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Fronteiras: Limites e Possibilidades

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C
CIÊNCIAS
HUMANAS
HL
LINGUAGENS
E CÓDIGOS
C
R.P.A. - UERJ
Revisão Programada Anual
1º Exame de Qualificação - L&C - CH
 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
GRAMÁTICA, LITERATURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 5
 
 
 CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
HISTÓRIA 21 
GEOGRAFIA 55 
SUMÁRIO
UERJ
LINGUAGENS, CÓDIGOS
e suas tecnologias
R.P.A. UERJ - 1º Exame de Qualificação
L
ENTRE LETRAS
C
*Em função do curto período de aplicação dos vestibulares UERJ, não existem dados quantitativos para uma análise estatística precisa.
UERJ - Literatura, Gramática 
e Interpretação de Texto
Interpretação de Textos, 55%
Literatura, 21%
Gramática, 11%
Estilística, 10%
Redação, 2%
Outros, 1%
7
APLICAÇÃO DOS CONHECIMENTOS - SALA
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 5 QUESTÕES.
Nosso pensamento, como toda entidade viva, nasce para se vestir de fronteiras. Essa invenção é 
uma espécie de vício de arquitetura, pois não há infinito sem linha do horizonte. A verdade é que 
a vida tem fome de fronteiras. Porque essas fronteiras da natureza não servem apenas para fechar. 
Todas as membranas orgânicas são entidades vivas e permeáveis. 1São fronteiras feitas para, ao 
mesmo tempo, delimitar e negociar: o “dentro” e o “fora” trocam-se por turnos.
Um dos casos mais notáveis na construção de fronteiras acontece no mundo das aves. É o caso do 
nosso tucano, o tucano africano, que fabrica o ninho a partir do oco de uma árvore. 2Nesse vão, a 
fêmea se empareda literalmente, erguendo, ela e o macho, um tapume de barro. 3Essa parede tem 
apenas um pequeno orifício, ele é a única janela aberta sobre o mundo. Naquele cárcere escuro, a 
fêmea arranca as próprias penas para preparar o ninho das futuras crias. 4Se quisesse desistir da 
empreitada, ela morreria, sem possibilidade de voar. 5Mesmo neste caso de consentida clausura, a 
divisória foi inventada para ser negada.
6Mas o que aqueles pássaros construíram não foi uma parede: foi um buraco. Erguemos paredes in-
teiras como se fôssemos tucanos cegos. De um e do outro lado há sempre algo que morre, truncado 
do seu lado gêmeo. Aprendemos a demarcarmo-nos do Outro e do Estranho como se fossem ame-
aças à nossa integridade. Temos medo da mudança, medo da desordem, medo da complexidade. 
7Precisamos de modelos para entender o universo (que é, afinal, um pluriverso ou um multiverso), 
que foi construído em permanente mudança, no meio do caos e do imprevisível.
A própria palavra “fronteira” nasceu como um conceito militar, era o modo como se designava a 
frente de batalha. 8Nesse mesmo berço aconteceu um fato curioso: um oficial do exército francês 
inventou um código de gravação de mensagens em alto-relevo. Esse código servia para que, nas 
noites de combate, os soldados pudessem se comunicar em silêncio e no escuro. Foi a partir des-
se código que se inventou o sistema de leitura Braille. No mesmo lugar em que nasceu a palavra 
“fronteira” sucedeu um episódio que negava o sentido limitador da palavra.
A fronteira concebida como vedação estanque tem a ver com o modo como pensamos e vivemos 
a nossa própria identidade. 9Somos um pouco como a tucana que se despluma dentro do escuro: 
temos a ilusão de que a nossa proteção vem da espessura da parede. Mas seriam as asas e a capaci-
dade de voar que nos devolveriam a segurança de ter o mundo inteiro como a nossa casa.
MIA COUTO Adaptado de fronteiras.com, 10/08/2014. 
 1. (INTERPRETAÇÃO DE TEXTO) No penúltimo parágrafo, a menção ao surgimento do sistema de lei-
tura Braile serve de exemplo à argumentação do autor.
Esse exemplo, no contexto, assume o seguinte objetivo: 
a) rever o caráter restritivo das experiências pessoais
b) contradizer os usos correntes da linguagem técnica
c) ressaltar a fragilidade humana nos contextos de guerra
d) demonstrar apropriação nova no emprego de uma ideia
 2. (ESTRATÉGIA DISCURSIVA) A exposição do autor confere um caráter universal ao tema das fronteiras.
No primeiro parágrafo, a marca linguística que melhor evidencia esse caráter conferido ao tema é: 
a) predomínio dos verbos no presente do indicativo
b) emprego das aspas como índice de formalidade
c) destaque de estruturas explicativas diversas
d) uso de elementos de negação categórica
PRESCRIÇÃO: O vestibular da UERJ trabalha suas questões de interpretação de textos 
e gramática partindo, frequentemente, de gêneros literários variados, dando preferência 
a textos literários em prosa ou verso, quadrinhos, e também textos jornalísticos e cien-
tíficos.
AULAS 1 E 2
8
 3. (SEMÂNTICA) Precisamos de modelos para entender o universo (que é, afinal, um pluriverso ou um 
multiverso), (ref. 7)
Nesse trecho, o conteúdo entre parênteses propõe uma reformulação da palavra universo, em fun-
ção da argumentação feita pelo autor.
Essa reformulação explora o seguinte recurso: 
a) contraste de morfemas de sentidos distintos
b) citação de neologismos de valor polissêmico
c) comparação de conceitos relacionados ao tema
d) enumeração de sinônimos possíveis no contexto
 4. (PONTUAÇÃO) Os dois-pontos podem delimitar uma relação entre uma expressão e a especificação 
de seu sentido.
Observa-se esse uso dos dois-pontos no trecho apresentado em: 
a) São fronteiras feitas para, ao mesmo tempo, delimitar e negociar: o “dentro” e o “fora” trocam-se por 
turnos. (ref. 1)
b) Mas o que aqueles pássaros construíram não foi uma parede: foi um buraco. (ref. 6)
c) Nesse mesmo berço aconteceu um fato curioso: um oficial do exército francês inventou um código de 
gravação de mensagens em alto-relevo. (ref. 8)
d) Somos um pouco como a tucana que se despluma dentro do escuro: temos a ilusão de que a nossa 
proteção vem da espessura da parede. (ref. 9)
 5. (INTERPRETAÇÃO DE TEXTO) No segundo parágrafo, ao descrever a construção do ninho do tucano 
africano, o autor expressa seu ponto de vista acerca da relatividade do papel das fronteiras.
Esse ponto de vista está enunciado em:
a) Nesse vão, a fêmea se empareda literalmente, erguendo, ela e o macho, um tapume de barro. (ref. 2)
b) Essa parede tem apenas um pequeno orifício, ele é a única janela aberta sobre o mundo. (ref. 3)
c) Se quisesse desistir da empreitada, ela morreria, sem possibilidade de voar. (ref. 4)
d) Mesmo neste caso de consentida clausura, a divisória foi inventada para ser negada. (ref. 5)
RAIO X
 1. Está correta a alternativa [D], uma vez que o autor compara o contexto de surgimento do sistema 
de leitura Braile com o da palavra “fronteira”. Embora as duas ideias tenham como origem um 
contexto militar, ambas foram apropriadas e são utilizadas em novas formas. 
 2. O uso de verbos no presente do indicativo – sobretudo o verbo “ser” (em forma de afirmação “é” 
ou “são”) – confere ao tema um caráter perene, dando ao que é descrito um aspecto de imutabili-
dade. As fronteiras, assim, apesar de em si serem transitórias, como temática presente na natureza 
são universais. Portanto, está correta a alternativa [A].
 3. O contraste é entre os elementos de composição “uni”, “pluri” e “multi”, que possuem sentidos 
distintos, respectivamente, “único”, “vários”, “muitos”. Na argumentação do autor, a reformula-
ção funciona para problematizar o termo “universo”, que em vez de uma dimensão “única” pode 
ser pensado como plural e variado. 
 4. A alternativa [C] é a única que apresenta uma expressão e a especificação de seu sentido delimi-
tada pelo uso de dois-pontos. 
 Analisando as demais alternativas:
 [A] a relação determinada pelo emprego de dois-pontos é o de reiteração;
 [B] a relação é de retificação; 
 [D] a relação marcada é de explicação. 
 5. O ponto de vista do autor é de que as fronteiras são construções necessárias para a criação de uma 
demarcação e de uma relação. Ao edificar uma “consentida clausura”, a ave também constrói uma 
relação familiar, separando suas crias de tudo o que está do lado de fora. Desse modo, a alternativa 
[D] apresenta o trecho que condiz com o pensamento do autor. 
GABARITO1. D 2. A 3. A 4. C 5. D 
9
PRÁTICA DOS CONHECIMENTOS - E.O.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 5 QUESTÕES.
DICIONÁRIO FEITO POR CRIANÇAS REVELA UM MUNDO QUE OS ADULTOS NÃO ENXERGAM MAIS
Em abril, aconteceu a Feira do Livro de Bogotá, e um dos maiores sucessos foi um livro chamado 
Casa das estrelas: o universo contado pelas crianças. Nele, há um dicionário com mais de 500 de-
finições para 133 palavras, de A a Z, feitas por crianças.
1O curioso deste “dicionário infantil” é como as crianças definem o mundo através daquilo que os 
adultos já não conseguem perceber. O autor do livro é o professor Javier Naranjo, que compilou 
informações ao longo de dez anos durante as aulas. Ele conta que a ideia surgiu quando ele pediu 
aos seus alunos para definirem a palavra “criança”, e uma das respostas que lhe chamou atenção 
foi: 2“uma criança é um amigo que tem o cabelo curtinho, não toma rum e vai dormir cedo”.
Veja outros verbetes do livro e as idades das crianças que os definiram:
- 3Adulto: pessoa que, em toda coisa que fala, fala primeiro dela mesma. (Andrés, 8 anos)
- Água: transparência que se pode tomar. (Tatiana, 7 anos)
- 4Branco: o branco é uma cor que não pinta. (Jonathan, 11 anos)
- 5Camponês: um camponês não tem casa, nem dinheiro, somente seus filhos. (Luis, 8 anos)
- 6Céu: de onde sai o dia. (Duván, 8 anos)
- Dinheiro: coisa de interesse para os outros com a qual se faz amigos e, sem ela, se faz inimigos. 
