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A Mitologia Egípcia Professor Rafael Jesus A mitologia egípcia (ou antiga religião egípcia) é o nome dado à religião praticada no antigo Egito desde o período pré-dinástico, a cerca de 3.000 anos A.C. até o surgimento do cristianismo. Inicialmente era uma religião politeísta por crer em várias divindades, como forças da natureza. Com o passar de séculos, a crença passou a ser mais diversificada, sendo considerada por alguns como henoteísta, porque acreditava em uma divindade criadora do universo, mas aceitava a existência de outras forças independentes, mas não iguais a ela. Também pode ser considerada monoteísta, pois tinha a crença em um único deus e as outras divindades eram os neteru (plural de neter), que podem ser chamados de “anjos de deus”, que seriam vários aspectos de um mesmo deus. A religião era praticada em templos e santuários domésticos. A religião ainda é praticada atualmente, porém com minorias. O kemetismo é uma reconstrução neopagã da religião, ainda praticada atualmente. O MITO DA CRIAÇÃO NETERUS PRIMORDIAS NUN - O CAOS AQUÁTICO No início havia o caos, o abismo líquido primitivo, sem fim, sem forma ou direção. Este caos aquático era o neteru NUN que permanece, desde sempre, em seu sono primitivo, onde reinam o silêncio, as trevas. Nun é um ser subjetivo, que, sendo o todo nada existente (tudo que existia era o grande vazio), é onipresente, e que sendo onipotente, decide criar a si mesmo. É assim que, inesperadamente, Nun começa subitamente a mover-se, despertando, enfim, de seu longo sono primordial. Através da palavra, o https://aulademitologia.files.wordpress.com/2011/05/nun.png som divino de Nun faz com que grandes tempestades agitem o espelho opaco das águas revoltas enquanto grandes massas escuras de água são lançadas para o alto, fazendo explodir, em todas as direções, imensos e trepidantes jorros de espuma negra. Aos poucos a força vital de Nun começa a operar, e das profundezas do mar revolto surge lentamente uma pequena ilha envolta pelo impenetrável manto da escuridão chamada BEN BEN. Um primeiro progresso se fez perceber, pois onde antes havia somente uma, agora há duas trevas: a treva imóvel da terra e a treva ondulante do mar. Dessa grande explosão Num vai fazer sair do grande vazio existencial, toda a existência, transformando-se, então, no neteru Atam (Atum), um ser objetivo, real, ordenado, formado, definido e diferenciado. A passagem do neteru subjetivo Num para o neteru objetivo Atam, equivale à passagem do estado de inconsciência para o estado de consciência. ATAM – O TUDO EXISTENTE Não satisfeito com o trabalho da criação de seu pai, que é ele mesmo, Atam decide completá-lo fazendo brotar no centro da pequena ilha uma pequena flor de lótus, alva e delicada, que se destaca no meio da treva circundante. O universo conhece seu primeiro momento de espantosa beleza ao contemplar aquela pequena flor, frágil e solitária, a desafiar a escuridão silente do Nada. Então, do centro da flor começam a emanar lentamente finíssimos raios de uma fulva claridade. As pétalas do lótus vão se abrindo e da luz, que dela emana, forma- se, finalmente, a figura soberana de uma nova manifestação de Atam, o neteru Rá, o Sol. A nova divindade emerge de seu delicado leito estendendo seus raios flamejantes pela terra inteira – ainda vasta paisagem árida e infinitamente desolada –, riscando o horizonte negro com seus retilíneos feixes dourados, até que tudo se torna claro o bastante para que se possa separar a luz da treva. Atam então toma a forma de Rá, tornando-se Atam-Rá, o deus que a tudo