Buscar

3 ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ADM DIRETA E INDIRETA ENTES DE COOPERAÇÃO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 51 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 51 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 51 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

44
DIREITO ADMINISTRATIVO
ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
SUMÁRIO
1 - FORMAS DE PRESTAÇÃO DA ATIIVIDADE ADMINISTRATIVA	3
1.1. Desconcentração x Descentralização	3
2. RELAÇÃO ENTRE O ESTADO E SEUS AGENTES	5
3. ÓRGÃOS PÚBLICOS	5
3.1 Características	5
3.2 Classificação	6
4. ADMINISTRAÇÃO INDIRETA	7
4.1 Características comuns	7
4.2 Fundações	9
4.3 Autarquias	10
4.3.1. Conselhos de classe	14
4.3.2. OAB	15
4.3.3. Território.	16
4.3.4. Agências reguladoras.	16
4.3.5. Agência executiva.	20
4.4. Empresas estatais	22
4.4.1. Empresa Pública	22
4.4.2. Sociedade de Economia Mista	23
4.4.3. Diferenças	24
4.4.4. Regime Jurídico das Empresas Estatais	25
4.4.5. Alguns exemplos de empresas estatais	29
4.4.6. REGIME CRIADO – REGRAS GERAIS - LEI 13.303/2016 – Estatuto das Estatais	30
5. ENTES DE COOPERAÇÃO	39
5.1. Conceito	39
5.2. Espécies	39
DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO	48
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA	48
ATUALIZADO EM 06/02/2019[footnoteRef:1] [1: As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos eventos anteriormente citados. ] 
ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
1 - FORMAS DE PRESTAÇÃO DA ATIVIDADE ADMINISTRATIVA
	É importante reiterar que Administração Pública é uma expressão plurissignificativa. Possui dois aspectos:
· Subjetivo: conjunto de órgãos e entidades que integram a estrutura do Estado e tem como função satisfazer o interesse público, a vontade política governamental. Nesse sentido, deve ser grafada com letras maiúsculas, pois refere-se aos sujeitos.
· Objetivo: é o conjunto de atividades que esses órgãos e entidades desempenham. Ex.: fomentar iniciativa privada, prestar serviço público, exercer poder de polícia.
Assim, o exercício das atividades administrativas pode se dar tanto de forma centralizada quanto de forma descentralizada.
· Centralizada - prestada pela Administração direta, composta pelos entes políticos e seus respectivos órgãos. É o núcleo da Administração.
· Descentralizada – transfere para uma nova pessoa. Diferente da desconcentração, que significa o deslocamento dentro da mesma pessoa, criando órgãos. 
1.1. Desconcentração x Descentralização
a) Desconcentração: é a diluição de competência no âmbito de uma mesma pessoa jurídica que decorre da criação de órgãos públicos.
· A desconcentração origina uma espécie de controle, denominado hierárquico;
· O controle hierárquico ou por subordinação ou autotutela abrange todos os atos praticados pelo órgão subordinado. A autoridade que ocupa o órgão controlador tem legitimidade para controlar sob a ótica da legalidade e do mérito administrativo todos os atos praticados pelo órgão subordinado. Trata-se de um controle permanente, automático e independe de autorização legal específica.
b) Descentralização: ocorre quando acontece uma transferência de competências a uma pessoa jurídica distinta daquela originalmente competente. Pode ser:
· A) Política: é aquela que existe numa Federação, onde há uma repartição originária de competências.
· B) Administrativa ou derivada: se divide em três espécies:
· Territorial: é a transferência de competência a um território. (Território federal tem natureza autárquica).
· Por serviços ou outorga (ou funcional ou técnica): é a transferência da titularidade e da execução de um serviço público que se concretiza por meio de uma lei. Maioria da doutrina aponta que somente se dá às entidades da própria AP.
· Por colaboração ou delegação: é a transferência somente da execução de um serviço público a uma outra pessoa que se concretiza por meio de um negócio jurídico (contrato de concessão ou permissão) ou também por lei. Pode ser dada para AP (via lei) ou para particulares (via NJ). 
2. RELAÇÃO ENTRE O ESTADO E SEUS AGENTES 
Para justificar essa relação, várias teorias foram idealizadas:
· Teoria do mandato: o agente seria o mandatário. Estado e agente celebram um contrato de mandato. Crítica: o Estado, por si só, não pode manifestar vontade, inclusive a vontade para assinar esse contrato. 
· Teoria da representação: é uma cópia da tutela e da curatela. Crítica: o Estado seria incapaz. O Estado é sujeito capaz, responde pelos seus atos. 
· Teoria do órgão ou Teoria da imputação (extraída da doutrina de Otto Gierke): a atuação do agente o poder que ele tem de manifestar a vontade do Estado decorre de imputação legal. É a lei que confere ao agente a possibilidade de agir em nome no Estado. Toda a atuação do agente deve decorrer de autorização legal. Se quero saber se a autoridade é ou não competente, devo me socorrer da lei. Imputação volitiva: As vontades do agente e do Estado se confundem, de maneira que a vontade do agente é identificada como a própria vontade do Estado, formando uma única vontade. 
3. ÓRGÃOS PÚBLICOS
É centro especializado de competência. Cada órgão representa uma especialidade, a partir da ideia de que a desconcentração de competência está em consonância com o princípio da eficiência. 
3.1 Características
· Está presente na Adm. direta e indireta. Art. 1º, §2º, I *Lei 9.784/99 - Para os fins desta Lei, consideram-se: I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta.
· Não tem personalidade jurídica. Não pode ser sujeito de direito ou de obrigação. Ex.: morte ocorrida dentro de escola pública municipal – responsabilidade do Município. A escola e a prefeitura são órgãos públicos e, portanto, não são sujeitos de obrigação.
· Não celebra contrato. O órgão, no entanto, realiza licitação, gestão e exercício do contrato, mas quem celebra é o ente personalizado. Obs.: o art. 37, §8º trata da possibilidade de celebração de contrato de gestão entre órgãos públicos e administradores, o que é muito criticado pela doutrina que afirma a sua inconstitucionalidade. 
Art. 37, §8º, CF: A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) I - o prazo de duração do contrato; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) III - a remuneração do pessoal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998).
· Tem CNPJ- o CNPJ foi criado pela Receita Federal para aprimorar a fiscalização da circulação de valores para fins tributários. Determinou-se a sua aplicação para os órgãos públicos que acompanham uma unidade gestora de orçamento, isto é, que movimento recurso público. (Instrução Normativa RFB Nº 1634, de 06 de maio de 2016). 
· Em regra, não vão a juízo, pela ausência de personalidade. No entanto, a jurisprudência entende que o órgão pode ir a juízo (como sujeito ativo) em busca de prerrogativas funcionais, ou seja, aquilo que estiver diretamente ligado a sua competência funcional. Ex.: Câmara quando não recebe duodécimo. (Artigo -Personalidade Judiciária –José dos Santos Carvalho Filho)
#SELIGANASÚMULA: Súmula 525-STJ: A Câmara de vereadores não possui personalidade jurídica, apenas personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender os seus direitos institucionais.
* #DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #PROCURADORIAS: Associação de Municípios e Prefeitos não possui legitimidade ativa paratutelar em juízo direitos e interesses das pessoas jurídicas de direito público. STJ. 1ª Seção. REsp 1.503.007-CE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 14/6/2017 (Info 610).
*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STJ: Município tem legitimidade ad causam para ajuizar ação civil pública em defesa de direitos consumeristas questionando a cobrança de tarifas bancárias. Em relação ao Ministério Público e aos entes políticos, que têm como finalidades institucionais a proteção de valores fundamentais, como a defesa coletiva dos consumidores, não se exige pertinência temática e representatividade adequada. STJ. 3ª Turma. REsp 1.509.586-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 15/05/2018 (Info 626). #IMPORTANTE
*#SELIGA: Segundo leciona Matheus Carvalho[footnoteRef:2], importante destacar a Teoria da Institucionalização, que afirma que apesar de não terem personalidade jurídica própria, determinados órgãos, em virtude de sua atuação, podem ganhar vida própria, por conta de sua história existencial. O exemplo clássico apontado pela doutrina é o Exército Brasileiro, que exerce função estatal de defesa da soberania nacional e que reconhecidamente é titular de bens e pode atuar na vida jurídica mediante celebração de contratos e prática de atos administrativos. Essa posição doutrinária não depende de lei e se configura uma das manifestações de costume como fonte do direito administrativo. [2: Matheus Carvalho, Manual de Direito Administrativo, 5ª Edição, Juspodvim, 2018, p. 166] 
3.2 Classificação
a) Quanto à posição estatal:
· Independentes: não sofrem qualquer relação de subordinação. Os que estão no comando de cada um dos poderes. O que existe é um controle entre os órgãos dos três poderes, e não subordinação. Ex.: Presidência da República, Governadorias, Prefeituras, Congresso Nacional, Assembleias, Câmaras, todos os Tribunais. 
