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ÉTICA GERAL E PRINCÍPIOS DE ÉTICA NA PROFISSÃO CONTÁBIL

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NORMAS E ÉTICA CONTÁBEIS
ÉTICA GERAL E PRINCÍPIOS DE ÉTICA NA 
PROFISSÃO CONTÁBIL
Alyne Cecilia Serpa Ganz
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Olá!
Você está na unidade Ética Geral e Princípios de Ética na Profissão Contábil. Conheça aqui qual o contexto em
que a ética está inserida, além das definições e princípios da ética geral, profissional, moral, valores e juízos de
apreciação. Entenda ainda, quais os principais problemas éticos que são passiveis de ocorrer nas empresas e
como deve acontecer a tomada de decisão baseada em princípios éticos. A relação entre ética e lucro também é
explorada, uma vez que é de grande importância, tratando dos diversos dilemas éticos ressaltados por essa
relação. Por fim, fique a parte e conheça o código de ética profissional do contabilista, sendo este tópico de suma
relevância, por tratar a ética no ambiente específico de atuação do profissional contábil.
Bons estudos!
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1 Introdução à unidade
A Unidade de Ética Geral e Princípios de Ética na Profissão Contábil apresentará os conceitos gerais de ética,
ética profissional, moral e valores, visando assim deixar claro quais as sutis diferenças entre os termos, e como
esses são aplicados à profissão contábil, a relevância destes tópicos advém do fato de que todos achamos que
conhecemos tais termos, como é de senso comum, porém por vezes não sabemos os campos de atuação dos
mesmos. Continuamente, serão descritos os principais problemas éticos nas empresas, esses que são possíveis
de ser vivenciados pelo profissional no desempenho de sua função.
Figura 1 - Profissional contábil
Fonte: Elaborado por Natee Meepian, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem "Profissional contábil" tem-se o close, da parte superior de um contador, que se
encontra sentado, segurando um lápis na mão, trabalhando na calculadora para calcular relatório de dados
financeiros, documento de contabilidade, conjuntamente com um computador laptop no escritório. Simboliza o
conceito de negócio e do exercício da profissão contábil.
A tomada de decisão baseada em princípios éticos segue os principais problemas, visando aludir o modo como se
espera que o contador no exercício de sua profissão, e de acordo com sua ética pessoal e profissional se porte
diante dos dilemas éticos que podem vir a ocorrer na sua vida profissional. Uma relação específica, que
usualmente envolve dilemas éticos, é a de ética e lucro, sendo neste tópico abordado alguns pontos de vista
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sobre esta relação, que objetivam deixar o leitor a parte de suas discussões. Por fim, é apresentado o código de
ética do profissional contabilista, que visa formalizar os conceitos anteriormente apresentados, e expressar os
princípios que se deve seguir no exercício da profissão.
Assista aí
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/0f54f4af7e59ea31e9774d6743746ab3
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2 Ética geral, profissional, moral, valores e juízos de 
apreciação
Neste tópico você irá aprender os conceitos básicos de ética geral, ética profissional, a diferença entre moral e
ética, o que são os valores e juízos de apreciação. Essas temáticas são abordadas de forma especifica nos
subtópicos que se seguem, para assim deixar mais claro suas definições e pertinências para com a profissão
contábil.
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2.1 Ética Geral
Aprofundando agora os assuntos gerais supra destacados, podemos nos perguntar ‘qual o contexto em que a
ética se aplica?’. A sociedade como a entidade complexa que é, conduz os indivíduos a atuarem em diversas
situações de interação e relacionamento com outras pessoas, essas interações possuem por base algum objetivo
ou necessidade a serem alcançados, e é nesse propósito que a interação ocorre (LISBOA, 1997). 
Sabendo que nessa interação os objetivos das diferentes partes podem ser complementares ou concomitantes, os
indivíduos envolvidos agem de acordo com suas necessidades, assumindo uma posição e comportamento que
julguem correto e justo para com a situação. É neste contexto que se engloba a ética, enquanto área do
conhecimento, sendo essa referente ao relacionamento dos indivíduos na sociedade, bem como dos conflitos que
se derivam dos mesmos, cujo estabelecimento é embasado nas crenças e valores de cada pessoa (LISBOA, 1997).
Neste contexto, Lisboa (1997, p. 23) define ética como um sendo “um ramo da filosofia que lida com o que é
moralmente bom ou mau, certo ou errado”. O autor afirma que se pode considerar ética como sinônimo de
“filosofia da moral”. A ética é considera no todo como complexa, isto por que o que parece ser um conceito
simples engloba em sua base o juízo de valor, que por si só não é tão fácil de aplicar. Sá (2001) ainda afirma que
a ética tem forte relação com os doutrinamentos mentais e espirituais, isto por que são originais de
conhecimentos que são de interesse direto na análise de virtudes.
Lisboa (1997) ainda afirma que os filósofos se referem à ética para denotar o estudo teórico dos arquétipos do
julgamento moral, aos quais são pertinentes as decisões morais, sendo então denominada ética a relação entre
os indivíduos, bem como física é denominada a relação entre os campos de forças e meios materiais.
Suscintamente, podemos pensar em ética como sendo englobada pelo conjunto de valores e ideais, advindos de
nossa criação, vivência e experiência como indivíduos sociais, que consideram na hora de agir, se comunicar e
interagir com outro indivíduo, as atitudes consideradas corretas e justas na relação.