criara. https://aulademitologia.files.wordpress.com/2011/05/atum.png https://literaturaecontos.files.wordpress.com/2014/02/rc3a1-com-ankh-e-ceptro-uase.jpg NETERUS GERADORES SHU E TEFNUT Após tudo iluminar, Rá fecha seus olhos e se masturbando cria , a partir do seu esperma, Shu, o deus do ar e, do seu vômito, Tefnut, a deusa do vazio, ou da umidade. Ambos irão morar no firmamento. A deusa egípcia Tefnut representa a generosidade e as dádivas que podem ser concedidas aos mortais. Acreditava-se que o poder dessa deusa seria capaz de afastar a sede dos mortos, enquanto o poder de seu marido e irmão, Shu, é afastar a fome dos mortos. Tefnut é apresentada com o corpo de uma mulher negra e com cabeça de leoa. Também usava um disco solar na cabeça e carregava a Serpente Uraeus. Enquanto Shu é representado como um homem negro. Em sua cabeça, há um arco que segura uma pena de avestruz. Na mão direita ele segura um cajado e na mão esquerda segura uma cruz. Ambos tiveram uma união estável que originou outras duas divindades, Geb e Nut. GEB E NUT – O AMOR PROIBIDO Rá, no entanto estabeleceu que a união entre os gêmeos jamais poderia ocorrer, proibindo assim o surgimento de uma nova geração divina desses deuses. Geb “Filho de Deus e pai dos Homens”, era a Terra, a personificação da vida concreta, a primeira manifestação de ordem puramente material. Nut é a abobada celeste e também aparece no panteão egípcio como a deusa criadora do universo físico e como a reguladora do movimento dos astros. A atitude de proibir a copulação entre Geb e Nut se deu por conta do medo do sol de perder o poder absoluto que possuía. Entretanto, no inicio dos tempos os dois filhos de Ra se uniram, até que o poderoso Deus ficou sabendo e manda separá-los. Eles permaneciam rigorosamente próximos, a terra vivia deitada sob o leito do mundo, enquanto o céu se situava encurvada acima dele, apoiada somente na ponta dos dedos das mãos e dos pés. https://aulademitologia.files.wordpress.com/2011/05/shu.png Atum designa Shu, o ar, para impedir a união dos dois amantes, ele suspende com seus braços o corpo de Nut, tirando-a do alcance de Geb. O céu em lamento, afastada de seu amante, provoca lagrimas que acarretou em uma verdadeira inundação sobre o corpo de Geb. Rá tinha sido claro: durante o ano inteiro eles seriam vigiados. Essas palavras fizeram Nut perceber que não sabia exatamente o significado da palavra ano. Resolve então visitar o deus mais sábio de todos. Pede a seu pai Rá que a deixe visitar Thot. Chegando lá, ela se depara com o Deus escrevendo em um pergaminho, este estava terminando o calendário, era de fato uma inédita maneira de se medir o tempo, poder-se-ia contabilizar o tempo não mais pela mera alternância do dia e da noite. Thot era o deus da escrita, das bibliotecas, da língua e senhor das palavras divinas. Representava a matemática, a agrimensura, a astronomia e as ciências em geral, alem disso, era advogado e deus das leis. Outra característica era ser uma divindade lunar. Como a lua era uma das bases do calendário egípcio, Thot era o “contador dos anos” e o “senhor do tempo”, pois a ele se atribuía a sua medição. Pelo fato de a lua substituir o sol durante a noite, na época baixa o deus Thot era chamado “Atom de prata”. O calendário religioso dividia o ano em três períodos de quatro meses e, estes, em três décadas, cada uma presidida por uma constelação diferente, em um total de 360 dias. Nut sabendo disso desafia Thot para um jogo: aquele que ganhar poderia fazer um pedido ao outro. Thot aceita o desafio. Nut logo arruma um jeito de passar a perna em Thot, mesmo ele sendo o inventor do