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RESOLUÇÃO-SIMULADO-SEMI-ENEM-2ºDIA-03-09-2016

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Simulado Enem 2ºdia – LCT + MT – 03/09/2016 
 
 
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RESOLUÇÃO SIMULADO 
ENEM 2ºDIA 
03/09/2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Simulado Enem 2ºdia – LCT + MT – 03/09/2016 
 
 
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LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS 
 
ESPANHOL 
 
QUESTÃO 01 
 
 
 
Esse anúncio faz parte de uma campanha de conscientização que pretende 
a) chamar a atenção para o perigo de extinção de alguns animais. 
b) alertar sobre o risco do consumo abusivo de bebidas enlatadas. 
c) denunciar o impacto ambiental causado pelo ser humano. 
d) fazer um catálogo com as pegadas das variadas espécies. 
e) promover uma marca de refrigerante usando a sua embalagem. 
 
QUESTÃO 02 
 
 
 
Simulado Enem 2ºdia – LCT + MT – 03/09/2016 
 
 
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A charge faz uma crítica 
a) a uma sociedade em que tudo tem um preço. 
b) ao individualismo da sociedade contemporânea. 
c) ao preço elevado dos produtos comercializados. 
d) à desvalorização que as pessoas sofrem no mundo atual. 
e) ao valor exagerado que se dá às coisas nos dias de hoje. 
 
QUESTÃO 03 
 
Adicciones y broncas: ¿Por qué dejé Facebook? 
 
Pese al indudable éxito de la marea azul de Facebook, algunas personas optan por un mundo 
menos conectado. “Yo lo dejé porque era increíblemente adictivo y perdía muchísimo tiempo”, 
explica Sonia (nombre ficticio), una médica madrileña de 35 años. En cada visita los usuarios 
de la red suelen pasar 20 minutos en media. 
Las personas que deciden abandonar el lugar suelen argumentar parecidas razones: pérdida 
de tiempo, relaciones superficiales o falta de privacidad. La última parte es en la que la red 
social ha avanzado más, en gran parte obligada por las autoridades de diferentes países. 
Desde hace un tiempo, el usuario tiene más opciones sobre qué quiere compartir y con quién. 
“En mi caso hubo un motivo concreto, una bronca con un familiar muy cercano. Después del 
enfado, fui a excluirlo de la lista de amigos. Pero, en el momento de hacerlo, me sentí ridículo 
al reparar en lo enganchado que yo estaba a esa red y pensé que mejor me eliminaba a mí 
mismo. Suena a broma pero ocurrió así”, explica Alberto (nombre ficticio), que afirma que se 
mantiene en otras redes, como Twitter, por motivos laborales. 
 
NAVAS, J. A. Disponível em: www.elmundo.es. Acesso em: 21 fev. 2012 (adaptado). 
 
Por meio de depoimentos, o texto exemplifica as razões de alguns usuários do Facebook para 
abandonar essa rede social. Com relação a Alberto, nome fictício de uma das pessoas citadas, 
o abandono do Facebook ocorreu porque 
a) soube que investia vinte minutos diariamente na rede social. 
b) percebeu que a sua rotina começara a perder interesse. 
c) notou a dependência que tinha desenvolvido a essa rede. 
d) compreendeu que ele expunha a intimidade da sua família. 
e) descobriu a falta de utilidade da internet para conseguir emprego. 
 
QUESTÃO 04 
 
El diario La Tercera, en su edición online, resalta que son “150 mil los asistentes a la marcha” y 
que “exigen plebiscito” si el Gobierno no responde a las demandas. Además, rescata que para 
los organizadores la movilización fue “exitosa” y remarca que: “Un amplio porcentaje de los 
asistentes marchó en orden. Sólo al final de la movilización, grupos encapuchados quemaron 
un automóvil y atacaron edificios en el sector Paseo Bulnes”. 
En tanto, el periódico La Hora titula: “Con incidentes culmina nueva marcha por la Educación”. 
Pero aclara que la manifestación, “que había sido pacífica desde temprano”, finalizó “con 
disturbios”. Y repite la información del auto quemado en Paseo Bulnes que marca La Tercera, 
aunque aclara que el Ministro del Interior, Rodrigo Hinzpeter, criticó los “desórdenes”. 
Mientras que la edición online de El Mercurio destacó que “incidentes aislados protagonizados 
por encapuchados se han producido en esta jornada en las principales ciudades del país, una 
vez concluidas las marchas por la educación”. 
 
Disponível em: www.clarin.com. Acesso em: 3 set. 2011. 
 
O texto resume informações divulgadas por três meios jornalísticos chilenos sobre 
manifestações estudantis ocorridas nesse país em função da melhoria da educação. 
Comparando essas informações, constata-se que os três fragmentos 
a) destacam o incêndio de um automóvel durante a passeata. 
b) assinalam tumultos no desfecho das manifestações. 
c) reconhecem o sucesso das mobilizações realizadas. 
d) evidenciam o descontentamento de políticos com o evento. 
Simulado Enem 2ºdia – LCT + MT – 03/09/2016 
 
 
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e) responsabilizam grupos encapuzados pelos incidentes. 
QUESTÃO 05 
 
Convergencia tecnológica y participación popular 
 
Se están cumpliendo 20 años del “boom” de las radios comunitarias en Argentina, que entre 
1985 y 1990 sorprendió al país con la creación de casi 3 mil radios de baja potencia. Estas 
emisoras lograron, en poco tiempo, abrir los micrófonos a miles de radialistas populares, a la 
participación del vecindario y de la gente común e influir sustancialmente en la programación 
radial comercial, con la creación de nuevos formatos en los que tenía un papel central la 
opinión ciudadana, sin jerarquías ni condicionamientos. Siendo la radio en Argentina el medio 
más popular y con un alto grado de credibilidad por parte del público, las emisoras comunitarias 
jugaron un rol fundamental para el fortalecimiento del debate democrático en el país. 
 
PLOU, D. S. América Latina en Movimiento, n. 421, jun. 2007. Disponível em: http://alainet.org. 
Acesso em: 23 fev. 2012 (adaptado). 
 
O texto destaca a importância das emissoras de rádio comunitárias na Argentina. 
Considerando especificamente a época do denominado boom, as emissoras populares 
a) criaram milhares de fontes de emprego para radialistas. 
b) surpreenderam o país com a oferta de rádios de baixo custo. 
c) convocaram a comunidade para a participação em comerciais. 
d) incutiram um novo paradigma centralizado na opinião pública. 
e) tiveram um papel preponderante no condicionamento dos ouvintes. 
 
Gabarito: 
 
Resposta da questão 1: 
 [C] 
 
O anúncio acima pretende, por meio da ‘pegada’ deixada pelo homem, isto é, os descartes dos 
produtos que consome (na foto uma lata de refrigerante), denunciar o impacto ambiental 
causado pelo ser humano, como se aponta na alternativa [C]. 
 
Resposta da questão 2: 
 [A] 
 
De acordo com o sentido da charge, percebe-se uma crítica à sociedade em que tudo tem um 
preço: “sino que todo tenga un precio”, como falado pela personagem. Alternativa correta [A]. 
 
Resposta da questão 3: 
 [C] 
 
De acordo com o texto, Alberto (nome fictício) abandonou o Facebook porque notara a 
dependência que havia desenvolvido em relação a essa rede, devido a um problema familiar 
por que passou. A alternativa [C] aponta-se correta em relação ao questionamento. 
 
Resposta da questão 4: 
 [B] 
 
De acordo com o texto, os trechos dedicados às manifestações estudantis ocorridas no Chile 
assinalam tumultos em seus desfechos: 
1. O jornal “La tercera” destaca: “(…) Sólo al final de la movilización, grupos encapuchados 
quemaron un automóvil y atacaron edificios en el sector Paseo Bulnes”. 
2. O Jornal “La Hora” aponta: Esclarece que a manifestação “que había sido pacífica desde 
temprano”, terminou “con disturbios”. 
3. O jornal “El Mercurio” destacou que “incidentes aislados protagonizados por encapuchados 
se han producido en esta jornada en las principales ciudades del país, una vez concluidas 
las marchas por la educación”. 
Simulado Enem 2ºdia – LCT + MT – 03/09/2016 
 
 
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Alternativa correta [B], portanto. 
 
Resposta da questão 5: 
 [D] 
 
Considerando a época do boom, as emissoras populares argentinas “(…) las emisoras 
comunitarias jugaron un rol fundamental para el fortalecimiento del debate democrático en el 
país.”, debido a serem o meio mais populare com alto grau de credibilidade, como se aponta 
no texto. Alternativa correta, [D], portanto. 
 
 
INGLÊS 
 
 
QUESTÃO 01 
 
 
 
Com base nas informações verbais e no contexto social da tirinha, infere-se que o cliente 
a) constrange e intimida o garçom, a fim de não pagar a conta devida. 
b) está indisposto para conversar com o garçom sobre assuntos pessoais. 
c) explica ao garçom que vai aguardar outra pessoa chegar ao restaurante. 
d) mostra descontentamento com o serviço para não ter que pagar por ele. 
e) demonstra bom humor, fazendo piada no momento de fechar a conta. 
 
QUESTÃO 02 
 
Home is where the heart is 
 
The heart of psychosocial care is to be found in the home and it is here that the main trust of 
external efforts to improve the wellbeing of vulnerable children must be directed. The best way 
to support the wellbeing of young children affected by HIV/AIDS is to strengthen and reinforce 
the circles of care that surround children. Some children — especially those living outside 
families, on the streets or institutions, with chronically ill caregivers, and orphans — are more 
vulnerable and especially require psychosocial care and support. However, this social support 
needs to be provided in family settings, with the same characteristics of commitment, stability, 
and individualized affectionate care. The primary aim of all psychosocial support programmes 
should be an encouraging and enabling family support, including foster care, and placing and 
maintaining young children in stable and affectionate family environments. Only secondarily 
should direct services be provided to affected children. 
 
RICHTER, L.; FOSTER, G.; SHERR, L. Where the heart is: meeting the psychosocial needs of 
Young children in the context of HIV/AIDS. Holanda: Bernard van Leer Foundation, 2006 
(adaptado) 
 
Simulado Enem 2ºdia – LCT + MT – 03/09/2016 
 
 
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Ao tratar dos problemas psicossociais dos portadores do vírus HIV/AIDS, o texto argumenta 
que 
a) as crianças em ambiente familiar enfrentam melhor a doença. 
b) o suporte das instituições traz mais benefícios que o familiar. 
c) as famílias dos portadores do HIV aprendem umas com as outras. 
d) a recuperação dos portadores do vírus HIV exige internamento. 
e) o tratamento dos pacientes depende de financiamento externo. 
 
