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jogos_brinquedos_e_brincadeiras_pedagogia_08

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Brincar é gostoso, é agradável, dá prazer e satisfação. Brincando, nos 
divertimos com nossos parceiros, fazemos novas amizades, soltamos a 
imaginação.
No entanto, observamos que muitos dos espaços que utilizávamos 
para brincar foram restringidos. A falta de segurança, sobretudo nas gran-
des áreas urbanas, é uma das causas responsáveis por essa restrição. A 
rua, os terrenos baldios, os parques públicos e os clubes, antes espaços 
comuns de brincadeiras, agora são quase inexistentes. O que foi colocado 
no lugar? 
Além da restrição do espaço, o tempo para brincar também diminuiu. 
Cada vez mais cedo são atribuídas a algumas crianças tarefas domésticas, 
a outras, devido a condições sociais menos favorecidas, o ingresso preco-
ce no mundo do trabalho para auxiliar no sustento da família. Também 
é muito comum a existência de numerosas tarefas escolares ou vasta 
agenda de cursos extracurriculares. Essas são algumas das situações que 
corroem o tempo da infância.
Na escola, os espaços antes livres, como pátios e quadras, estão fecha-
dos ou sem brinquedos. A correria desenfreada toma conta dos intervalos 
porque não há outra alternativa para brincar e também porque alguns 
profissionais encaram propostas lúdicas como penosas e trabalhosas.
Em algumas instituições, a criação de espaços denominados de brin-
quedotecas apresenta-se como alternativa para suprir a carência de espa-
ços para brincar.
Procuraremos, neste capítulo, refletir sobre o brincar na atualidade, 
buscando conhecer e identificar lugares e modalidades onde o jogo e a 
brincadeira acontecem nos dias de hoje.
O brincar na atualidade
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
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O brincar na atualidade
O brincar na rua, na praça, no espaço público 
Nos últimos dois séculos a humanidade tem passado por intensa evolução tec-
nológica. A sociedade industrial, o capitalismo e a urbanização têm contribuído 
para essas mudanças. O advento das telecomunicações, dentre as quais destaco a 
internet e o telefone celular, contribuiu para modificar até as relações pessoais.
Todas essas transformações tiveram grande reflexo na qualidade de vida da 
humanidade, em especial daqueles privilegiados que habitam as cidades e têm 
fácil acesso aos bens de consumo, onde o apelo da mídia é constante para com-
prar mais e mais. 
Por outro lado, a todo o momento somos chamados a pensar na solução de 
problemas crônicos da humanidade que desafiam nossa inteligência há muito 
tempo, como preservação do meio ambiente, acúmulo e destinação do lixo, au-
mento da emissão de gases tóxicos, erradicação da fome, cura de doenças físicas 
e mentais, combate à violência, enfim, diminuir o grande abismo social, entre 
“privilegiados” e os que vivem à margem dessa sociedade industrial e tecnológi-
ca. Todos esses problemas e suas consequências estão muito presentes e longe 
de serem resolvidos.
Nessa complexa estrutura socioeconômica, precisamos pensar sobre a crian-
ça. De que forma nós, educadores e familiares, poderemos garantir seus direitos 
básicos e melhor qualidade de vida?
Entendendo que a criança é alguém hoje, ativa, capaz, criativa e inteligen-
te, não podemos considerar que todas essas mazelas não as atinjam direta ou 
indiretamente.
Nosso estudo trata do brincar, do jogo, brinquedo e brincadeira. Que tipo de 
relação há entre esse tema tão maravilhosamente criativo, prazeroso e alegre e 
todas essas desgraças?
Por causa de todos esses graves problemas, as crianças estão cada vez mais 
cedo deixando de ser criança, tendo sua inocência roubada, pela falta de espa-
ços públicos seguros como ruas, praças e parques, em que podiam conviver com 
amigos onde moram.
Correr pela rua atrás de uma bola, fazer uma ciranda e cantar bem alto, ter a 
alegria de subir numa árvore, molhar os pés nas poças de água depois da chuva, 
ver um arco-íris, empinar uma pipa, jogar pião, fazer panelinhas de barro, enfim, 
coisas de criança estão cada vez mais longe e na memória de alguns adultos.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
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O brincar na atualidade
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Crianças brincando na praça.
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Criança brincando na rua.
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O brincar na atualidade
Pois bem! Tal qual uma criança que busca novos desafios, convido você a des-
cobrir e recriar oportunidades onde a criança possa ser criança e ter o direito de 
brincar na rua, na praça, nos espaços públicos.