De forma prática, podemos pensar em uma situação em que um indivíduo presencie algum ato ilícito, como por
exemplo algum furto, mesmo que pequeno, em um mercado, este indivíduo tem uma escolha a fazer, ou ele pode
avisar ao dono do estabelecimento sobre o ocorrido e apontar a pessoa que cometeu o delito ou ele pode ignorar
o acontecido e “fingir” que não viu, isto vai da ética e/ou moral da pessoa, que irá lhe apontar qual o modo
correto e justo de se agir nessa determinada situação. Lisboa (1997) aponta ainda o exemplo da declaração do
imposto de renda, onde o indivíduo declarante pode optar por sonegar ou não, sendo esta decisão de caráter
moral.
A ética ainda pode ter sua atuação, bem como seu entendimento de diversos pontos de vista, sendo este do ponto
de vista da ética pessoal, referente a decisões cabíveis somente ao próprio cidadão, sendo os padrões esperados
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por este do ponto de vista do indivíduo para com a sociedade. Diferente deste, tem-se por exemplo o esperado
do indivíduo em determinada situação, que este aja de acordo com a ética profissional, que mesmo possuindo a
mesma base, é esperado uma atitude quanto a ética de forma profissional, essa que irá representar a escolha da
entidade e atuante de determinada profissão e não somente do indivíduo. Os próximos tópicos discutem o que
ética profissional de modo mais aprofundado, além de explorar a ética moral, os valores e o juízo de apreciação.
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2.2 Ética Profissional
A ética como brevemente explorada possui seu significado mais específico dependendo do contexto de
entendimento e os agentes envolvidos. No ambiente de trabalho, a ética engloba condutas e comportamentos
esperados comuns do grupo como um todo, diferente da ética pessoal que tem atuação apenas no que tange o
próprio indivíduo e seus relacionamentos.
Neste contexto, Lisboa (1997, p. 58) afirma que a ética profissional, ou ainda tratando como sinônimo a moral
profissional, compreende o estudo dos conceitos básicos do direito e do dever. Podemos ainda, compreender a
ética profissional como um composto de normas que visa demarcar a atuação dos profissionais, esses da mesma
área, objetivando definir algumas fronteiras de comportamento que não devem ser exploradas.
A ética profissional ou dos negócios podeainda ser definida segundo Nash (1993, p. 6) como:
[...]o estudo da forma pela qual as normas morais pessoais se aplicam às atividades e aos objetivos da
empresa comercial. Não se trata de um padrão moral separado, mas do estudo de como o contexto
dos negócios cria seus problemas próprios e exclusivos à pessoa moral que atua como um gerente
desse sistema. (NASH, 1993)
O contexto em que a ética profissional está imersa, é o ambiente de trabalho, sendo este complexo, por suas
diversas atividades e diversos relacionamentos que precisam ser mantidos pelos seus funcionários. Neste
sentido, o exercício da ética profissional no trabalho é uma função por vezes complicada, isto por que pode
envolver o subjugar de princípios, valores e comportamento individuais para a atuação apropriada e esperada de
acordo com a conduta da empresa, tida para ser respeitada e acatada por todos de forma geral e grupal.
Segundo Silva et al. (2016, p. 19), “no desempenho de suas atividades, todo profissional, além do aprendizado
técnico constante, precisa assimilar conceitos éticos e empenhar-se em vivenciá-los durante toda a sua carreira
profissional”. Entendemos ainda, que a ética profissional, mesmo podendo não ser totalmente simples de ser
seguida, tende a ser natural ao profissional, isto por estar imerso no ambiente em que em teoria todos atuam
conforme aquela conduta, e ainda, por ser natural do ser humano, como ser social, a ação benéfica ao grupo, por
fazer parte deste, por querer auxiliar e ajudar o grupo do qual faz parte.
A ética profissional é por vezes delimitada por código de condutas, explorado mais à frente no conteúdo, que
podem ocorrer de forma mais geral ou mais especifica dependendo da profissão e da organização, porém, o que
se tem em comum independente da profissão, é que todas devem estar a serviço do social, sendo assim, a ética
profissional é um conceito mais geral do se portar, profissionalmente, para com a sua profissão e a sociedade.
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Podemos ter assim a visão de que a ética profissional, não é díspar do entendimento de ética geral, querendo
ainda atuações que visam o bom, o certo, o justo e o honesto, porém, agora além das ações do indivíduo ao se
relacionar com os seus pares, este conceito é englobado pensando em toda a organização e em toda sua
profissão. Assim, em suma, a ética profissional vai conduzir as atitudes dos profissionais para com o que é certo
com a sua profissão, com a sua organização e para com a sociedade, deslocando o foco das suas percepções
pessoais.
O profissional contábil, como exemplifica Lisboa (1997), pode vivenciar diversas situações com dilemas éticos,
uma das destacadas é um auditor, que foi incumbido por seu superior de auditar determinada empresa, porém, o
presidente desta empresa possui parentesco com o auditor. O profissional auditor pode aceitar o trabalho e com
base na sua ética pessoal acreditar que consegue separar o pessoal do profissional e não causar conflito de
interesses nesta situação. Porém, o que é esperado pela sua profissão, sua organização e pela sociedade é que o
auditor comunique o conflito de interesses e peça para ser retirado do trabalho, eliminando qualquer
interferência que o parentesco pudesse acrescentar a auditoria e garantindo para todas as partes a
imparcialidade na auditoria da empresa.