QUESTÃO 03 
 
Our currency 
 
Australia was the first country in the world to have a complete system of bank notes made from 
plastic (polymer). These notes provide much greater security against counterfeiting. They also 
last four times as Iong as conventional paper (fibrous) notes. 
The innovative technology with which Australian bank notes are produced -— developed 
entirely in Australia — offers artists brilliant scope for the creation of images that reflect the 
history and natural environment of Australia. At the same time, the polymer notes are cleaner 
than paper notes and easily recyclable. Australia’s currency comprises coins of 5, 10, 20 and 50 
cent and one and two dollar denominations; and notes of 5, 10, 20, 50 and 100 dollar 
denominations. 
 
AUSTRALIA GOVERNMENT. About Australia. Disponível em: www.newzealand.com. 
Acesso em: 7 dez. 2011. 
 
O governo da Austrália, por meio de seu Departamento de Assuntos Estrangeiros, divulga 
inovações tecnológicas desse país. Associando as informações apresentadas na busca pelo 
tema, percebe-se que o texto se refere 
a) à educação ambiental na Austrália. 
b) ao sistema monetário australiano. 
c) aos expoentes da arte australiana. 
d) à situação econômica da Austrália. 
e) ao controle bancário australiano. 
 
QUESTÃO 04 
 
Scared fit 
 
My body was telling me things I did not want to hear. In February 2010, my doctor confirmed 
what my body was telling me. My not feeling well was a result of years of neglecting my body 
and diet. At 62, I had developed high blood pressure, type 2 diabetes, and my cholesterol was 
going through the roof. At 4’ 10” and weighing 227 pounds, the problem was in the mirror 
looking back at me. My doctor said, “lose weight, start eating healthy, and start exercising if you 
want to live to a ripe old age”. Needless to say, I was scared I wouldn’t see my grandkids and 
great-grandkids grow up. 
 
PAZ, A. Disponível em: www.healthandfitnessmag.com. Acesso em: 28 fev. 2012. 
 
No texto Scared fit, que relata a experiência de Amanda de la Paz relacionada aos cuidados 
com a saúde, a palavra scared faz referência ao seu medo de 
a) emagrecer mais que o necessário. 
b) encarar exercícios físicos pesados. 
c) enfrentar sua aparência no espelho. 
d) sofrer as consequências de seu descuido. 
e) enfrentar uma dieta com restrição de doces. 
 
 
 
Simulado Enem 2ºdia – LCT + MT – 03/09/2016 
 
 
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QUESTÃO 05 
 
Ebonics 
 
The word ebonics is made up of two words. Ebony, which means black and phonics, which 
refers to sound. It is a systematic rule-governed natural speech that is consistent as any other 
language in sentence structure. This is referred to as syntax. What makes this speech pattern 
uniquely different to “so called” American Standard English is its verb tense or lack of it. An 
example of this can be seen in the sentence, “He is sick today”. This same sentence translated 
in ebonics would read, “He sick today”. As you can see the verb has been omitted. However, 
this speech pattern is consistently used. Major controversy has arisen whether or not ebonics is 
a separate language or simply a dialect. In doing my research, I have found that most linguists 
take the position that ebonics is a dialect. What distinguishes dialect from language is that in 
dialect two speakers share most or some of the same vocabulary and is recognizable and 
understandable. In contrast, separate languages are present only when the inability to 
communicate verbally occurs. 
 
Disponível em: www.writework.com. Acesso em: 17 ago. 2011 (adaptado). 
 
 
A linguística é a ciência que se interessa pela linguagem humana em seus mais diferentes 
aspectos, e assim nos ajuda a pensar sobre a diversidade cultural e linguística. Nesse texto, a 
questão da diversidade linguística é discutida por meio 
a) da polêmica em torno da legitimação do ebônico como uma língua. 
b) da dificuldade de aceitação do ebônico como uma mistura de línguas. 
c) do reconhecimento conquistado pelos afro-americanos falantes do ebônico. 
d) do desprestígio do dialeto ebônico socialmente marcado pelos linguistas. 
e) do impedimento de compreensão entre falantes de dialetos distintos. 
 
Gabarito: 
 
Resposta da questão 1: 
 [E] 
 
O garçom pergunta ao cliente se ele gostaria de sobremesa. O rapaz responde dizendo que 
está satisfeito. Assim, o garçom pergunta ao rapaz se ele gostaria de fechar a conta (the 
check). O cliente usa a ambiguidade da palavra check (conta e cheque de banco) para 
brincar com o garçom, afirmando que ele não gostaria de um cheque porque está “quebrado” 
financeiramente. 
 
Resposta da questão 2: 
 [A] 
 
A justificativa para a escolha da alternativa [A] pode ser encontrada no início do texto: “The 
heart of psychosocial care is to be found in the home and it is here that the main trust of 
external efforts to improve the wellbeing of vulnerable children must be directed” (o coração do 
tratamento psicossocial deve ser encontrado em casa e é nela em que a confiança principal 
dos esforços externos para melhorar o bem-estar de crianças vulneráveis deve ser 
direcionada). 
 
Resposta da questão 3: 
 [B] 
 
Vários trechos do texto deixam clara a escolha da alternativa [B], entre eles as últimas duas 
linhas: “Australia’s currency comprises coins of 5, 10, 20 and 50 cent and one and two dollar 
denominations; and notes of 5, 10, 20, 50 and 100 dollar denominations” (o sistema monetário 
da Austrália é formado por moedas de 5, 10, 20 e 50 centavos e de um e de dois dólares; e 
notas de 5,10, 20, 50 e 100 dólares). 
Simulado Enem 2ºdia – LCT + MT – 03/09/2016 
 
 
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Resposta da questão 4: 
 [D] 
 
A justificativa para a escolha da alternativa [D] pode ser encontrada no seguinte trecho: 
“Needless to say, I was scared I wouldn’t see my grandkids and great-grandkids grow up” (é 
óbvio dizer que eu estava assustada pela possibilidade de não ver meus netos e bisnetos 
crescerem). 
 
Resposta da questão 5: 
 [A] 
 
O seguinte trecho justifica a escolha da alternativa [A] :”Major controversy has arisen whether 
or not ebonics is a separate language or simply a dialect” (grande controvérsia tem surgido com 
relação ao ebônico ser uma língua separada ou simplesmente um dialeto). 
 
 
QUESTÃO 06 
 
Antigamente as moças chamavam-se “mademoiselles” e eram todas mimosas e muito 
prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo 
não sendo rapagões, faziam-lhe pé de alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses 
debaixo do balaio. E se levavam tábua, o remédio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em 
outra freguesia. (...) 
Os mais idosos, depois da janta, faziam o quilo, saindo para tomar a fresca; e também 
tomavam cautela de não apanhar o sereno. Os mais jovens, esses iam ao animatógrafo, 
chupando balas de alteia. Ou sonhavam em andar de aeroplano. Estes, de pouco siso, se 
metiam em camisa de onze varas e até em calças pardas; não admira que dessem com os 
burros n’água. 
 
Carlos Drummond de Andrade 
 
 
Sobre o excerto acima, retirado da crônica “Antigamente”, assinale a alternativa correta. 
a) A linguagem culta formal é opção feita pelo autor, mas acaba sendo prejudicada pelos 
arcaísmos, que tornam o texto obsoleto. 
b) A linguagem do texto apoia-se em uma variante linguística que demonstra o movimento de 
mudanças constantes que as línguas sofrem, através do tempo. 
c) Por empregar expressões em desuso, existentes apenas nos dicionários, o texto desperta 
interesse apenas dos mais idosos. 
d) Contém erros grosseiros, como o uso de palavra estrangeira, expressões incompreensíveis 
como “pé de alferes”, “faziam o quilo”, “de pouco siso” etc. 
e) O saudosismo do autor confere ao texto um tom muito triste, nostálgico. 
 
QUESTÃO 07 
 
Simulado Enem 2ºdia – LCT + MT – 03/09/2016 
 
 
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Na tirinha de Quino, a personagem Mafalda afirma, no último quadrinho, ter sido persuadida 
por Susanita (sua interlocutora), esta teria sido, inclusive, a razão para Mafalda apelar para a 
violência. A propósito, qual foi a estratégia argumentativa de que se valeu a personagem 
Susanita para convencer Mafalda? 
a) Exemplificação, pois Susanita cita um fato ocorrido com Mafalda que materializa a tese que 
defende. 
b) Utilização de dados concretos, visto que a personagem faz uso de elementos como: 
estatísticas, valores financeiros e pesquisas de opinião. 
c) Argumentação por causa-consequência, pois estabelece uma relação entre a sua tese e as 
consequências que uma opção diferente poderia gerar. 
d) Argumentação por testemunho de autoridade, uma vez que Susanita é uma pessoa 
reconhecida como profunda conhecedora do assunto debatido. 
e) Indução, pois Susanita elabora sua estratégia argumentativa de acordo com os anseios que 
a personagem Mafalda possui. 
 
QUESTÃO 08 
 
Leia a tira a seguir e responda ao que se pede. 
 
 
 
A tira “As cobras”, de autoria de Luis Fernando Veríssimo, expõe a opinião da lesma Flecha 
acerca do machismo. Sobre isso, pode-se afirmar que: 
Simulado Enem 2ºdia – LCT + MT – 03/09/2016 
 
 
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a) explicitamente, Flecha se revela machista. 
b) Flecha não possui, de fato, uma opinião formada a respeito da temática do machismo. 
c) Flecha defende, em seus dois momentos de fala, um único ponto de vista, que é contrário a 
atitudes machistas. 
d) Flecha, através de uma opinião implícita, pode ser caracterizada como uma personagem 
que possui um raciocínio machista. 
e) a partir das duas falas, de forma explícita, podemos perceber a defesa de pontos de vista 
conflitantes por parte da lesma Flecha. 
 
QUESTÃO 09 
 
A seguir, tem-se uma charge, gênero textual que se constrói valendo-se de linguagem verbal e 
linguagem não verbal. Leia-a para responder à questão abaixo. 
 