· Autônomos: não gozam de independência. Autonomia é uma ampla liberdade, mas está subordinado ao órgão independente. Ex.: Secretarias e Ministérios. 
· Superiores: têm poder de decisão, mas não tem independência nem autonomia. Estão subordinados aos órgãos independentes e autônomos. Ex.: Gabinetes e procuradorias.
· Subalternos: são os meros órgãos de execução. Ex.: Zeladoria (cuida dos bens públicos), almoxarifado, sessão de recursos humanos.
b) Quanto à estrutura
· Simples ou unitários: não tem outros órgãos agregados a sua estrutura. Não há ramificações, desdobramentos. Ex.: Gabinetes.
· Compostos: possuem ramificações. Ex.: delegacia e seus postos; escolas.
c) Quanto à atuação funcional
· Singular ou unipessoal – só há um agente. Ex.: Prefeitura, juízo de 1º grau, presidência.
· Colegiado – vários agentes. A tomada de decisão é feita de forma coletiva. Ex.: casas legislativas, STF. 
4. ADMINISTRAÇÃO INDIRETA 
4.1 Características comuns 
	A partir de agora, mencionaremos as características que se aplicam comumente à todas as pessoas que compõem a Administração Indireta:
· Personalidade jurídica própria – (1) respondem pelos seus atos. (2) Têm receita própria (pode vir do orçamento. Não importa a origem) e patrimônio próprio. (3) Autonomia técnica, administrativa e financeira. Não tem capacidade nem autonomia política, não podendo legislar. Mesmo a agência reguladora? SIM. Ela não legisla. Apenas define normas técnicas complementares à lei. 
· Não tem fins lucrativos. O lucro é possível, mas elas não são criadas com esse objetivo. As EP e SEM podem prestar serviço público ou explorar atividade econômica. E, ainda nesse último caso, o objetivo não é o lucro, e sim a segurança nacional ou o interesse coletivo. Se houver valores eles serão tidos como superávit e não como lucro. Art. 173, CF Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
· Finalidade específica. E essa finalidade só pode ser modificada também por lei. As pessoas estão amarradas a sua finalidade específica. É o princípio da especialidade. 
· Controle ou tutela administrativa – entre a Adm. direta e indireta não há subordinação, mas há controle. Ex.: Tribunal de Contas (controla todas as pessoas jurídicas da indireta. Até 2005 as SEM ficavam de fora), que é longa manus do Legislativo, e CPI; Supervisão ministerial no poder Executivo, que realiza o controle finalístico (receita, despesas) das pessoas da Adm. indireta, além de escolher os dirigentes. Banco Central e Agência Reguladora - depende do Senado. Controle político (escolha do dirigente); controle institucional (obedecer às finalidades da lei instituidora); controle administrativo (fiscalização dos agentes); controle financeiro.
· Criação e extinção da pessoa jurídica. Vejamos o art. 37, XIX, CF:
 Art. 37, XIX - Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação. 
Obs.: Lei ordinária específica: cada pessoa jurídica terá a sua própria lei. A lei tem de tratar somente desse assunto. 
· A lei cria autarquia e autoriza a criação de SEM, EP e fundação. 
· Na criação basta essa lei para a autarquia existir. Na autorização ainda será necessário o registro doa atos constitutivos no órgão competente. 
· Se tem natureza civil no cartório e se natureza comercial na junta comercial. 
· Se lei cria, lei extingue. Se lei autoriza a criação, autoriza a extinção. Isso é denominado de paralelismo de formas. 
· Lei complementar definirá as áreas de atuação da fundação, não é a lei que autoriza a criação. 
· De que fundação o artigo trata? Pela leitura da observação abaixo, tem-se que o artigo se refere, em consonância com a classificação do STF, à fundação pública de direito privado, pois a de direito público seria subespécie de autarquia. Iniciativa da lei cabe ao Chefe do Executivo. 
· Obs.: criação de subsidiárias – exigência de lei. Não precisa ser específica. A própria lei que institui a entidade pode autorizar. Princípio da especialidade – a lei deve ser minuciosa, trazendo todas as áreas de atuação da entidade de forma específica. Já a organização pode ser feita através de ato administrativo.
4.2 Fundações
A fundação é um conjunto de patrimônios destacado do fundador para alguma finalidade, ou seja, é um patrimônio personalizado. 
Se a fundação tem por um instituidor pessoa privada, ela terá natureza privada, e da mesma forma se for o poder público, ela será fundação pública. E fundação privada não interessa ao D Adm. E se situa no âmbito civil. 
Ocorre que o poder público, ao instituir a fundação pública, pode determinar que ela seja uma fundação pública de direito público ou de direito privado, a depender do regime escolhido pelo poder público instituidor. O que as diferenciaria seria a origem dos recursos e o tipo da atividade realizada, exclusiva ou não. 
Para a maioria e para o STF, a fundação pública de direito público nada mais é que uma categoria de autarquia chamada de autarquia fundacional, e dessa maneira terá também que ser criada por lei. Se, no entanto, a fundação pública for de direito privado, também chamada de governamental, terá o mesmo regime das EP e SEC, de forma a ser autorizada por lei. Para Hely e José dos Santos toda fundação, mesmo que instituída pelo poder público, teria personalidade jurídica privada. Não há sentido chamar de fundação ente que tem tudo igual à autarquia. Seria tudo autarquia mesmo.
Obs.: as fundações públicas com personalidade pública e privada têm imunidade tributária. Ambas se sujeitam a lei 8666. Nesses dois casos a lei não faz distinção, restringindo-se a falar em fundações públicas instituídas pelo Poder Público. A responsabilidade das duas é objetiva e o ente instituidor responde subsidiariamente. Isso porque toda fundação pública, independentemente da sua personalidade jurídica presta serviço público, em razão da sua finalidade social. 
4.3 AutarquiasSão pessoas jurídicas de direito público que desenvolvem atividades típicas, próprias do Estado. Possui regime muito semelhante aos dos entes da Administração Direta. Como exemplos de autarquia, podemos enumerar: INSS, INCRA, conselhos de classe, UF, IBAMA, BANCO CENTRAL, autarquias territoriais, agências reguladoras, associações públicas de regime público (lei 11.107/05).
(1) os atos praticados são atos administrativos. 
(2) Os contratos são contratos administrativos, de forma que as autarquias precisam licitar e pode haver cláusulas exorbitantes. 
Art. 37, XXI, CF - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. 
Art. 1º da Lei 8666 - Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
(3) Responsabilidade civil objetiva. 
Art. 37, §6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Obs.: motorista da autarquia, dirigindo o carro da autarquia atropela uma pessoa. Quem será o responsável? Se a autarquia não tem dinheiro? A vítima pode cobrar do Estado? 
Se é serviço público há o dever do Estado. Ele continua responsável. Ele decidiu transferir a titularidade. O dever do Estado, no entanto, é subsidiário quanto ao serviço, e objetivo quanto ao elemento culpa. Como a autarquia goza de personalidade jurídica própria, é sujeito de direito responsável pelos seus atos, ou seja, sujeita-se à regra geral da responsabilidade objetiva do Estado, nos termos da CF, art. 37, §6º. Apenas em caso de exaustão de seus recursos é que será trazida a responsabilidade do Estado. Portanto, as autarquias possuem responsabilidade direta pelo dano causado pelos seus agentes restando ao Estado uma responsabilidade subsidiária.
(4) Procedimentos financeiros – obedecem às regras de contabilidade pública (Lei 4320/64); se submete à Lei de Responsabilidade Fiscal. Tribunal de Cotas fiscaliza.
(5) Bens autárquicos são bens públicos. 
· Em regra, inalienáveis de forma relativa ou alienáveis de forma condicionada – preenchidas algumas condições é possível alienar.
· Impenhoráveis – não podem ser objeto de arresto (cautelar típica para bens indeterminados), sequestro (cautelar típica para bens determinados) e penhora (garantia judicial que ocorre na execução).
· Impossibilidade de oneração – direito real de garantia. Não podem ser objeto de penhor (bens móveis), hipoteca (bens imóveis, avião, navio). São garantias fora da execução judicial. No contrato.
· Imprescritíveis – não pode ser objeto de prescrição aquisitiva- usucapião. 
#SELIGNASÚMULA - Sumula 340 STF Desde a vigência do Código Civil, os bens dominicais, como os demais bens públicos, não podem ser adquiridos por usucapião. (Obs.: em que pese a súmula se referir ao CC anterior, ainda assim permanece válido o seu conteúdo).
· Débitos judiciais – via regime de precatório. Cada autarquia terá sua ordem cronológica de precatórios.
Art. 100 CF - Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.)
(6) Prazo prescricional. Hoje a posição que prevalece (STJ e STF) é que o prazo prescricional é o do Decreto 20910/32 de 5 anos (quinquenal).