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2.3 Ética, moral, valores e juízos de apreciação
As palavras moral e ética são usualmente tratadas da mesma forma, então vamos tentar esclarecer quais as sutis
diferenças entre essas. Do ponto de vista epistemológico, as palavras moral e ética possuem origens distintas,
porém significados equivalentes. Sendo moral, originada da palavra latim mores, que quer dizer costume,
conduta ou ainda modo de agir; já a palavra ética por sua vez tem sua origem no grego, da palavra ethos e, de
forma análoga, tem sua definição como costume e maneira de agir (PASSOS, 2004).
Sendo este o contexto em que as palavras ética e moral se encontram, diversas literaturas as tratam como iguais,
porém uma literatura oposta defende que essas possuem uma sutil diferença, está relacionado ao seu, por assim
dizer, campo de atuação. A ética e a moral são relacionados à conduta, modo de agir, porém, a moral é atribuída
aos acontecimentos individuais e do dia-a-dia, sem ser expandida à diferentes níveis, sendo essa praticada pelo
indivíduo por motivos intrínsecos do mesmo. A ética, por sua vez, pode ser entendida como analisadora da
moral, sendo essa análise válida nas dimensões de reflexão, investigação e teorização (PASSOS, 2004). Passos
(2004, p. 23) destaca:
Poder-se-ia dizer que a moral normatiza e direciona a prática das pessoas, e a ética teoriza sobre as
condutas, estudando as concepções que dão suporte à moral. São, pois, dois caminhos diferentes que
resultam em status também diferentes; o primeiro, de objeto, e o segundo de ciência. Donde
deduzimos que a ética é a ciência da moral. (Passos, 2004)
Lisboa (1997), por sua vez, caracteriza moral, como sinônimo de ética, sendo um conglomerado de normas, que
em determinado contexto, visam a aprovação para o comportamento do homem; já a ética, entendida como a
expressão do pensamento correto, pode ser considerada como a moral universal, valida para todos de forma
geral, tida como o comportamento humano individual ideal, representada em princípios e valores validos para
todo o pensamento normal e sadio.
Podemos ainda discutir, que todo o comportamento humano segue de forma implícita ou explicita alguma norma
moral, mesmo as normais morais naturais sendo diferentes dependendo da região em que se encontra, e
dependendo da contemporaneidade da sociedade, porém, essas são naturais do convívio social. Tem-se ainda
que a moral não está no plano apenas das atitudes e ações desempenhadas e sim, no que tange o pensamento do
que é correto se fazer, e portanto, este pensamento rege as ações sociais. Esta discussão surge do fato, de que
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não se pode julgar a moral de um indivíduo apenas por suas ações, pois essas nem sempre são reflexos de suas
opiniões e ideais, e ambas podem ser distintas do que é socialmente aceito como correto e honesto para o
cidadão.
As normas morais universais são arquétipos de comportamento, que visam delimitar ou autenticar alguns dos
comportamentos usuais individuais, como padrões desses podemos citar, por exemplo, a proibição do falso
testemunho, do furto, assédio, agressão, entre outros atos ilícitos de acordo com a moral universal. Lisboa (1997,
p. 27) ainda afirma:
Os princípios morais são padrões gerais de comportamento que são usados para se avaliar a
adequação das políticas das instituições sociais e do comportamento individual. Exemplos desses
princípios incluem os direitos, que avaliam as políticas das instituições e os comportamentos
pessoais, em termos da proteção que eles conferem aos interesses e liberdade dos indivíduos; os
princípios da justiça, que avaliam as políticas, instituições e comportamentos, em termos do
benefício social líquido que eles produzem. Lisboa (1997, p.27)
Dessa forma, tem-se então que a conduta moral, pode ser considerada no âmbito do condutas humanas,
consideradas corretas e incorretas, de acordo com os benefícios ou malefícios desencadeados. Cohen e Segre
(1994, p. 3) afimam que “a moralidade é um sistema de valores do qual resultam normas que são consideradas
corretas por uma determinada sociedade, como, por exemplo, os Dez Mandamentos, os Códigos Civil e Penal
etc.”.
De forma final, podemos então entender que a moral é um conceito antigo, que possui sua aplicabilidade de
forma natural, implícita ou explicita, especifica ou geral, em todos os relacionamentos praticados pelos
indivíduos, ou ainda desse para com a sociedade. A moral ainda é tida de acordo com o contexto, sociedade e
agentes envolvidos, sendo esta variável de acordo com tais aspectos. Por fim, referente às empresas, e a
profissão contábil, tem-se que com o período contemporâneo, cada vez mais as empresas sepreocupam com os
assuntos sociais, e dessa forma, com a moral e a ética, para que a empresa seja vista com a preocupação de
atender e dispender atenção para com as condutas humanas e da sociedade, bem como para a conduta moral e
social apresentada por seus profissionais e funcionários.
Seguindo a discussão sobre a ética, tem-se que essa possui como significado, segundo Aurélio (2001), que “é o
estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível de classificação do ponto de vista do
bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto”. Desse modo, tem-se que a
ética pode ser considerada como o estudo dos juízos de apreciação referentes a conduta humana, ou seja, ela visa
analisar, de acordo com suas observações e comportamento dos indivíduos, e assim fazer julgamento particular
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de acordo com o que é entendido como certo ou errado, isso para com a relação direta da situação ou de forma
absoluta, na sociedade como um tudo.
Sabendo agora que a ética visa teorizar, de acordo com a moral dos indivíduos, sobre o comportamento social do
ser humano, pode-se ainda afirmar que a ética instiga, inspira e motiva valores coletivos para com os indivíduos
da sociedade, isto por que sendo de conhecimento geral, que por exemplo, “roubar é ilegal”, pretende-se motivar
os valores de não pegar o que não é seu, não tirar nada do próximo, e assim por diante. Logo, a normatização
ética, inspira os indivíduos sociais à criação de valores.