 
 
Marque abaixo a única alternativa que não está de acordo com o texto. 
a) Os verbos “acender” e “apagar”, tendo em vista o contexto em que aparecem, têm como 
objeto a chama que é produzida no isqueiro do homem, que não aparece no texto por acaso. 
b) Na charge, a figura que representa a pedra de crack aparece sorrindo, em oposição ao 
estado de abatimento do sujeito que está prestes a consumi-la, denunciando, no conjunto, a 
propaganda enganosa que está por trás do uso dessa droga. 
c) A fala presente no balão utiliza expedientes linguísticos da comunicação poética para 
impactar o leitor e dar maior expressividade à mensagem, que tem um viés educativo. 
d) Os elementos não verbais que servem para compor a imagem do sujeito que consome a 
droga evidenciam os impactos socioeconômicos gerados por essa prática, os quais vão além 
dos efeitos meramente individuais de ordem psíquica. 
e) No tocante ao uso dos pronomes no texto, se a fala dentro do balão fosse produzida em 
contexto formal – e não em situação coloquial –, deveria adequar-se linguisticamente, 
podendo fazer-se assim: “Hoje tu me acendes, amanhã eu te apago.” 
 
QUESTÃO 10 
 
Trilhões de dólares estão enterrados no solo vermelho do leste da República Democrática do 
Congo: um dos maiores países do continente africano e também um dos mais ricos em 
recursos naturais, os quais tinham sido confiscados durante a colonização belga. Atualmente, 
Simulado Enem 2ºdia – LCT + MT – 03/09/2016 
 
 
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essa riqueza financia os grupos armados que controlam ilegalmente boa parte das minas, sem 
que a população do país se beneficie. Ouro, diamantes, coltan (minério que contem tântalo, 
usado para armazenar energia em celulares e tablets), entre outros, são extraídos e 
contrabandeados para países vizinhos, a partir de onde abastecem a indústria de 
eletroeletrônicos que, muitas vezes, não se preocupa com a procedência da matéria-prima. Em 
quase duas décadas, a guerra civil naquele país já fez milhões de mortos e outros muitos 
refugiados, tornando-se o maior e mais sangrento conflito desde a Segunda Guerra Mundial. 
 
<http://tinyurl.com/pb3vyy9> Acesso em: 10.09.2015. Adaptado. 
 
 
De acordo com o texto, é correto afirmar que 
a) trilhões de dólares foram enterrados no solo da República Democrática do Congo, durante a 
colonização belga, e atualmente são extraídos para recuperar o país da guerra. 
b) ainda que ilegal, o trabalho nas minas se reverte em benefícios para a população do país, 
reduzindo os males da guerra civil que dura mais de duas décadas. 
c) para retomar os recursos naturais confiscados, a população da República Democrática do 
Congo entrou em guerra civil contra seus colonizadores belgas. 
d) o financiamento de conflitos armados na República Democrática do Congo, ex-colônia da 
Bélgica, é alimentado pela extração ilegal de minerais. 
e) a indústria de eletroeletrônicos, atenta a procedência de sua matéria-prima, recusou o 
recebimento de minerais extraídos do solo congolês. 
 
QUESTÃO 
11 
 
O humor no anúncio publicitário foi conferido, sobretudo, 
a) pela ambiguidade, pois a expressão “uma mão na frente e outra atrás” pode admitir mais 
uma interpretação. 
b) pela antonímia, ou seja, pela aproximação de sentidos provocada pelo uso das palavras 
“frente” e “trás”. 
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c) pela oposição entre a religiosidade da família e o olhar sarcástico do ator que aparece no 
anúncio. 
d) pela provocação, tendo em vista que, após ler o anúncio, o consumidor passa a sentir-se 
propenso a adquirir a apólicede seguro. 
e) pela ironia, uma vez que debocha daqueles que não podem adquirir um seguro de vida. 
 
QUESTÃO 12 
 
 
 
O mercado publicitário tem implementado, sobretudo após o advento da informática, práticas 
de linguagem bastante inovadoras. O texto se utiliza de duas modalidades de formas 
linguísticas, mais especificamente de uma linguagem verbal e outra não verbal. Logo, 
considerando que o público-alvo da campanha tenha o conhecimento de mundo necessário 
para a compreensão do texto publicitário, conclui-se que seu objetivo basilar é 
a) provocar um questionamento sobre a necessidade de uma dieta mais saudável. 
b) fazer, indiretamente, a propaganda de um filme em cartaz nos cinemas. 
c) combater o consumo desenfreado de alimentos com teor calórico muito alto. 
d) influenciar a conduta do leitor através de um apelo visual e da intertextualidade. 
e) democratizar o consumo de legumes entre a as classes sociais mais carentes. 
 
QUESTÃO 13 
 
Os textos publicitários utilizam, de modo geral, uma linguagem específica para atingir, de forma 
diferenciada, aos seus propósitos comunicativos. Observe o texto a seguir e indique a 
alternativa correta. 
 
 
a) O enunciado “Coloque estes patinhos na lagoa” apresenta um sentido denotativo tal como 
em “Ele tem um coração de pedra”. 
b) O enunciado “Coloque estes patinhos na lagoa” apresenta um sentido conotativo tal como 
em “Ele tropeçou numa pedra na rua”. 
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c) O enunciado “Coloque estes patinhos na lagoa” apresenta sentido denotativo tal como em “A 
pedra foi arremessada na cabeça da criança”. 
d) O enunciado “Coloque estes patinhos na lagoa” apresenta um sentido denotativo tal como 
em “Aquele menino é uma pedra em meu sapato”. 
e) O enunciado “Coloque estes patinhos na lagoa” apresenta um sentido conotativo tal como 
em “Ultrapassarei todas as pedras do caminho e resolverei as minhas pendências”. 
 
QUESTÃO 14 
 
Analise a imagem a seguir e identifique a figura de linguagem em evidência no título da 
manchete. 
 
 
a) Metáfora. 
b) Hipérbole. 
c) Hipérbato. 
d) Metonímia. 
e) Pleonasmo. 
 
QUESTÃO 15 
 
Cartas de Meu Avô 
Manuel Bandeira 
 
A tarde cai, por demais 
Erma, úmida e silente… 
A chuva, em gotas glaciais, 
Chora monotonamente. 
 
E enquanto anoitece, vou 
Lendo, sossegado e só, 
As cartas que meu avô 
Escrevia a minha avó. 
 
Enternecido sorrio 
Do fervor desses carinhos: 
É que os conheci velhinhos, 
Quando o fogo era já frio. 
 
Cartas de antes do noivado… 
Cartas de amor que começa, 
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Inquieto, maravilhado, 
E sem saber o que peça. 
 
Temendo a cada momento 
Ofendê-la, desgostá-la, 
Quer ler em seu pensamento 
E balbucia, não fala… 
 
A mão pálida tremia 
Contando o seu grande bem. 
Mas, como o dele, batia 
Dela o coração também. 
 
 
A partir da leitura do poema “Cartas de Meu Avô”, do poeta pernambucano Manuel Bandeira, 
um dos principais nomes do Modernismo brasileiro, podemos dizer que 
a) no último verso da primeira estrofe, há uma prosopopeia ou personificação. 
b) a expressão “erma, úmida e silente”, no segundo verso, está se referindo à chuva. 
c) a palavra “enternecido”, no início da terceira estrofe, tem como sinônimo “quente”. 
d) o sujeito de “balbucia”, último verso da penúltima estrofe, é a palavra “pensamento”. 
e) em “quando o fogo era já frio”, no final da terceira estrofe, ocorre uma antonomásia. 
 
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES: 
O texto abaixo é referência para a(s) quest(ões) a seguir. 
 
Vontade de punir 
 
Deu no Datafolha que 87% dos brasileiros querem baixar a maioridade penal. 
Maiorias assim robustas, que já são raras em questões sociais, ficam ainda mais intrigantes 
quando se considera que, entre especialistas, o assunto é controverso. Como explicar o 
fenômeno? 
Estamos aqui diante de um dos mais fascinantes aspectos da natureza. Se você 
pretende produzir seres sociais, precisa encontrar um modo de fazer com que eles colaborem 
uns com os outros e, ao mesmo tempo, se protejam dos indivíduos dispostos a explorá-los. A 
fórmula que a evolução encontrou para equacionar esse e outros dilemas foi embalar regras de 
conduta em instintos, emoções e sentimentos que provocam ações que funcionam em mais 
instâncias do que não funcionam. 
Assim, para evitar a superexploração pelos semelhantes, desenvolvemos verdadeiro 
horror àquilo que percebemos como injustiças. Na prática, isso se traduz no impulso que temos 
de punir quem tenta levar vantagem indevida. Quando não podemos castigá-los diretamente, 
torcemos para que levem a pior, o que, além de garantir o sucesso de filmes de Hollywood, 
torna a justiça retributiva algo popular em nossa espécie. 
Isso, porém, é só parte do problema. Uma sociedade pautada apenas pelo ideal de 
justiça soçobraria. Se cada mínima ofensa exigisse imediata reparação e todos tivessem de ser 
tratados de forma rigorosamente idêntica, a vida comunitária seria impossível. A natureza 
resolve isso com sentimentos como amor e favoritismo, que permitem, entre outras coisas, que 
mães prefiram seus próprios filhos aos de desconhecidos. 
Nas sociedades primitivas, bandos de 200 pessoas onde todos tinham algum grau de 
parentesco, o sistema funcionava razoavelmente bem. Os ímpetos da justiça retributiva eram 
modulados pela empatia familiar. Agora que vivemos em grupos de milhões sem vínculos 
pessoais, a vontade de punir impera inconteste. 
 
SCHWARTSMAN, Hélio. Folhaonline, em 24 jun. 2015. 
 
 
QUESTÃO 16 
 
“A fórmula que a evolução encontrou para equacionar esse e outros dilemas foi embalar regras 
de conduta em instintos, emoções e sentimentos que provocam ações que funcionam em mais 
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instâncias do que não funcionam”. A que dilema a expressão “esse” se refere? 
a) Explicar a divergência entre a opinião dos especialistas e a da sociedade em geral. 
b) Criar regras para conter a violência, mesmo que, em geral, não funcionem. 
c) Elaborar regras de conduta que minimizem instintos e emoções. 
d) Explicar o fenômeno de a grande maioria da população ser favorável à punição de menores. 
e) Fazer com que as pessoas sejam boas e, ao mesmo tempo, saibam se defender. 
 
