Buscar

TRABALHO LITERATURA COMPARADA 2020

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ATIVIDADE ESTRUTURADA DE LITERATURA COMPARADA
PROFº: Luiz Carlos de Sá Campos
NOME DA DISCIPLINA: Literatura Comparada
CÓDIGO: CEL0250
ALUNA: Suelem Cintia Borges Pantoja
CURSO: Letras – Língua Portuguesa
TITULO DA ATIVIDADE
Vidas Secas
(Graciliano Ramos) 
Morte e Vida Severina
 (João Cabral de Melo Neto) 
Carutapera-MA, 25 de junho de 2020.
SUMÁRIO
Introdução........................................................................................................................3
Desenvolvimento..............................................................................................................4
Desenvolvimento..............................................................................................................5
Desenvolvimento..............................................................................................................6
Desenvolvimento..............................................................................................................7
Desenvolvimento..............................................................................................................8
Conclusão..........................................................................................................................9
Bibliografia......................................................................................................................10
INTRODUÇÃO
VIDAS SECAS
 Relata a história áspera, dura e cruel do retirante nordestino, Fabiano e a sua família, que caminham no sertão em busca de um novo pedaço de terra. Alojam-se como servidores de uma fazenda.
MORTE E VIDA SEVERINA
Trajeto pelo Capibaribe é feito pelo retirante Severino, que foge à seca seguindo o curso do rio até o Recife, o mangue, o mar. Quem toma a palavra agora não é mais o poeta nem o rio, e sim uma sucessão de personagens que, como contas de rosário “de que a estrada fosse a linha”, reconstituem o trajeto que antes fora do rio.
O Recife é uma cidade de mar, mas recebe essas levas incessantes de migrantes do interior que não param de inchar suas periferias, o que lhe dá essa dupla face de cidade de mangue povoada por sertanejos. 
DESENVOLVIMENTO
VIDAS SECAS
No CAPÍTULO I – MUDANÇA → Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam uma sombra, a folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da catinga rala. Arrastaram-se para lá, devagar, Sinhá Vitória com o filho mais novo escanchado no quarto e o baú de folha na cabeça, Fabiano sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada numa correia presa ao cinturão, a espingarda de pederneira no ombro. O menino mais velho e a cachorra Baleia iam atrás.
Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-se. O menino mais velho pôs-se a chorar, sentou-se no chão. - Anda, condenado do diabo, gritou-lhe o pai. Não obtendo resultado, fustigou-o com a bainha da faca de ponta. Mas o pequeno esperneou acuado, depois sossegou, deitou-se, fechou os olhos. Fabiano ainda lhe deu algumas pancadas e esperou que ele se levantasse. Como isto não acontecesse, espiou os quatro cantos, zangado, praguejando baixo. A catinga estendia-se, de um vermelho indeciso salpicado de manchas brancas que eram ossadas. O voo negro dos urubus fazia círculos altos em redor de bichos moribundos. - Anda, excomungado. O pirralho não se mexeu, e Fabiano desejou matá-lo. Tinha o coração grosso, queria responsabilizar alguém pela sua desgraça. A seca aparecia-lhe como um fato necessário - e a obstinação da criança irritava-o. Certamente esse obstáculo miúdo não era culpado, mas dificultava a marcha, e o vaqueiro precisava chegar, não sabia onde. Tinham deixado os caminhos, cheios de espinho e seixos, fazia horas que pisavam a margem do rio, a lama seca e rachada que escaldava os pés. Pelo espírito atribulado do sertanejo passou a ideia de abandonar o filho naquele descampado. Pensou nos urubus, nas ossadas, coçou a barba ruiva e suja, irresoluto, examinou os arredores. Sinhá Vitória estirou o beiço indicando vagamente uma direção e afirmou com alguns sons guturais que estavam perto. Fabiano meteu a faca na bainha, guardou-a no cinturão, acocorou-se, pegou no pulso do menino, que se encolhia, os joelhos encostados no estômago, frio como um defunto. Aí a cólera desapareceu e Fabiano teve pena. Impossível abandonar o anjinho aos bichos do mato. Entregou a espingarda a Sinhá Vitória, pôs o filho no cangote, levantou-se, agarrou os bracinhos que lhe caíam sobre o peito, moles, finos como cambitos. Sinhá Vitória aprovou esse arranjo, lançou de novo a interjeição gutural, designou os juazeiros invisíveis. E a viagem prosseguiu, mais lenta, mais arrastada, num silencio grande.
