Buscar

trabalho savio penal

Prévia do material em texto

EXERCÍCIOS DE DIREITO PENAL III – FACULDADE DOCTUM
18/06/2020 – valor 10 pontos
Prof. Marcorélio Rodrigues dos Reis
JULGUE CADA ITEM A SEGUIR COMO CERTO OU ERRADO JUSTIFICANDO SUA RESPOSTA. A MERA CITAÇÃO DE ARTIGO DE LEI NÃO SERÁ CONSIDERADA COMO JUSTIFICATIVA SUFICIENTE PARA PONTUAÇÃO.
1) Afrodite, de sessenta e dois anos de idade, e Filomena, de cinquenta anos de idade, são irmãs e residem no mesmo endereço. Na ocasião de uma festividade familiar, Filomena se aproveitou de um descuido de Afrodite e acabou por subtrair-lhe a bolsa. Nos termos do Código Penal, o processamento do crime de furto praticado por Filomena dependerá de representação de Afrodite.
Correto, vejamos: “A representação é ato que depende da avaliação pessoal e da conveniência da vítima ou de seu representante legal, permanecendo, portanto, na esfera da facultas agendi. Por ser uma condição de procedibilidade, a autoridade policial somente poderá instaurar o inquérito se receber anuência da parte legitimada, assim como o Ministério Público para oferecer a denúncia e disparar a ação penal. A disponibilidade que se confere à vítima, no sentido de dar sua autorização, estende-se até antes do promotor de justiça apresentar a peça delatória. Após, a ação ingressa no seu curso natural e leva o timbre de pública incondicionada, agora mitigada, pois a reparação do dano antes da sentença é causa extintiva da punibilidade. Também a vítima tem o prazo de seis meses para exercer seu direito, sob pena de decadência, conforme regra estabelecida no art. 38 do Código de Processo Penal”. Disponível em: <\\https://eudesquintino.jusbrasil.com.br/artigos/121823173/representacao-no-crime-de-furtohttps://eudesquintino.jusbrasil.com.br/artigos/121823173/representacao-no-crime-de-furto//>. Acesso em 18/06/2020.
2) Conforme jurisprudência dominante no STJ, nos crimes de furto e roubo (arts. 155 e 157 do CP) a consumação do fato típico somente ocorre com a posse mansa, pacífica e desvigiada, o que não se verifica no caso de perseguição imediata do agente e recuperação da coisa subtraída.
Errado, pois no roubo temos violência física ou grave ameaça ou até meio sub-reptício. No furto a subtração se dá sem nenhum meio forçado.
3) No crime contra o patrimônio em que a coisa é subtraída e a violência é praticada com a intenção de matar a vítima, sem que esta chegue a morrer, a conduta é tipificada como latrocínio consumado, e não como tentativa de latrocínio (art. 157 do CP), conforme definido pela jurisprudência dominante no STJ.
Errado, o correto seria latrocínio tentado já que a vítima não morreu.
4) Situação hipotética: Um indivíduo, penalmente imputável, ameaçou com arma de fogo um adolescente e subtraiu-lhe todos os pertences, incluindo-se valores e objetos pessoais. O autor foi preso logo depois, em flagrante delito, todavia, quando da abordagem policial, já não mais portava a arma utilizada no roubo. Assertiva: Nessa situação, o agente responderá pelo roubo na forma simples, sendo indispensável a apreensão da arma de fogo pela autoridade policial para a caracterização da correspondente majorante do crime.
Errado, não precisa da perícia da arma de fogo roubo majorado se ela não for encontrada, agora se for encontrada precisa de ser periciada.
5) O crime de extorsão mediante sequestro, desde que se prove que a intenção do agente era, de fato, sequestrar a vítima, se consuma no exato instante em que a pessoa é sequestrada, privada de sua liberdade, independentemente de o(s) sequestrador(es) conseguir(em) solicitar(em) ou receber(em) o resgate.
Certo, o art. 159 do cp se dá no momento do constrangimento não importa o resultado
6) A distinção entre o roubo e a extorsão está no grau de participação da vítima, tendo em vista que, no segundo tipo penal, é exigida a participação efetiva do agente lesado.
Certo, na extorsão e necessária a ação da vítima. Ex: eu chego e peço o indivíduo para digitar a senha do cofre abrir e mim dar o dinheiro
7) Considere a seguinte situação hipotética. Maria, maior, capaz, em conluio com três amigos, também maiores e capazes, forjou o próprio sequestro, de modo a obter vantagem financeira indevida de seus familiares. Nessa situação, todos os agentes responderão pelo crime de extorsão mediante sequestro.
Errado, pois se qualifica como extorsão simples nos termos do art. 158 do cp.
8) Durante dois anos, a empresa CXL recolheu as contribuições previdenciárias de seus empregados, mas não as repassou à previdência social, o que caracterizou o crime de apropriação indébita previdenciária. Nessa situação, se os representantes legais da empresa CXL, espontaneamente, confessarem e efetuarem o pagamento das contribuições antes do início da ação fiscal, ficará extinta a punibilidade.
Certo, pois, se não há pendencia, não há processo.
9) No crime de apropriação indébita exige-se uma quebra de confiança por parte do agente, eis que a vítima voluntariamente entrega bem móvel de sua propriedade ou posse, perpetuando-se o crime no momento que autor do delito se nega em devolver o objeto ao seu legítimo dono. Entretanto, se o agente, de forma premeditada, pega o bem já consciente que não irá devolvê-lo, cometerá a conduta de furto, e não a acima mencionada.
