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AGRESSIVIDADE NO TEA-o q fazer-1-1-1

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AGRESSIVIDADE NO TEA: O QUE FAZER? 
 
Uma das maiores preocupações das famílias que têm um autista em casa é a 
agressividade que pode surgir em determinadas situações. É importante saber 
que algumas atitudes devem ser encaradas com total tranquilidade e jamais 
corrigidas com vozes alteradas. No entanto, é preciso buscar um 
acompanhamento adequado e saber algumas metodologias que ajudarão 
muito. Antes, porém, é importante saber que nem todo autista é agressivo . 
O que causa incômodo em crianças com TEA? 
Geralmente, crianças com autismo costumam ter atitudes agressivas quando 
contrariadas. Isso ocorre porque o autismo é um transtorno que leva a intensos 
e excessivos déficits na comunicação e interação sociais. Além disso, as 
crianças tendem a ter comportamentos repetitivos e restritos, o que causa 
incômodo quando precisam mudar o comportamento devido ao contexto em 
que estão inseridas. Por conta disso, a criança tem dificuldade de flexibilizar 
seus interesses. 
Sendo assim, quando a criança está em um lugar em que os interesses dela 
não condizem com o padrão de suas preferências, ela pode demonstrar 
irritabilidade, o que causa a impaciência e a consequente agressividade. 
Muitas crianças com autismo, por não entenderem determinados símbolos 
sociais (comunicação e gestos), não sabem interagir de forma que a situação 
pede. Isso porque ela não encontra uma maneira cabível de se expressar. 
Então a reação agressiva é, muitas vezes, uma forma dela se comunicar sobre 
alguma contrariedade. 
Hipersensibilidade: um motivo para a irritação 
As hipersensibilidades também são fatores que impulsionam a agressividade: 
autistas que não toleram sensação de aperto, frio ou calor; que não gostam de 
barulho, determinados gostos, texturas. No caso da comida, por exemplo, 
quando a criança não gosta de uma comida, a reação dela é jogar o prato no 
chão ou em direção à parede, já que ela não sabe como se expressar em tal 
situação. 
Como lidar com a agressividade no TEA? 
O paciente com Transtorno do Espectro Autista deve ser conduzido de forma 
interdisciplinar, com o uso de medicamentos específicos e, claro, com 
acompanhamento profissional. A metodologia usada deve acompanhar 
também a necessidade da criança. 
Ambiente adequado 
O ambiente é outra coisa que deve ser levada em conta para evitar 
a agressividade da criança . Para começar, ele deve ser confortável, pois 
nada melhor que dar à criança condições de ficar sempre tranquila. 
Utilize objetos que tranquilize a criança 
Quando a criança demonstra irritabilidade, uma ótima maneira de amenizar a 
impulsividade dela é utilizar objetos que diminuam o comportamento da 
criança: algum jogo, equipamento, brinquedo, etc. 
O que fazer em caso de crises e autoagressão? 
A agressividade da criança autista pode ser voltada para alguém, uma parede, 
um objeto ou até mesmo a autoagressão, como socos e tapas contra ela 
mesma. A melhor maneira é abraçar o pequeno e apresentar algo que o 
tranquilize. 
Metodologia ABA 
O uso da metodologia ABA (Applied Behavior Analysis – análise do 
comportamento aplicada) também é interessante. Ela consiste em usar a 
observação de comportamentos verbais e os não verbais, tanto em casa 
quanto na escola ou então junto do terapeuta. Vale dizer que a metodologia 
estuda o papel que o ambiente desempenha na vida da criança. 
Mudanças 
Todo tipo de mudança na vida da criança deve ser de forma gradual. Por 
exemplo, caso vocês precisem mudar o mobiliário do quarto do pequeno, a 
dica é fazê-lo em fases, uma vez que a criança gosta do que está ali e da 
forma que está. 
Atenção: agressividade é birra? 
Não se deve usar o termo birra para crianças autistas. A criança com TEA nem 
sempre sabe se comunicar adequadamente, então a reação agressiva se dá 
pelo fato dele não entender os símbolos sociais. Birra é para criança que não 
tem autismo. São coisas bem diferentes. 
Autista adulto 
Vale lembrar que as metodologias faladas aqui podem ser usadas em um 
autista adulto, mas lembrando sempre que é preciso analisar o caso dele com 
mais profundidade, uma vez que a idade do paciente é um fator que pode dar a 
ele um comportamento já estabelecido. É importante sempre falar que o 
diagnóstico precoce é fundamental, sobretudo na fase da infância. No entanto, 
o tratamento com especialistas é sempre a melhor saída para qualquer idade. 
 
 
Terapia ABA - Agressividade e 
autismo: O que devo fazer? 
20/05/2014 
Agressividade em crianças do espectro é algo comum. Como eles tem dificuldade em se 
comunicar, utilizam a agressão como uma forma de linguagem. Normalmente essa forma de 
comunicação acontece em dois momentos: (1) quando eles querem algo como brinquedos, 
comidas, afeto, atenção, etc, e (2) quando eles querem fugir de alguma tarefa ou situação. 
Apesar de essas serem as situações mais comuns, também é possível identificar 
comportamentos agressivos em outros momentos: algumas crianças expressam sua 
felicidade através da mordida, por exemplo. 
 
A primeira coisa que deve ser feita para lidar com a agressividade de crianças do espectro é 
dificultar o sucesso do comportamento agressivo do seu filho/ aluno. Sendo assim, nos 
primeiros sinais de que você vai receber um tapa ou uma mordida, segure ele ou se afaste. 
Depois que ele morder/ bater será mais difícil controlar as consequências do 
comportamento agressivo dele. 
 
