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Direito Processual do Trabalho e a Seguridade Social (caderno)

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Direito Processual do Trabalho e a Seguridade Social
MASC (Meios Alternativos – ou Adequados de Solução de Conflitos)
As formas de solução de conflitos são distribuídas em três grupos:
1. Autodefesa
1. Autocomposição
1. Heterocomposição
	Autodefesa – denota o ato pelo qual alguém faz a defesa própria de seus direitos ou interesses. Atualmente, não pode mais ser reconhecida como forma de solução de conflito individual, porque caracteriza crime fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite (art. 345, CP)
	Em sede de direito do trabalho, um direito que ao empregado é dado exercer de ofício, desde eu com razoabilidade, é o de greve, previsto no art. 9º da CF/88 e regulamentado pela Lei nº 7.783/89.
	Autocomposição – é fundada no acordo de vontades, pressupondo pacificidade e liberdade. 
	A autocomposição (a qual, de resto, perdura residualmente no direito moderno): uma das partes em conflito, ou ambas, abrem mão do interesse ou de parte dele. São três as formas de autocomposição (as quais, de certa maneira, sobrevivem até hoje com referência aos interesses disponíveis): a) desistência (renúncia à pretensão); b) submissão (renúncia à resistência oferecida à pretensão); c) transação (concessões recíprocas). Todas essas soluções têm em comum a circunstância de serem parciais, no sentido de que dependem da vontade e da atividade de uma ou de ambas as partes envolvidas.
	No campo do direito individual do trabalho, não existe regulamentação para negociação direta entra as partes, porém nota-se que parte dos conflitos é resolvida dessa forma, resultando em alterações do contrato de trabalho.
	Heterocomposição – ao Estado cabe resolver e julgar os conflitos de interesses, (art. 5º, XXXV, CF/88), porém nada obsta que as partes elejam um terceiro, para que elabore uma decisão, visando à solução de conflito.
	Arbitragem – regulada pela Lei 9.307/96. 
	Art. 1º As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis.
	A arbitragem denota a solução de conflito mediante a decisão de um árbitro, que poderá ser um órgão ou pessoa. É uma decisão proferida por um terceiro que é aceito pelas partes como árbitro e que tem como escopo a composição de uma controvérsia. 
1. As partes escolhem o árbitro
1. Qualquer pessoa pode ser árbitro
1. Não precisa de formação em Direito para ser árbitro
1. O laudo arbitral tem força de título executivo judicial e sujeita-se à apreciação pelo judiciário apenas nos casos de nulidade previstos na lei.
1. É mais adequada para conflitos que necessitam de conhecimentos extremamente técnicos para a solução.
	Como forma de solução dos conflitos coletivos de trabalho, a arbitragem não é obrigatória e sim facultada às partes quando estiver frustada a negociação coletiva (art. 114, §1º, CF)
	Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.
	Denota uma forma de alternativa para se evitar a solução do conflito através do dissídio coletivo.
	Para conflitos coletivos de trabalho, a arbitragem tem previsão constitucional (art.114, §2º, CF) além de menção específica na lei de greve (art. 3 º, Lei 7.783/89) e na lei que disciplina a participação dos trabalhadores nos lucros e resultados (art. 4º, Lei 10.101/00).
	A arbitragem também vai ser admitida quando, nos contratos individuais de trabalho cuja remuneração seja superior a duas vezes o limite máximo estabelecido para os benefícios da previdência social, (art. 507-A, CLT)
	Art. 507-A. Nos contratos individuais de trabalho cuja remuneração seja superior a duas vezes o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social, poderá ser pactuada cláusula compromissória de arbitragem, desde que por iniciativa do empregado ou mediante a sua concordância expressa, nos termos previstos na  Lei no 9.307, de 23 de setembro de 1996.   
 
	Assim, o direito do trabalho não se coaduna com a Lei 9.307/96, não admitindo a arbitragem como mecanismo de solução dos conflitos individuais do trabalho.
	Mediação – é o método consensual de solução de conflitos, que visa a facilitação do diálogo entre as partes, para que melhor administrem seus problemas e consigam, por si só, alcançar uma solução. 
	A mediação é mais adequada para aqueles conflitos oriundos de relações continuadas ou cuja continuação seja importante, como as relações familiares, empresariais, trabalhistas ou de vizinhança, porque permitirá o restabelecimento ou aprimoramento das mesmas, 
	É o método mais indicado para esses casos porque possibilita a compreensão do conflito pelas partes, para que possam melhor administrá-lo e evitar novos desentendimentos no futuro.
	Na mediação, os conflitos só podem envolver direitos patrimoniais disponíveis ou relevantes indispensáveis. Isso porque apenas esses direitos podem ser objeto de acordo extra-judicial. Feito um acordo, este pode ou não ser homologado pelo judiciário, a critério das partes.
	Conciliação – o que se busca é um acordo, é o fim da controvérsia em si mesma através de concessões mútuas; Se não houver m acordo, a conciliação é considerada fracassada. 
	O conciliador pode sugerir às partes o que fazer, pode opinar sobre o caso, diferentemente do mediador, que visa a comunicação entre as partes, a facilitação de seu diálogo, sem sugerir a solução, para que possam sozinhas administrar seu conflito. 
	Uma mediação pode ser bem sucedida mesmo sem culminar em um acordo, bastando que tenha facilitado o diálogo entre as partes e despertado sua capacidade de entenderem-se sozinhas.
	Negociação – é a forma de solução de um litígio, em que as próprias partes resolvem-no sem a participação de um terceiro. 
