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PERICIA CONTABIL - Unidade 2 ( Nomeação do perito e indicação de assistente técnico ; Planejamento, objetivos e desenvolvimento da perícia ; Riscos e custos inerentes à perícia ; Equipe técnica e responsabilidades)

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PLANEJAMENTO DA PERÍCIA 
Professor
Dr. Ademir M. Moribe
DIREÇÃO
Reitor Wilson de Matos Silva 
Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho 
Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho 
Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva 
Pró-Reitor de EAD Janes Fidélis Tomelin 
Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 
Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
As imagens utilizadas neste livro foram 
obtidas a partir do site shutterstock.com
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação 
a Distância; MORIBE, Ademir M. 
 
 Perícia Contábil. Ademir M. Moribe.
 Maringá-Pr.: UniCesumar, 2018. 
 47 p.
“Pós-graduação Universo - EaD”.
 1. Contábil. 2. Perícia. 3. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-0092-4
CDD - 22 ed. 657
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Diretoria de Design Educacional Débora Leite
Diretoria de Pós-graduação e Graduação Kátia Coelho
Diretoria de Permanência Leonardo Spaine 
Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho
Head de Pós-graduação e Extensão Fellipe de Assis Zaremba
Gerência de Produção de Conteúdos Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey
Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo
Projeto Gráfico Thayla Guimarães 
Editoração Ellen Jeane da Silva 
Designer Educacional Produção de Materiais 
Qualidade Textual Produção de Materiais 
Revisor Técnico Jovi Barboza
01
02
03
04
sumário
07| NOMEAÇÃO DO PERITO E INDICAÇÃO DE ASSISTENTE 
 TÉCNICO
16| PLANEJAMENTO, OBJETIVOS E DESENVOLVIMENTO DA 
 PERÍCIA
24| RISCOS E CUSTOS INERENTES À PERÍCIA
30| EQUIPE TÉCNICA E RESPONSABILIDADES
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 • Propiciar aos alunos o entendimento sobre a formulação correta e objeti-
va de perguntas e respostas, que expressem o objeto da lide e a segurança 
na preparação de laudos e pareceres probantes.
 • Explicar as condições legais para a nomeação do perito, como a intimação, 
e a indicação de assistentes técnicos pelas partes em litígio.
 • Explicar a importância de planejamento dos trabalhos periciais, esta-
belecimento de cronograma para o desenvolvimento do trabalho e os 
procedimentos que serão aplicados.
 • Explicar os riscos inerentes ao trabalho, as penalidades passíveis e os custos 
que deverão ser previstos, como base para a proposta de honorário.
 • Explicar sobre as responsabilidades na organização da equipe de trabalho e 
a possibilidade da contratação de profissionais especialistas de outras áreas.
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 • Nomeação do perito e indicação de assistente técnico
 • Planejamento, objetivos e desenvolvimento da perícia
 • Riscos e custos inerentes à perícia
 • Equipe técnica e responsabilidades
PLANEJAMENTO DA PERÍCIA 
INTRODUÇÃO
introdução
Olá! Seja bem-vindo(a). Nosso estudo, agora, cuidará dos aspectos práticos do 
início das tarefas que darão origem ao trabalho pericial. O primeiro passo é a 
necessidade da produção da prova pericial requerida pelas partes ou pelo ma-
gistrado, motivada por dúvidas ou litígios entre as partes envolvidas em uma 
causa. Assim a nomeação do perito é inerente à produção de provas.
O passo seguinte é o planejamento do trabalho, estabelecendo o crono-
grama de trabalho e a previsão de todos os gastos que serão necessários para 
a realização das tarefas, bem como os aspectos relacionados à produção de 
provas, como diligências, viagens, pesquisas, contratação de profissionais es-
pecializados de outras áreas, honorários e, principalmente, a mensuração dos 
potenciais riscos de aceitação e execução do trabalho. O plano é um documen-
to suporte para proposta de honorários, considerando todas essas variáveis.
A partir da nomeação para a execução dos trabalhos, torna-se necessário 
observar diversas questões relacionadas às responsabilidades do encargo, aos 
riscos decorrentes do ambiente que poderá enfrentar ao assumir a perícia (tais 
como: as hostilidades existentes em um ambiente de litígio ou de fraude), às 
tarefas que deverão ser previstas (tais como: as diligências, o cronograma de 
execução, tipos de papéis de trabalho) e aos gastos necessários ao encargo as-
sumido, como viagens, transportes, impressão, fotocópias etc. 
É importante lembrar ainda que, por atuar em um ambiente forense, os ritos 
processuais, as responsabilidades, os prazos, a postura e a ética são fatores im-
portantes que o perito deverá ponderar para avaliar a viabilidade de aceitação 
e fixação de honorários, até porque são aspectos previstos em lei.
O perito-contador atua em diversas áreas, pois os problemas que levam a 
litígios ocorrem em ambientes empresariais, familiares, sociais, envolvendo si-
tuações relacionadas às legislações trabalhista, fiscal, tributária, cível, familiar, 
bancária, enfim, várias situações em que podem surgir dúvidas nas relações 
entre pessoas que possam interferir nas práticas de negócios empresariais, em 
financiamentos, em empréstimos, em dissoluções de sociedades ou casamen-
tos, entre outras várias situações.
INTRODUÇÃO
introdução
Portanto, neste conteúdo, iniciamos as programações de tarefas decor-
rentes da perícia contábil. Espero, sinceramente, que goste do assunto. Bom 
estudo para você!
Pós-Universo 7
A nomeação e o ato de intimação do perito escolhido representam os primeiros 
passos para que o profissional indicado possa iniciar suas atividades no processo.
Na área da perícia judicial, quando o magistrado determina a produção da prova 
pericial, surge a ocasião para que seja nomeado o perito e também ocorre a oportuni-
dade para as partes formularem quesitos ordinários e indicarem assistentes técnicos. 
Após a nomeação, em uma sequência de rito processual, os peritos são comu-
nicados por meio de intimação a “fazer carga dos autos”. A intimação é um meio de 
convocação formal para que o perito se apresente na seção judiciária (Cartório, Varas) 
para os primeiros passos da perícia, enfim, para conhecer a natureza do litígio. 
NOMEAÇÃO DO PERITO E 
INDICAÇÃO DE ASSISTENTE 
TÉCNICO
Pós-Universo 8
“Fazer carga dos autos” significa retirar os autos do processo para estudo, para 
tomar conhecimento de todos os pontos do litígio, para saber o que pensam e dizem 
as partes e quais os pontos que o juiz estabeleceu como controvertidos.
Aqui, vale destacar que os litígios são resolvidos, a princípio, no âmbito da Justiça 
Estadual ou Federal. Na Justiça Estadual, os processos que podem dar origem ao tra-
balho pericial estão centrados em diversas varas de especialidades. Para cada causa 
ou ação, é feita perícia diferente, como indicado nos exemplos abaixo:
Problemas cíveis
 • Causas de humilhações ou constrangimento sofrido pelo cliente no interior 
de um estabelecimento comercial (exemplo: revista pessoal por suspeita 
de furto).
 • Causas de partilha de bens ou dissolução de sociedade com levantamen-
to de Balanço Patrimonial.
 • Avaliação Patrimonial para apurar perdas e danos por problemas de imagem 
(Exemplo: acusação de pedofilia em uma escola de Educação Básica de São 
Paulo, que, posteriormente, se provou infundada, mas gerou o fechamen-
to da escola).
 • Problemas na prestação de contas sobre a situação financeira ou vendas, 
compras, estoques, praticadas por gestores de uma entidade ou empresa 
comercial.
 • Revisão de contratos (Aluguel, Leasing, Financiamentos).
 • Revisão de taxas de condomínio e de consórcio.
 • Revisão de contratos de empréstimo ou financiamento com encargos de 
juros e multas cobrados pela instituição concedente.
Problemas criminais (código de processo penal, arts. 160, 275 A 278 e 527)
 • Falsificação de assinatura.
 • Uso indevido da marca ou nome comercial.
Pós-Universo 9
 • Comércio de produto falsificado.
 • Desfalque e apropriações indébitas.
 • Adulteraçãode documentos, livros contábeis e fiscais ou provas.
 • Fraudes contra sócios ou herdeiros.
 • Fraudes contra o fisco, credores, justiça.
 • Desfalques de ativos ou apropriações indébitas.
 • Vícios contábeis.
Problemas de ordem familiar
 • Litígios na apuração de haveres em casos de separação de casais ou disso-
lução de casamentos.
 • Problemas na prestação de contas de inventário decorrente de falecimen-
to do marido ou esposa.
 • Apuração da capacidade econômica do ex-marido ou ex-esposa, para fins 
de pensão alimentícia dos filhos.
Falência ou recuperação de empresa
 • Avaliação dos livros contábeis e fiscais.
