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CEFET-MG – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais 1 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS Laboratório de Ensaios Destrutivos APOSTILA DE ENSAIOS DESTRUTIVOS Atualização: Jan / 2020 (GMS) 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 2 1.1. Procedimento de trabalho no laboratório .......................................................................... 2 2. ENSAIOS MECÂNICOS ............................................................................................................ 3 3. NORMAS TÉCNICAS ................................................................................................................ 4 4. UNIDADES DE MEDIDA ........................................................................................................... 5 4.1. Sistema Internacional (SI) .............................................................................................. 5 4.2. Unidades de medidas em ensaios mecânicos ..................................................................... 6 4.3. Conversão de unidades .................................................................................................. 6 5. TIPOS E SOLICITAÇÕES EM COMPONENTES MECÂNICOS ............................................................ 8 6. PROPRIEDADES MECÂNICAS ................................................................................................... 9 7. NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA ....................................................................................... 10 7.1. Características dos instrumentos de medição .................................................................. 10 7.2. Resultado de uma medição ........................................................................................... 11 7.3. Média e desvio padrão ................................................................................................. 11 7.4. Incerteza de medição ................................................................................................... 12 8. ENSAIO DE EMBUTIMENTO .................................................................................................... 14 9. ENSAIO DE TRAÇÃO ............................................................................................................. 16 10. ENSAIO DE DUREZA ............................................................................................................. 19 10.1. Objetivo ..................................................................................................................... 19 10.2. Cuidados ao se realizar um ensaio de dureza .................................................................. 19 10.2.1. Tipo de penetrador e força de ensaio .................................................................. 19 10.2.2. Distância mínima entre as impressões ................................................................. 19 10.2.3. Espessura do corpo de prova ............................................................................. 19 10.3. Tipos de ensaio ........................................................................................................... 19 10.4. Ensaio de Dureza Brinell ............................................................................................... 20 10.5. Ensaio de Dureza Vickers ............................................................................................. 22 10.6. Ensaio de Dureza Rockwell ........................................................................................... 25 11. ENSAIO DE IMPACTO ............................................................................................................ 28 12. ANEXOS .............................................................................................................................. 31 12.1. Anexo 1 – Tabela de comparação de dureza ................................................................... 31 12.2. Anexo 2 – Determinação do grau de embutimento ........................................................... 32 ÍNDICE CEFET-MG – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais 2 1. INTRODUÇÃO A disciplina ‘Ensaios Destrutivos’ tem por objetivo fornecer noções básicas sobre os principais ensaios destrutivos utilizados em materiais, especialmente os metálicos. Assim, o aluno deverá: • Entender as principais propriedades dos materiais e os principais esforços a que os componentes estão submetidos; • Conhecer os principais métodos e os equipamentos utilizados nos ensaios a fim de determinar o método de ensaio mais adequado; • Realizar os principais ensaios destrutivos, fundamentados em normas estabelecidas pela ABNT ou Mercosul, de forma a se tornar apto a monitorar a execução destes, conforme normas técnicas e ou procedimentos aprovados; • Analisar criticamente os resultados obtidos e estar capacitado a emitir relatórios técnicos. 1.1. Procedimento de trabalho no laboratório O trabalho em um laboratório só é efetivo quando realizado conscienciosamente e com compreensão da sua teoria. Além disso, toda atividade experimental requer que o experimentador seja cuidadoso e esteja atento. Desta forma, o aluno deverá: • Conhecer a norma de acesso, utilização e segurança nos laboratórios e dependências do DEMAT; • Manter limpo e arrumado o laboratório. Somente os materiais e equipamentos necessários ao experimento da aula é que deverão ser manuseados; • Antes de iniciar o ensaio no laboratório, conhecer todos os detalhes do experimento que irá realizar, familiarizar-se com a teoria relativa ao tópico em estudo, entender o procedimento detalhando a montagem do equipamento e realização das etapas do ensaio, além dos detalhes relativos aos corpos de prova (CDP); • Anotar, durante o trabalho experimental no laboratório, todas as observações e conclusões. É proibida a utilização de celulares, máquinas fotográficas e filmadoras durante as aulas. CEFET-MG – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais 3 2. ENSAIOS MECÂNICOS Na engenharia, seja para o projeto e manufatura de pequenos ou grandes componentes, é fundamental o conhecimento do comportamento do material com que se trabalha, isto é, suas propriedades mecânicas em várias condições de uso. As condições de uso envolvem: temperatura, tipos de carga e suas frequências de aplicação, desgaste, deformabilidade, etc. Para que o projetista possa prever o comportamento do material em condições de trabalho é imprescindível que tenha em mãos os parâmetros de comportamento, determinados através de ensaios mecânicos. Além disso, durante a fabricação é necessário testar os materiais utilizados. Embora os valores de propriedades de muitos materiais comumente usados na engenharia possam ser obtidos de tabelas, é importante que os técnicos e engenheiros tenham conhecimento da metodologia da execução dos ensaios e do significado de cada parâmetro. Portanto, é importante conhecer os fundamentos básicos relativos a cada ensaio. Para a determinação das propriedades mecânicas de determinado material geralmente são realizados ensaios destrutivos, ou seja, ensaios que promovem a ruptura ou a inutilização do produto ensaiado. Existem também os ensaios chamados não-destrutivos, utilizados geralmente para a determinação de algumas propriedades físicas dos materiais bem como para detectar falhas do mesmo. O quadro 01 mostra a classificação dos ensaios mecânicos. O ensaio de dureza, embora muitas vezes possa não inutilizar a peça ensaiada, também está incluído na categoria de ensaios destrutivos. ENSAIOS MECÂNICOS INTEGRIDADE (geométrica e dimensional da peça) VELOCIDADE (aplicação da carga – ensaio destrutivo) DESTRUTIVO NÃO DESTRUTIVO ESTÁTICODINÂMICO CARGA CONSTANTE Provocam inutilização parcial ou total da peça Não comprometem a integridade da peça Carga lenta Carga rápida ou cíclica Carga constante Tração Dobramento Torção Impacto Compressão Embutimento Dureza Fadiga Fluência Ensaio visual Líquido penetrante Partículas magnéticas Correntes parasitas Ultrassom Radiação penetrante (raios x e raios γ) Estanqueidade Emissão acústica Termografia Tração Dobramento Torção Compressão Embutimento Impacto Fadiga Fluência Dureza Quadro 01: Classificação dos ensaios mecânicos A escolha do ensaio mecânico mais adequado ou mais interessante para cada produto depende da finalidade do material, dos tipos de esforços que esse material irá sofrer e das propriedades mecânicas que se deseja medir. Em