	Jurisdição – é uma das “funções do Estado, mediante a qual este se substitui aos titulares dos interesses em conflito para, imparcialmente, buscar a pacificação do conflito que os envolve, com justiça. Essa pacificação é feita mediante a atuação da vontade do direito objetivo que rege o caso apresentado em concreto para ser solucionada; e o Estado desempenha essa função sempre mediante processo, seja expressando imperativamente o preceito (através de uma sentença de mérito), seja realizando no mundo das coisas o que o preceito estabelece (através da execução forçada)”.
	A jurisdição nos conflitos individuais de trabalho está garantida pelo direito de ação (art. 5º, XXXV, CF).
	Ou seja, a jurisdição é a função estatal que tem por escopo a atuação da vontade concreta da lei, mediante a substituição, pela atividade dos órgãos públicos, da atividade de particulares ou de outros órgãos públicos, quer para afirmar a existências da vontade da lei, quer para torna-la praticamente efetiva. É o poder que o Estado tem para resolver conflitos.
	A jurisdição trabalhista é exercida pelos órgãos (juízes e tribunais) da Justiça do Trabalho, sendo esta uma jurisdição especial (arts, 111 a 117, CF)
	Jurisdição VS Competência
	Competência é a fragmentação ou parcela da jurisdição. Temos dois tipos de competência:
1. Competência Absoluta – envolve a matéria (art. 114, CF), pessoas (quando se trata de direito do trabalho, não há pessoas) e a hierarquia e funcional.
1. Competência Relativa – territorial, local da prestação de serviços (art. 651, CLT)
	LIDE – é um conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida.
Direito Processual do Trabalho
	Processo = Ação
	Processo – é o instrumento do direito de ação; é abstrato e todos os direitos garantidos na norma.
	Ação – direito público, direito subjetivo, direito abstrato e direito fundamental; está relacionado ao poder que o Estado tem para resolver o conflito.
	O passo a passo do processo é o procedimento. É o conjunto de procedimento, ato a ato que vai dar o processo.
Conceito de Direito Processual do Trabalho
	É o ramo da ciência jurídica, constituído por um sistema de normas, princípios, regras e instituições próprias, que tem por objeto promover a pacificaçãojusta dos conflitos decorrentes das relações de emprego e de trabalho, bem como regular o funcionamento dos órgãos que compõem a Justiça do Trabalho.
	Autonomia do Direito Processual do Trabalho: Se, portanto, é constituído por um sistema de normas, princípios, regras e instituições próprias, é autônomo, pois esses elementos o diferenciam do DPC e do DPP.
	Fontes: são fontes do direito do trabalho:
1. As leis próprias do Direito Processual do Trabalho
1. As leis subsidiárias ao Direito Processual do Trabalho
1. A jurisprudência (inclusive súmulas, OJ, precedentes)
1. Os atos regimentais dos Tribunais (Os Tribunais expedem regimentos internos, de que é exemplo o regimento interno do TST; súmulas sobre diretrizes aplicáveis à questões processuais nos seus julgamentos, precedentes normativos com as normas e condições de trabalho que são acolhidas nos dissídios coletivos, instruções normativas a respeito de diversos temas processuais, como depósito recursal (IN 3/93), resoluções administrativas, como a que aprova redação da jurisprudência normativa sobre a ausência de negociação coletiva prévia em dissídios coletivos de natureza econômica (RA TST 1/93) e provimentos da corregedoria, por exemplo, sobre contribuições previdenciárias decorrentes das sentenças e acordos trabalhistas (PC 2/93).
Organização da Justiça do Trabalho
Arts. 92 e seguintes da CF
1. MPT (Ministério Público do Trabalho), não faz parte do judiciário; não é usual a justiça arbitral; o tribunal desportivo (justiça desportiva “não faz parte da organização judiciária”).
	No Estado de SP, temos o TRT da 2º Região (capital, litoral paulista e Grande SP) e o TRT 15º Campinas (interior do Estado de SP e o Litoral Norte)
Princípios Fundamentais de Direito Processual
	São princípios sobre os quais o sistema jurídico pode fazer opção, considerando aspectos políticos e ideológicos. Se tratando de princípios básicos de Direitos Humanos, são princípios informativos e, portanto, são praticamente incontroversos. 
1. Princípio da isonomia (ou da igualdade): art. 5º, caput, CF. Determina que todos são iguais perante a lei. Esta diretriz deve ser entendida no seu mais amplo sentido, de igualdade considerando as desigualdades, isto é, considerando-se a igualdade formal e a igualdade material (ou substancial). A lei determina que devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais. Tratar desigualmente os iguais é dar uma chance para todo mundo.
	No Direito Processual do Trabalho, deve considerar a desigualdade econômica das partes, por exemplo, ou mesmo a questão da inversão do ônus da prova.
1. Princípio do contraditório: art. 5º, LV, CF. Às partes é garantido o contraditório, ou seja, a bilateralidade da ação, uma via de mão dupla de que se aproveita o autor e o réu.
1. Princípio da ampla defesa: Art. 5º, LV, CF. Complementa o do contraditório, já que não de pode admitir a relação processual sem a presença do réu, pela citação.
1. Princípio da imparcialidade do Juiz: Já que o juiz aproxima para si a prestação jurisdicional. Ser imparcial não significa ser neutro, apenas deve o juiz, ao exercer a jurisdição, agir sem tendências que possam macular o devido processo legal, favorecendo uma ou outra parte. 
1. Princípio da Motivação das decisões: Constitui uma garantia constitucional para o cidadão, exposta no art. 93, IX da CF. Toda decisão deverá ser fundamentada, para evitar “achismos”. Do artigo decorre não só a obrigatoriedade de fundamentação das decisões, mas também a obrigatoriedade da publicidade dos julgamentos, salvo quando for contrário ao interesse público.