(7) Regime Tributário. Vejamos o art. 150, VI, a, CF.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...] VI - instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros.; § 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. 
A imunidade é apenas em relação aos impostos, pagando as demais exações tributárias. Afora isso, somente os impostos ligados as suas finalidades essenciais ou delas decorrentes (natureza condicionada). 
Obs.: STJ já decidiu pela possibilidade de imunidade na locação de imóveis a terceiros. 
(8) Regime processual de Fazenda Pública (#AGU e #NCPC)
· Prazos dilatados: Com o NCPC, todas as manifestações da Fazenda Pública são em DOBRO (art. 183, NCPC).
*#OUSESABER #PROCURADORIAS #FAZENDAPÚBLICA: Recentemente, o Plenário do STF, por maioria, julgou IMPROCEDENTE pedido formulado na ADI-2418, constante no Informativo 824, ajuizada em face dos artigos 4º e 10 da Medida Provisória 2.102-27/2001. O art. 4º acrescentara os artigos 1º-B e 1º-C à Lei 9.494/1997. O Art. 1º-B refere-se ao prazo do “caput” dos arts. 730 do CPC/73 e 884 da CLT estipulando em trinta dias o prazo para os Embargos à Execução para a Fazenda Pública. A Corte destacou, de início, que não teria havido a perda de objeto da ação, relativamente ao parágrafo único do art. 741 do CPC/1973, revogado pela Lei 13.105/2015, que estatui um novo Código. A matéria disciplinada no referido dispositivo teria recebido tratamento normativo semelhante, embora não igual, nos §§ 5º a 8º do art. 535 e nos §§ 12 a 15 do art. 525 do novo CPC. No mérito, o Plenário afirmou que A AMPLIAÇÃO DE PRAZO PARA A OPOSIÇÃO DE EMBARGOS DO DEVEDOR PELA FAZENDA PÚBLICA, inserida no art. 1º-B da Lei 9.494/1997, NÃO VIOLARIA OS PRINCÍPIOS DA ISONOMIA E DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. Isso porque o estabelecimento de tratamento processual especial para a Fazenda Pública, inclusive em relação a prazos diferenciados, quando razoáveis, não constituiria propriamente restrição a direito ou prerrogativa da parte adversa, mas buscaria atender ao princípio da supremacia do interesse público. Por outro lado, a fixação do prazo de trinta dias para a Fazenda apresentar embargos à execução não poderia ser tida como irrazoável. Afinal, tratar-se-ia de prazo idêntico ao que tem o particular para apresentar esses mesmos embargos nas execuções fiscais contra ele movidas pela Fazenda Pública, conforme estatuído pelo art. 16 da Lei 6.830/1980. Vide: ADI 2418/DF, rel. Min. Teori Zavascki, 4.5.2016. #IMPORTANTE
· Embargos do devedor: art. 535, NCPC.
· Execução fiscal
· Reexame necessário – art. 496, NCPC. Houve mudanças em relação aos valores para a dispensa do reexame necessário. Até 1.000 salários (União), 500 salários (Estados/DF e Munícipios de Capital) e 100 (Município que não seja capital) não vai ter reexame necessário. Obs.: se por lapso do juiz de 1º grau não remeteu os autos para o Tribunal, não haverá o trânsito em julgado, mesmo diante da ausência de recursos. 
De acordo com o NCPC: 
Art. 496.  Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença:
I - Proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público;
II - Que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal.
§ 1o Nos casos previstos neste artigo, não interposta a apelação no prazo legal, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, e, se não o fizer, o presidente do respectivo tribunal avocá-los-á.
§ 2o Em qualquer dos casos referidos no § 1o, o tribunal julgará a remessanecessária.
§ 3o Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito econômico obtido na causa for de valor certo e líquido inferior a:
I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito público;
II - 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados;
III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito público.
§ 4o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em:
I - Súmula de tribunal superior;
II - Acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
IV - Entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa.
(9) Regime pessoal – há servidores públicos. Regime jurídico único – ou todos serão celetistas ou estatutários. 
(10) Classificação – federais, estaduais, municipais. Obs.: não podem ser interestaduais ou intermunicipais. A vinculação tem que ser unipessoal. Se há interesse comum entre mais de um ente que celebram convênios ou consórcios administrativos.
· Todavia, caso seja celebrado um consórcio público de natureza pública, a doutrina entende que o mesmo possuirá natureza jurídica de associação pública, fazendo as vezes de uma “autarquia multifederativa”.
(11) Foro judicial – JF (Se for autarquia federal). 
#SELIGANASÚMULA: Súmula Vinculante 27, STF - Compete à Justiça estadual julgar causas entre consumidor e concessionária de serviço público de telefonia, quando a ANATEL não seja litisconsorte passiva necessária, assistente, nem opoente.
Súmula 270, STJ - O protesto pela preferência de crédito, apresentado por ente federal em execução que tramita na Justiça Estadual, não desloca a competência para a Justiça Federal. 
Súmula 97, STJ - Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar reclamação de servidor público relativamente a vantagens trabalhistas anteriores à instituição do regime jurídico único.
(12) Autonomia.
#JURISPRUDÊNCIA: AUTARQUIAS. AUTONOMIA. É inconstitucional lei estadual que preveja que o escritório de prática jurídica da Universidade Estadual deverá manter plantão criminal nos finais de semana e feriados para atender pessoas hipossuficientes que sejam presas em flagrante. Esta lei viola a autonomia administrativa, financeira, didática e científica assegurada às universidades no art. 207 da CF/88 (inconstitucionalidade material). Além disso, contém vício de iniciativa (inconstitucionalidade formal), na medida em que foi usurpada a iniciativa privativa do Governador. STF. Plenário. ADI 3792/RN, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 22/09/2016 (Info 840)
*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF: É inconstitucional lei estadual que preveja que servidor de autarquia (no caso, era Técnico Superior do DETRAN) será responsável por: • representar a entidade “em juízo ou fora dele nas ações em que haja interesse da autarquia”. • praticar “todos os demais atos de natureza judicial ou contenciosa, devendo, para tanto, exercer as suas funções profissionais e de responsabilidade técnica regidas pela Ordem dos Advogados do Brasil OAB”. Tais previsões violam o “princípio da unicidade da representação judicial dos Estados e do Distrito Federal”, insculpido no art. 132 da CF/88. A legislação impugnada, apesar de não ter criado uma procuradoria paralela, atribuiu ao cargo de Técnico Superior do Detran/ES, com formação em Direito, diversas funções privativas de advogado. Ao assim agir, conferiu algumas atribuições de representação jurídica do DETRAN a pessoas estranhas aos quadros da Procuradoria-Geral do Estado, com violação do art. 132, caput, da CF/88. O STF decidiu modular os efeitos da decisão para: • manter os cargos em questão, excluídas as atribuições judiciais inerentes às procuradorias; • declarar a validade dos atos praticados (ex: contestações, recursos etc.) até a data do julgamento, com base na teoria do funcionário de fato. ATENÇÃO. Por outro lado, é válido que esses servidores façam a atuação jurídica no âmbito interno da autarquia, sobretudo em atividades de compliance, tais como conceber e formular medidas e soluções de otimização, fiscalização e auditoria (exs: interpretar textos e instrumentos legais, elaborar pareceres sobre questões jurídicas que envolvam as atividades da entidade, elaborar editais, contratos, convênios etc.). Essas atribuições podem sim ser exercidas pelos Técnicos Superiores do DETRAN, sem que isso ofenda o princípio da unicidade da representação judicial. O STF entendeu que não se pode deslocar qualquer atuação técnico-jurídica da autarquia para a PGE, porque esta não conseguirá fazer frente a essa gama de trabalho, sob pena de ter suas atividades inviabilizadas. STF. Plenário. ADI 5109/ES, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 13/12/2018 (Info 927).
4.3.1. Conselhos de classe
· No que tange aos Conselhos de Classe (chamados de autarquias profissionais), é possível afirmar que eles nasceram como autarquias. A Lei 9.649/1998 modificou a pessoa jurídica para natureza privada (art. 58). Na ADI 1717, o STF afirma que os Conselhos possuem poder de polícia, motivo pelo qual não podem ter natureza privada, já que comprometeria a segurança jurídica (particular cassando carteira de particular iria acarretar excessos e abusos). Logo, como forma de prevenção, atribuiu-se novamente a natureza pública. 