 • Inventário da massa patrimonial.
 • Exame das contas dos gestores.
 • Exame das contas dos credores da massa patrimonial.
Problemas de responsabilidade administrativa
 • Dúvidas sobre os atos praticados por gestores de Fundações, Cooperativas, 
Sindicatos, no exercício da função pública (Exemplo: gastos incompatíveis 
com o objeto da entidade, como, por exemplo, gastos com motel pago por 
uma entidade de assistência social).
Pós-Universo 10
Crimes contra a fazenda pública e execuções fiscais (tributária)
 • Descumprimento de normas fiscais (não entrega de declarações, como a 
declaração do imposto de renda).
 • Crimes contra fazenda pública (por exemplo, o não recolhimento de im-
postos ou de contribuições descontadas de empregados ou prestadores 
de serviço).
Problemas de competência da justiça do trabalho
 • Divergências sobre as verbas trabalhistas reclamadas pelo empregado.
 • Situações de trabalho em locais que indicam periculosidade ou insalubridade.
 • Supostos danos à saúde, como problemas físicos ou psicológicos sofridos 
pelo empregado decorrentes do local de atuação ou horário de trabalhos.
 • Problemas de diferenças salariais em relação a colegas que atuam na mesma 
função (paradigma).
 • Problemas de assédio ou humilhações praticadas por superiores sobre 
subordinados.
Em circunstâncias assim, o perito deve avaliar suas competências profissionais para 
aceitar o encargo, para analisar os quesitos formulados e avaliar as opções metodo-
lógicas de realização dos trabalhos, além de estabelecer honorários periciais. 
Em outras situações, quando se tratar de causa mais simples, como nos casos da 
perícia extrajudicial, os procedimentos podem ser sintetizados com a nomeação do 
perito, com a fixação do prazo para entrega do laudo, com a indicação do assistente 
técnico, se houver, e com a elaboração dos quesitos ordinários, condições para que 
o perito cumpra os encargos, a aceitação ou a recusa do perito.
Pós-Universo 11
É necessário estar atento para não aceitar trabalhos periciais em áreas de co-
nhecimento em conflito com outras profissões regulamentadas. Em algumas 
situações, devido à perspectiva de honorários atrativos, alguns profissio-
nais graduados em áreas afins, como Ciências Econômicas, Administração, 
Engenharia etc., se esquecem das habilitações necessárias que comprovem 
a competência técnico-profissional de profissões regulamentadas.
Um trabalho de perícia contábil realizado por profissional que não esteja 
em situação regular perante o Conselho Regional de Contabilidade (CRC) 
será invalidado, podendo esse profissional vir a arcar com os prejuízos cau-
sados ao processo.
atenção
A intimação judicial do perito pode ser feita por ofício (art. 235 do CPC, BRASIL, 1973), 
enquanto que, nas capitais dos estados e no Distrito Federal, a intimação poderá ser 
feita por publicação do ato no órgão oficial para o perito já cadastrado. Nas demais 
comarcas, a intimação deverá ser feita pessoalmente no domicílio cadastrado ou por 
carta registrada, com aviso de recebimento (Art. 237 do CPC, observado o parágra-
fo único, BRASIL, 1973). 
A intimação deverá conter a indicação da localidade e o número de registro de 
identidade civil, a nota de ciente atestada por visto na cópia ou declaração de entrega. 
Assim, a partir da intimação, começa a correr o prazo. O novo Código de Processo 
Civil reserva uma surpresa do ponto de vista do aperfeiçoamento tecnológico. É que 
o art. 270 determina que a intimação será feita por meio eletrônico.
Além do perito, pode participar do processo, por indicação facultativa (opcional) 
das partes, o assistente técnico, que trabalha para a parte e é remunerado por ela, 
podendo, assim, dar uma “maior elasticidade à sua crítica técnica” (UNAMA, online). 
O assistente técnico pericial atua como auxiliar do advogado, fornecendo subsí-
dios em defesa do cliente. Normalmente, o assistente técnico pericial contábil auxilia 
seu cliente com elaboração de cálculos, análise e interpretação de relatórios, avalia-
ções técnicas, que o advogado poderá utilizar em defesa dos interesses do cliente. 
Pós-Universo 12
Por sua vez, o perito judicial deve, por conduta ética, permanecer imparcial entre 
o autor e o réu, respondendo, fundamentalmente, às questões apresentadas. O as-
sistente técnico tem mais flexibilidade ou “elasticidade” para emitir opiniões acerca 
do assunto, pois não está sujeito a quaisquer restrições de impedimentos ou suspei-
ções pelas partes. 
O perito é o sujeito ativo da perícia, e o assistente técnico é o assessor da parte 
e o fiscal do perito, atuando como representante da parte que o contratou, para dar 
maior segurança nos processos metodológicos adotados pelo perito e o monitora-
mento do rigor na aplicação de procedimentos da produção de prova que garantam 
a perfeição do resultado da perícia. 
Sendo os assistentes técnicos profissionais de confiança das partes contratantes, 
não estão sujeitos a impedimentos ou suspeições, que são aplicáveis ao perito e ao 
juiz. A indicação de assistentes técnicos pelas partes é facultativa, seja por motivos 
de confiança no perito ou por medida de economia da causa. Uma vez indicado o 
assistente técnico, este somente pode ser substituído pelas partes com autorização 
do magistrado.
Na condição de perito ou de perito assistente, o contador irá desenvolver trabalhos 
cujo produto final é o laudo pericial, que servirá como meio de prova em questões 
judiciais e extrajudiciais, inclusive em câmaras ou tribunais de arbitragem. Tanto na 
esfera judicial como na extrajudicial ou na arbitral, a perícia contábil é de competên-
cia exclusiva de contador registrado no Conselho Regional de Contabilidade.
A atuação do perito requer que o profissional possua capacitação para essa ativida-
de e, ainda, que comprova sua habilitação profissional por intermédio da Declaração 
de Habilitação Profissional (DHP). A Declaração de Habilitação Profissional (DHP) deve 
ser afixada abaixo da assinatura do Perito-Contador ou do Perito-Contador Assistente, 
e, no caso da DHP-Eletrônica, deve ser colocada na primeira folha após a assinatura 
de cada profissional, no laudo pericial contábil ou no parecer pericial contábil.
No meio pericial, a nomeação, a contratação e a escolha do Perito-Contador para 
o exercício da função pericial contábil, em processo judicial, extrajudicial e arbitral, 
devem ser consideradas como distinção e reconhecimento da capacidade e honora-
bilidade do contador, devendo este escusar-se do encargo sempre que reconhecer 
não ter competência técnica ou não dispor de estrutura profissional para desenvol-
vê-lo em perícias de grande complexidade. 
Pós-Universo 13
Algumas perícias, devido a sua complexidade, requerem auxílio de serviço de es-
pecialistas de outras áreas, quando parte do objeto da perícia assim o requerer.
A utilização de serviços de especialista de outras áreas, quando parte do objeto da 
perícia assim o requerer, não implica presunção de incapacidade do perito, devendo 
tal fato ser, formalmente, relatado no laudo pericial contábil ou no parecer pericial 
contábil para conhecimento do julgador, das partes ou dos contratantes. Veja, a 
título de ilustração, como é o modelo de carta de intimação, entregue pelo Oficial 
de Justiça ao perito nomeado.
EXEMPLO DE CARTA DE INTIMAÇÃODESTINADO AO PERITO
JUSTIÇA FEDERAL DA VARA DE FALÊNCIAS E RECUPERAÇÃO 
DE EMPRESAS
Maringá-Pr, 15 de abril de 20XX
CARTA DE INTIMAÇÃO Nº. 2303/2009
Ilustríssimo Senhor
ANNNNNN
Av Colombo, 000, 
Bairro:...... 
CEP 98020-900-Maringá-PR
Prezado Senhor
Por determinação do MM Juiz Federal, Doutor Emanual xxx., nos autos de 
Embargos à Execução nº 2010/100.05.0555-0, em que é embargante Senhor 
Luiz..XX.... e embargada a SOCIEDADE COMERCIAL MXM LTDA, fica Vossa 
Senhoria intimada de que foi nomeado perito judicial contábil junto aos re-
feridos autos e, consequentemente, para que, no prazo de 30 dias entregue o 
laudo pericial à Vara Federal de Falências e Concordatas de Maringá, respon-
dendo aos quesitos formulados, cujas cópias instruem a presente.
Pós-Universo 14
 Outrossim, intimo Vossa Senhoria de que seus honorários foram arbitrados 
em R$ 4.500,00 (Quatro mil e quinhentos reais)
Atenciosamente
xxx
Diretora de Secretaria da Vara de Falências e Concordata
Portanto, observe que o perito já é intimado de que foi nomeado e, também, já lhe 
é atribuída a responsabilidade de entrega do laudo no prazo estipulado pelo juízo. 
