou
para a compra de rações para animais.
Os créditos para investimento são aqueles dirigidos à
compra de bens duráveis (tratores, máquinas e imple -
mentos) ou à realização de benfeitorias, como matrizes,
cercas, silos e estábulos.
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1. (UNICAMP-2018) – O gráfico a seguir mostra que o Brasil tem
registrado, nos últimos anos, crescimento da violência no campo.
Assinale a alternativa que indica corretamente o que vem motivando esse
fenômeno e em que região tem predominado esse tipo de ocorrência.
(Fonte: Centro de Documentação Dom Tomás Balduino – CPT.)
a) A expulsão de agricultores familiares pelo avanço das culturas da
cana-de-açúcar e do algodão tem gerado conflitos entre pequenos e
grandes proprietários de terra; região Centro-Oeste.
b) A fragmentação da propriedade em áreas de colonização dirigida e a
disputa pela posse da terra entre herdeiros vêm produzindo violência
agrária; região Norte.
c) A rivalidade entre trabalhadores rurais e criadores extensivos de gado
bovino no Pantanal e nas chapadas mato-grossenses tem resultado
em violência agrária; região Centro-Oeste.
d) A disputa pela terra envolvendo grileiros contra posseiros em áreas
de expansão de monocultivos e de projetos de exploração mineral e
madeireira tem gerado violência; região Norte.
RESOLUÇÃO:
O gráfico representa a evolução dos assassinatos de trabalhadores
rurais por conta da disputa de terras entre grileiros (grandes
proprietários de terra que burlam e fraudam documentos para
obtê-las) e posseiros (pequenos proprietários que utilizam a lei de
Usuca pião para obter a posse da terra). Esse processo ocorre
devido ao avanço da atividade agroextrativa no Centro-Oeste.
Resposta: D
2. (FUVEST) – “Evidentemente que hoje a reforma agrária que
sonhamos não é mais a reforma agrária clássica capitalista (...). Hoje, o
desenvolvi mento das forças produtivas na agricultura e na sociedade e
o modelo agrícola que foi adotado exigem o que chamamos de reforma
agrária de novo tipo (...) em que não é mais suficiente apenas dividir a
terra, lotear em parcelas e botar o pobre em cima e que se vire.
Cinquenta anos atrás, ele se viraria, mas hoje não consegue mais”.
João Pedro Stedile, um dos coordenadores nacionais do MST.
Entrevista à revista Caros Amigos, n. 18, p. 05, Set 2003.
Caracterize essa “reforma agrária de novo tipo” a que o texto se refere.
RESOLUÇÃO: 
A Nova Reforma Agrária envolve, além do simples assentamento,
toda uma política de incentivos e apoio oferecidos pelo governo
através de
• crédito concedido de acordo com categorias di men sionais das
propriedades e dos produtos;
• apoio tecnológico e acompanhamento agronômico;
• política de preços mínimos;
• programa de redistribuição de terras conforme a área e os
produtos a serem trabalhados;
• uma compatibilização entre a renda e as condições do agricultor
com a porcentagem do benefício a ser con cedido;
• manejo sustentável.
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3. (UNESP-2016) – A configuração da questão agrária brasileira 
(www.fct.unesp.br.Adaptado.)
1PEA: População Economicamente Ativa.
Considerando a questão agrária no Brasil, é correto afirmar que a lacuna
presente na legenda corresponde a áreas de
a) resgate e valorização de antigas práticas de cultivo.
b) concentração da violência contra trabalhadores rurais e camponeses.
c) cultivo experimental orgânico e sustentável.
d) reflorestamento e recuperação da biodiversidade.
e) implantação de núcleosurbanos planejados.
RESOLUÇÃO:
A região apresentada no mapa mostra uma extensa área do
território brasileiro onde se verifica a confluência de diversas
estradas que trazem dos mais diferentes pontos do Brasil fluxos
de migrantes que ali aportam, tentando o acesso a terras da região.
Incluem-se também grupos indígenas que, como os demais
elementos, entram em conflito com proprietários de terra da
região. Geralmente, nesses conflitos, os grupos menos favorecidos
levam a pior. 