· Cobra anuidade, que tem natureza tributária, o que possibilita a (1) execução fiscal. (2) Tribunal de Contas controla, pois há arrecadação de tributo (dinheiro público). (3) Contabilidade pública
· Concurso público
#SELIGANAJURISPRUDÊNCIA:
A Lei nº 12.514/2011, que trata sobre as contribuições (anuidades) devidas aos Conselhos Profissionais, é constitucional. Sob o ponto de vista formal, esta Lei, apesar de ser fruto de uma MP que originalmente dispunha sobre outro assunto, não pode ser declarada inconstitucional porque foi editada antes de o STF declarar ilegítima a prática do “contrabando legislativo” (ADI 5127/DF). Ainda quanto ao aspecto formal, esta Lei não trata sobre normas gerais de Direito Tributário, motivo pelo qual não precisava ser veiculada por lei complementar. Sob o ponto de vista material, a Lei respeitou os princípios da capacidade contributiva, da vedação ao confisco e da legalidade. STF. Plenário. ADI 4697/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 06/10/2016 (Info 842).
O representante judicial de conselho de fiscalização profissional possui a prerrogativa de ser intimado pessoalmente no âmbito de execução fiscal promovida pela entidade. Incide, nessa hipótese, o disposto no art. 25 da Lei 6.830/1980 (LEF). Deve-se ressaltar, a propósito do tema, que o STF consolidou o entendimento de que os referidos conselhos possuem natureza jurídica autárquica, pois exercem atividade típica de Estado, de modo a abranger, no que concerne à fiscalização de profissões regulamentadas, o poder de polícia, o de tributar e o de punir. Nesse contexto, os créditos dos conselhos de fiscalização profissional devem ser cobrados por execução fiscal, pois a expressão “Fazenda Pública” constante do § 1o do art. 2o da LEF – “Qualquer valor, cuja cobrança seja atribuída por lei às entidades de que trata o artigo 1o, será considerado Dívida Ativa da Fazenda Pública.” –, deve ser interpretada de maneira a abranger as autarquias. Dessa forma, existindo regra específica sobre a intimação pessoal dos representes da Fazenda Pública em execução fiscal (art. 25 da LEF), essa prerrogativa deve ser observada no caso dos representantes dos conselhos de fiscalização profissional. REsp 1.330.473-SP, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 12/6/2013 (Informativo no 0526).
Inscrição de profissionais no Conselho Regionalde Educação Física. Não é obrigatória a inscrição, nos Conselhos de Educação Física, dos professores e mestres de dança, ioga e artes marciais (karatê, judô, tae-kwon-do, kickboxing, jiu-jitsu, capoeira e outros) para o exercício de suas atividades profissionais. STJ. 2ª Turma. REsp 1.450.564-SE, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 16/12/2014 (Info 554).
#IMPORTANTE: Os pagamentos devidos, em razão de pronunciamento judicial, pelos Conselhos de Fiscalização (exs: CREA, CRM, COREN, CRO) não se submetem ao regime de precatórios. STF. Plenário. RE 938837/SP, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgado em 19/4/2017 (repercussão geral) (Info 861). Apesar de os Conselhos de Fiscalização Profissional serem considerados autarquias especiais, eles não participam do orçamento público, não recebem aporte do Poder Central nem se confundem com a Fazenda Pública. Por essa razão, não se submetem ao regime de precatórios. Os conselhos de fiscalização profissional têm autonomia financeira e orçamentária. Portanto, sua dívida é autônoma em relação ao Poder Público. Desse modo, inserir esse pagamento no sistema de precatório transferiria para a União a condição de devedora do Conselho de Fiscalização. *#LEMBRAR: Quem tem o privilégio de pagar por meio de precatório? A quem se aplica o regime dos precatórios? As Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais. Essa expressão abrange: União, Estados, DF e Municípios (administração direta); autarquias (com exceção dos Conselhos Profissionais); fundações; empresas públicas prestadoras de serviço público (ex: Correios); sociedades de economia mista prestadoras de serviço público de atuação própria do Estado e de natureza não concorrencial.
*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF: Não se submetem ao regime de precatório as empresas públicas dotadas de personalidade jurídica de direito privado com patrimônio próprio e autonomia administrativa que exerçam atividade econômica sem monopólio e com finalidade de lucro. STF. 1ª Turma. RE 892727/DF, rel. orig. Min. Alexandre de Morais, red. p/ o ac. Min. Rosa Weber, julgado em 7/8/2018 (Info 910).
Não estão sujeitas a registro perante o respectivo Conselho Regional de Medicina Veterinária, nem à contratação de profissionais nele inscritos como responsáveis técnicos, as pessoas jurídicas que explorem as atividades de comercialização de animais vivos e a venda de medicamentos veterinários, pois não são atividades reservadas à atuação privativa do médico veterinário. STJ. 1ª Seção. REsp 1.338.942-SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 26/4/2017 (recurso repetitivo) (Info 602).
Segundo o art. 8º da Lei nº 12.514/2011, para que os Conselhos Profissionais ajuízem execução fiscal cobrando anuidades em atraso, é necessário que o total da quantia executada seja de, no mínimo, quatro vezes o valor da anuidade. Mesmo sem poder executar a dívida, o Conselho Profissional poderá adotar uma outra sanção contra o inadimplente: poderá suspender ou cancelar seu registro profissional. Assim, o fato de os conselhos não poderem executar dívidas inferiores a quatro vezes o valor cobrado anualmente da pessoa física ou jurídica inadimplente, não impede que seja feita a suspensão ou o cancelamento do registro do profissional que deixar de efetuar o pagamento das anuidades. Isso está previsto no art. 8º, parágrafo único, da Lei nº 12.514/2011. No caso específico dos Engenheiros e Arquitetos, o cancelamento do registro somente pode acontecer desde que o atraso seja de, no mínimo, duas anuidades consecutivas (art. 64 da Lei nº 5.194/66). STJ. 2ª Turma. REsp 1.659.989-MG, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 25/4/2017 (Info 603)
O exercício da profissão de técnico ou treinador profissional de futebol não se restringe aos profissionais graduados em Educação Física, não havendo obrigatoriedade legal de registro junto ao respectivo Conselho Regional. STJ. 2ª Turma. REsp 1.650.759-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 6/4/2017 (Info 607).
* O ato do Conselho de Contabilidade que requisita dos contadores e dos técnicos os livros e fichas contábeis de seus clientes, a fim de promover a fiscalização da atividade contábil dos profissionais nele inscritos, não importa em ofensa aos princípios da privacidade e do sigilo profissional. STJ. 1ª Turma. REsp 1.420.396-PR, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 19/09/2017 (Info 612).
* Os conselhos de fiscalização profissional não possuem autorização para registrar os veículos de sua propriedade como oficiais. STJ. 1ª Turma. AREsp 1.029.385-SP, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 05/12/2017 (Info 619).
*#OUSESABER: As empresas públicas e sociedades de economia mista não tem direito à prerrogativa de execução via precatório. Certo ou Errado?
✖ERRADO! Em regra, as empresas estatais estão submetidas ao regime das pessoas jurídicas de direito privado (execução comum). No entanto, é possível sim aplicar o regime de precatórios para empresas públicas e sociedades de economia mista que prestem serviços públicos e que não concorram com a iniciativa privada. Assim, é aplicável o regime dos precatórios às empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviço público próprio do Estado e de natureza não concorrencial. STF. 1ª Turma. RE 627242 AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, Rel. p/ Acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 02/05/2017.
#CUIDADO: No RE 851711 no AgR/DF, de Relatoria do Min. Marco Aurélio, o STF decidiu que as empresas públicas e sociedades de economia mista não têm direito à prerrogativa de execução via precatório. No entanto, não houve mudança de entendimento do STF. Isso porque o caso enfrentado pela 1ª Turma do STF no RE 851711 AgR/DF tratava a respeito de uma execução envolvendo a “Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina” (APPA), uma empresa pública pertencente ao Estado do Paraná. Apesar de a empresa alegar que desenvolve serviço público, o TST e o STF entendem que ela explora atividade econômica. Por isso, negam a incidência do regime de precatórios, aplicando a regra do art. 173, § 1º, II, da CF/88.  Ocorre que a opinião pessoal do Min. Marco Aurélio é no sentido de que o regime de precatórios nunca se aplica para empresas públicas e sociedades de economia mista. Assim, em seus votos, ele faz consignar a seguinte afirmação, sem qualquer exceção: “as empresas públicas e sociedades de economia mista não têm direito à prerrogativa de execução via precatório.” Cuidado nas provas! A informação é que é aplicável o regime dos precatórios às sociedades de economia mista prestadoras de serviço público próprio do Estado e de natureza não concorrencial.
4.3.2. OAB
· Lei 8906. Estatuto da OAB.
· Anuidade não é tributo, (1) não cabendo execução fiscal. (2) TC não controla* (3) fora da contabilidade pública. 
· O artigo 79 do Estatuto da OAB diz que o seu quadro era celetista. O PGR ajuizou ADI3026 no intuito de que a OAB fosse obrigada a realizar a concurso. O STF decidiu que a OAB não compõe a administração direta, nem indireta. É um serviço público independente. Categoria ímpar. Não está, portanto, sujeita ao controle da Administração. Não é congênere dos demais conselhos de classe. Não precisa fazer concurso público. CLT sem concurso. Não se submete ao controle do TCU. A anuidade é compulsória, sendo considerada dinheiro público. 