Caso o perito entenda que o prazo seja insuficiente (exíguo) para execução das 
tarefas, deve se dirigir ao juiz, por petição nos autos, informando e justificando as 
razões pelas quais necessita de prazo maior, ocasião em que poderá, também, solici-
tar adiantamento para despesas necessárias e justificadas, além de, eventualmente, 
o adiantamento de honorários provisórios, conforme a natureza da causa, a discerni-
mento do perito, que deverá ser coerente em suas afirmações e fundamentos, pois o 
juiz saberá avaliar se há razão para deferimento da solicitação ou se trata-se, apenas, 
de alguma manobra técnica do perito. 
Aqui, vale destacar, caro(a) aluno(a), que o ser humano atua no contexto social, 
pensando inicialmente em seu bem estar e sobrevivência, com incorporação de ex-
periências e conhecimentos produzidos ao longo dos tempos, por meio da educação 
e cultura. À medida que incorpora, domina e imprime sua forma de ser, amplia e de-
senvolve novas necessidades. É essa capacidade de questionar, avaliar parâmetros de 
toda a história e reconstruir, inovar e intervir que inspira a produção de conhecimentos.
A realidade do ambiente é tão complexa que são aceitos diferentes tipos de co-
nhecimentos com diferentes níveis de estruturas de complexidade, para observar 
um mesmo objeto ou fenômeno. Os conhecimentos são constituídos de numero-
sos níveis e estruturas.
O contexto social, cultural, econômico e biológico é tão complexo que são 
aceitos diferentes tipos de conhecimento, como o Conhecimento Empírico, Científico, 
Filosófico e Teológico.
Pós-Universo 15
Conhecimento empírico
Também chamado de conhecimento popular, é a forma comum e espontânea do 
cotidiano para se conhecer. As informações são assimiladas por tradição, experiências 
causais, às vezes até ingênuas, com aceitação passiva, que preenche nossa vida diária, 
sem aplicação de método. São experiências próprias e alheias acumuladas ao longo 
do tempo, que geram conclusões superficiais, sensitivas, subjetivas e assistemáticas.
Conhecimento científico
O conhecimento científico preocupa-se com os efeitos e as causas fundamentadas 
em normas conceituais que o motivaram. É uma percepção do conhecimento que se 
desenvolve de um conceito simples para um sistema de proposições rigorosamen-
te demonstradas, para um processo contínuo de construção. A pesquisa científica 
busca a produção constante de explicações e soluções de problemas e a reavalia-
ção de seus resultados. 
É tratado como um saber ordenado, sistemático e objetivo, que possibilita a 
formação de ideias, em um processo complexo de pesquisa, análise e síntese. As afir-
mações ou situações que não podem ser comprovadas são descartadas do âmbito 
da ciência. 
Conhecimento filosófico
É o conhecimento que se baseia no filosofar, para decifrar elementos imperceptíveis 
aos sentidos, levando em conta os diferentes objetos de estudo como as questões 
metafísicas. Seus postulados não podem ser submetidos ao teste da observação, 
pois o objeto de análise são ideias, relações conceituais, utópicas que não são sinte-
tizadas nas realidades materiais e, portanto, não são passíveis da observação exigida 
pelo conhecimento científico.
Conhecimento teológico
É o conhecimento adquirido a partir da aceitação de axiomas da fé teológica, fruto 
da revelação da divindade e dos mistérios que permeiam a mente humana. A teo-
logia busca provar a existência de Deus argumentando que os textos bíblicos foram 
escritos mediante inspiração divina, devendo, por isso, serem aceitos como verdades 
absolutas e incontestáveis. A crença baseada na fé baseia-se em experiências espiri-
tuais, históricas, arqueológicas e coletivas que lhes dão sustentação. 
Pós-Universo 16
Planejamento, de uma forma geral, é o processo de delinear e determinar as ações 
necessárias que contribuirão para alcançar os objetivos, com as respectivas metas, ob-
servando as condições do ambiente que representam os Pressupostos ou Hipóteses 
que são percebidos no entorno da situação. 
Os planos são as condições que conduzirão à realização de objetivos e metas. 
As metas em uma perícia consistem em condições que propiciem resposta segura 
aos quesitos. Para isso, recomenda-se ao perito desenvolver um mapeamento do 
universo da perícia, partindo de uma situação do contexto atual para o que espera 
vislumbrar no futuro. 
PLANEJAMENTO, OBJETIVOS 
E DESENVOLVIMENTO DA 
PERÍCIA
Pós-Universo 17
Planejamento é um requisito essencial para assumir um trabalho pericial e repre-
senta uma prévia da forma que se dará a realização do trabalho. Como todo plano, 
deve ter metas e prazos a serem cumpridos.
Planejar significa pensar antecipadamente como alcançar os objetivos a partir 
do mapeamento das ações, planos e métodos lógicos necessários para alcançar os 
objetivos desejados. Planejamento em perícia consiste em um rito formal para evitar 
que palpites ou intuição de impulso momentâneo se transformem em procedimen-
tos que são facilmente contestados. 
De acordo com a NBC TP 01, aprovada pela Resolução CFC nº 1.243 (BRASIL, 
2009), reeditada em 2015, o planejamento da perícia é a etapa do trabalho pericial 
que antecede as diligências, as pesquisas, os cálculos e as respostas aos quesitos, na 
qual o perito estabelece os procedimentos gerais dos exames a serem executados 
no âmbito judicial e extrajudicial para o qual foi nomeado, indicado ou contratado 
elaborando-o a partir do exame do objeto da perícia.
Enquanto o planejamento da perícia é um procedimento prévio abrangente que 
se propõe a estabelecer todas as etapas da perícia, o programa de trabalho é a 
especificação de cada etapa a ser realizada, que deve ser elaborada com base nos 
quesitos e/ou no objeto da perícia. Entre os objetivos do planejamento da perícia, 
destacam-se:
a. Conhecer o objeto da perícia, analisando exatamente a motivação do litígio 
ou do problema, a fim de buscar estratégias para a adoção de procedimen-
tos que conduzam à revelação da verdade, de forma isenta, sem se envolver 
emocionalmente com o ambiente. O perito deve ter como foco a maneira 
como subsidiará o juízo, o árbitro ou o interessado em tomar a decisão a 
respeito da lide que foi objeto de sua perícia.
b. Definir a origem do problema e a extensão dos exames a serem realizados 
no trabalho, com clareza das metodologias e técnicas adotadas, em con-
sonância com o objeto da perícia, os termos constantes da nomeação, dos 
quesitos ou da proposta de honorários oferecida. 
Pós-Universo 18
c. A partir do planejamento da perícia e da elaboração dos programas de tra-
balho, estabelecer um cronograma com as fases e condições para que o 
trabalho seja cumprido no prazo estabelecido, desenvolvendo programa de 
tarefas, tais como prazo para diligências, juntada de documentos,dados e 
fatos que possam subsidiar a busca da verdade; avaliação, contagem, cálcu-
los, conciliações e análises a partir dos documentos coletados; resposta aos 
quesitos; finalização do laudo; entrega do laudo; solicitação de honorários.
d. Identificar, em um mapa de risco, os potenciais problemas e riscos que 
possam vir a ocorrer no desenvolvimento da perícia, tais como: dificuldades 
em localizar e obter documentos e objetos autênticos ou originais relacio-
nados aos fatos; dificuldade de interrogar pessoas; problemas de logística, 
pela necessidade de deslocamentos para outras localidades; dificuldade 
em cumprir prazos; possíveis ameaças ou chantagens.
e. Identificar fatos, documentos, objetos que possam vir a ser importantes 
para a solução da demanda, de forma que não passem despercebidos ou 
possam não receber a atenção necessária.
f. Identificar a legislação aplicável ao objeto da perícia, buscando sempre 
apoio da legislação da área, como o Código de Processo Civil, Código Civil, 
Legislação Trabalhista, Direito Penal etc., aplicável ao caso.
g. Estabelecer como ocorrerá a divisão das tarefas entre os membros da equipe 
de trabalho, sempre que o perito necessitar de auxiliares.