jogo e das regras, ela não ficou para trás. Ganhando o jogo, faz o pedido para que fossem acrescidos cinco dias ao calendário e Thot mesmo sem entender aceita. Na realidade esses dias foram introduzidos no calendário para se aproximar da duração real do ano, marcadas pelas cheias do Nilo, acrescentavam cindo dias no fim do quarto mês, denominados epagômenos (“acrescentados”). Quando chega o 361º dia, Chu o deus do ar, foi obrigado a se afastar, já que sua missão se limitavaaos 360 dias que compunham o ano. Os próximos cinco dias não faziam parte de ano algum. Assim, Nut e Geb puderam se encontrar. Nesses cinco dias de amor foram gerados quatro filhos: dois homens e duas mulheres. Osíris é o primogênito. Dizem que no instante que ele nasceu uma grande voz ecoou no templo de Thot, em Tebas, profetizando o seu futuro glorioso. O outros filhos foram a bela Isis; Seth, que seria a desgraça de Osíris, e a pouca expressiva Néftis. Osíris e Isis simbolizam a força vivificante, o crescimento. Seth e Néftis a força coagulante, endurecedora, que permite à matéria permanecer estável e imutável, e é necessária a toda formação material, é a força involutiva. A primeira geração de Rá eram Shu e Tefnut, esses dois deuses geraram a segunda, Geb e Nut, que também são considerados filhos de Ra, a terceira geração simbolizava o mundo dos vivos e sua ordem social. O tema da criação é representado frequentemente nos papiros funerários, pois julgava- se que, no além, os mortos convertiam-se em estrelas e iriam para um lugar com um Nilo no céu e receberiam vida nova a cada manha com o sol. O OLHO DE RÁ E A CRIAÇÃO DO HOMEM Segundo a mitologia, Rá, no processo de criação do mundo foi privado de seu olho. Este Olho, inclusive, era independente e podia se libertar de seu dono quando quisesse. Rá envia então seus mensageiros divinos Shu e Tefnut à sua procura. Tão longa foi a sua ausência que Rá substitui o olho infiel. "O Olho" enfim de volta, derrete-se em lágrimas ao ver que seu lugar fora ocupado. Os homens (literalmente rémet) assim nasceram de suas lágrimas (rémyt), o jogo de palavras aqui criando sua origem mítica. E para apaziguar "o olho", Rá o transforma em Serpente Uraeus e o coloca na fronte como símbolo de seu poder para combater os rebeldes. A JORNADA DE RÁ Depois de criar tudo, nada mais natural que Rá se tornasse o primeiro rei da Terra. E foi isso mesmo que aconteceu. Ele se tornou governador do mundo, tendo os deuses como seus ministros O reinado de Rá era chamado pelos antigos egípcios de "Primeiro Tempo". Nessa época, deuses e homens viviam lado a lado na Terra O governador do mundo vivia sob uma rotina rígida.Todos os dias o deus do Sol acordava em sua casa, navegava por 12 horas por dia e retornava para casa em um barco noturno. Ao amanhecer, Rá era visto como uma criança recém-nascida saindo do céu ou de uma vaca celeste, recebendo o nome de Khepri. Por volta do meio-dia Rá era contemplado como um pássaro voando ou um barco navegando. No pôr do sol, Rá era visto como um homem velho descendo para a terra dos mortos, sendo conhecido como Atam (Atum). Durante a noite, Rá, como um barco, navegava na direção leste, pelo Duat, o mundo das trevas, em sua preparação para a ascensão do dia seguinte. Em sua jornada ele tinha que lutar ou escapar de Apep (Apophis), a grande serpente do mundo inferior que tentava devorá-lo. A história do deus Rá e da serpente Apepe, é contada na mitologia egípcia para explicar a passagem do dia e da noite e também para justificar alguns fenômenos da natureza. Nela a serpente era uma agente do caos e eterna inimiga de Rá. Ela vivia no submundo