QUESTÃO 17 
 
Assinale a alternativa que resume um posicionamento do autor do texto. 
a) Questões que ganham apoio de ampla maioria da população, mas não angariam consenso 
entre os especialistas são surpreendentes e demandam explicações. 
b) O senso de justiça retributiva perdeu força na passagem das sociedades primitivas à 
sociedade moderna, o que faz com que a vontade de punir impere sem restrições. 
c) Nas sociedades primitivas, nem o grau de parentesco livrava o indivíduo da reparação de 
cada ofensa a outro membro da comunidade no mesmo grau e intensidade. 
d) A vontade de punir é um sentimento desenvolvido culturalmente que vai contra o instinto de 
sobrevivência dos indivíduos. 
e) O sucesso de filmes hollywoodianos se pauta na ação natural do amor e do favoritismo, o 
que garante sempre o final feliz. 
 
QUESTÃO 18 
 
Considere o verbo grifado na seguinte frase extraída do texto: “Uma sociedade pautada apenas 
pelo ideal de justiça soçobraria”. 
 
Um dos objetivos de um dicionário é esclarecer o significado das palavras, apresentando as 
acepções de um vocábulo indo do literal para o metafórico. No caso dos verbos, há também 
informações sobre a regência. 
 
Entre as acepções para o verbo grifado acima, adaptadas do Dicionário Houaiss de Língua 
Portuguesa (Rio de Janeiro: ed. Objetiva, 2001), assinale a que corresponde ao uso no texto. 
a) t.d. revolver de cima para baixo e vice-versa; inverter, revirar <o ciclone soçobrou o que 
encontrou no caminho>. 
b) t.d/int. emborcar, virar (geralmente uma embarcação) e ir a pique, naufragar ou fazernaufragar; afundar(-se), submergir (-se) <temiam que a tempestade os soçobrasse> <a 
embarcação soçobrou>. 
c) t.d/int. por metáfora: reduzir(-se) a nada; acabar (com), aniquilar(-se) <com tanta dissipação, 
sua fortuna soçobrara>. 
d) t.d. e pron. por metáfora: tornar-se desvairado; agitar-se, perturbar-se <soçobrou-se ante a 
negativa dela>. 
e) pron. por metáfora: perder a coragem, o ânimo; desanimar, esmorecer, acovardar-se 
<soçobrar-se não é próprio dele>. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
O texto abaixo é referência para a(s) quest(ões) a seguir. 
 
Dependendo do contexto em que são empregados, termos como “aí”, “até” e “ir” ora 
denotam espaço, ora denotam tempo. Esses variados sentidos que as palavras podem assumir 
nem sempre são precisamente especificados no dicionário. 
Talvez o exemplo mais interessante para ilustrar a indicação de tempo ou de espaço 
com a mesma palavra seja o verbo “ir”. O sentido primeiro (aceitemos isso para efeito de 
raciocínio) do verbo “ir” é de deslocamento: “alguém vai de A a B” quer dizer que alguém se 
desloca do ponto A ao ponto B. Trata-se de espaço. 
Dizemos também, por exemplo, que a Bandeirantes vai de Piracicaba a S. Paulo. Mas 
é claro que a rodovia não se desloca: ela começa em uma cidade e termina em outra. Não há 
sentido de deslocamento nessa oração, mas ainda estamos no domínio do espaço. 
Agora, veja-se outro caso: também dizemos que o período colonial vai de 1500 a 1822 
(ou a 1808, conforme o ponto de vista). Nesse exemplo, ninguém se desloca, nem se informa 
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sobre dois pontos do espaço, dois lugares extremos. Agora não se trata mais de espaço. Trata-
se de tempo. E o verbo é o mesmo. 
 
POSSENTI, Sírio. Analogias. Disponível em: 
<http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/palavreado/analogias>. Acesso em 23 mai. 2014. 
 
 
QUESTÃO 19 
 
O verbo “ir” tem, ainda, outro uso corrente não contemplado no texto: pode ser uma partícula 
unicamente gramatical responsável por marcar o tempo futuro do verbo principal da oração. 
Assinale a alternativa representativa desse uso. 
a) Enquanto aguardamos o telefonema da Joana, o Luís vai ao mercado e compra os salgados 
para o café. 
b) O período de inscrição para o concurso foi divulgado: vai de novembro a dezembro. 
c) Já noticiaram: o técnico vai divulgar o nome dos jogadores convocados nesta semana. 
d) Amanhã, este carro vai para a oficina, para reparos no freio e na lataria. 
e) Você já guardou tudo? Vai que ele chegue sem avisar... 
 
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: 
O texto abaixo é referência para a(s) quest(ões) a seguir. 
 
Outras razões para a pauta negativa 
Venício A. Lima 
 
O sempre interessante Boletim UFMG, que traz, a cada semana, notícias do dia a dia 
da Universidade Federal de Minas Gerais, informa, na edição de 4 de maio, o trabalho 
desenvolvido por grupo de pesquisa do Departamento de Ciência da Computação (DCC) em 
torno da “análise de sentimento”, que relaciona o sucesso das notícias com sua polaridade, 
negativa ou positiva. 
Utilizando programas de computador desenvolvidos pelo DCC-UFMG, foram 
identificadas, coletadas e analisadas 69.907 manchetes veiculadas em quatro sites noticiosos 
internacionais ao longo de oito meses de 2014: The New York Times, BBC, Reuters e Daily 
Mail. E as notícias foram agrupadas em cinco grandes categorias: negócios e dinheiro, saúde, 
ciência e tecnologia, esportes e mundo. As conclusões da pesquisa são preciosas. 
Cerca de 70% das notícias diárias estão relacionadas a fatos que geram “sentimentos 
negativos” – tais como catástrofes, acidentes, doenças, crimes e crises. Os textos das 
manchetes foram relacionados aos sentimentos que elas despertam, numa escala de menos 5 
(muito negativo) a mais 5 (muito positivo). Descobriu-se que o sucesso de uma notícia, vale 
dizer, o número de vezes em que é “clicada” pelo eventual leitor está fortemente vinculado a 
esses “sentimentos” e que os dois extremos – negativo e positivo – são os mais “clicados”. As 
manchetes negativas, todavia, são aquelas que atraem maior interesse dos leitores. 
Embora realizado com base em manchetes publicadas em sites internacionais – não 
brasileiros –, os resultados do trabalho dos pesquisadores do DCC-UFMG nos ajudam a 
compreender a predominância do “jornalismo do vale de lágrimas” na grande mídia brasileira. 
Para além da partidarização seletiva das notícias, parece haver também uma 
importante estratégia de sobrevivência empresarial influindo na escolha da pauta negativa. Os 
principais telejornais exibidos na televisão brasileira, por exemplo, estão se transformando em 
incansáveis noticiários diários de crises, crimes, catástrofes, acidentes e doenças de todos os 
tipos. Carrega-se, sem dó nem piedade, nas notícias que geram sentimentos negativos. Mais 
do que isso: os âncoras dos telejornais, além das notícias negativas, se encarregam de 
editorializar, fazer comentários, invariavelmente críticos e pessimistas, reforçando, para além 
da notícia, exatamente seus aspectos e consequências funestos. 
Existe, sim, o risco do esgotamento. Cansado de tanta notícia ruim e sentindo-se 
impotente para influir no curso dos eventos, pode ser que o leitor/telespectador afinal desista 
de se expor a esse tipo de jornalismo que o empurra cotidianamente rumo a um inexorável 
“vale de lágrimas” mediavalesco. 
 
Adaptado de <http://observatoriodaimprensa.com.br/jornal-de-ebates/outras-razoes-para-a-
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pauta-negativa/>. Acesso em 19 mai. 2015. 
 
 
QUESTÃO 20 
 
Ao criar o termo mediavalesco que finaliza o texto, o autor associa a media/mídia ao termo 
medievalesco, ou seja, relativo à Idade Média. Sua intenção, com isso, é ressaltar um aspecto 
dos meios de comunicação que poderia ser resumido pelo termo: 
a) avançado. 
b) sombrio. 
c) truculento. 
d) inexorável. 
e) filosófico. 
 
QUESTÃO 21 
 
Assinale a alternativa que exprime a tese do texto. 
a) Segundo o autor, há na imprensa internacional mais notícias negativas, porque ocorrem 
muito mais catástrofes e desgraças do que fatos positivos. 
b) O tom negativo, principalmente das notícias nacionais, deve-se à editorialização promovida 
pelos âncoras de telejornais. 
c) O telejornalismo pautado em notícias funestas e trágicas está caminhando para o 
esgotamento e afastamento do telespectador. 
d) A mídia privilegia notícias ligadas a sentimentos negativos porque estas atraem mais o 
público. 
e) Pesquisas analisam o comportamento de leitores de mídia estrangeira, mas não há 
evidência de que seus resultados possam ser aplicados ao cenário nacional. 
 
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 4 QUESTÕES: 
Para responder às questões a seguir, leia o seguinte verbete do Dicionário de comunicação de 
Carlos Alberto Rabaça e Gustavo Barbosa: 
 
Crônica 
 
Texto jornalístico desenvolvido de forma livre e pessoal, a partir de fatos e acontecimentos da 
atualidade, com teor literário, político, esportivo, artístico, de amenidades etc. Segundo Muniz 
Sodré e Maria Helena Ferrari, a crônica é um meio-termo entre o jornalismo e a literatura: “do 
primeiro, aproveita o interesse pela atualidade informativa, da segunda imita o projeto de 
ultrapassar os simples fatos”. O ponto comum entre a crônica e a notícia ou a reportagem é 
que o cronista, assim como o repórter, não prescinde do acontecimento. Mas, ao contrário 
deste, ele “paira” sobre os fatos, “fazendo com que se destaque no texto o enfoque pessoal 
(onde entram juízos implícitos e explícitos) do autor”. Por outro lado, o editorial difere da 
crônica, pelo fato de que, nesta, o juízo de valor se confunde com os próprios fatos expostos, 
sem o dogmatismo do editorial, no qual a opinião do autor (representando a opinião da 
empresa jornalística) constitui o eixo do texto. 
 
(Dicionário de comunicação, 1978.) 
 
 
QUESTÃO 22 
 
De acordo com o verbete,o tema de uma crônica se baseia em 
a) juízos de valor. 
b) anedotário popular. 
c) fatos pessoais. 
d) eventos do cotidiano. 
e) eventos científicos. 
 