geral, existem especificações para todo o tipo de produto fabricado e nessas especificações constam os ensaios mecânicos que devem ser realizados para se saber se determinado produto está em conformidade com a finalidade proposta. Nos ensaios mecânicos utilizam-se: • Corpos de prova (amostra do material), já que por razões técnicas e econômicas quase nunca é praticável realizar o ensaio na própria peça; • Normas técnicas para o procedimento de obtenção das medidas e confecção do corpo de prova (CDP), para garantir que os resultados sejam comparáveis. CEFET-MG – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais 4 3. NORMAS TÉCNICAS A expressão ‘norma técnica’ é utilizada de modo genérico e inclui especificações de materiais, métodos de ensaio e de análise, normas de cálculo e segurança, terminologia técnica de materiais, de componentes, de processos de fabricação, simbologias para representação em fórmulas e desenhos, padronizações dimensionais, etc. Quando se trata da realização de ensaios mecânicos, o que mais se utiliza são as normas referentes à especificação de materiais e ao método de ensaio. Um método descreve o correto procedimento para se efetuar um determinado ensaio mecânico. Desse modo, seguindo-se sempre o mesmo método, os resultados obtidos para um mesmo material são semelhantes e reprodutíveis onde quer que o ensaio seja executado. O método de ensaio fornece, ainda, os requisitos exigidos para o equipamento que vai ser usado, além do tamanho e forma dos corpos de prova a serem ensaiados. Também define os conceitos importantes relacionados ao ensaio em questão e menciona como os resultados devem ser fornecidos em um relatório final. A escolha de um ensaio mecânico não é aleatória, sempre que possível deve-se procurar saber qual a especificação do material que se pretende utilizar, a fim de se realizar somente os ensaios e as análises necessárias. As normas técnicas mais utilizadas pelos laboratórios de ensaios em materiais são as normas particulares de indústrias ou empresas governamentais e às de associações técnicas ou associações regionais, exemplificadas na lista a seguir. • ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas); • AFNOR (Association Fran-çaise de Normalisation); • ASME (American Society of Mechanical Engineers); • ASTM (American Society for Testing and Materials); • BSI (British Standards Institution); • DIN (Deutsches Institui für Normung); • ISO (International Organization for Standardization); • JIS (Japanese Industrial Standards); • SAE (Society of Automotive Engineers); • AMN (Associação Mercosul de Normalização); • CEN (European Commitee for Standardization); • COPANT (Comissão Panamericana de Normas Técnicas). CEFET-MG – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais 5 4. UNIDADES DE MEDIDA 4.1. Sistema Internacional (SI) De acordo com o Decreto n.° 81.621, de 03 de maio de 1978, ficou estabelecido o uso, em todo o território brasileiro, do Sistema Internacional de Unidades (SI), que compreende sete unidades de base, conforme mostradas no quadro 02 e unidades derivadas das unidades de base. GRANDEZA UNIDADE SÍMBOLO Comprimento metro m Massa quilograma ou kilograma kg Tempo segundo s Corrente elétrica ampère A Temperatura termodinâmica kelvin K Quantidade de matéria mol mol Intensidade luminosa candela cd Quadro 02: Unidades de base O Sistema Internacional de Unidades ainda contempla duas unidades suplementares: radiano (rd) e esterradiano (sr), para ângulos plano e sólido, respectivamente. O SI também é formado pelos múltiplos e submúltiplos das unidades citadas acima, utilizando prefixos métricos gregos e latinos, segundo potências de dez mostradas no quadro 03. FATOR PREFIXOS SI NOME SÍMBOLO 1018 exa E 1015 peta P 1012 tera T 109 giga G 106 mega M 103 quilo k 102 hecto h 101 deca d 100 1 U.F. (Unidade Fundamental) 10-1 deci d 10-2 centi c 10-3 mili m 10-6 micro µ 10-9 nano n 10-12 pico p 10-15 femto f 10-18 atto a (*) 1 Å (angstron) equivale a 10-10m. Quadro 03: Prefixos SI CEFET-MG – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais 6 4.2. Unidades de medidas em ensaios mecânicos O quadro 04 mostra as unidades derivadas mais comumente usadas em ensaios mecânicos. GRANDEZA UNIDADE SÍMBOLO OBSERVAÇÃO Área metro quadrado m2 - milímetro quadrado mm2 Submúltiplos do m2 centímetro quadrado cm2 Tensão ou pressão pascal Pa - megapascal MPa Múltiplo do Pa. Equivale a N/mm2. Força newton N - Energia joule J - Quadro 04: Unidades SI utilizadas em ensaio mecânicos Além dessas, emprega-se também a unidade de pressão bar (bar), em vigor apenas temporariamente, porém uma unidade muito cômoda para o caso de ensaio de pressão interna. A unidade quilograma-força (kgf) ainda é empregada, pois seu uso ainda é muito grande no Brasil e, também, porque a grande maioria das máquinas disponíveis ainda possui suas escalas nesta unidade. O mesmo se pode dizer quanto às unidades quilogrâmetro, kgf x m, para energia, e kgf/cm2 e atmosfera (atm), para pressão ou tensão, assim como para algumas unidades norte-americanas, que são a libra por polegada quadrada (psi) para tensão, e a libra-pé (ft-lb) para energia, mencionadas em livros sobre ensaios mecânicos. 4.3. Conversão de unidades Muitas vezes se faz necessária a conversão de unidades em função das diferentes possibilidades existentes. Por exemplo, a unidade da grandeza força pode ser medida em dina, quilograma-força, libra-força, poundals e newton. Desta forma, para que os valores das grandezas possam ser mais facilmente comparáveis ou para a realização de alguns cálculos é necessária a conversão das unidades. No quadro 05 são apresentados alguns fatores de conversão de unidades mais utilizados em ensaios mecânicos. UNIDADE EQUIVALÊNCIA 1N 0,102kgf 1kgf 0,454lb = 9,807N 1MPa 0,102kgf/mm2 = 1000Pa = 1000N/m2 1kgf/mm2 1422,27psi = 9,807MPa =9,807N/mm2 1J 0,102kgf-m 1kgf x m 7,233ft-lb = 9,807J 1kgf/cm2 1atm = 14,22psi = 0,09807MPa = 0,9807bar 1° (π/180)rd Quadro 05: Conversão de unidades em ensaios mecânicos CEFET-MG – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais 7 Exemplos práticos de conversão de unidades que envolvem mais de uma grandeza: 1 – Transformar km/h em m/s 72 km X 1000 m X 1 h = 20 m h 1 km 3600 s s 2 – Transformar g.cm2/min3 em W (kg.m2/s3) 1,2 g.cm2 X 1 kg X (1 m)2 X (1 min)3 = 0,5555 x 10-12 kg m2 = 0,56 pW min3 1000g (100 cm)2 (60 s)3 s3 CEFET-MG – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais 8 5. TIPOS E SOLICITAÇÕES EM COMPONENTES MECÂNICOS Materiais sólidos tendem a deformar-se (ou eventualmente se romper) quando submetidos a solicitações mecânicas. A Resistência dos Materiais é um ramo da engenharia que tem como objetivo o estudo do comportamentode elementos construtivos sujeitos a esforços, de forma que eles possam ser adequadamente dimensionados para suportá-los nas condições previstas de utilização. Desta forma, para determinação de propriedades mecânicas dos materiais, são aplicados sobre os mesmos um dos tipos de esforços possíveis, conforme mostra a Figura 01: (a) Tração: caracteriza-se pela tendência de alongamento do elemento na direção da força atuante; (b) Compressão: a tendência é uma redução do elemento na direção da força de compressão; (c) Flexão: ocorre uma deformação na direção perpendicular à da força atuante; (d) Torção: forças atuam em um plano perpendicular ao eixo e cada seção transversal tende a girar em relação às demais; (e) Flambagem: é um esforço de compressão em uma barra de seção transversal pequena em relação ao comprimento, que tende a produzir uma curvatura na barra; (f) Cisalhamento: forças atuantes tendem a produzir um efeito de corte, isto é, um deslocamento linear entre seções transversais. Em muitas situações práticas ocorre uma combinação de dois ou mais tipos de esforços. Em alguns casos há um tipo predominante e os demais podem ser desprezados, mas há outros casos em que eles precisam ser considerados conjuntamente. Os ensaios destrutivos são utilizados para determinar as propriedades mecânicas de materiais submetidos a esses esforços. Figura 01: Formas gráficas aproximadas dos tipos de esforços mais comuns a que são submetidos nos elementos construtivos. CEFET-MG – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais 9 6. PROPRIEDADES MECÂNICAS As propriedades mecânicas constituem as características mais importantes dos metais para sua aplicação nos vários campos da engenharia, visto que o projeto e a execução dos produtos são realizados com base no seu conhecimento. As propriedades mecânicas