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TEORIA DOS RECURSOS 23-03-2020 (1)

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TEORIA DOS RECURSOS
RECURSOS
Conceito: É o meio de impugnação voluntário, típico, ou seja, previsto em lei, idôneo a ensejar, dentro do mesmo processo, objetivando a reforma, a invalidação, o esclarecimento ou a integração de decisão judicial que se impugna.
Voluntariedade – Exclui do âmbito de seu conceito a remessa necessária. Pois, em si, não é obrigatório podendo a parte desistir simplesmente ou até renunciar;
Típico – não existe recurso que não esteja em lei;
Dentro do mesmo processo – não instaura novo processo. De modo que o recurso prolonga a litispendência, que pode, também, significar o evitar da extinção do processo. Ou seja, o fato de haver autos apartados não significa dizer que há novo processo, mas, simplesmente, um prolongamento do mesmo. 
Objetivando (pedido e causa de pedir recursal)
Reformar – trata-se de corrigir, aprimorar a decisão, por encontra-la injusta. Aqui o que se questiona é o conteúdo da decisão (“error in judicando”). É o questionamento daquilo que fora decidido pelo magistrado, pois o mesmo decidiu mal, analisou mal a questão. Isso, ainda que seja uma questão processual.
Invalidar – Aqui não se questiona o conteúdo da decisão, se é boa ou ruim, se é formalmente perfeita ou não. Ou seja, é quando se questiona a forma da decisão, quando decide contrário à norma, àquilo que manda a Lei. Ou seja, houve um vício formal que invalida a decisão, tornando-a viciada, defeituosa, nula de pleno (“error in procedendo”).
*Esclarecer – em razão de obscuridade ou contradição, não havendo, assim, clareza da decisão.
*Integração – É pedir que a decisão seja completada em razão de uma omissão.
* Essas são inerentes ao recurso de embargos de declaração.
Extensão do processo – é um prolongamento do direito de ação, o desenvolvimento do direito de acesso aos tribunais.
MEIOS DE IMPUGNAÇÃO DA DECISÃO JUDICIAL (instrumentos)
O Recurso é o principal meio de impugnação de decisões judiciais dentro de um mesmo processo. Contudo, há as ações autônomas de impugnação, que são meios de impugnar decisões judiciais que, diferentes dos recursos, ao invés de prolongar a ação, dão origem a um novo processo.
· ação rescisória;
· a querella nullitatis;
· os embargos de terceiro;
· o mandado de segurança;
· o habeas corpus contra ato judicial;
· a reclamação constitucional.
Logo, o MS contra ato judicial, a ação rescisória, a reclamação constitucional, embargos de terceiros e outros. Pois, são ações autônomas, não são recursos.
Há ainda os sucedâneos recursais que são outros meios de impugnação recursal, que é tudo aquilo que não é recurso, e nem é ação autônoma de impugnação, sendo:
· o pedido de reconsideração;
· a suspensão da segurança;
· a remessa necessária
· a correição parcial.
Há, contudo, autores que trazem todos esses meios como sucedâneos recursais. Mas, esses acima, são os principais.
*A Exceção de Pré Executividade não é um sucedâneo recursal, mas sim uma defesa do Executado.
PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO
Princípio do duplo grau de jurisdição: é constitucional?
1 – Não. Pois, o inciso LV, artigo 5º, CF/88, que assegura aos litigantes em processo administrativo ou judicial o direito ao contraditório e a ampla defesa com todos os meios e recursos a ela inerentes, segundo parte da doutrina, por não versar sobre a expressão”, não aludiu ao princípio do duplo grau de jurisdição.
2 – Sim. O artigo 5º Garante os recursos inerentes ao contraditório. Ou seja, o direito aos recursos previstos na legislação processual para um determinado caso concreto. 
3 – Sim. Dá sentido amplo à expressão “recursos” presente no artigo 5º, dizendo que ela representa não só os recursos presentes nas leis processuais, mas como todas as demais possibilidades de se impugnar as decisões judiciais. O que acaba por abranger institutos como as ações autônomas de impugnação. Caracterizando, assim, como constitucional o princípio do duplo grau de jurisdição.
4 – Sim. Diz que, apesar de não estar claramente expresso no texto constitucional, é em decorrência da ideia de Estado de Direito atualmente defendida que liga este princípio à Constituição. Dando à sociedade a possibilidade de controlar as atividades do Estado. No mais, é a própria Constituição quem realiza uma estrutura hierárquica entre os órgãos do Poder Judiciário e um procedimento recursal escalonado, de modo que cabe aos órgãos superiores controlarem as decisões dos órgãos a eles subalternos.
CLASSIFICAÇÃO DOS RECURSOS
Quanto à extensão da matéria o recurso será total ou parcial.
Total – quando o recorrente impugna tudo o quanto ele poderia ter impugnado. Ou seja, é quando o Recorrente vai de encontro a todas as questões aduzidas na decisão, independentemente de serem ou não, algumas questões, importantes para o recorrente. Já, na leitura de Cândido Dinamarco, o recurso será total quando impugna toda a decisão. 
Veja que a diferença está na ideia de que, se você não impugna algo que não poderia ter impugnado, seu recurso é parcial. Dinamarco vai dizer que o recurso é parcial pelo fato de o Recorrente não ter recorrido de parte a qual ele não desiste de recorrer. O grande problema é que, no presente caso, não tendo recorrido de parte, ocorre o que chamamos de preclusão, que é a perda de uma faculdade processual que, no caso, seria a de recorrer de parte que deixou de recorrer. 
Parcial – decide-se recorrer somente de parte da sentença impugnada. Ou seja, de um capítulo ou parte deste. Quando se opera a preclusão em relação àqueles não impugnados. Se for questão de mérito somente, o tribunal não poderá adentrar na questão.
Quanto à fundamentação (livre ou vinculada).
Livre – quando nas razões do recurso o recorrente poderá aduzir qualquer tipo de crítica em relação à decisão, sem que isso influencie na admissibilidade do recurso. Ou seja, a causa de pedir recursal não está delimitada legalmente. De modo que o recorrente poderá alegar qualquer vício.
Vinculada – aqui, será a própria lei a delimitar o tipo de crítica a ser realizada contra a decisão impugnada, pois o recurso possui fundamentação típica, sendo necessário que se faça a subsunção da questão à norma (Embargos de declaração – omissão – declaração, integração; Recurso Especial e extraordinário). 
*Assim, caso não o faça, o recurso corre o risco de não ser conhecido, ou seja, não será admitido por “error in procedendo”, quando fere a forma.
ATOS SUJEITOS A RECURSO
Somente as decisões judiciais podem ser alvo de recurso, não os despachos e os atos não decisórios.
*Art. 1.001. Dos despachos não cabe recurso.
*Contudo, doutrina e jurisprudência vêm aceitando o agravo de instrumento para aqueles despachos que causem prejuízo à parte. Atualmente bem pouco.
Portanto, caberá recurso das decisões proferidas pelo juízo singular, sendo elas:
Decisões interlocutórias – toda a decisão que não encerrar o procedimento em primeira instância;
Das decisões interlocutórias caberão duas modalidades de recursos:
· Agravo de instrumento e;
· Agravo retido.
Sentença – é a decisão judicial que encerra o procedimento em primeira instancia, ultimando a fase de conhecimento ou execução.
Da sentença caberá sempre apelação?
Não, nos juizados especiais o recurso que irá desafiar a sentença será o recurso sem nome, ou seja, o recurso inominado.
A sentença que decreta a falência e a sentença que julga a liquidação de sentença são impugnáveis por agravo de instrumento.
Em execuções fiscais (lei 6.830/81) de até 50 OTN’s, a sentença será impugnável por embargos infringentes. (o STJ já disse que a partir de janeiro de 2001, 50 OTN’s vale R$ 328,00, que deverão ser atualizados até o momento da necessidade).