(Ana María, 12 anos)
- 7Escuridão: é como o frescor da noite. (Ana Cristina, 8 anos)
- 8Guerra: gente que se mata por um pedaço de terra ou de paz. (Juan Carlos, 11 anos)
- Inveja: atirar pedras nos amigos. (Alejandro, 7 anos)
- 9Mãe: mãe entende e depois vai dormir. (Juan, 6 anos)
- 10Paz: quando a pessoa se perdoa. (Juan Camilo, 8 anos)
- Solidão: tristeza que dá na pessoa às vezes. (Iván, 10 anos)
- Tempo: coisa que passa para lembrar. (Jorge, 8 anos)
- 11Universo: casa das estrelas. (Carlos, 12 anos)
André Fantin Adaptado de repertoriocriativo.com.br, 22/05/2013. 
 1. (INTERPRETAÇÃO DE TEXTO) Escuridão: é como o frescor da noite. (ref. 7)
O verbete citado apresenta uma definição poética para o termo “escuridão”.
Essa afirmativa pode ser justificada pelo fato de a autora do verbete ter optado por: 
a) priorizar as crenças antes de se pautar pela racionalidade
b) construir uma figuração particular sem se ater ao fenômeno físico
c) expressar seu medo da noite no lugar de descrevê-la minuciosamente
d) apoiar-se na linguagem denotativa ao invés de elaborar um argumento conotativo
 2. (INTERPRETAÇÃO DE TEXTO) O curioso deste “dicionário infantil” é como as crianças definem o 
mundo através daquilo que os adultos já não conseguem perceber. (ref. 1)
Adultos e crianças, embora usando a mesma linguagem, não veem e não descrevem o mundo da 
mesma maneira.
Com base no conteúdo desse fragmento, pode-se concluir que qualquer descrição da realidade 
apresenta a seguinte característica: 
a) requer alguém que a realize sem receio
b) necessita de que se faça formulação detalhada
c) depende da perspectiva daquele que observa
d) mostra-se precisa para os que já amadureceram
 3. (SEMÂNTICA) “uma criança é um amigo que tem o cabelo curtinho, não toma rum e vai dormir 
cedo”. (ref. 2)
Na definição acima, o trecho sublinhado contém duas comparações implícitas, que têm como refe-
rência o mundo dos adultos.
Essas comparações são feitas por meio do seguinte recurso: 
a) oposição
b) gradação
c) classificação
d) reformulação
10
 4. (SEMÂNTICA) Por meio da generalização, pode-se atribuir um determinado conjunto de traços que 
não se relacionam apenas com o que está sendo nomeado.
O melhor exemplo desse procedimento de generalização está presente em: 
a) Branco: o branco é uma cor que não pinta. (ref. 4)
b) Camponês: um camponês não tem casa, nem dinheiro, somente seus filhos. (ref. 5)
c) Céu: de onde sai o dia. (ref. 6)
d) Universo: casa das estrelas. (ref. 11)
 5. (ESTILÍSTICA (FIGURA DE LINGUAGEM)) Uma afirmação paradoxal contém alguma contradição 
interna.
Um exemplo de afirmação paradoxal é identificado em: 
a) Adulto: pessoa que, em toda coisa que fala, fala primeiro dela mesma. (ref. 3)
b) Guerra: gente que se mata por um pedaço de terra ou de paz. (ref. 8)
c) Mãe: mãe entende e depois vai dormir. (ref. 9)
d) Paz: quando a pessoa se perdoa. (ref. 10)
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES.
 
 6. (INTERPRETAÇÃO DE TEXTO) As ausências da moldura e da imagem são recursos gráficos que con-
tribuem para o sentido do texto.
A relação entre esses recursos gráficos e a mensagem contida no terceiro quadrinho possui um 
sentido de:
a) ironia
b) reforço
c) negação
d) contradição
 7. (INTERPRETAÇÃO DE TEXTO) No último quadrinho, formula-se uma analogia moral, quando se 
sugere que não é possível ver tudo o que acontece à frente dos olhos.
A partir dessa analogia, pode-se chegar à seguinte conclusão: 
a) a verdade absoluta não existe
b) a existência não tem explicação
c) o homem não é o centro do mundo
d) o curso da vida não pode ser mudado
 8. (ESTILÍSTICA (FIGURA DE LINGUAGEM)) O personagem presente no último quadrinho é um ácaro, 
um ser microscópico. Suas falas têm relação direta com seu tamanho. No contexto, é possível com-
preender a imagem do personagem como uma metonímia.
Essa metonímia representa algo que se define como: 
a) invisível
b) expressivo
c) inexistente
d) contraditório
11
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 4 QUESTÕES.
A ARTE DE ENGANAR
Em seu livro Pernas pro ar, Eduardo Galeano recorda que, na era vitoriana, era proibido mencionar 
“calças” na presença de uma jovem. Hoje em dia, diz ele, não cai bem utilizar certas expressões 
perante a opinião pública: “O capitalismo exibe o nome artístico de economia de mercado; im-
perialismo se chama globalização; suas vítimas se chamam países em via de desenvolvimento; 
oportunismo se chama pragmatismo; 1despedir sem indenização nem explicação se chama flexibi-
lização laboral” etc.
A lista é longa. Acrescento os inúmeros preconceitos que carregamos: ladrão é sonegador; lobista 
é consultor; 2fracasso é crise; especulação é derivativo; latifúndio é agronegócio; desmatamento é 
investimento rural; lavanderia de dinheiro escuso é paraíso fiscal; 3acumulação privada de riqueza 
é democracia; socialização de bens é ditadura; governar a favor da maioria é populismo; tortura é 
constrangimento ilegal; invasão é intervenção; 4peste é pandemia; 5magricela é anoréxica.
Eufemismo é a arte de dizer uma coisa e acreditar que o público escuta ou lê outra. É um jeitinho 
de escamotear significados. De tentar encobrir verdades e realidades.
Posso admitir que pertenço à terceira idade, embora esteja na cara: sou velho. 6Ora, poderia dizer 
que sou seminovo! Como carros em revendedoras de veículos. Todos velhos! Mas o adjetivo semi-
novo os torna mais vendáveis.
Coitadas das palavras! Elas 7são distorcidas para que a realidade, escamoteada, permaneça como 
está. Não conseguem, contudo, escapar da luta de classes: pobre é ladrão, 8rico é corrupto.
Pobre é viciado, rico é dependente químico.
Em suma, eufemismo é um truque semântico para tentar amenizar os fatos.
Frei Betto. Adaptado de O Dia, 21/03/2015. 
 9. (ESTRATÉGIA ARGUMENTATIVA) Frei Betto inicia seu texto com uma citação do escritor uruguaio 
Eduardo Galeano, recorrendo a recurso comum de argumentação.
Esse recurso constitui um argumento de: 
a) comparação
b) causalidade
c) contestação
d) autoridade
 10. (ESTRATÉGIA DISCURSIVA) No segundo parágrafo, o emprego de certa estrutura encaminha a re-
flexão do leitor para os disfarces que a linguagem permite.
Essa estrutura é caracterizada principalmente por: 
a) modalização
b) pressuposição
c) exemplificação
d) particularização
 11. (ESTILÍSTICA (FIGURA DE LINGUAGEM)) Em sua origem grega, o termo “eufemismo” significa “pa-
lavra de bom agouro” ou “palavra que deseja o bem”. Como figura de linguagem, indica um recurso 
que suaviza alguma ideia ou expressão mais chocante.
Na crônica, o autor enfatizao aspecto negativo dos eufemismos, que serviriam para distorcer a 
realidade.
De acordo com o autor, o eufemismo camufla a desigualdade social no seguinte exemplo: 
a) fracasso é crise (ref. 2)
b) peste é pandemia (ref. 4)
c) magricela é anoréxica (ref. 5)
d) rico é corrupto (ref. 8)
 12. (ESTILÍSTICA/INTERPRETAÇÃO DE TEXTO) Na produção do humor, traço típico da crônica, o autor 
combina eufemismos com outros recursos ou figuras de linguagem.
O exemplo em que o humor é produzido por meio da superposição entre um eufemismo e uma 
comparação entre elementos distintos é: 
a) despedir sem indenização nem explicação se chama flexibilização laboral (ref. 1)
b) acumulação privada de riqueza é democracia; (ref. 3)
c) Ora, poderia dizer que sou seminovo! (ref. 6)
d) são distorcidas para que a realidade, escamoteada, permaneça como está. (ref. 7)
12
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES:
 
 13. (COESÃO TEXTUAL) O uso de palavras que se referem a termos já enunciados, sem que seja neces-
sário repeti-los, faz parte dos processos de coesão da linguagem.
Na pergunta feita no segundo quadrinho, uma palavra empregada com esse objetivo é: 
a) nós
b) aqui
c) nossa
d) porque
 14. (INTERPRETAÇÃO DE TEXTO) No primeiro quadrinho, a declaração feita pela personagem indica um 
pressuposto acerca do universo escolar.
Esse pressuposto pode ser associado, na escola, à seguinte prática: 
a) negação do patriotismo
b) intolerância à diversidade
c) desestímulo às indagações
d) reprovação de brincadeiras
 15. (MÉTODOS DE RACIOCÍNIO) Todo o raciocínio da personagem pode ser expresso na fórmula dedutiva 
“se A, então B”.
Para que essa fórmula esteja de acordo com o raciocínio da personagem, ela deve ser redigida da 
seguinte maneira: 
a) Se escolhemos onde nascer, então amar a pátria não é uma obrigação.
b) Se não escolhemos onde nascer, então amar a pátria é uma conveniência.
c) Se a professora se zanga com perguntas, então eu não devo fazer uma redação só com perguntas.
d) Se a professora não se zanga com perguntas, então eu posso fazer uma redação só com perguntas.
GABARITO
1. B 2. C 3. A 4. B 5. B 
6. B 7. C 8. A 9. D 10. C 
11. D 12. C 13. B 14. C 15. B 
13
APLICAÇÃO DOS CONHECIMENTOS - SALA
 1. (INTERPRETAÇÃO DE TEXTO) Sobretudo compreendam os críticos a missão dos poetas, escritores e 
artistas, neste período especial e ambíguo da formação de uma nacionalidade. São estes os operá-
rios incumbidos de polir o talhe e as feições da individualidade que se vai esboçando no viver do 
povo.
O povo que chupa o caju, a manga, o cambucá e a jabuticaba pode falar com igual pronúncia e o 
mesmo espírito do povo que sorve o figo, a pera, o damasco e a nêspera?
José de Alencar, prefácio a Sonhos d’ouro, 1872. Adaptado de ebooksbrasil.org.
De acordo com José de Alencar, a caracterização da identidade nacional brasileira, no século XIX, 
estava vinculada ao processo de: 
a) promoção da cultura letrada
b) integração do mundo lusófono
c) valorização da miscigenação étnica
d) particularização da língua portuguesa
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES.