1. Princípio do devido processo legal: (Due processo oflaw) É o pai de todos os outros princípios processuais, caracterizado pelo trinômio (vida –propriedade – liberdade). É previsto no art. 5º, LIV da CF: Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.
1. Princípio do Juiz Natural: art. 5º, LIII, CF. Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente, ou seja, o juiz é o ente investido de função jurisdicional, afastando, assim, julgamentos por outro poder, bem como impedem tribunais de exceção.
	O primeiro requisito do juiz natural é a sua legitimidade, ou seja, órgão estatal investido de jurisdição conforme os ditames legais e constitucionais. Tal acolhimento tem-se dado na dúplice faceta da proibição a tribunais extraordinários ex post facto (proibição de comissão) e proibição de transferência de uma causa para outro tribunal (proibição de avocação).
1. Princípio do promotor natural: Tem o jurisdicionado o direito de ser processado e julgado por autoridade competente, com base no artigo 5º, XXXVI e LIII, 127 e 129, I da CF. Ou seja, não há como qualquer autoridade escolher o promotor, deve seguir a nomeação prevista pela lei, no sentido de ordem estabelecida previamente para a distribuição dos casos.
1. Princípio do Duplo Grau de Jurisdição: art. 5º, LV, da CF: “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”. Portanto, princípio constitucional. Outra linha de doutrina entende ser o duplo grau de jurisdição mera norma de organização judiciária, e não um princípio constitucional. Nos solidarizamos com a primeira posição, que considera o duplo grau princípio constitucional, como medida de justiça, já que os juízes são falhos e podem errar, mormente com a sobrecarga que têm no Brasil.
Justiça em Números
	Em praticamente todos os quesitos analisados, que vão do número de processos à taxa de recorribilidade, os números cresceram. O que significa, em linhas gerais, que o congestionamento no Judiciário continua com tendência de crescimento, apesar dos esforços para reduzi-lo.
	Uma das poucas taxas que registraram decréscimo foi justamente a de congestionamento, que indica a razão entre o número de sentenças proferidas e o número de processos. Esta taxa, um dos indicadores mais significativos para aferir o sufoco do Judiciário, baixou de 74,32 para 68,57. Significa que de cada 100 processos, 68 continuam sem solução.
	A carga de trabalho dos juízes também diminuiu. O número de processos que cada juiz recebeu para julgar em 2004 era, em média, de 4.187. Em 2005, este volume baixou para 4.087. Continua sendo uma quantidade exageradamente alta. Significa que se cada juiz trabalhasse os 365 dias de um ano, teria de apreciar e decidir 11 processos a cada dia.
	O dado mais inquietante, no entanto, é que estas alterações estatísticas são conseqüência direta do aumento do número de juízes e não simplesmente um aumento de eficiência da máquina de julgar processos. Segundo os dados do CNJ, o número de juízes e desembargadores aumentou em 655 de um ano para o outro. De 13.727 em 2004, passou para 14.382 em 2005.
	A taxa de recorribilidade, que mede a razão entre o número de decisões proferidas e o número de recursos apresentados também cresceu, passando de 13,5% em 2004 para 19,08% em 2005.
	Indicadores Estatísticos do Poder Judiciário
	 
	2004
	2005
	Processos novos
	20.415.109
	20.391.056
	Processos pendentes
	37.060.773
	38.387.825
	Total de processos
	57.475.882
	58.778.881
	Número de juízes
	13.727
	14.382
	Processos por juiz
	4.187
	4.087
	Taxa congestionamento
	74,32
	68,57
	Sentenças
	14.761.954
	18.476.422
	Processos julgados
	13.173.866
	14.462.057
	Recursos
	1.778.069
	2.759.629
	Taxa de recorribilidade
	13,50%
	19,08%
	Despesas (R$)
	   20.670.504.293 
	22.969.192.633
1. Princípio do acesso à Justiça (Princípio do acesso individual e coletivo à Justiça, ou inafastabilidade do controle constitucional ou Ubiqüidade ou Indeclinabilidade da Jurisdição): art. 5º, XXXV da CF. Se destina não só ao legislador, pois o comando constitucional atinge à todos indistintamente. Não se pode permitir obstaculizar ninguém do acesso ao poder judiciário. O acesso pode ser individual (individual ou plúrimo), coletivo (dissídio coletivo) ou meta individual (ação civil pública).
1. Princípio da razoabilidade da duraçãodo processo: EC 45/04, alterou o art. 5º, acrescentando o inciso LXXVIII.
Princípios Comuns ao Direito Processual Civil e ao Direito Processual do Trabalho
1. Princípio dispositivo ou da demanda ou da inércia da jurisdição: Trata da livre iniciativa da pessoa que se sente lesada ou ameaçada em razão de um bem juridicamente protegido de provocar a tutela jurisdicional, ou seja, o poder judiciário. (art. 2º CPC) Pode sofrer limitação quando o direito material perseguido é de natureza indisponível, ou seja, o interesse social prevalece sobre o interesse individual. Exceções do DPT: art. 39 da CLT (Ação que deve ser instaurada a pedido da DRT); art. 856 da CLT (instauração da instância pelo juiz do tribunal, nos casos de greve); art. 878 da CLT (execução de ofício pelo juiz, alterado pela reforma, “A execução será promovida pelas partes, permitida a execução de ofício pelo juiz ou pelo Presidente do Tribunal apenas nos casos em que as partes não estiverem representadas por advogado”). 