As decisões da Lei 1060/50, que trata de assistência judiciária gratuita, concedendo ou não a assistência são apeláveis. Nesses casos, quando houver pedido de revogação e a decisão for proferida em autos apartados, essas decisões serão apeláveis. Contudo, com o advento do novo CPC, essa decisão passou a ser impugnável pelo recurso de Agravo de Instrumento.
Acórdão – são decisões de tribunais(colegiadas). Lembrando que há, nos Tribunais, decisões monocráticas, ou seja, decisão monocrática proferida por Relator e pelo Presidente e Vice-Presidente de Tribunal. 
DESISTÊNCIA (artigo 998 e parágrafo único, do CPC, 2015) – é a revogação do recurso. Pode ser parcial ou total. Tendo seu prazo limite até o início do julgamento. Ou seja, é ato dispositivo da parte que independe da anuência do recorrido e de homologação judicial para que possa produzir seus efeitos. Sendo a desistência da ação a necessitar da homologação do juiz para que produza seus efeitos.
*A desistência pressupõe recurso interposto. Do contrário seria a renúncia o instituto a ser interposto.
*A desistência é ato determinante desfavorável ao recorrente e por isso só produz efeitos contra ele. Contudo, é importante saber que em caso de litisconsórcio unitário a desistência, para que possa produzir efeitos, devera ter a anuência de todos os litisconsortes.
Assim, o recorrente poderá, a qualquer tempo, sem anuência do recorrido ou do litisconsorte, desistir do recurso (artigo 501 do CPC). A desistência pode ser total ou parcial e não se confunde com a renúncia ao recurso de aquiescência com a decisão. Ocorre a desistência em qualquer tempo, isso quer dizer, desde a interposição até o momento em que se vai iniciar o julgamento. Pode ser escrita ou oral (artigo 154 do CPC). Feita por procurador, requer poder especial (artigo 38 do CPC). 
Efeitos da desistência
Tratando-se de seus principais efeitos, a desistência não precisa ser homologada (artigo 158 do CPC). E em se tratando de sucumbência recíproca (quando autor e réu perdem) e o desistente sendo intimado, após a desistência, da interposição de recurso do outro litigante, pode renovar adesivamente a sua impugnação à sentença, mas em caráter de recurso subordinado, naturalmente. Todas essas regras e observações se aplicam à desistência do recurso trabalhista. A desistência pode ser total ou parcial, mas nunca condicional. E a parte pode desistir de um recurso para interpor outro ? jamais o mesmo. 
Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do recurso.
Parágrafo único. A desistência do recurso não impede a análise de questão cuja repercussão geral já tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos extraordinários ou especiais repetitivos.
É interessante trazer algo sobre o parágrafo único, do artigo 998, do CPC, no sentido de demonstrar que a lei traz a necessidade de o Tribunal não estar impedido de realizar análise de questão cuja repercussão geral já tenha sido reconhecida.
 
RENÚNCIA AO DIREITO DE RECORRER
É o ato pelo qual uma pessoa manifesta a vontade de não interpor o recurso de que poderia valer-se contra determinada decisão. Não dependerá da aceitação da outra parte, e somente vale a partir do momento em que o direito de recorrer possa ser exercido.
Logo, não se aceita renúncia anterior à prolação da decisão que poderia ser impugnada. Pode-se renunciar ao direito de recorrer independentemente que o faça do direito de recorrer adesivamente.
* havendo litisconsórcio unitário a renúncia só será eficaz no caso que todos a ela anuam.
* a renúncia extingue o direito de recorrer. Logo, será inadmissível o recurso interposto após à renuncia.
Art. 999. A renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra parte.
Sendo assim, é importante o entendimento de que a renúncia é negócio jurídico pelo qual a parte, expressa ou tacitamente, manifesta a vontade de não interpor recurso, constituindo-se em fato impeditivo do direito de recorrer, independendo até mesmo da aceitação pela outra parte, ou seja, como bem destaca José Carlos Barbosa Moreira: 
“Não exige a lei forma especial para a renúncia. Todavia, dadas as características do ato, entende-se que deve constar de petição escrita, dirigida ao órgão perante o qual pende o feito. Não há necessidade da lavratura de termo, nem de homologação judicial (art. 158). Com a desistência do recurso, a renúncia ao direito de recorrer tampouco admite condição ou termo. O texto reza expressamente que ela “independe da aceitação da outra parte” [footnoteRef:1] [1: MOREIRA, Barbosa. Comentários ao Código de Processo Civil, 3ª edição, 1978, Volume V, Ed. Forense, p. 391.] 
Não se renuncia a direito de recorrer depois de interposto o recurso. Depois de já interposto, desiste-se de recursos (artigo 998, ‘caput’). Como bem esclarece Jorge Amaury Nunes[footnoteRef:2], “Em outras palavras, desiste-se do recurso que foi interposto; renuncia-se ao recurso que pode ser interposto, mas que ainda não o foi”. [2: NUNES JORGE. Amaury. Comentários ao Código de Processo Civil, Ed. Saraiva, vários autores, 1ª edição, 2ª tiragem, 2016, p. 1.317).] 
Como bem assinala Humberto Theodoro Júnior: 
“Há duas espécies de renúncia ao direito de recursos: (i) a tácita, que decorre da simples decadência do prazo recursal; e (ii) a expressa, que se traduz em manifestação de vontade da parte. É da segunda que cogita o art. 999, admitindo-a, independentemente da anuência da parte contrária, ou do litisconsorte, por se tratar de ato unilateral.
A renúncia pode manifestar-se em petição, ou mesmo oralmente na audiência. A lei não exige forma especial. A desistência deve ser pedida em petição. O advogado, para renunciar aos recursos, ou dele desistir, depende, naturalmente, de poderes especiais. Não há necessidade de homologação judicial, em face do disposto no art. 200, caput. A exigência especial do parágrafo único daquele dispositivo, que condiciona os efeitos do ato da parte à homologação judicial refere-se unicamente à desistência da ação” [footnoteRef:3] [3: THEODORO JUNIOR. Humberto. Curso de Direito Processual Civil, Vol. III, 49ª edição, Ed. GEN/Forense, pp. 999.] 
Pode-se destacar, ainda, precedente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, no sentido de que anterior e expressa renúncia ao direito de recorrer, impõe o não conhecimento dos recursos adesivos, por configurar preclusão lógica, ante a prática de ato incompatível com a interposição dos recursos (TJRS – Ap. Cív. n. 70067353169, rel. Des. Umberto Guaspari Sudbrack, j. 19.5.2016). 
Nessa quadra – recursos adesivos – destacamos também esse posicionamento de Humberto Theodoro Júnior: 
“Fica, todavia, assegurado o direito ao renunciante ou desistente de valer-se dos recursos adesivos, caso venha a outra parte a recorrer após a renúncia ou desistência” (Curso de Direito Processual Civil, Vol. III, 49ª edição, Ed. GEN/Forense, pp. 999). 
Assim, se pode perceber que a doutrina e a jurisprudência podem destoar naquilo que tange o direito de valer-se dos recursos adesivos, seja o renunciante, seja o desistente. 
Art. 1.000. A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá recorrer.
Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a prática, sem nenhuma reserva, de ato incompatível com a vontade de recorrer.
Trata-se da aceitação tácita, que é definida como a prática, sem nenhuma reserva, de ato incompatível com a vontade de recorrer. 
A renúncia tácita, como já decidido pelo Superior Tribunal de Justiça, amparado na melhor doutrina, “tem como pressuposto a prática de ato incompatível com a vontade de recorrer e, sob o aspecto temporal, esse ato deve ser praticado após proferida a decisão (entendimento de José Carlos Barbosa Moreira e Pontes de Miranda)” (ED em REsp n. 1.104.853-PR, rel. Min. Denise Arruda, j. 25.11.2009).
Anotamos, ainda, que a desistência do prazo recursal, embora não configure desistência dos recursos, nem renúncia expressa ao direito de recorrer, caracteriza ato incompatível com aquele propósito e denota renúncia tácita, inviabilizando o conhecimento do reclamo manejado.