Quando pensamos em crianças, automaticamente pensamos em duas situ-
ações: brincadeiras e escola. A princípio, parecem duas situações contrapostas, 
porém, segundo Carneiro e Dodge (2008, p.142),
um dos poucos espaços amplos destinados ao brincar coletivo ainda é a escola, mas apesar 
disso, ela possui um papel controverso em relação à atividade lúdica. Enquanto pais e 
especialistas afirmaram que ela é um local de trabalho, para as crianças ela foi vista como um 
espaço de brincar.
Então, se a criança concebe a escola como um bom lugar para brincar, cabe a 
nós, profissionais interessados no assunto, torná-lo melhor ainda, participando 
e organizando ambientes motivadores, escolhendo e adquirindo materiais, ob-
jetos, brinquedos e jogos interessantes para brincar com qualidade.
Um educador comprometido com o direito de brincar buscará alternativas 
viáveis ao espaço educacional, viabilizando a existência de lugares específi-
cos, em horários que não interfiram diretamente nas atividades formalmente 
educacionais.
A seguir sugerimos algumas atitudes já experimentadas por outros profissio-
nais engajados e que podem inspirar os futuros interessados, por exemplo:
observar as crianças brincando dentro da instituição e registrar quais são �
as brincadeiras, quais os lugares onde o brincar acontece, por quanto tem-
po brincam, se utilizam algum material, e quais são eles;
após a observação, conversar com as crianças sobre o tema, perguntando �
sobre seus interesses em outras brincadeiras e jogos;
propor a organização de outros espaços para brincar (dentro e fora da ins- �
tituição) e a utilização de outros materiais, visando ampliar o existente;
planejar a aquisição de outros materiais; �
buscar novas parcerias (comércio, indústria, associações, fundações etc.), �
para angariar fundos e adquirir jogos e brinquedos e/ou para manutenção 
de playground e outros espaços;
organizar mural contendo informações sobre o grupo e as atividades re- �
alizadas. 
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O brincar na atualidade
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Quais outros espaços que podem ser utilizados para brincar?
Em algumas cidades existe uma política pública denominada Ruas de Lazer.
Essas ruas recebem esse nome porque aos domingos e feriados são fechadas ao 
trânsito para que seus moradores possam usufruir do espaço público para brin-
car, jogar bola, andar de bicicleta, fazer caminhada e outras atividades lúdico-
esportivas.
Crianças brincando na rua.
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Esse tipo de apropriação do espaço público deve ser incentivado e incremen-
tado. Entre em contato com a Prefeitura ou administração regional para saber se 
essa política existe na sua região. Se não houver, chame seus amigos e vizinhos e 
mobilize-os para buscar maiores informações nos sites das cidades que têm essa 
experiência, contatar os representantes públicos locais (prefeitos, vereadores, 
administradores, conselheiros tutelares etc.) para implantá-la. 
Brincar é um ato político!
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O brincar na atualidade
As praças também são espaços destinados ao lazer e ao convívio social. 
Porém, muitas vezes, encontram-se entulhadas de lixo e/ou com falta de ajardi-
namento.Essa situação também deve ser denunciada aos órgãos competentes 
para a resolução dos problemas. Essas atividades podem ser feitas em conjunto 
com as crianças e suas famílias.
Brincadeiras incentivadas pelos adultos 
em locais públicos.
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Praça pública.
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O brincar na atualidade
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Em geral, existe entre os adultos a ideia de que ambientes fechados e organi-
zados favorecem o desenvolvimento da criança porque elas estão protegidas de 
riscos físicos e emocionais.
Segundo Bichara (apud BOMTEMPO; ANTUNHA; OLIVEIRA, 2006, p.162-163), 
pesquisadores internacionais
investigando brincadeiras em ambiente natural, em área rural dos Estados Unidos, constataram 
a existência de uma relação contraditória e irônica: ao tempo em que os adultos cada vez mais 
restringem as brincadeiras das crianças, relembram com nostalgia de suas infâncias irrestritas.
Essa constatação nos faz pensar: não seria melhor proporcionar às crianças do 
nosso tempo, o legado de espaços e experiências lúdicas das quais elas possam 
usufruir para depois lembrarem quando forem adultas?
Outra experiência que vale a pena ser destacada é a dos ônibus brinquedoteca. 