QUESTÃO 23 
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O termo “dogmatismo”, no contexto do verbete, significa 
a) desprezo aos acontecimentos da atualidade. 
b) obediência à constituição e às leis do país. 
c) ausência de ideologia nas manifestações de opinião. 
d) opiniões assumidas como verdadeiras e imutáveis. 
e) conjunto de verdades religiosas. 
 
QUESTÃO 24 
 
De acordo com o verbete, o editorial representa sempre 
a) o julgamento dos leitores. 
b) a opinião do repórter. 
c) a crítica a um fato político. 
d) a resposta a outros veículos de comunicação. 
e) o ponto de vista da empresa jornalística. 
 
QUESTÃO 25 
 
Segundo o verbete, uma característica comum à crônica e à reportagem é 
a) a relação direta com o acontecimento. 
b) a interpretação do acontecimento. 
c) a necessidade de noticiar de acordo com a filosofia do jornal. 
d) o desejo de informar realisticamente sobre o ocorrido. 
e) o objetivo de questionar as causas sociais dos fatos. 
 
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 5 QUESTÕES: 
 
Leia o poema do português Eugênio de Castro (1869-1944) para responder às questões a 
seguir. 
 
MÃOS 
 
Mãos de veludo, mãos de mártir e de santa, 
o vosso gesto é como um balouçar de palma; 
o vosso gesto chora, o vosso gesto geme, o vosso gesto canta! 
Mãos de veludo, mãos de mártir e de santa, 
rolas à volta da negra torre da minh’alma. 
 
Pálidas mãos, que sois como dois lírios doentes, 
Caridosas Irmãs do hospício da minh’alma, 
O vosso gesto é como um balouçar de palma, 
Pálidas mãos, que sois como dois lírios doentes... 
 
Mãos afiladas, mãos de insigne formosura, 
Mãos de pérola, mãos cor de velho marfim, 
Sois dois lenços, ao longe, acenando por mim, 
Duas velas à flor duma baía escura. 
 
Mimo de carne, mãos magrinhas e graciosas, 
Dos meus sonhos de amor, quentes e brandos ninhos, 
Divinas mãos que me heis coroado de espinhos, 
Mas que depois me haveis coroado de rosas! 
 
Afilhadas do luar, mãos de rainha, 
Mãos que sois um perpétuo amanhecer, 
Alegrai, como dois netinhos, o viver 
Da minha alma, velha avó entrevadinha. 
 
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(Obras poéticas, 1968.) 
 
 
QUESTÃO 26 
 
Verifica-se certa liberdade métrica na construção do poema. Na primeira estrofe, tal liberdade 
comprova-se pela 
a) construção do hendecassílabo fora dos rígidos modelos clássicos. 
b) variedade do verso decassílabo e do verso alexandrino. 
c) presença de um verso com número menor de sílabas que os alexandrinos. 
d) desobediência aos padrões de pontuação tradicionais do decassílabo. 
e) presença de dois versos com número maior de sílabas que os alexandrinos. 
 
QUESTÃO 27 
 
Na última estrofe do poema, os termos “Afilhadas do luar”, “mãos de rainha” e “Mãos que sois 
um perpétuo amanhecer” funcionam, no período de que fazem parte, como 
a) orações intercaladas. 
b) apostos. 
c) adjuntos adverbiais. 
d) vocativos. 
e) complementos nominais. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Responda à(s) questão(ões) com base na tirinha abaixo. 
 
 
 
 
QUESTÃO 28 
 
Podemos afirmar que tanto as tirinhas quanto as histórias em quadrinho são gêneros nos quais 
a) as imagens pouco contribuem para facilitar a interpretação da história. 
b) a disposição sequencial dos balões e quadrinhos é totalmente aleatória. 
c) nunca são utilizadas, a exemplo desta, interjeições ou onomatopeias. 
d) o texto escrito tenta aproximar-se da comunicação interpessoal direta. 
e) a pontuação é desprezada, pois as imagens indicam as pausas e as entonações. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Responda à(s) questão(ões) com base no texto abaixo: 
 
Fico Assim Sem Você 
 
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Avião sem asa 
Fogueira sem brasa 
Sou eu assim sem você 
Futebol sem bola 
Piu-Piu sem Frajola 
Sou eu assim sem você 
 
Por que é que tem que ser assim? 
Se o meu desejo não tem fim 
Eu te quero a todo instante 
Nem mil alto-falantes 
Vão poder falar por mim 
(...) 
Tô louco pra te ver chegar, 
Tô louco pra te ter nas mãos. 
Deitar no teu abraço, 
Retomar o pedaço que falta no meu coração 
 
Eu não existo longe de você 
E a solidão é o meu pior castigo 
Eu conto as horas pra poder te ver 
Mas o relógio tá de mal comigo 
 
Claudinho e Buchecha 
 QUESTÃO 29 
 
A regência do verbo “faltar” que aparece no verso “Retomar o pedaço que falta no meu 
coração” não está de acordo com o que é indicado pela gramática normativa padrão que, 
nesse caso, indica a utilização da preposição “a”. Sendo assim, o verso ficaria “...que falta ao 
meu coração”. Desvios como esse são muito comuns no falar cotidiano. 
 
Sabendo disso, assinale a única alternativa cuja regência verbal segue o que preceitua a 
norma padrão. 
a) Estou indo no banheiro, depois te ligo. 
b) Sai daí, menino! Que eu já aspirei ao pó do tapete. 
c) Não posso falar agora, estou assistindo o jogo. 
d) Eu acabei de pagar aquela conta a costureira. 
e) Pedro namora a vizinha da cunhada de Isabela. 
 
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES: 
A(s) quest(ões) a seguir refere(m)-se ao texto a seguir: 
 
1Vou confessar um pecado: às vezes, faço maldades. Mas não faço por mal. Faço o 
que faziam os mestres zen com seus "koans". "Koans" eram rasteiras que os mestres 
passavam no pensamento dos discípulos. Eles sabiam que só se aprende o novo quando as 
certezas velhas caem. E acontece que eu gosto de passar rasteiras em certezas de jovens e 
de velhos... 
Pois o que eu faço é o seguinte. Lá estão os jovens nos semáforos, de cabeças 
raspadas e caras pintadas, na maior alegria, celebrando o fato de haverem passado no 
vestibular. Estão pedindo dinheiro para a festa! Eu paro o carro, abro a janela e na maior 
seriedade digo: "Não vou dar dinheiro. Mas vou dar um conselho. Sou professor emérito da 
Unicamp. 2O conselho é este: salvem-se enquanto é tempo!". 3Aí o sinal fica verde e eu 
continuo. 
"Mas que desmancha-prazeres você é!", vocês me dirão. É verdade. Desmancha-
prazeres. Prazeres inocentes baseados no engano. Porque aquela alegria toda se deve 
precisamente a isto: eles estão enganados. 
Estão alegres porque acreditam que a universidade é a chave do mundo. 4Acabaram 
de chegar ao último patamar. 5As celebrações têm o mesmo sentido que os eventos iniciáticos 
– nas culturas ditas primitivas, 6as provas a que têm de se submeter os jovens que passaram 
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pela puberdade. Passadas as provas e os seus sofrimentos, os jovens deixaram de ser 
crianças. Agora são adultos, com todos os seus direitos e deveres. Podem assentar-se na roda 
dos homens. Assim como os nossos jovens agora podem dizer: "Deixei o cursinho. Estou na 
universidade". 
Houve um tempo em que as celebrações eram justas. Isso foi há muito tempo, quando 
eu era jovem. Naqueles tempos, um diploma universitário era garantia de trabalho. Os pais se 
davam como prontos para morrer quando uma destas coisas acontecia: 1) a filha se casava. 
Isso garantia o seu sustento pelo resto da vida; 2) a filha tirava o diploma de normalista. Isso 
garantiria o seu sustento caso não casasse; 3) o filho entrava para o Banco do Brasil; 4) o filho 
tirava diploma. 
7O diploma era mais que garantia de emprego. Era um atestado de nobreza. Quem 
tirava diploma não precisava trabalhar com as mãos, 8como os mecânicos, pedreiros e 
carpinteiros, que tinham mãos rudes e sujas. 
Para provar para todo mundo que não trabalhavam com as mãos, os diplomados 
tratavam de pôr no dedo um anel com pedra colorida. Havia pedras para todas as profissões: 
médicos, advogados, músicos, engenheiros. Até os bispos tinham suas pedras. 
(Ah! Ia me esquecendo: os pais também se davam como prontospara morrer quando o 
filho entrava para o seminário para ser padre – aos 45 anos seria bispo – ou para o exército 
para ser oficial – aos 45 anos seria general.) 
Essa ilusão continua a morar na cabeça dos pais e é introduzida na cabeça dos filhos 
desde pequenos. 9Profissão honrosa é profissão que tem diploma universitário. Profissão 
rendosa é a que tem diploma universitário. Cria-se, então, a fantasia de que as únicas opções 
de profissão são aquelas oferecidas pelas universidades. 
Quando se pergunta a um jovem "O que é que você vai fazer?", o sentido dessa 
pergunta é "Quando você for preencher os formulários do vestibular, qual das opções 
oferecidas você vai escolher?". E as opções não oferecidas? Haverá alternativas de trabalho 
que não se encontram nos formulários de vestibular? 
Como todos os pais querem que seus filhos entrem na universidade e (quase) todos os 
jovens querem entrar na universidade, 10configura-se um mercado imenso, mas imenso 
mesmo, de pessoas desejosas de diplomas e prontas a pagar o preço. Enquanto houver jovens 
que não passam nos vestibulares das universidades do Estado, haverá mercado para a criação 
de universidades particulares. É um bom negócio. 
11Alegria na entrada. Tristeza ao sair. Forma-se, então, a multidão de jovens com 
diploma na mão, mas que não conseguem arranjar emprego. Por uma razão aritmética: o 
número de diplomados é muitas vezes maior que o número de empregos. 
Já sugeri que os jovens que entram na universidade deveriam aprender, junto com o 
curso "nobre" que frequentam, um ofício: marceneiro, mecânico, cozinheiro, jardineiro, técnico 
de computador, eletricista, encanador, descupinizador, motorista de trator... O rol de ofícios 
possíveis é imenso. Pena que, nas escolas, as crianças e os jovens não sejam informados 
sobre essas alternativas, por vezes mais felizes e mais rendosas. 
12Tive um amigo professor que foi guindado, contra a sua vontade, à posição de reitor 
de um grande colégio americano no interior de Minas. Ele odiava essa posição porque era 
obrigado a fazer discursos. 13E ele tremia de medo de fazer discursos. Um dia ele desapareceu 
sem explicações. Voltou com a família para o seu país, os Estados Unidos. Tempos depois, 
encontrei um amigo comum e perguntei: "Como vai o Fulano?". Respondeu-me: "Felicíssimo. 
14É motorista de um caminhão gigantesco que cruza o país!". 
 