O passado anda atrás de nós
como os detetives os cobradores os ladrões
o futuro anda na frente
como as crianças os guias de montanha
os maratonistas melhores
do que nós
salvo engano o futuro não se imprime
|pense em como do lodo primeiro surgiu esta poltrona este livro
este besouro este vulcão este despenhadeiro
à frente de nós à frente deles
corre o cão
ANA MARTINS MARQUES O livro das semelhanças. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
 2. (INTERPRETAÇÃO DE TEXTO) "aos cães domesticados se ensina a andar sempre atrás do dono mas 
os cães o passado só aparentemente nos pertencem" (v. 12-14)
Nesses versos, sugere-se uma ideia a respeito da relação entre cães e seres humanos.
Essa ideia, no verso destacado, recebe da poeta a seguinte avaliação: 
a) adesão
b) negação
c) proibição
d) permissão
 3. (ESTRATÉGIA DISCURSIVA) No poema, há marcas de linguagem que remetem tanto à poeta quanto 
a seus leitores. Uma dessas marcas, referindo-se unicamente ao leitor, está presente no seguinte 
verso: 
a) como o passado nas pedras nos móveis no rosto (v. 8)
b) das pessoas que conhecemos (v. 9)
c) pense em como do lodo primeiro surgiu esta poltrona este livro (v. 15)
d) à frente de nós à frente deles (v. 17)
AULAS 3 E 4
PRESCRIÇÃO: O vestibular da UERJ trabalha suas questões de interpretação de textos e 
gramática partindo, frequentemente, de gêneros literários variados, dando preferência a textos 
literários em prosa ou verso, quadrinhos, e também textos jornalísticos e científicos. Já em 
literatura, as abordagens são bem variadas, apresentando questões que discutem do barroco à 
literatura contemporânea, além de explorar com frequência as vanguardas europeias.
14
 4. (ESTILÍSTICA (FIGURA DE LINGUAGEM)) Nos versos de 1 a 6, a poeta vale-se de um recurso para 
caracterizar tanto o passado quanto o futuro.
Esse recurso consiste na construção de: 
a) índices de ironia
b) escala de gradações
c) relações de comparação
d) sequência de personificações
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO.
A PRESSA DE ACABAR
Evidentemente nós sofremos agora em todo o mundo de uma dolorosa moléstia: a pressa de acabar. 
Os nossos avós nunca tinham pressa. Ao contrário. Adiar, aumentar, era para eles a suprema delícia. 
Como os relógios, nesses tempos remotos, não eram maravilhas de precisão, os 1homens mediam os 
dias com todo o cuidado da atenção.
Sim! Em tudo, 2essa estranha pressa de acabar se ostenta como a marca do século. Não há mais livros 
definitivos, quadros destinados a não morrer, ideias imortais. Trabalha-se muito mais, pensa-se 
muito mais, ama-se mesmo muito mais, apenas sem fazer a digestão e sem ter tempo de a fazer.
Antigamente as horas eram entidades que os homens conheciam imperfeitamente. Calcular a pas-
sagem das horas era tão complicado como calcular a passagem dos dias. 3Inventavam-se relógios de 
todos os moldes e formas.
4Hoje, nós somos escravos das horas, dessas senhoras inexoráveis* que não cedem nunca e cortam o 
dia da gente numa triste migalharia de minutos e segundos. Cada hora é para nós distinta, pessoal, 
característica, porque cada hora representa para nós o acúmulo de várias coisas que nós temos pressa 
de acabar. O relógio era um objeto de luxo. Hoje até os mendigos usam um marcador de horas, porque 
têm pressa, pressa de acabar.
O homem mesmo será classificado, afirmo eu já com pressa, como o Homus cinematographicus. 5Nós 
somos uma delirante sucessão de fitas cinematográficas. Em meia hora de sessão tem-se um espetá-
culo multiforme e assustador cujo título geral é: Precisamos acabar depressa.
6O homem de agora é como a multidão: ativo e imediato. Não pensa, faz; não pergunta, obra; não 
reflete, julga.
7O homem cinematográfico resolveu a suprema insanidade: encher o tempo, atopetar o tempo, abar-
rotar o tempo, paralisar o tempo para chegar antes dele. Todos os dias (dias em que ele não vê a 
beleza do sol ou do céu e a doçura das árvores porque não tem tempo, diariamente, nesse número de 
horas retalhadas em minutos e segundos que uma população de relógios marca, registra e desfia), 
o pobre diabo 8sua, labuta, desespera com os olhos fitos nesse hipotético poste de chegada que é a 
miragem da ilusão.
Uns acabam pensando que encheram o tempo, que o mataram de vez. Outros desesperados vão para 
o hospício ou para os cemitérios. A corrida continua. E o Tempo também, o Tempo insensível e in-
comensurável, o Tempo infinito para o qual todo o esforço é inútil, o Tempo que não acaba nunca! É 
satanicamente doloroso. Mas que fazer?
RIO, João do. Adaptado de Cinematógrafo: crônicas cariocas. Rio de Janeiro: ABL, 2009. * inexoráveis − que não cedem, implacáveis 
 5. (ESTRATÉGIA ARGUMENTATIVA) "essa estranha pressa de acabar se ostenta como a marca do sécu-
lo." (ref. 2)
O trecho acima contém o eixo temático da crônica escrita por João do Rio em 1909. 
Na construção da opinião presente nesse trecho,é possível identificar um procedimento de: 
a) negação
b) dedução
c) gradação
d) generalização
RAIO X
 1. No Brasil, o Romantismo da primeira fase adquiriu características especiais, defendendo os mo-
tivos e temas brasileiros, mais próximos da fala e da realidade popular brasileira. A interrogação 
de natureza retórica que finaliza o excerto expõe a preocupação de José de Alencar em adaptar a 
língua portuguesa às circunstâncias locais, valorizando tradições, costumes, história e natureza de 
um país em construção. Na prosa alencariana, são frequentes tupinismos e brasileirismos, assim 
como infrações intencionais as regras da gramática normativa de colocação pronominal ou concor-
dância verbal para que os escritos se moldassem às características da linguagem local, visando à 
afirmação de uma identidade nacional brasileira. Assim, é correta a opção [D].
15
 2. A ideia sugerida a respeito da relação entre cães e seres humanos é a de posse. Essa ideia é ne-
gada no verso 14, tendo em vista o uso do advérbio “aparentemente”: “mas os cães o passado só 
aparentemente nos pertencem”. Depreende-se assim que, apesar da aparência, os cães não nos 
pertencem, como o passado também não. 
 3. No verso “pense em como do lodo primeiro surgiu esta poltrona este livro” (v. 15), a poeta faz uso 
do verbo na segunda pessoa, “pense”, criando uma marca de diálogo com seu interlocutor: o leitor. 
 4. Nos primeiros versos, a poeta tece uma série de comparações para caracterizar o passado (“como 
os detetives os cobradores os ladrões”) e o futuro (“como as crianças os guias de montanha”). 
 5. O trecho citado expande o conceito enunciado no parágrafo anterior, remetendo ao próprio título, 
síntese do assunto tratado ao longo da crônica: a velocidade como característica dos tempos atu-
ais. Assim, é correta a opção [D], pois o autor adota um procedimento de generalização, ou seja, 
apresenta uma opinião genérica com base no conhecimento de certo número de dados singulares 
expostos ao longo da argumentação. 
GABARITO
1. D 2. B 3. C 4. C 5. D 
PRÁTICA DOS CONHECIMENTOS - E.O.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 4 QUESTÕES.
MEDO E VERGONHA
3O medo é um evento poderoso que toma o nosso corpo, nos põe em xeque, paralisa alguns e atiça 
a criatividade de outros. Uma pessoa em estado de pavor é dona de uma energia extra capaz de 
feitos incríveis.
Um amigo nosso, quando era adolescente, aproveitou a viagem dos pais da namorada para ficar na 
casa dela. Os pais voltaram mais cedo e, pego em flagrante, nosso Romeu teve a brilhante ideia de 
pular, pelado, do segundo andar. Está vivo. Tem hoje essa incrível história pra contar, mas deve se 
lembrar muito bem da vergonha.
4Me lembrei dessa história por conta de outra completamente diferente, mas na qual também vi 
meu medo me deixar em maus lençóis.
Estava caminhando pelo bairro quando resolvi explorar umas ruas mais desertas. 5De repente, vejo 
um menino encostado num muro. Parecia um menino de rua, tinha seus 15, 16 anos e, quando 
me viu, fixou o olhar e apertou o passo na minha direção. Não pestanejei. Saí correndo. Correndo 
mesmo, na mais alta performance de minhas pernas.
No meio da corrida, comecei a pensar se ele iria mesmo me assaltar. Uma onda de vergonha foi me 
invadindo. O rapaz estava me vendo correr. E se eu tivesse me enganado? E se ele não fosse fazer 
nada? Mesmo que fosse. Ter sido flagrada no meu medo e preconceito daquela forma já me deixava 
numa desvantagem fulminante.
Não sou uma pessoa medrosa por excelência, mas, naquele dia, o olhar, o gesto, alguma coisa no 
rapaz acionou imediatamente o motor de minhas pernas e, quando me dei conta, já estava em 
disparada.
Fui chegando ofegante a uma esquina, os motoristas de um ponto de táxi me perguntaram o que 
tinha acontecido e eu, um tanto constrangida, disse que tinha ficado com medo. Me contaram que 
ele vivia por ali, tomando conta dos carros. Fervi de vergonha.
O menino passou do outro lado da rua e, percebendo que eu olhava, imitou minha corridinha, fa-
zendo um gesto de desprezo. Tive vontade de sentar na 1guia e chorar. Ele só tinha me olhado, e o 
resto tinha sido produto legítimo do meu preconceito.
Fui atrás dele. Não consegui carregar tamanha 2bigorna pra casa. “Ei!” Ele demorou a virar. Se 
eu pensava que ele assaltava, 6ele também não podia imaginar que eu pedisse desculpas. Insisti: 
“Desculpa!” Ele virou. 7Seu olhar agora não era mais de ladrão, e sim de professor. Me perdoou 
com um sinal de positivo ainda cheio de desprezo. Fui pra casa pelada, igual ao Romeu suicida.
Denise Fraga folha.uol.com.br, 08/01/2013
1guia − meio-fio da calçada
2bigorna − bloco de ferro para confecção de instrumentos 
16
 1. (INTERPRETAÇÃO DE TEXTO) No primeiro parágrafo, apresentam-se algumas características do 
medo, quase todas positivas, mas se omite uma de suas características negativas, tematizada no 
decorrer do texto.
Esta característica negativa do medo é a de: 
a) basear-se em fatos
b) ter vergonha do sentimento
c) reforçar um constrangimento
d) ser motivado por preconceito
 2. (INTERPRETAÇÃO DE TEXTO) "Seu olhar agora não era mais de ladrão, e sim de professor." (ref. 7)
A frase deixa subentendida a ideia de que o menino foi capaz de ensinar, pelo exemplo, algo à 
autora.