Especificamente, valor vem do latim valere, que significa o que tem valor, custo. COHEN et al. (1994) afirma que
valor pode ter seu sentido vinculado a algo que se é preferido ou selecionado, ressaltando, porém, que esta
definição é recíproca, podendo algo ter sido escolhido ou selecionado, sem ter necessariamente algum valor, e
sim outros motivos particulares. Dessa afirmação, podemos entender que ao preferirmos ou escolhermos termos
uma sociedade que aja de forma correta e honesta, estamos atribuindo ‘valor’ a esse modo de agir e, portanto,
cultivamos valores nos cidadãos.
Deste modo, os valores podem ser definidos de modo como uma escolha de comportamento social e individual
duradoura, dentro do arquétipo das condutas humanas, que são tidas como certas tanto na forma particular do
indivíduo como para com a sociedade, estes sendo agrupados com os demais costumes e condutas desenvolvidos
previamente. Cohen et al. (1994, p. 3) afirma que:
Os valores podem expressar os sentimentos e o propósito de nossas vidas, tornando-se muitas vezes
a base de nossas lutas e dos nossos compromissos. Para esse autor, a cultura, a sociedade e a
personalidade antecedem os nossos valores e as nossas atitudes, sendo nosso comportamento a sua
maior consequência. (COHEN et al., 1994)
Por fim, tem-se que os valores são comportamentos e pensamentos sobre o que achamos correto e atribuímos a
nossa preferência, sendo este influenciado pelo modo como crescemos, as pessoas que fazem parte da nossa
criação, a sociedade em que se está inserido, entre outros fatores externos, além, obviamente da própria
personalidade, sentido de preferência e demais fatores internos. Por exemplo, de forma geral, tem-se um
individuo que possui uma alta educação, cumprimenta as pessoas, agradece e é sempre simpático e pró ativo,
isto é um valor que lhe foi incentivado e desenvolvido, sendo este um valor incorporado por tal indivíduo, ao
passo, que pode-se ter algum indivíduo que responde frequentemente com a voz elevada, sinalizando uma falta,
ou uma insuficiência do mesmo valor.
Tais desenvolvimentos ou a falta deles na criação de valores podem ser derivativos de diversas situações e
relacionamentos, conforme destacado acima. A ética então, neste contexto, visa instigar em todo o individuo
- -13
social os mesmos valores, tais quais são determinados e preferidos pela sociedade de forma geral como
imprescindível para a boa convivência do ser social. Dito isso, as organizações prezam pelos valores tanto
individuais, quanto coletivos, quanto da organização, sendo esses de suma importância para o alinhamento do
comportamento do profissional para com a postura da empresa, uma vez que essa busca transparecer e agir de
forma coerente com a conduta humana social geral.
- -14
3 Principais problemas éticos nas empresas
Este tópico visa destacar alguns dos principais problemas éticos presentes nas empresas, porém, ressaltasse que
alguns dilemas éticos enfrentados no desempenho da profissão também são apresentados e discutidos quando
pertinentes nos demais tópicos da unidade. Lisboa (1997) afirma que o profissional de contabilidade no
exercício de sua profissão enfrenta diversos dilemas éticos, sendo esses nas esferas gerais do dever, direito,
justiça, responsabilidade, consciência e vocação.
O dever é referente à obrigação de corresponder, desenvolver, apresentar ou omitir algo devido ao direito de
alguém, isto é, o contador tem o dever de cumprir com suas obrigações, realizando os serviços contábeis da
organização, ao passo que é direito dessa a realização desse serviço, pois foi essa que contratou o profissional. O
direito é a contrapartida do dever, como explicitado acima, levando em consideração que o direito tem limites
claros, os próprios direitos e o direito dos demais.
A justiça tem por esfera o conceito de dar a cada individuo o que lhe corresponde, deixando a pessoas possuir o
que lhe é de direito (LISBOA, 1997). Neste contexto, pode-se enquadrar a remuneração recebida por
determinado serviço, uma vez que essa deve ser correspondente ao trabalho realizado. A responsabilidade
possui como esfera a habilidade de entender o que lhe é direito e dever, ou seja, ao assumir determinado
trabalho, o indivíduo possui uma obrigação, seja de realizar corretamente o serviço, seja de entregar em período
estipulado.
A consciência pode ser considerada como um “juiz interno”, determinando o modo de agir do indivíduo. Por fim,
a vocação é a tendência, que se embasa nas preferencias e habilidades do indivíduo, de se dedicar a profissão
escolhida. Sendo essas as esferas gerais dos dilemas éticos, podemos citar alguns dos principais problemas
enfrentados nas empresas como sendo crise de valores, conflito de interesse, desvios de conduta, insider
information, casos gerais de ética, entre outros.
A crise de valores pode ser entendida como sendo situações em que os valores pessoais conflitam com os valores
da organização. Por exemplo, em determinado projeto o profissional pode se deparar com certa informação da
empresa, em que esta possui grande parcela de poluição em determinado estado, sendo que a mesma já havia se
pronunciado como preocupada com a situação e tomando as devidas precauções, porém, o profissional encontra
que isto foi divulgado e não realizado, se o mesmo declarar vai afetar a empresa, e se não reportar o mesmo
estará compactuando com algo ilícito, com a calúnia. Logo, este é um dilema ético possível de ser vivenciado
enquanto profissional.