Necessidade de poderes especiais
Lembramos, como acontece com a desistência dos recursos (artigo 998 do CPC/2015), que a renúncia ao direito de recorrer, quando apresentada por advogado, reclama poderes especiais, a teor do preconizado no artigo 105, do CPC/2015 e iterativaorientação pretoriana: 
“Desacompanhada de advogado, a parte não pode renunciar ao direito de recorrer” (Lex-JTA 139/66)” (TJSC – AI n. 2000.009975-9, rel. Des. Orli Rodrigues, j. 11.6.2002).
Objeto tutelado.
Dependendo do objeto a que visa o sistema jurídico tutelar através dos recursos, podem eles, ainda, ser classificados em ordinários e extraordinários.
a) Ordinários: Os recursos ordinários previstos nos incisos I a V do art. 991 do Código de Processo Civil (art. 496, I a V CPC73) objetivam proteger, imediatamente, o direito subjetivo das partes litigantes contra eventual vício ou injustiça da decisão judicial, entendendo-se como injusta a decisão que não aplica adequadamente o Direito aos fatos retratados no processo;
b) Extraordinários: Os recursos extraordinários, previstos nos incisos VI, a IX do art. 991 do Código de Processo Civil (art. 496, VI a VII CPC73) têm como objeto imediato a tutela do direito objetivo, ou seja, das leis e tratados federais, no caso do recurso especial; da Constituição Federal, no caso do recurso extraordinário stricto sensu.
Efeitos dos Recursos.
Quanto aos efeitos, podem os recursos ser classificados em suspensivos e não suspensivos. Somente a existência ou não do efeito suspensivo é considerada para fins de classificação, porque o outro efeito recursal — o devolutivo — é comum a todos os recursos, não servindo, pois, de critério diferenciador. Sentido em que será a lei que irá determinar se o recurso terá ou não efeito suspensivo.
a) Suspensivo: São suspensivos aqueles recursos que impedem a imediata produção de efeitos da decisão recorrida, ficando o comando nela contido suspenso até seu julgamento (apelação, embargos infringentes, embargos de declaração e recurso ordinário);
b) Não suspensivos: Não suspensivos são aqueles desprovidos, como regra geral, deste efeito e que, por isto, não obstam a que haja execução provisória da decisão impugnada, nos termos do art. 517 do CPC, segunda parte (agravo, recurso especial, recurso extraordinário e embargos de divergência, art. 587 CPC73) (V. art. 992 do CPC — art. 497 CPC73).
PRINCÍPIOS 
Duplo grau de jurisdição.
O princípio do duplo grau consiste no direito concedido à parte de exigir a revisão do julgamento que lhe fora contrário por uma instância jurisdicional superior. O princípio visa o controle da atividade do juiz, por conseguinte, a segurança jurídica, a fim de evitar que decisões contrárias à lei ou à prova dos autos sejam impostas à parte sem que seja conferido ao jurisdicionado a possibilidade de sua revisão.
Esse princípio decorre de regra contida expressamente no art. 5º, LV, da Constituição da República. E, A despeito da regra em referência, a doutrina diverge sobre a caracterização do duplo grau de jurisdição como garantia constitucional.
Cassio Scarpinella Bueno considera o duplo grau de jurisdição como um princípio implícito na CRFB. Decorreria do sistema recursal previsto no texto constitucional e da cláusula geral do devido processo legal. O devido processo legal é uma cláusula geral ou enunciado normativo aberto, isto é, seu conteúdo é definido pelo juiz de acordo com as circunstâncias histórico--culturais do momento judicial. Por meio dessa cláusula geral é possível a doutrina e jurisprudência enquadrar conquistas futuras, resultado do desenvolvimento teórico da disciplina processual.
É importante, ainda, trazer que, a despeito de ser considerado princípio implícito por alguns doutrinadores, há quem ressalte alguns pontos negativos desse princípio, como, por exemplo, a dificuldade de acesso à justiça; o desprestígio da primeira instância; a quebra de unidade do poder jurisdicional; a dificuldade na descoberta da verdade mais próxima possível da real; e a inutilidade do procedimento oral.
Nessa toada, necessário se faz trazer as letras do artigo 5º, LV, da CRFB, onde se extrai a inteligência de que: “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”.
Não obstante, ainda que relevantes, as críticas não desqualificam o duplo grau de jurisdição como princípio constitucional, ainda que implícito. Todavia, a sua aplicação deve ser ponderada em situações concretas, obedecendo ao princípio da proporcionalidade, podendo, assim, ser excepcionado para que a legislação infraconstitucional restrinja ou até elimine recursos em casos específicos.
Legalidade/taxatividade (tipificação).
Também chamado de princípio da legalidade, o princípio da taxatividade consiste na exigência constitucional (art. 22, I, da CRFB) de que a enumeração dos recursos seja taxativamente prevista em lei federal. Não é deixada ao arbítrio das partes, nem para a competência dos Estados ou Municípios, tampouco para os regimentos internos dos tribunais, a tarefa de criar recursos, modificá-los ou extingui-los.
Importante observar que a taxatividade recursal não entra em colisão com o artigo 24, XI da CRFB, uma vez que a referida norma constitucional apenas confere competência concorrente à União, Estados e Municípios para legislar sobre procedimentos em matéria processual, uma vez que recurso é matéria processual e não procedimental.
Unicidade/singularidade (unirrecorribilidade).
De acordo com o princípio, também conhecido como princípio da unirrecorribilidade, não é possível a utilização simultânea de dois recursos contra a mesma decisão. Por conseguinte, há no sistema processual apenas um recurso adequado para cada decisão em determinado momento processual. 
Contudo, é mportante observar que o princípio em análise comporta exceções, já que, por exemplo, o art. 1.028 do Código de Processo Civil (art. 543 CPC73) prevê a possibilidade de utilização do recurso extraordinário e especial contra o mesmo decisum. Da mesma maneira, sempre que uma decisão for obscura, contraditória ou omissa, caberão embargos de declaração e outro recurso.
Fungibilidade.
O princípio da fungibilidade dos recursos consiste na possibilidade de que, existindo dúvida objetiva a respeito de qual o recurso cabível, o juiz competente receba, processe e conheça o recurso equivocadamente interposto pela parte, tal como se o recurso correto tivesse sido interposto. A esse propósito, o código de Processo civil de 2015 trouxe o seguinte artigo, que concede ao magistrado esse direito:
“Art. 275. Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade.”
Assim, a fungibilidade é o recebimento de um recurso como outro, adaptando-se o nomen juris e o procedimento. Nesse sentido, registre-se que muito embora, o princípio da fungibilidade não decorra de qualquer regra expressa, ele encontra-se em consonância com o princípio da instrumentalidade das formas, previsto no art. 275 do Código de Processo Civil (art. 244 CPC73). 
Erro grosseiro
Todavia, a dúvida da parte com relação ao recurso cabível a justificar a interposição do recurso indevido deve ser razoavelmente aceita, ou seja, a partir de elementos objetivos, como a equivocidade de texto da lei ou divergências doutrinárias. Se o erro da parte se afigurar grosseiro, o princípio da fungibilidade não é aplicável.
A existência de dúvida fundada ou objetiva sobre o recurso cabível conduz a uma necessidade de flexibilização do sistema recursal para que sejam admitidos todos os recursos abrangidos pela dúvida. Não obstante, conforme jurisprudência sedimentada no Superior Tribunal de Justiça, deve o indivíduo interpor o recurso no menor prazo, entre aqueles prazos conferidos aos recursos abrangidos pela dúvida.
Na vigência do Código de Processo Civil de 1973, a aplicação mais comum desse princípio se dava nas hipóteses de dúvida sobre a interposição de apelação ou agravo, já que era tormentosa a definição de sentença, à luz do que dispunha o art. 162, §1º, do referido diploma, o qual afirmava que: “§1º Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269 desta Lei.”