Esse ensinamento dado pelo menino está ligado à capacidade de: 
a) perdoar
b) desprezar
c) desculpar-se
d) arrepender-se
 3. (LINGUAGEM INFORMAL) A crônica é um gênero textual que frequentemente usa uma linguagem 
mais informal e próxima da oralidade, pouco preocupada com a rigidez da chamada norma culta.
Um exemplo claro dessa linguagem informal, presente no texto, está em: 
a) O medo é um evento poderoso que toma o nosso corpo, (ref. 3)
b) Me lembrei dessa história por conta de outra completamente diferente, (ref. 4)
c) De repente, vejo um menino encostado num muro. (ref. 5)
d) ele também não podia imaginar que eu pedisse desculpas. (ref. 6)
 4. (SEMÂNTICA) Na última frase da crônica, a autora correlaciona dois episódios. Em ambos, aparece 
o atributo “pelado(a)”. No entanto, esse atributo tem significado diferente em cada um dos episó-
dios.
No texto, o significado de cada termo se caracteriza por ser, respectivamente: 
a) literal e figurado
b) geral e particular
c) descritivo e irônico
d) ambíguo e polissêmico
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES. 
É MENINA
É menina, que coisa mais fofa, parece com o pai, parece com a mãe, parece um joelho, upa, upa, 
não chora, isso é choro de fome, isso é choro de sono, isso é choro de chata, choro de menina, 
igualzinha à mãe, achou, sumiu, achou, não faz pirraça, coitada, tem que deixar chorar, vocês fa-
zem tudo o que ela quer, 2isso vai crescer mimada, eu queria essa vida pra mim, dormir e mamar, 
aproveita enquanto ela ainda não engatinha, 3isso daí quando começa a andar é um inferno, daqui 
a pouco começa a falar, daí não para mais, ela precisa é de um irmão, foi só falar, olha só quem vai 
ganhar um irmãozinho, tomara que seja menino pra formar um casal, ela tá até mais quieta de-
pois que ele nasceu, parece que ela cuida dele, esses dois vão ser inseparáveis, ela deve morrer de 
ciúmes, ele já nasceu falante, menino é outra coisa, desde que ele nasceu parece que ela cresceu, 
já tá uma menina, quando é que vai pra creche, ela não larga dessa boneca por nada, já podia ser 
mãe, já sabe escrever o nomezinho, quantos dedos têm aqui, qual é a sua princesa da Disney pre-
ferida, quem você prefere, o papai ou a mamãe, quem é o seu namoradinho, quem é o seu príncipe 
da Disney preferido, já se maquia nessa idade, é apaixonada pelo pai, cadê o Ken, daqui a pouco 
vira mocinha, eu te peguei no colo, só falta ficar mais alta que eu, finalmente largou a boneca, já 
tava na hora, agora deve tá pensando besteira, soube que virou mocinha, ganhou corpo, tenho uma 
dieta boa pra você, a dieta do ovo, a dieta do tipo sanguíneo, a dieta da água gelada, essa barriga só 
resolve com cinta, que corpão, essa menina é umperigo, 1vai ter que voltar antes de meia-noite, o 
seu irmão é diferente, menino é outra coisa, vai pela sombra, não sorri pro porteiro, não sorri pro 
pedreiro, quem é esse menino, se o seu pai descobrir, ele te mata, esse menino é filho de quem, 
cuidado que homem não presta, não pode dar confiança, não vai pra casa dele, homem gosta é de 
mulher difícil, tem que se dar valor, homem é tudo igual, segura esse homem, não fuxica, não 
mexe nas coisas dele, tem coisa que é melhor a gente não saber, não pergunta demais que ele te 
17
abandona, o que os olhos não veem o coração não sente, quando é que vão casar, ele tá te enrolan-
do, morar junto é casar, quando é que vão ter filho, ele tá te enrolando, barriga pontuda deve ser 
menina, é menina.
DUVIVIER, Gregorio. Folha de São Paulo, 16/09/2013. 
 5. (INTERPRETAÇÃO DE TEXTO) A crônica de Gregorio Duvivier é construída em um único parágrafo 
com uma única frase. Essa frase começa e termina pela mesma expressão: "é menina".
Em termos denotativos, a menina, referida no final do texto, pode ser compreendida como:
a) filha da primeira
b) ideal de pureza
c) mulher na infância
d) sinal de transformação
 6. (INTERPRETAÇÃO DE TEXTO) "vai ter que voltar antes de meia-noite, o seu irmão é diferente, me-
nino é outra coisa," (ref. 1)
O fragmento reproduz falas que apontam uma diferença entre meninos e meninas.
Essa diferença se verifica em relação ao seguinte aspecto: 
a) beleza
b) esperteza
c) inteligência
d) comportamento
 7. (INTERPRETAÇÃO DE TEXTO) O uso da expressão “é menina”, tanto para começar quanto para fi-
nalizar o texto, adquire também um valor simbólico, pelo significado que assume no contexto.
No contexto, esse recurso provoca um entendimento de: 
a) alteração previsível de juízos morais
b) reprodução indefinida de preconceitos sociais
c) rejeição possível de comportamentos familiares
d) esperança vaga de novas atitudes das mulheres
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 4 QUESTÕES. 
SEPARAÇÃO
Voltou-se e mirou-a como se fosse pela última vez, como quem repete um gesto imemorialmente 
irremediável. 1No íntimo, preferia não tê-lo feito; mas ao chegar à porta 2sentiu que 14nada pode-
ria evitar a reincidência daquela cena tantas vezes contada na história do amor, que é a história 
do mundo. 10Ela o olhava com um olhar intenso, onde existia uma incompreensão e um anelo1, 
15como a pedir-lhe, ao mesmo tempo, que não fosse e que não deixasse de ir, por isso que era tudo 
impossível entre eles.
(...)
Seus olhares 4fulguraram por um instante um contra o outro, depois se 5acariciaram ternamente e, 
finalmente, se disseram que não havia nada a fazer. 6Disse-lhe adeus com doçura, virou-se e cer-
rou, de golpe, a porta sobre si mesmo numa tentativa de secionar2 aqueles dois mundos que eram 
ele e ela. Mas 16o brusco movimento de fechar prendera-lhe entre as folhas de madeira o espesso 
tecido da vida, e ele ficou retido, sem se poder mover do lugar, 11sentindo o pranto formar-se mui-
to longe em seu íntimo e subir em busca de espaço, como um rio que nasce.
17Fechou os olhos, tentando adiantar-se à agonia do momento, mas o fato de sabê-la ali ao lado, e 
dele separada por imperativos categóricos3 de suas vidas, 12não lhe dava forças para desprender-se 
dela. 8Sabia que era aquela a sua amada, por quem esperara desde sempre e que por muitos anos 
buscara em cada mulher, na mais terrível e dolorosa busca. Sabia, também, que o primeiro passo 
que desse colocaria em movimento sua máquina de viver e ele teria, mesmo como um autômato, 
de sair, andar, fazer coisas, 9distanciar-se dela cada vez mais, cada vez mais. 18E no entanto ali 
estava, a poucos passos, sua forma feminina que não era nenhuma outra forma feminina, mas a 
dela, a mulher amada, aquela que ele 7abençoara com os seus beijos e agasalhara nos instantes do 
amor de seus corpos. Tentou 3imaginá-la em sua dolorosa mudez, já envolta em seu espaço próprio, 
perdida em suas cogitações próprias − um ser desligado dele pelo limite existente entre todas as 
coisas criadas.
13De súbito, sentindo que ia explodir em lágrimas, correu para a rua e pôs-se a andar sem saber 
para onde...
MORAIS, Vinícius de. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1986. 
18
 8. (ESTILÍSTICA (FIGURA DE LINGUAGEM)) A hipérbole é uma figura empregada na crônica de Viní-
cius de Morais para caracterizar o estado de ânimo do personagem.
Essa figura está exemplificada em:
a) Ela o olhava com um olhar intenso, (ref. 10)
b) sentindo o pranto formar-se muito longe em seu íntimo (ref. 11)
c) não lhe dava forças para desprender-se dela. (ref. 12)
d) De súbito, sentindo que ia explodir em lágrimas, (ref. 13)
 9. (ESTILÍSTICA (FIGURA DE LINGUAGEM)) Uma metáfora pode ser construída pela combinação entre 
elementos abstratos e concretos.
No texto, um exemplo de metáfora que se constrói por esse tipo de combinação é: 
a) como a pedir-lhe, ao mesmo tempo, que não fosse e que não deixasse de ir, (ref. 15)
b) o brusco movimento de fechar prendera-lhe entre as folhas de madeira o espesso tecido da vida, (ref. 16)
c) Fechou os olhos, tentando adiantar-se à agonia do momento, (ref. 17)
d) E no entanto ali estava, a poucos passos, (ref. 18)
 10. (SEMÂNTICA) "nada poderia evitar a reincidência daquela cena tantas vezes contada na história 
do amor, que é a história do mundo." (ref. 14)
O trecho sublinhado reformula uma expressão anterior.
Essa reformulação explicita a seguinte relação de sentido:
a) enumeração
b) generalização
c) exemplificação
d) particularização
 11. (SEMÂNTICA) "Sabia que era aquela a sua amada, por quem esperara desde sempre e que por 
muitos anos buscara em cada mulher, na mais terrível e dolorosa busca."(ref. 8)
Neste trecho, existe um contraste que busca acentuar o seguinte traço relativo à mulher amada: 
a) distância
b) intimidade
c) indiferença
d) singularidade
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
POR QUE LER?
Certas coisas não basta anunciar, como uma verdade que deve ser aceita por si só. Precisamos di-
zer o porquê. Se queremos fazer os brasileiros lerem mais de um livro por ano, essa trágica média 
nacional, precisamos de fato conquistar o seu interesse.
Listo os três benefícios fundamentais que a leitura pode trazer.
O primeiro: 1ler nos faz mais felizes. É um caminho para o autoconhecimento, e o exercício cons-
tante de autoconhecimento é um caminho para a felicidade. 2A vida, também no plano individual, 
é mais intensa na busca. Os personagens de um livro de ficção, os fatos de um livro-reportagem, 
as ideias de um livro científico, interagem com os nossos sentimentos, ora refletindo-os, ora 
agredindo-os, e, portanto, servindo de parâmetro para sabermos quem somos, seja por identidade 
ou oposição.
O segundo benefício: ler nos torna amantes melhores. Treina nossa sensibilidade para o contato 
com o outro. Amores românticos, amores carnais, amores perigosos, amores casuais, amores culpa-
dos, todos estão nos livros. A sensibilidade do leitor encontra seu caminho. E quanto mais o nosso 
imaginário estiver arejado pelas infinitas opções que as histórias escritas nos oferecem, sejam 
elas factuais ou ficcionais, com mais delícia aproveitamos os bons momentos do amor, e com mais 
calma enfrentamos os maus.