- -15
O conflito de interesse é no âmbito em que ao ser determinado para certo trabalho, o profissional possua algum
ganho próprio, seja esse monetário, pessoal, direto ou indireto, e portanto, é esperado que este reporte o conflito
de interesse e se retire do trabalho, porém, ao perceber a possível oportunidade de ganho o profissional fique
tentado a não reportar o conflito existente, o que seria antiético. Quando aos desvios de conduta, como já
mencionado anteriormente, tem-se certos arquétipos de comportamentos esperados do profissional contábil,
porém, sabe-se que por motivos de lapsos de julgamentos o profissional pode cometer desvios dessa conduta,
porém, o certo é reportar tal ato para a administração, seja esse desvio realizado pelo próprio indivíduo, quanto
por colegas de profissão, porém, ao reportar o ocorrido haverá consequências, seja para si próprio, seja para
terceiros, e portanto, o indivíduo pode ficar tentado a não reportar o desvio de conduta,mas assim, estaria
compactuando com algo ‘contra as regras’.
O insider information é o que tange, as informações privilegiadas, o contador por trabalhar com o levantamento
dos dados, e um dos primeiros profissionais a saber das informações principais e relevantes da empresa, e pode
querer, se considerar o ganho próprio, lucrar com essa informação, seja vendendo para o concorrente, seja
vendendo para acionistas, seja por meio de investimentos próprios, porém, tais condutas além de serem ilegais
são extremamente antiéticas, tanto pessoalmente quanto profissionalmente.
Figura 2 - Ambiente e Relações Profissionais
Fonte: Elaborado por Rawpixel.com, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem tem-se a sombra de diversas pessoas, sendo o principal o aperto de mãos de duas
pessoas centrais, todas elas a frente de um fundo de prédios, que visa simbolizar negócios. Sugere-se com a
figura a exemplificação do ambiente em que podem acontecer os problemas éticos na organização.
Além dos casos mencionados, o profissional contábil pode-se deparar com diversos outros casos em que precise
escolher entre o ganho pessoal ou organizacional e os princípios éticos, e cabe a esse fazer a tomada de decisão
de modo a corresponder com seus padrões éticos e morais.
- -16
Ressalta-se ainda, conforme discutido implicitamente, que os dilemas éticos podem ser referentes ao
relacionamento pessoal com a organização, com um colega de profissão, com os clientes da instituição, entre
outros, não sendo estes específicos a apenas um âmbito de atuação, sendo por isso considerado de tantas formas
complexas.
Para saber mais sobre os problemas éticos que podem ocorrer nas empresas, e ainda, ver
exemplos práticos de diversas dessas situações, consultar o capítulo 8.3 – Casos Práticos, da
unidade de ‘O profissional e o exercício da profissão’ do livro ‘Ética Geral e Profissional em
Contabilidade, de Lázaro Plácido Lisboa, 1997, Atlas.
Fique de olho
- -17
4 Tomada de decisão baseada em princípios éticos
A profissão contábil é pertencente a área das ciências sociais, que visa fazer a contabilidade das organizações,
com o objetivo de disponibilizar as mais diversas informações e orientações sobre a organização, com base no
patrimônio, dever social, legal e econômico da empresa, tais informações são utilizadas pelos mais diversos
usuário, sendo essas de suma importância para os administradores, que se utilizam dessas para realizar a
tomada de decisão (LOPES DE SÁ, 2000). Segundo Corrêa, Ferreira e Shinzaki (2005), a contabilidade é uma das
profissões mais antigas, acompanhando a evolução da sociedade, e contemporaneamente é considerada uma das
mais requisitas profissões, isto pois produz informações diretas sobre a riqueza e patrimônio da empresa, bem
como proporciona mais confiança para os diversos usuários na hora da tomada de decisão.
Sendo assim, tem-se que a contabilidade é a principal geradora de informações das empresas, sendo essa
responsável diretamente pelo levantamento dos dados da mesma, e por isso possui papel extremamente
importante, e deste modo que se tem de mais uma maneira ressaltada a importância da ética nesta profissão.
Assim, tem-se que a contabilidade é um sistema de informações que apoia e é passível de influência para com os
usuários da informação na sua tomada de decisão, e essa como uma profissão de grande importância, possui
também na sua realização a mesma condição, a tomada de decisão ética. Lima et al. (2014, p. 5) afirma sobre o
assunto que:
No exercício da profissão, o Contador terá contato com diversas áreas da empresa como a
patrimonial e econômica, tendo assim, acesso a informações privilegiadas as quais serão fornecidas
para a tomada das decisões, sendo indispensável o sigilo destas informações e uma postura ética
para que se tenha um bom desempenho profissional e um contínuo cargo de confiança na empresa.
(LIMA et al., 2014)
Sendo assim, o contador possui no âmago da sua profissão a tomada de decisão ética, bem como o
comportamento dentro das condutas esperadas, nesse sentido o profissional que visa manter o seu renome bem
como o renome da profissão, tem que sempre deixar transparente tanto para com superiores quanto para a
sociedade a sua preocupação em atuar sempre de forma ética. Essa atuação é então regulada usualmente pelo
código de ética, utilizado nas situações em que se deparam com escolhas, a qual deve ser tomada a decisão com
base nos princípios éticos da profissão.
Vale-se destacar a importância do ser ético no desempenho da profissão contábil, uma vez que essa profissão
requer atitudes éticas para com os colegas de profissão, os contratantes e todos os demais usuários das
- -18
informações contábeis (LIMA et al., 2014). O cenário então, em que o indivíduo profissional, se encontra na
situação em ter que tomar a decisão corresponde, usualmente, a identificação de um problema de natureza ética,
no ambiente trabalho ou relacionado, que envolve a criação de alternativas, escolhas, onde possui uma que
maximizará os valores morais que se preza e chegará ao fim que se pretende, porém, haverá algum ponto do
problema que não será maximizado, e por isso, é necessária a escolha (ALVES et al., 2007).