Esses ônibus têm por objetivo levar a brincadeira onde não existe essa oportu-
nidade. São exemplos desse trabalho o Ônibus Brincalhão em Porto Alegre (RS), o 
ônibus Brincalhão de Tejuçuoca (CE), Ônibus Brincalhão em Goiânia (GO), o ônibus 
brinquedoteca de Campo Grande (MS), a brinquedoteca móvel em Belo Horizon-
te (MG); o Projeto Rodopiando de São Gonçalo (RJ); brinquedoteca Itinerante em 
Jandaia do Sul (PR), o Expresso Lazer em Santo André (SP), e na cidade de São 
Paulo o ônibus Ludicidade da PUC (Pontifícia Universidade Católica) e o Brincalhão 
do Programa Ludicidade da Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação 
que, de acordo com reportagem de Gilberto Dimenstein (2004),
foi inspirado na experiência da cidade de Porto Alegre que implantou serviço semelhante, 
objetivando levar a brincadeira às comunidades carentes. Com a Brinquedoteca Itinerante, o 
ônibus Brincalhão permite o atendimento da periferia. O alvo principal é o público infantil que 
não dispõe de acesso a recursos esportivos, de lazer e recreação. A brinquedoteca contribui 
para o processo de socialização das crianças, oferecendo-lhes condições de realizar atividades 
coletivas livremente, dando maior oportunidade para seu desenvolvimento global. 
O ônibus Brincalhão é uma ideia bem-sucedida de trabalho em favor do di-
reito de a criança brincar, porque além de levar a brincadeira para lugares onde 
os espaços são inexistentes, também funciona como espaço para formação de 
profissionais brincantes (CREPALDI; FREYBERGER; TURINO, 2006).
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O brincar na atualidade
Ônibus Brincalhão de São Paulo (SP).
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Interior do ônibus Brincalhão de São Paulo (SP).
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Brincar no hospital 
Algumas situações de saúde, como a hospitalização, também podem privar 
a criança desse ato, negando seu direito de brincar. Submetida a procedimentos 
médicos muitas vezes invasivos, longe da família, amigos e escola, a criança fica 
suscetível a uma série de sentimentos como angústia, insegurança, medo e tris-
teza (VIEIRA; CARNEIRO apud BOMTEMPO; ANTUNHA; OLIVEIRA, 2006).
Nessas circunstâncias, conforme muitas investigações recentes demons-
tram, o brincar apresenta-se como alternativa para aliviar a tensão da espera e 
também contribui para o conhecimento da sua enfermidade e a aceitação dos 
tratamentos.
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O brincar na atualidade
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Outra tendência atualmente presente nos hospitais é a representada por 
grupos com destaque para os Doutores da Alegria (www.doutoresdaalegria.org.
br/), e o Canto Cidadão (www.cantocidadao.org.br/home.php). Esses profissio-
nais têm contribuído para levar alegria às crianças hospitalizadas, auxiliando no 
seu processo de recuperação, na medida em que elas superam traumas da inter-
nação e atitudes negativas relacionadas à sua saúde.
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Outro destaque na área da saúde está na organização de espaços de brincar 
em consultórios e ambulatórios onde são realizadas consultas, exames e trata-
mentos, muitas vezes invasivos, demorados e dolorosos para a criança e seus 
familiares.
Nesse caso ainda são poucos os estudos sobre o efeito positivo da presença 
desses espaços na recuperação das crianças, porém, certamente esses ambien-
tes considerados estranhos e ameaçadores podem ser humanizados, como foi 
observado por Wilson (1998).
O pesquisador verificou que, em muitos desses ambientes, ainda prevalece o 
espaço para o adulto, com pouco mobiliário destinado à criança e poucos brin-
quedos. Ao observar o comportamento dos adultos, verificou que alguns tole-
ram o brincar e outros ainda o rejeitam.
Para Vieira e Carneiro (apud BOMTEMPO; ANTUNHA; OLIVEIRA, 2006, p. 79),
nas condições do atendimento ambulatorial dos hospitais públicos do Brasil, a presença 
da brincadeira pode ter importância especial, pois, muitas vezes, a espera pela consulta 
é longa e difícil de ser tolerada. Assim, brincando, a criança faz o que gosta, diluindo-se, 
consequentemente, a tensão dessa espera. 
O projeto-lei da deputada Luiza Erundina, em 1999, fortaleceu o movimento 
para a obrigatoriedade da existência de brinquedotecas vinculadas aos serviços 
de saúde, à semelhança de outros países, em especial na Europa, como Portu-
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gal, por exemplo, que possui Carta da Criança Hospitalizada, do IAC (Instituto de 
Apoio à Criança).
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Em São Paulo, com a reintegração do município ao SUS (Sistema Único de 
Saúde), a administração da cidade estabeleceu alguns projetos prioritários, dos 
quais destacamos o Projeto Acolhimento, registrado no livro Acolhimento: o 
pensar, o fazer, o viver, que tem um capítulo específico para as brinquedotecas.