Resposta: B
4. Com a Lei de Terras de 1850, o acesso à terra só
passou a ser possível por meio da compra com
pagamento em dinheiro. Isso limitava, ou mesmo
praticamente impedia, o acesso à terra para os trabalhadores escravos
que conquistavam a liberdade.
OLIVEIRA, A. U. Agricultura brasileira: transformações recentes. In: ROSS, J. L.
S. Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2009.
O fato legal evidenciado no texto acentuou o processo de
a) reforma agrária.
b) expansão mercantil.
c) concentração fundiária.
d) desruralização da elite.
e) mecanização da produção.
RESOLUÇÃO:
A referida lei tinha, dentre outros objetivos, a mudanda da posse
da terra como mercadoria. As terras improdutivas deveriam ser
devolvidas ao estado que, por sua vez, seriam leiloadas mediante
ao pagamento em dinheiro. Tais terras foram denominadas como
devolutas e dificultaram o acesso à terra para as classes de
trabalhadores no campo.
Resposta: C
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Texto para a questão 5.
Álcool, crescimento e pobreza
O lavrador de Ribeirão Preto recebe em média R$ 2,50 por
tonelada de cana cortada. Nos anos 80, esse trabalhador cortava
cinco toneladas de cana por dia. A mecanização da colheita o obrigou
a ser mais produtivo. O corta-cana derruba agora oito toneladas por
dia.
O trabalhador deve cortar a cana rente ao chão, encurvado. Usa
roupas mal-ajambradas, quentes, que lhe cobrem o corpo, para que
não seja lanhado pelas folhas da planta. O excesso de trabalho causa
a birola: tontura, desmaio, cãibra, convulsão. A fim de aguentar dores
e cansaço, toma drogas e soluções de glicose, quando não farinha
mesmo. Tem aumentado o número de mortes por exaustão nos
canaviais.
O setor da cana produz hoje uns 3,5% do PIB. Exporta 
US$ 8 bilhões. Gera toda a energia elétrica que consome e ainda vende
excedentes. A in dústria de São Paulo contrata cientistas e en ge nhei ros
para desenvolver máquinas e equi pamen tos mais eficientes para as
usinas de álcool. As pesquisas, privada e pública na área agrícola (cana,
laranja, eucalipto etc.), desenvolvem a bioquí mica e a genética no País.
(Folha de S.Paulo, 11/3/2007. Adaptado.)
5. (Adaptada) – Confrontando-se as informações do
texto com as da charge abaixo, conclui-se que
(Folha de S. Paulo, 25/3/2007)
a) a charge contradiz o texto ao mostrar que o Brasil possui tecnologia
avançada no setor agrícola.
b) a charge e o texto abordam, a respeito da cana-de-açúcar brasileira,
duas realidades distintas e sem relação entre si.
c) o texto e a charge consideram a agricultura brasileira avançada, do
ponto de vista tecnológico.
d) a charge mostra o cotidiano do trabalhador e o texto defende o fim
da mecanização da produção da cana-de-açúcar no setor sucro alco -
oleiro.
e) o texto mostra disparidade na agricultura brasileira, na qual con vivem
alta tecnologia e proporções precárias de trabalho, que a charge
preza.
RESOLUÇÃO: 
A situação retratada no texto e na figura mostra contra dições
típicas de um país capitalista subdesenvolvido, onde a alta
tecnologia, utilizada na agroindústria, con tras ta com a situação
deletéria na qual se explora a mão de obra.
Resposta: E
6. (FUVEST)
Os gráficos anteriores revelam
a) pequena quantidade de propriedades, com até 100 ha, ocupando a
maior parcela da área, o que significa uma distribuição desigual da
terra.
b) grande quantidade de propriedades, com mais de 1000 ha, cor -
respondendo à maior parcela da área ocupada, o que significa uma
distribuição equitativa da terra.
c) grande quantidade de propriedades, com até 100 ha, correspondendo
às menores parcelas da área ocupada, o que significa uma dis tri buição
desigual da terra.
d) pequena quantidade de propriedades, de 100 a 1000 ha, ocupando a
maior parcela da área, o que significa uma distribuição equitativa da
terra.
e) pequena quantidade de propriedades, com mais de 1000 ha, corres -
pondendo à menor parcela da área ocupada, o que significa uma
distribuição desigual da terra.