Um exemplo prático para a profissão contábil, é a declaração de lucros ou prejuízos futuros, por vezes, no
fechamento do resultado do exercício, em que se antecipar os lucros futuros o resultado será de superávit,
enquanto, se antecipar as perdas, poderá resultar em déficit. Na situação destacada, essa é uma escolha do
profissional, não caracterizando escolhas ilegais, independendo de quais sejam, pois o profissional possui uma
certa liberdade em alguns quesitos ao montar a demonstração da empresa, porém, o profissional sendo
responsável por toda a contabilidade da organização sabe qual das antecipações ou demais lançados que
refletem mais fielmente a situação atual da empresa, e vai do seu comportamento ético, esperado pela conduta
pessoal e profissional, que este tome a decisão de acordo com esses princípios.
Seguidamente, Alves et al. (2007, p. 59) afirma que “os modelos de tomada de decisões éticas na área de negócios
visam compreender quais são os determinantes do comportamento ético do indivíduo. Quais os fatores que
influenciam a escolha de uma decisão em detrimento das demais”. Sendo que este profissional deve então estar
habilitado para tomar a decisão de forma ética e lidar com quaisquer adversidades que possam ser
desencadeadas por este comportamento.
- -19
5 Relação entre ética e lucro
A relação entre ética e lucro na profissão contábil pode ser entendida e interpretada em diversos pontos de vista,
sendo este o de profissional autônomo no exercício da sua profissão, o de profissional responsável por
determinada empresa e sua ‘submissão’ na relação contratado e contratante e ainda a possível visão geral do
mercado e stakeholders quanto ao comportamento ético. O presente tópico objetiva explicitar de forma
satisfatória os pontos de vistas em que a ética se relaciona com o lucro nas organizações, porém, se destaca que
esta temática é complexa e passível de diversificadas interpretações. 
A discussão geral entre a relação ética e lucro é o objetivo da empresa, que na sociedade em que as empresas são
em suma orientadas ao capitalismo, a organização possui como desejo a maximização do lucro, tal fato não é
julgado errôneo, uma vez que a empresa que não possuir lucratividade está fadada a descontinuidade, porém a
discussão é que não se pode almejar o lucro a qualquer custo, e sim obtê-lo respeitando os códigos de ética e
moral. Lopes de Sá (2000) atribui, nesse contexto, que o anseio pelo lucro, segurança e reputação é a causa da
maioria das ações antiéticas praticadas pelo indivíduo.
Ainda, o autor reflete, que o individuo que possui alta preocupação com o lucro, tende a ter menor consciência
do coletivo, fascinado pela possível recompensa monetária, dando pouca importância para as consequências
sociais e da comunidade.Ainda, considerando um retorno rentável, e em nome de suas ambições, o individuo
pode vir a praticar diversos atos ilícitos, como a quebra de sigilo, risco de divulgação de estratégias de negócios
sem autorização, simulação de pagamentos de impostos não recolhidos, entre outros (LOPES DE SÁ, 2000).
Sendo estes alguns pontos e contextos gerais da relação entre ética e lucro, foquemos agora nos pontos de vistas
destacados no início do presente tópico. Discutindo o ponto de vista da relação ética e lucro, com relação ao
profissional autônomo no exercício da sua profissão, tem-se que entrar na argumentação da possível
manipulação do contador nas suas atividades. É de senso comum, mesmo que incorreto, a fama do contador de
manipular o resultado e as contas para que esses sejam o que o cliente quer, isto ocorre porque o profissional
contábil autônomo, como contratado, visa atender as expectativas do cliente, pois caso contrário o mesmo pode
ser desvinculado do trabalho. Logo, como ele está recebendo pelo trabalho, o cliente pode entender como se
mandasse ou pudesse opinar sobre os resultados a serem gerados.
Tal contexto pode levar o contador a um dilema ético, pois o correto e honesto em determinado caso, pode não
representar o que o cliente espera e, assim, o profissional tem uma balança onde de um lado está a ética para
com a profissão e o ser social que é, e do outro o lucro, correspondente ao salário ou valor monetário a ser
recebido do cliente. Continuamente, tem-se o profissional responsável por determinada empresa e sua
- -20
‘submissão’ na relação contratado e contratante. Alves et al. (2007, p. 60) discorre sobre essa situação,
exemplificando:
Como outro exemplo, um Contador, profissional assalariado em uma empresa, recebeu determinação
da diretoria para postergar o registro de uma despesa vultosa para o mês seguinte ao da elaboração
das demonstrações contábeis do exercício em curso. Caso aceite, ele estará superavaliando o lucro
do exercício, atendendo, assim, aos interesses da administração, mas agirá em desacordo com as
normas contábeis. (ALVES, 2007)
O exemplo explicitado acima trata de outra relação entre ética e lucro, uma vez que um comportamento antiético
resultará em um maior lucro para a empresa, porém este estará agindo fora do código de ética profissional e
social se optar por atender o pedido da administração. Ao mesmo passo que estará desobedecendo uma ordem
direta de seus superiores. Logo, o profissional se encontra em um dilema ético, onde ele precisa fazer a tomada
de decisão sobre a conduta a ser exercida.