Não obstante a isso,o Novo Código de Processo Civil, no seu artigo 201, parágrafo 1º alterou a definição de sentença, dispondo que: “§ 1º Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 482 e 484, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução”.
Assim, ao melhor definir o conceito de sentença, o legislador buscou superar o problema da dúvida existente quanto ao recurso cabível em hipóteses em que a decisão decidisse, ainda que parcialmente, o mérito da demanda, sem pôr fim à fase cognitiva do processo.
Voluntariedade (renúncia/desistência).
Por força da aplicação desse princípio, que deriva do princípio dispositivo, não apenas se exige a iniciativa da parte interessada para a interposição do recurso, como, também, confere-se a esta a liberdade de delimitar o âmbito.
 “Art. 275. Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade.” do recurso, podendo impugnar total ou parcialmente a decisão que lhe fora desfavorável. É também manifestação desse princípio a regra contida no art. 995 do CPC (art. 501 CPC73), segundo a qual o recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do recurso por ele interposto.
Proibição da reformatio in pejus.
A reformatio in pejus consiste na reforma da decisão judicial por força de um recurso interposto, capaz de resultar para o recorrente uma situação de agravamento, de piora, em relação àquela que lhe fora imposta pela decisão recorrida. Ou seja, traduz-se num resultado exatamente contrário àquele pretendido pelo recorrente. Assim, o princípio da proibição da reformatio in pejus tem como objetivo impedir que essa situação de piora ocorra por força do julgamento do recurso da parte. 
Sucumbência Recíproca (quando as duas partes sucumbem – perdem)
Evidentemente que, sendo a sucumbência recíproca e havendo recurso de ambas as partes, a situação de qualquer delas poderá ser agravada como resultado do recurso interposto pela parte contrária, ou seja, o recurso da outra parte, que também perdeu, pode agravar ainda mais a sentença que já não era tão boa para a parte adversa. Contudo, o que o presente princípio quer dizer, é que o recurso da própria parte, após admitido e conhecido, não pode ter resposta pior daquilo que lhe fora concedido por decisão anterior, conforme resta esclarecido por meio de jurisprudência[footnoteRef:4] a respeito (ver em nota de rodapé). [4: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PROTOCOLIZAÇÃO, NA SEQUÊNCIA, DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO E DE RECURSO ESPECIAL EM FACE DO MESMO ACÓRDÃO. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA UNIRRECORRIBILIDADE. SEGUNDO RECURSO. NÃO CONHECIMENTO. PRECLUSÃO CONSUMATIVA. 1. “Em virtude do princípio da unirrecorribilidade, não é possível a interposição de recurso especial quando ainda pendente de julgamento outro recurso no Tribunal de origem” (AgRg no REsp 1.201.550/RJ, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima, Primeira Turma, DJe 13/10/2010). No mesmo sentido: REsp 1.013.364/TO, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, DJe 11/09/2008. 2. Agravo regimental não provido. (AgRg no AREsp 396.576/PI, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 25/11/2014, DJe 02/12/2014) PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO E AGRAVO REGIMENTAL APRESENTADOS CONTRA A MESMA DECISÃO. IMPOSSIBILIDADE. UNIRRECORRIBILIDADE. PRECLUSÃO CONSUMATIVA. I — “Conforme a jurisprudência consolidada no âmbito desta Corte, a interposição de dois recursos pela mesma parte contra a mesma decisão impede o exame do que tenha sido protocolizado por último, haja vista a preclusão consumativa e a observância ao princípio da unirrecorribilidade das decisões” (AgRg no AREsp n. 376731/RJ, Quinta Turma, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, DJe de 28/8/2014). II — Na hipótese, não obstante opostos embargos de declaração em face da decisão que negou seguimento ao recurso especial, a parte, no dia seguinte, interpôs agravo regimental atacando a mesma decisão, instante em que já configurada a preclusão consumativa. Agravo regimental desprovido. (AgRg no AgRg no REsp 1153042/RS, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 25/11/2014, DJe 02/12/2014) PROCESSUAL CIVIL. JUÍZO DE RETRATAÇÃO DECORRENTE DA APLICAÇÃO DO ART. 543-C, § 7º, II, DO CPC. REVISÃO DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. PRECLUSÃO. NÃO OCORRÊNCIA. REDUÇÃO DA VERBA HONORÁRIA. IMPOSSIBILIDADE NO CASO CONCRETO, EM RAZÃO DO PRINCÍPIO NON REFORMATIO IN PEJUS. 1. O acórdão proferido originalmente (fl. 953, e-STJ) consignou que houve sucumbência mínima da empresa autora da Ação Anulatória de Débito Fiscal, cumulada com pedido declaratório (ISSQN sobre operações de arrendamento mercantil). Por essa razão, imputou exclusivamente ao ente público o encargo de pagamento dos honorários de advogado, majorando a condenação fixada em sentença, de R$5.000, 00 (cinco mil reais — fl. 757, e-STJ) para 10% sobre o valor da causa (este último equivalente a R$166.962,14, em janeiro de 2006 — fl. 62, e-STJ). 2. Por força do juízo de retratação (fls. 1174-1191, e-STJ), o órgão colegiado aplicou a orientação fixada pelo STJ no julgamento do REsp 1.060.210/SC. Dessa forma, constatou a incompetência tributária do Município recorrido, negou provimento ao recurso fazendário e ao reexame necessário e deu provimento à Apelação da parte autora, mantendo, por outro fundamento, a sentença do juízo de primeiro grau, com a ressalva da majoração dos honorários advocatícios, que foram arbitrados em R$8.000,00 (oito mil reais). 3. A tese defendida pelos recorrentes é de que o acórdão proferido originalmente, no que se refere ao capítulo dos honorários advocatícios, não poderia ser objeto de reconsideração, tendo em vista que a inexistência de recurso voluntário apresentado pelo Município recorrido tornou o tema pre-cluso. O interesse recursal é manifesto, pois o primeiro acórdão havia fixado valor superior, uma vez que 10% do valor da causa representam honorários de advogado no montante de R$16.696,21. 4. O capítulo referente aos honorários advocatícios, embora autônomo, é necessariamente vinculado ao resultado da questão sub judice, de modo que pode sofrer influência em caso de retratação, haja ou não recurso da parte. 5. Para facilitar a compreensão, exemplifica-se com uma situação hipotética, relacionada ao tema do ISS nas operações de leasing. Imagine-se, por exemplo, que o pedido deduzido nos autos tivesse sido julgado improcedente, e que o Recurso Especial da parte autora não impugnasse os honorários advocatícios (naturalmente, fixados em favor do ente público). Nesse caso, o juízo de retratação, fundado no art. 543-C, § 7º, II, do CPC, acarretaria a reforma do acórdão hostilizado, com julgamento de procedência do pedido. A verba honorária deveria ser revista, uma vez que a sucumbência deixaria de ser da parte autora, passando a ser da Fazenda Pública (seria inconcebível que a parte vitoriosa na demanda fosse condenada a pagar honorários advocatícios, com base na circunstância de não haver, antes do juízo de retratação, impugnado esse específico capítulo, até então desfavorável a si). 6. Não há, portanto, falar em preclusão. 7. Sucede que, no caso concreto, merece reforma o julgado porque a violação do art. 20, §§ 3º e 4º, do CPC se deu no âmbito do princípio da non reformatio in pejus. 8. Com efeito, o acórdão proferido originalmente havia reconhecido sucumbência mínima da parte autora, o que significa que uma pequena parcela da pretensão deduzida nos autos lhe era desfavorável. A despeito disso, os honorários foram arbitrados em 10% do valor da causa, o que resultava na quantia de R$16.696,21. 9. Efetuado o juízo de retratação, o Tribunal a quo constatou que o pedido havia sido julgado inteiramente procedente, ou seja, deixou de haver qualquer parcela em que a parte autora tenha sido considerada vencida. 10. Ora, se aabrangência do êxito da pretensão deduzida em juízo aumentou (na mesma proporção em que aumentou a derrota da Fazenda Pública), não se mostra lícito que o juízo de retratação acarrete diminuição nos encargos de sucumbência (de R$16.696,21 para R$8.000,00). 11. Recurso Especial parcialmente provido, para restabelecer a verba honorária fixada no acórdão de fls. 927-953, e-STJ. (REsp 1471595/SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/11/2014, DJe 26/11/2014).