egípcio conhecido como Duat. Era nesta região obscura que ela se escondia para fazer uma emboscada contra o deus do Sol. Ela tinha a poder de causar terremotos nos momentos em que se deslocava nestas profundezas e tinha como principal objetivo destruir o barco de Rá e colocar o mundo nas trevas. Na mitologia, é contado ainda que alguns deuses, como Seth, passou a auxiliar Rá em sua travessia, posicionando-se na proa do barco para atacar a serpente com uma lança. Quando a arma feria a serpente, o céu ficava com uma coloração avermelhada. Em poucas ocasiões, a serpente conseguia engolir o barco do deus e vencer. De acordo com os egípcios, eram nesses dias em que o eclipse acontecia. Parte da veneração a Rá envolvia a criação de magias para auxiliá-lo ou protegê-lo em sua luta noturna com Apep, ajudando-o a garantir a volt a do Sol. O ENVELHECIMENTO DE RÁ E A CILADA DE ÍSIS Quando Rá envelheceu, deuses e homens viram a oportunidade de tirar vantagens do rei. Numa ocasião, a deusa Ísis, que desejava se tornar a senhora de todas as deusas, armou uma cilada contra Rá. Seu objetivo era descobrir o nome secreto de Rá, o que lhe daria poder supremo. Ela se aproveitou das barbas do velho rei que caíam no chão de terra e moldou uma serpente para picá- lo. A serpente foi colocada bem no caminho por onde Rá passava todos os dias. Não deu outra: a serpente picou Rá, e seus gritos foram tão fortes que atraíram todos os deuses. Ísis, fingindo-se de inocente, aproximou-se de Rá e lhe disse que a única forma de salvá-lo seria pronunciando seu nome secreto. Rá o fez com uma condição: que Ísis só contasse o segredo para o seu filho, Hórus. Esse mito explica como o poder supremo foi transferido para Ísis, seu marido Osíris e o descendente do trono, Hórus. O MITO DA VACA CELESTIAL E A QUASE DESTRUIÇÃO DA HUMANIDADE Conta o mito egípcio da Vaca Celestial, encontrado em uma parede de tumba, sobre a destruição da humanidade. Ra foi um dos deuses primordiais do Egito. Quando sua pele de ouro, seu osso de prata e seu cabelo de lápis-lazúli (pedra azul) estavam velhos, os homens começaram a questionar sua autoridade como governante e duvidar do seu vigor. Cansado pelos questionamentos dos homens, Ra decidiu vingar-se e punir aqueles que conspiravam contra ele. O deus do Sol retira seu olho esquerdo e convoca Hathor (deusa da beleza, amor, música, alegria), ela deveria usar seus poderes para realizar a vingança de Ra. Como uma deusa das festas ajudaria Ra a cumprir seu objetivo? Ele a transformou em Sekhmet, deusa com cabeça de leoa e corpo de mulher, e ela foi enviada a terra. Sekhmet extermina os homens que desafiavam o poder do deus do Sol. O que Ra não contava era que Sekhmet ficaria fora de controle e sedenta por sangue. Ela começou a devorar todos os homens e iria parar somente com o fim da humanidade. Ra não queria a destruição de toda humanidade. Arrependido, decidiu que o “massacre” deveria parar. O deus ordenou que se preparasse sete mil jarros de cerveja misturada com uma semente vermelha. Pela manhã, Sekhmet encontrou a cerveja pintada de vermelho, pensando que era sangue, ela bebeu o quanto pode. Com Sekhmet totalmente embriagada, Ra consegue controla-la e ela volta ao seu lugar original (a deusa é o seu olho esquerdo), transformando a deusa em Hathor novamente. Triste com todas aquelas brigas e sentindo-se traído, o velho e cansado Rá decidiu se afastar definitivamente da Terra. Montado numa vaca celestial (sua filha Nut), foi para o céu, levando consigo todos os outros deuses. A SEPARAÇÃO ENTRE O CÉU E A TERRA É com a saída de Rá do mundo que a mitologia egípcia explica a