1. Princípio inquisitivo ou do impulso oficial: Art. 2º do CPC: O processo civil começa por iniciativa das partes, mas se desenvolve por impulso oficial, salvo exceções legais. Assim, distribuída a ação, o juiz, investido da jurisdição, passa a dar prosseguimento ao processo. (A parte, no entanto, deve seguir as ordens do juiz, no sentido de fazer aquilo que o juiz lhe ordena).
1. Princípio da instrumentalidade: O processo não é um fim em si mesmo, deve ser instrumento da Justiça. O processo serve como meio de atingir o direito material, e não o contrário. Por isso se diz que o processo é um instrumento, forma de atingir o direito material.
1. Princípio da impugnação especificada: Decorrente do princípio do contraditório. O Réu não pode fazer negativa geral do quanto foi apresentado pelo Autor, na inicial. Os fatos que não forem especificamente impugnados serão considerados como verdadeiros, com as exceções previstas em lei: a) se não for admissível, a seu respeito, a confissão (*art. 392 CPC), b) se a inicial não vier acompanhada de instrumento público, quando a lei o exigir, c) se estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.
	Jus postulandi: para alguns, este instituto afasta a aplicação do princípio no âmbito da Justiça do trabalho. Mas deve-se imaginar que a contradita é de ordem racional e lógica, não necessariamente técnica. Deve ser aplicado na Justiça do Trabalho com cautela.
1. Princípio da estabilidade da lide: Significa que os limites da demanda, estabelecidos pelo autor, só podem ser modificados sem a anuência do Réu se este ainda não foi citado, e, após a contestação, nem mesmo com a anuência do Réu, para que a lide seja estável e passível de julgamento adequado.
1. Princípio da Eventualidade: As partes devem alegar, na oportunidade própria prevista em lei, ou por ocasião da faculdade processual, todas as matérias de defesa ou de seu interesse. Esse princípio deve ser aplicado no DPT com razoabilidade e prudência.
1. Princípio da Preclusão: A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão. São exceções à regra nulidades que devam ser argüidas de ofício pelo juiz, ou quando a parte prova legítimo impedimento. (Art. 278 CPC). 
	No DPT, a regra está no art. 795 da CLT, mas, por ser a audiência una legalmente prevista no processo do trabalho, e, também, devido à inexistência de recurso próprio para atacar imediatamente as decisões interlocutórias, o prazo para a parte manifestar sua irresignação – o chamado protesto nos autos – pode ser feito até as razões finais.
1. Princípio da economia processual: Deve-se tentar obter o máximo de resultado com o mínimo de esforço e de gasto.
1. Princípio da perpetuatio jurisdictionis (perpetuação da competência): Art. 43 do CPC, onde a competência é fixada no momento em que a ação é proposta, sendo irrelevantes posteriores alterações de fato ou de direito ocorridas, salvo quando suprimirem o órgão judiciário, ou alterarem a competência, em razão da matéria ou hierarquia.
1. Princípio do ônus da prova: previsto no art. 818 da CLT: “o ônus da prova incumbe: I - ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II - ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do reclamante. Fato impeditivo: o réu admite o alegado pelo autor, mas opõe outro que impede o seu direito, ex.: Autor alega trabalhar aos domingos, a Ré concorda, mas aduz que ele folgava às segundas-feiras. Cabe à Ré comprovar essa folga às segundas. Fato extintivo: se opõe ao direito alegado de forma a causar-lhe a extinção, ex.: A Ré pagava os domingos trabalhados devidamente, e comprova com recibos assinados pelo Autor. Fato modificativo: A Ré nega os fatos alegados pelo Autor, mas aduz modificação capaz de obstaculizar o direito, ex.: no domingo o Autor praticava trabalho voluntário, era um dia em que a Ré distribuía alimentos para a população carente e participavam apenas os trabalhadores que quisessem, voluntariamente, ou seja, não era trabalho obrigatório, nem tinha caráter oneroso.
	Inversão do ônus da Prova: Art. 818 da CLT, § 1o  Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. §2o  A decisão referida no §1o deste artigo deverá ser proferida antes da abertura da instrução e, a requerimento da parte, implicará o adiamento da audiência e possibilitará provar os fatos por qualquer meio em direito admitido. §3o  A decisão referida no §1o deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil.
1. Princípio da oralidade: A eficácia do processo, bem como a efetividade da prestação jurisdicional, encontra forte aliado na discussão oral da prova. Se resume na primazia dos atos processuais orais, na frente do juiz, a fim de que ele possa averiguar a validade e a robustez da prova.
1. Princípio da imediatidade ou da imediação: Indica que o juiz é obrigado ao contato direto com as partes e com a prova testemunhal ou pericial, ou mesmo com a própria coisa litigiosa ou com terceiros na busca da verdade real, para seu convencimento em relação à prova.
1. Princípio da identidade física do juiz: Art. 132 do CPC/73: “O juiz, titular ou substituto, que concluir a audiência julgará a lide, salvo se estiver convocado, licenciado, afastado por qualquer motivo, promovido ou aposentado, caso em que passará os autos ao seu sucessor. Parágrafo único: Em qualquer hipótese, o juiz que proferir a sentença, se entender necessário, poderá mandar repetir as provas já produzidas”. O juiz fica vinculado quando presidiu e concluiu a instrução probatória, sendo natural que ele sentencie, pois teve contato direto com a prova. Foi retirado na reforma de 2015 do CPC. 
	No DPT, esse princípio não vem sendo aceito pela jurisprudência majoritária, mesmo após a extinção dos juízes classistas.
1. Princípio da Concentração: Decorre da aplicação conjunta de vários princípios procedimentais destinados a regulamentar e orientar a apuração de provas e a decisão judicial em uma única audiência. Daí o termo concentração. Art. 358 do CPC, 849 da CLT. No sumaríssimo, art. 852-C da CLT.