Todo esse esforço culminou na promulgação da Lei n.º 11.104, de 21 de março 
de 2005, que estabelece a obrigatoriedade da existência de brinquedotecas nos 
hospitais que ofereçam atendimento pediátrico, em especial naquelas que ofe-
reçam atendimento pediátrico em regime de internação.
O conceito de brinquedoteca está descrito no artigo 2.º da Lei como: “[...] 
espaço provido de brinquedos e jogos educativos, destinado a estimular as 
crianças e seus acompanhantes a brincar.”
Sabemos, no entanto, que somente a letra da Lei não garante a existência 
desses espaços. O que determina sua efetiva existência são o comprometimen-
to, desdobrado na atuação dos profissionais, e a conscientização dos usuários 
dos estabelecimentos de saúde, porque acreditam que a criança tem o direi-
to de ser criança, e de brincar; e porque brincar também pode auxiliar na sua 
recuperação.
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O brincar na atualidade
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Assim, fazemos nossas as palavras de Vieira e Carneiro:
O ambiente hospitalar, contudo, só pode se tornar convidativo ao brincar se os profissionais 
responsáveis pelos atendimentos avançarem nas suas concepções a respeito do mesmo, 
superando um nível meramente intuitivo em direção a uma melhor compreensão do seu 
significado naquele contexto (Mello, Goulart, Ew, Moreira, Sperb, 1999). Pode-se, assim, criar, 
no interior de tais ambientes, espaços que possibilitem à criança sentir-se em segurança, 
relativamente relaxada e livre. (apud BOMTEMPO; ANTUNHA; OLIVEIRA,2006, p. 76-77).
Jogos eletrônicos 
A revolução tecnológica pela qual passamos nas últimas décadas é um fato 
que ainda desafia a muitos de nós. A rapidez da evolução de aparelhos eletrôni-
cos e a facilidade com que podemos descartá-los por tornarem-se incompatíveis 
com outros equipamentos eletrônicos chega a ser assustadora.
Há quase 30 anos, possuir um aparelho “3 em 1” (toca-discos, toca-fitas e 
rádio) era o sonho de consumo de muitos de nós. Hoje, os minúsculos aparelhos 
iPod, propagam o som que é “magicamente baixado” dos computadores, sem 
entendermos exatamente como isso aconteceu. 
Sem contar com o bluetooth, a banda larga, o tamanho do cachê e dos 
downloads, palavras e significados tão profissionais e especializados e que fazem 
parte do cotidiano de muitas crianças que têm contato com os jogos eletrôni-
cos. Assim, verdadeiros fenômenos mundiais, a internet e os jogos eletrônicos 
tornaram-se ferramentas de uso amplo e irrestrito. 
Muitos pesquisadores buscam aprofundar o conhecimento sobre os benefí-
cios e malefícios do uso intenso desses recursos pelas crianças. O que já se sabe 
é que os resultados são mais benéficos, evidentemente se desconsiderarmos os 
abusos típicos que as crianças e adolescentes fazem. 
O video game é um dos jogos mais populares nas últimas décadas, em espe-
cial pela sua interatividade. Eles possuem uma enormidade de temáticas para 
todas as faixas etárias, desde as mais simples até simuladoras de situações reais.
Goto os define simplesmente como “a interação entre o jogador e as imagens 
que aparecem numa tela, mediada por um processador e uma interface física” 
(2005, p. 48).
Essa interação virtual tem aplicações benéficas, como ajudar a treinar agilida-
de no raciocínio e nos reflexos (KENSKI; LEMOS, 2000), constatadas por moder-
nas técnicas de tomografia mostram que o video game ativa e exercita mais áreas 
do cérebro do que as outras atividades de lazer (FERNANDES, 2003).
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O brincar na atualidade
Existem jogos com temáticas culturais, científicas e históricas, que além de favo-
recer o raciocínio lógico, a criação de estratégias em tempo real, faz buscar soluções 
para os problemas, resolver quebra-cabeças e também induz o jogador a traduzir os 
diálogos quando o jogo não é do mesmo idioma, como o inglês, por exemplo.
Entre os jogos eletrônicos não faltam os denominados educativos, que têm 
a intenção de ajudar na “educação” das crianças, com referência aos conteúdos 
formais existentes nas disciplinas e currículos escolares. Alguns deles são cons-
truídos com base nas teorias psicológicas do desenvolvimento da criança. Se-
gundo o professor Roger Tavares, alguns desses jogos podem “parecer chatos 
e tendem a se tornar uma obrigação para crianças e adolescentes. Não adianta 
usarmos personagens e histórias que não encantem os alunos (2004)”.