· Causas processadas na JF.
*#ATENÇÃO[footnoteRef:3]: O TCU decidiu, em novembro de 2018, que a OAB deve submeter suas contas à fiscalização do órgão. A decisão unânime da Corte foi a partir do voto do relator, ministro Bruno Dantas. A decisão vale para 2020, ou seja, em 2021 serão fiscalizadas as contas do ano anterior. O ministro Dantas enfatizou que o momento atual é de uma sociedade que exige cada vez mais a transparência das instituições. “A consolidação do Estado Democrático de Direito e a efetivação do princípio republicano estão intimamente ligadas à noção de accountability pública. No desenho institucional brasileiro, a OAB exerce papel fundamental de vigilante sobre o exercício do poder estatal e de defesa da Constituiçãoe do Estado Democrático de Direito. Por essa razão, deve ser a primeira, entre os conselhos de fiscalização profissional, a servir de exemplo, e apresentar uma gestão transparente e aberta ao controle público.” [3: Para ler o voto na íntegra: https://www.migalhas.com.br/arquivos/2018/11/art20181107-09.pdf ] 
#SELIGANAJURISPRUDÊNCIA. A inscrição como advogado, nos quadros da OAB, de quem apresente diploma ou certidão de graduação em Direito "obtido em instituição de ensino oficialmente autorizada e credenciada" (art. 8º, II, do Estatuto da Advocacia) não pode ser impedida pelo fato de o curso de Direito não ter sido reconhecido pelo MEC. STJ. 1ª Turma. REsp 1.288.991-PR, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 14/6/2016 (Info 586).
4.3.3. Território. 
São autarquias territoriais. Desmembramento geográfico. Entes despidos de autonomia que desempenham, por delegação, funções políticas estatais. 
4.3.4. Agências reguladoras[footnoteRef:4]. [4: A respeito dessa temática, a prova do TRF3/2016 considerou as seguintes alternativas corretas: “(i) As agências reguladoras foram criadas no intuito de regular, em sentido amplo, os serviços públicos, havendo previsão na legislação ordinária delegando à agência reguladora competência para a edição de normas e regulamentos no seu âmbito de atuação” e “ (ii) configura conflito de interesses após o exercício de cargo ou emprego no âmbito do Poder Executivo federal, incluindo o de Diretor em agência reguladora, no período de 6 (seis) meses, contado da data da dispensa, exoneração, destituição, demissão ou aposentadoria, salvo quando expressamente autorizado, conforme o caso, pela Comissão de Ética Pública ou pela Controladoria-Geral da União, prestar, direta ou indiretamente, qualquer tipo de serviço a pessoa física ou jurídica com quem tenha estabelecido relacionamento relevante em razão do exercício do cargo ou emprego”] 
São autarquias em regime especial (possuem regime jurídico distinto daquele dispensado às demais autarquias).
· A expressão “autarquia de regime especial” surgem com as universidades federais;
· No Brasil, as Agências Reguladoras surgem num contexto de transformar o Estado de patrimonialista para gerencial.
· A função regulatória não surge com as agências reguladoras e nem é exclusiva delas.
· Não se confundem com agências executivas, pois estas são autarquias ou fundações que se qualificam como agência executiva por ter celebrado um contrato de gestão com a Administração e por ter um plano de reestruturação, de acordo com ato discricionário privativo do Presidente da República (art. 51, Lei 9.649/98).
 O que define esse regime especial?
a) Função de regulamentação, normatização, fiscalização, controle – essa função é antiga, que o Estado já desenvolvia. A novidade é a criação de uma pessoa jurídica com essa finalidade. O nome agência foi copiado do governo norte-americano para dar mais credibilidade. Tem mais autonomia e liberdade que às demais pessoas jurídicas. Poder normativo técnico – normas técnicas de caráter geral, com fundamente em delegação prevista na própria lei. Deslegalização.
#SELIGA #CUIDADO: Poder regulatório ≠ Poder regulamentar.
O poder regulamentar é um dos poderes administrativos, que tem como propósito detalhar previsões legais genéricas. Para a maioria dos autores, o poder regulamentar é de competência privativa do Chefe do Poder Executivo. O fundamento constitucional do poder regulamentar é o art. 84, IV, da CF/88.
O fundamento do poder regulatório não é o art. 84, mas o art. 174 da CRF: 
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.
Há um certo ponto de contato entre poder regulamentar e poder regulatório, pois ambos têm a aptidão de detalhar previsões legais genéricas. Isso porque o poder regulatório abrange a competência de uma Agência Reguladora esmiuçar previsões legais genéricas. Mas, mesmo nesse ponto de contato não há uma identidade absoluta entre os dois poderes, pois o poder regulamentar acarreta um detalhamento de previsões legais genéricas que leva em consideração uma avaliação política (que precisa se ater à lei, mas há certa discricionariedade política), enquanto que o exercício do poder regulatório pressupõe uma discricionariedade técnica.
O poder regulatório não é apenas regular determinada matéria. Compreende também, por exemplo, a função adjudicatória, que é a função de dirimir conflitos entre particulares, o poder de polícia, expedir atos de consentimento, licenças e autorizações, dentre outras situações.
* #OLHAOGANCHO: É constitucional o art. 7º, III e XV, da Lei nº 9.782/99, que preveem que compete à ANVISA: III - estabelecer normas, propor, acompanhar e executar as políticas, as diretrizes e as ações de vigilância sanitária; XV - proibir a fabricação, a importação, o armazenamento, a distribuição e a comercialização de produtos e insumos, em caso de violação da legislação pertinente ou de risco iminente à saúde; Entendeu-se que tais normas consagram o poder normativo desta agência reguladora, sendo importante instrumento para a implementação das diretrizes, finalidades, objetivos e princípios expressos na Constituição e na legislação setorial. Além disso, o STF, após empate na votação, manteve a validade da Resolução RDC 14/2012- ANVISA, que proíbe a comercialização no Brasil de cigarros com sabor e aroma. Esta parte do dispositivo não possui eficácia erga omnes e efeito vinculante. Significa dizer que, provavelmente, as empresas continuarão ingressando com ações judiciais, em 1ª instância, alegando que a Resolução é inconstitucional e pedindo a liberação da comercialização dos cigarros com aroma. Os juízes e Tribunais estarão livres para, se assim entenderem, declararem inconstitucional a Resolução e autorizar a venda. Existem, inclusive, algumas decisões nesse sentido e que continuam valendo. STF. Plenário. ADI 4874/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 1º/2/2018 (Info 889). #NÃOESQUECER: Vale ressaltar, no entanto, que a função normativa das agências reguladoras, especialmente quando atinge direitos e deveres dos administrados, subordina-se obrigatoriamente à lei. Assim, embora dotadas de considerável autonomia, as agências reguladoras somente podem exercer sua competência normativa segundo os limites impostos pelas leis que as criaram. No caso da ANVISA, a Lei nº 9.782/99. A regulação setorial feita pelas agências reguladoras, apesar de estar subordinada à lei, não significa simplesmente reproduzir mecanicamente a lei ou simplesmente preencher lacunas. A função regulatória das agências reguladoras, como envolve um viés técnico, é qualitativamente diferente da mera edição de uma portaria ou de qualquer outro ato regulamentar tradicional, possuindo um espaço maior para as agências atuarem. Assim, a função regulatória das agências não é inferior ou superior à legislação, mas diferente, pelo seu viés técnico. O poder normativo atribuído às agências reguladoras consiste em instrumento para a implementação das diretrizes, finalidades, objetivos e princípios expresso na Constituição e na legislação setorial.
b) Nomeação ou investidura especial do dirigente da agência. Depende de sabatina do Senado. O Presidente aqui não nomeia e exonera de forma livre. Trata-se de ato complexo (comunhão de vontades em órgãos diferentes).
c) Mandato (investidura a termo. Não é inteiramente adequado mencionar mandato pois pressupõe processo eletivo) de prazo determinado – o prazo depende de cada lei da agência. Há projeto de lei que fala em 4 anos não coincidente com o mandato do Presidente. Presidente não pode exonerar na hora que quiser. Ele pode sair antes do prazo em razão de renúncia ou condenação judicial ou administrativa. Encerrado o mandato tem que se esperar o período de quarentena remunerada de 4 meses, salvo algumas agências que tem o prazode 12 meses – Art. 8º da Lei 9986/00 - O que ele não pode é ir para a iniciativa privada naquele ramo, pois já tem informações privilegiadas. Pode mudar de ramo ou continuar no ramo na iniciativa pública. Independência administrativa.