1. Princípio da irrecorribilidade das decisões interlocutórias: art. 1015 do CPC (cabe agravo instrumento) e, no DPT, art. 893, parágrafo 1º da CLT, onde só se admite a reapreciação dessas decisões por ocasião do recurso de decisão definitiva. Na prática, os advogados devem, em audiência, manifestar em ata sua insatisfação, ou mesmo, no caso de ato fora de audiência, por petição, a fim de que os juízes não aleguem preclusão (art. 795, caput, CLT). Exceções: Súmula 214 do TST.
1. Princípio dalealdade processual (ou princípio da probidade): Ligado à dignidade humana, e, portanto, ao art. 3º, I, da CF. Objetiva impor aos litigantes uma conduta moral, ética e respeitosa, para que o processo objetive realmente a pacificação social e não seja objeto de manobra de uma ou de ambas as partes. Art.793 - A e seguintes da CLT
Preclusão
1. Preclusão Consumativa: é a que ocorre com a própria prática do ato processual, uma vez realizado o ato, não se pode fazê-lo novamente.
1. Preclusão Temporal: ocorre quando a parte não realiza o ato no prazo previsto em lei ou determinado pelo juízo. (Serôdio – tardio, extemporâneo)
1. Preclusão Lógica: é a perda da prática de um ato, por estar em contradição com atos anteriores, ou seja, incompatível com os já praticados. Ex.: A parte cumpre a sentença e depois recorre.
1. Preclusão Ordinatória: é a perda da faculdade de praticar um ato processual que deveria ter sido precedido por outro e não o foi. Ex: Interposição de recurso sem pagamento de custas, este recurso não será conhecido por estar deserto.
1. Preclusão Máxima: coisa julgada, ou seja, a parte perdeu o prazo para recurso, isso significa que o processo fez coisa julgada, não poderá ser alterado, posto que o exercício do recurso não foi realizado a tempo. (Art. 836 da CLT).
1. Preclusão Pro Judicato: existem exceções que permitem ao juiz conhecer de questões já decididas, por exemplo, em casos de embargos de declaração (art. 535 do CPC e (art. 897 A da CLT). Também, quando do juízo de admissibilidade dos recursos de revista, o fato do Tribunal a quo se pronunciar negativamente não impede a apreciação da admissibilidade pelo Tribunal ad quem.
Princípios Específicos de Direito Processual do Trabalho:
1. Princípio protetor: busca compensar a desigualdade existente na realidade socioeconômica com uma desigualdade jurídica em sentido oposto. Reconhece que o trabalhador deve ser auxiliado durante o processo pela própria autoridade julgadora, de maneira que, ao chegar o procedimento ao estado de solução, a aportação (condução, encaminhamento) processual das partes permita uma solução justa. 
	 Ou seja, sendo as partes da relação de emprego desequilibradas, ou seja, empregado hipossuficiente e empregador hiperssuficiente, econômica e politicamente, há a necessidade de restabelecer e manter a igualdade processual, especialmente em relação à prova.
	Também em relação à gratuidade da justiça, o empregado nada deve recolher no início da ação, só paga as custas de perder totalmente a ação, bem como demais despesas (não recolhe valor do mandato como na Justiça Comum), ou seja, o empregado inicialmente não recolhe custas nem despesas, também é derivado deste princípio a inversão do ônus da prova, o impulso ex officio na ação favorece muito mais o empregado, que na grande maioria das vezes é o Autor.
	Também é exemplo o art. 844 da CLT, que aduz que, se o Autor não comparece à audiência, o processo é arquivado. Também a obrigatoriedade do depósito recursal ser apenas do empregador (art. 899, § 4º da CLT).
1. Princípio da finalidade social: o processo trabalhista prima pela sua finalidade social, que é indicada pela quebra da isonomia (igualdade) entre as partes da relação de emprego. O que se busca, não só por meio do direito material do trabalho, mas também do direito processual, é a justiça social, sendo que se o direito material reconhece a irrenunciabilidade de direitos em homenagem à justiça social, o direito processual, a diferença entre o princípio protetor, acima referido, e o princípio da finalidade social, é que o protetor confere a desigualdade no plano processual, e o princípio da finalidade social, permite que o juiz tenha uma atuação mais ativa, na medida em que auxilia o trabalhador, em busca de uma solução justa, até chegar o momento de proferir a sentença.
1. Princípio da busca da verdade real: deriva de um princípio de direito material do trabalho, qual seja, o da primazia da realidade. No processo do trabalho, também o que se busca é a verdade real, material, e não a verdade dos autos. Vide art. 765 da CLT.
1. Princípio da indisponibilidade: deriva do princípio da irrenunciabilidade de direitos, e tem por objetivo a busca efetiva do cumprimento dos direitos indisponíveis do trabalhador.
1. Princípio da Conciliação: Art. 114, antigamente, dizia conciliar e julgar, agora diz, em seu caput, processar e julgar, o que não desvirtua o princípio, previsto infraconstitucionalmente, vide at. 764 da CLT. Também o art. 831 da CLT, que afirma que a sentença só será proferida depois de afastada pelas partes a conciliação. Há dois momentos no processo ordinário trabalhista obrigatórios para a proposta de conciliação: 1) art. 846 da CLT, “aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a conciliação”; 2) Art. 850 da CLT: terminada a instrução, e aduzida as razões finais, o juiz proporá novamente a conciliação.
