Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Inquérito Policial Aula 01 Flúvio Cardinelle Oliveira Garcia CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa Inicial Olá, aluno! Seja sejam muito bem-vindo à disciplina Inquérito Policial... Essa é a nossa primeira aula, onde buscaremos revisitar, numa perspectiva panorâmica, alguns dos elementos fundamentais do Direito Processual Penal e seus mais relevantes princípios norteadores. Vamos começar? Introdução Hoje estudaremos os sistemas processuais penais, o conceito e a finalidade do Direito Processual Penal, as fases que compõem a persecução penal e, por fim, alguns dos mais importantes princípios que regem tanto o direito estatal de punir quanto o direito de liberdade daquele que se vê investigado ou acusado da prática de um delito. Somos constantemente bombardeados por notícias de jornal e periódicos que nos dão conta da ocorrência diária de diversos crimes. Quando finalmente o criminoso é identificado pela Polícia, questionamos o porquê de o Estado demorar tanto em condená-lo pelo ilícito praticado a fim de "pagar pelo que fez". Contextualizando Algumas perguntas para começarmos a esquentar: Por que não prender o cidadão que cometeu um delito desde logo e obrigá-lo a cumprir a pena prevista na lei para a conduta criminosa que praticou? Caso o delinquente confesse o crime, seria possível sua condenação imediata, sem um processo criminal? Posso eu, sem o auxílio do Estado, castigar aquele que cometeu um crime contra mim? CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 Para responder a essas, e outras perguntas correlatas, é muito importante que você conheça os fundamentos basilares do Direito Processual Penal. Pesquise Sistemas processuais penais Ao longo da aula, o professor Flúvio vai trabalhar alguns pontos importantes que são fundamentais para sequência dos nossos estudos! Então, preste bastante atenção nos vídeos, ok? Eles estão disponíveis no material on- line. Para começar, você irá conferir quais são os principais sistemas processuais penais existentes no mundo e suas principais características. A distinção mais importante a ser observada será entre o sistema processual penal acusatório e o sistema processual penal inquisitivo, mormente quanto às tarefas que cabem aos sujeitos processuais e ao tratamento dispensado ao réu durante seu processamento criminal. Vamos lá! Agora que estudamos as principais diferenças entre o sistema processual penal acusatório e o inquisitivo, vamos ver o que caracteriza um sistema como misto e, sobretudo, se há sistemas que podem ser considerados puramente acusatórios ou puramente inquisitivos. Finalizando o presente tema, cabe-nos, nesse momento, refletir sobre qual sistema processual penal é adotado no Brasil de acordo com o entendimento doutrinário e jurisprudencial majoritário e suas justificativas. Conceito e finalidades do Direito Processual Penal Sabendo, agora, que o sistema processual penal adotado em nosso país é o acusatório, conforme decidido pelo Supremo Tribunal Federal, vamos conversar um pouco acerca da possibilidade ou não de autotutela no Brasil. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 Veja mais detalhes sobre a autotutela e sua proibição (como regra) no ordenamento jurídico-penal brasileiro. Se a autotutela é proibida, como regra, em nosso país, é dever do Estado, portanto, agir em nome da coletividade, em especial quando da ocorrência de uma infração penal. Sob esse prisma, surge a necessidade de conhecermos os conceitos de jus puniendi, jus libertatis e persecutio criminis. É isso que faremos no próximo vídeo disponível no material on-line. Vamos conferir os conceitos de jus puniendi, jus libertatis e persecutio criminis? Agora que sabemos que o Estado detém o poder-dever de punir aquele que pratica um crime (jus puniendi) e que, de outro lado, ao agente asseguram- se os direitos e garantias necessários à sua ampla defesa (jus libertatis) no contexto da persecução penal (persecutio criminis), vejamos as principais diferenças entre o Direito Processual Penal e o Processo Penal e as finalidades precípuas de cada um. Fases da persecução penal Vimos que é no bojo da persecução penal que o Estado busca esclarecer as circunstâncias de um fato criminoso, buscando comprovar se verdadeiramente houve a ocorrência de um crime e, mais do que isso, quem teria sido seu responsável. É também nesse mesmo contexto que aquele sobre o qual recai a possível autoria do delito terá a oportunidade de se defender. Vamos ver agora, nos próximos vídeos, disponíveis no material on-line, quais são as fases da persecutio criminis, suas principais características e importância no âmbito do Direito Processual Penal. Vamos falar de persecução penal e as suas fases? Veja as principais características das duas fases da persecutio criminis e sua importância para o Direito Processual Penal. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 Alguns princípios norteadores Estudamos até aqui que o Direito Processual Penal e o Processo Penal têm finalidades próprias, que convergem, ao final, para a efetiva e justa aplicação do direito ao caso concreto, ou, em outras palavras, para a devida e proporcional responsabilização criminal daquele que, comprovadamente, praticou um delito. As regras de Direito Processual Penal, contudo, devem ser interpretadas e aplicadas em consonância com a nova ordem constitucional estabelecida pela Lei Maior de 1988, em especial quando consideramos que o Código de Processo Penal entrou em vigor em 1942 e foi elaborado sob a égide da Constituição de 1937, durante o assim denominado Estado Novo. Sendo assim, é de fundamental importância analisarmos as regras processuais penais — sempre de acordo com os princípios adotados pela Constituição Federal de 1988, chamada Constituição Cidadã, e com os direitos e garantias por ela assegurados. Nos vídeos a seguir, veremos os princípios mais relevantes aplicáveis ao Direito Processual Penal, disponíveis no material on-line. Trocando Ideias Pronto! Estamos chegando no final da nossa primeira aula! Gostou? Qual tema relacionado aos princípios e à persecução penal merece uma pesquisa mais aprofundada, e por quê? Leve para o Fórum do curso e debata com os seus colegas! Talvez lá você consiga encontrar a resposta que precisa! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 Na Prática Pudemos perceber o importantíssimo papel dos princípios da dignidade humana, do devido processo legal, da isonomia material, do in dubio pro reo, da presunção de inocência, da não autoincriminação, da ampla defesa, do contraditório, da verdade "real", da vedação das provas ilícitas, da obrigatoriedade, da indisponibilidade e da publicidade como pilares de salvaguarda do réu em face de eventuais desmandos, excessos e arbítrios que o Estado possa perpetrar no âmbito da persecução penal. Veja a definição de cada um deles: Devido processo legal Ao réu é assegurado um processo escorreito, com ampla defesa e contraditório. In dubio pro reo Em havendo alguma dúvida, o réu não pode ser prejudicado, mas deve ser beneficiado por ela, pendendo a dúvida para o lado mais favorável à sua defesa. Presunção de inocência, Ninguém pode ser considerado culpado, de nenhuma maneira, a não ser depois de decisão transitada em julgado. Não autoincriminação É o princípio do nemo tenetur se detegere: ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo Vedação das provas ilícitas As provas do processo devem seguir os meios legais para sua produção, sob pena de serem nulas. CCDD – Centro de Criação e DesenvolvimentoDialógico 7 Síntese No presente tópico tivemos por objetivo principal trazer à mente os elementos fundamentais do Direito Processual e, de forma genérica, o conteúdo mais relevante dos princípios que o regem. Para tanto, vimos que o sistema processual penal adotado no Brasil é o acusatório, onde há clara divisão de tarefas entre aqueles que acusam, defendem e julgam. Estudamos que Direito Processual Penal não é sinônimo de Processo Penal, sendo que cada qual tem conceito e finalidades que lhe são próprios. Discorremos sobre o poder-dever de punir do Estado e o direito de liberdade, que deve ser plenamente assegurado àquele acusado de ter cometido um ilícito penal. Pudemos perceber o importantíssimo papel dos princípios da dignidade humana, do devido processo legal, da isonomia material, do in dubio pro reo, da presunção de inocência, da não autoincriminação, da ampla defesa, do contraditório, da verdade "real", da vedação das provas ilícitas, da obrigatoriedade, da indisponibilidade e da publicidade como pilares de salvaguarda do réu em face de eventuais desmandos, excessos e arbítrios que o Estado possa perpetrar no âmbito da persecução penal. De acordo com o que estudamos, agora sabemos por que não nos é permitido "fazer justiça com as próprias mãos" e que a responsabilização criminal daquele que cometeu a infração penal deve — necessariamente — ocorrer mediante o rigoroso respeito às normas que regem o Direito Processual Penal. Referências ANDRADE, Guilherme Oliveira. Apontamentos acerca da dignidade da pessoa humana. In: NICZ, Alvacir Alfredo (Org.); KLEIN, Adriano Alves (org.). Princípios constitucionais: Efetividade e desenvolvimento. 1. ed. São Paulo: Iglu, 2013 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 AVENA, Norberto. Processo penal esquematizado. 6ª. ed. São Paulo: Método, 2014. BADARÓ, G. H. Processo penal. 3. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015. BARBOSA, Ana Paula Costa. Possibilidade de relativização do princípio da dignidade da pessoa humana de acordo com a teoria dos direitos fundamentais de Robert Alexy. Revista Diálogo Jurídico, Salvador, n. 17, p. 1- 15, 2008. Disponível em <http://www.direitopublico.com.br> Acesso em 05. ago. 2014. BARROSO, Luis Roberto. Interpretação e aplicação da constituição – fundamentos de uma dogmática constitucional transformadora. 3ª. ed. São Paulo: Saraiva, 1999. BOSCHI, José Antonio Paganella. Das penas e seus critérios de aplicação. 6ª. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2013. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 3 de outubro de 1988. _____. Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Diário Oficial [da] República dos Estados Unidos do Brasil, Rio de Janeiro, 31 dez. 1940. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm>. Acesso em: 30 dez. 2015. _____. Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941. Diário Oficial [da] República dos Estados Unidos do Brasil, Rio de Janeiro, 13 out. 1941a. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del3689.htm>. Acesso em: 30 jan. 2016. COSTA RICA. Convenção Americana sobre Direitos Humanos. Pacto de San José. 22 nov. 1969. Disponível em: <http://www.rolim.com.br/2002/_pdfs/pactoSanJose.pdf>. Acesso em: 30 jan. 2016. FERNANDES, Antonio Scarance. Processo penal constitucional. 7. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 GOMES, Luiz Flávio, BIANCHINI, Alice. DAHER, Flávio. Princípios Constitucionais Penais. LivroeNet, 2015. GRECO FILHO, Vicente. Manual de processo penal. 9ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. LENZA, P. (Coord.). Direito processual penal esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2012. LOPES JR., A. Direito processual penal e sua conformidade constitucional. 7. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011a. v. 1. _____. Direito processual penal e sua conformidade constitucional. 5. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011b. v. 2. LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processual Penal. Rio de Janeiro: Imptus, 2011. v. 5. MACHADO, A. A. Teoria geral do processo penal. São Paulo: Atlas, 2009. MAGNO, L. E. Curso de processo penal didático. São Paulo: Atlas, 2013. MARQUES, Oswaldo Henrique Duek. Fundamentos da Pena. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2000. NORONHA, E. M. Direito penal. 7. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 1971. v. 1. NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de direito penal. 10ª. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014. _____. Manual de direito penal e execução Penal. 11ª. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014. _____. Princípios constitucionais penais e processuais penais. 2º. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012 PACELLI, E. Curso de processo penal. 18. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Atlas, 2014. _____.; FISCHER, D. Comentários ao código de processo penal e sua jurisprudência. 4. ed. rev. e atual. São Paulo: Atlas, 2012. PACHECO, D. F. Direito processual penal: teoria, crítica e práxis. 4. ed. Niterói: Impetus, 2006. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 RANGEL, P. Direito processual penal. 20. ed. atual. São Paulo: Atlas, 2012. ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do Contrato Social. Fonte Digital: www.jahr.org, 2002 Referências Complementares Um artigo que traz uma abordagem sobre os princípios: “Princípios norteadores do Direito Processual Penal”, de Eliana Descovi Pacheco <http://www.ambito- juridico.com.br/site/index.php?n_link=artigos_leitura_pdf&artigo_id=3913>. Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) Inquérito Policial Aula 2 Prof. Flúvio Cardinelle Oliveira Garcia Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 1 Conversa Inicial A estrutura da Segurança Pública brasileira está prevista, fundamentalmente, na Constituição Federal de 1988. Sob tal perspectiva, nosso principal objetivo será apresentá-la sob um viés constitucional, distinguindo as atividades preponderantes dos órgãos que a integram. Nesta aula apresentaremos os órgãos que integram a Segurança Pública em nosso país e, sobretudo, apontaremos suas principais atribuições, visando delimitar a missão constitucional da Polícia Federal, da Polícia Civil, da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros Militar, da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Ferroviária Federal, sem esquecer do relevante papel das Guardas Municipais e da Força de Segurança Nacional em tal contexto. Vamos lá? Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 2 Contextualizando Não é raro surgirem dúvidas quanto a qual órgão de Segurança Pública incumbe determinada investigação ou atividade. Por exemplo, um assalto perpetrado contra uma agência da Caixa Econômica Federal é de atribuição investigativa da Polícia Civil, da Polícia Militar ou da Polícia Federal? E se fosse Banco do Brasil, haveria alteração em tal atribuição? A quem incumbe a investigação de um delito cometido contra um estrangeiro em nosso país? E um furto cometido a bordo de uma aeronave? Na hipótese de invasão de terras federais, cabe à Polícia Federal restabelecer a ordem? Essas e outras dúvidas sejam esclarecidas no decorrer desta aula! Assista à videoaula, disponível no material on-line, e acompanhe a apresentação dos temas que serão estudados nesta aula. Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 3 Pesquise A Segurança Pública na Constituição Federal de 1988 Apesar de sua importância, o estudo científico da Segurança Pública parece não ser muito festejado. São poucas as obras e pesquisadores que, de forma séria e aprofundada, buscam analisar a Segurança Pública no marco da Constituição Federal, enquantodireito constitucionalmente assegurado a todos e, portanto, passível de ser exigido do Estado. Na videoaula, disponível no material on-line, conheceremos um pouco mais sobre a Segurança Pública no marco da Constituição Federal de 1988. Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 4 Objetivos principais da Segurança Pública A Segurança Pública é um direito assegurado pela Constituição Federal e um dever do Estado, conforme expressamente previsto no caput do artigo 144. Acesse o site e <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm> confira o artigo 144 da Constituição Federal de 1988! Para conhecer os principais objetivos da Segurança Pública estabelecidos pela Constituição Federal de 1988, acompanhe a videoaula, disponível no material on-line. Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 5 Atividades de Polícia De acordo com a natureza da atividade policial a ser exercida, ela pode ser classificada, basicamente, em atividades de Polícia Administrativa, de Polícia Judiciária e de Polícia Ostensiva. Leia o texto <http://elissoncosta.jusbrasil.com.br/artigos/112311673/policia- administrativa-x-policia-judiciaria> e compreenda a diferença entre Polícia Administrativa e Judiciaria. Acompanhe na videoaula, disponível em no material on-line, as diferenças mais importantes entre cada uma dessas atividades. Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 6 Órgãos de Segurança Pública e suas Atribuições O artigo 144 da Constituição Federal apresenta um rol taxativo de órgãos que, por vontade expressa do legislador constituinte, integram a Segurança Pública em nosso país. É possível perceber que há órgãos que atuam em âmbito nacional, como o caso da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Ferroviária Federal, além de outros que se restringem às atividades de polícia em um Estado da Federação, tal qual a Polícia Civil, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros. Acompanhe a videoaula, disponível no material on-line, e conheça as atribuições mais comuns de cada um dos órgãos que integram a Segurança Pública no Brasil. Não poderíamos encerrar o presente tema, sem tecer alguns breves comentários acerca da relevante atuação das Guardas Municipais, da Força Nacional de Segurança Pública e dos órgãos que fazem a segurança viária estadual no contexto maior da Segurança Pública no Brasil. Portanto, acompanhe no material on-line os comentários do professor Flúvio, acerca do assunto. Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 7 Questões Correlatas É importante registrar que a Segurança Pública e a atuação rigorosa dos órgãos que a integram e apoiam, por si sós, não podem ser vistas como panaceia para solução de todos os problemas criminais aos quais, dia a dia, a sociedade brasileira tem sido submetida. De fato, o Direito Penal deve ser visto como ultima ratio na resolução de conflitos — e é essa a tendência mundial —, cabendo aos outros ramos jurídicos, como, por exemplo, o Direito Administrativo e o Direito Civil, a relevante incumbência de primeiro atuar. Por essa razão, o Direito Penal é regido pelos princípios da subsidiariedade e da fragmentariedade, conforme apresentado no texto <http://www.ambito- juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=13029>. Acesse o material on-line e acompanhe o que o professor Flúvio comenta a respeito dos princípios da subsidiariedade e da fragmentariedade do Direito Penal. Cientes, então, que a atuação do Direito Penal, enquanto braço mais forte e rigoroso do direito, deve se dar de forma subsidiária em relação aos demais ramos jurídicos e, apenas, na proteção de bens determinados, especialmente relevantes para uma convivência social pacífica, é preciso refletir sobre a importância dos Direitos Sociais, previstos, em sua maioria, no artigo 6º, da Constituição Federal de 1988, e sua correlação com a Segurança Pública. Acompanhe, no material on-line, a correlação existente em Segurança Pública e os Direitos Sociais. Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 8 Trocando Ideias Agora é o momento de trocar ideias! Entre no fórum, disponível no Ambiente Virtual de Aprendizagem, e responda ao seguinte questionamento: Qual é a diferença entre os princípios da fragmentariedade e da subsidiariedade? Aproveite e discuta com seus colegas sobre as respostas e opiniões a respeito do tema. Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 9 Na Prática A Polícia Judiciária busca a verdade e a garantia dos direitos fundamentais. Ela tem por missão, nos termos da sua Lei Orgânica e da Lei de Organização da Investigação Criminal (LOIC), coadjuvar as autoridades judiciárias na investigação e desenvolver e promover ações de prevenção, detecção e investigação da sua competência ou que lhe sejam cometidas pelas autoridades judiciárias competentes. Leia o artigo do delegado da polícia civil do Paraná Henrique Hoffmann: Missão da Polícia Judiciária é buscar a verdade e garantir direitos fundamentais, em <http://www.conjur.com.br/2015-jul-14/academia-policia-missao-policia- judiciaria-buscar-verdade-garantir-direitos-fundamentais>. Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 10 Síntese Observamos que a Segurança Pública é um direito de todos e uma importante garantia constitucional, cabendo ao Estado o dever de proteger a incolumidade física e patrimonial das pessoas e de resguardar a ordem pública. Além disso, identificamos as principais diferenças entre a Polícia Administrativa, a Polícia Judiciária e a Polícia Ostentiva, bem como apontamos os órgãos que integram efetivamente o rol taxativo da Segurança Pública em nosso país, quais sejam, a Polícia Federal, a Polícia Civil, a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros Militares, a Polícia Rodoviária Federal e a quase extinta Polícia Ferroviária Federal. Apresentamos as atribuições legais mais corriqueiras de cada um dos órgãos integrantes da Segurança Pública, assim como o importante papel das Guardas Municipais e da Força Nacional de Segurança no enfrentamento à criminalidade no Brasil. Por fim, estudamos que o Direito Penal — e consequentemente a atuação dos órgãos de Segurança Pública — não pode ser considerado como a solução para todos os problemas de violência que enfrentamos, sendo imperioso que haja o devido investimento e a verdadeira concretização dos Direitos Sociais previstos na Constituição Federal. Acompanhe, no material on-line, a síntese desta aula! Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 11 Referências ASSIS, Rafael Damaceno de. A realidade atual do sistema penitenciário brasileiro. Maio/2007. Disponível em: <http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/3481/A-realidade-atual-do-sistema- penitenciario-brasileiro>. Acesso em: 12 abr. 2016. AVENA, Norberto. Processo penal esquematizado. 6ª. ed. São Paulo: Método, 2014. BADARÓ, G. H. Processo penal. 3. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015. BECCARIA, Cesare. Dos delitos e das penas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2011. BELO, Warley. Tratados dos princípios penais: Volume II – princípios constitucionais implícitos. 1. ed. Florianópolis: Bookess, 2012 BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Diário Oficial [da] República dos Estados Unidos do Brasil, Rio de Janeiro, 03 out. 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>. Acesso em: 30 dez. 2015. _____. Decreto-Lein. 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Diário Oficial [da] República dos Estados Unidos do Brasil, Rio de Janeiro, 31 dez. 1940. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm>. Acesso em: 30 dez. 2015. Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 12 _____. Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941. Diário Oficial [da] República dos Estados Unidos do Brasil, Rio de Janeiro, 13 out. 1941a. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del3689.htm>. Acesso em: 30 jan. 2016. _____. Ministério da Justiça. Força Nacional da Segurança Pública. Brasília, 2016. Disponível em: <http://www.justica.gov.br/sua-seguranca/seguranca- publica/forca-nacional>. Acesso em: 09 abr. 2016. _____. Lei 10.446. Infrações penais de repercussão interestadual ou internacional. Brasília, 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10446.htm>. Acesso em 06. abr. 2016. _____. Lei 13.022. Estatuto Geral dos Guardas Municipais. Brasília, 2014. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011- 2014/2014/Lei/L13022.htm>. Acesso em 09. abr. 2016. _____. Polícia Federal. Competências. Brasília, 2015. Disponível em: <http://www.pf.gov.br/acessoainformacao/competencias>. Acesso em 06. abr. 2016. _____. Departamento da Polícia Rodoviária Federal. Conheça a PRF. Brasília, 2015. Disponível em: <https://www.prf.gov.br/PortalInternet/conhecaPRF.faces>. Acesso em 08. abr. 2016. _____. Supremo Tribunal Federal. Coletânea Temática de Jurisprudência – Direito Penal e Processual Penal. Brasília, 2013. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/publicacaocatalogoprodutoproduto/anexo/versa o_web.pdf>. Acesso em 21. mar. 2016 Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 13 BRODBECK, Rafael Vitola. Inquérito policial. Instrumento de defesa e garantia dos direitos fundamentais da pessoa humana. Porto Alegre: Nuria Fabris, 2011. CASA CIVIL. Sistema Estadual de Legislação. Paraná, 1982. Disponível em: <http://www.legislacao.pr.gov.br/legislacao/listarAtosAno.do?action=exibir&codAto =7724>. Acesso em 08 abr. 2016. CUNHA, Rogério Sanches; TAQUES, Pedro; GOMES, Luiz Flávio (coords.). Limites constitucionais da investigação. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009. DARA, Anderson Souza. Inquérito policial. Competência e nulidades de atos de polícia judiciária. Curitiba: Juruá, 2006. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 25ª ed. São Paulo: Atlas, 2012. DOMINGOS, Rafael Faria. Estatuto Geral das Guardas Municipais: análise dos dispositivos da Lei n. 13.022/2014. Ago/2014. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/31004/estatuto-geral-das-guardas-municipais-analise- dos-dispositivos-da-lei-n-13-022-2014>. Acesso em 09. Abr. 2016. DOTTI, René Ariel. Curso de direito penal – parte geral. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2004. LIMA, Renato Sérgio; Ratton, José Luiz; Azevedo, Rodrigo Chiringhelli de (orgs.). Crime, polícia e justiça no Brasil. São Paulo: Contexto, 2014. Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 14 LOPES JR., Aury. Sistemas de investigação preliminar no processo penal. 2ª ed. rev., ampl. e atual. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2003. MARQUES, Arquimedes. A polícia cidadã, o cidadão e a constituição cidadã. Jun/2009. Disponível em: < http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=1415>. Acesso em: 12 abr. 2016. MARQUES, Oswaldo Henrique Duek. Fundamentos da pena. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2000. MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 23º ed. São Paulo: Editora RT, 1998. NABUCO FILHO, José. Por que a polícia é despreparada para lidar com manifestações? Nov/2013. Disponível em: <http://www.diariodocentrodo mundo.com.br/por-que-a-policia-e-despreparada-para-lidar-com-manifestacoes/>. Acesso em 12 abr. 2016. NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de direito penal. 10ª. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014. ______. Manual de direito penal e execução Penal. 11ª. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014. SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia. Campinas: Autores Associados, 2008. SCHINEIDER, Rodolfo Herberto. Abordagens atuais em Segurança Pública. Porto Alegre: PUCRS, 2011. Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 15 SILVA, José Afonso da. Comentário contextual à Constituição. 6. ed. São Paulo: Malheiros, 2009, p. 635. ______. Curso de direito constitucional positivo – resumo. 16. ed., São Paulo: Malheiros, 1999. SILVA, J. G. da. O inquérito policial e a polícia judiciária. 4. ed. rev. e atual. Campinas: Millennium, 2002. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Inquérito Policial Aula 3 Professor Flúvio Cardinelle Oliveira Garcia CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa Inicial Olá! Seja bem-vindo à terceira aula da disciplina “Inquérito Policial”! Nesse encontro, serão abordados os seguintes temas: Conceito, finalidade e principais características do inquérito policial; Início e formalização do inquérito policial; Desenvolvimento das investigações criminais; O ato do indiciamento pela autoridade policial; Prazos para conclusão do inquérito policial e o relatório final. Antes de começar, acesse o material on-line e confira o vídeo com os comentários iniciais do professor Flúvio. Contextualizando Como se dá o início da persecução penal estatal na fase policial? Quais os limites e o efetivo alcance de um inquérito policial? Ele é mesmo imprescindível para a investigação de todo e qualquer delito? De que forma a Polícia Judiciária investiga? Quais as diligências policiais permitidas pela lei? Há acusados e réus no âmbito do inquérito policial? O que acontece quando as investigações são encerradas pelo Delegado? Responder a essas e outras indagações pertinentes ao inquérito policial é o objetivo primordial de nosso estudo. Para tanto, veremos o conceito, a finalidade e as características mais importantes do inquérito policial, sobretudo aquelas que o distinguem de um processo criminal. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 Estudaremos as hipóteses legais que autorizam a instauração do inquérito policial, seus principais meios de sua formalização, como se dá o desenvolvimento das investigações criminais e quais as diligências policiais mais utilizadas pela polícia a fim de desvendar um crime. Analisaremos o ato de indiciamento, seu significado no contexto das investigações e suas formalidades. Concluiremos nosso estudo apontando os prazos mais comuns para conclusão do inquérito policial, a importância do relatório final do Delegado, seu conteúdo e seus reflexos na propositura da ação penal perante o Poder Judiciário. Pesquise Tema 1 – Conceito, finalidade e principais características do inquérito policial Estudamos que a primeira fase da persecução penal é a pré-processual, na qual, em síntese, são feitas investigações preliminares, a fim de esclarecer as circunstâncias de uma determinada infração penal e sua respectiva autoria. Uma das formas de investigação preliminar mais comum permitida pelo ordenamento jurídico processual penal brasileiro é o inquérito policial, instaurado e instruído, como regra, pelo Delegado de Polícia. Acesse o material on-line e assista a duas videoaulas do professor Flúvio. A primeira trata do conceito e das finalidades do inquérito policial e a segunda das suas principais características. Mesmo se tratando de um expediente de natureza precipuamente inquisitiva, é salutar fazer a distinção entre sigilo e segredo de justiça no âmbito do inquérito policial, analisando suas implicações quanto ao acesso aos autos por parte de qualquerum do povo, do próprio investigado e de seu advogado. Além disso, precisamos saber se o inquérito policial é de fato indispensável para a propositura de uma ação penal ou se, a depender da CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 situação, seria possível o início do processamento criminal do suposto autor em juízo, mesmo sem que tenha havido investigações preliminares. Acesse o material on-line e assista à videoaula na qual o professor Flúvio trata especificamente da disponibilidade do inquérito policial, do sigilo e do segredo de justiça. Tema 2 – Início e formalização do inquérito policial É certo que o inquérito policial é uma das formas mais corriqueiras de se dar início à persecução penal estatal em busca do esclarecimento das circunstâncias e autoria de um delito. Contudo, nem sempre é possível ao Delegado de Polícia instaurar um inquérito policial de ofício a partir da simples notícia da prática de um crime. Há infrações penais que somente poderão ensejar a instauração de inquérito policial se atendidos alguns pressupostos, conforme a ação penal correspondente. Acessando o material on-line você confere a videoaula do professor Flúvio, que trata das hipóteses em que o inquérito policial pode ser instaurado pelo Delegado de Polícia, independentemente de quaisquer condições, e das que carecem do adimplemento de condição específica. Sabemos agora que a instauração de um inquérito policial de ofício pelo Delegado de Polícia dependerá da ação penal que estiver legalmente vinculada ao crime a ser investigado: Se a ação penal for pública e incondicionada, instaura-se de ofício; Se for pública condicionada é preciso representação do ofendido ou requisição do Ministro da Justiça; Se privada, a investigação somente poderá se iniciar por meio de requerimento da vítima. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 Uma vez presentes os pressupostos autorizativos para instauração de um inquérito policial, precisamos estudar como se dá sua formalização. Para isso, acesse o material on-line e confira a videoaula do professor Flúvio! Tema 3 – Desenvolvimento das investigações criminais Instaurado o inquérito policial, seja por meio de Portaria ou de Auto de Prisão em Flagrante, as investigações policiais poderão - e, na maioria dos casos, deverão - ser aprofundadas a partir da realização de diversas diligências a serem realizadas sob o comando do Delegado de Polícia. Quais diligências policiais serão realizadas e em qual ordem é algo que cabe ao Delegado de Polícia decidir, de acordo com um juízo de legalidade, oportunidade e conveniência. Acesse o material on-line e confira a videoaula do professor Flúvio, que trata do desenvolvimento do inquérito policial e a discricionariedade da autoridade policial na busca pelas evidências. O Código de Processo Penal apresenta, de forma meramente exemplificativa, algumas diligências que estão à disposição do Delegado de Polícia no desenvolvimento de seu mister investigativo. Acesse o material on-line e confira o vídeo do professor Flúvio, que trata das principais diligências policiais previstas no Código de Processo Penal. Se o Delegado de Polícia tem o poder discricionário de optar pela realização desta ou daquela diligência policial, o mesmo não pode ser dito quanto ao exame de corpo de delito, cuja realização é obrigatória nos crimes que deixam vestígios. Acesse o material on-line e confira a videoaula do professor Flúvio sobre o exame de corpo de delito. No final dos estudos pertinentes à nossa primeira aula, vimos alguns CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 princípios norteadores do Direito Processual Penal. Entre eles, o princípio do nemo tenetur se detegere ou da não autoincriminação, o qual assegura ao réu o direito de não produzir provas contra si mesmo. Não há dúvidas de que tal princípio se amolda perfeitamente à fase acusatória do Processo Penal, mas e quanto à fase inquisitiva do inquérito policial? Seria possível a aplicação desse princípio? Acesse o material on-line e confira a videoaula do professor Flúvio sobre o princípio da não autoincriminação e sua aplicação no inquérito policial. Tema 4 – O ato do indiciamento pela autoridade policial Com a realização das diligências policiais e consequente análise dos resultados obtidos, o Delegado de Polícia terá condições de formar seu convencimento quanto à efetiva prática - ou não - de uma infração penal e sua respectiva autoria. Na hipótese de restar comprovado o cometimento do delito e de haver indícios de quem foi responsável por ele, a autoridade policial deverá indiciar o investigado. O ato de indiciamento, de titularidade exclusiva do Delegado de Polícia, é considerado formal e, por assim ser, deverá atender às exigências impostas pela lei. Acesse o material on-line e confira duas videoaulas com os seguintes temas: O ato de indiciamento. Os direitos que devem ser assegurados ao investigado antes e durante seu indiciamento. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 Tema 5 – Prazos para conclusão do inquérito policial e do relatório final Quanto tempo tem o Delegado de Polícia para concluir as investigações? O prazo muda se o investigado estiver preso? Há prazos distintos a serem considerados conforme a natureza do delito? Para saber a resposta a essas indagações, acesse o material on-line e confira o vídeo do professor Flúvio! Acesse o material on-line e confira o vídeo do professor Flúvio sobre os prazos mais comuns para conclusão do inquérito policial, com investigado preso e com investigado em liberdade. Com a conclusão das investigações, cabe à autoridade policial apresentar um relatório final, onde deverá narrar quais diligências foram realizadas, seus resultados e, sobretudo, qual seu entendimento quanto à efetiva prática de uma infração penal e - sendo esse o caso - quem seria seu possível autor. No material on-line você confere duas videoaulas com os seguintes temas: O que é o relatório final policial e seu conteúdo. Qual o encaminhamento do relatório final policial e os possíveis desdobramentos (oferecimento de denúncia, promoção de arquivamento ou requisição de diligências complementares). Trocando Ideias Ficou com alguma dúvida sobre os conteúdos trabalhados nessa aula? Tem algum comentário ou material extra interessante para compartilhar? Então entre no fórum! Aproveite e veja o que seus colegas têm a dizer, esse é o momento de trocar informações, não deixe de participar! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 Na Prática Para ter uma visão sobre a importância do inquérito policial e o que ele representa para o processo penal acesse o link a seguir e leia o texto “Polícia Judiciária no Brasil”, uma coletânea de dois pequenos artigos, um da especialista em ciências criminais Walkyria Carvalho e um do delegado e professor Líbero Penello de Carvalho Filho. http://revistavisaojuridica.uol.com.br/advogados-leis- jurisprudencia/54/artigo190865-1.asp Síntese Chegamos ao fim de nossa terceira aula! Os estudos realizados nessa etapa de aprendizagem nos revelaram informações importantes sobre o inquérito policial, sua finalidade e as atividades policiais desenvolvidas pelo Delegado de Polícia no bojo de uma investigação criminal. Vimos que o inquérito policial é um procedimento de natureza administrativa e investigativa, que se presta a coletar elementos informativos capazes de contribuir para a propositura de uma ação penal futura, quando se consegue a prova da materialidade do delito e dos indícios de autoria, ou para evitar o processamento criminal injusto daquele que - sabidamente - não foi o responsável pela prática delituosa. Aprendemos as características primordiais do inquérito policial, que o distinguemde forma bastante evidente da ação penal, suas formas de início (que dependem do delito a ser investigado e de sua correlata ação penal) e as diligências policiais mais corriqueiras que o Código de Processo Penal coloca à disposição do Delegado de Polícia, as quais são meramente exemplificativas. Estudamos que o ato de indiciamento é privativo da autoridade policial e que sua formalização nos autos do inquérito revela a convicção do Delegado em ter comprovado o delito e coletado indícios suficientes de sua autoria. Por fim, analisamos o relatório final policial, seu conteúdo e os desdobramentos que podem advir de sua apresentação: a promoção de http://revistavisaojuridica.uol.com.br/advogados-leis-jurisprudencia/54/artigo190865-1.asp http://revistavisaojuridica.uol.com.br/advogados-leis-jurisprudencia/54/artigo190865-1.asp CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 arquivamento das investigações, a requisição de diligências consideradas imprescindíveis para formar a opinio delicti do Ministério Público ou o início da ação penal por meio do oferecimento da peça acusatória chamada de denúncia. Não finalize seus estudos sem antes acessar o material on-line e conferir a videoaula com os comentários finais do professor Flúvio! Referências AVENA, Norberto. Processo penal esquematizado. 