estabelecem o comportamento de um material quando sujeito a esforços de natureza mecânica e correspondem às propriedades que, num determinado material, definem a sua capacidade de transmitir e resistir aos esforços que lhe são aplicados, sem romper ou sem que produzam deformações incontroláveis. São exemplos de propriedades mecânicas: • Resistência: é a maior ou menor capacidade que o material tem de resistir a um determinado tipo de esforço (tração, compressão, flexão, cisalhamento, torção e flambagem). O material que primeiro deforma-se permanentemente é o que apresenta menor resistência. Não é necessário que se rompa. • Elasticidade (deformação elástica): deformação não permanente. Capacidade de retornar a forma e dimensões originais quando cessado o esforço que o deformou. • Plasticidade (deformação plástica): deformação permanente. Capacidade de apresentar deformação permanente apreciável, sem se romper. Cessados os esforços, o material não volta a sua forma original. • Ductilidade (ductibilidade): elevada capacidade de deformação plástica. É a capacidade que o material tem de aceitar a deformação plástica. Quanto maior o grau de deformação plástica que se consegue sem que ele se rompa, maior a ductilidade do material. Quanto mais duro, menos dúctil. • Fragilidade: ausência de capacidade de deformação plástica. São materiais que não apresentam nenhuma deformação plástica, apenas elástica. Quando submetidos a esforços que ultrapassem a deformação elástica eles se rompem. • Rigidez: Para um material elástico quanto menor for a sua deformação para uma mesma solicitação, mais rígido será este material. • Resiliência: capacidade de absorver energia durante a deformação elástica e de liberá-la quando o esforço é retirado. Também definida como a capacidade de resistência ao choque sem deformação permanente. • Tenacidade: alia alta resistência a boa resiliência e boa ductilidade. Apresenta excelente comportamento elástico e bom comportamento plástico. É a capacidade de absorver energia durante o impacto e transformá-la em deformação plástica. Em outras palavras, é a quantidade de energia necessária para provocar a ruptura do material. • Dureza: resistência que um material opõe à penetração de outro corpo. CEFET-MG – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais 10 7. NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA 7.1. Características dos instrumentos de medição Para uma melhor compreensão das características dos instrumentos de medição, será utilizada a ilustração do manômetro apresentado na Figura 02. Figura 02: Manômetro • Faixa de Medição (Intervalo de medição) (VIM 4.7) Conjunto de valores de grandezas de mesma natureza que pode ser medido por um dado instrumento de medição ou sistema de medição com incerteza de medição instrumental especificada, sob condições determinadas. No exemplo do manômetro: (1 a 6) bar • Valor de Divisão de Escala: O valor de uma divisão é a diferença entre os valores de escala correspondentes a duas marcas sucessivas No exemplo do manômetro: 0,2 bar • Resolução (de um dispositivo mostrador) (VIM 4.15) Menor diferença entre indicações mostradas que pode ser significativamente percebida. No exemplo do manômetro: 0,1 bar • Leitura no manômetro: 3,1 bar CEFET-MG – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais 11 7.2. Resultado de uma medição Conjunto de valores atribuídos a um mensurando, juntamente com toda outra informação pertinente disponível (VIM 2.9). Um resultado de medição é geralmente expresso por um único valor medido e uma incerteza de medição. Onde: RM = Resultado da Medição Rb = Resultado base U= incerteza de medição 7.3. Média e desvio padrão • Média (valor esperado): Considerando uma variável aleatória na qual ‘n’ observações independentes xi foram obtidas sob as mesmas condições de medição, pode-se dizer que o valor esperado é a média aritmética, ou seja, é o valor que se situa a meio de todos os outros. • Desvio padrão experimental: Caracteriza a dispersão dos resultados para uma série de ‘n’ medições de um mesmo mensurando. Desvio padrão experimental = S(xi) ou Desvio padrão experimental = S(xi) Desvio padrão experimental da média = S(xi) √ n Os chamados “intervalos de confiança” foram concebidos para fornecer um conjunto provável de valores que as estimativas podem ter se um experimento for repetido várias vezes. RM = (Rb ± U) [unidade] CEFET-MG – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais 12 Desta forma, considera-se que aproximadamente 68,27% das medidas (dados) se encontram dentro de um desvio padrão da média, 95,45% estão dentro de dois desvios padrões e 99,73% (ou quase 100%) ficam dentro de três desvios padrões, conforme pode ser visto na Figura 03. Essa regra é válida para amostras que representam uma distribuição normal ou Gaussiana. Figura 03: Intervalos de confiança 7.4. Incerteza de medição Parâmetro não negativo que caracteriza a dispersão dos valores atribuídos a um mensurando, com base nas informações utilizadas (VIM 2.26). O parâmetro incerteza pode ser denominada padrão, combinada e expandida. • A incerteza padrão pode ser um desvio padrão ou a metade de um intervalo. (VIM 2.30) • A incerteza padrão combinada é a incerteza padrão obtida ao se utilizarem incertezas padrão individuais associadas às grandezas de entrada num modelo de medição. (VIM 2.31). • A incerteza de medição expandida é obtida pelo produto de uma incerteza padrão combinada por um fator maior do que o número um. (VIM 2.35). Nota: Quando for solicitado o cálculo de incerteza nos ensaios realizados no laboratório, utilizar o fator igual a 2, exceto se a norma do ensaio especificar outro valor. Exemplo: Determine o resultado de medição para a mediçãode temperatura realizada em uma sala. Considere no cálculo apenas as fontes de incerteza citadas abaixo. 1 - Medições individuais realizadas na sala: 21,0°C 22,0°C 21,5°C 21,0°C 21,0°C CEFET-MG – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais 13 2 - Fontes de incerteza a serem consideradas: • Resolução do sistema de medição de temperatura: 0,5°C (k=√3) • Incerteza (expandida) do termômetro no certificado de calibração: 0,6°C (k=2) Solução: Média: 21,3°C Desvio padrão: s = 0,45°C Desvio padrão da média = 0,2°C Incerteza padrão: Das medidas realizadas: 0,2°C Da resolução: 0,5/√ 3 = 0,289°C Da incerteza do termômetro: 0,6/2 = 0,3°C Incerteza combinada: √ (0,2)2 + (0,289)2 + (0,3)2 = 0,46°C Incerteza expandida: 0,46°C X 2 = 0,92°C Resultado da medição: 21,3°C ± 0,92°C Resultado final: (21,3±0,9) °C CEFET-MG – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais 14 8. ENSAIO DE EMBUTIMENTO A seguir é apresentada uma síntese da Norma ABNT NBR 16281:2014, para referência. Para os estudos da disciplina, esta norma, em sua íntegra, deve ser consultada. Método ERICHSEN Norma ABNT NBR 16281:2014 – Determinação do índice de embutimento em chapas de aço pelo método Erichsen modificado Aplicação Chapas de aço Avaliar a deformabilidade de materiais destinados a operações de conformação - Espessuras de 0,3mm a 5,00mm Penetrador Esfera de 20mm de diâmetro. Deve ser polida, recomendando-se para isso uma camada de cromo duro. O corpo do penetrador deve ser de tal forma que, ao se realizar o ensaio, somente o extremo esférico entre em contato com a superfície do corpo de prova e que possa ser livremente extraído. O penetrador não pode girar durante o ensaio. Princípio da medição Consiste em deformar, com um penetrador provido de um extremo esférico, um corpo de prova preso entre uma matriz e um anel de fixação, até ocorrer o início de ruptura, a fim de se determinar a profundidade da calota produzida. Conceituações, símbolos e designações Índice de embutimento: Profundidade de embutimento ou percurso do penetrador desde a posição ‘zero’ até o início da ruptura do CDP, em mm. Ruptura: Separação de material por toda sua espessura, permitindo a passagem de luz em pelo menos parte de sua extensão. Em geral, o início da ruptura é acompanhado por uma queda do esforço suportada pelo CDP e, em alguns casos, por um ruído perceptível. A queda do esforço também pode ser considerada como critério de fim de ensaio. Em casos de arbitragem, adota-se o critério de ruptura do CDP. - IE nos casos em que a espessura nominal da chapa for de 0,3mm a 2,0mm inclusive; - IE40 nos casos em que a espessura nominal da chapa for maior que 2,0mm e menor ou igual a 5,0mm. Exemplos: IE = 7,2 mm = índice de embutimento de 7,2, ou seja, trajeto percorrido pelo penetrador equivalente a 7,2mm de