(Rubem Alves. Diploma não é solução, Folha de S. Paulo, 25/05/2004.) 
 
 
 
QUESTÃO 30 
 
De acordo com o autor, 
a) a escolha certa do curso universitário é a garantia de sucesso profissional. 
b) é aconselhável que o universitário concilie o curso superior com uma formação alternativa. 
c) é imprescindível mais de uma formação universitária como garantia de futuro bem sucedido. 
d) é recomendável que as universidades ofereçam cursos para formação de trabalhadores 
manuais. 
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e) o diploma universitário, aliado a cursos de curta duração, possibilita o amadurecimento do 
jovem. 
 
 
QUESTÃO 31 
 
De acordo com o texto, uma expectativa da sociedade brasileira que ainda se mantém é 
a) a carreira sacerdotal como forma de ascensão social. 
b) a carreira militar como garantia de rápida progressão profissional. 
c) o casamento como garantia de segurança econômica para as mulheres. 
d) a aprovação em concurso público como garantia de sucesso profissional. 
e) o diploma universitário como garantia de emprego e reconhecimento social. 
 
QUESTÃO 32 
 
Considere a frase seguinte no seu contexto: “Essa ilusão continua a morar na cabeça dos 
pais”. O sintagma sublinhado diz respeito à 
a) formação universitária. 
b) escolha profissional. 
c) estabilidade financeira. 
d) conquista de um emprego público. 
e) obtenção de status social. 
 
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: 
Considere o texto para responder à(s) questão(ões): 
 
Tintim 
 
Durante alguns anos, o tintim me intrigou. Tintim por tintim: o que queria dizer aquilo? Imaginei 
que fosse alguma misteriosa medida de outros tempos que sobrevivera ao sistema métrico, 
como a braça, a légua, etc. Outro mistério era o triz. Qual a exata definição de um triz? É uma 
subdivisão de tempo ou de espaço. As coisas deixam de acontecer por um triz, por uma fração 
de segundo ou de milímetro. Mas que fração? O triz talvez correspondesse a meio tintim, ou o 
tintim a um décimo de triz. 
Tanto o tintim quanto o triz pertenceriam ao obscuro mundo das microcoisas. 
Há quem diga que não existe uma fração mínima de matéria, que tudo pode ser dividido e 
subdividido. Assim como existe o infinito para fora – isto é, o espaço sem fim, depois que o 
Universo acaba – existiria o infinito para dentro. A menor fração da menor partícula do último 
átomo ainda seria formada por dois trizes, e cada triz por dois tintins, e cada tintim por dois 
trizes, e assim por diante, até a loucura. 
Descobri, finalmente, o que significa tintim. É verdade que, se tivesse me dado o trabalho de 
olhar no dicionário mais cedo, minha ignorância não teria durado tanto. Mas o óbvio, às vezes, 
é a última coisa que nos ocorre. Está no Aurelião. Tintim, vocábulo onomatopaico que evoca o 
tinido das moedas. 
Originalmente, portanto, "tintim por tintim" indicava um pagamento feito minuciosamente, 
moeda por moeda. Isso no tempo em que as moedas, no Brasil, tiniam, ao contrário de hoje, 
quando são feitas de papelão e se chocam sem ruído. Numa investigação feita hoje da 
corrupção no país tintim por tintim ficaríamos tinindo sem parar e chegaríamos a uma nova 
concepção de infinito. 
Tintim por tintim. A menina muito dada namoraria sim-sim por sim-sim. O gordo incontrolável 
progrediria pela vida quindim por quindim. O telespectador habitual viveria plim-plim por plim-
plim. E você e eu vamos ganhando nosso salário tin por tin (olha aí, a inflação já levou dois 
tins). 
Resolvido o mistério do tintim, que não é uma subdivisão nem de tempo nem de espaço nem 
de matéria, resta o triz. O Aurelião não nos ajuda. "Triz", diz ele, significa por pouco. Sim, mas 
que pouco? Queremos algarismos, vírgulas, zeros, definições para "triz". Substantivo feminino. 
Popular. 
"Icterícia." Triz quer dizer icterícia. Ou teremos que mudar todas as nossas teorias sobre o 
Universo ou teremos que mudar de assunto. Acho melhor mudar de assunto. 
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O Universo já tem problemas demais. 
 
(VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comédias para ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.) 
 
 
QUESTÃO 33 
 
Tomando-se por base o texto “Tintim”, de Luis Fernando Veríssimo, assinale a alternativa que 
melhor representa o que foi enunciado. 
a) O eu lírico nunca se preocupou com questões menores, eram algo que não despertava sua 
curiosidade. 
b) Apesar de o eu lírico se interessar pelo tintim, nunca pensou a respeito do problema. 
c) Infelizmente, o eu lírico reconhece que nunca descobriu o significado de tintim. 
d) Originalmente, "tintim por tintim" indicava um pagamento feito minuciosamente, moeda por 
moeda. 
e) Tintim denota algo impreciso, que, segundo o eu lírico, deve ser desprezado. 
 
QUESTÃO 34 
 
Considere o trecho: “O Aurelião não nos ajuda. "Triz", diz ele, significa por pouco”. A figura de 
linguagem presente no trecho é: 
a) metáfora. 
b) antítese. 
c) hipérbole. 
d) eufemismo. 
e) personificação. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Leia o texto abaixo para responder à(s) questão(ões) a seguir. 
 
À beira da extinção, ave saíra-apunhalada tem rara chance de se recuperar na natureza 
 
A saíra-apunhalada (o nome faz referência à mancha vermelha no peito do pássaro, 
que se assemelha a uma "punhalada") é uma ave simpática de dez centímetros, com 
plumagem branca e cinza. A alcunha, que na origem só fazia referência ao visual da espécie, 
agora serve bem como indicação simbólica do perigo pelo qual passa a saíra: estimativas 
indicam quesó existem 50 delas na natureza. Para protegê-la, ONGs e órgãos ambientalistas 
do governo lutam para que seja criada uma reserva florestal de 5 mil hectares na região 
serrana capixaba. 
A saíra-apunhalada vive em bandos e se alimenta de pequenos insetos e frutos. Ela 
vive no alto de florestas da Mata Atlântica, e está aí a sua maior fraqueza, já que 90% dessa 
vegetação foi destruída pelo homem. A ave, que também era encontrada em Minas Gerais, 
hoje só pode ser vista no Espírito Santo. 
"A extinção está associada à destruição secular da Mata Atlântica, porque a espécie só 
sobrevive em florestas muito bem conservadas", diz o biólogo Edson Ribeiro Luiz, coordenador 
de projetos da SAVE Brasil, ONG ligada à Bird Life International, que tem como foco a proteção 
das aves brasileiras. "Em território capixaba, onde existe apenas um bloco de vegetação 
preservado, elas tendem a ficar ilhadas." 
A luta para proteger a ave ganhou força no mês passado, quando aconteceu no Estado 
o Avistar, principal evento de observação de pássaros do país. Tendo na saíra-apunhalada o 
seu símbolo, a festa foi o incentivo que faltava para que o Instituto Estadual de Meio Ambiente 
(IEMA) estabelecesse o prazo de março de 2016 para a constituição da reserva. A decisão 
final, porém, continua nas mãos do governo. 
 
(Disponível em: 
<http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/ambientalistaspressionam- 
governo-capixaba-a-proteger-ave-sairaapunhalada>. 
Acesso em 13/11/2015. Texto adaptado) 
 
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QUESTÃO 35 
 
Das afirmações abaixo, apenas uma está de acordo com o que se expõe no texto. Indique-a. 
a) Há um risco iminente de extinção da ave saíra-apunhalada, conquanto ainda haja chance de 
reverter esse quadro. 
b) Sem as florestas de Mata Atlântica, a saíra não tem como se alimentar, o que provocará sua 
extinção. 
c) O nome da ave deve-se, simbolicamente, ao perigo de extinção em que ela se encontra. 
d) Embora a constituição de uma reserva florestal tenha sido indicada pelo governo, ela só será 
implantada em março de 2016. 
e) O fato de a saíra viver apenas em lugares muito altos a torna uma espécie fraca, o que 
dificulta sua sobrevivência. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Para responder à(s) questão(ões), leia o texto abaixo. 
 
 
Seria ingenuidade procurar nos provérbios de qualquer povo uma filosofia coerente, 
uma arte de viver. É coisa sabida que a cada provérbio, por assim dizer, responde outro, de 
sentido oposto. A quem preconiza o sábio limite das despesas, porque “vintém poupado, 
vintém ganhado”, replicará o vizinho farrista, com razão igual: “Da vida nada se leva”. (...) 
Mais aconselhável procurarmos nos anexins não a sabedoria de um povo, mas sim o 
espelho de seus costumes peculiares, os sinais de seu ambiente físico e de sua história. As 
diferenças na expressão de uma sentença observáveis de uma terra para outra podem divertir 
o curioso e, às vezes, até instruir o etnógrafo. 
Povo marítimo, o português assinala semelhança grande entre pai e filho, lembrando 
que “filho de peixe, peixinho é”. Já os húngaros, ao formularem a mesma verdade, não 
pensavam nem em peixe, nem em mar; ao olhar para o seu quintal, notaram que a “maçã não 
cai longe da árvore”. 
 
Paulo Rónai, Como aprendi o português e outras aventuras. 
 
 
QUESTÃO 36 
 
No texto, a função argumentativa do provérbio “Da vida nada se leva” é expressar uma filosofia 
de vida contrária à que está presente em “vintém poupado, vintém ganhado”. Também é 
contrário a esse último provérbio o ensinamento expresso em: 
a) Mais vale pão hoje do que galinha amanhã. 
b) A boa vida é mãe de todos os vícios. 
c) De grão em grão a galinha enche o papo. 
d) Devagar se vai ao longe. 
e) É melhor prevenir do que remediar. 
 