O planejamento do trabalho pericial é uma referência das atividades a serem condu-
zidas nos prazos e cronogramas, além de prever circunstâncias que poderão ocorrer 
durante a produção de provas e elaboração de laudos e pareceres. Assim o planeja-
mento pericial é condição para prévias dos acontecimentos e deverá ser:
a. mantido através de registro que facilite o entendimento dos procedi-
mentos a serem adotados durante o cronograma de execução e sirva de 
orientação durante a execução do trabalho;
b. revisado e atualizado sempre que fatos novos surgirem durante o desenvol-
vimento da perícia, como novas diligências, novos caminhos investigatórios, 
novos procedimentos etc.;
Pós-Universo 19
c. realizado pelo Perito-Contador, como norteador de sua atuação e também 
para orientar as inferências dos Assistentes Técnicos. Para cumprir o prazo 
determinado ou contratado para a realização dos trabalhos de perícia, o 
perito deve considerar em seus planejamentos, quando aplicáveis, entre 
outros, os seguintes:
 • o conteúdo da proposta de honorários apresentada pelo Perito-Contador 
e aceita pelo juízo, pelo árbitro ou pelas partes, no caso de perícia extraju-
dicial ou pelo Perito-Contador Assistente;
 • o prazo suficiente para solicitar e receber os documentos, bem como para 
a execução e a entrega do trabalho;
 • a programação de viagens, quando necessárias.
Na execução do trabalho, o profissional utiliza procedimentos técnicos como: pesqui-
sa, diligências, levantamento de dados, análise, cálculos, por meio de exame, vistoria, 
indagação, investigação, arbitramento, mensuração, avaliação e certificação. Porém, 
para chegar a aplicar os procedimentos periciais, é necessário procurar observar as 
atividades preliminares que se inicia com a nomeação do perito.
Exemplo de Planejamento Pericial
A NBC TP 01 - Perícia Contábil (BRASIL, 2009) apresenta modelo de planejamento da 
perícia judicial:
Quadro 1 - Modelo de planejamento da perícia judicial
Item Atividade Ações
Tempo Prazo
Estimado Real Estimado Real
1
Carga ou re-
cebimento do 
processo.
Após receber a intima-
ção do Juiz, quando 
for o caso, retirar o 
processo da Secretaria.
h h XX/XX/XX XX/XX/XX
2
Leitura do 
processo.
Conhecer os detalhes 
acerca do objeto da 
perícia, realizando a 
leitura e o estudo dos 
autos.
h h XX/XX/XX XX/XX/XX
Pós-Universo 20
3
Aceitação ou 
não da perícia.
Após estudo e análise 
dos autos, consta-
tando-se que há 
impedimento ou sus-
peição, não havendo 
interesse do Perito-
Contador ou não 
estando habilitado 
para fazer a perícia, 
devolver o processo 
justificando o motivo 
da escusa.
h h XX/XX/XX XX/XX/XX
   
Aceitando o encargo 
da perícia, proceder ao 
planejamento.
h h XX/XX/XX XX/XX/XX
4
Proposta de 
honorários.
Com base na relevân-
cia, no vulto, no risco e 
na complexidade dos 
serviços, entre outros, 
estimar as horas para 
cada fase do traba-
lho, considerando 
ainda a qualificação 
do pessoal que par-
ticipará dos serviços, 
o prazo para entrega 
dos trabalhos e a con-
fecção de laudos 
interdisciplinares.
h h XX/XX/XX XX/XX/XX
5 Sumário.
Com base na docu-
mentação existente 
nos autos, elaborar 
o sumário dos autos 
indicando tipo do do-
cumento e folha dos 
autos onde pode ser 
encontrado.
h h XX/XX/XX XX/XX/XX
6
Assistentes 
técnicos.
Uma vez aceita a 
participação do Perito-
Contador Assistente, 
ajustar a forma de 
acesso do mesmo aos 
trabalhos.
   
Pós-Universo 21
7 Diligências.
Com fundamento 
no conteúdo do pro-
cesso e nos quesitos, 
preparar o(s) termo(s) 
de diligência(s) ne-
cessários, onde será 
relacionada a docu-
mentação ausente nos 
autos.
h h XX/XX/XX XX/XX/XX
8 Viagens.
Programar as viagens 
quando necessárias.
h h XX/XX/XX XX/XX/XX
9
Pesquisa 
documental.
Com fundamento no 
conteúdo do proces-
so, definir as pesquisas, 
os estudos e o catá-
logo da legislação 
pertinente.
h h XX/XX/XX XX/XX/XX
10
Programa de 
trabalho.
Exame de documen-
tos pertinentes à 
perícia.
h h XX/XX/XX XX/XX/XX
Exame de livros contá-
beis, fiscais, societários 
e outros.
h h XX/XX/XX XX/XX/XX
Análises contábeis a 
serem realizadas.
h h XX/XX/XX XX/XX/XX
Entrevistas, vistorias, 
indagações, investi-
gações, informações 
necessárias.
h h XX/XX/XX XX/XX/XX
Laudos interdisci-
plinares e pareceres 
técnicos.
h h XX/XX/XX XX/XX/XX
Cálculos, arbitramen-
tos, mensurações e 
avaliações a serem 
elaborados. 
h h XX/XX/XX XX/XX/XX
Preparação e redação 
do laudo pericial.
h h XX/XX/XX XX/XX/XX
Pós-Universo 22
11
Revisões 
técnicas.
Proceder a revisão final 
do laudo para verificar 
eventuais correções, 
bem como verificar 
se todos os apêndices 
e anexos citados no 
Laudo estão na ordem 
lógica 
e corretamente 
enumerados.
h h XX/XX/XX XX/XX/XX
12
Prazo 
suplementar.
Diante da expectati-
va de não concluir o 
laudo no prazo de-
terminado pelo 
juiz, requerer, antes 
do vencimento do 
prazo determina-
do, por petição, prazo 
suplementar, re-
programando o 
planejamento.
h h XX/XX/XX XX/XX/XX
13
Entrega do 
laudo pericial 
contábil.
Devolver os autos 
do processo e peti-
cionar requerendo 
a juntada do laudo 
e levantamento ou 
arbitramento dos 
honorários. 
h h XX/XX/XX XX/XX/XX
Fonte: adaptada de Conselho Federal de Contabilidade, NBC TP 01, Resolução n. 1243 (BRASIL, 
2009).
Finalmente, é importante informar ao magistrado, na programação orçamentária a ser 
apresentada junto com a proposta de honorário, a previsão de gastos com viagens, 
gastos com contratação de profissionais especialistas ou, mesmo, consultas remune-
radas durante as diligências. Na maioria das vezes, é avaliada apenas a proposta de 
honorários da execução da perícia, esquecendo dos possíveis gastos com diligências. 
Pós-Universo 23
Durante a elaboração do planejamento da perícia, os documentos dos autos 
servem como suporte para a obtenção das informações para a elaboração do 
planejamento da perícia. Caso seja identificada a necessidade de realização 
de diligências durante a perícia, na etapa de elaboração do planejamento, 
devem ser computados os possíveis gastos com viagens, combustíveis etc.
A diligência consiste na pesquisa da legislação aplicável, documentos, regis-
tros, livros contábeis, fiscais e societários, laudos e pareceres já realizados e 
outras informações que forem identificadas como pertinentes para deter-
minar a natureza do trabalho a ser executado.
Quando a perícia exigir a necessidade de utilização de trabalho de terceiros 
(equipe de apoio, trabalho de especialistas ou profissionais de outras áreas 
de conhecimento), o planejamento deve prever a orientação e a supervi-
são do perito, que assumirá a responsabilidade pelos trabalhos executados.
Fonte: o autor.
saiba mais 
Pós-Universo 24
Olá! Nesta etapa do nosso trabalho,trataremos dos riscos e custos relacionados à 
perícia. Os riscos inerentes à atividade pericial podem ser mapeados conforme as 
áreas de atuação do perito contador. As responsabilidades que o perito assume ao 
aceitar o trabalho são monitoradas durante todo o tempo pelos assistentes técni-
cos das partes. 
A conduta pessoal do perito, os contatos mantidos durantes as diligências, as 
metodologias adotadas na resolução de quesitos e o conteúdo do laudo entregue 
serão avaliados pelas partes e pelo magistrado. Assim os riscos do trabalho referem-
-se às responsabilidades profissionais, aos riscos financeiros, aos riscos de conduta e 
aos riscos econômicos. Com isso, esta etapa propõe definir e apresentar os tipos de 
riscos inerentes à perícia.
RISCOS E CUSTOS INERENTES 
À PERÍCIA
Pós-Universo 25
Em uma atividade pericial, é comum a existência de perícias com probabili-
dade de valores vultuosos de remuneração. Por essa razão, é grande o risco 
de profissionais assumirem a incumbência, visando somente o valor remu-
neratório, desconsiderando a complexidade e os riscos do trabalho. Por isso, 
é importante lembrar que existe responsabilidade civil quando uma pessoa 
deve reparar um dano sofrido por outra por convicções postas em laudo 
pericial, que possam vir a ser refutadas por assistentes ou impugnadas por 
alguma razão pelas partes ou mesmo pelo magistrado. O perito deve, por-
tanto, cuidar para não exagerar em opiniões próprias ou em emissão de 
juízos de valor, principalmente se tais manifestações não estiverem direta-
mente ligadas ao foco da perícia.