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JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE E JUÍZO DE MÉRITO (Duplo Juízo)
O juízo de admissibilidade é sempre preliminar ao juízo de mérito, será o juízo realizado sobre a validade ou não do processo. De modo, que a solução do primeiro é que vai determinar se o mérito será ou não examinado. Ou seja, é onde será verificado se o recurso está formalmente apto a ser julgado em seu mérito. Sentido em que todo e qualquer recurso, para ser interposto, deve observar alguns requisitos formais, sob pena de não ser analisado, não ser conhecido. Isso significa que o julgamento de um recurso, então, é dividido em dois momentos, quais sejam o juízo de admissibilidade e o juízo de mérito. 
Nessa toada, conforme já esboçado anteriormente, o juízo de admissibilidade analisa se recurso atende os pressupostos formais exigidos pela lei. Nesta fase, caso o recurso esteja de acordo com as normas, diz-se que o recurso foi conhecido ou admitido. Assim, caso não contenha os requisitos preliminares formais necessárias, o recurso não será conhecido, prejudicando a análise do mérito, ou seja, o recurso morre antes mesmo de ser avaliado.
Já o juízo de mérito irá avaliar a matéria a qual o recurso desafia, ou seja, irá analisar as razões e o pedido constante do recurso, que não se confunde com o mérito da causa propriamente dito. Nesta fase diz-se que caso a decisão atacada seja mantida, diz-se que o recurso não foi provido. Já, se a decisão é reformada, esclarecida, anulada ou cassada, diz-se que o recurso foi provido.
Normalmente o recurso é interposto perante o órgão responsável pela prolação da decisão recorrida (juízo a quo), e posteriormente é repassada ao órgão responsável pela análise do mérito recursal (juízo ad quem). Assim, o juízo de admissibilidade, às vezes, é feito perante esses dois juízos. Havendo, portanto, para o juízo de admissibilidade, inúmeros pressupostos, que segundo a doutrina dominante, se dividem em pressupostos subjetivos e objetivos, que serão objeto de estudo a seguir.
Assim, no juízo de admissibilidade se verificará a existência de requisitos formais, ou seja, exigidos em lei, que tornarão admissíveis as postulações. Sentido em que o juízo de admissibilidade se diferencia do juízo de mérito que será o momento em que será verificada a existência ou não dos fundamentos em que se apoia a postulação. No primeiro julga-se admissível ou inadmissível, enquanto no segundo julgar-se-á se procedente ou improcedente a demanda. Devendo ser ressaltado o fato de que, com o advento do novo CPC houve considerável modificação para a competência do juízo de admissibilidade, ou seja, houve grande modificação a respeito de quem deve fazer esse juízo. 
Na sistemática introduzida pelo Novo Código de Processo Civil a regra é que o juízo de admissibilidade é de competência do órgão responsável pelo julgamento do mérito do recurso. Mesmo nos casos em que o recurso é interposto perante o órgão a quo (aquele que decidiu), como é o caso da apelação, do recurso especial e do recurso extraordinário, o juízo de admissibilidade é exercido tão somente pelo órgão ad quem (aquele que será responsável pela apreciação do mérito recursal), conforme se depreende dos artigos 1.007 caput (art. 514 CPC 73) e § 3º, bem como 1.026 (art. 541 CPC73), 1.027 e parágrafo único do Código de Processo Civil. 
Essa nova sistemática se difere daquela adotada pelo Código de Processo Civil de 1973, uma vez que este possibilitava que o órgão a quo realizasse o juízo de admissibilidade prévio nos recursos de apelação, especial e extraordinário, fazendo, assim, com que houvesse um duplo juízo de admissibilidade nessas hipóteses, uma vez que o órgão ad quem não ficava vinculado à decisão do juízo a quo, podendo inadmitir o recurso previamente admitido na origem ou, mediante recurso, reforma a decisão de inadmissão (Conforme artigos 522 e 544 CPC73). 
Cumpre, aqui, examinar-se aquilo que deverá ser objeto de averiguação, por parte da autoridade competente, para que se admita ou não o recurso, isto é, para que se adentre ou não o mérito recursal. A maioria dos autores classifica os requisitos de admissibilidade em intrínsecos e extrínsecos, ou conjuntamente denominados requisitos genéricos, em oposição aos requisitos específicos de cada recurso. Sendo, ainda, importante demonstrar que o Juízo de admissibilidade pode se revelar, após a sua análise:
Positivo – é quando se diz que o recurso foi conhecido ou admitido;
Negativo – é quando se diz que o recurso não foi conhecido ou não foi admitido.
Objetos da admissibilidade do recurso (requisitos extrínsecos e intrínsecos)
· Extrínsecos – será onde se verificará a existência do direito de recorrer (cabimento, legitimidade, interesse – partes, terceiro prejudicado e MP – e inexistência de fato impeditivo ou extintivo do direito do recorrente);
· Intrínsecos – são os que se relacionam ao modo do exercício do direito de recorrer (preparo, tempestividade e regularidade formal).
Requisitos intrínsecos: são aqueles requisitos que concernem à própria existência do poder de recorrer e são eles:
· Cabimento;
· Legitimidade;
· Interesse.
a) Cabimento: é o momento em que se responderá se a decisão é recorrível, bem como qual o recurso cabível (cabe recurso de despachos de mero expediente?).
Princípios ligados ao cabimento.
Fungibilidade: é quando se permite a conversão de um recurso ensejado erroneamente pelo certo, adequado para a decisão impugnada. Desde que não haja erro grosseiro e não haja precluso o prazo para o recurso que deveria ter sido interposto.
 
Unicidade ou singularidade: não se pode utilizar dois recursos simultaneamente contra uma mesma decisão. 
Taxatividade: o rol dos recursos é “numerus clausulus”. Ou seja, os recursos são somente aqueles que estão previstos nas leis processuais brasileiras, não podendo ser utilizados por meio de interpretações analógicas ou extensivas. 
b) legitimidade (art. 996, CPC): o recurso poderá ser interposto:
· Pela Parte vencida: aqui, não será somente o réu, mas o terceiro interveniente, o assistente, o denunciado à lide. Pois, adquiriram a qualidade de parte com a aceitação de suas intervenções no processo.
· Pelo terceiro prejudicado: este é aquele que até o momento não participou do processo, mas por ter uma nexo de interdependência que o ligue à relação jurídica discutida e a decisão de qualquer modo o prejudique.
· Pelo Ministério Público: o MP poderá recorrer na qualidade de parte ou como “custus legis”. Segundo o enunciado 99 de súmula da jurisprudência dominante do STJ, o MP tem legitimidade de recorrer como fiscal da lei, ainda que não tenha havido recurso da parte. 
Nesse sentido, os pressupostos subjetivos, de acordo com a maior parte dos doutrinadores são: legitimidade e interesse. De acordo com o art. 996, do NCPC, têm legitimidade para recorrer as partes, o terceiro prejudicado e o Ministério Público, seja como parte ou como fiscal da lei:
Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica.
Assim, são legítimas a recorrer as partes que participaram da relação jurídica, e que, de alguma forma foram vencidas pela decisão a ser impugnada. E, além destas, o Ministério Público tem a legitimidade de recorrer quando for parte no processo, ou nele puder atuar, como fiscal da lei. Esta última, a lei, que também dá a possibilidade ao terceiro, que mesmo não sendo parte no processo, poderá recorrer caso comprove uma relação jurídica com a parte vencida que será prejudicada em decorrênciada decisão impugnada, nos termos do art. 996, parágrafo único do NCPC.
Art. 996 
(...)