profundidade, realizado em chapa fina. IE40 = 9,6 mm = índice de embutimento de 9,6, ou seja, trajeto percorrido pelo penetrador equivalente a 9,6mm de profundidade, realizado em chapa grossa. Corpo de prova A superfície do corpo de prova deve ser plana e de dimensões tais que o centro de qualquer embutimento não esteja situado a menos de 45mm de qualquer borda do mesmo e se situe, pelo menos, à 90mm do centro do embutimento mais próximo, sempre que as dimensões da chapa o permitam. Na região em que o corpo de prova foi cortado, não pode haver distorções que interfira em sua colocação no aparelho. O corpo de prova não deve ter sofrido qualquer tratamento que interfira nas características mecânicas do material. A quantidade de CDP deve ser estabelecida na especificação da chapa. Ambas as superfícies do corpo de prova devem ser lubrificadas com graxa grafitada ou vaselina. Espessura: - Chapas finas - espessura nominal de 0,3mm a 2,0mm, inclusive; - Chapas grossas - espessura nominal maior que 2,0mm e menor ou igual a 5,0mm. Temperatura de ensaio Ambiente (entre 15°C e 30°C) Características das máquinas e acessórios A máquina de ensaio deve constar de uma matriz, um anel de fixação e um penetrador, acoplado a um dispositivo de medição de seu curso, com graduação de 0,1mm. O sistema de aperto do anel de fixação do CDP deve permitir a leitura da carga aplicada. Máquinas antigas, fixar mediante forte pressão de atarraxamento. A construção da máquina deve ser tal que permita determinar com precisão o momento no qual se dá a ruptura. A matriz e o anel de fixação devem possuir alta resistência ao desgaste e uma dureza Vickers superior a 750HV. CEFET-MG – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais 15 Ensaio / velocidade Determinar a espessura do corpo de prova com aproximação de 0,01mm. Antes do corpo de prova ser colocado na máquina de ensaio, lubrificar suas faces e a superfície do extremo esférico do penetrador com graxa grafitada. O uso de outro lubrificante (ex: vaselina) deve ser acordado e registrado no relatório. Fixar o corpo de prova entre o anel e a matriz com carga de 1000kgf = 10.000N. Em máquinas de construção antiga, nas quais não se possa medir a carga de fixação, a fixação do corpo de prova pode ser conseguida mediante forte pressão de atarraxamento (equivalente a 1.000kgf = 10.000N) Colocar o penetrador em contato com a superfície do corpo de prova, sem choques, sendo este o ponto inicial a partir do qual será medida a profundidade da penetração. Deformar em seguida o corpo de prova, sem choques e vibração, com velocidade de penetração entre 5mm/min e 20mm/min. Na fase final a velocidade deve ser reduzida para o limite inferior, para maior perceptibilidade do início de ruptura. No exato momento de ruptura determina-se o percurso do penetrador com aproximação de 0,1mm. Distâncias entre os centros de embutimento O centro de qualquer embutimento não pode estar situado a menos de 45mm de qualquer borda do mesmo e nem a menos de 90mm do centro do embutimento mais próximo, sempre que as dimensões da chapa o permitam. Relatório de ensaio - Referência a norma de ensaio; - Dados que permitam a identificação do material do qual foi retirada a amostra; - Temperatura do ambiente de ensaio quando não for entre 15°C e 30°C; - Espessura de chapa com aproximação de 0,01mm, expressa pelos seus valores médios e extremos; - Índice de embutimento IE e IE40 com aproximação de 0,1mm, expresso pelos seus valores médios e extremos; - Lubrificante, caso não seja o recomendado por esta norma. Se usar vaselina, constar no relatório. CEFET-MG – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais 16 9. ENSAIO DE TRAÇÃO A seguir é apresentada uma síntese da Norma ABNT NBR ISO 6892:2002, para referência. Para os estudos da disciplina, esta norma, em sua íntegra, deve ser consultada. Norma ABNT NBR ISO 6892:2002 – Materiais metálicos – Ensaio de tração à temperatura ambiente Aplicação Materiais metálicos. Princípio do ensaio O ensaio consiste em solicitar o corpo de prova com esforço de tração, geralmente até a ruptura, com o propósito de se determinar uma ou mais propriedades mecânicas. Definições - L0 – comprimento de medida original – Comprimento de medida (marcação) antes da aplicação da força - Lu – comprimento de medida final – Comprimento de medida após a ruptura (marcação) - Lc – Parte paralela da seção reduzida do corpo de prova (entre raios) - Alongamento – aumento no comprimento da medida original (L0) em qualquer momento da realização do ensaio - Alongamento percentual – alongamento expresso como porcentagem do comprimento de medida original (L0) - Alongamento percentual permanente – aumento do comprimento de medida original do corpo de prova após a remoção da tensão especificada expresso em porcentagem do comprimento de medida original (L0) - Alongamento percentual após a ruptura (A) – alongamento permanente do comprimentode medida original após a ruptura (Lu-L0), expresso como uma porcentagem do comprimento de medida original (L0). - Redução percentual da área (Z) – máxima mudança na área da seção transversal, que pode ter ocorrido durante o ensaio (S0-Su) expressa como porcentagem da área da seção transversal original (S0). - Força máxima (Fm)– maior força que o corpo de prova suporta durante o ensaio, uma vez ultrapassado o ponto de escoamento. Para materiais sem ponto de escoamento, é o valor máximo durante o ensaio. - Tensão – Força dividida pela área da seção transversal original (S0) do corpo de prova, em qualquer momento do ensaio. - Resistência a tração (Rm) – Tensão correspondente a força máxima (Fm) - Tensão de escoamento – quando durante o ensaio o material metálico apresentar o fenômeno de escoamento, a deformação plástica ocorre sem nenhum incremento de força. Deve-se distinguir: Tensão de escoamento superior – valor da tensão no momento que o primeiro decréscimo de força é observado Tensão de escoamento inferior – menor valor da tensão durante o escoamento plástico, desconsiderando-se qualquer efeito transitório inicial. Corpo de prova Forma e dimensões - Geral A forma e dimensões dos corpos de prova dependem da forma e dimensões dos produtos metálicos dos quais os corpos de prova são retirados. O corpo de prova é, usualmente, obtido pela usinagem de uma amostra do produto ou obtida por forjamento ou fundição. Entretanto, produtos de seção constante (barras, fios, etc.) e também corpos de prova fundidos (ferro fundido maleável, ferro fundido branco, ligas não ferrosas) podem ser ensaiados sem serem usinados. As tolerâncias dimensionais dos corpos de prova devem estar de acordo com os anexos apropriados da norma. - Corpos de prova usinados Corpos de prova usinados devem ter curva de concordância entre as extremidades e o comprimento paralelo, se estes tiverem dimensões diferentes. As dimensões dos raios de concordância podem ser importantes e recomenda-se que sejam definidas nas especificações do material, se as mesmas não forem dadas no anexo apropriado. CEFET-MG – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais 17 As extremidades do corpo de prova podem ser de qualquer forma, desde que sejam compatíveis com os dispositivos de fixação da máquina de ensaio. O eixo do corpo de prova deve coincidir ou ser paralelo ao eixo de aplicação da força. O comprimento paralelo (Lc) ou, em casos onde o corpo de prova não tem curva de concordância, o comprimento livre entre os dispositivos de fixação, deve ser sempre maior do que o comprimento de medida original (L0). - Tipos Os principais tipos de corpos de prova estão definidos nos anexos A a D da norma, de acordo com a forma e o tipo do produto. Os corpos de prova devem ser escolhidos e preparados de acordo com as determinações dos padrões internacionais para os diferentes tipos de materiais. - Forma do corpo de prova Em geral, o corpo de prova é usinado e o comprimento paralelo deve ser unido às extremidades por meio de curvas de concordância e devem ter formas adequadas às garras da máquina de ensaios. Se solicitado, perfis, barras etc. podem ser ensaiadas sem usinagem. A seção transversal do corpo de prova pode ser circular, quadrada ou, em casos especiais, de outra forma. - Corpos de prova proporcionais são aqueles que têm o comprimento de medida original, relacionado à área da seção transversal através da equação L0 = k √S0 , sendo o valor internacionalmente adotado para k de 5,65. Corpos de prova proporcionais com seção transversal circular devem ter, preferencialmente, as dimensões fornecidas abaixo: Marcação do comprimento de medida original (L0) As extremidades do comprimento de medida original devem ser levemente marcadas com traços ou linhas, mas não com riscos que possam resultar em uma ruptura prematura. Para corpos de prova proporcionais, o valor calculado do comprimento de medida original deve ser arredondado para um valor mais próximo do múltiplo de 5 mm desde que a diferença entre o comprimento marcado e o calculado seja menor que 10% de L0. Temperatura de ensaio 10 a 35°C Medições com temperatura controlada: 23°C ± 5°C Ensaio / velocidade Máquina calibrada. Velocidade de ensaio para determinação da resistência à tração não pode ser superior a 8mm/seg. Método de fixação - os corpos de prova devem ser presos por meios adequados, como por exemplo, cunhas, extremidades roscadas ou ombreadas, etc. Devem ser fixados à máquina, de maneira que o esforço seja aplicado o mais axialmente possível. Determinação do alongamento percentual após a ruptura (A) As duas partes do corpo de prova rompido devem ser cuidadosamente colocadas juntas de tal forma que seus eixos estejam coaxiais. Cuidados especiais devem ser tomados para que se assegure o contato entre as duas partes do corpo de prova ao se medir o comprimento final, principalmente quando ele possui área de seção transversal reduzida ou com baixos valores de alongamento. Essa medição é válida, em princípio, somente se a distância entre a ruptura e a marca mais próxima não for menor que 1/3 do comprimento de medida original (L0). Entretanto, a medição é válida, independentemente da posição da ruptura, se o alongamento percentual após a ruptura for igual ou maior que o valor especificado. CEFET-MG – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais 18 Para evitar rejeição de corpos de prova, nos quais a ruptura possa ocorrer fora dos limites especificados acima, o método baseado na sub-divisão de L0 em N partes iguais pode ser usado tal como descrito no anexo G, sintetizado a seguir: Para evitar rejeição de corpos de prova, deve ser usado o seguinte método, havendo acordo entre as partes interessadas: a) antes do ensaio subdividir o comprimento de medida original (L0) em N partes iguais; b) após o ensaio, adote o símbolo X para indicar a marca de referência na parte mais curta e o símbolo Y para indicar a marca de referência na parte mais longa do corpo de prova para a subdivisão que está à mesma distância da fratura que a marca X. Se n é o número de intervalos entre X e Y o alongamento após ruptura é determinado como se segue: 1) Ruptura sobre uma marcação - se (N - n) for par, medem-se a distância entre X e Y e a distância entre Y e uma marca Z localizada a (N – n) / 2 intervalos de Y; Calcular o alongamento percentual após a ruptura usando a seguinte equação: A = (XY + 2YZ – L0) x 100 / L0 2) Ruptura entre duas marcações - se (N-n) for ímpar, mede-se a distância entre X e Y e a distância entre Y e marcas Z’ e Z’’ localizadas respectivamente à (N-n-1)/2 e (N-n+1)/2 intervalos de Y; Calcular o alongamento percentual após a ruptura usando a seguinte equação: A = (XY + YZ’ + YZ”– L0) x 100 / L0 Relatório de ensaio Deve conter: - Referência a norma de ensaio; - Identificação do corpo de prova - Natureza do material ensaiado se conhecida - Tipo de corpo de prova - Localização e orientação da retirada do corpo de prova - Características medidas e respectivos resultados. CEFET-MG – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais 19 10. ENSAIO DE DUREZA 10.1. Objetivo Conhecer a resistência do material quanto a desgaste e penetração. 10.2. Cuidados ao se realizar um ensaio de dureza 10.2.1. Tipo de penetrador e força de ensaio Atualmente, os ensaios de dureza baseiam-se na resistência que o material oferece ao ser penetrado por um corpo de formas e dimensões padronizadas (penetrador) sob a ação de uma carga (força de ensaio), também padronizada. Quando da realização do ensaio de dureza, geralmente já se tem ideia do valor a ser encontrado, sendo o ensaio realizado apenas para confirmação. Entretanto, caso não se conheça a dureza do material deve-se avaliar o melhor método a ser utilizado, bem como o penetradore a força de ensaio, para não danificar o penetrador ou danificar a peça além do necessário. Neste caso, o ensaio deve ser realizado com penetrador de diamante e força de ensaio com valor pequeno. Após obter o resultado, se preciso, aplicar outro método. 10.2.2. Distância mínima entre as impressões Deve ser observada distância mínima entre as impressões, pois durante o ensaio de dureza surge uma região de encruamento que pode afetar os resultados de um segundo ensaio, caso a distância mínima não seja preservada. Situação similar, porém inversa ocorre com a distância entre a impressão e a borda do corpo de prova. Caso a distância mínima não seja preservada, a dureza medida poderá ser inferior a dureza real. 10.2.3. Espessura do corpo de prova Outro parâmetro a ser observado é a espessura do corpo de prova. Caso a mesma seja inferior ao valor determinado por norma, pode ser influenciada pela dureza da base do equipamento. Quando se reduz a espessura do corpo de prova, deve-se reduzir o diâmetro do penetrador. 10.3. Tipos de ensaio • Dureza por risco - MOHS • Dureza por rebote (dureza Shore ou dureza escleroscópica) • Dureza por penetração Área de encruamento CEFET-MG – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais 20 10.4. Ensaio de Dureza Brinell A seguir é apresentada uma síntese da Norma ABNT NBR NM ISO 6506-1:2010, para referência. Para os estudos da disciplina, esta norma, em sua íntegra, deve ser consultada. Método BRINELL Norma ABNT NBR NM ISO 6506-1 - Materiais metálicos – Ensaio de dureza Brinell – Parte 1 - Método de ensaio (ISO 6506-1:2005, IDT) Aplicação Materiais metálicos com dureza até o limite de 650 HBW Penetrador - Esfera de metal duro (carboneto de tungstênio) polida - (φ 10, 5, 2,5 e 1 mm) - O penetrador deve ser polido e isento de defeitos na superfície. Princípio da medição Um penetrador (esférico de metal duro com diâmetro ‘D’) é pressionado sobre a superfície de um corpo de prova e, após a remoção da força ‘F’, é medido o diâmetro da impressão ‘d’ deixada na superfície. Cálculo da Dureza HB= F/A (N/mm2) F= força de ensaio (N) A= área da superfície curva da impressão (mm2) HBW = Dureza Brinell ��� � 0,102 2 ��� √�� ��� Onde: F = força (N) D = φ esfera (mm) d = diâmetro médio da impressão (mm) = (d1 + d2)/2 h = profundidade da impressão (mm) = (D-√D2-d2)/2 Razão força diâmetro = 0,102 x F/D2; F(N). Pode-se usar vários valores de carga e diâmetro dependendo do material avaliado, desde que o grau de carga seja constante: F/D2 Medir o diâmetro de cada impressão em duas direções PERPENDICULARES. A média aritmética dos dois valores medidos deve ser utilizada para calcular o valor da dureza HB. O valor da dureza pode ser calculado ou pode-se consultar na norma parte 4 para obter os valores de dureza para medições realizadas em superfícies planas. Símbolos e designação Símbolo: HBW – quando utilizada esfera de metal duro. A versão anterior da norma era HB (metal duro) e HBS (aço). Valor da dureza + SÍMBOLO + φ esfera (mm) + força de medição (kgf) + duração da aplicação da força de ensaio (s), se diferente do tempo especificado na norma (10 a 15s). 