Resposta: C
– 25
G
EO
G
R
A
FI
A
 
C3_3S_LILAS_CONVENIO_GEOGRAFIA_KELI_2020.qxp 11/05/2020 08:43 Página 25
7. (MACKENZIE-2017) – A respeito das técnicas de cultivos e de
sistemas agrícolas praticados no mundo, marque (V) para verdadeiro e
(F) para falso.
( ) A Agricultura Itinerante representa um dos primeiros sistemas
praticados pelo homem. Nela, as técnicas estão ligadas à
derrubada de mata nativa com o objetivo de liberação do solo
para o cultivo, à queima para limpeza do terreno e é desprovida
de investimentos financeiros. Um exemplo desse tipo de
prática é a coivara.
( ) A Agricultura de Jardinagem surgiu nas regiões centrais da
Austrália e é um reflexo da adaptação dos povos às condições
naturais. Com a intensa sazonalidade das monções, caracteriza-
se por um tipo de cultivo onde a divisão do terreno em seções
viabiliza o cultivo da rizicultura de inundação. Essa prática
milenar coloca o país como maior produtor de grãos do mundo.
( ) A Agricultura Comercial é uma modalidade onde a produção se
faz em larga escala e é voltada para os mercados externo e
interno. Pode ser dividida em Intensiva ou Extensiva. A primeira
é praticada em pequenas propriedades com uso reduzido de
fertilizantes, defensivos químicos e baixos investimentos de
capitais e pesquisa científica. Já a segunda visa o mercado
externo e tem como base a mão de obra qualificada e uso de
alta tecnologia.
( ) A hidroponia e a Agricultura Orgânica são consideradas as
produções do futuro. A primeira é uma técnica que dispensa a
necessidade de solo. Os vegetais são cultivados em tubos onde
recebem uma solução rica em nutrientes e, assim, se
desenvolvem. A segunda consiste no uso de elementos
naturais para realização da produção, pois não são utilizados
defensivos químicos ou agrotóxicos. Valorizam a rotação de
culturas e o uso consciente dos recursos hídricos.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para
baixo.
a) F-V-V-F b) F-V-F-V c) V-F-F-V
d) V-V-V-V e) V-F-V-V
RESOLUÇÃO:
A segunda assertiva é falsa porque a jardinagem, embora
corretamente definida, não ocorre no interior da Austrália, em que
o clima é árido, mas sim no Sudeste Asiático, a exemplo da Índia,
em que o clima é definido pelo dinamismo das monções. A terceira
assertiva está incorreta, pois a agricultura extensiva é do tipo
familiar, contando com técnicas rudimentares e não se destina ao
mercado externo, ao contrário, costuma de stinar-se à subsistência.
Resposta: C
8. (UNESP-2018) – A Bayer se converteu, no dia 07.06.2018, em líder
mundial de sementes, fertilizantes e pesticidas – o grupo farmacêutico
e agroquímico alemão anunciou a compra da americana Monsanto. A
fusão deve criar uma empresa com o controle de mais de um quarto do
mercado mundial de sementes e pesticidas. Na resistência a esse tipo
de produção estão aqueles que empregam sementes crioulas,
diferentes daquelas que resultam de um processo caro e que só pode
ser feito em laboratório.
(Katarine Flor. www.brasildefato.com.br, 08.06.2018. Adaptado.)
a) O que são sementes “crioulas” e quem as utiliza?
b) Cite dois motivos pelos quais o agronegócio emprega sementes não
crioulas.
RESOLUÇÃO
a) As sementes crioulas são sementes tradicionais, ou seja, que
fazem sua mutação naturalmente, as quais são mantidas e
selecionadas por várias décadas pelos agricultores tradicionais
(agricultura familiar). Estas sementes, passadas de geração em
geração, são preservadas nos muitos bancos de sementes

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