Parágrafo único. Cumpre ao terceiro demonstrar a possibilidade de a decisão sobre a relação jurídica submetida à apreciação judicial atingir direito de que se afirme titular ou que possa discutir em juízo como substituto processual.
Interesse:
Binômio (utilidade e necessidade):
A utilidade é a ideia que há de que o recurso irá, praticamente, melhorar a situação do recorrente que restou agravada em razão da decisão impugnada. 
Enquanto a necessidade diz respeito à própria necessidade de utilização da via recursal para obter seu objetivo, qual seja o melhoramento de sua situação em decorrência da decisão.
Obs. Normalmente se liga a ideia de interesse recursal à sucumbência. De modo que é importante lembrar que o terceiro não sucumbe, justamente por ser terceiro.
Por exemplo, quando a ação de MS é improcedente por falta de provas poder-se-á impugnar o fundamento da decisão ainda que se concorde com a conclusão de improcedência. Isso, pois o recorrente deseja que a decisão seja por inexistência de direitos e não por ausência de provas. Visto que neste último caso, ausência de provas, não faz coisa julgada.
Assim, não basta a legitimidade, o interesse há de existir. Ou seja, na conformidade daquilo que fora dito acima, o recurso deve ser necessário e útil ao vencido de forma a evitar lesão a um direito que a parte acredita possuir. Em outras palavras, o interesse é a necessidade que a parte tem de ter a matéria reexaminada sob pena de algum prejuízo a ser causado pela decisão impugnada. Visto que o mero inconformismo com a fundamentação de determinada decisão não é motivo bastante para recorrer. Ora, para isso, é necessário que a parte tenha restado vencida, sucumbente, ocasionando prejuízos. Enfim, em todos os casos, a parte legítima a recorrer tem que demonstrar o eventual prejuízo existente caso seu recurso não seja analisado.
Inexistência de fato que impeça ou extinga o direito de recorrer (requisitos negativos de admissibilidade do recurso).
Consiste no fato de se recorrer de um ato decisório originado da própria vontade daquele que ora pretende impugnar. É o famoso veniere contra factum proprium, ou seja, recorrer da própria decisão que homologou seu pedido de desistência. 
*A renúncia e a sua aceitação são causas que extinguem o direito de recorrer. De modo que são fatos impeditivos do direito de recorrer, a não ser nos casos em que o recorrente deseje discutir a validade de tais atos, o que ensejaria a rescisão da decisão que os tenha por fundamento.
Requisitos Extrínsecos (objetivos)
Dizem respeito aos aspectos formais a que o recurso deve atender.
Recorribilidade da decisão (o ato deve desafiar um recurso)
Conforme já fora visto em outra oportunidade, os pronunciamentos do juiz se traduzem em sentença/acórdão, decisão interlocutória, despacho. Por não trazerem conteúdo decisório, via de regra, os despachos não são passíveis de recurso, conforme determina o art. 1001 do NCPC, também dito alhures. Entretanto, a prática processual anterior ditava que se a parte se sentir prejudicada por algum despacho, haveria a possibilidade de se utilizar a reclamação ou a correição parcial.
Essas medidas previstas apenas em regimentos internos dos tribunais visam reparar algum pronunciamento do juiz o qual não tenha recurso específico, e que em virtude de erro ou abuso judicial pode causar dano à parte.
Tempestividade
O recurso deve ser interposto dentro do prazo fixado em lei e tem como termo inicial o dia da intimação da decisão a ser impugnada. Sendo que o prazo para o recurso é insuscetível de dilação convencional, sendo peremptório. Ou seja, não são suscetíveis de aditamento, pois não são judiciais, decorrem de lei. 
Nesse sentido, cada recurso tem seu prazo estipulado em lei, e a parte deve observá-lo sob pena de ser impedido de recorrer. O prazo, então, é peremptório, ou seja, uma vez passado o momento oportuno, perde-se a possibilidade de fazê-lo. Havendo, ainda, de se destacar que os prazos são iguais e contam-se simultaneamente para ambas as partes. 
Todos os recursos, para que sejam conhecidos, estão sujeitos à observância, pelo recorrente, do prazo legal para exercício do direito de recorrer, sob pena de sequer ter analisado seu mérito, ou ver produzido qualquer efeito.
Por isto, se diz que "o recurso deve ser interposto dentro do prazo fixado em lei1" sendo certo que o novo Código de Processo Civil unificou os prazos recursais em 15 dias, exceto quanto aos embargos de declaração, que na forma do artigo 1.003 §5 do CPC permanecem com prazo de 5 dias.
Esta é uma das importantes alterações do novo CPC, na medida em que, no diploma anterior, haviam prazos de cinco, dez e quinze dias, sem que houvesse qualquer justificativa razoável para tal diferenciação.
O artigo 1.003 §5° do novo diploma, solucionando tal questão, expressamente dispõe que excetuados os embargos de declaração, o prazo tanto para interposição dos recursos, como para resposta é de 15 (quinze) dias.
Nelson Nery Junior[footnoteRef:5] assevera que tal alteração, além de facilitar a memorização dos prazos pelos operadores do direito, elimina discussões quanto à preservação do menor prazo na aplicação da fungibilidade recursal, senão veja-se: [5: NERY JR. Nelson. NERY. Rosa Maria de Andrade Nery. Comentários ao Código de Processo Civil. Novo CPC – Lei 13.105/2015. São Paulo: RT, 2015, pg.203] 
"O CPC 1003 unificou o prazo de interposição dos recursos: agora todos deverão ser interpostos no prazo de 15 (quinze) dias. A unificação facilita a memorização dos prazos; mas sua maior utilidade está em eliminar as discussões sobre a aplicação do princípio da fungibilidade recursal e o prazo que foi observado pelo recorrente. A única exceção fica por conta dos embargos de declaração, cujo prazo de interposição ainda é de 5 (cinco) dias, tal qual ocorria na vigência do CPC/1973)
Contagem somente dos dias úteis
Quanto aos prazos para recorrer, é importante observar, outrossim, que o artigo 219 do novo CPC estabelece que os prazos processuais são contados apenas em dias úteis e não mais em dias corridos, como se dava no diploma processual anterior. Tem-se aqui, portanto, duas importantes alterações, com inegáveis reflexos na duração do processo. Ora, se antes o prazo para interposição de um recurso de agravo de instrumento era de 10 dias corridos, hoje este prazo é de 15 dias úteis, o que representa um aumento considerável no tempo para interposição, sobretudo se houver, por exemplo, feriados no intercurso do prazo.
Recesso Forense 
Ainda quanto aos prazos, o artigo 220 do novo CPC estabelece que entre 20 de dezembro e 20 de janeiro suspendem-se os andamentos dos prazos processuais, o que costuma ser chamado de recesso forense.
Quanto a tal recesso, na vigência do CPC/1973 tradicionalmente havia suspensão de prazos entre o período de 20 de dezembro a 6 de janeiro, havendo, portanto, um aumento considerável de dias suspensos por força do recesso forense a partir da vigência do novo CPC.
Evidentemente há que se questionar se tais alterações não caminham na contramão da celeridade, na medida em que prolongam os prazos e, automaticamente, levam a uma maior demora na tramitação dos processos.
Inicialmente, quanto à unificação dos prazos recursais para 15 dias e a instituição da contagem dos prazos apenas em dias úteis, certamente tais medidas implicarão em ligeiro aumento no tempo de tramitação dos processos, sobretudo se os prazos forem utilizados em sua completude, como costuma ser o caso.
Entretanto, é preciso observar que tais medidas representam a garantia, para o jurisdicionado, de que se defensor teve tempo hábil para estudar a matéria e apresentar a medida mais correta conforme o caso.
Prazos em dobro
Excetuam-se da regra o Ministério Público, que tem o prazo em dobro para manifestar, conforme determina o art. 180 do NCPC:
Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, que terá início a partirde sua intimação pessoal, nos termos do art. 183, § 1º.
A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, nos termos do art. 183 do NCPC:
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
O que diz o parágrafo primeiro do artigo 183, do NCPC?