600 HBW 1/30/20 = dureza Brinell de 600, determinada com esfera de metal duro de 1mm de diâmetro e com força de 30kgf (ou 294,2N(*)), aplicada por 20s. (*) 1kgf = 9,807N Força de ensaio e escolha do penetrador Força de ensaio pré-determinada: faixa de 9,807N a 29,42kN (1kgf a 3.000 kgf). A escolha é realizada conforme tabelas 2 e 3 da norma. A mesma deve ser escolhida de forma que o φ da impressão ‘d’ esteja compreendido entre os valores 0,24D e 0,6D A relação 0,102 F/D2 (grau de carga ou fator de carga) deve ser escolhida de acordo com o material e a dureza indicado na tabela 3 da norma. O grau de carga deve ser constante (30, 15, 10, 5, 2,5 e 1). CEFET-MG – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais 21 De maneira a utilizar a maior área representativa do corpo de prova, deverá ser escolhido o maior φ possível para a esfera. Quando a espessura do corpo de prova permitir, deve-se dar preferência à esfera com 10 mm de φ. (ex: materiais heterogêneos) Corpo de prova Limpeza: Deve apresentar superfície lisa e plana, livre de óxidos, materiais estranhos e de lubrificantes. Deverão possuir superfície acabada para permitir medição exata do diâmetro da impressão. A preparação deve ocorrer de tal forma que impeça a alteração da dureza superficial. Ex: aquecimento excessivo, trabalho a frio, etc. Espessura: No mínimo 8 vezes a profundidade da impressão (Anexo B da norma fornece valores para espessura mínima do CP em relação ao diâmetro médio da impressão). Após remoção da força, nenhuma deformação deve ser visível no lado oposto da impressão. Posicionamento: Deve ser apoiado firmemente em suporte rígido, de forma que não ocorra deslocamento durante a medição. As superfícies de contato devem estar limpas. Temperatura de ensaio 10 a 35°C Medições com temperatura controlada: 23°C ± 5°C Ensaio / tempo Fazer com que o penetrador entre em contato com a superfície a ser ensaiada e aplicar lentamente a força na direção perpendicular à superfície, sem choque e vibração ou excesso de velocidade, até atingir o valor especificado. A média aritmética dos dois valores medidos deve ser utilizada para calcular o valor da dureza HB. O tempo decorrido entre o início da aplicação da força até que a força total seja atingida não deverá ser menor que 2s e nem maior que 8s. Manter a força aplicada por 10s a 15s. Para alguns materiais é necessário um tempo de espera maior. Este tempo deverá ser mantido com uma tolerância de ±2s. Distâncias entre as calotas de impressão Quando do posicionamento do corpo de prova, deverão ser atendidas as seguintes condições: - A distância entre o centro de duas impressões adjacentes deve ser, no mínimo, igual a três vezes o diâmetro médio da impressão. - A distância entre o centro de cada impressão e a borda do corpo de prova deverá ser igual a, no mínimo, duas vezes e meia o diâmetro médio da impressão. Relatório de ensaio Deve conter: - Referência a norma de ensaio; - Todos os detalhes para identificação completa do corpo de prova; - A temperatura de ensaio se não estiver dentro do limite de 10 a 35°C; - O resultado obtido com suas incertezas; - Requisitos adicionais, fora do escopo da norma; - Detalhes de qualquer ocorrência que possa afetar os resultados; - Equipamento utilizado; - Data de calibração do equipamento. a = 3 d … b = 2 ½ d CEFET-MG – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais 22 10.5. Ensaio de Dureza Vickers A seguir é apresentada uma síntese da Norma ABNT NBR NM ISO 6507-1:2008, para referência. Para os estudos da disciplina, esta norma, em sua íntegra, deve ser consultada. Método VICKERS Norma ABNT NBR NM ISO 6507-1 – Materiais metálicos – Ensaio de dureza Vickers – Parte 1 – Método de ensaio (ISO 6507-1:2005, IDT) Aplicação Materiais metálicos para três diferentes faixas de força de medição. Se aplica apenas para impressão cujo comprimento das diagonais está compreendido entre 0,020mm e 1,400mm. Para diagonais menores, considerar o acréscimo da incerteza. Penetrador Diamante em forma de pirâmide reta com base quadrada com ângulo entre faces opostas no vértice de 136°. Princípio da medição Um penetrador de diamante em forma de pirâmide reta de base quadrada e com ângulo especificado entre as faces opostas no vértice é pressionado sobre uma superfície do corpo de prova seguido da medição do comprimento da diagonal da impressão deixada na superfície após remoção da força de ensaio ‘F’. Cálculo da Dureza O ensaio de dureza Vickers é especificado para comprimento das diagonais da impressão entre 0,020mm e 1,400mm. HV= F/A (N/mm2)F= força de ensaio (N) A= área da superfície inclinada da impressão que é assumida ser uma pirâmide reta com base quadrada e possuindo no vértice o mesmo ângulo do penetrador (mm2). HV = Dureza Vickers �� � 0,189 � ��� Onde: F = força (N) d = média aritmética dos comprimentos das duas diagonais (mm) = (d1 + d2)/2 Para superfícies planas, a diferença entre os dois comprimentos das diagonais da impressão não deverá ser maior que 5%. Se esta diferença for maior deverá ser colocada no relatório de ensaio. Para a medição de superfícies curvas, deverão ser aplicadas as correções dadas nas tabelas do anexo B da Norma. Símbolos e designação HV – Dureza Vickers Valor da dureza + HV + força aplicada (kgf) + duração da aplicação da força (s), se diferente do tempo especificado (10 a 15s). Ex: 640 HV 30 = dureza Vickers de 640, determinada com força de 30kgf (ou 294,2N(*)), aplicada entre 10s e 15s. 640 HV 30/20 = dureza Vickers de 640, determinada com força de 30kgf (ou 294,2N(*)), aplicada por 20s. (*) 1kgf = 9,807N CEFET-MG – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais 23 Força de ensaio Faixa de força são três (ver tabela 3 da norma): HV normal = F ≥ 5kgf (ou 49,03N) (usual: 5, 10, 20, 30, 50, 100kgf) HV baixa força = 0,2 ≤ F < 5kgf (ou 1,961 ≤ F < 49,03N) (usual: 0,2, 0,3, 0,5, 1, 2, 3kgf) Microdureza Vickers = 0,01 ≤ F < 0,2kgf (ou 0,09807 ≤ F < 1,961N) (usual: 0,01, 0,015, 0,02, 0,025, 0,05, 0,1kgf) Corpo de prova Limpeza: Deve apresentar superfície lisa e plana, livre de oxidação, materiais estranhos e de lubrificantes, a menos quando especificado na norma do produto. Deverão possuir superfície acabada para permitir medição exata do comprimento da diagonal da impressão. A preparação deve ocorrer de tal forma que impeça a alteração da dureza superficial. Ex: aquecimento excessivo, trabalho a frio, etc. Microdureza Vickers – devido a pequena profundidade de sua penetração, devem ser tomadas precauções especiais durante a preparação. Recomenda-se utilizar processo de polimento / eletropolimento que seja adequado para os parâmetros do material. Espessura: A espessura do corpo de prova ou da camada submetida ao ensaio deverá ser pelo menos 1,5 vez o comprimento da diagonal da impressão (Anexo A da norma). Após remoção da força, nenhuma deformação deve ser visível no lado oposto da impressão. Posicionamento: Deve ser apoiado firmemente no suporte, de forma que não ocorra deslocamento durante a medição. A superfície do suporte deve estar limpa. Temperatura de ensaio 10 a 35°C Medições com temperatura controlada: 23°C ± 5°C Ensaio / tempo Fazer com que o penetrador entre em contato com a superfície a ser medida e aplicar a força de ensaio na direção perpendicular à superfície, sem choque e vibração, até atingir o valor especificado. O tempo decorrido entre o início da aplicação da força até que a força total seja atingida não deverá ser menor que 2s e nem maior que 8s. Para a medição da dureza com baixas forças ou para microdureza o tempo não deverá exceder 10s. Para a medição da dureza com baixas forças ou para microdureza a velocidade de aproximação do penetrador não deverá exceder a 0,2mm/s. Manter a força aplicada por 10s a 15s. Para alguns materiais é necessário um tempo de espera maior. Este tempo deverá ser mantido com uma tolerância de ±2s. CEFET-MG – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais 24 Distâncias entre as calotas de impressão Quando do posicionamento do corpo de prova, deverão ser atendidas as seguintes condições: - A distância entre o centro de duas impressões adjacentes deve ser, no mínimo, igual a três vezes o comprimento médio das diagonais da impressão, no caso de aço, cobre e ligas de cobre, e no mínimo seis vezes o comprimento médio da diagonal da impressão para materiais leves, chumbo, e estanho e suas ligas. - A distância entre o centro de cada impressão e a borda do corpo de prova deverá ser igual a, no mínimo, duas vezes e meia o comprimento médio das diagonais da impressão, no caso de aço, cobre e ligas de cobre, e no mínimo três vezes o comprimento médio das diagonais da impressão para materiais leves, chumbo e estanho e suas ligas. Relatório de ensaio Deve conter: - Referência a norma de ensaio; - Todos os detalhes necessários para identificação do corpo de prova; - O resultado obtido com suas incertezas; - Todas as operações não especificadas nesta norma, ou tidas como opcional; - Detalhes de qualquer ocorrência que possa afetar os resultados; - A temperatura de ensaio se estiver fora da faixa especificada; - Equipamento utilizado; - Data de calibração do equipamento. Aço, Cu e ligas Cu → a = 3 d … b = 2 ½ d Materiais leves, Pb, Sn e ligas de Sn → a = 6 d … b = 3 d CEFET-MG – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais 25 10.6. Ensaio de Dureza Rockwell A seguir é apresentada uma síntese da Norma ABNT NBR NM ISO 6508-1:2008, para referência. Para os estudos da disciplina, esta norma, em sua íntegra, deve ser consultada. Método ROCKWELL Norma ABNT NBR NM ISO 6508-1 - Materiais metálicos – Ensaio de dureza Rockwell – Parte 1 – Método de ensaio (escalas A, B, C, D, E, F, G, H, K, N, T) Aplicação Materiais metálicos Dureza Rockwell (escalas A, B, C, D, E, F, G, H e K) Dureza