Por isso, observe, no planejamento pericial, os custos de execução das ati-
vidades, os riscos inerentes à atividade e aos riscos operacionais referentes 
ao encargo específico para o qual foi nomeado: a perícia. Os riscos ineren-
tes podem ser representados graficamente em um mapa, detalhando-se 
a forma de organização do trabalho, os métodos e processos de trabalho 
adotados nas diligências periciais. Um mapa busca organizar as informa-
ções para diagnosticar os fatores de risco do trabalho. Em um mapa de risco, 
é importante classificar os tipos de risco em, pelo menos, três categorias: 
pequeno, médio e grande riscos.
Fonte: o autor.
saiba mais 
Risco é definido como 
 “
exposição à mudança. É a probabilidade de que algum evento futuro ou con-
junto de eventos ocorra. Portanto, a análise do risco envolve a identificação 
de mudanças potenciais adversas e do impacto esperado como resultado 
na organização (PADOVEZE; BERTOLUCCI, 2009, p. 141).
Risco é uma contingência, que pode se confirmar ou não. Apesar de o risco envol-
ver eventos futuros e incertos, de diversos fatores, como reações adversas das partes 
envolvidas, desentendimentos sobre remuneração de pessoal da equipe, obrigações 
Pós-Universo 26
contingenciais, infrações, responsabilidade civil, acidentes diversos durante a reali-
zação das diligências periciais etc., é importante identificar os potenciais fatores de 
riscos inerentes ao trabalho. 
O perito, durante a fase de elaboração do processo de planejamento do traba-
lho, com vistas a elaborar a proposta de honorários, deve avaliar os riscos decorrentes 
de responsabilidade civil, despesas com pessoal e encargos sociais, depreciação de 
equipamentos e despesas com manutenção do escritório. Como base do programa 
de trabalho, é recomendável elaborar o orçamento estimando todos os possíveis 
gastos, não só aqueles relacionados com equipamentos, materiais de consumo e 
pessoal, mas também deve se precaver contra responsabilizações e ações de ques-
tionamentos decorrentes das opiniões emitidas no laudo.
É importante que o perito saiba planejar adequadamente o cronograma de exe-
cução das diligências e a execução financeira, mas, se, por alguma eventualidade, o 
perito, por motivo justificado, não puder apresentar o laudo dentro do prazo estipula-
do, o juiz conceder-lhe-á, por uma vez, prorrogação, segundo o seu prudente arbítrio, 
com base no art. 432 do Código de Processo Civil (BRASIL, 1973) (novo CPC, art. 476). 
Porém essa premissa é válida somente se solicitada antes do vencimento do prazo 
inicial. Caso a solicitação ocorra após o vencimento do prazo, o magistrado poderá 
indeferir o requerimento e ainda comunicar essa falta para o conselho profissional 
da categoria, além de estipular multa por descumprimento de uma determinação 
judicial.
Um dos principais tipos de riscos é o risco de detecção, que consiste em não 
responder de forma completa o que se espera do perito, nos quesitos ou questio-
namentos formulados para esclarecimentos, ou no não aprofundamento no rigor 
dos procedimentos durante as diligências e investigações para produção de provas, 
gerando risco de impugnação do laudo ou de responsabilização por negligência ou 
imperícia. 
Outro tipo de risco é denominado inerente, no qual uma irregularidade ou prova 
que poderia ser relevante, mas, por algumas circunstâncias, foi desconsiderado pelo 
perito e demonstrado exatamente o contrário pelo assistente técnico. Nesses casos, 
também há o risco do laudo ser impugnado e o perito ser responsabilizado por im-
prudência ou negligência. 
Pós-Universo 27
Erros e fraudes também podem estar presentes em um processo, representan-
do riscos ao perito. Erros podem ser decorrentes de negligência, imprudência ou 
imperícia, enquanto a fraude é intencional, premeditada, contra documentos que 
poderão servir de provas ou contra a ordem processual, para induzir o perito e os 
julgadores ao erro.
O perito, ao elaborar o laudo, irá fazer afirmações conclusivas sobre o objeto pro-
posto, nas respostas dos quesitos, com risco de causar prejuízos financeiros, penas 
legais e afetar a imagem das partes. Assim, como todo prejuízo é atribuído ao seu 
autor e deve ser reparado por quem o causou, independente de ter ou não agido 
com culpa, todo profissional que exerce a incumbência acaba assumindo um risco 
de dano para terceiros, que pode ser obrigado a repará-lo, ainda que sua conduta 
seja isenta de culpa. Com isso, a responsabilidade civil desloca-se da noção de culpa 
para a ideia de risco.
Erros consistem em anomalias involuntárias, por desatenção ou desconhe-
cimento, que geram ação de responsabilidade civil ou administrativa. Por 
outro lado, a fraude, pela sua intenção voluntária, de omissão e manipula-
ção de transações, como adulteração de documentos, apropriação indébita, 
estelionato, receptação, roubo, constitui-se em crime doloso perante o 
código penal.
O Perito que, por dolo ou culpa, prestar informação inverídica responderá 
pelos prejuízos que causar à parte, além de incorrer em punições que a lei 
penal estabelecer.
atenção
Custos periciais
Custos periciais consistem no registro e no controle dos gastos necessários à exe-
cução dos trabalhos periciais. Durante as diligências, é comum surgirem diversos 
tipos de gastos que precisam ser dimensionados para estabelecer um parâmetro 
de honorário.
Pós-Universo 28
Gerenciar custos é importante para a gestão da produtividade de qualquer ati-
vidade e consiste no acompanhamento das rotinas que consomem recursos. Ao 
executar atividades sem planejamento ou sem controle dos gastos, aumentam-se 
os riscos de trabalhos em duplicidade, podendo aumentar ainda mais os custos.
O gerenciamento dos custos é importante porque, em um contexto desorgani-
zado, os gastos tendem a aumentar por motivos complexos e diversos. Quaisquer 
falhas por falta de controle ou desorganização podem levar o trabalho à perda de 
qualidade, à ineficiência e à falta de competitividade. 
Os principais tipos de gastos a serem previstos são:
Gastos com pessoal:
 • Remuneração da equipe.
 • Encargos com INSS sobre a remuneração. 
 • Encargos com FGTS (caso sejam empregados).
 • Encargos com Férias e 13º Salário (caso sejam empregados).
 • Auxílio-Alimentação.
 • Auxílio-Transporte.
Gastos com viagens:
 • Passagens.
 • Estadia e alimentação.
 • Pedágio. 
 •Combustível.
Gastos contingenciais:
 • Provisão para responsabilidades civis.
 • Reserva por atraso nos recebimentos de honorários.
Pós-Universo 29
Perceba que os tópicos apontados acima já demonstram tratar-se de uma perícia um 
pouco mais complexa. Isto é, não são todos os trabalhos que exigirão essa aplica-
ção e cuidados por parte do perito. Há trabalhos simples, que, às vezes, nem mesmo 
geram tantos custos, além de cópias reprográficas e outras coisas mais simples.
Porém, uma perícia um pouco mais complexa, como, por exemplo, os trabalhos 
que devem surgir como resultado da “Operação Lava Jato”, da Polícia Federal, que in-
vestigam possíveis fraudes na Petrobrás, essa, sim, deve ser uma circunstância que 
exige um pouco mais de atenção do perito e um planejamento rigoroso.
E, quando houver contratação de equipes que não sejam compostas por empre-
gados, é preciso que o perito esteja atento às normas e procedimentos fiscais dos 
prestadores de serviços, acompanhando, inclusive, os recolhimentos dos tributos 
oriundos da respectiva remuneração, caçada por nota fiscal de serviços.
O trabalho do perito pode acarretar na possibilidade de alguns riscos. Os 
principais tipos de riscos em perícia são:
 • Riscos com pessoal: risco de formar equipe dispersa, risco de acidentes 
com pessoal da equipe, riscos de vazamento de dados ou informações 
sigilosas.
 • Riscos cíveis: ao assumir o trabalho, o perito estará à frente de litígios que 
poderão desagradar partes e, assim, gerar motivos de insatisfação com 
as atitudes do perito. Quaisquer motivos que denotem alguma tenden-
ciosidade, como emitir uma opinião ou fazer comentários sobre pessoas 
ou causa, poderá ser motivo para questionamentos ou contestações de 
uma das partes, o que ocasionará diversos tipos de transtornos.
 • Riscos de não cumprir prazos: ao assumir o trabalho, o magistrado deter-
minará prazos que deverão ser fielmente cumpridos, não se admitindo 
eventuais atrasos na entrega do trabalho.
 • Riscos operacionais: são os riscos de erros de cálculos ou de procedimen-
tos metodológicos adotados durante a execução do trabalho, risco de 
obter documentos ou dados incorretos, risco de furto de dados.