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES: 
Leia o texto abaixo para responder à(s) questão(ões) 
 
 
Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas 
os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas 
d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e 
assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em 
alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia 
que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar 
seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse 
a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas 
e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os 
negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam: 
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Ele é mesmo nosso pai 
e é quem pode nos ajudar... 
 
Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu 
cântico de despedida: 
 
Ora, adeus, ó meus filhinhos, 
Qu’eu vou e torno a vortá... 
 
E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da 
Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi 
com ele. 
 
Jorge Amado, Capitães da Areia. 
 
 
1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas 
doenças. 
 
 
QUESTÃO 37 
 
Apesar das diferenças notáveis que existem entre estas obras, um aspecto comum ao texto de 
Capitães da Areia, considerado no contexto do livro, e Vidas secas, de Graciliano Ramos, é 
a) a consideração conjunta e integrada de questões culturais e conflitos de classe. 
b) a reprodução fiel da variante oral-popular da linguagem, como recurso principal na 
caracterização das personagens. 
c) o engajamento nas correntes literárias nacionalistas, que rejeitavam a opção por temas 
regionais. 
d) o emprego do discurso doutrinário, de caráter panfletário e didatizante, próprio do “realismo 
socialista”. 
e) o tratamento enfático e conjugado da mestiçagem racial e da desigualdade social. 
 
QUESTÃO 38 
 
Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 
1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à 
medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto 
do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento 
a) o experimentalismo estético, de caráter vanguardista, visível no abundante emprego de 
neologismos. 
b) o tratamento preferencial de realidades bem determinadas, com foco nos problemas sociais 
nelas envolvidos. 
c) a utilização do determinismo geográfico e racial, na interpretação dos fatos narrados. 
d) a adoção do primitivismo da “Arte Negra” como modelo formal, à semelhança do que fizera o 
Cubismo europeu. 
e) o uso de recursos próprios dos textos jornalísticos, em especial, a preferência pelo relato 
imparcial e objetivo. 
 
QUESTÃO 39 
 
As informações contidas no texto permitem concluir corretamente que a doença de que nele se 
fala caracteriza-se como 
a) moléstia contagiosa, de caráter epidêmico, causada por vírus. 
b) endemia de zonas tropicais, causada por vírus, prevalente no período chuvoso do ano. 
c) surto infeccioso de etiologia bacteriana, decorrente de más condições sanitárias. 
d) infecção bacteriana que, em regra, apresenta-se simultaneamente sob uma forma branda e 
uma grave. 
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e) enfermidade endêmica que ocorre anualmente e reflui de modo espontâneo. 
 
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 5 QUESTÕES: 
 
Leia o poema do português Eugênio de Castro (1869-1944) para responder às questões a 
seguir. 
 
MÃOS 
 
Mãos de veludo, mãos de mártir e de santa, 
o vosso gesto é como um balouçar de palma; 
o vosso gesto chora, o vosso gesto geme, o vosso gesto canta! 
Mãosde veludo, mãos de mártir e de santa, 
rolas à volta da negra torre da minh’alma. 
 
Pálidas mãos, que sois como dois lírios doentes, 
Caridosas Irmãs do hospício da minh’alma, 
O vosso gesto é como um balouçar de palma, 
Pálidas mãos, que sois como dois lírios doentes... 
 
Mãos afiladas, mãos de insigne formosura, 
Mãos de pérola, mãos cor de velho marfim, 
Sois dois lenços, ao longe, acenando por mim, 
Duas velas à flor duma baía escura. 
 
Mimo de carne, mãos magrinhas e graciosas, 
Dos meus sonhos de amor, quentes e brandos ninhos, 
Divinas mãos que me heis coroado de espinhos, 
Mas que depois me haveis coroado de rosas! 
 
Afilhadas do luar, mãos de rainha, 
Mãos que sois um perpétuo amanhecer, 
Alegrai, como dois netinhos, o viver 
Da minha alma, velha avó entrevadinha. 
 
(Obras poéticas, 1968.) 
 
 
QUESTÃO 40 
 
Indique o verso cuja imagem significa “trazer sofrimentos, padecimentos”. 
a) “O vosso gesto é como um balouçar de palma,” 
b) “Divinas mãos que me heis coroado de espinhos,” 
c) “Duas velas à flor duma baía escura.” 
d) “Mãos de pérola, mãos cor de velho marfim,” 
e) “Sois dois lenços, ao longe, acenando por mim,” 
 
QUESTÃO 41 
 
A musicalidade, as reiterações, as aliterações e a profusão de imagens e metáforas são 
algumas características formais do poema, que apontam para sua filiação ao movimento 
a) romântico. 
b) modernista. 
c) parnasiano. 
d) simbolista. 
e) neoclássico. 
 
QUESTÃO 42 
 
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“Alegrai, como dois netinhos, o viver / Da minha alma, velha avó entrevadinha.” 
 
Considerados em seu contexto, tais versos 
a) reforçam o modo negativo como o eu lírico enxerga a si mesmo. 
b) evidenciam o ressentimento do eu lírico contra os familiares. 
c) assinalam uma reaproximação do eu lírico com a própria família. 
d) atestam o esforço do eu lírico de se afastar da imagem obsessiva das mãos. 
e) reafirmam o otimismo manifestado pelo eu lírico ao longo do poema. 
 
QUESTÃO 43 
 
2016) Leia o trecho a seguir e responda. 
 
“O senhor tolere, isto é o sertão. Uns querem que não seja: que situado sertão é por os 
campos-gerais a fora a dentro, eles dizem, fim de rumo, terras altas, demais do Urucúia. 
Toleima. Para os de Corinto e do Curvelo, então, o aqui não é dito sertão? Ah, que tem maior! 
Lugar sertão se divulga: é onde os pastos carecem de fechos; onde um pode torar dez, quinze 
léguas, sem topar com casa de morador; e onde criminoso vive seu cristo-jesus, arredado do 
arrocho de autoridade. O Urucúia vem dos montões oestes. Mas, hoje, que na beira dele, tudo 
dá – fazendões de fazendas, almargem de vargens de bom render, as vazantes; culturas que 
vão de mata em mata, madeiras de grossura, até ainda virgens dessas lá há. Os gerais corre 
em volta. Esses gerais são sem tamanho. Enfim, cada um o que quer aprova, o senhor sabe: 
pão ou pães, é questão de opiniães... O sertão está em toda parte.” 
 
 
Quanto ao trecho, é correto afirmar que 
a) não há ponto de vista do narrador, que apenas relata as impressões alheias. 
b) apresenta alguns neologismos, como “toleima”, “almargem”, “opiniães” e “oestes”. 
c) não há abordagem universal, a passagem constitui apenas uma descrição do sertão. 
d) o trecho transpõe os limites do regional, alcançando a dimensão universal. 
e) transparece todo misticismo sertanejo, baseado apenas nos dois extremos: o bem e o mal. 
 
QUESTÃO 44 
 
Somos todos poetas 
 
Assisto em mim a um desdobrar de planos. 
as mãos veem, os olhos ouvem, o cérebro se move, 
A luz desce das origens através dos tempos 
E caminha desde já 
Na frente dos meus sucessores. 
Companheiro, 
Eu sou tu, sou membro do teu corpo e adubo da tua alma. 
Sou todos e sou um, 
Sou responsável pela lepra do leproso e pela órbita vazia do cego, 
Pelos gritos isolados que não entraram no coro. 
Sou responsável pelas auroras que não se levantam 
E pela angústia que cresce dia a dia. 
 
MENDES, M. A poesia em pânico. Rio de Janeiro: 
Cooperativa Cultural Guanabara, 1938 
 
 
O texto exemplifica a seguinte afirmativa a respeito da obra de Murilo Mendes: 
a) O estranhamento provocado por metáforas inusitadas instaura uma simbologia especial. 
b) O componente religioso e o tom confessional são característicos de seus poemas. 
c) A estrutura rimada das estrofes é uma característica básica de todos os seus poemas. 
d) A temática de cunho social pauta-se na esperança de eliminação das diferenças sociais. 
e) A ironia de seus textos apoia-se na cuidadosa escolha de palavras de cunho erudito. 
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QUESTÃO 45 
 
Nesse livro, ousadamente, varriam-se de um golpe o sentimentalismo superficial, a fictícia 
unidade da pessoa humana, as frases piegas, o receio de chocar preconceitos, a concepção 
do predomínio do amor sobre todas as outras paixões; afirmava-se a possibilidade de construir 
um grande livro sem recorrer à natureza, desdenhava-se a cor local; surgiram afinal homens e 
mulheres, e não brasileiros (no sentido pitoresco) ou gaúchos, ou nortistas, e, finalmente, mas 
não menos importante, patenteava-se a influência inglesa em lugar da francesa. 
 
Lúcia Miguel-Pereira, História da Literatura Brasileira – Prosa de ficção – de 1870 a 1920. 
Adaptado. 
 
 
O livro a que se refere a autora é 
a) Memórias de um sargento de milícias. 
b) Til. 
c) Memórias póstumas de Brás Cubas. 
d) O cortiço. 
e) A cidade e as serras. 
 
Gabarito: 
 
Resposta da questão 6: 
 [B] 
 
O autor fala de antigamente em contraste com o presente, revelando as mudanças que a sua 
língua sofreu. Para tanto, ele usa uma variante que revele esse movimento que se dá com o 
tempo. Um trecho que exemplifica isso bem é “Não faziam anos: completavam primaveras”, no 
qual o autor afirma que antes usavam a expressão “completar primaveras”, ao invés de “fazer 
anos”, mostrando as mudanças na linguagem ao longo do tempo. Além desse trecho, o autor 
faz uso de diversas expressões comuns à língua de antigamente, tais como “dar com os burros 
n’água” e “fazer o quilo”. 
 
Resposta da questão 7: 
 [C] 
 
A argumentação de Susanita é construída a partir de duas relações de causa e consequência: 
Causa 1: Sair na rua sem cultura. 
Consequência 1: não há consequências no sentido de prisão. 
Causa 2: Sair na rua sem vestido. 
Consequência 2: ser preso pela polícia. 
A partir dessas duas relações, Susanita consegue provar que sua tese é a correta, uma vez 
que coloca que apenas quando não se usa vestidos na rua é que se sofre uma consequência. 
Tem-se, portanto, uma argumentação por causa-consequência. 
 