Por fim: ler nos torna cidadãos melhores. 3Os livros propiciam ao leitor um ponto de vista privi-
legiado, de onde observa conflitos de interesses. No processo, sua consciência é estimulada a se 
posicionar com equilíbrio. 4Tendem a ganhar forma, então, princípios de “honestidade”, “honra”, 
“justiça” e “generosidade”. Guiado por estes valores, o leitor pode enfim ultrapassar as fronteiras 
sociais, e ver a humanidade presente em todos os tipos, em todas as classes.
Teríamos menos escândalos de corrupção, se lêssemos mais; 5construiríamos uma sociedade menos 
injusta, se educássemos melhor os nossos espíritos; eu acredito nisso.
Rodrigo Lacerda. Adaptado de rodrigolacerda.com.br. 
19
 12. (INTERPRETAÇÃO DE TEXTO) O texto do escritorRodrigo Lacerda sugere que, por meio da literatu-
ra, o leitor pode acompanhar perspectivas diferentes da própria.
O trecho que explicita o contato do leitor com perspectivas distintas é: 
a) A vida, também no plano individual, é mais intensa na busca. (ref. 2)
b) Os livros propiciam ao leitor um ponto de vista privilegiado, de onde observa conflitos de interesses. (ref. 3)
c) Tendem a ganhar forma, então, princípios de “honestidade”, “honra”, “justiça” e “generosidade”. (ref. 4)
d) construiríamos uma sociedade menos injusta, se educássemos melhor os nossos espíritos; (ref. 5)
 13. (INTERPRETAÇÃO DE TEXTO) Os três benefícios fundamentais da leitura apresentados no texto são 
listados numa determinada ordem.
Essa ordem mostra uma organização na seguinte direção: 
a) racional para emocional
b) abstrato para concreto
c) factual para ficcional
d) individual para social
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO. 
 14. (INTERPRETAÇÃO DE TEXTO) O quadro produz um estranhamento em relação ao que se poderia 
esperar de um pintor que observa um modelo para sua obra. Esse estranhamento contribui para a 
reflexão principalmente sobre o seguinte aspecto da criação artística: 
a) perfeição da obra
b) precisão da forma
c) representação do real
d) importância da técnica
 15. (INTERPRETAÇÃO DE TEXTO) Policarpo Quaresma, cidadão brasileiro, certo de que a língua portu-
guesa é emprestada ao Brasil; certo também de que, por esse fato, o falar e o escrever, em geral, 
se veem na humilhante contingência de sofrer continuamente censuras ásperas dos proprietários 
da língua; usando do direito que lhe confere a Constituição, vem pedir que o Congresso Nacional 
decrete o tupi-guarani como língua oficial e nacional do povo brasileiro. Senhores Congressistas, 
o tupi-guarani, língua aglutinante, é a única capaz de traduzir as nossas belezas, de pôr-nos em 
relação com a nossa natureza e adaptar-se perfeitamente aos nossos órgãos vocais e cerebrais, por 
ser criação de povos que aqui viveram e ainda vivem.
Lima Barreto. Adaptado de Triste fim de Policarpo Quaresma (1915). Rio de Janeiro: MEDIAfashion, 2008.
A história narrada em Triste fim de Policarpo Quaresma se passa no momento de implantação do 
regime republicano no Brasil. Seu personagem principal, o Major Quaresma, defende alguns proje-
tos de reforma, um deles relatado no trecho citado.
A justificativa do personagem para a adoção do tupi-guarani como língua oficial brasileira baseia-
-se na associação entre nacionalidade e a ideia de:
a) valorização da cultura local
b) defesa da diversidade racial
c) preservação da identidade territorial
d) independência da população autóctone
20
GABARITO
1. D 2. A 3. B 4. A 5. A 
6. D 7. B 8. D 9. B 10. B 
11. D 12. B 13. D 14. C 15. A 
C
HISTÓRIA
H CIÊNCIAS HUMANAS
e suas tecnologias
R.P.A. UERJ - 1º Exame de Qualificação
*Em função do curto período de aplicação dos vestibulares UERJ, não existem dados quantitativos para uma análise estatística precisa.
UERJ - História Geral
UERJ - História do Brasil
Mundo Contemporâneno, 56%
Mundo moderno, 18%
Atualidades, 25%
Primeiro Reinado, 2%
Crise do Sistema Colonial, 4%
República Liberal (46-64), 13%
República Oligárquica, 13%
Era Vargas, 13%
Sistema Colonial, 13%
República Militar (64-85), 16%
Segundo Reinado, 24%
23
APLICAÇÃO DOS CONHECIMENTOS - SALA
 1. (1ª REPÚBLICA (IMIGRAÇÃO/CAFÉ))
A restituição da passagem
As famílias chegadas a Santos com passagens de 3ª classe, tendo pelo menos 3 pessoas de 12 a 45 
anos, sendo agricultores e destinando-se à lavoura do estado de São Paulo, como colonos nas fa-
zendas ou estabelecendo-se por conta própria em terras adquiridas ou arrendadas de particulares 
ou do governo, fora dos subúrbios da cidade, podem obter a restituição da quantia que tiverem 
pago por suas passagens.
Adaptado de O immigrante, nº 1, janeiro de 1908
A publicação da revista O immigrante fazia parte das ações do governo de São Paulo que tinham 
como objetivo estimular, no final do século XIX e início do XX, a ida de imigrantes para o estado. 
Para isso, ofereciam-se inclusive subsídios, como indica o texto.
Essa diretriz paulista era parte integrante da política nacional da época que visava à garantia da: 
a) oferta de mão de obra para a cafeicultura
b) ampliação dos núcleos urbanos no interior
c) continuidade do processo de reforma agrária
d) expansão dos limites territoriais da federação
 2. (BRASIL IMPERIAL (ROMANTISMO))
O romance Iracema, de José de Alencar, publicado em 1865, influenciou artistas, como José Maria 
de Medeiros, que nele encontraram inspiração para representar imagens do Brasil e do povo brasi-
leiro no período imperial (1822-1889).
AULA 1
PRESCRIÇÃO: Analise atentamente as imagens e textos apresentados e os relacio-
ne com seus respectivos contextos históricos. Revise a segunda metade do século 
XIX e início do século XX.
24
Na construção da identidade nacional durante o Império do Brasil, identifica-se a valorização dos 
seguintes aspectos:
a) clima ameno / índole guerreira dos ameríndios
b) grandeza territorial / integração racial das etnias
c) extensão litorânea / sincretismo religioso do povo
d) natureza tropical / herança cultural dos grupos nativos
 3. (SEGUNDO REINADO (CRISE DO 2º MUNDO / REVOLTA DO VINTÉM)) A um grito de “Fora o vintém!”, 
os manifestantes começaram a espancar condutores, esfaquear mulas, virar bondes e arrancar trilhos 
ao longo da rua Uruguaiana. Dois pelotões do Exército ocuparam o Largo de São Francisco, postando-
-se parte da tropa em frente à Escola Politécnica, atual prédio do Instituto de Filosofia e Ciências 
Sociais da UFRJ. A multidão dispersou-se e, salvo pequenos distúrbios nos três dias seguintes, estava 
findo o motim do vintém. A cobrança da taxa passou a ser quase aleatória. As próprias companhias 
de bondes pediam ao governo que a revogasse. Desmoralizado, o ministério caiu a 28 de março. O 
novo ministério revogou o desastrado tributo.
Adaptado de CARVALHO, José Murilo de. A Guerra do Vintém. Revista de História, setembro/2007.
Ocorrida entre o final de 1879 e o início de 1880, a Revolta do Vintém representou a manifestação 
de segmentos populares descontentes com a decisão do governo de aumentar os preços das passa-
gens dos bondes puxados a burro, que trafegavam na então capital do Império.
Um dos principais efeitos dessa revolta naquele momento foi:
a) politização dos oficiais militares
b) privatização dos serviços públicos
c) modernização dos meios de transporte
d) enfraquecimento das instituições monárquicas
 4. (BRASIL IMPERIAL (ROMANTISMO)) Sobretudo compreendam os críticos a missão dos poetas, es-
critores e artistas, neste período especial e ambíguo da formação de uma nacionalidade. São estes 
os operários incumbidos de polir o talhe e as feições da individualidade que se vai esboçando no 
viver do povo.
O povo que chupa o caju, a manga, o cambucá e a jabuticaba pode falar com igual pronúncia e o 
mesmo espírito do povo que sorve o figo, a pera, o damasco e a nêspera?
José de Alencar, prefácio a Sonhos d’ouro, 1872.
Adaptado de ebooksbrasil.org.
De acordo com José de Alencar, a caracterização da identidade nacional brasileira, no século XIX, 
estava vinculada ao processo de:
a) promoção da cultura letrada
b) integração do mundo lusófono
c) valorização da miscigenação étnica
d) particularização da língua portuguesa
 5. (SEGUNDO REINADO)
A pintura histórica alcançou no século XIX importante lugar no projeto político do Segundo Rei-
nado. Esse gênero artístico mantinha intenso diálogo com a produção do Instituto Histórico e Ge-
ográfico Brasileiro. Por meio da pintura histórica, forjou-se um passado épico e monumental, em 
25
que toda a população pudesse se sentir representada nos eventos gloriosos da história nacional. 
O trabalho de Araújo Porto-Alegre como crítico de arte e diretor da Academia Imperial de Belas 
Artes possibilitou a visibilidade da pintura histórica com seus pintores oficiais,Pedro Américo e 
Victor Meirelles.
CASTRO, Isis Pimentel de. Adaptado de periodicos.ufsc.br.
Considerando as imagens das telas e as informações do texto, as pinturas históricas para o governo 
do Segundo Reinado tinham a função essencial de:
a) consolidar o poder militar
b) difundir o pensamento liberal
c) garantir a pluralidade política
d) fortalecer a identidade nacional
 6. (MEMÓRIA E PATRIMÔNIO)
Os monumentos históricos promovem o destaque de acontecimentos, personagens, feitos e valores 
a serem reverenciados por uma sociedade. Exemplos desses monumentos são as estátuas de João 
Cândido, líder da Revolta da Chibata no início do século XX, e do Barão de Mauá, empresário e 
empreendedor no século XIX.
As estátuas desses personagens indicam, respectivamente, o enaltecimento das seguintes ideias: 
a) revisão das hierarquias militares – progresso financeiro
b) defesa dos direitos trabalhistas – dinamização comercial
c) redimensionamento do preconceito racial – integração nacional
d) diversidade das contribuições étnicas – modernização econômica
RAIO X
 1. A cafeicultura era o carro-chefe da economia do Segundo Reinado brasileiro e, por isso, tinha total 
atenção do governo. Devido à pressão inglesa pelo fim da escravidão e à consequente assinatura da 
Lei Eusébio de Queiroz, o governo brasileiro passou a incentivar a vinda de imigrantes europeus 
para suprir a falta dos escravos nas nossas lavouras.