Ausente do companheiro, a cachorra Baleia tomou a frente do grupo. Arqueada, as costelas à mostra, corria ofegando, a língua fora da boca. E de quando em quando se detinha, esperando as pessoas, que se retardavam. Ainda na véspera eram seis viventes, contando com o papagaio. Coitado, morrera na areia do rio, onde haviam descansado, a beira de uma poça: a fome apertara demais os retirantes e por ali não existia sinal de comida. Baleia jantara os pés, a cabeça, os ossos do amigo, e não guardava lembrança disto. Agora, enquanto parava, dirigia as pupilas brilhantes aos objetos familiares, estranhava não ver sobre o baú de folha a gaiola pequena onde a ave se equilibrava mal.
Fabiano também às vezes sentia falta dela, mas logo a recordação chegava. Tinha andado a procurar raízes, à toa: o resto da farinha acabara, não se ouvia um berro de rês perdida na catinga. Sinhá Vitória, queimando o assento no chão, as mãos cruzadas segurando os joelhos ossudos, pensava em acontecimentos antigos que não se relacionavam: festas de casamento, vaquejadas, novenas, tudo numa confusão. Despertara-a um grito áspero, vira de perto a realidade e o papagaio, que andava furioso, com os pés apalhetados, numa atitude ridícula. Resolvera de supetão aproveitá-lo como alimento e justificara-se declarando a si mesma que ele era mudo e inútil. Não podia deixar de ser mudo.. Ordinariamente a família falava pouco. E depois daquele desastre viviam todos calados, raramente soltavam palavras curtas. O louro aboiava, tangendo um gado inexistente, e latia arremedando a cachorra. As manchas dos juazeiros tornaram a aparecer, Fabiano aligeirou o passo, esqueceu a fome, a canseira e os ferimentos. As alpercatas dele estavam gastas nos saltos e a embira tinha-lhe aberto entre os dedos rachaduras muito dolorosas, os calcanhares, duros como cascos, gretavam-se e sangravam. Num cotovelo do caminho avistou um canto de cerca, encheu-o a esperança de achar comida, sentiu desejo de cantar, a voz saiu-lhe rouca, medonha. Calou-se para não estragar força. Deixaram a margem do rio, acompanharam a cerca, subiram uma ladeira, chegaram aos juazeiros. Fazia tempo que não viam sombra. Sinhá Vitória acomodou os filhos, que arriaram como trouxas, cobriu-os com molambos. O menino mais velho, passada a vertigem que o derrubara, encolhido sobre folhas secas, a cabeça encostada a uma raiz, adormecia, acordava e quando abria os olhos, distinguia vagamente um monte próximo, algumas pedras, um carro de bois. A cachorra Baleia foi enroscar-se junto dele. Estavam no pátio de uma fazenda sem vida O curral deserto, o chiqueiro das cabras arruinado e também deserto, a casa do vaqueiro fechada, tudo anunciava abandono. Certamente o gado se finara e os moradores tinham fugido. Fabiano procurou em vão perceber um toque de chocalho. Avizinhou-se da casa, bateu, tentou forçar a porta. Encontrando resistência, penetrou num cercadinho cheio de plantas mortas, rodeou a tapera, alcançou o terreiro do fundo, viu um barreiro vazio, um bosque de catingueiras murchas, um pé de turco e o prolongamentoda cerca do curral. Trepou-se no mourão do canto, examinou a catinga, onde avultavam as ossadas e o negrume dos urubus. Desceu, empurrou a porta da cozinha. Voltou desanimado, ficou um instante no copiar, fazendo tenção de hospedar ali a família. Mas chegando aos juazeiros, encontrou os meninos adormecidos e não quis acordá-los. Foi apanhar gravetos, trouxe do chiqueiro das cabras uma braçada de madeira meio roída pelo cupim, arrancou touceiras de macambira, arrumou tudo para a fogueira.
MORTE E VIDA SEVERINA
Conversa de Rios
 Só após algum caminho
é que alguns contam seu segredo.
Contam por que possuem
aquela pele tão espessa;
por que todos caminham
com aquele ar descalço de negros;
por que descem tão tristes
arrastando lama e silêncio.
A história é uma só
que os rios sabem dizer:
a história dos engenhos
com seus fogos a morrer.
Nelas existe sempre
uma usina e um bangüê:
a usina com sua boca,
com suas várzeas o bangüê.
A usina possui sempre
uma moenda de nome inglês;
o engenho, só a terra
conhecida como massapê.
E o que não pode entrar
nas moendas de nome inglês
a usina vai moendo
com muitos outros meios de moer.
A usina tem urtigas,
a usina tem morcegos,
que ela pode soltar
como amestrados exércitos
para ajudar o tempo
que vai roendo os engenhos,
como toda já roeu
a casa-grande do Poço do Aleixo.
“O RETIRANTE APROXIMA-SE DE UM DOS CAIS DO CAPIBARIBE” 
— Nunca esperei muita coisa,
é preciso que eu repita.