Rockwell superficial (escalas N e T) Penetrador - Penetrador cônico de diamante, tendo um ângulo de 120° e raio de curvatura na ponta de 0,2mm. - Penetrador esférico de metal duro de 1/16” (1,5875mm) - Penetrador esférico de metal duro de 1/8” (3,175mm) O uso de penetradores esféricos de metal duro é considerado como o tipo padrão para penetrador esférico Rockwell. Penetradores esféricos de aço ainda podem ser usados se requeridos na especificação de um produto, ou por acordo especial. Princípio da medição Aplica-se uma força sobre um penetrador em uma superfície de um corpo de prova em dois estágios sobre condições especificadas. Mede-se a profundidade permanente de penetração sob efeito da força de ensaio inicial após a remoção da força de ensaio adicional. Do valor de ‘h’ calcula-se o número conhecido como dureza Rockwell de acordo com a seguinte fórmula: HR= N-(h/S), sendo N e S constantes. Diagrama do princípio Rockwell 1 – Profundidade de penetração devido a força inicial F0 2 – Profundidade de penetração devido a força de ensaio adicional F1 3 – Recuperação elástica logo após a remoção da força de ensaio adicional F1 4 – Profundidade de penetração permanente ‘h’ 5 – Superfície do CP 6 – Plano de referência para medição 7 – Posição do penetrador Cálculo da Dureza HR= N-(h/S). Força total de ensaio (F) = Força inicial (F0) + força adicional (F1) (N) S = Constante específica de cada escala (mm) N = Número específico de cada escala h = Prof. permanente de penetração sob força F0, após remoção de F1 (mm) Escalas A/C/D: HR = 100 – (h/0,002) Escalas B/E/F/G/H/K: HR = 130 – (h/0,002) Escalas N/T: HR = 100 – (h/0,001) A dureza é normalmente lida diretamente no instrumento indicador. Para ensaios em superfícies cilíndricas convexas e superfícies esféricas serão aplicadas as correções dadas nos anexos C e D. Na ausência de correções para ensaios em superfícies cônicas, acordar com o cliente. CEFET-MG – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais 26 Símbolos e designação HR – Dureza Rockwell Dureza Rockwell - Escalas A, B, C, D, E, F, G, H e K Valor da dureza + HR + (a letra indicando a escala) + letra indicando otipo de penetrador (W=metal duro e S=aço) Ex: 59 HRC = dureza Rockwell de 59, medida na escala C. Neste caso é cone de diamante. Dureza Rockwell superficial - Escalas N e T Valor da dureza + HR + força de medição (kgf) + uma letra indicando a escala + letra indicando o tipo de penetrador (W=metal duro e S=aço) Ex: 70 HR 30T W = dureza Rockwell superficial de 70, medida na escala T com uma força de medição de 30kgf (ou 294,2N(*)), utilizando esfera de metal duro (*) 1kgf = 9,807N Força de ensaio Corpo de prova Limpeza: Deve apresentar superfície lisa e plana, livre de oxidação, materiais estranhos e de lubrificantes, a menos quando especificado na norma do produto. Ex: Titânio pode aderir ao penetrador. Deve ser lubrificado. A preparação deve ocorrer de tal forma que impeça a alteração da dureza superficial. Ex: aquecimento excessivo, trabalho a frio, etc. Espessura: A espessura não deverá ser menor que 10 vezes a profundidade permanente de penetração, para penetradores de cone de diamante e 15 vezes para penetradores esféricos. Após remoção da força, nenhuma deformação deve ser visível no lado oposto da impressão. Posicionamento: Deve ser apoiado firmemente no suporte, de forma que não ocorra deslocamento durante o ensaio e que a superfície a ser penetrada esteja em um plano normal ao eixo do penetrador e à linha de ação da força de penetração. CEFET-MG – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais 27 Produtos de forma cilíndrica deverão ser convenientemente apoiados, por exemplo, em blocos ‘V’ centralizadores de aço, com dureza mínima de 60HRC. Temperatura de ensaio 10 a 35°C Medições com temperatura controlada, usar faixa mais estreita Ensaio / tempo Antes do início de uma série de ensaios ou quando se passar mais de 24 horas desde o último ensaio e após cada mudança ou remoção e recolocação do penetrador ou do apoio do CP deve ser assegurado que o penetrador e o apoio do CP estejam montados corretamente nas máquinas duas primeiras leituras após cada mudança devem ser descartadas. Fazer com que o penetrador entre em contato com a superfície a ser medida e aplicar a força inicial F0 isenta de vibrações, oscilações e choques mecânicos. A duração da força de ensaio inicial não deve exceder 3s. Colocar o sistema de medição na posição inicial e aumentar a força F0 para F em não menos que 1s nem mais que 8s. Manter a força de ensaio total por um tempo de 4s com tolerância de ± 2s. Remover a força de ensaio adicional F1, e enquanto a força de ensaio inicial é mantida, após um curto tempo de estabilização, realiza-se a leitura final. Distâncias entre as calotas de impressão Quando do posicionamento do corpo de prova, deverão ser atendidas as seguintes condições: - A distância entre o centro de duas impressões adjacentes deve ser, no mínimo, igual a quatro vezes o diâmetro da impressão (não menos que 2mm) - A distância entre os centros de cada impressão e a borda do corpo de prova deverá ser igual a, no mínimo, duas vezes e meia o diâmetro da impressão (não menos que 1 mm). Relatório de ensaio Deve conter: - Referência a norma de ensaio; - Todos os detalhes necessários para identificar o corpo de prova; - Temperatura do ensaio se não estiver ente 10 e 35°C - Os resultados obtidos e incertezas; - Todas as operações não especificadas nesta norma, ou tidas como opcional; - Detalhes de qualquer ocorrência que possa afetar os resultados; - Duração estendida real utilizada para a força total se maior que os 6s permitidos pelas tolerâncias. a = 4 d e b = 2 ½ d CEFET-MG – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais 28 11. ENSAIO DE IMPACTO A seguir é apresentada uma síntese da Norma ABNT NBR 6157:1980, para referência. Para os estudos da disciplina, esta norma, em sua íntegra, deve ser consultada. Método CHARPY Norma ABNT NBR 6157:1980 – Materiais metálicos – Determinação da resistência ao impacto em corpos de prova entalhados simplesmente apoiados. Aplicação Materiais metálicos, principalmente o aço, não se aplicando, entretanto, a materiais com baixos valores de resistência ao impacto. Definições CORPO-DE-PROVA: Peça retirada do material com forma e dimensões apropriadas para ser submetida a ensaio. ENTALHE DO CORPO-DE-PROVA: Entalhe no meio do comprimento do corpo-de-prova em formato em U ou V, com dimensões padronizadas, cujo plano de simetria deve ser perpendicular ao eixo longitudinal do corpo-de-prova. SEÇÃO RESISTENTE ORIGINAL DO CORPO-DE-PROVA: Seção do corpo-de-prova com o plano de simetria do entalhe, sobre a qual são feitas as determinações desejadas. CORPO-DE-PROVA PADRÃO: Corpo-de-prova de seção transversal 10 mm x 10 mm, com entalhe em U ou V. CORPOS-DE-PROVA REDUZIDOS: Corpos-de-prova com dimensões reduzidas, usados para materiais cujas dimensões não permitam o uso do corpo de prova padrão. ENERGIA DE IMPACTO (EI): Energia do martelo no momento do impacto. ENERGIA ABSORVIDA (EA): Energia requerida para romper o corpo-de-prova, em uma máquina de ensaio de impacto, com um só golpe. RESISTÊNCIA AO IMPACTO (RI): Valor obtido dividindo-se a energia absorvida pela área da seção resistente original do corpo-de-prova. ASPECTO DA FRATURA: Forma como se apresenta a superfície da fratura do corpo de prova sob observação macrográfica. Para os fins deste ensaio, faz-se distinção entre um aspecto fosco ou fibroso e um aspecto cristalino da fratura. FRATURA DÚCTIL: Fratura de aspecto fosco ou fibroso, caracterizada por deformação bastante pronunciada antes da ruptura total da seção resistente original. FRATURA FRÁGIL: Fratura de aspecto cristalino (fratura de separação) que não apresenta sinais de deformação. FRATURA MISTA: Fratura de aspecto misto que apresenta trechos de fratura dúctil e frágil simultaneamente. DIAGRAMA DE TRANSIÇÃO: Diagrama que representa a energia absorvida ou a resistência ao impacto em função da temperatura de um material, mantidos constantes o tipo do corpo-de-prova e velocidade de impacto. PATAMAR SUPERIOR: Trecho do diagrama de transição que fica acima da faixa de dispersão e se caracteriza por valores elevados e pouco dispersos da energia absorvida ou da resistência ao impacto. No patamar superior ocorrem predominantemente fraturas dúcteis. ZONA DE TRANSIÇÃO: Faixa da dispersão do diagrama de transição. Nas temperaturas contidas nesta faixa a energia absorvida ou a resistência ao impacto pode assumir valores