 2. A ideia de “identidade cultural” formou-se durante o Império, com a preocupação de valorizar os 
elementos típicos do Brasil, buscando certo distanciamento dos valores tradicionais portugueses. 
Nesse sentido o elemento indígena e a natureza são ressaltados e valorizados. Vale lembrar que o 
destaque dado ao índio não significa que ele foi valorizado e a cultura europeia desprezada, ape-
nas que alguns aspectos da cultura indígena, como a bondade e simplicidade são mais valorizados. 
26
 3. A Revolta do Vintém enquadra-se no quadro de crise do Segundo Reinado, deflagrada, principal-
mente, após a Guerra do Paraguai. Esse quadro de crise incluía o fortalecimento do Exército e a 
ampliação dos movimentos Republicano e abolicionista. Nesse contexto, a opinião pública e a 
população em geral passaram a defender mudanças de cunho político, econômico e social do país. 
Quando o governo da capital decidiu cobrar um imposto sobre o preço da passagem de bonde, a 
população, já insatisfeita com os rumos do país, revoltou-se, o que serviu para abalar ainda mais 
o já conturbado ambiente da Monarquia brasileira em fins da década de 1870.
 4. O texto do escritor José de Alencar está vinculado ao Segundo Reinado, 1840-1889. José de Alen-
car, 1829-1877, é considerado um precursor do Romantismo no Brasil. Em suas obras procurou va-
lorizar a língua falada no Brasil no cotidiano das pessoas, as particularidades da língua portugue-
sa. Daí o autor afirma que “o povo que chupa o caju, a manga, o cambucá e a jabuticaba pode falar 
com igual pronúncia e o mesmo espírito do povo que sorve o figo, a pera, o damasco e a nêspera?”.
 5. Como o texto deixa claro, “por meio da pintura histórica, forjou-se um passado épico e monumen-
tal, em que toda a população pudesse se sentir representada”. Logo, as pinturas eram usadas para 
fortalecer a identidade nacional. 
 6. O presente e suas demandas estão sempre revisitando o passado, a memória, para enaltecer alguns 
personagens, valores ou feitos históricos. O passado é interpretado à luz do presente. As referidas 
estátuas buscam enaltecer valores importantes para a contemporaneidade. A estátua inaugurada 
em 2008 de João Cândido, líder negro da revolta da Chibata em 1910, pode ser lembrada no senti-
do de mostrar a diversidade étnica no processo histórico brasileiro. Da mesma forma, Irineu Evan-
gelista de Souza, conhecido como Barão de Mauá, foi um grande empresário durante o Segundo 
Reinado, 1840-1889, que investiu em diversas regiões do Brasil e, em 1910, ganhou uma estátua 
como referência a modernização econômica. 
GABARITO
1. A 2. D 3. D 4. D 5. D 
6. D 
PRÁTICA DOS CONHECIMENTOS - E.O.
 1. (RIO DE JANEIRO (TRANSFORMAÇÕES URBANAS DO INÍCIO DO SEC. XX)) 
O cartão-postal é o melhor veículo de propaganda e reclame de que podem dispor os homens, as 
empresas, a indústria, o comércio e as nações.
Olavo Bilac
A cartophilia, 15/06/1904.
A frase de Olavo Bilac assinala a ampliação da produção de cartões-postais no início do século XX, 
que animou colecionadores e o trabalho de editores, fotógrafos e gravuristas. 
As imagens dos cartões do Rio de Janeiro, capital brasileira naquele momento, associaram-se à 
propaganda das ações governamentais indicadas em 
a) modernização e progresso material de espaços públicos 
b) planejamento e racionalização do crescimento urbano 
c) valorização e preservação dos monumentos arquitetônicos 
d) remodelamento e expansão das vias de transportes coletivos 
27
 2. (GOVERNO JOÃO GOULART) O professor Alcino Salazar, secretário de justiça da Guanabara, decla-
rou a O Globo que a extensão do voto ao analfabeto é perigosa concessão aos inimigos do regime 
democrático, fundado na verdade e na pureza do princípio da representação.
Adaptado de O Globo, 21/02/1964.
Em sua mensagem ao Congresso Nacional em 15 de março de 1964, o presidente João Goulart 
escreveu: “Outra discriminação inaceitável atinge milhões de cidadãos que, embora investidos de 
todas as responsabilidades (...) e integrados à força de trabalho, com seu contingente mais nume-
roso, são impedidos de votar por serem analfabetos”. 
ALEIXO, J. C. B; KRAMER, Paulo. Os analfabetos e o voto: da conquista da alistabilidade 
ao desafio da elegibilidade. Senatus, Brasília, outubro/2000.
As declarações do professor Alcino Salazar e do presidente João Goulart foram feitas em um mo-
mento de polarização na sociedade brasileira, que culminou na instauração do regime autoritário 
em 31 de março de 1964.
Ambas as declarações expressavam, naquele momento, visões antagônicas relacionadas à seguinte 
dimensão da cidadania: 
a) direitos políticos 
b) reparações étnicas 
c) benefícios sociais 
d) oportunidades econômicas 
 3. (GOVERNO JOÃO GOULART) Dirijo-me a todos os brasileiros, não apenas aos que conseguiram 
adquirir instrução nas escolas, mas também aos milhões de irmãos nossos que dão ao Brasil mais 
do que recebem, que pagam em sofrimento, em miséria, em privações, o direito de ser brasileiro 
e de trabalhar sol a sol para a grandeza deste país. Aqui estão os meus amigos trabalhadores, na 
presença das mais significativas organizações operárias e lideranças populares deste país. Àqueles 
que reclamam do Presidente da República uma palavra tranquilizadora para a Nação, o que posso 
dizer-lhes é que só conquistaremos a paz social pela justiça social. A maioria dos brasileiros já não 
se conforma com uma ordem social imperfeita, injusta e desumana.
João Goulart, em comício no Rio de Janeiro, 13/03/1964.
Adaptado de jornalggn.com.br.
No evento conhecido como Comício da Central do Brasil, o Presidente João Goulart proferiu dis-
curso em que reafirmava algumas das propostas de seu governo, atendendo a demandas de orga-
nizações sindicais.
A proposta desse governo mais diretamente associada à promoção da justiça social foi: 
a) realização da reforma agrária 
b) gratuidade do ensino público 
c) concessão do voto aos analfabetos 
d) introdução dos direitos trabalhistas 
 4. (RIO DE JANEIRO (TRANSFORMAÇÕES URBANAS DO INÍCIO DO SÉC. XX)) 
A capital da República não pode continuar a ser apontada como sede de vida difícil, quando tem 
fartos elementos para constituir o mais notável centro de atração de braços, de atividade e de 
capitais nesta parte do mundo.
RODRIGUES ALVES, presidente da República, 1902-1906.
Adaptado de FIDÉLIS, C.; FALLEIROS, I. (Org.). 
Na corda bamba de sombrinha: a saúde no fio da história. 
Rio de Janeiro: Fiocruz/COC; Fiocruz/EPSJV, 2010.
28
No início do séculoXX, enquanto a charge ironizava um dos graves problemas que afetava a popu-
lação da cidade do Rio de Janeiro, o pronunciamento do então presidente Rodrigues Alves enfa-
tizava a preocupação com o que poderia comprometer o desenvolvimento da capital da República.
Naquele contexto, uma ação governamental para promover tal desenvolvimento e um resultado 
obtido, foram, respectivamente: 
a) reforma urbana – qualificação da mão de obra 
b) combate à insalubridade – incremento da imigração 
c) ampliação da rede hospitalar – controle da natalidade 
d) expansão do saneamento básico – erradicação da pobreza 
 5. (RIO DE JANEIRO (TRANSFORMAÇÕES URBANAS DO INÍCIO DO SÉC. XX)) O passado sempre fez 
parte do cotidiano de diversas sociedades contemporâneas. Esse não foi o caso do Brasil. O peso 
material e simbólico das formas urbanas herdadas de tempos anteriores foi aí muito menos para-
lisante do que na Europa. O projeto modernizador do século XIX fundamentou-se na esperança de 
um futuro melhor e na rejeição do passado, na abolição dos seus vestígios, na sua superação. Essa 
fé no “país do futuro” tornou-se uma ideologia avassaladora a partir da República, e isto explica 
por que foram tão bem-sucedidas, no século XX, as reformas urbanísticas radicais que tanto trans-
formaram a face de diversas cidades brasileiras.
Adaptado de ABREU, M. Sobre a memória da cidade. In: Fridman, F.; Haesbaert, R. (orgs.). 
Escritos sobre espaço e história. Rio de Janeiro: Garamond, 2014.
Uma intervenção específica do poder público no espaço da cidade do Rio de Janeiro, que ilustra de 
modo exemplar a perspectiva descrita no texto, foi responsável pela: 
a) ocupação da Barra da Tijuca 
b) construção da Avenida Brasil 
c) derrubada do Morro do Castelo 
d) urbanização do Aterro do Flamengo 
 6. (INDUSTRIALIZAÇÃO (QUESTÃO OPERÁRIA / DÉCADA DE 30))
Nascida em Capivari, no interior do estado de São Paulo, Tarsila do Amaral (1886-1973) cumpriu 
um papel fundamental na arte brasileira. A boa posição financeira herdada da família permitiu a 
ela viajar para a Europa várias vezes para estudar. A influência marcou sua produção. Operários foi 
pintada em 1933 e exibe a força do estilo de Tarsila ao retratar a população paulistana e, ao fundo, 
chaminés e fábricas em formas geométricas.
Adaptado de vejasp.abril.com.br, 21/01/2011.
A década de 1930, quando a tela Operários foi pintada, caracterizou-se pela deflagração do proces-
so de industrialização na sociedade brasileira.
Nessa tela, por meio da representação proposta pela artista, pode-se observar o seguinte aspecto 
do operariado nacional na época: 
a) defasagem salarial 
b) diversidade cultural 
c) associativismo sindical 
d) disparidade educacional 
29
 7. (MEMÓRIA (DITADURA MILITAR)) A vontade de mudar o nome do antigo Colégio Estadual Presi-
dente Emílio Garrastazu Médici, em Salvador, não aconteceu por conta da efeméride dos 50 anos 
do golpe militar. Segundo a diretora Aldair Almeida Dantas, essa era uma insatisfação antiga da 
comunidade. “A novidade foi a convergência de intenções e a coincidência com esse período de 
resgate histórico”, disse a diretora do, agora, Colégio Estadual do Stiep Carlos Marighella. Um co-
legiado escolar, formado pelos funcionários, professores, pais de alunos e pela comunidade, enten-
deu que o lançamento de muitos candidatos ao novo nome criaria confusão. Por isso surgiu a ideia 
de encontrar apenas dois que fossem baianos e representassem o combate ao regime militar. Os 
nomes do guerrilheiro Carlos Marighella e do geógrafo Milton Santos foram os escolhidos. “Ambos 
são da Bahia. Cada um tentou lutar contra a imposição do regime”, analisa Aldair.