Resposta da questão 8: 
 [D] 
 
Na tira, a lesma Shiruei pergunta se Flecha é machista, e ele responde que para ele não existe 
diferença entre os sexos. No entanto, no último quadrinho ele ainda acrescenta “aliás, típica”, 
referindo-se à pergunta de Shiruei. Ao afirmar isso, ele expressa um raciocínio machista 
implicitamente: o típica pode ser completado por “típica de mulheres”, o que revela uma visão 
que diferencia sim homens e mulheres, contradizendo sua fala de que não há diferença entre 
os sexos. Assim, através dessa opinião implícita, pode-se caracterizar Flecha como uma 
personagem de raciocínio machista. 
 
Resposta da questão 9: 
 [A] 
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O objeto do verbo “acender” é o crack, ao passo que o objeto do verbo “apagar” é o fumante de 
crack, que é apagado, ou seja, morre. 
 
Resposta da questão 10: 
 [D] 
 
O trecho a seguir revela que os trilhões de dólares enterrados não estão sendo utilizados para 
recuperar o país da guerra, tampouco para beneficiar a população: “Atualmente, essa riqueza 
financia os grupos armados que controlam ilegalmente boa parte das minas, sem que a 
população do país se beneficie”. Dessa forma, descarta-se [A] e [B]. 
Em nenhum momento do texto há menção para umatentativa da população de retomar os 
recursos naturais confiscados. Pelo contrário, estes foram apropriados pelos grupos armados e 
são contrabandeados. [C] também está incorreta. 
Com a extração ilegal dos minérios e riquezas naturais, grupos armados conseguem 
contrabandear e se beneficiar, financiando o conflito armado no Congo, como expresso em [D]. 
[E] também está incorreta. O trecho “abastecem a indústria de eletroeletrônicos que, muitas 
vezes, não se preocupa com a procedência da matéria-prima” revela que a indústria de 
eletroeletrônicos não é atenta à procedência de sua matéria-prima. 
 
Resposta da questão 11: 
 [A] 
 
A expressão “uma mão na frente e outra atrás” pode ser interpretada tanto no sentido literal, 
quanto no figurado, conferindo uma ambiguidade humorística ao anúncio. O primeiro sentido 
corresponde à disposição de dois membros corporais (mãos) – um na frente, outro atrás, o que 
impossibilita que o gesto da reza (unir as palmas das mãos em frente ao corpo) seja realizado. 
O segundo diz respeito a uma expressão comumente usada, que significa estar apertado/ 
comprometido financeiramente. Dessa forma, alude-se ao preço acessível do seguro, fazendo 
a propaganda deste. 
 
Resposta da questão 12: 
 [D] 
 
A imagem da batata com acessórios de pirata, somada ao nome “batatas do caribe”, faz uma 
clara alusão ao filme da Disney “Piratas do Caribe”. Dessa forma, estabelece-se uma 
intertextualidade entre a propaganda e o filme. Além disso, o elemento visual chama bastante 
atenção: além da associação com o filme, a imagem de uma “batata pirata” é bastante 
chamativa. Tratando-se de uma propaganda (embaixo há o logo da loja), há o elemento de 
tentativa de convencimento do consumidor bastante forte. Com isso, tem-se uma tentativa de 
influenciar a conduta do leitor através de um apelo visual e da intertextualidade. 
 
Resposta da questão 13: 
 [E] 
 
O sentido conotativo é aquele no qual as palavras adquirem um significado figurado, distinto 
daquele que vemos nos dicionários. Na propaganda, “patinhos” não deve ser entendido como o 
animal, mas sim como o produto, assim como lagoa não deve ser entendida como um local 
natural de água doce, e sim como um vaso sanitário, no qual é despejado o produto. Na oração 
“Ultrapassarei todas as pedras do caminho e resolverei as minhas pendências”, também vemos 
esse sentido conotativo, uma vez que “pedras no caminho” não deve ser entendido no sentido 
literal, e sim como metáfora para obstáculos na vida. 
 
Resposta da questão 14: 
 [D] 
 
Na manchete, usa-se o local ( “Rio” abreviação de Rio de Janeiro) para tratar do agente. Ou 
seja, não é o Rio de Janeiro quem investiga, mas profissionais do Estado do Rio de Janeiro. 
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Esse empréstimo de um termo (localidade) para tratar do sentido de um outro é característico 
da figura de linguagem metonímia. 
 
Resposta da questão 15: 
 [A] 
 
O último verso “chora monotonamente” tem como sujeito a chuva, que aparece no verso 
anterior. Dessa forma, cria-se a figura de uma chuva, objeto inanimado, que realiza uma ação 
(chorar). Personifica-se, portanto, esse objeto inanimado, dando-lhe sentimentos e emoções. A 
essa figura de linguagem, dá-se o nome de personificação, ou prosopopeia. 
 
Resposta da questão 16: 
 [E] 
 
“Esse” se refere ao dilema exposto no período anterior: “Se você pretende produzir seres 
sociais, precisa encontrar um modo de fazer com que eles colaborem uns com os outros e, ao 
mesmo tempo, se protejam dos indivíduos dispostos a explorá-los”. 
 
Resposta da questão 17: 
 [A] 
 
“Maiorias assim robustas, que já são raras em questões sociais, ficam ainda mais intrigantes 
quando se considera que, entre especialistas, o assunto é controverso. Como explicar o 
fenômeno?” 
 
Resposta da questão 18: 
 [C] 
 
De acordo com o texto, a ideia é que uma sociedade pautada exclusivamente no ideal de 
justiça acabaria, seria reduzida a nada, aniquilar-se-ia. Trata-se de um uso metafórico do 
verbo, que, na oração, é intransitivo. Assim, é correta a alternativa [C]. 
 
Resposta da questão 19: 
 [C] 
 
Na alternativa [C], o verbo “ir” forma uma locução verbal (“vai divulgar”) que substitui o verbo no 
futuro do presente do indicativo (“divulgará”). 
 
Resposta da questão 20: 
 [B] 
 
O termo se refere ao aspecto sombrio, triste, melancólico da Idade Média, já que o autor do 
texto afirma que esse tipo de jornalismo empurra o leitor a “um inexorável ‘vale de lágrimas’ 
mediavalesco”. 
 
Resposta da questão 21: 
 [D] 
 
O texto aponta o resultado do estudo de um grupo de pesquisa do Departamento de Ciência da 
Computação (DCC) da UFMG a respeito da “análise de sentimento”, negativo ou positivo, das 
notícias e seu sucesso perante o público. O resultado aponta que as reportagens negativas 
atraem maior interesse do público leitor. Assim, há uma “estratégia de sobrevivência 
empresarial influindo na escolha da pauta negativa”. 
 
Resposta da questão 22: 
 [D] 
 
Simulado Enem 2ºdia – LCT + MT – 03/09/2016 
 
 
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É correta a opção [D], pois, segundo o verbete do Dicionário de comunicação de Carlos Alberto 
Rabaça e Gustavo Barbosa, a principal característica da crônica reside no fato de abordar fatos 
e acontecimentos do cotidiano. 
 
Resposta da questão 23: 
 [D] 
 
No contexto, o termo “dogmatismo” adquire valor semântico de conjunto de juízos e conceitos 
considerados incontestáveis e sem abertura à crítica. 
 
Resposta da questão 24: 
 [E] 
 
Segundo o verbete, o editorial apresenta o ponto de vista do autor que, por sua vez, reflete 
sempre a opinião da empresa jornalística. 
 
Resposta da questão 25: 
 [A] 
 
O primeiro período do texto apresenta como principal característica da crônica o fato de ser 
construída a partir “de fatos e acontecimentos da atualidade com teor literário, político, 
esportivo, artístico, de amenidades”, assim como a reportagem, que “não prescinde do 
acontecimento”. Assim, conclui-se que ambos os gêneros apresentam uma característica em 
comum: a relação direta com o acontecimento, como se afirma em [A]. 
 
Resposta da questão 26: 
 [E] 
 
Atendendo à escansão dos versos da primeira estrofe, verifica-se que apenas dois apresentam 
número maior de sílabas que o verso alexandrino (12): versos 3 e 5. 
 
Mãos/ de/ ve/ lu/ do, /mãos/ de /már/ tir /e /de /san/ (12) ta, 
o/ vo/ sso/ ges/to é /co/ mo um/ ba/ lou/ çar /de /pal/ (12) ma; 
o/ vo/ sso /ges/ to /cho/ ra, o / vo/ sso/ ges/ to / ge/ me, o / vo/ sso /ges/ to /can/ (23) ta! 
Mãos/ de /ve/ lu/ do, /mãos /de /már/ tir /e /de /san (12) ta, 
Ro/ las / à /vol/ ta /da /ne/ gra /to/ rre /da /mi/ nh’al/ (13) ma. 
 
Assim, é correta a opção [E]. 
 
Resposta da questão 27: 
 [D] 
 
É correta a opção [D], pois os termos “Afilhadas do luar”, “mãos de rainha” e “Mãos que sois 
um perpétuo amanhecer” funcionam como vocativo, por não possuírem relação sintática com 
outro termo da oração e terem como função invocar ou interpelar um ouvinte, no caso, as 
mãos. 
 
Resposta da questão 28: 
 [D] 
 
As tirinhas e histórias em quadrinho buscam reproduzir as ações e os diálogos por meio de 
uma mescla da linguagem escrita com a linguagem imagética. Assim, o texto escrito, ou os 
chamados “balõezinhos” buscam reproduzir o diálogo ou, como colocado na alternativa [D], a 
comunicação interpessoal direta. 
 
Resposta da questão 29: 
 [E] 
 
Simulado Enem 2ºdia – LCT + MT – 03/09/2016 
 
 
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[A] Incorreta: o verbo “ir” exige preposição “a”. Dessa forma, tem-se: Estou indo ao banheiro, 
depois te ligo. 
[B] Incorreta: o verbo “aspirar” na concepção de “sugar o pó” não é acompanhado de 
preposição “a”. Dessa forma, tem-se: Sai daí, menino! Que eu já aspirei o pó do tapete. 
[C] Incorreta: o verbo “assistir” na concepção de “ver” exige preposição “a”. Dessa forma, tem-
se: Não posso falar agora, estou assistindo ao jogo. 
[D] Incorreta: o verbo “pagar” é regido sem preposição

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