Normalmente, o que deve ser feito quando a criança demonstrar os primeiros sinais de 
agressividade é solicitar comportamentos alternativos de pedido para substituir a tentativa 
de mordida ou tapa. Por exemplo, quando a criança tentar te morder, e ela for vocal, peça 
para ela dizer o que ela quer vocalmente (peça para ela repetir palavra por palavra o que 
você falar). Se ela não for verbal, peça para ela olhar no seu olho, para ela sentar, apontar o 
que quer. Quando ela tentar morder expressando felicidade, dê dicas físicas de como 
deveria se comportar, faça a criança bater palmas, por exemplo. É importante que outro 
comportamento possa ser ensinado. 
 
Quando seu filho/ aluno conseguir bater, morder, arranhar, você deve evitar fazer contato 
visual com ele. Apesar de crianças do espectro evitarem o contato visual, paradoxalmente 
nessas horas eles tendem a te olhar. Não ter o seu contato visual seria um primeiro sinal 
para a criança de que ela não foi bem sucedida. Se a criança quiser um brinquedo não dê. Se 
ela quiser que você se afaste, continue perto. Depois que o comportamento agressivo for 
bem sucedido o melhor é garantir que a criança não consiga o que ela quer. No entanto, essa 
é uma dica geral que pode não ser adequada em alguns casos. Por exemplo, se seu filho/ 
aluno for adulto e muito agressivo, enquanto ele não conseguir o que quer ele pode quebrar 
a casa toda. Nesse caso, tente substituir os primeiros sinais de agressividade por pedidos 
mais adequados já descritos acima. Se você não puder atender o pedido dele, tente propor 
uma outra coisa que ele goste antes que o comportamento agressivo cresça. 
 
Na prática clínica, já levei mordidas, puxões de cabelo, beliscões na bochecha, tapa na cara, 
arranhões, cabeçadas, etc. Apesar de tentar ser indiferente aos comportamentos deles, 
muitas vezes, sentimentos como tristeza e frustração são inevitáveis. Imagino que esse seja 
também o sentimento dos pais quando isso acontece, e por isso, esse seja um dos 
comportamentos mais difíceis de serem trabalhados. Mesmo assim, é importante não 
desanimar e insistir no ensino de comportamentos mais adequados na comunicação dessas 
crianças. 
 
 
Como Reduzir um Comportamento 
Agressivo em Crianças com Autismo 
 
Muitas crianças autistas não são agressivas, mas tantas outras têm colapsos e 
fazem birras incríveis quando são expostas a circunstâncias complicadas ou 
não conseguem o que querem. Elas não reagem desse jeito “só para dar 
trabalho”, mas porque não sabem como reagir. Com algumas técnicas simples, 
você conseguirá reduzir essas crises e melhorar o autocontroleda criança 
autista. 
Método 1 
Lidando com as crises 
1 
Pense na causa do colapso. Um colapso acontece quando a criança autista 
não consegue mais lidar com algum fator estressante que tem sido contido de 
alguma forma, gerando uma crise de birra. O colapso costuma ser causado por 
frustrações também. Crianças autistas não fazem birra de propósito, mas 
porque algo as estressa. Essa é uma forma de expressarem que não 
conseguem lidar com a situação, estímulo ou alteração na rotina. Elas têm um 
ataque como recurso de comunicação, especialmente quando todas as outras 
tentativas não deram certo. 
• A birra tem muitas faces. Ela pode ocorrer em forma de gritos, choros, a 
criança pode cobrir as orelhas com as mãos, se machucar propositalmente ou 
agressão. 
 
2 
Tente fazer a vida doméstica da criança mais confor tável. Já que as birras 
são causadas pelo acúmulo do estresse, criar um ambiente harmonioso e 
amigável pode minimizar tais fatores na vida dela. 
• Desenvolva uma rotina para a criança sentir estabilidade. Fazer uma agenda 
com imagens pode ajudar a criança a visualizar e entender a rotina.[1] 
• Caso as mudanças sejam necessárias, prepare a criança para o que 
acontecerá com imagens e histórias sociais. Explique por que essas mudanças 
são necessárias, isso a ajudará a a entender o que está acontecendo e o que 
esperar. Assim, ela ficará mais calma quando as alterações ocorrerem. 
• Permita que a criança se retire das situações estressantes quando for 
necessário. 
 
3 
Ensine-a técnicas para lidar com o estresse. Algumas crianças autistas 
simplesmente não sabem como lidar com suas emoções e podem precisar de 
uma mãozinha extra. Parabenize-a quando ela mostrar que está usando as 
técnicas corretamente. 
• Crie alternativas para determinados fatores estressantes (som muito alto, 
lugares muito cheios, etc.). 
• Ensine técnicas para se acalmar: respirar fundo, contar, se afastar, etc. 
• Desenvolva um método para a criança conseguir comunicar que algo a está 
incomodando. 
 
4 
Perceba quando a criança está estressada e dê impor tância aos 
sentimentos dela. Saber que as necessidades dela são normais e importantes 
como as de qualquer um é importante para ela se expressar adequadamente. 
• "Seu rosto está todo tenso. O barulho está incomodando você? Posso falar 
para suas irmãs brincarem lá fora." 
• "Você parece irritado hoje. Quer me contar o que está lhe aborrecendo?” 
 