 • Riscos financeiros: são os riscos de demora no recebimento dos honorários.
Fonte: o autor.
saiba mais 
Pós-Universo 30
Ao aceitar a nomeação para execução dos trabalhos periciais, sem que ocorram quais-
quer atos de impugnação pelas partes, sobre a proposta de honorário, o perito ou 
magistrado, por despacho, devem definir a data e o local para o início dos trabalhos.
É necessário distinguir trabalhos periciais que requeiram a aplicação de simples 
procedimentos de cálculos ou interpretações de objetos (por exemplo, um contra-
to de empréstimos bancário) daquelas atividades periciais complexas que requerem 
grande volume de trabalho ou suporte, inclusive, pessoal de apoio, como é o caso já 
citado, da Operação “Lava Jato”, que investiga possíveis fraudes na Petrobrás.
Assim, existem trabalhos periciais que envolvem grande complexidade de fatos, 
objetos ou dados que requerem análise de diversidade de situações, volumes enormes 
de documentos a serem manuseados e classificados, ou situações que requerem 
várias especialidades. 
EQUIPE TÉCNICA E 
RESPONSABILIDADES
Pós-Universo 31
Assim, quando a perícia exigir a necessidade de utilização de trabalho de tercei-
ros, pode envolver:
 • equipe de apoio, como auxiliares e assistentes;
 • trabalho de especialistas em assuntos específicos na área de contabilida-
de rural, hospitalar, planos de saúde etc.; 
 • profissionais de outras áreas de conhecimento como engenharia, mate-
mática etc. 
Toda essa necessidade de pessoal ou situações em que estará inserido o ambiente 
da perícia, o perito deve identificar durante o estudo do processo, para constar da 
elaboração do planejamento pericial.
Nas situações em que a perícia exigir a utilização de profissionais de áreas inter-
disciplinares ou trabalho de especialistas, esses profissionais também devem estar 
devidamente registrados em seus respectivos conselhos profissionais, quando apli-
cável, devendo o planejamento contemplar tal necessidade. Mesmo que exija laudos 
ou avaliações de outros especialistas, a responsabilidade pela condução dos traba-
lhos é do perito judicial, nomeado pelo juiz.
Diante disso, é necessário avaliar a proposta de honorários, bem como os gastos 
com pessoal de apoio. Portanto, nem todo o valor estipulado como honorários re-
presenta a remuneração final do perito. A busca por custos de mão de obra mais 
favoráveis, fora da informalidade, deve ser avaliada para a contratação de pessoal de 
apoio, seja com vínculo empregatício ou sem vínculo empregatício, ou seja, profis-
sionais autônomos. 
A contratação de pessoal com vínculo empregatício impõe obedecer às normas 
legais, previstas pela legislação trabalhista, tributária e previdenciária. A alternativa de 
contratar profissional autônomo é uma opção a ser avaliada. A legislação previden-
ciária estabelece a obrigatoriedade do recolhimento de 20% sobre a remuneração 
paga ao contribuinte individual. 
Essa contribuição é custo do contratante e não está sujeita a limite. Isso vale para 
todos os valores creditados a pessoas físicas que não tenham vínculo de emprego, 
inclusive os próprios sócios ou titulares da empresa e os autônomos que venham a 
prestar serviços a ela.
Pós-Universo 32
A parcela a ser retida do profissional contratado é de 11% sobre os valores pagos, 
respeitando-se o teto de contribuição previdenciária, que pode variar conforme a le-
gislação em vigência. Essa parcela deve ser descontada da remuneração devida ao 
prestador de serviços e recolhida no prazo legal. Exemplificando o caso de contra-
tação de um profissional autônomo:
 • Remuneração contratada: R$ 5.000,00 (base janeiro de 2015)
 • Encargo descontado do Contratado: 11% = (teto de 4.663,75 x 11% = 513,01) 
= R$ 513,01
 • Valor pago ao contratado = (5.000 – 513,01) = ................................................... 
R$ 4.486,99
Encargo total para o Perito Contratante da mão de obra autônoma:
+ Remuneração bruta: R$ 5.000,00
+ Encargo Patronal previdenciário: 20% = (5.000 x 20% = 1.000) = ............... 
 R$ 1.000,00
= Soma do custo da contratação: R$ 6.000,000
Portaria Interministerial da Fazenda e Previdência e Assistência Social nº 13 
de 19.01.2015, Anexo II, válido a partir de 01 de janeiro de 2015.
TABELA DE CONTRIBUIÇÃO
CONTRIBUIÇÃO (R$) ALÍQUOTA PARA FINS DE RECOLHIMENTO AO INSS
até 1.399,12 8%
de 1.399,13 até 2.331,88 9%
de 2.331,89 até 4.663,75 11%
Fonte: Ministério da Previdência Social (online).
fatos e dados
Pós-Universo 33
Há que se lembrar de que, nos casos de contratação de trabalhador autônomo, o 
trabalho não poderá ser em caráter continuado – assim definido o trabalho presta-
do em um período superior a três meses. Se assim for, a contratante será obrigada 
a efetuar os recolhimentos de todos os encargos relacionados como empregado.
Portanto, ao contratar um profissional autônomo para apoio aos trabalhos peri-
ciais, é necessário tomar cuidados para que o benefício de otimização dos serviços 
não se transforme em um risco trabalhista. Para isso, no planejamento do trabalho, 
o perito contratante deve observar os seguintes pontos:
 • Estabelecer contrato de prestação de serviços, vinculando-o ao serviço a 
ser prestado e às datas de início e término da execução do mesmo.
 • Caracterizar a não subordinação hierárquica e a inexistência de horário es-
pecífico de entrada e saída do prestador do serviço.
 • Obter cópia da inscrição do autônomo no INSS como prestador de ser-
viços ou contribuinte avulso. Caso não tenha, solicitar que a mesma seja 
providenciada.
 • Exigir RPA (Recibo de Pagamento a Autônomo) para pagamento dos ho-
norários referentes à prestação de serviços.
 • Considerar como reembolso as despesas relacionadas a benefícios (condução, 
alimentaçãoetc.) por conta e ordem da prestação de serviços contratada.
Pós-Universo 34
A legislação trabalhista e previdenciária distingue diferentes tipos de con-
tratos de trabalho e de contratação do trabalhador. Assim o perito que 
eventualmente realiza uma contratação de pessoal de apoio para um tra-
balho de perícia deve distinguir o perfil de trabalhador desejado e o tipo 
de trabalho que o profissional irá executar, para não se comprometer, des-
necessariamente, com encargos decorrentes do vínculo empregatício.
Existem perfis de pessoal de apoio que se enquadram como empregados, 
trabalhadores autônomos, trabalhadores avulsos, trabalhador eventual, tra-
balhador temporário e estagiário. É preciso fazer a opção mais apropriada à 
circunstância. Os encargos previdenciários, as obrigações trabalhistas e as 
previdenciárias são diferentes para cada situação em que seja qualificável.
Para mais informações, busque aspectos relevantes da legislação trabalhis-
ta, nos sites do Ministério do Trabalho, disponível em: <www.mte.gov.br>, 
ou no site do Ministério da Previdência Social, disponível em: <www.mpas.
gov.br>. Acesso em: 30 jul. 2015.
Fonte: o autor.
saiba mais 
Assim a contratação de serviços de terceiros, em um trabalho pericial, requer precaução 
quando tratar-se de autônomos, evitando ou reduzindo, dessa forma, contingências 
de ordem previdenciárias e trabalhistas indesejáveis e desnecessárias. 
resumo
Caro(a) aluno(a), espero que tenha gostado deste nosso estudo. Neste estudo, procuramos des-
crever o planejamento da organização financeira, sob a perspectiva do perito, essencial para a 
realização de uma perícia. Pensar apenas nos honorários é um erro, pois, certamente, haverá gastos 
com materiais de consumo, diligências, contratação de pessoal de apoio e, em alguns casos, a 
contratação de outros profissionais especializados. 
Antes de organizar a equipe, é necessário que haja a intimação para a realização da perícia. O pla-
nejamento da perícia é o ponto de partida para viabilizar, mediante orçamento financeiro, uma 
proposta de honorários que torne convincente e viável a execução de diligências periciais. 
Em uma perícia contábil, conforme a área de conhecimento ou objeto periciado, é necessária a 
contratação de profissionais especializados, como técnico em informática, médicos, agrônomos, 
engenheiros etc. 
O perito deve ter muito cuidado com as situações em que a perícia utilizar serviços profissionais 
de áreas interdisciplinares ou especialistas, pois esses profissionais também devem estar devida-
mente registrados em seus respectivos conselhos profissionais, quando aplicável.