separação entre o céu e a Terra. Os deuses que subiram junto com Rá viraram as estrelas. Os mundos dos deuses e dos seres humanos estavam, enfim, separados. O MITO DE OSÍRIS O mito de Osíris é um dos mais antigos e importantes mitos do Egito. Ele define a posição de Osíris como senhor dos mortos e do Submundo e o direito de Hórus (e de todos os faraós) ao trono. Também exibe os poderes e deveres de outros deuses e do seu grande adversário, Seth. Com a generosa idade desta lenda e escassez de versões completas, mostramos aui uma amanhado de várias versões.. Nos tempos distantes, na Era Dourada, quando os Deuses andavam sobre a terra com os humanos, Osíris, o bisneto de Rá, sentava-se no Trono dos Deuses, reinando sobre o mundo assim como Rá o fez sobre os Deuses. Ele foi o primeiro Faraó, e Ísis, a primeira Rainha. Eles reinaram por muitas eras juntos, pois o mundo ainda era jovem e a Velha Morte não era tão severa quanto é hoje.Seus métodos eram justos e honestos, e garantiram que Maat permanecesse em equilíbrio, fazendocom que a lei fosse mantida. E assim, Maat sorriu para o mundo. Todas as pessoas louvaram Osíris e Ísis, e a paz reinou sobre todos, pois esta foi a Era Dourada. Mas, ainda assim, havia um problema. O orgulhoso Seth, irmão de Osíris, que defendeu a barca do Sol das garras de Apep, pôs a desordem em seu coração. Ele governava o deserto, mas cobiçava o Trono de Osíris e sua esposa e irmã Ísis. Em sua mente sombria, ele formulou um plano para assassinar Osíris e dele tirar tudo. Ele construiu uma caixa e inscreveu em sua superfície um maléfico encanto que iria acorrentar e aprisionar qualquer um que entrasse. Seth levou a caixa para o grande banquete dos Deuses. No decurso do banquete, Seth apresentou uma magnífica caixa-sarcófago que prometeu entregar a quem nela coubesse. Os convidados tentaram ganhar a caixa, mas ninguém coube nela, dado que Seth a tinha preparado para as medidas de Osíris. Convidado por Seth, Osíris entra na caixa. É então que os conspiradores trancam-na e atiram-na para o rio Nilo. Osíris tentou escapar, mas a magia perversa o segurou indefeso, levando-o à morte. Seth reivindicou o Trono de Osíris para si próprio e exigiu que Ísis se tornasse sua Rainha. Nenhum dos outros deuses se atreveu a impedir Seth, pois ele havia matado Osíris e poderia facilmente fazer o mesmo a eles. O grande Rá deu suas costas e lamentou. Ele não se pôs contra Seth. Esta foi a Era de Trevas. Seth era tudo que seu irmão não era. Cruel e desamável, ele não se importava com o equilíbrio de Maat ou com os humanos, filhos dos deuses. A guerra dividiu o Egito. Tudo estava sem lei enquanto Seth governava. Em vão os egípcios choravam para Rá, pois seu coração estava endurecido pela mágoa que não o deixava escutar os apelos. Somente Ísis, abençoada Ísis, lembrou- se dos humanos. Somente ela não temia Seth. Ela procurou por todo o Nilo pela caixa contendo seu amando marido. Finalmente ela a achou, presa em um ramo de tamareira que havia se tornado uma grande árvore, pois o poder de Osíris ainda estava ativo, mesmo que ele estivesse morto. Ela abriu a caixa e limpou o corpo sem vida de Osíris. Ela carregou a caixa de volta para o Egito e a esconde em uma plantação de papiro. Ísis se transformou em um pássaro e voou sobre o corpo de Osíris, cantando uma canção de lamento. Ela rezou por ele e lançou um encanto. O espírito de Osíris atendeu suas preces e tomou o corpo de Ísis. Da comunhão espiritual que aconteceu, Ísis concebeu um filho cujo destino seria vingar o seu pai. Ela batizou a criança de Hórus, e a escondeu numa remota ilha, longe dos olhos de seu tio