De qualquer maneira, ainda é preciso superar outro problema do ponto de 
vista do profissional da educação, como nos diz Mendes (2000, p.15):
Parece-me que a escola, o currículo e o professor – elaborados dentro da lógica do conhecimento 
livresco – têm visto essa nova geração como demonizada. O jovem é tido como um ET, um 
ser alienado e alienígena. Um outro a ser desalienado e tornado humano pela escola, pelo 
currículo e pelo professor (GREEN; BIGUM, 1995). Aqui temos outro abismo a ser superado, pois 
essa nova geração tem levado, para a escola e para o currículo, uma tecnocultura ainda negada 
pela cultura escolar. Um currículo que não dialogue com esses novos discursos corre o risco de 
mantê-los excluídos do cenário escolar. Marginalizarão os sujeitos nos quais e/ou com os quais 
essas relações de poder circulam.
Esses são alguns dos desafios que se impõem aos profissionais comprome-
tidos com o direito da criança brincar: o de conhecer esse novo ambiente, um 
ambiente virtual que, inclusive, tem sido utilizado em diferentes campos profis-
sionais como simuladores de situações reais, em treinamento e formação.
Vale também salientar que a indústria, de maneira geral, tem aperfeiçoado o 
ambiente virtual facilitando a interatividade e a qualidade dos jogos. Esse pro-
gresso é visivelmente constatado quando comparamos os primeiros jogos da 
Atari e o atual Playstation, Xbox, Nintendo Wii e seus acessórios.
Modelos de video games atuais.
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Modelo de video game da década de 1990.
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Modelo de video game atual.
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O brincar na atualidade
Brinquedoteca 
Segundo Cunha (apud FRIEDMANN, 1992, p. 40), brinquedoteca: 
É um espaço preparado para estimular a criança a brincar, possibilitando o acesso a uma 
grande variedade de brinquedos, dentro de um ambiente especialmente lúdico. É um lugar 
onde tudo convida a explorar, a sentir, a experimentar. 
Graças à importância que a criança tem adquirido nos últimos anos e o inte-
resse por tudo aquilo que faça parte de seu universo, as brinquedotecas têm se 
tornado um local valorizado por diferentes áreas do conhecimento.
São muitos os tipos de brinquedoteca, as temáticas e as faixas etárias possí-
veis de usufruir delas. É evidente que o maior contingente está voltado ao pú-
blico dos 2 aos 9 anos, por conta das características mágicas do jogo simbólico e 
todas as possibilidades de organização do espaço e dos materiais que esse jogo 
proporciona.
Com origens ligadas a questões sociais (falta de dinheiro para comprar brin-
quedos) e de saúde (utilizar brinquedos para motivar o desenvolvimento de 
crianças com necessidades especiais), esse espaço caiu nas graças dos profissio-
nais de Educação Infantil e tem presença garantida na maioria das instituições 
destinadas a esse público.
Composta na maioria das vezes por cantos temáticos ligados ao faz de conta, 
jogos de construção, canto para leitura e para construção de brinquedos, as 
brinquedotecas têm se espalhado por instituições públicas e particulares.
Espaço para troca de experiências lúdicas, também aparece como labora-
tório de testes de novos jogos e brinquedos e como espaço para formação de 
profissionais.
No Brasil, a ideia é estimulada pela Associação Brasileira de Brinquedotecas 
(ABBri), que se constitui como uma instituição cultural que tem, entre os seus 
principais objetivos:
divulgar o conceito de brinquedoteca; �
evidenciar a importância do brincar e das atividades lúdicas na infância; �
fornecer subsídios e orientação para pessoas interessadas em montar brinquedotecas; �
promover cursos para a conscientização do valor do brinquedo no desenvolvimento �
infantil, para organização de brinquedotecas, para preparação de profissionais especializa-
dos e para a orientação educacional aos pais e familiares; 
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O brincar na atualidade
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manter um banco de dados e uma biblioteca sobre brinquedos e brinquedotecas; �
estimular a criação de brinquedotecas e o resgate da criatividade; �
realizar projetos que estendam a possibilidade de brincar a todas as crianças; �
defender o direito das crianças a uma infância saudável e digna. (ASSOCIAÇÃO, 2009) �
Dos diferentes tipos de brinquedoteca existentes, a que funciona dentro da 
escola possui função pedagógica porque essa é a natureza da instituição à qual 
está vinculada, mesmo nos casos das escolas de Educação Infantil, em que o 
modelo de ensino estámuito próximo do Ensino Fundamental. 