A Resolução CFC 560 (BRASIL, 1983) traz enumerada série de atribuições privativas dos profis-
sionais da contabilidade (art. 3º), entre as quais: “abertura e encerramento de escritas contábeis”, 
item 11, “tradução, em moeda nacional, das demonstrações contábeis originalmente em moeda 
estrangeira e vice versa”, item 16, e “perícias contábeis, judiciais e extrajudiciais”, item 35. Mas há 
outras atividades previstas no art. 5º da mesma Resolução, as quais são “compartilhadas” com 
outras profissões.
Entre essas atividades, encontram-se, por exemplo, “elaboração e implantação de planos de orga-
nização ou reorganização”, “assessoria fiscal”, “planejamento tributário”, “processamento de dados” 
e “elaboração de orçamentos macroeconômicos”.
Portanto, a complexidade em um trabalho de perícia pode acontecer não apenas em razão do 
volume de trabalho ou movimentação econômico-financeira da empresa, como um caso espe-
cífico, como aquele comentado envolvendo o escândalo da Petrobrás, mas também em razão 
de haver entranhamento de atividades que necessitem da habilitação e/ou qualificação de pro-
fissionais de outras áreas, que não a contabilidade.
resumo
Porém, se a atividade for “compartilhada”, como aquela prevista pelo art. 5º, da Resolução CFC 
560/83, o perito contador está autorizado a executar a tarefa, caso se sinta capacitado profissio-
nalmente para a execução da tarefa. 
Mas, se assim não for, isto é, se o perito contador se achar incapacitado em face da especializa-
ção, deve recusar a execução da tarefa e contatar o profissional melhor capacitado, conforme 
determina o art. 5º, do Código de Ética da Profissão, em seu item I: “o contador, quando perito,... 
deve recusar sua indicação quando reconheça não se achar capacitado em face da especializa-
ção requerida” (BRASIL, 1996).
Essas situações especiais podem gerar custos adicionais. Em trabalhos demasiadamente com-
plexos, podem ser utilizados procedimentos técnicos como: pesquisa, diligências, levantamento 
de dados, análise, cálculos, por meio de exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento, 
mensuração, avaliação e certificação. O trabalho, quanto mais complexo, mais caro.
Percebe-se, assim, que durante a execução da perícia, podem ocorrer gastos de diversas nature-
zas e, às vezes, extras. A administração dos gastos periciais, com um planejamento adequado, é 
muito importante porque certamente poderá repercutir na qualidade do laudo. 
Entre esses custos, encontram-se gastos com pessoal, incluindo remuneração e encargos tra-
balhistas e sociais, gastos com viagens, hospedagem, combustível, pedágio, além de gastos 
contingenciais. 
Portanto, lembre-se de que, ao assumir uma perícia, pense e planeje as diligências, riscos, custos, 
enfim, a atratividade da tarefa. Boa sorte e bons trabalhos!
atividades de estudo
1. Assinale a alternativa correta. Um perito será nomeado em uma perícia judicial 
quando:
a) O magistrado tiver dúvidas acerca da veracidade da alegação do reclamante sobre 
um determinado problema.
b) A parte acusada (reclamada) apresentar contestação em juízo, que diverge da ale-
gação apresentada pela reclamante.
c) Se o magistrado (juiz) ou uma das partes entender ser necessária a produção da 
prova pericial para esclarecer pontos controvertidos da causa.
d) Se a reclamada entender que é necessária a produção da prova e indicar a ne-
cessidade de uma perícia.
e) Se não houver testemunhas para ajudar na solução do caso.
2. Após a determinação da produção da prova pericial, com a respectiva nomeação do 
perito, a comando do juiz, as partes têm a prerrogativa de agilizar a operacionaliza-
ção do processo por meio de:
a) Indicação do assistente técnico e produção de quesitos extraordinários.
b) Contestação da falta de experiência do perito especialista nomeado pelo magistrado.
c) Contestação da qualificação técnica do assistente técnico nomeado pela parte 
contrária.
d) Indicação do assistente técnico, porém sem a produção de quesitos ordinários.
e) Impugnação do laudo pericial.
atividades de estudo
3. O fisco autuou uma empresa sob acusação de adulteração das guias de recolhimen-
to do imposto, visto que o valor recolhido em numerário junto ao banco é menor do 
que o declarado nas guias autenticadas e declaradas, apresentadas pela empresa. 
Porém a empresa contesta e requer a realização de uma perícia para apurar o valor 
em litígio em instância judicial. Essa é uma causa que trata de uma:
a) Ação criminal, pois trata de adulteração de documento;
b) Ação de responsabilidade administrativa, pois o fato pode ter sido praticado in-
dividualmente por um gestor;
c) Ação cível, pois se trata de um pedido de revisão de tratados;
d) Ação contra fazenda pública, pois há indícios de crimes tributários;
e) Ação de indenização por danos morais, uma vez que o fisco faz acusações inve-
rídicas contra o contribuinte.
4. Tomando por base o modelo de planejamento da perícia constante do nosso estudo, 
relacione os tópicos da primeira coluna, assinalando a letra respectiva equivalente 
ao item da segunda coluna.
A Programa de trabalho
Supervisão e responsabilidade técnica do 
perito
B Pesquisa documental Procedimentos de obtenção da prova
C
Carga ou recebimento do 
processo
Entrega do laudo pericial
D Diligências Retirada do processo após intimaçãoE Trabalho de outros profissionais Pesquisa e estudo da legislação pertinente
F
Devolução dos autos do 
processo
Cálculo e exame de documentos
Com base no diagrama acima, assinale a alternativa que contém a sequência verti-
cal correta da segunda coluna.
a) C, A, B, E, D, F.
b) C, B, D, A, E, F.
c) F, C, E, D, A, B.
d) E, D, F, C, A, B.
e) E, D, C, A, F, B.
atividades de estudo
5. Sobre o planejamento do trabalho pericial, é correto afirmar que:
a) É uma referência das atividades a serem realizadas, contendo prazos e crono-
gramas, distribuição de tarefas, fases do trabalho, diligências a serem realizadas, 
proposta de honorários etc.
b) Deve relatar todas as circunstâncias ocorridas como anomalias ou inconformida-
des durante a produção de provas e elaboração de laudos e pareceres.
c) Trata-se de um orçamento financeiro, em que são descritos previamente os gastos 
que poderão ocorrer durante a execução da perícia.
d) Os documentos, registros documentais, livros contábeis, fiscais e societários já 
devem estar separados para que o perito possa responder os quesitos.
e) Não é muito necessário, pois o perito experiente já sabe o que fazer.
6. Sobre objetivos e planos de um trabalho pericial, é correto afirmar que:
a) As metas são etapas que propiciam resposta segura a cada quesito. 
b) O mapeamento do contexto, contendo cronogramas e metas, é essencial para 
diagnosticar a situação que irá encontrar para realizar a perícia.
c) O orçamento financeiro anexo à proposta de honorário pericial deve ter metas e 
prazos a serem cumpridos.
d) Tratam-se de uma avaliação entre o que foi previsto e a forma como foi executa-
da a perícia.
e) Confundem-se com a pesquisa documental.
atividades de estudo
7. Assinale V para as alternativas verdadeiras e F para as alternativas com afirmações 
falsas:
I. Documento público e documento particular possuem o mesmo peso ou valida-
de como prova pericial.
II. Todo documento apresentado pelo perito tem força probante plena e poderá ser 
utilizado pelas partes na defesa de suas causas.
III. Um documento particular sob a forma de declaração, devidamente assinado, é 
válido como uma presunção da verdade dos fatos.
IV. Todo documento é um gênero de prova que as partes podem invocar quando 
precisarem defender seus direitos.
V. A perícia é prova absoluta, isto é, não admite impugnação.
Com base nas assertivas acima, escolha a alternativa que representa a sequência 
correta.
a) F, F, F, F, F.
b) F, V, F, V, F.
c) V, F, V, F, V.
d) V, V, V, V, V.
e) F, F, V, V, F.
8. Assinale a alternativa correta. Sobre riscos periciais, é correto afirmar que:
a) Por ser uma contingência, o risco deve estar previsto no planejamento como um 
evento real e possível.
b) Não cumprir o prazo de entrega do laudo, devido a desavenças entre o perito e 
uma das partes ocorridas durante as diligências, caracteriza uma contingência 
aceitável.
c) Dispersão da equipe de trabalho do perito, acidentes ocorridos durante a realiza-
ção das diligências periciais são fatores de riscos normais, inerentes ao trabalho, 
que devem ser previstos pelo perito.
d) A falta de conhecimento técnico do assistente técnico de uma das partes é uma 
contingência que o perito deve prever, para evitar influências negativas no laudo. 
e) O risco é puro folclore, pois um perito experiente não corre riscos.
atividades de estudo
9. Um perito contábil precisa contratar um profissional da área de informática para deci-
frar o código fonte de um sistema e os últimos acessos realizados por todos os usuários, 
dentro de um processo que está atuando como perito. O referido sistema está sem 
uso desde o início do litígio. Porém suspeita-se que as últimas movimentações re-
sultaram em manipulação e extravio de dados. Os encargos e ônus decorrentes da 
contratação correrão por sua conta e risco. A proposta feita para um profissional au-
tônomo foi de uma remuneração de R$ 2.000,00 para realizar o serviço, a ser pago 
mediante RPA (Recibo de Pagamento a Autônomo). Com isso, observando o exemplo 
deste estudo, o valor total a cargo do perito (com encargos) será de:
a) R$ 2.000,00.
b) R$ 2.220,00.
c) R$ 1.820,00.
d) R$ 2.400,00.
e) R$ 1.800,00.