Adaptado de educacao.uol.com.br, 15/04/2014.
A escolha de nomes de logradouros e de edificações pode representar uma homenagem em de-
terminada época, assim como a mudança desses nomes pode indicar transformações históricas, 
simbolizando novas demandas da sociedade.
A situação apresentada na reportagem exemplifica, para a sociedade brasileira atual, um contexto 
político associado a: 
a) crítica da opinião pública às heranças autoritárias 
b) revalorização da memória dos governos ditatoriais 
c) reforço da gestão democrática de empresas estatais 
d) renovação de critérios de escolha de heróis nacionais 
 8. (CANGAÇO (1ª REPÚBLICA)) 
30
O cangaço representou uma manifestação popular favorecida, basicamente, pela seguinte caracte-
rística da conjuntura social e política da época: 
a) cidadania restringida pelo voto censitário 
b) analfabetismo predominante nas áreas rurais 
c) criminalidade oriunda das taxas de desemprego 
d) hierarquização derivada da concentração fundiária 
 9. (1º REPÚBLICA (QUESTÃO OPERÁRIA)) Veja você, meu amigo, te resta apenas um meio para não 
ser explorado, nem oprimido: demonstrar coragem. Se os trabalhadores que são tão numerosos se 
opuserem com todas as suas forças aos patrões e a quaisquer formas de governo, estaremos bem 
próximos dos homens verdadeiramente livres.
Fala da peça Uma comédia social, representada por operários de São Paulo nos anos de 1910.
Adaptado de Nosso Século (1910-1930). São Paulo: Abril Cultural, 1981.
Durante a Primeira República (1889-1930), em cidades como o Rio de Janeiro e São Paulo, o mo-
vimento operário tornou-se um dos principais críticos às exclusões da sociedade brasileira. Con-
siderando as propostas defendidas na fala citada do personagem, uma das ideologias que se fez 
presente no movimento operário brasileiro, naquele momento, foi: 
a) socialismo 
b) anarquismo 
c) liberalismo 
d) cooperativismo 
 10. (DESIGUALDADE SÓCIO-REGIONAL (ERA VARGAS)) O personagem Jeca Tatu, criado por Monteiro 
Lobato, tornou-se mais conhecido na década de 1930, por meio de anúncios publicitários, como o 
ilustrado abaixo:
Esse anúncio retratava aspectos da sociedade brasileira da época, expressando críticas principal-
mente às condições de: 
a) acesso à escolarização 
b) assistência médico-hospitalar 
c) salubridade nas áreas rurais 
d) integração econômica regional 
 11. (GUERRA DO CONTESTADO (1º REPÚBLICA) )Atente ao seguinte excerto: “Em 1912, o governador 
do Estado de Santa Catarina, Vidal Ramos, advertia: ‘Nossos caboclos do mato são fáceis de se fa-
natizar, e se for exato o que se ouve, é necessária a ação enérgica’. Ele considerava perigoso para o 
poder local o ajuntamento de sertanejos pobres em torno do Curandeiro José Maria”. 
MACHADO, Paulo Pinheiro. Lideranças do Contestado: a formação e atuação de chefias 
caboclas (1912-1916). Campinas: Editora da Unicamp, 2004. 
Sobre o excerto acima, é correto afirmar que 
a) se refere à Guerra do Contestado, que, para a imprensa e autoridades militares, era uma reedição do 
fanatismo de Canudos. 
b) faz menção ao Movimento do Contestado, que foi um movimento religioso, com características mes-
siânicas, no qual só ingressavam meninas virgens e meninos puros, para a construção de uma Nova 
Jerusalém. 
31
c) trata do Movimento do Contestado, cujo líder foi José Maria, um missionário franciscano alemão que 
atuou no Planalto Catarinense entre 1890 e 1930. 
d) faz referência à Guerra do Contestado, cuja população envolvida era muito religiosa, louvava a monar-
quia e o retorno da Casa Real de Bragança ao trono brasileiro. 
TIRINHA PARA A PRÓXIMA QUESTÃO.
 12. (ABOLIÇÃO DA ESCRAVIDÃO) A tira corrobora uma posição da historiografia brasileira que sustenta 
o raciocínio de que a Abolição dos escravos, em 1888, foi uma medida 
a) expressiva social e juridicamente, já que não preconizou nenhuma indenização pecuniária aos influen-
tes proprietários de escravos. 
b) ineficaz politicamente, visto que não conseguiu aumentar a popularidade do Imperador e evitar o 
advento da República. 
c) irrelevante do ponto de vista econômico, uma vez que os imigrantes europeus constituíam a mão de 
obra mais importante nas lavouras. 
d) paliativa, do ponto de vistasocial, já que a Lei de Terras de 1850 não permitia a emancipação econô-
mica dos negros libertos. 
 13. (CORONELISMO (1º REPÚBLICA)) “Completamente analfabeto, ou quase, sem assistência médica, 
não lendo jornais, nem revistas, nas quais se limita a ver as figuras, o trabalhador rural, a não 
ser em casos esporádicos, tem o patrão na conta de benfeitor. No plano político, ele luta com o 
“coronel” e pelo “coronel”. Aí estão os votos de cabresto, que resultam, em grande parte, da nossa 
organização econômica rural.”
(LEAL, V. N. Coronelismo, enxada e voto. São Paulo: Alfa-Ômega, 1976 (adaptado))
O coronelismo, fenômeno político da Primeira República (1889-1930), tinha como uma de suas 
principais características o controle do voto, o que limitava, portanto, o exercício da cidadania. 
Nesse período, esta prática estava vinculada a uma estrutura social:
a) igualitária, com um nível satisfatório de distribuição da renda.
b) estagnada, com uma relativa harmonia entre as classes.
c) tradicional, com a manutenção da escravidão nos engenhos como forma produtiva típica.
d) agrária, marcada pela concentração da terra e do poder político local e regional.
 14. (REFORMAS PEREIRA PASSOS (RIO DE JANEIRO/TRANSFORMAÇÕES URBANAS DO SÉC. XX))
Estalagem localizada na Rua do Senado, 1906.
Fotografia de Augusto Malta. 
dezenovevinte.net
A imagem acima ilustra o crescimento desordenado da cidade do Rio de Janeiro, no ínicio do sécu-
lo XX, que levou o Estado a realizar uma série de transformações nesse espaço urbano, conhecidas 
como Reforma Pereira Passos.
Essa intervenção caracterizou-se principalmente por:
a) valorizar o centro da cidade, transferindo as indústrias para essa área
b) promover a ocupação da zona sul, implantando o sistema de bondes
c) construir moradias populares, atendendo às necessidades de ex-escravos
d) remodelar o desenho da cidade, utilizando o exemplo de capitais europeias
32
GABARITO
1. A 2. A 3. A 4. B 5. C 
6. B 7. A 8. D 9. B 10. C
11. A 12. D 13. D 14. D 
33
APLICAÇÃO DOS CONHECIMENTOS - SALA
 1. (MODERNISMO BRASILEIRO (IDENTIDADE DO BRASIL)) É certo que a capa de um livro é a marca 
de um produto que quer atrair o leitor. A associação seria mais certeira se esse leitor a relacio-
nasse ao contexto histórico dos anos 1920, em que se traçava o projeto modernista empenhado na 
construção de uma consciência do país, num processo de conhecimento da realidade brasileira. Os 
modernistas queriam mesmo “descobrir o Brasil”.
RENATO CORDEIRO GOMES. Adaptado de www.revistadehistoria.com.br.
Por meio de manifestos, livros e exposições, os modernistas refletiram sobre a sociedade brasilei-
ra, avaliando suas principais características e propondo a revisão da identidade nacional.
Essa revisão está baseada na proposta de:
a) crítica da valorização romântica da natureza tropical
b) desqualificação das heranças coloniais luso-africanas
c) negação da cooperação cultural de artistas estrangeiros
d) reformulação da composição multiétnica da população nativa
 2. (ERA VARGAS (LEIS TRABALHISTAS)) A CARTEIRA PROFISSIONAL
Por menos que pareça e por mais trabalho que dê ao interessado, a carteira profissional é um do-
cumento indispensável à proteção do trabalhador.
Elemento de qualificação civil e de habilitação profissional, a carteira representa também título 
originário para a colocação, para a inscrição sindical e, ainda, um instrumento prático do contrato 
individual de trabalho.
A carteira, pelos lançamentos que recebe, configura a história de uma vida. Quem a examina logo 
verá se o portador é um temperamento aquietado ou versátil; se ama a profissão escolhida ou ainda 
não encontrou a própria vocação; se andou de fábrica em fábrica, como uma abelha, ou permane-
ceu no mesmo estabelecimento, subindo a escala profissional. Pode ser um padrão de honra. Pode 
ser uma advertência.
ALEXANDRE MARCONDES FILHO
Texto impresso nas Carteiras de Trabalho e Previdência Social.
Alexandre Marcondes Filho foi ministro do trabalho do governo de Getúlio Vargas, entre 1941 
e 1945. Seu texto, impresso nas carteiras de trabalho, reflete as políticas públicas referentes à 
AULA 2
PRESCRIÇÃO: Atente-se aos textos e às imagens. Interpretação de texto e sen-
sibilidade artística são necessárias para responder às questões sobre a República 
Oligárquica, Era Vargas e República Liberal.
34
legislação social que vinha sendo implementada naquela época.
Duas características dessa legislação estão indicadas em:
a) garantia da estabilidade de emprego / liberdade de associação
b) previsão de assistência médica / intensificação do controle sindical
c) proibição do trabalho infantil / regulamentação do direito de greve
d) concessão de férias remuneradas / qualificação do trabalhador rural
 3. (EXPANSÃO INDUSTRIAL (DÉCADA DE 30 / ERA VARGAS))
 
Nas décadas de 1930 e 1940, período de expansão do crescimento industrial, o cotidiano dos brasi-
leiros residentes em grandes centros urbanos foi afetado por mudanças nos meios de comunicação, 
como ilustram as fotografias.
A multiplicação de meios de comunicação contribuiu principalmente para a crescente uniformi-
zação de:
a) práticas religiosas
b) demandas políticas
c) hábitos de consumo
d) padrões tecnológicos
 4. (DITADURA MILITAR (PARTICIPAÇÃO POLÍTICA))
A charge, de 1975, ironiza um momento de alterações nas disputas partidárias durante os gover-
nos militares de 1964 a 1985.