5 
Demonstre bons exemplos de comportamento. A criança vê quando você 
está estressado e aprende a imitar o seu jeito de lidar com as coisas. Manter a 
calma, expressar seus sentimentos com clareza e tirar um momento para se 
acalmar ensinarão a criança a fazer o mesmo. 
• Tente verbalizar suas decisões: “Estou aborrecido, vou parar um pouco e 
respirar fundo algumas vezes, depois eu volto”. 
• Depois que você repetir um comportamento algumas vezes, a criança 
provavelmente tentará fazer o mesmo por conta própria. 
 
6 
Crie um ambiente calmo para a criança. É importante reconhecer que ela 
pode ter dificuldades em processar e absorver muitos estímulos visuais, sons, 
odores e texturas. Todos esses fatores podem ser estressantes e 
sobrecarregá-la, gerando crises de birra. Sendo assim, um ambiente tranquilo 
pode ajudá-la a se acalmar.[2] 
• Ensine a criança a expressar que quer ir para o quarto da calma. Pode ser 
apontando para o cômodo, mostrando uma imagem que represente quarto, 
linguagem de sinais e pedir verbalmente. 
 
7 
Faça um registro dos colapsos. Anotar cada vez que a criança tem um 
ataque pode ajudar a entender as razões para o comportamento dela. Tente 
responder as seguintes perguntas quando escrever sobre a próxima 
ocorrência: 
• O que a chateou?(Talvez ela esteja segurando o estresse há horas). 
• Quais sinais de estresse ela demonstra? 
• Quando/Se você percebeu que ela estava aborrecida, o que fez? Deu certo? 
• Como você poderia prevenir um colapso futuro? 
 
8 
Converse com a criança sobre agressões e mau compor tamento. Lembre-
se, autismo não é uma desculpa para a criança ser agressiva e maldosa. Caso 
ele exiba esse comporamento, converse com a criança assim que ela se 
acalmar. Explique qual atitude específica é inaceitável e ofereça uma 
alternativa. 
• "Não foi legal bater no seu irmão. Eu entendo que você esteja bravo, mas bater 
nas pessoas machuca e não é legal fazer isso. Quando estiver irritado, respire 
fundo por um tempo e conte para mim o que aconteceu. Você não pode sair 
batendo nas pessoas." 
 
9 
Ligue para alguém responsável pela criança além de você durante uma 
crise. Existem casos em que pessoas autistas foram traumatizadas ou 
assassinadas pela polícia.[3][4] Caso a situação seja urgente, peça ajuda de 
outro responsável. 
• Ligue para a polícia em casos extremos ou situações potencialmente perigosas 
para a saúde. Eles podem ser violentos com a criança, o que pode 
desencadear o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e piorar a 
situação.[5][6][7] 
Método 2 
Lidando com as birras 
1. 
1 
Reflita sobre como suas ações afetam as birras. Com a birra, a criança 
espera conseguir o que quer e ela aprenderá exatamente isso se você ceder 
(por exemplo, dando o sorvete que ela pediu fazendo a birra, ou permitindo que 
ela vá dormir mais tarde). 
2. 
2 
Resolva o problema comportamental cedo. É mais fácil lidar com as birras 
se o austista em questão é uma criança. Por exemplo, um menino de seis anos 
se jogando no chão é muito mais simples de lidar do que um de 16 anos. Além 
disso, menores são as chances de a criança se ferir, ou aos outros.[8] 
3. 
3 
Ignore a birra. Melhor do que gritar, xingar e se descontrolar é ignorar 
ostensivamente. Isso ensinará a criança que este não é um bom método para 
conseguir atenção. É útil falar com todas as letras que isso é ineficaz, algo 
como “Não consigo entender o que há de errado com você gritando deste jeito. 
Mas se quiser se acalmar e me explicar o que está acontecendo, sou todo 
ouvidos." 
4. 
4 
Intervenha se a criança estiver fazendo algo perigo so ou sendo 
maldosa. Sempre interfira se ela começar a arremessar objetos, pegar 
pertences dos outros ou bater. Diga para ela parar e explique que esse 
comportamento está errado e é inaceitável. 
5. 
5 
Ofereça a alternativa do bom comportamento. Diga para a criança que ela 
pode escolher agir de um jeito melhor para conseguir o que quer. Explicar isso 
a ajudará a entender que existem meios mais simples de se conseguir o que 
quer (como escutar e ceder). 
• Por exemplo, você pode dizer “Se quer ajuda, respire fundo e diga o que há de 
errado. Estou aqui para você”. 
Método 3 
Usando a sigla “ACC” 
1. 
1 
Antecipe o problema. Registre (de preferência em um diário físico) quando as 
crises acontecem; antes de sair de casa, antes do banho, na hora de dormir, 
etc. Escreva o ACC - antecedentes, comportamento e consequências – do 
problema. Com isso você conseguirá prever a atitude da criança e o que pode 
fazer para prevenir e resolver o problema quando acontecer.[9] 
• Antecedentes : Quais os fatores que desencadearam a crise (dia, horário, lugar 
e acontecimento)? Como esses fatores influenciam o problema? A atividade 
que estavam fazendo era irritante ou dolorosa? 
• Comportamento : quais atitudes a criança tomou? Como ela reagiu à ação? 
• Consequências : quais foram os resultados da reação da criança? O que você 
fez? O que aconteceu com ela? 
 