#DEOLHONATERMINOLOGIA: O que se entende por risco de captura?[footnoteRef:5] O Risco de Captura integra as características das Agências Reguladoras, que possuem algumas restrições institucionais, sendo uma delas, a denominada "quarentena" dos ex-dirigentes, previstas nas leis instituidoras das principais agências reguladoras brasileiras, como a ANATEL, ANEEL, ANP e ANS. Os ex-dirigentes dessas agências, assim, ficam impedidos para o exercício de atividades ou de prestar qualquer serviço no setor regulado pela respectiva agência, por um período de quatro meses, contados da exoneração ou término do seu mandato. Desta forma, evita-se que a Agência possa atuar em prol dos interesses das empresas reguladas, sendo que a expressão "risco de captura" pode ser ainda utilizada em sentido mais amplo, abrangendo as principais situações em que se verifica, seja a ineficácia do órgão regulador, seja a contaminação de sua atuação pelos interesses de alguma das partes interessadas nas relações concernentes à atividade regulada (Estado, usuários e consumidores ou as empresas). Nessa acepção ampla, a "captura" descreve a situação em que o ente regulador passa a atuar sem imparcialidade, favorecendo sistematicamente uma das partes envolvidas com a atividade regulada ou passa a ser uma estrutura inoperante, meramente figurativa. Pode significar o risco de concussão (corrupção dos dirigentes), como também, a captura por contaminação de interesses, em que o órgão regulador assume os valores e interesses do regulado, como se fossem interesses da coletividade, a captura por insuficiência de meios, que ocorre quando a atuação do agente regulador é inviabilizada pela ausência ou má qualidade de seus recursos e a captura pelo poder político, situação que ocorre quando não existem os instrumentos legais capazes de assegurar a efetiva autonomia da agência reguladora e ela passa a ser um mero agente dos interesses políticos-partidários dos governantes.[footnoteRef:6] [5: https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/82953/em-que-consiste-o-risco-de-captura-ariane-fucci-wady, por Ariane Fucci Wady. Consulta em 24/04/17. ] [6: Artigos importantes da Lei nº 9.986: Art. 5º O Presidente ou o Diretor-Geral ou o Diretor-Presidente (CD I) e os demais membros do Conselho Diretor ou da Diretoria (CD II) serão brasileiros, de reputação ilibada, formação universitária e elevado conceito no campo de especialidade dos cargos para os quais serão nomeados, devendo ser escolhidos pelo Presidente da República e por ele nomeados, após aprovação pelo Senado Federal, nos termos da alínea f do inciso III do art. 52 da Constituição Federal. Parágrafo único. O Presidente ou o Diretor-Geral ou o Diretor-Presidente será nomeado pelo Presidente da República dentre os integrantes do Conselho Diretor ou da Diretoria, respectivamente, e investido na função pelo prazo fixado no ato de nomeação.
Art. 6º O mandato dos Conselheiros e dos Diretores terá o prazo fixado na lei de criação de cada Agência. Parágrafo único. Em caso de vacância no curso do mandato, este será completado por sucessor investido na forma prevista no art. 5o.
Art. 8º O ex-dirigente fica impedido para o exercício de atividades ou de prestar qualquer serviço no setor regulado pela respectiva agência, por um período de quatro meses, contados da exoneração ou do término do seu mandato. § 1o Inclui-se no período a que se refere o caput eventuais períodos de férias não gozadas. §2o Durante o impedimento, o ex-dirigente ficará vinculado à agência, fazendo jus a remuneração compensatória equivalente à do cargo de direção que exerceu e aos benefícios a ele inerentes. § 3o Aplica-se o disposto neste artigo ao ex-dirigente exonerado a pedido, se este já tiver cumprido pelo menos seis meses do seu mandato.§ 4o Incorre na prática de crime de advocacia administrativa, sujeitando-se às penas da lei, o ex-dirigente que violar o impedimento previsto neste artigo, sem prejuízo das demais sanções cabíveis, administrativas e civis§ 5o Na hipótese de o ex-dirigente ser servidor público, poderá ele optar pela aplicação do disposto no § 2o, ou pelo retorno ao desempenho das funções de seu cargo efetivo ou emprego público, desde que não haja conflito de interesse. 
 Art. 9º Os Conselheiros e os Diretores somente perderão o mandato em caso de renúncia, de condenação judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar. Parágrafo único. A lei de criação da Agência poderá prever outras condições para a perda do mandato.
] 
*#OUSESABER: No que consiste a teoria da captura? Segundo a doutrina, a Teoria da Captura trata da hipótese de quebra de independência e autonomia das agências reguladoras, quando estas passam a favorecer os entes regulados, que são economicamente mais fortes. Em outras palavras, os entes regulados capturam as agências reguladoras no intuito de proteger seus interesses. 
José dos Santos Carvalho Filho afirma que a Teoria da Captura tem o objetivo de evitar uma “vinculação promíscua entre a agência, de um lado, e o governo instituidor ou os entes regulados, de outro, com flagrante comprometimento da independência pública” (Manual de direito administrativo. Atlas, 2012, p. 485.) Essa captura pode ocorrer de duas formas: pelo próprio setor público (ativa), quando há influência política de agentes públicos na atividade reguladora, retirando sua independência; ou pelo setor privado (passiva), quando as empresas que prestam os serviços regulados interferem direta ou indiretamente na atividade regulatória.
d) Licitação. A lei 9472/97 afirmou que as agências reguladoras não se submeteriam à lei 8666, seguiriam procedimento próprio definido pela própria agência e que seguiriam as modalidades de pregão e a consulta. A lei foi objeto da ADI 1668 e o STF disse que as agências reguladoras se submetem sim a 8666, seguindo o seu procedimento, mas deixou passar o pregão e a consulta. Pregão foi estendido para os demais entes, de forma que o procedimento próprio das agências é a consulta, que ainda não foi regulamentada.
e) Regime de pessoa: atualmente, os servidores do quadro efetivo das agências reguladoras são ocupantes de cargos públicos e estão submetidos ao regime estatutário. Contudo, nem sempre foi assim. Antigamente, a Lei 9986/00 previa a existência de emprego público (CLT) + cargos em comissão (estatutário). A ADI 2.310-1/DF suspendeu a eficácia de tal dispositivo legal por meio de decisão cautelar, argumentando que as agências reguladoras, por desempenharem função exclusiva de Estado, não poderiam prescindir da ocupação de cargos públicos, com direitos e garantias a eles inerentes. Em razão disso, foi editada a MP 155/2003, que revogou expressamente o dispositivo legal, passando a adotar o regime estatutário, próprio dos cargos públicos. Essa MP foi convertida na Lei 10.871/2004 e, com isso, a ADI 2310 foi extinta.
*f) autonomia decisória: “além da questão já abordada quanto aos dirigentes das Agências Reguladoras, há também outra característica destas que lhe dão a denominação de Autarquias em regime especial, como a possibilidade de mediarem conflitos entre os regulados. Explica-se. Fato é que a função de resolver conflitos, em que pese típica, não é exclusiva do Poder Judiciário, sendo tal função exercida atipicamente pelos demais poderes da Federação. As Agências Reguladoras, Autarquias Especiais, também têm como peculiaridade a possibilidade de solver conflitos dos particulares exercentes da atividade regulada, bem como entre estes e o próprio Poder Público. Como Autarquias, as Agências Reguladoras não se subordinam hierarquicamente à Administração Direta, mas, de outra banda, são submetidas ao denominado controle finalístico pela vinculação. Nesse passo, há entendimento de que cabe recurso administrativo impróprio para o Ministério à qualse vincula a Agência, desde que haja previsão legal autorizativa.”[footnoteRef:7] [7: Retirado do site: https://jus.com.br/artigos/46453/o-poder-normativo-das-agencias-reguladoras-no-brasil] 
*g) autonomia econômico financeira: "o modelo de agências reguladoras comporta a atribuição de autonomia financeira, por meio de garantia de receitas vinculadas. Isso significaria a possibilidade de manutenção de sua estrutura e de seu funcionamento sem dependência de disputas políticas sobre a distribuição de verbas orçamentárias.”[footnoteRef:8] [8: JUSTEN FILHO, Marçal- Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Editora Fórum, 14ª ed.2009] 
4.3.5. Agência executiva. 
Agência executiva é uma autarquia ou fundação que recebeu esta qualificação por ter celebrado um contrato de gestão com a Administração Pública e por possuir um plano de reestruturação (art. 51 da Lei nº 9.649/98). São exemplos de agências executivas: INMETRO e SUDENE. As suas características são elencadas abaixo:
a) Pode ter natureza de autarquia ou de fundação pública.
b) Foram criadas pela Lei 9649/98.
c) Há muitas autarquias e fundações ineficientes. É uma tentativa de modernização. Liberdade e dinheiro. 
d) É uma autarquia ou fundação que temporariamente será agência executiva, enquanto durar o contrato de gestão. É apenas um status temporário. Não se pode falar em conversão, mas mera qualificação (José dos Santos).
e) Mais eficiência e redução de custos. 
f) Criação. Requisitos: 
· Plano estratégico de reestruturação
· Celebra com a Administração Direta –Ministério- um contrato de gestão. Surgiu para definir aqueles contratos entre dois entes da Administração. A partir de 1998 a EC 19/98 alterou o art. 37, §8º da CF, trazendo outras hipóteses do contrato de gestão. A doutrina critica muito. A conotação foi alterada. Fala da hipótese de contrato entre administradores e órgãos. A crítica não é para a possibilidade de realização do contrato de gestão pela autarquia, e sim por órgãos e administradores. 