aleatórios. Em vez da zona de transição, pode ocorrer também uma transição progressiva do patamar superior para o inferior. Na zona de transição ocorrem preferencialmente fraturas mistas. PATAMAR INFERIOR: Trecho do diagrama de transição que fica abaixo da zona de transição e se caracteriza por valores pouco dispersos da energia absorvida ou da resistência ao impacto. No patamar inferior ocorrem preferencialmente fraturas frágeis. TEMPERATURA DE TRANSIÇÃO: Temperatura que identifica a zona de transição no diagrama de transição. Como a zona de transição geralmente se estende por uma faixa de temperaturas, inexiste uma definição de validade geral para a temperatura de transição. CEFET-MG – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais 29 Tipo de fratura Fratura dúctil – fratura de aspecto fosco ou fibroso, caracterizada por deformação bastante pronunciada antes da ruptura total da seção resistente original. Fratura frágil – fratura de aspecto cristalino (fratura de separação) que não apresenta sinais de deformação. Fratura mista – Fratura de aspecto misto que apresenta trechos de fratura dúctil e frágil simultaneamente. Pêndulo Os ensaios devem ser executados com um pêndulo Charpy, o qual deve ser construído e instalado de maneira que possa permanecer rígido e estável, para que a perda de energia (devido a uma translação, rotação ou vibração) na amarração, durante o ensaio, seja desprezível.O martelo deve ter na pena (parte que entra em contato com o corpo de prova) um ângulo de 30±1° e um raio de curvatura de 2 a 2,5mm. A velocidade do martelo no momento do impacto será de 5 m/s a 7 m/s. O martelo deve oscilar em um plano vertical e o centro de percussão deve coincidir com o centro de impacto. Princípio da medição Consiste em romper um corpo de prova apoiado sobre um suporte, com dimensões normatizadas, através do impacto de um martelo liberado em queda livre (pêndulo), a uma altura pré-estabelecida, a fim de se determinar a energia absorvida pelo material devido ao impacto. O método mais comum de ensaio de impacto Charpy é o golpe desferido por um pêndulo em oscilação. O martelo acoplado ao pêndulo é elevado a certa altura, onde o mesmo adquire sua energia potencial inicial, sendo esta fixa e específica. Ao atingir a energia potencial inicial, o martelo é solto e alcança o corpo de prova. Ao atingir o corpo de prova, o martelo sobe a uma altura que é inversamente proporcional à energia absorvida para romper o corpo de prova. Sendo assim, quanto maior a altura atingida pelo martelo ao romper o corpo de prova, menor será a energia necessária para fraturar ou rompê-lo. A posição atingida pelo martelo ao romper o corpo de prova corresponde à sua energia final. A energia necessária para fraturar o corpo de prova é a diferença entre a energia potencial inicial e final do ensaio de impacto. Esta energia é lida diretamente na máquina, sendo esta apresentada no mostrador/medidor da máquina de impacto Charpy. Nomeclatura adotada para o corpo-de- prova A nomenclatura adotada para os tipos de corpos-de-prova é baseada em: Fa x b x c Onde: F= formato do entalhe “U” ou “V” a = profundidade do entalhe b = altura do corpo-de-prova (dimensão ao longo do entalhe) c = largura do corpo-de-prova, igual a 10 mm e comum para todos os tipos de corpos-de- prova, não utilizada para a simplificação da nomenclatura Ex: V2 x 2,5 Corpo de prova com entalhe no formato ‘V’, profundidade do entalhe de 2mm e altura do corpo-de-prova (dimensão ao longo do entalhe) de 2,5mm Corpo de prova Distância entre os apoios do suporte do corpo de prova: 40 (+0,5 -0,0)mm O tipo do corpo-de-prova a ser usado deve ser indicado pela especificação do produto. O corpo de prova deve ser totalmente usinado, com dimensões e tolerâncias conforme norma. Existem os corpos de prova padrão (U3, U5 e V2) e os corpos de prova reduzidos normatizados, podendo, ainda, haver corpos de prova com dimensões diferentes, desde que a espessura do produto exija. CEFET-MG – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais 30 Posicionamento: O corpo-de-prova deve ser colocado em esquadro sobre os suportes. O dispositivo empregado para manuseio do corpo-de-prova não deve alterar a temperatura de ensaio especificada. O martelo deve golpear o corpo-de-prova no plano de simetria do entalhe e sobre a face oposta à que a contém. Velocidade do martelo A velocidade do martelo no momento do impacto será de 5m/s a 7m/s. Temperatura de ensaio / Tempo de homogeneização de temperatura Quando para o ensaio não for especificada a temperatura ou for estipulada “temperatura ambiente”, a temperatura do corpo-de-prova deve ser (20 ± 2)°C. O corpo-de-prova deve ser mantido por 10 min, no mínimo, à temperatura especificada para o ensaio com tolerância de ± 2°C. Não pode exceder 5 s o tempo entre a retirada do corpo-de-prova do meio de homogeneização e o impacto do martelo sobre o mesmo. Ensaio Fazer com que o pêndulo seja liberado em queda livre e ao entrar em contato com o corpo de prova apoiado em um suporte rompa o mesmo, indicando a energia absorvida pelo material durante o impacto. Relatório de ensaio No relatório de ensaio devem constar: a) número desta Norma; b) identificação do material; c) critérios de amostragem; d) tipo e quantidade de corpos-de-prova; e) energia de impacto utilizada, em joules; f) perda de energia do pêndulo por atrito, em joules; g) temperatura do corpo-de-prova, em graus Celsius; h) a energia absorvida (Ea), em joules, ou a resistência ao impacto (Ri), em joules por centímetros quadrado; i) para o corpo-de-prova não rompido no ensaio deve ser mencionado corpo-de-prova não rompido por tantos joules; j) quando solicitado, o aspecto da fratura e/ou temperatura de transição; l) nome do responsável pelo ensaio; m) local e data do ensaio. CEFET-MG – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais 31 12. ANEXOS 12.1. Anexo 1 – Tabela de comparação de dureza NOTAS: 1 - A lista acima é a mesma do manual da AMS Metais com resistência à tração em valores métricos aproximados e dureza Brinell além de um campo recomendado. 2 - 1MPa=1N/mm2 3 - Figuras entre ( ) são utilizadas raramente e são incluídas somente como referência. Esta lista foi retirada do Manual de Aço I JIS. Fonte: http://www.mitsubishicarbide.net/contents/mht/pt/html/product/technical_information/information/hardness.html CEFET-MG – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais 32 12.2. Anexo 2 – Determinação do grau de embutimento Curva 1 (EEP) estampagem profunda resistente ao envelhecimento. Peças que exigem estampagem profunda tais como: painéis, parte externa de automóveis, acessórios, etc. Curva 2 (EP) estampagem profunda. Parte externa de veículos, aparelhos eletrodomésticos, aparelhos de transmissão, implementos agrícolas e outras peças que exigem estampagem profunda. Curva 3 (EM) estampagem média. Parte externa de veículos, vagões, peças para refrigeradores, aparelhos de comunicação, aparelhos eletrodomésticos e quaisquer outros que exigem estampagem média. Curva 4 (QC – Qualidade Comum) estampagem leve. Peças e parte externa de veículos, máquinas em geral, vagões, móveis de aço, diversos tipos de recipientes, peças que exigem estampagem leve e dobramento simples. Determinação do grau de embutimento Fonte: Adaptado do Catálogo Usiminas, 1972. 1 2 3 4 7,6 7,2 ESPESSURA (MM) E M B U T IM E N T O ( m m ) 2,01,51,0. 0,5 10 9,6 9,2 8,8 8,4 8 12,4 12 11,6 11,2 10,8 10,4 CEFET-MG – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais 33 MATERIAIS CONSULTADOS: • ABNT NBR 16281:2014 – Determinação do índice de embutimento em chapas de aço pelo método Erichsen modificado • ABNT NBR ISO 6892:2002 – Materiais metálicos – Ensaio de tração à temperatura ambiente • ABNT NBR NM ISO 6506-1 - Materiais metálicos – Ensaio de dureza Brinell – Parte 1 – Método de ensaio (ISO 6506-1:2005, IDT) • ABNT NBR NM ISO 6507-1 – Materiais metálicos – Ensaio de dureza Vickers – Parte 1 – Método de ensaio (ISO 6507-1:2005, IDT) • ABNT NBR NM ISO 6508-1 - Materiais metálicos – Ensaio de dureza Rockwell – Parte 1 – Método de ensaio (escalas A, B, C, D, E, F, G, H, K, N, T) • ABNT NBR 6157:1980 – Materiais metálicos – Determinação da resistência ao impacto em corpos de prova entalhados simplesmente apoiados. • Tabela de comparação de dureza - http://www.mitsubishicarbide.net/contents/mht/pt/html/product/technical_information/information/ha rdness.html • Determinação do grau de embutimento - Catálogo Usiminas, 1972.
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