Certo, porque pra ser apropriação indébita tem que ter os atos de disposição, recusa em devolver Ex:eu te empresto meu notebook aí passa 5:dias e eu não devolvo , mas para ser crime de apropriação indébita tem que se ter um prazo, nos termos do art. 180 do cp.
10) Um servidor que, durante seu expediente, receba equivocadamente de uma transportadora uma encomenda que contenha um aparelho eletrônico destinado a outra pessoa que não trabalha naquela empresa, e se aproprie desse aparelho, mesmo ciente de que tal bem é proveniente de transação comercial legítima e não lhe pertence, responderá por crime de receptação.
Errado, pois, receptação é adquirir coisa ciente de que provém de crime.
11) Heloísa não informou ao INSS o óbito de sua genitora e continuou a utilizar o cartão de benefício de titularidade da falecida pelo período de seis meses. Nessa situação, Heloísa praticou estelionato de natureza previdenciária, classificado, em decorrência de sua conduta, como crime permanente, de acordo com o entendimento do STJ.
Errado, pois, segundo o disposto no § 3º do art. 171 do Código Penal, a pena do estelionato é aumentada de um terço se o crime é cometido em detrimento de entidade de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência. Sabe-se que a majorante é aplicada quando figura como vítima entidade autárquica da Previdência Social, e, segundo o stj “O estelionato previdenciário configura crime permanente quando o sujeito ativo do delito também é o próprio beneficiário, pois o benefício lhe é entregue mensalmente (Precedentes)” (STJ – AgRg no AgRg no AREsp 992.285/RJ, 5ª Turma, j. 20/06/2017).
12) Luiz, utilizando-se da fraude conhecida como conto do bilhete premiado, ofereceu o falso bilhete a Luíza para que esta resgatasse o prêmio. Encantada com a oferta e desconhecendo a falsidade do bilhete, Luíza entregou a Luiz vultosa quantia, sob a crença de que o bilhete representasse maior valor. Após dirigir-se à casa lotérica, Luíza descobriu o engodo e procurou uma delegacia de polícia para registrar o fato. Nessa situação, não cabe qualquer providência na esfera policial, porquanto a vítima também agiu de má-fé (torpeza bilateral), ficando excluído o crime de estelionato.
Errado, o Código Penal tipifica o crime de estelionato como sendo aquele praticado pelo agente que emprega a astúcia, o engodo, a mentira, a fraude ou outros meios que possam manter alguém em erro, com a intenção de auferir vantagem ilícita. É um delito diferenciado de todo o regramento penal, que não exige ameaça, violência ou qualquer meio intimidativo para obter o proveito pretendido, o conto do bilhete premiado, tão propalado e antigo como as loterias no Brasil, apesar de extensa divulgação pela imprensa e até mesmo pelas conversas populares continua sendo praticado com sucesso na erada informática. O crime de estelionato independe da conduta da vítima nesse caso.
Disponível em: <\\ https://www.migalhas.com.br/depeso/253117/a-vitima-do-golpe-do-bilhete-premiado//>. Acesso em 18/06/2020.
13) Zildo subtrai algumas peças de automóvel e as venda à Zito. Ainda que não tenha sido informado de que as peças seriam produto de crime, Zito poderá responder criminalmente por uma das espécies de receptação, caso venha a adquiri-las por valor muito abaixo do preço de mercado.
Certo, pois, notoriamente o direito é repleto de presunção, portanto, ao adquirir algo pelo valor muito abaixo do mercado, presume-se que o indivíduo tenha discernimento ou maldade para desconfiar que o material ou produto advém do crime, nos termos do art. 180, parágrafo 3° do cp: adquirir bem que, pelo seu baixo valor, deve-se presumir como obtido por meio criminoso. 
14) Na madrugada do dia 12/02/2020, Mévio escalou o muro que cercava determinada residência e conseguiu entrar na casa, onde anunciou o assalto aos moradores. Mévio ameaçou cortar a garganta das vítimas com um caco de vidro, caso elas gritassem por socorro ou tentassem chamar a polícia. Ele então amarrou as vítimas, explodiu o cofre localizado no andar de cima da casa e subtraiu as joias que encontrou. Essas joias foram vendidas a Zito, que desconhecia a origem do produto por ele adquirido. Ao adquirir as joias roubadas, Zito praticou o crime de receptação.
Errado, pois o art. 180 do cp dispõe que: “Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa”. Como podemos notar, Zito não sabia a procedência, portanto não cometeu o crime de receptação.
15) Tito adquiriu um revólver calibre 38 sabendo ser produto de crime. Passou a portá-lo municiado, sem autorização e em desacordo com determinação legal. O comportamento suspeito de Tito levou-o a ser abordado em operação policial de rotina. Sem a autorização de porte de arma de fogo, Tito foi conduzido à delegacia, onde foi instaurado inquérito policial. A receptação praticada por Tito consumou-se a partir do momento em que foi descoberto pela polícia que o revólver se trata de produto de crime.
Errado, pois a receptação ocorre quando Tito adiquiriu e portou o produto fruto do crime e era ciente disso, e não quando a polícia descobre, nos termos do art.180 do cp ora supracitado no número 14.

Continue navegando