2 
Use o diário do ACC para identificar possíveis gati lhos para as crises. Use 
esse conhecimento para ensinar a relação de ação e reação apropriadas para 
a criança. Ensine que, quando ela se irritar com alguém porque quebraram seu 
brinquedo, é um momento para se pedir ajuda, não se aborrecer.[10] 
 
3 
Discuta o diário ACC com um terapeuta. Depois de coletar essas 
informações, é uma boa ideia compartilhá-las com um terapeuta, para ter um 
bom exemplo do comportamentoda criança em situações específicas. 
Método 4 
Ajudando a criança a se comunicar 
1. 
1 
Ajude a criança a expressar suas necessidades básic as. Quando ela 
souber verbalizar o que a está incomodando, é menos provável que acumule 
estresse, ou precise apelar para o mau comportamento.[11] A criança precisa 
conseguir reconhecer e expressar as seguintes necessidades: 
• "Estou com fome." 
• "Estou cansado." 
• "Eu quero ficar sozinho." 
• "Isso dói." 
 
2 
Ensine a criança a identificar as próprias emoções. Muitas crianças autistas 
têm problemas para compreender o que sentem e é importante que elas 
aprendam a apontar para imagens ou reconhecer sintomas físicos que vêm 
com os sentimentos. Explique que falar como se sente para as pessoas (por 
exemplo, “O supermercado me dá medo”) permite que elas possam ajudar a 
resolver o problema, como “Você pode ficar lá fora com sua irmã enquanto eu 
termino as compras”. 
• Deixe claro que, se ela souber se comunicar, você conseguirá entender. Isso 
elimina a necessidade da birra. 
 
3 
Permaneça calmo e consistente. Crianças que fazem birra precisam que a 
figura materna/paterna seja calma e estável, além de ter que consistir com o 
comportamento de todos os envolvidos nos cuidados dela. Não tem como 
ensinar autocontrole para uma criança se você não tiver autocontrole antes.[12] 
 
4 
Saiba que a criança quer se comportar bem. Isso chama “capacidade 
presumida” e ajuda muito a melhorar as habilidades sociais de pessoas 
autistas. Com isso, é muito mais fácil que eles se abram, pois se sentem 
respeitados. 
 
5 
Tente modelos de comunicação alternativa. Uma criança autista que ainda 
não está pronta para falar requer outros métodos de comunicação. Tente 
linguagem de sinais, digitação, uso de imagens alternadas, ou qualquer coisa 
que um terapeuta recomendaria. 
Método 5 
Tentando outras estratégias 
1. 
1 
Saiba que suas atitudes podem influenciar as crises de birra. Por exemplo, 
se você continuar fazendo algo que a aborrece (como expô-la a estímulos 
sensoriais dolorosos, ou forçando algo que ela não quer) ela pode explodir. A 
criança faz birra quando percebe que é o único jeito de fazer os pais darem 
bola para o que ela quer, pensa e sente.[13] 
2. 
2 
Trate a criança com respeito. Forçá-la a fazer coisas com as quais ela não se 
sente confortável, ou restringi-la mental ou fisicamente pode ser danoso. 
Respeite a autonomia de seu filho. 
• É claro que há momentos em que não se pode ceder, porém, diga o motivo 
para a criança: “Você precisa sentar no seu assento no carro porque ele o 
protegerá caso um acidente aconteça”. 
• Se algo o incomoda, descubra o que é e tente resolver o problema. “O assento 
é desconfortável? Que tal colocarmos uma almofada nele?” 
 
3 
Use medicamentos. Remédios como inibidores seletivos de recaptação de 
serotonina,[14] (ISRS), antipsicóticos[15] e estabilizadores de humor podem ser 
parcialmente úteis para ajudar crianças birrentas. No entanto, como em 
qualquer caso que envolva remédios, existem efeitos colaterais. Esta não é 
uma decisão que deva ser tomada irrefletidamente. Tenha tempo para pensar a 
respeito e consulte um médico sobre a real necessidade de utilizar remédios.[16] 
• Há dados que comprovam que a Risperidona tem bons resultados no 
tratamento em curto prazo de comportamentos agressivos e automutilação em 
crianças autistas. Converse com um médico ou terapeuta sobre os prós e 
contras em adotá-lo como tratamento. 
 
4 
Procure a ajuda de um terapeuta. Ele poderá melhorar as habilidades de 
comunicação da criança. Busque um que trabalhe com crianças autistas. Seu 
médico, ou os muitos centros de apoio à criança autista certamente têm 
recomendações.[17] 
 
5 
Facilite os passos da criança. Por exemplo, se ela não gosta de se vestir, 
quebre o processo em passos básicos e faça um por um. Isso o ajudará a 
entender quais são algumas das dificuldades que seu filho sente em relação a 
determinadas atividades. Assim, sem nem mesmo falar, a criança demonstrará 
um problema que a incomoda.[18] 
 
6 
Use histórias sociais, livros com imagens e a hora de brincar para ensinar 
sobre bom comportamento. A biblioteca está cheia de livros que ensinam 
diferentes habilidades para as crianças. Além disso, você também pode usar a 
hora da brincadeira para ensiná-la a se comportar. 
• Por exemplo, se uma das bonecas está brava, você pode fazer com que ela 
saia do círculo de bonecas por um momento, para respirar fundo e se acalmar. 
A criança aprenderá que isso é o que as pessoas fazem quando se aborrecem. 
 