Seth. Ela, então, foi de encontro a Thoth, sábio Thoth, que conhece todos os segredos e implorou por sua ajuda. Ela pediu por uma magia que pudesse trazer Osíris de volta à vida. Thoth, lorde do conhecimento, procurou através de sua mágica. Ele sabia que o espírito de Osíris havia deixado seu corpo e estava perdido. Para restaurar Osíris, Thoth devia recriá-lo, assim seu espírito iria reconhecer e tomar novamente o seu corpo. Thoth e Ísis juntos criaram o Ritual da Vida, o qual iria permitir que os humanos vivessem para sempre após a morte. Mas antes que Thoth pudesse por em ação sua mágica, o cruel Seth descobriu seus planos. Ele roubou o corpo de Osíris e o esquartejou, espalhando seus pedaços através do Egito. Ele estava certo de que Osíris jamais renasceria. Ainda assim, Ísis não caiu em desespero. Ela implorou pela ajuda de sua irmã Nephthys, gentil Nephthys, para guiá-la e ajudá-la a encontrar os pedaços de Osíris. Por muito tempo elas procuraram, trazendo cada pedaço para Thoth para que ele pudesse realizar sua mágica. Quando todos os pedaços estavam reunidos, Thoth procurou Anúbis, Senhor dos Mortos. Anúbis costurou os pedaços, lavou as entranhas de Osíris, embalsamou-o em linho e realizou o Ritual da Vida. Quando a boca de Osíris abriu-se, seu espírito entrou em seu corpo e ele ganhou vida novamente. Mas, nada que foi morto uma vez, nem mesmo um Deus, poderia viver novamente na terra dos vivos. Osíris foi para Duat, o adobe dos mortos. Anúbis cedeu o trono a Osíris e ele se tornou o Senhor dos Mortos. Ali, ele aplicava o julgamento das almas dos mortos. Condenava os justos à Terra Abençoada do além-vida, mas os pecaminosos eram condenados a serem devorados pelo demônio Ammut. Quando Seth descobriu que Osíris estava vivo novamente, ficou enfurecido. Mas sua ira definhou, pois sabia que Osíris não poderia jamais retornar à terra dos vivos. Sem Osíris, Seth acreditava que iria sentar no Trono dos Deuses por toda a eternidade. Mas em sua ilha, Hórus atingiu a força da maturidade. Seth enviou muitas serpentes e demônios para matar Hórus, mas este derrotou a todos. Quando estava pronto, sua mãe Ísis deu a ele grande mágica para usar contra Seth, e Thoth deu a ele uma faca mágica. Hórus procurou Seth e o desafiou pelo trono. Seth e Hórus lutaram por muitos dias, mas no final, Hórus derrotou Seth e o castrou. Mas Hórus, piedoso Hórus, não tirou a vida de Seth, pois se derramasse o sangue de seu tio não o faria melhor do que ele. Seth manteve seu título no trono, e Hórus pronunciou- se como filho de Osíris. Os deuses iniciaram uma luta entre eles, os que apoiavam Hórus e aqueles que apoiavam Seth. Banebdjetet saltou no meio do conflito e demandou que os Deuses terminassem com a luta pacificamente ou então Maat entraria em desequilíbrio. Ele ordenou que os Deuses buscassem o conselho de Neith. Neith, íntima da guerra mas sábia em conselho, pronunciou que Hórus era o herdeiro por direito do Trono dos Deuses. Hórus lançou Seth para as Trevas, onde ele vive até hoje. E assim Hórus cuida dos humanos enquanto vive, guia os passos do Faraó enquanto vive, e seu pai Osíris cuida dos humanos no além-vida. E assim, os Deuses estão em paz. E assim Seth, perverso Seth, eternamente tenta sua vingança, lutando com Hórus consequentemente. Quando Hórus vence, Maat está segura e o mundo permanece em paz. Quando Seth vence, o mundo entra em redemoinho. Mas os humanos sabem que tempos obscuros não duram para sempre, e que os raios brilhosos de Hórus irão novamente resplandecer sobre eles. Nos últimos dias, Hórus e Seth irão lutar uma última vez pelo mundo. Hórus irá derrotar Seth