Em geral, as escolas escolhem uma sala específica e implantam sua brin-
quedoteca. Uma das dificuldades encontradas na utilização desses espaços é a 
pouca frequência da criança, porque esse tempo está diretamente vinculado ao 
número de classes e ao número de crianças em cada classe. 
Em alguns casos, as crianças têm a oportunidade de frequentar a brinquedo-
teca apenas de 15 em 15 dias, durante um curto espaço de tempo (em média 40 
a 60 minutos), tirando-lhe o direito à brincadeira que deveria ser cotidiano.
As experiências internacionais nos mostram diferentes tipos de brinquedote-
cas. Na Bélgica, esses espaços são denominados por ludotecas (nome derivado 
do francês Ludothèques), situam-se dentro da biblioteca e apenas emprestam 
brinquedos. Na França, as ludotecas possuem as duas funções: realizam emprés-
timo e possuem espaço para a brincadeira. 
No Brasil, de modo geral, as brinquedotecas são vinculadas às creche e pré-
-escolas e poucas têm a função de empréstimo, sendo mais comum o espaço 
destinado principalmente para o uso dos brinquedos. Também são encontradas 
em instituições sociais, em hospitais e algumas são particulares.
Acreditamos que qualquer espaço possa ser transformado em brinquedote-
ca, desde que este respeite o direito da criança brincar, escolher, criar, enfim, 
realizar suas experiências, porque brinquedoteca, não é lugar para guardar brin-
quedos ou materiais didáticos e não pode estar ligada a modismo ou transmissão 
de conteúdos.
Nossa proposta é a de organizar e subsidiar as brinquedotecas com pessoas 
interessadas no tema para:
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O brincar na atualidade
criar espaços para expressão da cultura infantil; �
refletir sobre o papel do brinquedista como cidadão e membro ativo de �
uma comunidade;
integrar ações de cultura, educação e saúde, utilizando o lúdico como fer- �
ramenta;
escolher brinquedos com qualidade; �
valorizar o brinquedo e as atividades lúdicas e criativas; �
desenvolver hábitos de responsabilidade junto ao público-alvo; �
explorar atividades complementares e de inclusão social e da família. �
 Porque brincar é importante, é gostoso e é legal!
Texto complementar
Vai brincar na rua, moleque! 
(PIRES, 2009)
O mercado editorial ganhou recentemente dois livros sobre brincadeiras. 
Mãe da Rua e Giramundo resgatam a época e as localidades em que há tempo 
e espaço disponíveis para as crianças brincarem sem grandes preocupações. 
Da época em que as mães gritavam sem receio e pedindo alívio: “Vai brincar 
na rua, moleque!”
O avanço da urbanização e a consolidação do progresso técnico-cientí-
fico transformaram divertimentos como a peteca, a pipa e o pião em lem-
branças de avós ou em motivo de piadas que lembram, nas conversas de 
adultos, a idade já não tão jovem. Gracejos à parte, as duas publicações são 
úteis para entender como as crianças brincam e crescem atualmente. “Minha 
pretensão não era fazer um tratado de Sociologia, apenas relembrar a reali-
dade do grupo de meninos que brincavam nas ruas da cidade de São Paulo, 
na minha época”, diz Ettore Bottini, autor de Mãe da Rua (Cosac Naify, 83 p., 
R$42). (Embora não seja revelado no livro, o bairro em que Bottini passou a 
infância é o da Vila Mariana, na zona sul). “Mas é inegável que o meu livro 
trata a rua como um espaço público de socialização diferente do espaço de 
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O brincar na atualidade
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hoje, que tem um outro tipo de ocupação, que abriga a violência e a agres-
sividade urbanas e tem calçadas mais estreitas e prédios cheios de grades 
parecidos com barricadas.”
Para Bottini, um representante da socialização ao ar livre e sem amarras, 
como o vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), de Lina Bo Bardi, 
tornou-se com o tempo um local utópico, em contraste com a metrópole de 
gente apressada, na qual é difícil ver crianças brincando à solta, sobretudo 
dentro dos limites do centro expandido da capital.
Os meninos da alvorada do século XXI se socializam em espaços privados, 
na própria casa ou na casa de amigos, na maioria, feitos no meio escolar, ou 
em limites institucionais, como a escola, o clube, o curso de língua ou de na-
tação, o judô, o balé etc. “Quando eu era criança, era impensável me relacio-
nar com um colega de sala de aula fora dos muros do colégio”, afirma Bottini. 