7 
Desenvolva um sistema de recompensas. Trabalhe com um especialista 
para adotar um sistema onde a criança seja recompensada por manter a 
calma. Os prêmios podem variar de elogios (“Você se comportou tão bem no 
supermercado, estou tão orgulhoso!”) a estrelinhas douradas na agenda e 
presentinhos. Ajude-a a sentir orgulho de suas conquistas.[19] 
 
8 
Dê muito amor e atenção para seu filho. Se vocês tiverem um laço forte, ele 
aprenderá a vir até você quando precisar de ajuda e apoio e dará ouvidos a 
tudo que disser. 
Dicas 
• Seja paciente. Sua paciência pode se esgotar várias vezes, mas é importante 
parecer calmo e controlado para que a criança também permaneça calma. 
• Lembre-se de que pessoas autistas não gostam de ter colapsos. Depois de um 
episódio, a criança provavelmente sente vergonha e culpa por ter perdido o 
controle. Seja compreensivo.[20] 
• Inclua a criança quando estiverem desenvolvendo as estratégias. Isso a 
ajudará a sentir que faz parte e que tem controle no tratamento que recebe. 
• Às vezes as crises são desencadeadas por uma sobrecarga sensorial, que é 
quando um autista recebe uma quantidade muito grande de estímulos. Isso 
pode ser tratado com terapia de integração. Ela diminui a sensibilidade e 
permite que o autista lide melhor com isso 
• 
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Como Reduzir um Comportamento 
Agressivo em Crianças com Autismo 
5 Métodos: Lidando com as crisesLidando com as 
birrasUsando a sigla “ACC”Ajudando a criança a se 
comunicarTentando outras estratégias 
Muitas crianças autistas não são agressivas, mas tantas outras têm colapsos e 
fazem birras incríveis quando são expostas a circunstâncias complicadas ou 
não conseguem o que querem. Elas não reagem desse jeito “só para dar 
trabalho”, mas porque não sabem como reagir. Com algumas técnicas simples, 
você conseguirá reduzir essas crises e melhorar o autocontrole da criança 
autista. 
Método 1 
Lidando com as crises 
1. 
1 
Pense na causa do colapso. Um colapso acontece quando a criança autista 
não consegue mais lidar com algum fator estressante que tem sido contido de 
alguma forma, gerando uma crise de birra. O colapso costuma ser causado por 
frustrações também. Crianças autistas não fazem birra de propósito, mas 
porque algo as estressa. Essa é uma forma de expressarem que não 
conseguem lidar com a situação, estímulo ou alteração na rotina. Elas têm um 
ataque como recurso de comunicação, especialmente quando todas as outras 
tentativas não deram certo. 
• A birra tem muitas faces. Ela pode ocorrer em forma de gritos, choros, a 
criança pode cobrir as orelhas com as mãos, se machucar propositalmente ou 
agressão. 
 
2 
Tente fazer a vida doméstica da criança mais confor tável. Já que as birras 
são causadas pelo acúmulo do estresse, criar um ambiente harmonioso e 
amigável pode minimizar tais fatores na vida dela. 
• Desenvolva uma rotina para a criança sentir estabilidade. Fazer uma agenda 
com imagens pode ajudar a criança a visualizar e entender a rotina.[1] 
• Caso as mudanças sejam necessárias, prepare a criança para o que 
acontecerá com imagens e histórias sociais. Explique por que essas mudanças 
são necessárias, isso a ajudará a a entender o que está acontecendo e o que 
esperar. Assim, ela ficará mais calma quando as alterações ocorrerem. 
• Permitaque a criança se retire das situações estressantes quando for 
necessário. 
 
3 
Ensine-a técnicas para lidar com o estresse. Algumas crianças autistas 
simplesmente não sabem como lidar com suas emoções e podem precisar de 
uma mãozinha extra. Parabenize-a quando ela mostrar que está usando as 
técnicas corretamente. 
• Crie alternativas para determinados fatores estressantes (som muito alto, 
lugares muito cheios, etc.). 
• Ensine técnicas para se acalmar: respirar fundo, contar, se afastar, etc. 
• Desenvolva um método para a criança conseguir comunicar que algo a está 
incomodando. 
 
4 
Perceba quando a criança está estressada e dê impor tância aos 
sentimentos dela. Saber que as necessidades dela são normais e importantes 
como as de qualquer um é importante para ela se expressar adequadamente. 
• "Seu rosto está todo tenso. O barulho está incomodando você? Posso falar 
para suas irmãs brincarem lá fora." 
• "Você parece irritado hoje. Quer me contar o que está lhe aborrecendo?” 
 
5 
Demonstre bons exemplos de comportamento. A criança vê quando você 
está estressado e aprende a imitar o seu jeito de lidar com as coisas. Manter a 
calma, expressar seus sentimentos com clareza e tirar um momento para se 
acalmar ensinarão a criança a fazer o mesmo. 
• Tente verbalizar suas decisões: “Estou aborrecido, vou parar um pouco e 
respirar fundo algumas vezes, depois eu volto”. 
• Depois que você repetir um comportamento algumas vezes, a criança 
provavelmente tentará fazer o mesmo por conta própria. 
 
6 
Crie um ambiente calmo para a criança. É importante reconhecer que ela 
pode ter dificuldades em processar e absorver muitos estímulos visuais, sons, 
odores e texturas. Todos esses fatores podem ser estressantes e 
sobrecarregá-la, gerando crises de birra. Sendo assim, um ambiente tranquilo 
pode ajudá-la a se acalmar.[2] 
• Ensine a criança a expressar que quer ir para o quarto da calma. Pode ser 
apontando para o cômodo, mostrando uma imagem que represente quarto, 
linguagem de sinais e pedir verbalmente. 
 