1. Princípio da Normatização Coletiva: a Justiça do Trabalho é a única que pode exercer o chamado poder normativo, que consiste em criar normas e condições gerais e abstratas (atividades típicas do poder legislativo), proferindo sentenças normativas (acórdão normativo), com eficácia ultra-partes, cujos efeitos irradiarão para os contratos individuais dos trabalhadores integrantes da categoria profissional representada pelo sindicato que ajuizou o dissídio coletivo.
1. Princípio da simplicidade das formas: Decorre do próprio princípio da instrumentalidade e da oralidade.
1. Princípio da despersonificação do empregador: CLT, art. 855-A.
1. Princípio da Celeridade: Dada a natureza alimentar da maioria dos direitos trabalhistas, o processo deve assegurar a segurança jurídica, mas com a máxima rapidez possível.
Estrutura da Justiça do Trabalho
	De acordo com o artigo 111 da Constituição da República, a Justiça do Trabalho está estruturada em três graus de jurisdição: 
1. Primeira instância - Varas do Trabalho (designação dada pela Emenda Constitucional nº 24/99 às antigas Juntas de Conciliação e Julgamento).
	Julgam apenas dissídios individuais, que são controvérsias surgidas nas relações de trabalho entre o empregador (pessoa física ou jurídica) e o empregado (este sempre como indivíduo, pessoa física).
	Esse conflito chega à Vara na forma de reclamação trabalhista. A jurisdição da Vara é local, abrangendo geralmente um ou alguns municípios. 
	Sua competência é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado em outro local ou no estrangeiro. 
	A Vara compõe-se de um juiz do trabalho titular e um juiz do trabalho substituto. 
	Em comarcas onde não exista Vara do Trabalho, a lei pode atribuir a jurisdição trabalhista ao juiz de direito.
	Existem atualmente 1.327 Varas do Trabalho no País. A Lei nº 10.770/2003 criou mais 269 Varas do Trabalho nas diversas regiões da Justiça do Trabalho, que serão gradativamente implementadas de 2004 a 2008, de acordo com a necessidade do serviço e a disponibilidade orçamentária.
1. Segunda instância - Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs)
	Julgam recursos ordinários contra decisões de Varas do Trabalho, ações originárias  (dissídios coletivos de categorias de sua área de jurisdição - sindicatos patronais ou de trabalhadores organizados em nível regional), ações rescisórias de decisões suas ou das Varas e os mandados de segurança contra atos de seus juízes. 
	A Justiça do Trabalho conta com 24 TRTs, e segundo a nova redação do artigo 112 da Constituição Federal, "A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-las aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho". 
	Composição de cada TRT, segundo o art. 670 da CLT:
1. 1ª Região (Rio de Janeiro) 54 juízes;
1. 2ª Região (São Paulo)  64 juízes;
1. 3ª Região (Minas Gerais) 36 juízes;
1. 4ª Região (Rio Grande do Sul) 36 juízes;
1. 5ª Região (Bahia) 29 juízes;
1. 6ª Região (Pernambuco)18 juízes;
1. 7ª Região (Ceará) 8 juízes;
1. 8ª Região  (Pará) 23juízes;
1. 9ª Região (Paraná) 28 juízes;
1. 10ª Região (Distrito Federal) 17 juízes;
1. 11ª Região (Amazonas) 8 juízes;
1. 12ª Região (Santa Catarina) 18 juízes;
1. 13ª Região (Paraíba) 8 juízes;
1. 14ª Região (Rondônia) 8 juízes;
1. 15ª Região (Campinas/SP), 36 juízes;
1. 16ª Região (Maranhão) 8 juízes;
1. 17ª Região (Espírito Santo) 8 juízes;
1. 18ª Região (Goiás) 8 juízes;
1. 19ª Região (Alagoas) 8 juízes;
1. 20ª Região (Sergipe) 8 juízes;
1. 21ª Região (Rio Grande do Norte) 8 juízes;
1. 22ª Região (Piauí) 8 juízes;
1. 23ª Região (Mato Grosso) 8 juízes;
1. 24ª Região (Mato Grosso do Sul) 8 juízes. 
1. Instância extraordinária - Tribunal Superior do Trabalho (TST)
	O TST, com sede em Brasília-DF e jurisdição em todo o território nacional, tem por principal função uniformizar a jurisprudência trabalhista. De acordo com o artigo 111-A, "O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal".
	Julga recursos de revista, recursos ordinários e agravos de instrumento contra decisões de TRTs e dissídios coletivos de categorias organizadas em nível nacional, além de mandados de segurança, embargos opostos a suas decisões e ações rescisórias.
Competência
	Competência é a medida jurisdicional de cada órgão. É subdividida em competência material (em razão da matéria), competência territorial (em razão do lugar), competência pessoal (em razão das pessoas) e competência funcional (em razão da função). Alguns falam ainda na competência normativa da Justiça do Trabalho.
· Competência em razão da matéria: é delimitada em virtude da natureza da relação jurídica material deduzida em juízo (se é penal, civil ou trabalhista, por exemplo), sendo fixada pela causa de pedir e pelo pedido. Assim, se a demanda alega uma relação de emprego, e com a EC 45, também de trabalho, a competência material será da Justiça do Trabalho, para processamento e julgamento do aludido processo.
	A incompetência em relação à matéria é absoluta, devendo ser declarada de ofício pelo juiz, mas cabe ao réu alegá-la preliminarmente (CPC, art. 301, II) na contestação, sob pena de arcar com as custas do retardamento (CPC, art. 267, § 3º, segunda parte)
· Competência em razão da pessoa: Art. 114, III, quando alude à competência da JT sobre ações entre sindicatos, já que a competência é determinada em razão das pessoas envolvidas na lide, e não da matéria.