E por fim, o ultimo ponto a ser discutido, é a visão geral do mercado e stakeholders quanto ao comportamento
ético. Este ponto é apoiado em estudos que apontam que o mercado pode recompensar as empresas por seu
comportamento ético, isto é, a relação ética e lucro tem em seu histórico uma visão negativa, onde por vezes os
profissionais e administradores podem priorizar a obtenção do lucro ao invés do comportamento ético, porém,
no mercado de capitais e negócios contemporâneos, altas tecnologias, base de dados e acesso a informação, a
supervisão e acompanhamento dos usuários externos da informação contábil para com a administração da
empresa é feita com maior transparência, resultando em menor assimetria informacional.
Tal fato, dificulta uma ação antiética em relação as demonstrações por parte dos contadores e gestores da
empresa, logo, a literatura vem investigando se o mercado recompensa empresas com perfis éticos, ou seja, os
stakeholders ao observar que a empresa é correta e honesta, seguindo a ética social, opta comprar mais ações e
investir mais nesta empresa, sabendo que a transparência por parte dessa é maior, recompensando a
organização por sua conduta correta.
Desse modo, conforme abordado em todo o decorrer do tópico, discutiu-se os pontos de vista gerais e específicos
da relação entre ética e lucro, trazendo os dilemas enfrentados pelos profissionais nessas situações, e a postura
tanto do profissional quanto da empresa neste contexto. Porém, ressalta-se que a presente temática pode ainda
ser explorada por outros pontos vista e de acordo com outras interpretações, uma vez que a relação é como
antes destacada demasiadamente complexa.
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Assista aí
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/1f03dd9fbc780c0011387cbad1be9107
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6 Código de ética profissional do contabilista
Assim como se veio discorrendo, tem-se de forma visível e destacada a importância das condutas e
comportamentos no âmbito individual, social e profissional do indivíduo. Dessa forma, a ética é tida como ciência
e normatizadora desse conglomerado de atitudes e comportamentos esperados do indivíduo, dependendo do
contexto inserido e dos agentes envolvidos. E nesse ponto, em que o contexto é o ambiente de trabalho, e o
agente são os colegas de profissão e de trabalho e os clientes, em que se encontra de forma mais especifica o
código de ética profissional. 
Um código de ética deve ser entendido como uma disposição, de forma um pouco mais formal, do
comportamento ideal esperado para ser exercido no desempenho da profissão (LISBOA, 1997). O código de ética
de forma geral possui normas que objetivam o bom convívio e interação na sociedade, isto de forma a incentivar
a integridade do comportamento de seus membros estes no ambiente de trabalho como fora dele.
Em suma o objetivo do código de ética profissional é o de formalizar de algum modo um senso comum a todos os
funcionários da organização, sobre determinados padrões de condutas designados como necessários e
convenientes para o bem-estar dos negócios e do ambiente de trabalho. Assim como já discutido, diversos
princípios éticos são naturais aos indivíduos, outros podem ser entendidos por meio do comportamento dos
pares, outros podem ser somente comunicados, porém, de forma mais formal e mais explicita, pode se ter as
condutas esperadas de forma escrita, sendo este chamado do código de ética. Que por meio desse determina a
obrigatoriedade dos princípios ali destacados, e dessa forma, possibilita o controle e supervisionamento do
comportamento dos praticantes nos ambientes pertinentes. Lisboa (1997, p. 58) afirma que:
Um código de ética contém, normalmente, asserções sobre princípios éticos gerais e regras
particulares sobre problemas específicos que surgem na prática da profissão. Nenhum código de
ética consegue, todavia, abarcar todos os problemas que aparecem quando do exercício de
determinada profissão. Ele deve, por isso, ser suplementado com opiniões de órgãos competentes e
por associações profissionais. (LISBOA, 1997)
Isto porque, mesmo sendo entendido como para proibir procedimentos antiéticos, isto de forma prática, esta não
é a função principal de um código de ética, sendo sua intenção primordial incentivar o sentido de justiça e
decência em todos os funcionários pertencentes ao grupo de forma individual. Tal função pretende indicar a
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todos os profissionais de determinada organização, independente do cargo ou hierarquia, um arquétipo de
comportamento, visando esse estabelecer um padrão para os relacionamentos interpessoais a serem
desenvolvidos neste ambiente, seja entre os pares ou para com os clientes atendidos.
Lisboa (1997) ainda afirma que a liderança é uma condição primária para o código de ética, mas não no sentido
do mais alto cargo da organização impor tal código para todos os demais funcionários, e sim no sentido de que a
alta administração seja a primeira a acatar o código e sirva de incentivo para toda a organização ao fazê-lo.
Sendo esta a principal função do código de ética, esses diferem dependendo da organização, sendo que estes
podem diferir emconteúdo, extensão e formato (LISBOA, 1997).
Dito isto, cada organização constitui de acordo com os valores julgados imprescindíveis um sistema de condutas,
de forma a assegurar a conformidade na atuação das mais diversas situações corriqueiras da empresa, sejam
esses referentes a todo o público afetado direta ou indiretamente por estas relações. Assim como já discutido
anteriormente, alguns valores e princípios individuais de cada pessoa pertencente ao grupo de funcionários da
organização podem ser conflitantes com o comportamento esperado deste individuo por parte da empresa, e é
nesse cenário que o código de ética se faz imprescindível, pois vai entregar por meio de padrões e políticas,
independente da situação, qual a conduta adequada e esperada do funcionário. É neste contexto que Arruda
(2009, p. 64) afirma que essas situações de materializam “no código de ética, que nada mais é do que a
declaração formal das expectativas da empresa à conduta de seus executivos e demais funcionários”.