Art. 37, § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores (isso não poderia ser contrato administrativo. Seria inconstitucional) e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão (não tem personalidade jurídica. Não poderia celebrar contrato. Também seria inconstitucional) ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) I - o prazo de duração do contrato; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) III - a remuneração do pessoal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
· Decreto do Presidente da República. 
g) Objetivos:
· Reestruturação da gestão (mais eficiência). Melhoria dos serviços, redução dos custos e otimização dos recursos. 
· Conferir maior autonomia de gestão, através de prerrogativas e privilégios. Ex.: art. 14 da Lei 8666. Ela pode ter uma dispensa de licitação com tratamento diferenciado. O art. 24 fala de dispensa de licitação. Ela tem uma dispensa com valor maior. Art. 24 I E II (regra geral). Ela tem o limite dobrado – Art. 24 §1º.
Art. 24.  É dispensável a licitação:  I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998); II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) § 1o Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas.
· Disponibilidade de recursos para cumprimento de suas metas. 
h) Críticas:
· A doutrina diz que agencia executiva é um prêmio para a incompetência, ineficiência das autarquias e fundações. 
· Se o texto cria a autarquia e fundação com uma liberdade x, não poderia um contrato ampliar essa liberdade. Haveria a exigência de lei.
#ADENDO: Consórcios públicos. A lei 11.107/05 cria uma nova pessoa jurídica da administração indireta, são os chamados consórcios públicos. Os entes políticos (U/E/M/DF) em razão de interesse comum (competência também comum) celebram um contrato de consórcio. Na ideia de gestão associada. Desse contrato nasce uma nova pessoa jurídica, que compõe a adm. indireta. Essa associação pode ser pública de regime público ou pública de regime privado. Quando seguir o regime público ela será uma espécie de autarquia. Quando tiver o regime privado, irá se aproximar do regime misto, híbrido ao das EP e SEM. Esse regime está previsto na própria lei 11.107/05.
*#NÃOCONFUNDA: Conforme leciona Ricardo Alexandre, antes da vigência da Lei 11.107/2005, a doutrina, de modo geral, considerava os consórcios e os convênios como acordo de vontades.  Até então, a diferença existente entre os consórcios e os convênios se dava apenas em razão do nível federativo dos consorciados ou convenentes.
Assim, se o acordo de vontades fosse celebrado entre entes que se encontrassem no mesmo nível federativo, teríamos a figura dos consórcios públicos (podendo haver consórcios entre Municípios, bem como entre Estados ou entre estes e o Distrito Federal). Todavia, se os entes acordantes fossem de níveis diferentes, estaríamos diante de convênios (podendo haver convênios da União com os Estados, da União com os Municípios, da União com os Estados e Municípios, dos Estados com os Municípios ou de qualquer deles com o Distrito Federal). 
A Lei 11.107/2005 alterou a natureza dos consórcios públicos ao prever que estes adquirirão personalidade jurídica. Portanto, após a referida lei, os consórcios deixaram de ser meros acordos de vontade para se constituírem em verdadeiras pessoas jurídicas criadas pelos entes consorciados, responsáveis por exercer de forma descentralizada objetivos comuns das pessoas federativas consorciadas.  
*#OUSESABER: No direito brasileiro, admite-se a ação conhecida por "golden share"? Sim!
Golden shares são ações de classe especial presentes em empresas estatais ou de capital misto, as quais garantem ao Estado direitos especiais de caráter estratégico, como o poder de veto de algumas decisões. O instrumento teve origem no Reno Unido, no contexto do processo de privatização das empresas estatais.
No ordenamento pátrio, as golden shares estão previstas no § 7º, do art. 17, da Lei n. 6.404/1976, segundo o qual: “Nas companhias objeto de desestatização poderá ser criada ação preferencial de classe especial, de propriedade exclusiva do ente desestatizante, à qual o estatuto social poderá conferir os poderes que especificar, inclusive o poder de veto às deliberações da assembleia-geral nas matérias que especificar”. Saliente-se que a União detém golden shares da Vale, da Embraer e do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB).
4.4. Empresas estatais
As Empresas Públicas (EP) e Sociedades de Economia Mista (SEM) são pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração Pública Indireta. 
· São regidas por um regime predominantemente privado, chamado por alguns de regime híbrido, sui generis. Isso porque, por mais que sejam influenciadas pelo regime privado, possuem características do regime de direito público. 
*#OUSESABER:Empresas semiestatais são aquelas cuja MINORIA do capital votante pertence ao Poder Público. Não chegam a ser empresas públicas (o capital pertence totalmente ao Poder Público) nem sociedades de economia mista (a maioria do capital votante pertence ao Poder Público), nos termos da Lei 13.303/16. Nesse sentido, não integram a Administração Pública, mas o seu controle (necessidade ou não de licitação, fiscalização pelos Tribunais de Contas etc.) é discutido na doutrina.
4.4.1. Empresa Pública
a) Pessoa Jurídica de Direito Privado. O nome empresa pública está ligado ao capital público e não a sua natureza jurídica. 
b) Tem regime híbrido, misto. Não é plenamente privado.
c) Pode ter duas finalidades:
· Prestadora de serviço público
· Exploradora de atividade econômica
d) Capital exclusivamente público. Esse capital pode ser de mais de um ente. Qualquer pessoa administrativa pública ou privada. Tem que fazer parte da administração.
e) A sua constituição pode ocorrer através de qualquer modalidade empresarial. Só as federais podem mudar a natureza. As do plano inferior devem obedecer à lei federal, pois compete privativamente a União legislar sobre direito civil e comercial.
*#OUSESABER: Embora as empresas públicas possam assumir qualquer forma jurídica (sociedade limitada, sociedade em comandita etc.), devem submeter-se obrigatoriamente às normas da Lei 6.404/76, a Lei das Sociedades Anônimas. Trata-se de inovadora previsão do art. 7º da Lei 13.303/16, a chamada Lei das Estatais. Vale lembrar que as sociedades de economia mista continuam devendo adotar a forma de sociedades anônimas, conforme art. 5º daquela Lei.
*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF: Não se submetem ao regime de precatório as empresas públicas dotadas de personalidade jurídica de direito privado com patrimônio próprio e autonomia administrativa que exerçam atividade econômica sem monopólio e com finalidade de lucro. STF. 1ª Turma. RE 892727/DF, rel. orig. Min. Alexandre de Morais, red. p/ o ac. Min. Rosa Weber, julgado em 7/8/2018 (Info 910).
f) ECT, Caixa, BNDS, Radiobrás. 
4.4.2. Sociedade de Economia Mista
a) Pessoa Jurídica de Direito Privado. 
b) Tem regime híbrido, misto. Não é plenamente privado.
c) Pode ter duas finalidades:
· Prestadora de serviço público
· Exploradora de atividade econômica
d) Capital misto. O capital é apenas parcialmente público. O comando da SEM tem que estar nas mãos do poder público, apesar do capital privado. A maioria do capital que dá direito a voto precisa estar nas mãos do poder público. obs.: sociedades de mera participação do Estado – Estado detém capital minoritário. Não integra a Administração Indireta.
e) Será sempre sociedade anônima
f) ex.: BB, Petrobrás, Bancos estaduais.
4.4.3. Diferenças
a) Capital
· EP: público
· SEM: misto
b) Constituição
· EP: qualquer modalidade
· SEM: sociedade anônima
c) Competência para julgamento das ações. Decorre da análise do art. 109 da CF. 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho.
#SELIGANASÚMULA:
Súmula 517, STF: As sociedades de economia mista só têm foro na justiça federal, quando a união intervém como assistente ou opoente. 
Súmula 556, STF: É competente a justiça comum para julgar as causas em que é parte sociedade de economia mista.   
Súmula 270 STJ O protesto pela preferência de crédito, apresentado por ente federal em execução que tramita na Justiça Estadual, não desloca a competência para a Justiça Federal.  
Súmula 365, STF A intervenção da União como sucessora da Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA) desloca a competência para a Justiça Federal ainda que a sentença tenha sido proferida por Juízo estadual.
· EP: federal (Justiça Federal), estadual ou municipal (Justiça Estadual).
· SEM: federal (Justiça Estadual), estadual ou municipal (Justiça Estadual).