· Competência territorial: é aquela determinada à Vara do Trabalho para apreciar os litígios trabalhistas no espaço geográfico de sua jurisdição. São instituídas visando facilitar a propositura da ação trabalhista pelo trabalhador, para que este não tenha gastos desnecessários com locomoção e possa melhor fazer sua prova.
	Regra geral - local da prestação da prestação dos serviços – artigo 651, caput, da CLT. 
	Exceção 1 – agente ou viajante comercial – competência da Vara da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Vara da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima – artigo 651, parágrafo 1º, da CLT.
	Exceção 2 – a competência das Varas do Trabalho estabelecida no artigo 651 estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário. Todavia, o direito material aplicável é o do País em que houve prestação dos serviços, consoante a Súmula 207 do C. TST. 
	Exceção 3 – empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho – é facultado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no foro da prestação dos respectivos serviços – artigo 651, parágrafo 3º, da CLT. 
	Vide art. 800 da CLT sobre incompetência territorial.
· Competência funcional: é a competência prevista em lei distribuída às Varas do Trabalho, Tribunais Regionais do Trabalho e Tribunal Superior do Trabalho.
	Varas do Trabalho ou Juízes de Direito investidos de competência trabalhista nas comarcas onde não há Vara do Trabalho instalada pela Justiça do Trabalho – competência originária para apreciação de dissídios individuais.
	Tribunais Regionais do Trabalho – competência recursal para reapreciação de dissídios individuais julgados pelas Varas do Trabalho. Além disso, têm competência originária para apreciar dissídios coletivos, mandados de segurança, ações rescisórias, habeas corpus, entre outras.
	Tribunal Superior do Trabalho – competência originária e recursal nos termos da Lei nº 7.701/88. 
· Competência normativa: é o chamado poder normativo da JT, de criar normas (legislar), no caso de dissídio coletivo, quando prolata a chamada sentença normativa, criando normas gerais e abstratas destinadas às categorias profissionais ou econômicas, respeitadas as disposições legais e convencionais mínimas de proteção ao trabalho. (art. 114, § 2º da CF).
Partes
	É o sujeito ativo ou passivo de uma relação jurídica processual.
Exemplos:
	Ação trabalhista – reclamante e reclamado ou autor e réu.
Consignação em pagamento – consignante e consignado.
Inquérito para apuração de falta grave – requerente e requerido. 
Ação de Execução – exequente e executado.
Mandado de segurança, Habeas corpus e Habeas Data – impetrante e impetrado.
Capacidade
Capacidade de Direito: também chamada de capacidade jurídica ou de gozo - é a aptidão determinada pela ordem jurídica para o gozo e exercício de um direito por seu titular.
Capacidade Processual: é que se denomina capacidade de fato ou de exercício – aquele que detém capacidade de direito, mas não pode efetivamente exercê-la. Necessita de alguém que o represente ou o assista.
Representação: alguém que age em nome de outrem manifestando a vontade do representado, substituindo-o. Pode ser legal (decorre da lei) ou convencional (decorre da vontade das partes).
Assistência: manifestação pessoal da vontade dos relativamente incapazes. O assistente, ao contrário do representante, apenas supre a deficiência de vontade do assistido e não o a substitui.
Regras sobre Representação em Processos Trabalhistas:
· menor de 14 a 16 anos (aprendiz) ou menor de 16 a 18 anos: pode receber salário sem nenhuma assistência, mas deve ser assistido quando da rescisão contratual.
· menor sem representação: será feita pelo Ministério Público do Trabalho (artigo 793 da Consolidação das Leis do Trabalho).
· União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios: será feita por seus procuradores (artigo 75, incisos I e II, do CPC de 2015).
· Município: será feita pelo Prefeito ou Procurador (artigo 75, inciso III, do CPC de 2015).
· Massa falida: será feita pelo administrador (antigo síndico) nomeado pelo juiz, (artigo 75, inciso V, do CPC de 2015).
· Herança jacente ou vacante: será feita por seu curador (artigo 75, inciso IV, do CPC de 2015).
· Espólio: representação será feita pelo inventariante, (artigo 75, inciso VII, do CPC de 2015 ou pela pessoa designada pelo de cujus como seu dependente perante a Previdência Social, nos termos da Lei nº 6.858/80).
· As pessoas jurídicas são representadas por quem os respectivos estatutos designarem, ou não os designando, por seus diretores, (artigo 75, inciso VIII, do CPC de 2015).
· As sociedades sem personalidade jurídica: será feita pela pessoa a quem couber a administração dos seus bens, (artigo 75, inciso IX, do CPC de 2015).
· Pessoa jurídica estrangeira: será feito pelo gerente, representante ou administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil (artigo 75, inciso X do CPC de 2015).
· Condomínio: será feita pelo administrador ou síndico (artigo 75, inciso XI, do CPC de 2015).
· O sindicato representa a categoria em juízo (artigo 8º, inciso III, da Constituição Federal de 1988 e artigo 513, alínea “a” da Consolidação das Leis do Trabalho).
· Empregador: Artigo843, parágrafo 1º, da Consolidação das Leis do Trabalho – representação do reclamado por gerente ou preposto com conhecimento dos fatos. Súmula 377 do Tribunal Superior do Trabalho:
	SÚMULA Nº 377 - PREPOSTO. EXIGÊNCIA DA CONDIÇÃO DE EMPREGADO
Exceto quanto à reclamação de empregado doméstico, ou contra micro ou pequeno empresário, o preposto deve ser necessariamente empregado do reclamado. Inteligência do art. 843, § 1º, da CLT e do art. 54 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.