7 
Faça um registro dos colapsos. Anotar cada vez que a criança tem um 
ataque pode ajudar a entender as razões para o comportamento dela. Tente 
responder as seguintes perguntas quando escrever sobre a próxima 
ocorrência: 
• O que a chateou?(Talvez ela esteja segurando o estresse há horas). 
• Quais sinais de estresse ela demonstra? 
• Quando/Se você percebeu que ela estava aborrecida, o que fez? Deu certo? 
• Como você poderia prevenir um colapso futuro? 
 
8 
Converse com a criança sobre agressões e mau compor tamento. Lembre-
se, autismo não é uma desculpa para a criança ser agressiva e maldosa. Caso 
ele exiba esse comporamento, converse com a criança assim que ela se 
acalmar. Explique qual atitude específica é inaceitável e ofereça uma 
alternativa. 
• "Não foi legal bater no seu irmão. Eu entendo que você esteja bravo, mas bater 
nas pessoas machuca e não é legal fazer isso. Quando estiver irritado, respire 
fundo por um tempo e conte para mim o que aconteceu. Você não pode sair 
batendo nas pessoas." 
 
9 
Ligue para alguém responsável pela criança além de você durante uma 
crise. Existem casos em que pessoas autistas foram traumatizadas ou 
assassinadas pela polícia.[3][4] Caso a situação seja urgente, peça ajuda de 
outro responsável. 
• Ligue para a polícia em casos extremos ou situações potencialmente perigosas 
para a saúde. Eles podem ser violentos com a criança, o que pode 
desencadear o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e piorar a 
situação.[5][6][7] 
Método 2 
Lidando com as birras 
1. 
1 
Reflita sobre como suas ações afetam as birras. Com a birra, a criança 
espera conseguir o que quer e ela aprenderá exatamente isso se você ceder 
(por exemplo, dando o sorvete que ela pediu fazendo a birra, ou permitindo que 
ela vá dormir mais tarde). 
2. 
2 
Resolva o problema comportamental cedo. É mais fácil lidar com as birras 
se o austista em questão é uma criança. Por exemplo, um menino de seis anos 
se jogando no chão é muito mais simples de lidar do que um de 16 anos. Além 
disso, menores são as chances de a criança se ferir, ou aos outros.[8] 
3. 
3 
Ignore a birra. Melhor do que gritar, xingar e se descontrolar é ignorar 
ostensivamente. Isso ensinará a criança que este não é um bom método para 
conseguir atenção. É útil falar com todas as letras que isso é ineficaz, algo 
como “Não consigo entender o que há de errado com você gritando deste jeito. 
Mas se quiser se acalmar e me explicar o que está acontecendo, sou todo 
ouvidos." 
4. 
4 
Intervenha se a criança estiver fazendo algo perigo so ou sendo 
maldosa. Sempre interfira se ela começar a arremessar objetos, pegar 
pertences dos outros ou bater. Diga para ela parar e explique que esse 
comportamento está errado e é inaceitável. 
5. 
5 
Ofereça a alternativa do bom comportamento. Diga para a criança que ela 
pode escolher agir de um jeito melhor para conseguir o que quer. Explicar isso 
a ajudará a entender que existem meios mais simples de se conseguir o que 
quer (como escutar e ceder). 
• Por exemplo, você pode dizer “Se quer ajuda, respire fundo e diga o que há de 
errado. Estou aqui para você”. 
Método 3 
Usando a sigla “ACC” 
1. 
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Antecipe o problema. Registre (de preferência em um diário físico) quando as 
crises acontecem; antes de sair de casa, antes do banho, na hora de dormir, 
etc. Escreva o ACC - antecedentes, comportamento e consequências – do 
problema. Com isso você conseguirá prever a atitude da criança e o que pode 
fazer para prevenir e resolver o problema quando acontecer.[9] 
• Antecedentes : Quais os fatores que desencadearam a crise (dia, horário, lugar 
e acontecimento)? Como esses fatores influenciam o problema? A atividade 
que estavam fazendo era irritante ou dolorosa? 
• Comportamento : quais atitudes a criança tomou? Como ela reagiu à ação? 
• Consequências : quais foram os resultados da reação da criança? O que você 
fez? O que aconteceu com ela? 
 
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Use o diário do ACC para identificar possíveis gati lhos para as crises. Use 
esse conhecimento para ensinar a relação de ação e reação apropriadas para 
a criança. Ensine que, quando ela se irritar com alguém porque quebraram seu 
brinquedo, é um momento para se pedir ajuda, não se aborrecer.[10] 
 
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Discuta o diário ACC com um terapeuta. Depois de coletar essas 
informações, é uma boa ideia compartilhá-las com um terapeuta, para ter um 
bom exemplo do comportamento da criança em situações específicas. 
Método 4 
Ajudando a criança a se comunicar 
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Ajude a criança a expressar suas necessidades básic as. Quando ela 
souber verbalizar o que a está incomodando, é menos provável que acumule 
estresse, ou precise apelar para o mau comportamento.[11] A criança precisa 
conseguir reconhecer e expressar as seguintes necessidades: 
• "Estou com fome." 
• "Estou cansado." 
• "Eu quero ficar sozinho." 
• "Isso dói." 
 