O aval para brincar na rua era dado pela criatividade da própria criança e não 
pela obediência à hierarquia de uma instituição. 
O artista gráfico Ettore Bottini teve a ideia de escrever Mãe da Rua depois 
de conversar com o irmão sobre as regras da bolinha de gude. Os jogos in-
fantis praticados nos anos 1950 e 1960 e os brinquedos feitos com sobras da 
sociedade industrial, então no auge, são reunidos por Bottini em forma de 
um “manual” que, além de registrar os objetos e as regras da diversão, ensina 
a fabricá-los e a aplicá-las. Eles vão de armas, como o estilingue e o revólver 
de feijão, a brinquedos, como o futebol de botão e o carrinho de rolimã. São 
na definição de Bottini os “objetos-gambiarra”, que aproveitam na composi-
ção materiais inutilizados, como serras e antenas velhas. “E a gente se lem-
brava deles somente nos dias de chuva ou quando não estávamos jogando 
futebol, que era disparado a diversão preferida dos meninos”.
O modo como as crianças viam a arquitetura também é diverso do atual. 
“Antes de a cidade se expandir e os automóveis tomarem conta de tudo, depois 
dos anos 1970, as ruas eram vistas como pista de skate ou de corrida e as gara-
gens e portões das casas, como balizas de um campo de futebol”, diz Bottini.
Embora o “viés saudosista” seja inevitável em um livro como Mãe da Rua, 
Ettore Bottini não critica as crianças que crescem na frente do computador 
ou da televisão. “Não quero que um garoto adote a bolinha de gude nas 
horas de diversão, as brincadeiras devem ser pertinentes à realidade atual, 
que tem outras exigências”, opina.
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O brincar na atualidade
 Dicas de estudo
Vamos aprofundar nosso conhecimento sobre o brincar na atualidade aces-
sando os sites a seguir:
<www.iacrianca.pt/>.
<www.slideshare.net/marasampaio/multimidia-e-brinquedo>.
<www.smec.salvador.ba.gov.br/site/documentos/espaco-virtual/espaco-
praxis-pedagogicas/MATERIAIS%20DID%C3%81TICOS/brincadeirasderua.pdf>.
Atividades
 1. Por que é importante existir outros espaços para a criança brincar para além 
das instituições educacionais?
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O brincar na atualidade
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 2. De que forma nós, educadores e familiares, podemos garantir os direitos bá-
sicos e melhor qualidade de vida para as crianças?
 3. Por que o brincar é importante para as crianças hospitalizadas?
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O brincar na atualidade
Referências
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ca.org.br/si/site/0021000?idioma=portugues>. Acesso em: nov. 2009.
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tal, na Rua... Rio de Janeiro: Walk, 2006.
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CARNEIRO, M. A. B. Brinquedos e Brincadeiras: formando ludoeducadores. São 
Paulo: Articulação Universitária, 2003.
CARNEIRO, M. A. B.; DODGE, J. A Descoberta do Brincar. São Paulo: Melhora-
mentos, 2008.
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de: uma proposta para a construção de uma política pública para a infância. São 
Paulo: Libratrês, 2006.
DIMENSTEIN, G. Ônibus Brincalhão: mais umaatração do domingo na Paulista 
Publicado em: set. 2004. Disponível em: <www1.folha.uol.com.br/folha/dimens-
tein/cbn/m_sp_030904.shtml>. Acesso em: nov. 2009.
FRIEDMANN, A et al. O Direito de Brincar: a brinquedoteca. São Paulo: Sociais: 
Abrinq, 1992.
GOTO, M. R. Evoluindo a Diversão. 35. ed. São Paulo: EGM Brasil, 2005.
KENSKI, Rafael; LEMOS, José Augusto. Luz! Computador! Ação! Superinteres-
sante, São Paulo,157. ed., p. 72-76, out. 2000. Acesso em: 2 fev. 2008. 
KISHIMOTO, T.M. Jogos Infantis. 5. ed. São Paulo: Vozes, 1998b.
HENRIOT, J. Le Jeu. Paris, PUF, 1976.
MARTINS, M. F. Brincar é preciso! Guia para mães, pais, educadores e para quem 
possa interessar. São Paulo: Evoluir Cultural, 2009.
MENDES, C. L. Currículo Cultural e as Ressignificações do Público e do Priva-
do. FaE: UFMG, 2000. Disponível em: <www.anped.org.br/reunioes/23/textos/ 
1222t.PDF>.
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O brincar na atualidade
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PIRES, Francisco Quinteiro. Vai brincar na Rua, Moleque. Disponível em: <www.
observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=461ASP013> Acesso em: nov. 