Art. 183 
(...)
§ 1º A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico.
Litisconsortes 
Outro caso de contagem em dobro de prazo para manifestação seria em caso de litisconsortes não representados pelo mesmo advogado, de escritórios de advocacia distintos, conforme regra prevista no art. 229 do NCPC:
Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento.
Contagem dos prazos
Segundo o artigo 224, os prazos serão contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento, salvo disposição em contrário. Isso, pois os prazos são contados a partir da intimação da decisão, devendo as partes estar atentas ao momento oportuno, conforme anuncia o art. 1.003 do NCPC:
Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão.
Suspensão e Interrupção de Prazos
Há casos em que pode haver suspensão ou restituição de prazos recursais.
· Suspensão é paralisação temporária da contagem de prazo, reiniciando-se de onde parou, ou seja, sem prejuízo do prazo anteriormente contado.
· Já, na interrupção, a paralisação temporária tem o condão de devolver integralmente o prazo à parte, de forma a começar nova contagem de prazo. 
Ocorrendo o falecimento da parte ou de seu advogado, ou ocorrer motivo de força maior, conforme o previsto no art. 1004 do NCPC, ocorre a interrupção de prazo:
Art. 1.004. Se, durante o prazo para a interposição do recurso, sobrevier o falecimento da parte ou de seu advogado ou ocorrer motivo de força maior que suspenda o curso do processo, será tal prazo restituído em proveito da parte, do herdeiro ou do sucessor, contra quem começará a correr novamente depois da intimação.
Recesso Forense
Uma grande novidade criada pelo NCPC é a suspensão de prazos durante os dias 20 de dezembro a 20 de janeiro. Essa era uma antiga reivindicação dos advogados, e o NCPC atendeu a demanda da categoria, estabelecendo tal regra no art. 220 do NCPC:
Art. 220. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive (...)
Recurso prematuro – é aquele interposto antes do início da fluência do prazo (em 2005 o STF passou a admitir).
Preparo:
Trata-se de causa objetiva de inadmissibilidade do recurso, sendo o adiantamento das despesas referentes ao processamento do recurso e a sua falta consiste na deserção do recurso. Ou seja, será deserto o recurso ausente de preparo, devendo ser comprovado no momento da interposição do recurso. Anexa-se à via recursal a respectiva guia de comprovação de pagamento. Sendo assim, o Preparo é o adiantamento das despesas relativas ao processamento do recurso. É uma causa objetiva de inadmissibilidade e independe de qualquer indagação quanto à vontade do omissivo. O valor do preparo é a soma da taxa judiciária mais o porte de remessa e de retorno dos autos.
 * o mesmo deverá ser feito quanto ao pagamento do porte de remessa e de retorno.
Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção.
§ 1º São dispensados de preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, os recursos interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados, pelos Municípios, e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal.
Deserção
§ 2º A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, implicará deserção se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias.
Dispensa do porte da remessa e de retorno.
§ 3º É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de retorno no processo em autos eletrônicos.
Intimação para recolher em dobro
§ 4º O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de deserção.
§ 5º É vedada a complementação se houver insuficiência parcial do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, no recolhimento realizado na forma do 
Prova de Impedimento e concessão de prazo
§ 6º Provando o recorrente justo impedimento, o relator relevará a pena de deserção, por decisão irrecorrível, fixando-lhe prazo de 5 (cinco) dias para efetuar o preparo.
Equívoco no preenchimento da guia de custas
§ 7º O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a aplicação da pena de deserção, cabendo ao relator, na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento, intimar o recorrente para sanar o vício no prazo de 5 (cinco) dias.
Dando uma analisada nos preceitos, acima colacionados, se pode perceber que no Novo CPC, a pena de deserção pelo não pagamento do preparo não é imediata, devendo o juiz dar ao recorrente a chance de recolhê-lo. Todavia, terá que recolher em DOBRO. Isso, pois de acordo com o art. 1.007, § 4o do NCPC, o recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de deserção.
Logo, nota-se que o Novo CPC deu prevalência ao princípio da cooperação, determinando que o juiz deve, antes de inadmitir o recurso, dar uma chance ao recorrente. Ademais, também fez preponderar o princípio da primazia do mérito (é dizer: só não se julga o mérito quando realmente não dá!). No entanto, ao mesmo tempo e a fim de evitar que o recorrente, de má-fé, deixasse de recolher o preparo para forçar uma intimação, retardando a conclusão da fase processual, foi determinado que o recolhimento, nesta "segunda chance", se fizesse em dobro.
Por fim é importante salientar que é vedada a complementação se houver insuficiência parcial do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, no recolhimento realizado na forma do § 4o.
INSUFICIÊNCIA TOTAL do preparo: é possível a complementação (deve recolher em dobro).
INSUFICIÊNCIA PARCIAL do preparo: não é possível a complementação.
Questão:
Sumula nº 178/STJ: “O INSS não goza de isenção do pagamento de custas e emolumentos, nas ações acidentárias e de benefícios propostas na Justiça Estadual”. 
Ocorre que, por medida provisória (MP 2.180-35/2001), foi alterada a lei federal nº 9.028/1995 que passou a dispor em seu artigo 24-A que: “A União, suas autarquias e fundações, são isentas de custas e emolumentos e demais taxas judiciárias, bem como de depósito prévio e multa em ação rescisória, em quaisquer foros e instâncias. Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo a todos os processos administrativos e judiciais em que for parte o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, seja no polo ativo ou passivo, extensiva a isenção à pessoa jurídica que o representar em Juízo ou fora dele.”
Ocorre que a Medida Provisória padece de inconstitucionalidade por conceder isenção a tributo estadual (taxa judiciária), proibido por força do artigo 151, III, da CF/88. Desse modo o STJ permanece aplicando o enunciado acima referenciado.
Recursos dispensados do Preparo:
· Agravo retido;
· Embargosinfringentes de alçada;
· Agravo de instrumento que nega seguimento a recurso especial ou extraordinário;
· Os recursos do ECA;
· Agravo interno;
· Embargos de declaração.
Insuficiência no valor do Preparo:
Isso significa que o Preparo fora realizado, contudo, a menor. De modo que, tanto os juízos a quo, como o ad quem, poderão pedir para o recorrente suprir a diferença no prazo de 05 (cinco) dias.
Após intimação do recorrente, não suprido o Preparo, a sanção será a de deserção do recurso. O que significa sanção de inadmissibilidade do mesmo.
A deserção poderá ser relevada se o recorrente comprovar justo impedimento ocorrido em decorrência de força maior (greve de banco, enchente etc). Contra a decisão que denegue a relevação da comprovação do porquê não houve o prepara ou sua complementação caberá o recurso de agravo de instrumento, no caso de decisão do juízo de piso e de Agravo Interno em se tratando de decisão do relator, no tribunal.
Natureza jurídica do juízo de admissibilidade
O juízo de admissibilidade é constitutivo negativo e tem eficácia ex nunc, ressalvada expressa previsão legal que determine a eficácia ex tunc, que a princípio não se reputa conveniente, tendo em vista que os atos processuais, e o procedimento em particular, produzem efeitos até que seja decretada a sua invalidade (inadmissibilidade, no caso de procedimento recursal).
Juízo de mérito
É a pretensão recursal. Podendo ser esta a de invalidação, reforma, integração e esclarecimento. Compõe-se, o mérito do recurso, da causa de pedir e da respectiva pretensão, vale dizer, o pedido realizado pelo recorrente. 
Em regra realizado pelo órgão ad quem. Contudo, a exceção está no recurso de embargos de declaração, onde o juízo “a quo” é quem julga o mérito do recurso.
Causa de pedir recursal 
É o mérito (fatos jurídicos e pedido), onde se encontram as questões aptas a invalidar, reformar, integrar e esclarecer a decisão. Sendo estas últimas duas estudadas nos embargos de declaração.