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Ensine a criança a identificar as próprias emoções. Muitas crianças autistas 
têm problemas para compreender o que sentem e é importante que elas 
aprendam a apontar para imagens ou reconhecer sintomas físicos que vêm 
com os sentimentos. Explique que falar como se sente para as pessoas (por 
exemplo, “O supermercado me dá medo”) permite que elas possam ajudar a 
resolver o problema, como “Você pode ficar lá fora com sua irmã enquanto eu 
termino as compras”. 
• Deixe claro que, se ela souber se comunicar, você conseguirá entender. Isso 
elimina a necessidade da birra. 
 
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Permaneça calmo e consistente. Crianças que fazem birra precisam que a 
figura materna/paterna seja calma e estável, além de ter que consistir com o 
comportamento de todos os envolvidos nos cuidados dela. Não tem como 
ensinar autocontrole para uma criança se você não tiver autocontrole antes.[12] 
 
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Saiba que a criança quer se comportar bem. Isso chama “capacidadepresumida” e ajuda muito a melhorar as habilidades sociais de pessoas 
autistas. Com isso, é muito mais fácil que eles se abram, pois se sentem 
respeitados. 
 
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Tente modelos de comunicação alternativa. Uma criança autista que ainda 
não está pronta para falar requer outros métodos de comunicação. Tente 
linguagem de sinais, digitação, uso de imagens alternadas, ou qualquer coisa 
que um terapeuta recomendaria. 
Método 5 
Tentando outras estratégias 
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Saiba que suas atitudes podem influenciar as crises de birra. Por exemplo, 
se você continuar fazendo algo que a aborrece (como expô-la a estímulos 
sensoriais dolorosos, ou forçando algo que ela não quer) ela pode explodir. A 
criança faz birra quando percebe que é o único jeito de fazer os pais darem 
bola para o que ela quer, pensa e sente.[13] 
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Trate a criança com respeito. Forçá-la a fazer coisas com as quais ela não se 
sente confortável, ou restringi-la mental ou fisicamente pode ser danoso. 
Respeite a autonomia de seu filho. 
• É claro que há momentos em que não se pode ceder, porém, diga o motivo 
para a criança: “Você precisa sentar no seu assento no carro porque ele o 
protegerá caso um acidente aconteça”. 
• Se algo o incomoda, descubra o que é e tente resolver o problema. “O assento 
é desconfortável? Que tal colocarmos uma almofada nele?” 
 
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Use medicamentos. Remédios como inibidores seletivos de recaptação de 
serotonina,[14] (ISRS), antipsicóticos[15] e estabilizadores de humor podem ser 
parcialmente úteis para ajudar crianças birrentas. No entanto, como em 
qualquer caso que envolva remédios, existem efeitos colaterais. Esta não é 
uma decisão que deva ser tomada irrefletidamente. Tenha tempo para pensar a 
respeito e consulte um médico sobre a real necessidade de utilizar remédios.[16] 
• Há dados que comprovam que a Risperidona tem bons resultados no 
tratamento em curto prazo de comportamentos agressivos e automutilação em 
crianças autistas. Converse com um médico ou terapeuta sobre os prós e 
contras em adotá-lo como tratamento. 
 
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Procure a ajuda de um terapeuta. Ele poderá melhorar as habilidades de 
comunicação da criança. Busque um que trabalhe com crianças autistas. Seu 
médico, ou os muitos centros de apoio à criança autista certamente têm 
recomendações.[17] 
 
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Facilite os passos da criança. Por exemplo, se ela não gosta de se vestir, 
quebre o processo em passos básicos e faça um por um. Isso o ajudará a 
entender quais são algumas das dificuldades que seu filho sente em relação a 
determinadas atividades. Assim, sem nem mesmo falar, a criança demonstrará 
um problema que a incomoda.[18] 
 
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Use histórias sociais, livros com imagens e a hora de brincar para ensinar 
sobre bom comportamento. A biblioteca está cheia de livros que ensinam 
diferentes habilidades para as crianças. Além disso, você também pode usar a 
hora da brincadeira para ensiná-la a se comportar. 
• Por exemplo, se uma das bonecas está brava, você pode fazer com que ela 
saia do círculo de bonecas por um momento, para respirar fundo e se acalmar. 
A criança aprenderá que isso é o que as pessoas fazem quando se aborrecem. 
 
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Desenvolva um sistema de recompensas. Trabalhe com um especialista 
para adotar um sistema onde a criança seja recompensada por manter a 
calma. Os prêmios podem variar de elogios (“Você se comportou tão bem no 
supermercado, estou tão orgulhoso!”) a estrelinhas douradas na agenda e 
presentinhos. Ajude-a a sentir orgulho de suas conquistas.[19] 
 
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Dê muito amor e atenção para seu filho. Se vocês tiverem um laço forte, ele 
aprenderá a vir até você quando precisar de ajuda e apoio e dará ouvidos a 
tudo que disser. 
Dicas 
• Seja paciente. Sua paciência pode se esgotar várias vezes, mas é importante 
parecer calmo e controlado para que a criança também permaneça calma. 
• Lembre-se de que pessoas autistas não gostam de ter colapsos. Depois de um 
episódio, a criança provavelmente sente vergonha e culpa por ter perdido o 
controle. Seja compreensivo.[20] 
• Inclua a criança quando estiverem desenvolvendo as estratégias. Isso a 
ajudará a sentir que faz parte e que tem controle no tratamento que recebe. 
• Às vezes as crises são desencadeadas por uma sobrecarga sensorial, que é 
quando um autista recebe uma quantidade muito grande de estímulos. Isso 
pode ser tratado com terapia de integração. Ela diminui a sensibilidade e 
permite que o autista lide melhor com isso 
 