10. A contratação de pessoal para constituir uma equipe de trabalho do perito é uma 
ação:
a) Obrigatória para todos os trabalhos periciais, independente dos honorários do 
perito, tendo em vista que os custos com pessoal, se previsto no orçamento, serão 
pagos diretamente pelas partes em litígio.
b) Facultativa do perito, que dependerá do porte e do volume do trabalho que está 
assumindo, para não diminuir seus honorários.
c) Obrigatória, quando houver necessidade de especialistas de outras áreas.
d) Não permitida, pois o perito não pode contratar outros profissionais, já que a ati-
vidade pericial é prerrogativa do profissional nomeado pelo magistrado.
e) Permitida, somente com a autorização das partes.
atividades de estudo
11. Perito contábil, devidamente qualificado e nomeado pelo magistrado, utilizou servi-
ços profissionais de um engenheiro civil recém-formado para elaborar uma planilha 
de execução hidráulica de uma obra, essencial para responder um quesito, traba-
lho que foi anexado ao laudo pericial. Ocorre que o referido engenheiro ainda não 
possuía registro no Conselho da categoria (CREA). Esse fato:
a) Não provocará qualquer problema, tendo em vista que a responsabilidade técnica 
continua sendo do perito contador.
b) Poderá ocasionar a impugnação do laudo, por não ter havido previsão de uso de 
profissionais de outras áreas.
c) Poderá ocasionar a impugnação do laudo pericial, pelo fato de o profissional não 
comprovar competência técnico-profissional.
d) Não interferirá na aceitação do laudo, que poderá ser validado, por decisão do 
magistrado.
e) Dispensa qualquer comentário, pois o perito desconhecia o ocorrido.
material complementar
Wall Street: O dinheiro nunca dorme
Ano: Olvier Stone
Sinopse: o filme trata do poder e da influência de grandes banqueiros 
sobre o bilionário mercado financeiro dos EUA. O filme trata sobre o uso 
de informações privilegiadas no mercado de ações associado à ganân-
cia de especuladores.
Comentário: o “pano de fundo” do filme “Wall Street – O dinheiro nunca dorme” repousa no 
mundo financeiro americano dos anos de 1987 a 2008. Várias crises financeiras preocupa-
vam o mundo inteiro naquela época. Iniciando-se a trama com a saída da prisão de Gordon 
Grekko, que havia cumprido pena por fraude, lavagem de dinheiro e extorsão, desejando 
se aproximar de outro personagem de nome Winnie. Decide, então, ajudar o jovem Jacob 
Moore, promissor corretor de Wall Street, especialista em aplicações em “fontes renováveis de 
energia”, que apostava em um novo empreendimento baseado em pesquisas sobre usar uma 
força do mar para gerar energia. A ajuda de Grekko seria para que o jovem corretor pudesse 
se aproximar de Brenton (James Brolin), um investidor importante que já fizera com que seu 
mentor, Lewis Zabel (Frank Langella), fosse obrigado a se desfazer de sua empresa por uma 
pequena bagatela. A trama revela que as operações com a Bolsa de Valores assemelham-se 
a um jogo, no bojo do qual as pessoas querem ganhar tudo a todo custo, não importando 
os meios, mas, sim, os fins. A conquista dos objetivos justifica os “riscos”, inerentes às opera-
ções e necessários para manter a ganância dos compradores, que acreditam em boatos que 
podem levar muitas empresas sólidas à falência. Tudo é especulação, que fere a ética e a nor-
malidade das condutas profissionais. Vale a pena assistir ao filme!
material complementar
Enron: os mais espertos da sala
Ano: Alex Gibney
Sinopse: filme originário do escândalo da empresa americana Enron, 
que faliu devido a fraudes contábeis.
Comentário: Logo nos primeiros dois minutos do filme obtém-se uma 
explicação rápida do que vai ser demonstrado no desenrolar da história. 
Em princípio, parecendo um documentário, algumas pessoasfazem comentários sobre como 
uma empresa, que demorou dezesseis anos para sair de um Ativo de 10 bilhões de dólares e 
atingir um Ativo de 65 bilhões de dólares, em cerca de 24 (vinte e quatro) dias, atingia o seu 
grau de “falência”. E, pior, um fenômeno considerado “o maior caso de falência dos Estados 
Unidos”. No início do filme, é criado um “enigma”: cenas mostram diversos “arranha-céus” e 
uma voz não identificada faz a seguinte questão: “que diabos ele está construindo ali?”. Temos 
uma vista aérea de Houston, Texas ao fundo, enquanto uma comentarista informa que o 
maior erro da empresa foi o “orgulho”, mas destaca que houve também arrogância, ganân-
cia e intolerância. Outro comentarista alerta que as pessoas estavam “cegas” pelo dinheiro e 
que a empresa era, na verdade, um “castelo” de cartas. O arremate dessa introdução suficien-
te é a afirmação de outro comentarista que diz: “o que não sabíamos era que esse castelo de 
cartas estava construído sobre uma piscina de gasolina”. 
O panorama é convidativo, não é? Vale a pena assistir ao filme, que está disponível na inter-
net, com acesso fácil, mediante canais de buscas.
referências
ALBERTO, V. P. L. Perícia Contábil. São Paulo: Atlas, 1997.
ALVES, J. F. et al. Código Civil – Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. São Paulo: Editora Método, 
2002.
BARBOZA, J. Perícia Contábil e Arbitragem. Apostila. Maringá: Projus, 2015.
BARBOZA, J. V. Dano Moral: o problema do quantum debeatur nas indenizações por dano moral. 
Curitiba: Juruá, 2006.
BRASIL. Código de Ética Profissional do Contador – CEPC. Resolução CFC nº 803/1996. Disponível 
em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/nbc/res803.htm>. Acesso em: 3 ago. 2015.
DIFINI, L. F. S. Manual de direito tributário. São Paulo: Saraiva, 2006.
FREITAS, V. P. de (Coord.). Código Tributário Nacional comentado. São Paulo: Editora Revista 
dos Tribunais, 1999.
SÁ, A. L. Curso de Auditoria. 6. ed. São Paulo: Atlas, 1980.
____. Perícia Contábil. São Paulo: Atlas, 2005.
MAGALHÃES, A. de D. F. et al. Perícia Contábil: Uma abordagem prática, e processual. 6. ed. São 
Paulo: Atlas, 2008. 
MANOEL, R. da C.; FERREIRA JUNIOR, V. Perito-Contador. Curitiba: Juruá, 2006.
MAYO, H. B. Finanças Básicas. 9. ed. São Paulo: Cenage Learning, 2008.
ORNELAS, M. M. G. de. Perícia Contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
SARANTOPOULOS, S. Perícia Judicial e Administrativa. São Paulo: Atlas, 2005.
REFERÊNCIA ON-LINE
CRC-SP – Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo
Disponível em: <http://www.crcsp.org.br>. Acesso em: 30 jul. 2015.
resolução de exercícios
1. c) Se o magistrado (juiz) ou uma das partes entender ser necessária a produção da 
prova pericial para esclarecer pontos controvertidos da causa.
2. a) Indicação do assistente técnico e produção de quesitos extraordinários.
3. a) Ação criminal, pois trata de adulteração de documento;
4. d) E, D, F, C, A, B.
5. a) É uma referência das atividades a serem realizadas, contendo prazos e cronogramas, 
distribuição de tarefas, fases do trabalho, diligências a serem realizadas, proposta de 
honorários etc.
6. b) O mapeamento do contexto, contendo cronogramas e metas, é essencial para 
diagnosticar a situação que irá encontrar para realizar a perícia.
7. e) F, F, V, V, F.
8. c) Dispersão da equipe de trabalho do perito, acidentes ocorridos durante a realiza-
ção das diligências periciais são fatores de riscos normais, inerentes ao trabalho, que 
devem ser previstos pelo perito.
9. d) R$ 2.400,00.
10. c) Obrigatória, quando houver necessidade de especialistas de outras áreas.
11. c) Poderá ocasionar a impugnação do laudo pericial, pelo fato de o profissional não 
comprovar competência técnico-profissional.
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