De forma geral, pode-se entender que o código de ética vise solucionar ou dissipar os dilemas éticos envolvidos
na organização, o que é errôneo, visto que, a intenção é apenas apresentar padrões de comportamento tidos
como corretos, para que o funcionário se porte de forma ética ante estes dilemas e problemas vivenciados. Sendo
assim, o código de ética pode ser mais abrangente, geral, ou mais especifico, porém deve abordar claramente
quais condutas são de caráter genérico e quais são de caráter regulamentador, passiveis esses de punições.
Segundo Arruda (2009, p. 65):
Os principais tópicos abordados na maioria dos códigos são: conflitos de interesse, conduta ilegal,
segurança dos ativos da empresa, honestidade nas comunicações dos negócios das empresas,
denúncias, suborno, entretenimento e viagem, propriedade de informação, contratos
governamentais, responsabilidade de cada stakeholder, assédio profissional, assédio sexual, uso de
drogas e álcool. (ARRUDA, 2009)
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De forma específica à profissão contábil, tem-se que o contador deve ser um guia à ação moral, possuindo como
propósitos profissionais: cumprir as regras da sociedade; servir com lealdade e diligência; respeitar a si mesmo
(LISBOA, 1997). De forma resumida, o código de ética do contador, segundo Lisboa (1997, p. 61) traz os
seguintes princípios:
a) responsabilidade, perante a sociedade, de atuar com esmero e qualidade, adotando o critério livre
imparcial; b) lealdade, perante o contratante de seus serviços, guardando sigilo profissional e
recusando tarefas que contrariem a moral; c) responsabilidade para com os deveres da profissão
mesma (aprimoramento técnico, inscrição nos órgãos de classe etc.); d) preservação da imagem
profissional, mantendo-se atualizado em relação às novas técnicas de trabalho, adotando,
igualmente, as mais altas normas profissionais de conduta. O contador deve contribuir para o
desenvolvimento e difusão dos conhecimentos próprios da profissão. O respeito aos colegas deve ser
sempre observado (LISBOA, p. 61. 1997).
O contador deve assim, se portar de forma ética, não somente com os conhecimentos técnicos e práticos
necessários para a atuação da profissão, mas também quanto ao comportamento ético exigido dessa profissão
para com a sociedade. Além de transparecer a ética profissional, bem como os princípios e valores da profissão
para com a nova geração de profissionais da área.
O contador vivencia por vezes dilemas éticos relacionados a globalização dos mercados e de sua área de atuação,
porém, deve agir de acordo com a conduta esperada para a profissão, deixando claro os limites da honestidade e
dignidade usados. Para Lisboa (1997, p. 62) “os princípios éticos aplicáveis à profissão de contador representam
a essência das intenções da profissão para viver e atuar dentro da ética”.
Fique de olho
Assista também o vídeo do canal contabilizando, que visa resumir de forma a preparar para o
exame do CFC os principais assuntos relacionados ao código de ética do profissional contador.
O vídeo encontra-se disponível na plataforma do YouTube pelo link que segue https://www.
youtube.com/watch?v=iQwkFxLcF3I
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Assista aí
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/1bea51c4f58464dd72d07f3471c9b917
é isso Aí!
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer os conceitos e as diferenças de ética geral, ética profissional, moral, valores e juízos de 
apreciação;
• entender os principais problemas éticos nas empresas e quais os conflitos que se pode enfrentar;
• compreender qual a importância de agir de forma ética nas tomadas de decisões pertinentes à profissão 
contábil;
• analisar as discussões pertinentes a relação ética e lucro, internalizando os principais pontos de vistas 
da relação e projetando o modo de agir ético para com cada situação;
• compreender o que é o código de ética profissional de modo geral, e quais as especificidades deste para 
a profissão contábil.
Referências
ARRUDA, M. C. C.; DO CARMO WHITAKER, M.; RAMOS, J. M. R.. Fundamentos de ética empresarial e
. Atlas, 2009.econômica
COHEN, C. et al. . Bioética, v. 2, n. 1, p. 19-24, 1994.Breve discurso sobre valores, moral, eticidade e ética
CORRÊA, D. V.; FERREIRA, C. R.; KEIKO, S. Uma breve reflexão sobre a importância da ética na profissão
. Revista Contemporânea de Contabilidade, v. 2, n. 3, p. 57-72, 2005.contábil
FERREIRA, A. H. et al. . Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.Miniaurélio século XXI escolar
LISBOA, L. P. . 2 ed. FIPECAFI; USP. São Paulo: Atlas, 1997.Ética Geral e profissional em Contabilidade
LOPES DE SÁ, A. . 3. ed., São Paulo: Atlas, 2000.Ética Profissional
NASH, L. . São Paulo: Makron Brooks do Brasil, 1993.Ética nas empresas
PASSOS, E. . São Paulo: Atlas, 2004.Ética nas organizações
PAI, L. D. . Saber Acadêmico, São Paulo, n. 06, p. 90-102,Governança corporativa & ética nas organizações
2008.
SILVA, A. C. R. et al. . 2016.Abordagens éticas para o profissional contábil
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	Olá!
	1 Introdução à unidade
	Assista aí
	2 Ética geral, profissional, moral, valores e juízos de apreciação
	2.1 Ética Geral
	2.2 Ética Profissional
	2.3 Ética, moral, valores e juízos de apreciação
	3 Principais problemas éticos nas empresas
	4 Tomada de decisão baseada em princípios éticos
	5 Relação entre ética e lucro
	Assista aí
	6 Código de ética profissional do contabilista
	Assista aí
	é isso Aí!
	Referências

Outros materiais