 
 
 
 
LIDAR COM COMPORTAMENTO AGRESSIVO 
 
É importante entender este ciclo quando tentamos ajudar pessoas com autismo que 
sentem raiva extrema. À primeira vista, pode parecer que o furor ocorreu sem motivo, mas 
a reavaliação minuciosa do incidente provavelmente revela pistas. Depois de descobrir as 
possíveis causas, é mais fácl impedir prováveis provocações no futuro. 
Como lidar com o comportamento agressivo 
É possível reduzir a ansiedade e, assim, o aumento da excitação causado por fatores 
quando se tem consciência deles. 
Podemos ajudar os autistas a encontrarem formas seguras de afastar-se de ambientes 
barulhentos e superestimulantes. 
Podemos tentar manter as exigências sob controle. 
Onde houver conflitos conhecidos, é possível fazermos concessões em vez de 
transformarmos a situação em campo de batalha. 
Podemos aprender a ter consciência do impacto de mudanças súbitas. 
 
Uma das tarefas mais difíceis para professores e pais é compreender como o jovem com 
autismo pensa ou sente ao lembrar que seu entendimento social e emocional pode estar 
em um nível diferente daqueles jovens de mesma faixa etária. 
 
Várias crianças usam termômetros emocionais para compreender melhor suas emoções e 
elaborar planos para lidar com esses estados emotivos intensos. Este termômetro ajuda a 
própria pessoa a entender as suas emoções e contextos, além de desenvolver um 
entendimento mais apurado delas, em vez de apenas vê-las como algo que sentem ou 
não. 
 
Outras dicas 
- Usa histórias sociais para ajudar a criança a entender e enfrentar situações que lhe 
parecem difíceis 
- Se a criança está irritada e não entendemos a situação, é preciso verificar se está 
relacionada ao ambiente: etiqueta de roupa, luzes ofuscantes, sons, cores, multidões, 
aromas 
- Analisar se o comportamento está ligado à mudança ou transições. Tentar quadro de 
histórias escritas ou visuais 
- Alertar a crianças antes de esperar que ela conclua as atividades preferidas (método 3, 2, 
1, timer, despertador, etc) 
- Horários visuais mostrando atividades (rotina) 
- Quando crianças não querem seguir algum trajeto diferente, mostrar mapas da região, 
jogos de carrinhos, figuras em miniaturas que seguem outros caminhos. 
- Ajudar no revezamento e perda usando jogos de frequência, por exemplo jogo da 
memória, jogos de juntar quatro figuras diferentes, etc, 
Fonte: Livro Convivendo com Autismo e Síndrome de Asperger. Estratégias e Práticas 
para Pais e Profissionais – Chris Williams e Barry Wright 
 
 
Autismo: Por que algumas crianças 
se tornam agressivas? 
Por Amanda Puly 
O fato de uma criança ter o diagnóstico de autismo não significa que ela desenvolverá 
comportamentos agressivos. Na verdade, a agressividade é um comportamento que 
reflete alguns sentimentos comuns às crianças com esse transtorno, como angústia, 
frustração e ansiedade. Aliada a estes sentimentos está a dificuldade em se expressar e o 
medo do social. Por causa do bloqueio na comunicação, algumas crianças demonstram 
seus sentimentos através de comportamentos. 
A repetição de comportamentos agressivos pode ser motivada pela resposta que a 
criança obteve quando agiu de determinada forma em alguma situação. Por exemplo: 
quando a criança grita ou se auto agride para conseguir algo. Se o objetivo for 
alcançado, ela repetirá esse comportamento outras vezes. 
O comportamento agressivo pode ter várias motivações, como: conseguir algo, chamar 
atenção, fugir de algum incômodo sensorial,se recusar a executar alguma tarefa, medo, 
insegurança, etc. 
Mas trabalhar essas questões com uma criança autista é muito difícil e complexo. Ela 
não entende nossa lógica, do que é ou não adequado diante da sociedade. E é muito 
comum encontrar pessoas leigas no assunto julgando os pais nessas situações. Ainda 
bem que a informação está cada vez mais acessível! 
Como então eu devo agir? 
O primeiro passo é ensinar a criança a se comunicar. Com gestos, palavras ou imagens, 
a criança precisa aprender a identificar e expressar suas emoções. Aqui no site já 
colocamos algumas dicas para estimular essas áreas: habilidades sociais, comunicação 
verbal, etc. 
Quando a criança com autismo aprende um determinado “ritual”, é muito difícil revertê-
lo. Muito difícil, mas não impossível. Com muito esforço e paciência, repetidas vezes, 
os pais deverão retirar a criança do ambiente que gerou o comportamento, levando-a 
para um lugar tranquilo, afastar os possíveis perigos e esperar que ela se acalme. 
Quando a criança estiver mais serena, explicar da maneira mais prática e concreta 
possível como ela deve agir para conseguir este objetivo. 
Aos poucos, as crianças precisam adquirir confiança, se sentirem seguras. Diminuir o 
nível de ansiedade nelas está em nossas mãos! Os pais são os principais agentes em seu 
desenvolvimento. Portando, definam suas pequenas metas e façam muito reforço 
positivo nas conquistas. O desenvolvimento da comunicação e da confiança 
proporcionará uma melhora na qualidade de vida da criança e a deixará mais preparada 
para reagir ao mundo ao seu redor.

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