35
A organização partidária implantada por esses governos e a mudança nas disputas partidárias 
contextualizada na charge estão identificadas, respectivamente, em: 
a) apartidarismo – controle da propaganda televisiva
b) bipartidarismo – crescimento dos grupos de oposição
c) unipartidarismo – diminuição da participação eleitoral
d) pluripartidarismo – censura dos meios de comunicação
 5. (GOVERNO JOÃO GOULART (REFORMAS DE BASE)) Antecipando-nos à derrocada das forças sub-
versivas, acionadas por dispositivos governamentais, que visavam à destruição do primado da 
democracia e à implantação de um regime totalitário, tivemos a lucidez e o patriotismo de alertar 
os poderes constituídos da República para a defesa da ordem jurídica e da Constituição, tão seria-
mente ameaçadas. Podemos hoje, erradicado o mal das conjuras comuno-sindicalistas, proclamar 
que a sobrevivência da Nação Brasileira se processou sob a égide intocável do Estado de Direito.
Adaptado de Ata da Reunião Ordinária do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, 07/04/1964.
O apoio da Ordem dos Advogados do Brasil à deposição do presidente João Goulart (1961-1964), 
como indicado no texto, insere-se no contexto de intensas polarizações de opiniões entre partidos 
e associações.
Essas polarizações expressavam posicionamentos distintos acerca da seguinte proposta do governo 
João Goulart: 
a) implementação das reformas de base
b) política de desvalorização monetária
c) cerceamento da liberdade de imprensa
d) controle orçamentário dos poderes estaduais
 6. (DITADURA MILITAR (MILAGRE ECONÔMICO)) Entre a posse do presidente João Goulart, em 1961, e 
a abertura política, iniciada em 1979-1980, a economia brasileira enfrentou conjunturas de crise e 
de prosperidade, perceptíveis nas variações dos índices econômicos apresentados na tabela a seguir.
As particularidades do período conhecido como “Milagre Econômico” foram caracterizadas por: 
a) redução das taxas de inflação e crescimento do PIB
b) incremento da dívida externa e retração das importações
c) estagnação das exportações e manutenção das taxas de inflação
d) estabilização da balança comercial e diminuição da dívida externa
RAIO X
 1. Apesar de valorizarem os elementos nacionais em detrimento dos modelos e cópias do estrangeiro, 
os modernistas se utilizaram de elevado senso crítico, marcado pelo realismo e, dessa forma, re-
jeitaram a visão romântica sobre o índio e a natureza, idolatrados de forma superficial, sem a real 
compreensão de seu significado. 
 2. Durante o EstadoNovo, a política varguista preservou as características populistas, marcadas pelo 
assistencialismo e pelo controle sobre os sindicatos. Esse modelo de relação entre o Estado e os 
trabalhadores foi denominado populismo. A Carteira de Trabalho foi instituída em 1932 apenas 
para os trabalhadores urbanos e reforçou a ideia de que o governo protegia os trabalhadores e lhes 
dava garantias mínimas. 
 3. A expansão dos meios de comunicação foi fundamental para a criação de modelos e padronização 
de comportamentos nas cidades, destacando-se São Paulo e Rio de Janeiro – até então capital do 
país. Ainda não é possível falar de uma cultura de massa, nem de sociedade de consumo, mas po-
dem ser identificadas suas raízes. 
36
 4. A questão remete ao bipartidarismo implantado no Brasil em 1965 no contexto da Ditadura Militar. 
Havia a ARENA, Aliança Renovadora Nacional, partido que apoiava o governo e o MDB, Movimento 
Democrático Brasileiro, que era a oposição consentida ou de “mentirinha”. A partir de 1974, a 
economia brasileira começou a se esgotar, era crise do conhecido “Milagre Brasileiro”. Desta forma, 
o MDB passou a fazer oposição de verdade contra os militares. Nas eleições legislativas de 1974, o 
MDB venceu a ARENA nas grandes cidades. 
 5. A questão aponta para uma característica da nossa história, uma forte polarização ideológica em 
determinados contextos como ocorreu em 1964 quando Jango anunciou sua proposta denominada 
de “Reformas de Base” que defendia uma ampla reforma no país no campo da educação, reforma 
agrária, urbana, tributária, etc. Nesta conjuntura histórica, a Guerra Fria estava tensa devido a 
Guerra do Vietnã, Revolução Cubana e o assassinato de Kennedy, presidente dos EUA. 
 6. “Milagre econômico” foi uma expressão criada para designar o período entre 1969 e 1973, apogeu 
da ditadura militar, durante o governo Médici, que criou uma ideia de prosperidade econômica 
devido à redução da inflação, elevação dos níveis de emprego, aumento do consumo por meio de 
crédito a longo prazo e juros baixos. Foi a época de grande ingresso de empresas e capitais estran-
geiros, com acentuado aumento da dívida externa. 
GABARITO
1. A 2. B 3. C 4. B 5. A 
6. A 
PRÁTICA DOS CONHECIMENTOS - E.O.
 1. (DITADURA MILITAR (CERCEAMENTO DE DIREITOS)) 
A expansão do consumo de eletrodomésticos, como o televisor, foi uma das características do pro-
cesso de modernização da sociedade brasileira nas décadas de 1960 e 1970. Havia, no entanto, 
contradições relacionadas ao exercício dos direitos políticos.
Uma dessas contradições estava associada ao seguinte aspecto: 
a) restrição do voto feminino 
b) supressão do poder legislativo 
c) proibição das associações sindicais 
d) cerceamento da representação partidária 
37
 2. (MANIFESTAÇÕES DE 2013 (COMPARAÇÃO COM MANIFESTAÇÕES DA ÉPOCA DA DITADURA (1968))) 
Em junho de 2013, várias manifestações mobilizaram a população das capitais brasileiras. A foto-
grafia mostra a ocupação da área externa do Congresso Nacional por manifestantes:
É inevitável a comparação com as grandes manifestações ocorridas anteriormente, como a Passe-
ata dos Cem Mil, no Rio de Janeiro, em 1968. Se, nesta, a extensão e o tipo de repressão policial 
aumentaram o custo da participação e restringiram o escopo da manifestação a um grupo mais 
restrito e específico de manifestantes, na de agora, 45 anos depois, o uso de meios não letais de 
repressão baixou o risco de danos e aumentou, por consequência, a presença de uma gama mais 
ampla de setores da sociedade. Uma coisa é bala de chumbo e o grito de “abaixo a ditadura”; outra 
é bala de borracha e o aviso de que o “pote de mágoa vazou”.
Marly Motta. Adaptado de noticias.uol.com.br.
Uma diferença entre as manifestações populares na sociedade brasileira datadas do ano de 1968 e 
as ocorridas em junho de 2013 está associada hoje à vigência de: 
a) restrição ao voto 
b) estado de direito 
c) soberania do legislativo 
d) supremacia do executivo 
 3. (FIM DO IMPÉRIO (ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA)) A assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 
1888, reuniu uma multidão em frente ao Paço Imperial, no Rio de Janeiro.
38
Essa ideia de que as pessoas saíram correndo e comemorando, isso é lenda. Depois do 13 de maio, 
meu bisavô e a maioria dos escravos continuaram vivendo onde trabalhavam. Registros históricos 
mostram que alguns receberam um pedaço de terra para plantar. Mas poucos passaram a ganhar 
ordenado, e houve quem recebesse uma porcentagem do café que plantava e colhia − conta o his-
toriador Robson Luís Machado Martins, que pesquisa a história de sua família, e a do Brasil, desde 
a década de 1990.
Adaptado de O Globo, 12/05/2013.
A fotografia e a reportagem registram aspectos particulares sobre os significados da abolição, os 
quais podem ser associados aos seguintes fatores do contexto da época: 
a) crise monárquica − exclusão social 
b) estagnação política − ruptura econômica 
c) expansão republicana − reforma fundiária 
d) transição democrática − discriminação profissional 
 4. (INDUSTRIALIZAÇÃO (GOVERNOS VARGAS E JK)) 
Os governos de Getúlio Vargas e de Juscelino Kubitschek foram momentos marcantes da história 
econômica brasileira, especialmente no que se refere ao desenvolvimento industrial do país.
Uma semelhança entre o processo de industrialização brasileiro verificado no governo de Vargas e 
no de JK está apontada em: 
a) expansão do mercado interno 
b) flexibilização do monetarismo 
c) regulação da política ambiental 
d) autonomia do progresso tecnológico 
 5. (FORMAÇÃO LINGUÍSTICA DO BRASIL (MISCIGENAÇÃO)) A despeito da diversidade e das distân-
cias regionais, um fenômeno é sempre mencionado quando se trata do Brasil: uma única língua 
oficial, o português, é reconhecida em todo país. Mas não é a única falada. Estima-se que, antes da 
colonização pelos europeus, falavam-se cerca de 1.200 línguas indígenas no país. Hoje, restam 181 
línguas faladas por povos indígenas.
ARYON DALL’IGNA RODRIGUES
Adaptado de BOMENY, Helena e outros. Tempos modernos, tempos de sociologia. São Paulo: Ed. do Brasil, 2010.
A realidade sociolinguística no Brasil atual resultou de um conjunto variado de experiências histó-
ricas. No contexto das heranças da colonização portuguesa, a situação atual das línguas indígenas, 
apresentada no texto, decorre diretamente do seguinte fator: 
a) extensão territorial 
b) miscigenação racial 
c) assimilação cultural 
d) dispersão populacional 
 6. (CIÊNCIAS SOCIAIS (NOVAS ABORDAGENS ANTROPOLÓGICAS)) O alemão Franz Boaz foi o primeiro 
a ressaltar a importância do estudo das diversas culturas em seu próprio contexto, a partir das 
suas peculiaridades. Boaz ressaltava não haver cultura superior ou inferior. Para ele, deveriam ser 
considerados os fatores históricos, naturais e linguísticos que influenciavam o desenvolvimento 
de cada cultura em particular.
Adaptado de LUCCI, Elian A. e outros. Território e sociedade no mundo globalizado: 
geografia geral e do brasil. São Paulo: Saraiva, 2010.
39
A abordagem apresentada no texto foi desenvolvida a partir do início do século XX e originou 
uma nova perspectiva das ciências sociais em relação ao estudo das culturas. Essa perspectiva é 
denominada: 
a) relativismo 
b) materialismo 
c) evolucionismo 
d) etnocentrismo 
 7. (DITADURA MILITAR (OCUPAÇÃO DA AMAZÔNIA)) 
No governo Vargas, foi criado o Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia 
− S.E.M.T.A., uma medida direcionada para a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial 
(1939-1945).
Com base no cartaz, as ações programadas por esse serviço tiveram como principal objetivo: 
a) ocupação militar relacionada à redefinição das fronteiras nacionais 
b) proteção dos trabalhadores rurais em resposta à depressão econômica 
c) estímulo à migração para exploração de recursos naturais estratégicos 
d) demarcação de reservas

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