2009.
PIAGET, J. Seis Estudos de Psicologia. 23. ed. Tradução de: D’AMORIM, Marcia 
Alice Magalhães; LIMA SILVA, Paulo Sérgio. Rio de Janeiro: Forence Universi- 
-tária,1998. 
SÃO PAULO. Acolhimento, o Pensar, o Fazer, o Viver São Paulo: Secretaria 
Municipal de Saúde da Prefeitura do Município de São Paulo: Associação Palas 
Athena, 2002.
FERNANDES, A. H. Infância e Narrativa: reflexões sobre as revoluções culturais 
na infância da contemporaneidade. UERJ GT: Educação e Comunicação, n.16, 
2003. Disponível em: <www.anped.org.br/reunioes/30ra/trabalhos/GT16-3831
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TAVARES, R. Games na Educação: a batalha está começando! São Paulo: Senac, 
2004. Disponível em: <www.ead.sp.senac.br/newsletter/setembro04/entrevista/
entrevista.htm>. Acesso em: 30 out. 2009.
VYGOTSKY, L. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1988. 
WILSON, M. Future of play in Health Care Settings Childrens Health Care. Journal 
of the Association for the care of Children´s Health, 1998, vol. 16 n. 3, p. 231-
237.
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O brincar na atualidade
Gabarito
 1. Porque brincar é gostoso, é agradável, dá prazer e satisfação. Brincando nos 
divertimos com nossos parceiros, fazemos novas amizades, soltamos a ima-
ginação.
 É preciso reconquistar os espaços que utilizávamos para brincar e que foram 
restringidos pela falta de segurança, sobretudo nas áreas urbanas como a 
rua, os terrenos baldios, os parques públicos e os clubes, antes espaços co-
muns de brincadeiras e que agora são quase inexistentes. 
 O mesmo acontece com o tempo para brincar. As crianças não devem ter 
tantas tarefas domésticas, ingressar precocemente no mundo do trabalho, 
para auxiliar no sustento da família, e muito menos ter numerosas tarefas 
escolares ou vasta agenda de cursos extracurriculares. Essas são algumas das 
situações que corroem o tempo da infância.
 2. Entendendo que a criança é alguém hoje ativa, capaz, criativa e inteligente, 
não podemos considerar que todas essas mazelas não as atinjam direta ou 
indiretamente.
 Devemos ser sensíveis ao direito de a criança brincar, independente de sua 
faixa etária; buscar uma formação mais específica, aliando esse conheci-
mento à sua prática, num processo dialético, adaptando as transformações 
culturais e as tradições que compõem o repertório dos jogos trazidos pelas 
crianças, aprendidos com suas famílias.
 Na escola, torná-la melhor ainda, participando e organizando ambientes 
motivadores, escolhendo e adquirindo materiais, objetos, brinquedos e jo-
gos interessantes para brincar com qualidade.
 Apropriarmo-nos de espaços públicos como ruas, praças, parques e clubes, 
chamando amigos e vizinhos e mobilizando-os para buscar maiores in-
formações de outras experiências como ruas de lazer, brinquedotecas em 
hospitais, brinquedotecas fixas e itinerantes, contatar os representantes pú-
blicos locais (prefeitos, vereadores, administradores, conselheiros tutelares 
etc.) para implantá-la. 
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O brincar na atualidade
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 3. Algumas situações de saúde, como a hospitalização, também podem privar 
a criança desse ato, negando seu direito de brincar. Submetida a procedi-
mentos médicos, muitas vezes invasivos, longe da família, amigos e escola, 
a criança fica suscetível a uma série de sentimentos como angústia, insegu-
rança, medo e tristeza. Muitas investigações recentes demonstram o brincar 
como alternativa para aliviar a tensão da espera e também contribui para o 
conhecimento da sua enfermidade e aceitação dos tratamentos; ajuda tam-
bém a superar traumas da internação e atitudes negativas relacionadas à sua 
saúde.
 Outro destaque na área da saúde está na organização de espaços de brin-
car em consultórios e ambulatórios onde são realizadas consultas, exames e 
tratamentos muitas vezes invasivos, demorados e dolorosos para a criança e 
seus familiares.
 Nas condições do atendimento ambulatorial dos hospitais públicos do Bra-
sil, a presença da brincadeira pode ter importância especial, pois, muitas ve-
zes, a espera pela consulta é longa e difícil de ser tolerada. Assim, brincando, 
a criança faz o que gosta, diluindo-se, consequentemente, a tensão dessa 
espera. 
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