Obs: Reforma Trabalhista:
· Ao artigo 843 da CLT, foi inserido o parágrafo 3º, com a redação dada pela Lei nº 13.467/2017, no sentido de que o preposto a que ser o parágrafo 1º do mesmo dispositivo legal desse artigo não precisa ser empregado da parte reclamada, o que nos leva à conclusão, s.m.j., que a Súmula 377 deva ser revogada. 
· De acordo com o artigo 54 da Lei Complementar nº 123/2006 (Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte): “É facultado ao empregador de microempresa ou de empresa de pequeno porte fazer-se substituir ou representar perante a Justiça do Trabalho por terceiros que conheçam dos fatos, ainda que não possuam vínculo trabalhista ou societário.” Referida situação também se encontra prevista na nova redação da Súmula 377 supracitada.
· Por vezes ocorre a situação de quem representa o empregador não é um empregado seu e também não se trata das exceções previstas na Súmula 377 do TST. Portanto, é uma situação em que não compareceu o empregador (proprietário) e nem um empregado seu, mas sim um procurador ad negotia (ou seja, aquele que gere os negócios do proprietário). Nesse caso, à luz do parágrafo 3º do artigo 843, da CLT, com a redação dada pela Lei nº 13.467/2017, tal representação será regular.
Ainda sobre a representação da pessoa jurídica vejamos o contido na Súmula 456 do Tribunal Superior do Trabalho:
	Súmula 456 - REPRESENTAÇÃO. PESSOA JURÍDICA. PROCURAÇÃO. INVALIDADE. IDENTIFICAÇÃO DO OUTORGANTE E DE SEU REPRESENTANTE.
I - É inválido o instrumento de mandato firmado em nome de pessoa jurídica que não contenha, pelo menos, o nome do outorgante e do signatário da procuração, pois estes dados constituem elementos que os individualizam.
II– Verificada a irregularidade de representação da parte na instância originária, o juiz designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício. Descumprida a determinação, extinguirá o processo, sem resolução de mérito, se a providência couber ao reclamante, ou considerará revel o reclamado, se a providência lhe couber (art. 76, § 1º, do CPC de 2015).
III- Caso a irregularidade de representação da parte seja constatada em fase recursal, o relator designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício. Descumprida a determinação, o relator não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente, ou determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido (art. 76, § 2º, do CPC de 2015).
Procuradores
Procurador: diz respeito à capacidade de postular em juízo. É feita por advogados. Todavia, no processo do trabalho é aplicável o jus postulandi, ou seja, o direito de postular em juízo sem a necessidade de advogado. Está previsto no artigo 791 da Consolidação das Leis do Trabalho.
No entendimento de Sérgio Pinto Martins não há incompatibilidade entre o preceituado no artigo 133 da Constituição Federal de 1988 e o artigo 791 da Consolidação das Leis do Trabalho, este último se caracterizando como exceção à regra de necessidade de constituição de advogado para postular em juízo.
Reforma Trabalhista
Com o advento da Lei nº 13.467/2017 foi inserido o artigo 791-A da CLT.
	Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 1º Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública e nas ações em que a parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato de sua categoria. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 2º Ao fixar os honorários, o juízo observará: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
I - o grau de zelo do profissional; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
II - o lugar de prestação do serviço; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
III - a natureza e a importância da causa; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 3º Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência recíproca, vedada a compensação entre os honorários. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 4º Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
§5º São devidos honorários de sucumbência na reconvenção. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Obs.
· A inexistência de sucumbência recíproca acabou. Com efeito, só a reclamada arcava com custas processuais e honorários de sucumbência e exclusivamente nos casos acima citados. Com efeito, a partir da vigência da Lei nº 13.467/2017, mais precisamente no artigo 791-A, parágrafo 3º, resta consagrada a sucumbência recíproca. Ou seja, tanto o reclamante como a reclamada deverão pagar custas e honorários de sucumbência.
· Mostra-se razoável que quando o pedido inserido na petição inicial for acolhido, mas em valor inferior àquele estipulado, não há falar-se em sucumbência do reclamante e sim apenas da reclamada.
· Embora sucumbência seja matéria de natureza processual e que, por conta disso, alcança os processos judiciais na fase em que se encontram, há posicionamentos doutrinários no sentido de que inaplicável a sucumbência ao reclamante pela propositura de ações antes da vigência da Lei nº 13.467/2017, por conta do princípio da vedação da decisão surpresa, na medida em que os riscos do processo são considerados no momento do ajuizamento da ação e não no momento da prolação da sentença.
· Três são as bases de cálculo possíveis para incidência do percentual entre cinco por cento e quinze por cento, a saber:
a) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença;
b) sobre o proveito econômico obtido;
c) ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
Pensamos que a última hipótese deverá ser a mais utilizada pelos juízes do trabalho. Sobre o tema veja-se o contido na Súmula 395 do TST:
	Súmula 395 – MANDATO E SUBSTABELECIMENTO – CONDIÇÕES DE VALIDADE.
I - Válido é o instrumento de mandato com prazo determinado que contém cláusula estabelecendo a prevalência para atuar até o final da demanda (§ 4º do art. 105 do CPC de 2015).
II - Se há previsão, no instrumento de mandato, de prazo para sua juntada, o mandato só tem validade se anexado ao processo o respectivo instrumento no aludido prazo.
III - São válidos os atos praticados pelo substabelecido, ainda que não haja, no mandato, poderes expressos para substabelecer (art. 667, e parágrafos, do Código Civil de 2002).
IV - Configura-se a irregularidade de representação se o substabelecimento é anterior à outorga passada ao substabelecente.
Estagiário: não pode praticar ato privativo de advogado como, por exemplo, assinar petições e recursos sem o advogado ou fazer audiências.

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