para sempre, e Osíris poderá retornar a este mundo. Neste dia, o Dia do Despertar, todas as tumbas serão abertas e os justos que morreram ganharão vida novamente, e toda tristeza e sofrimento irão terminar para todo o sempre. MAAT, A DEUSA DA VERDADE Maat era o modelo para o comportamento humano, em conformidade com a vontade dos deuses e a ordem universal evidente nos céus. Embora ela fosse muitas vezes personificada, Maat é talvez melhor compreendida como uma ideia, em vez de uma deusa. Ela era o centro das concepções do universo. Representava o equilíbrio, a verdade e a ordem divina no Egito Antigo. Origem O nome Maat é geralmente traduzido como “Aquilo que é certo” ou “Verdade”, mas também implica em “Ordem”, “Equilíbrio” e “Justiça”. Assim, Maat personificava a perfeita ordem e harmonia. Ela surgiu quando Rá se levantou das águas de Nun (Caos) e por isso ela foi descrita como uma filha de Rá. Ela era às vezes considerada a esposa de Thoth porque ele era um deus da sabedoria. Os antigos egípcios acreditavam que o universo era ordenado e racional. A ascensão e a fixação do sol, a inundação do Nilo e o curso previsível das estrelas no céu asseguraram-lhes que havia algo controlando a natureza de todas as coisas. No entanto, as forças do caos estavam sempre presentes e ameaçavam o equilíbrio de Maat. Cada pessoa tinha o dever de preservar e defender Maat e o faraó era visto como o guardião de Maat. Sem a deusa, Nun reivindicaria o universo e o caos reinaria supremo. Propósito Os egípcios também tinham um forte senso de moralidade e justiça. Eles sentiam que o bem deveria prosperare que os culpados seriam punidos. Eles elogiavam aqueles que defendiam os fracos e os pobres e davam grande valor à lealdade, especialmente à família. No entanto, eles também entenderam que não era possível ser perfeito, apenas equilibrado. Maat estabeleceu regras éticas específicas (que diferiam de acordo com os diferentes tempos e povos diferentes) e focalizou na ordem natural das coisas. Poderes A alma de cada egípcio era julgada no Salão de Maat quando eles morriam. Seu coração (consciência) era pesado contra a pena de Maat (uma pena de avestruz) que representava equilíbrio e justiça. https://escolaeducacao.com.br/deus-ra/ Se seu coração era mais pesado do que a pena era porque você não tinha conseguido levar uma vida equilibrada pelos princípios de Maat. O coração era jogado em um lago de fogo ou devorado por uma temível divindade conhecida como Ammit. Se, no entanto, o coração se equilibrasse com a pena de Maat, eles passariam no teste e ganhariam a vida eterna. Em certos momentos foi Osíris que se sentou como juiz no ritual, e muitas outras divindades estavam envolvidas na cerimônia, mas a balança sempre representou Maat. Adoração Os antigos egípcios também tinham um sistema bem desenvolvido para garantir que Maat fosse preservada na sociedade. Os Sacerdotes de Maat estavam envolvidos no sistema judiciário do Egito Antigo. Aparência Maat foi retratada como uma mulher usando uma coroa com uma única pena de avestruz saindo dela. Ela é ocasionalmente descrita como uma deusa alada. Seu totem era uma plataforma de pedra representando a fundação estável sobre a qual a ordem foi construída e o monte que emergiu das águas de Nun (caos). A Mitologia Egípcia Professor Rafael Jesus A mitologia egípcia (ou antiga religião egípcia) é o nome dado à religião praticada no antigo Egito desde o período pré-dinástico, a cerca de 3.000 anos A.C. até o surgimento do cristianismo. Inicialmente era uma religião politeísta por crer em várias...
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