Sabia que no rosário
de cidades e de vilas,
e mesmo aqui no Recife
ao acabar minha descida,
não seria diferente
a vida de cada dia:
que sempre pás e enxadas
foices de corte e capina,
ferros de cova, estrovengas
o meu braço esperariam.
Mas que se este não mudasse
seu uso de toda vida,
esperei, devo dizer,
que ao menos aumentaria
na quartinha, a água pouca,
dentro da cuia, a farinha,
o algodãozinho da camisa,
ou meu aluguel com a vida.
E chegando, aprendo que,
nessa viagem que eu fazia,
sem saber desde o Sertão,
meu próprio enterro eu seguia.
Só que devo ter chegado
adiantado de uns dias;
o enterro espera na porta:
o morto ainda está com vida.
A solução é apressar
a morte a que se decida
e pedir a este rio,
que vem também lá de cima,
que me faça aquele enterro
que o coveiro descrevia:
caixão macio de lama,
mortalha macia e líquida,
coroas de baronesa
junto com flores de aninga,
e aquele acompanhamento
de água que sempre desfila
(que o rio, aqui no Recife,
não seca, vai toda a vida).
CONCLUSÃO
Ambas histórias relatam a trajetória sofrida do retirante sertanejo em busca de sobrevivência. Onde os mesmos sonham com o mínimo necessário.
Em VIDAS SECAS, retrata a vida miserável de uma família de retirantes sertanejos obrigada a se deslocar de tempos em tempos para áreas menos castigadas pela seca. 
Os retirantes, Fabiano, Sinhá Vitória, sua mulher, o menino mais velho e o menino mais novo, da família também faz parte a cachorra Baleia, estão alijados da possibilidade de continuar a viver no espaço que ocupavam. São, portanto, obrigados a retirar-se para outros lugares. Uma das implicações dessa vida nômade dos sertanejos é a fragmentação temporal e espacial.
Fabiano consegue, apesar da miséria presente, dominar o ambiente rural. Incapaz de se comunicar, o personagem, desempenhando a solitária função de vaqueiro, não sente tanto as consequências de seu laconismo. Além disso, conhece as técnicas de sua profissão, o que lhe dá uma sensação de utilidade e permite que goze até de certa dignidade. A passagem em que seu filho o admira ao vê-lo trabalhando deixa claro isso.
Na cidade, porém, Fabiano vivencia, a cada nova experiência, o sentimento de inadequação.
A família é composta pelo pai – Fabiano – que quase não fala, não sabe que é branco e não sabe ler nem escrever. Sinhá Vitória, mulata esperta que sabia fazer contas com os grãos, Menino mais velho que queria saber ler e queria o significado da palavra Inferno. Menino mais novo, queria ser um vaqueiro como o pai. Cadela Baleia, a mais humana das personagens e um papagaio que não falava, só latia porque era o único som que escutava.
A história mostra a desumanização que a seca promove nos personagens, cuja expressão verbal é tão estéril quanto o solo castigado da região. A miséria causada pela seca, como elemento natural, soma-se à miséria imposta pela influência social, representada pela exploração dos ricos proprietários da região.
À visão marcada pela falta de perspectivas recomeça com o fim das chuvas, com o fim da esperança. Na obra, pode-se apontar, também, para dois recortes espaciais: o ambiente rural e o urbano. A relevância desse recorte se deve às sensações de adequação ou inadequação dos personagens em um ou outro espaço.
Em MORTE E VIDA SEVERINA, Severino é um retirante, ele é como muitos outros, que está partindo para o litoral, fugindo da seca e da morte. A vida na capital parece mais atraente, mais vida, menos Severina. Em suas andanças entretanto, Severino se depara a todo momento, não com a vida, mas com o que já conhece como coisas vulgar, a morte e o desespero que a cerca.
Passando por diversos lugares, Severino pensa mais uma vez em interromper sua decida para o litoral, chegando em Zona da Mata, pensa em ali se fixar, naquela terra branda e macia, tão diferente do solo do sertão. Mais do que isso, começou a acreditar que não via ninguém, porque a vida deveria ser tão boa, que as pessoas estavam de folga, e que ninguém deveria conhecer a morte em vida, vida Severina, na ilusão de quem está a procura do paraíso. Logo Severino assiste ao enterro de um trabalhador do eito, e ouve o que dizem do morto os amigos que o levaram ao cemitério. Severino se dá conta de que as privações são as mesmas que ele conhece bem, e que também a única parte que pode ser sua daquela terra, é uma cova para sepultura e nada mais.
BIBLIOGRAFIA
http://docente.ifrn.edu.br/paulomartins/classicos-da-literatura-brasileira-e-portuguesa
https://guiadoestudante.abril.com.br/
2

Continue navegando