É o momento em que serão voltadas as atenções para as questões capazes de realizar a reforma (error in judicando) e a invalidação (error in procedendo) da decisão.
Invalidação da Decisão - Error in procedendo (validade formal) – é aquele vício de natureza formal apto a invalidar a decisão, tendo em vista uma falha do juiz no processo. Isso, no sentido de não ter respeitado uma questão formal anterior à decisão (não abrir para o contraditório a respeito de uma prova trazida aos autos pela parte adversa, não intimar as partes para que apresentem assistentes técnicos e formular quesitos quando designada a perícia, decidir a mais – extra petita) e que nesta devesse influenciar diretamente. Ou, mesmo uma deficiência na forma da própria decisão como, por exemplo, a ausência de fundamentação. 
Reforma da Decisão - Error in judicando (reforma) – é o erro de conteúdo, o erro material. Decorre da má apreciação de uma questão de direito ou de fato, ou até mesmo de ambas as questões e ensejará, como consequência lógica, a reforma da decisão. 
Assim, ocorrerá quando o juiz não reconhecer os efeitos jurídicos que a lei determina para a modalidade de julgamento ou, contrariamente, reconhecer efeitos jurídicos diferentes daqueles que se aplicam à norma legal. Ou seja, é quando a questão de fato ou de direito se torna a razão de mérito necessária ao ensejo da reforma da decisão.
Nos pedidos se pode cumular com base na alegação de ambos os tipos de erros. Contudo, é interessante que se faça, inicialmente, o “error in procedendo” que gera a anulação da decisão. E somente após realizado este é que se dará início ao “error in judicando”, visto que, neste, será reformada a decisão. Claro que, anulação e/ou reforma, só serão realizadas se realmente forem detectadas, na decisão impugnada, uma ou as duas espécies de erros.
O efeito substitutivo dos recursos:
O julgamento rescindente é aquele que acolhe a postulação de “error in procedendo”. Logo, invalidará a decisão recorrida e mandará que o juízo a quo profira outra decisão. O que pode não ocorrer em determinados casos como, por exemplo, em decisões que são impugnadas por serem extra ou ultra petitas. Quando o próprio tribunal suprirá a falta, retirando da decisão a parte que está em desconformidade com o pedido realizado na inicial. 
O julgamento substitutivo é aquele que acolhe ou não o “error in judicando”, ou não acolhendo o “error in procedendo” (pois, se acolhe, extingue a decisão invalidando-a). Substituindo, assim, a decisão recorrida pela decisão que julgou o recurso. 
Só ocorrerá se conhecido o recurso: “O julgamento proferido pelo trubunal substituirá a sentença ou a decisão recorrida” (art. 512, CPC).
Juízo de mérito. Superado o juízo de admissibilidade e sendo ele positivo, o órgão competente para o seu julgamento passa ao juízo do mérito recursal. O mérito do recurso é a pretensão recursal, que pode ser a de invalidação, integração, reforma ou esclarecimento da decisão impugnada. Importante observar que o mérito do recurso não necessariamente será idêntico ao mérito da causa. Uma questão processual, relativa à admissibilidade da causa, por exemplo, pode ser o mérito recursal. A causa de pedir do recurso pode se fundar tanto em um error in procedendo, o qual consiste em um erro na decisão judicial apto à sua invalidação; como em um error in judicando, o qual refere-se a uma interpretação equivocada dos fatos ou do direito aplicável à questão, o que poderá ensejar a reforma da decisão. 
Efeitos dos Recursos 
1) Efeito devolutivo. 
O efeito devolutivo é da essência do recurso, e consiste na devolução ao órgão ad quem do conhecimento da matéria impugnada. A despeito de ser inerente a todos os recursos, o efeito devolutivo pode variar de recurso para recurso, tanto na sua extensão como na sua profundidade. 
No que tange a extensão, em regra, o recurso não devolve ao tribunal o conhecimento de matéria estranha ao âmbito da decisão a quo. Na forma do artigo 1.010 do Código de Processo Civil (art. 510 CPC73), somente é devolvido o conhecimento da matéria impugnada. Não obstante, os parágrafos do artigo 1.010 (art. 510 CPC73) excepcionam em algumas hipóteses a restrição imposta ao efeito devolutivo para permitir que o órgão ad quem decida outras questões que não aquelas constantes da decisão impugnada.
2) Efeito impeditivo do trânsito em julgado. 
Na medida em que o recurso devolve ao Poder Judiciário, por força do efeito devolutivo, a apreciação da matéria impugnada, enquanto não julgado o recurso não se poderá falar em coisa julgada ou em preclusão, na forma do artigo 499 do Código de Processo Civil (art. 467 CPC73). 
Art. 1010. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. 
§ 1º Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado. 
§ 2º Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais. 
§ 3º Se a causa estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando: 
I — reformar sentença fundada no art. 482; 
II — decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir; 
III — constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo; 
IV — decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação. 
§ 4º Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau. 
§ 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que: 
I – homologa divisão ou demarcação de terras; 
II – condena a pagar alimentos; 
III – extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado; 
IV – julga procedenteo pedido de instituição de arbitragem; 
V – confirma, concede ou revoga tutela provisória; 
VI – decreta a interdição. 
Nesse ínterim, importante destacar a posição de José Carlos Barbosa Moreira no sentido de que apenas os recursos admissíveis produzem efeitos, o que faz com que o trânsito em julgado do recurso inadmitido retroaja à data do esgotamento do prazo para a interposição do recurso inadmissível. Não obstante, o Superior Tribunal de Justiça vem manifestando o entendimento no sentido de que, independentemente da inadmissão do recurso, a data do trânsito em julgado é a data do trânsito em julgado da última decisão. 
3) Efeito suspensivo. 
Quando dotado de efeito suspensivo, a interposição do recurso impede que a decisão recorrida produza efeitos concretos, sejam eles executivos, declaratórios ou constitutivos, e seja passível de execução até a decisão do recurso ou, se for o caso, o último recurso ao qual se atribui efeito suspensivo. A regra geral do Código de Processo Civil, na forma do artigo 992 (art. 497 CPC73), é que os recursos não são dotados de efeito suspensivo, salvo disposição legal ou decisão judicial em sentido diverso. Não obstante, o parágrafo único do artigo 992 (Art. 558 e parágrafo único CPC73) autoriza que a decisão recorrida seja suspensa por decisão do relator, se da imediata produção dos seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso. Como exceção à regra geral, conforme artigo 1.009 (art. 520 CPC73) do diploma processual, a apelação é dotada de efeito suspensivo, ressalvadas as hipóteses previstas nos incisos do parágrafo 1º do referido dispositivo legal.
4) Efeito interruptivo. 
A interposição de recurso dotado de efeito interruptivo interrompe o prazo para a interposição dos demais recursos. É o caso, por exemplo, dos embargos de declaração, conforme o artigo 1.023 do CPC (art. 538 CPC73). Na vigência do 
Código de Processo Civil de 1973, também gozava desse efeito o recurso de embargos infringentes, extinto com o advento do novo Código de Processo Civil, em relação ao recurso especial e extraordinário, consoante estabelecia o seu art. 498. 
5) Efeito substitutivo. Sempre que houver julgamento de mérito do recurso, a decisão deste substitui a decisão recorrida, passando aquela a produzir efeitos e comportar. 
§ 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que: 
I — homologa divisão ou demarcação de terras; 
II — condena a pagar alimentos; 
III — extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado; 
IV — julga procedente o pedido de instituição de arbitragem; 
V — confirma, concede ou revoga tutela provisória; 
VI — decreta a interdição.
A substitutividade encontra previsão no artigo 1.005 (Art. 512 CPC73) e não ocorrerá se o recurso não vier a ser julgado no mérito, por ser inadmitido ou não conhecido. O efeito substitutivo se justifica pela impossibilidade de coexistirem duas decisões com o mesmo objeto. Assim, eventual ação rescisória deverá ser dirigida contra a última decisão, que substituiu a decisão recorrida.

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