Obs.: Finalidade das SEM e EP: O regime varia de acordo com a finalidade da empresa estatal. Se for prestador de serviço público, o regime se aproxima mais daqueles das pessoas jurídicas de direito público. Se for exploradora de atividade econômica se aproxima das empresas privadas que estão fora da Administração. 
· Regra da não intervenção: 
Art. 173 CF - Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre. I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública;  IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários;  V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores.
4.4.4. Regime Jurídico das Empresas Estatais
a) Contratos
· Após a Lei das Estatais (art. 68) os contratos firmados pelas estatais com seus fornecedores e prestadores de obras e serviços são contratos de direito privado. Regem-se, portanto, pelos preceitos do direito privado, ao contrário dos contratos administrativos, regidos pelos preceitos de direito público. 
· Licitação:
· (1) Se prestadoras de serviço público, estão submetidas às regras gerais de licitação. 
Art. 37, XXI, CF - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. Art. 1º Lei 8666/93. Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
· (2) Se exploradoras de atividade econômica, poderão ter estatuto próprio, criado por lei específica. 
Art. 173, §1º, III. A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre. III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública.
Até pouco tempo atrás o regime não tinha sido criado, devendo seguir a regra geral (Lei 8666). Até porque a lei 8666 não fazia distinção entre empresas estatais prestadoras de serviço ou exploradoras da atividade econômica. Na prática, no entanto, elas acabavam escapando da licitação, pelas hipóteses de dispensa e inexigibilidade. No entanto essa situação mudou em face do advento da LEI 13.303/2016, denominado ESTATUTO DAS ESTATAIS. Ao final do tópico sobre empresas estatais, você poderá conferir apontamentos sobre o Estatuto das Estatais. 
b) Bens. 
Em regra, são privados e, por isso, penhoráveis e alienáveis. Seguem, no entanto, o regime de bens públicos, quando os bens estiverem diretamente ligados à prestação do serviço, em razão do princípio da continuidade dos serviços públicos. 
#CUIDADO! Os bens das empresasestatais prestadoras de serviço público são penhoráveis? Sim! Só não penhora se estiver ligação direta com a prestação do serviço público. JOSÉ DOS SANTOS discorda e diz que são todos privados. Obs.: ECT tem um tratamento diferenciado. Apesar de ser empresa pública, o STF reconheceu a sua exclusividade na prestação do serviço, o que lhe conferiu o tratamento de Fazenda Pública, sendo, portanto, os seus bens, impenhoráveis, ligados ou não ao serviço público. 
c) Responsabilidade civil. 
· Prestadoras de serviço púbico. Art. 37, §6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa - fala em pessoa de direito privado prestadora de serviço público. Se, portanto, a empresa estatal é prestadora de serviço público, a responsabilidade é objetiva. O ente instituidor (Estado) responde subsidiariamente pelos danos causados pela SEM e EP prestadoras de serviço público, pois o serviço é um dever do Estado. A responsabilidade é objetiva e subsidiária. A responsabilidade do Estado por ato de empresa pública prestadora de serviço público é objetiva? Verdadeiro. São dois parâmetros diferentes, elemento culpa – objetiva – e elemento ordem – subsidiária. 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: Obs.: o STF chegou a dizer que quanto ao não usuário do serviço a responsabilidade seria subjetiva. Esse entendimento não prevaleceu. Hoje se entende que a responsabilidade é objetiva em ambos os casos. STF RE 591874. EMENTA: CONSTITUCIONAL. RESPONSABILIDADE DO ESTADO. ART. 37, § 6º, DA CONSTITUIÇÃO. PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO PRESTADORAS DE SERVIÇO PÚBLICO. CONCESSIONÁRIO OU PERMISSIONÁRIO DO SERVIÇO DE TRANSPORTE COLETIVO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA EM RELAÇÃO A TERCEIROS NÃO-USUÁRIOS DO SERVIÇO. RECURSO DESPROVIDO.
· Exploradoras de atividade econômica. Não estão no art. 37, §6º, devendo aplicar as regras do Direito Civil. Dessa forma, em regra, é subjetiva. A posição doutrinária que prevalece é que sendo atividade econômica o Estado não responde. José dos Santos discorda, afirmando que o Estado sempre tem responsabilidade subsidiária.
d) Regime falimentar. 
Alguns doutrinadores dizem que deve se observar a finalidade das empresas. 
Lei 11.101/05 art. 2º, I - Esta Lei não se aplica a: I – empresa pública e sociedade de economia mista; II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores; 
De acordo com a redação do art. acima, a Lei de Falências não faz diferença com relação à finalidade das empresas, aduzindo que as EP e SEM não estão sujeitas à falência. A exemplo Celso Antônio, que diz que só não se submetem se forem prestadoras de serviço público. O que prevalece é a regra legal, isto é, que independentemente da finalidade, elas não se submetem à falência. Princípio da continuidade dos serviços justificaria no caso das prestadoras de serviço público. Penhora e execução normais.
e) Regime Tributário.
· Serviços públicos. Segundo jurisprudência do STF se for prestadora de serviço com exclusividade, terá imunidade recíproca para impostos (somente). RE 580.264. Se o encargo tributário for repassado ao usuário, as sociedades não terão privilégios. 
· Exploradora da atividade econômica. Vejamos o art. 173, §2º e o art. 150, §3, todos da CF.
Art. 173 §3º - § 2º - As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado – só podem ter privilégios que a iniciativa privada também tenha. 
Art. 150, §3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.
*#OUSESABER: O art. 173 da CF, § 2º, assim dispõe: § 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado. Entretanto, segundo a doutrina majoritária, no que pese não haver menção expressa ou distinção entre as empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividades econômicas e prestadoras de serviços públicos, tal vedação se aplica somente às empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividades econômicas. Vejamos o que diz Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo sobre o tema: “(...) é amplamente majoritário o entendimento de que a vedação alcança somente as empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividades econômicas – e não as prestadoras de serviço públicos.” (Direito Administrativo Descomplicado. 24ª Edição. Pág. 87). Ressalta-se, por fim, que essa concessão de benefício fiscal exclusivo deve obedecer a natural observância dos princípios constitucionais pertinentes.
*DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #IMPORTANTE #PROCURADORIAS #VAICAIR:
 É aplicável o regime dos precatórios às sociedades de economia mista prestadoras de serviço público próprio do Estado e de natureza não concorrencial. STF. Plenário. ADPF 387/PI, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 23/3/2017 (Info 858).
* As empresas públicas e sociedades de economia mista não têm direito à prerrogativa de execução via precatório. STF. 1ª Turma. RE 851711 AgR/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 12/12/2017 (Info 888). Em regra, as empresas estatais estão submetidas ao regime das pessoas jurídicas de direito privado (execução comum). No entanto, é possível sim aplicar o regime de precatórios para empresas públicas e sociedades de economia mista que prestem serviços públicos e que não concorram com a iniciativa privada. Assim, é aplicável o regime dos precatórios às empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviço público próprio do Estado e de natureza não concorrencial. STF. 1ª Turma. RE 627242 AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, Rel. p/ Acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 02/05/2017. STF. Plenário. ADPF 387/PI, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 23/3/2017 (Info 858).
f) Regime de pessoal. 
Obrigatoriamente celetista. Regime trabalhista. Há empregado (não falar em empregado público). São chamados de servidores de entes governamentais de direito privado. Não estão incluídos como servidores públicos. No entanto, em algumas situações eles são equiparados aos servidores públicos: (1) exigência de concurso público (2) regime de não acumulação de cargos (3) sujeição ao teto quando receber repasse da Adm. Direta para o seu custeio (despesas correntes) (4) sujeitos à lei 8429/92 - improbidade administrativa (5) para a lei penal. Entram no conceito de funcionário público (art. 327 CP) (6) Remédios constitucionais. Estão sujeitos ao MS, Ação Popular, etc. Obs.: Segundo a lei 12016, há a necessidade de prestação do serviço público. Dessa forma, se o dirigente trabalha numa empresa estatal que seja exploradora de atividade econômica, não cabe MS. 
Diferenças: (1) Dispensa. Aplica-se aos empregados a súmula 390 do TST - 
#SELIGANASÚMULA: Súmula 390. Estabilidade. Art. 41 da CF/1988. Celetista. Administração direta, autárquica ou fundacional. Aplicabilidade. Empregado de empresa pública e sociedade de economia mista. Inaplicável. (Conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 229 e 265 da SDI-1 e da Orientação Jurisprudencial nº 22 da SDI-2 - Res. 129/2005, DJ 20.04.2005) I - O servidor público celetista da administração direta, autárquica ou fundacional é beneficiário da estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988. (ex-OJ nº 265 da SDI-1 - Inserida em 27.09.2002 e ex-OJ nº 22 da SDI-2 - Inserida em 20.09.00) II - Ao empregado

Outros materiais