6. ed. São Paulo: Método, 2014. BADARÓ, G. H. Processo penal. 3. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 3 de outubro de 1988. _____. Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Diário Oficial [da] República dos Estados Unidos do Brasil. Rio de Janeiro, 31 dez. 1940. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm>. Acesso em: 30 dez. 2015. _____. Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941. Diário Oficial [da] República dos Estados Unidos do Brasil. Rio de Janeiro, 13 out. 1941a. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del3689.htm>. Acesso em: 30 jan. 2016. BRODBECK, Rafael Vitola. Inquérito policial. Instrumento de defesa e garantia dos direitos fundamentais da pessoa humana. Porto Alegre: Nuria Fabris, 2011. CUNHA, Rogério Sanches; TAQUES, Pedro; GOMES, Luiz Flávio (Coords.). Limites constitucionais da investigação. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009. DARA, Anderson Souza. Inquérito policial. Competência e nulidades de atos de polícia judiciária. Curitiba: Juruá, 2006. DOTTI, René Ariel. Curso de direito penal – parte geral. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2004. FERNANDES, Antonio Scarance. Processo penal constitucional. 7. ed. São CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 Paulo: Revista dos Tribunais, 2012. GARCIA, Ismar Estulano. Procedimento policial. Inquérito e termo circunstanciado. 10. ed. rev., atual. e ampl. Goiânia: AB Editora, 2004. GRECO FILHO, Vicente. Manual de processo penal. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processual Penal. Rio de Janeiro: Imptus, 2011. v. 5. LIMA, Renato Sérgio; RATTON, José Luiz; AZEVEDO, Rodrigo Chiringhelli de (Orgs.). Crime, polícia e justiça no Brasil. São Paulo: Contexto, 2014. LOPES JR., Aury. Sistemas de investigação preliminar no processo penal. 2. ed. rev., ampl. e atual. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2003. ______. Direito processual penal e sua conformidade constitucional. 7. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011. v.1. ______. Direito processual penal. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. MENDRONI, Marcelo Batlouni. Curso de investigação criminal. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2002. MUCCIO, Hidejalma. Inquérito policial. Teoria e prática. Bauru/SP: EDIPRO, 2000 (coleção prática jurídica - série criminal). NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de direito penal. 10. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014. ______. Manual de direito penal e execução Penal. 11. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014. OLIVEIRA, Eugênio Pacelli. Curso de Processo Penal. 18. ed. São Paulo: Atlas, 2014. SILVA, J. G. da. O inquérito policial e a polícia judiciária. 4. ed. rev. e atual. Campinas: Millennium, 2002. TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal. 32. ed. São Paulo: Saraiva, 2010, v.1. ______. Processo Penal. 32. ed. São Paulo: Saraiva, 2010, v. 3. Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) Inquérito Policial Aula 4 Prof. Flúvio Cardinelle Oliveira Garcia Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 1 Conversa Inicial No contexto da investigação criminal, o inquérito policial não é o único instrumento utilizado para o esclarecimento das circunstâncias e autoria de eventual infração penal. Tratando-se de delito legalmente classificado como de menor potencial ofensivo, o início da persecução penal estatal deve ocorrer, como regra, por meio do assim chamado termo circunstanciado (e não de um inquérito policial), onde prevalecem critérios de celeridade, oralidade e informalidade que se voltam, precipuamente, quando possível, à conciliação ou à transação penal e, por conseguinte, ao não processamento criminal do agente. Preparado?Preparado?Preparado?Preparado? Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 2 Contextualizando Para compreender melhor o que são infrações de menor potencial ofensivo e o termo circunstanciado, estudaremos a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, que disciplina os Juizados Especiais Criminais, notadamente a partir de seu artigo 60. Estabeleceremos as principais diferenças entre o inquérito policial e o termo circunstanciado, bem como as hipóteses de cabimento deste último e sua formalização. Avançaremos nosso estudo apresentando as especificidades do inquérito policial que tramita perante a Polícia Federal (inquérito policial federal), apontando suas principais semelhanças e diferenças em relação ao inquérito policial de alçada estadual. Por fim, veremos que o Delegado de Polícia não detém com exclusividade a titularidade da investigação criminal e que, em recente decisão, o Supremo Tribunal Federal, no Recurso Extraordinário nº 593.727, julgado em 18 de maio de 2015, pacificou o entendimento quanto à possibilidade de também o Ministério Público, de forma complementar, atuar na apuração de infrações penais. Assista à videoaula, disponível no material on-line, e acompanhe a apresentação dos temas que serão estudados nesta aula. Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 3 Pesquise A Lei nº 9.099/95 e as infrações de menor potencial ofensivo A Lei nº 9.099/95 trouxe grandes inovações ao ordenamento jurídico processual penal brasileiro com a regulamentação dos chamados juizados especiais criminais, aos quais foi atribuída a competência de processar e julgar as infrações penais consideradas de menor potencial ofensivo. Acompanhe na videoaula, disponível no material on-line, os princípios norteadores da Lei nº 9.099/95, seu objetivo maior no contexto da persecução penal estatal e quais são as infrações penais que passaram a ser consideradas de menor potencial ofensivo. Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 4 Termo Circunstanciado Além de trazer uma nova disposição legal para o processamento e julgamento de infrações penais de menor potencial ofensivo pelos juizados especiais criminais, a Lei 9.099/95 também apresenta um instrumento específico de investigação para tais tipos de delito, o qual, como regra, substitui o inquérito policial. Na videoaula, disponível no material on-line, veremos que novo instrumento é esse e sua importância na investigação dos crimes de menor potencial ofensivo. Confira! As hipóteses de cabimento do Termo Circunstanciado são específicas e se encontram bem definidas na Lei nº 9.099/95. Sua formalização,contudo, não está expressamente delineada, porém, pode ser inferida dos princípios que regem o processamento e julgamento das infrações penais de menor potencial ofensivo. Acompanhe no vídeo, disponível no material on-line, quais são as hipóteses de cabimento do Termo Circunstanciado e como se dá sua formalização. Não poderíamos finalizar o presente tema sem tecer alguns breves comentários quanto aos institutos da composição civil, da transação penal e seus reflexos na persecutio criminis. Portanto, acompanhe a videoaula disponível no material on-line e confira! Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 5 Inquérito Policial Federal e suas particularidades A Polícia Federal, enquanto órgão que integra a Segurança Pública no Brasil, também faz uso do inquérito policial como instrumento de investigação preliminar. É preciso pontuar, contudo, algumas particularidades do inquérito policial federal em relação ao seu congênere estadual. Para tanto, acompanhe a videoaula, disponível no material on-line, para conhecer a Instrução Normativa nº 011/2001-DG/DPF, os objetivos de sua aplicação no âmbito da Polícia Federal e seus principais reflexos no desenvolvimento do inquérito policial federal. Ainda sobre o inquérito policial federal, é importante registrar que sua instauração, desenvolvimento e tramitação ocorre de forma diferenciada nos Estados do Sul do Brasil: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Isso porque, nesses Estados, a Justiça Federal, a Procuradoria da República e a Polícia Federal fazem uso de um sistema automatizado chamado eProc. Confira, na vidoaula disponível no material on-line, mais detalhes sobre o eProc e o inquérito policial federal na Região Sul de nosso país. Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 6 A investigação criminal conduzida pelo Ministério Público Há algum tempo, as investigações criminais conduzidas pelo Ministério Público passaram a ser questionadas em juízo sob o fundamento de que o exercício das funções de Polícia Judiciária seria de atribuição exclusiva do Delegado de Polícia, conforme artigo 144, §1º, IV e §4º, da Constituição Federal de 1988. Na videoaula, disponível no material on-line, o professor tentará contextualizar o tema e apresentar os principais argumentos que entendem pela impossibilidade de o Ministério Público estar à frente de investigações criminais. Acompanhe! Se os argumentos pela impossibilidade parecem ser convincentes, impressão semelhante se tem quando estudamos os fundamentos que sustentam a possibilidade de o Ministério Público investigar. Diante do impasse e dos entendimentos divergentes, doutrinários e jurisprudenciais, o Supremo Tribunal Federal fora chamado a se manifestar sobre o assunto e, assim, dar a última palavra quanto à possibilidade ou não de investigações criminais serem realizadas diretamente pelo Ministério Público. Confira, na videoaula disponível no material on-line, os argumentos a favor da investigação pelo Ministério Público e — o que é mais importante — o entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal, em 2015, quanto à melhor solução para a controvérsia. Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 7 Trocando Ideias Aproveite este momento para interagir e aprimorar seus conhecimentos! Acesse o fórum, disponível no Ambiente Virtual de Aprendizagem, e discuta com seus colegas sobre os temas que estamos estudando nesta aula. Não se esqueça de fazer pesquisas sobre as leis, textos e notícias, que estejam relacionados com as particularidades do Inquérito Policial Federal e a investigação criminal pelo Ministério Público, para compartilhar com eles a sua opinião. Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 8 Na Prática Sobre a polícia federal e sua investigação, vale explorar a página oficial. Pode-se começar lendo algumas perguntas frequentes e suas respostas, por isso, acesse <http://www.pf.gov.br/acessoainformacao/perguntas-frequentes> e confira! Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 9 Síntese A partir dos estudos realizados nesta aula, concluímos que o inquérito policial, de fato, não é o único instrumento possível de ser utilizado na persecução penal para apuração e esclarecimento de eventual fato criminoso. A Lei nº 9.099/95 nos apresentou uma nova ferramenta, denominada termo circunstanciado, que deve ser manejada, como regra, quando a investigação versar sobre infrações de menor potencial ofensivo, assim consideradas aquelas cuja pena máxima seja igual ou inferior a 02 (dois) anos. As diferenças constatadas entre o termo circunstanciado e o inquérito policial nos permitem afirmar que o primeiro é regido pela oralidade, celeridade e informalidade que viabilizam a possibilidade de resolução do caso penal sem a imperiosa necessidade do efetivo ajuizamento da ação penal, uma vez que, antes mesmo da acusação, fomenta-se a conciliação e, num momento posterior, a transação penal entre as partes. Aprendemos ainda que há algumas importantes diferenças entre o inquérito policial federal, que tramita perante a Polícia Federal, e aquele que se instaura e desenvolve perante a autoridade policial estadual (Polícia Civil). Em síntese, o inquérito policial federal é regido não apenas pelos normativos comuns previstos no Código de Processo Penal, mas também por uma regulamentação específica que, atualmente, encontra-se na Instrução Normativa nº 011/2011, promulgada pela Direção-Geral da Polícia Federal, em Brasília/DF. Além disso, nos Estados do Sul do Brasil (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná), o desenvolvimento e a tramitação do inquérito policial federal se dá eletronicamente, por meio do sistema eProc instituído pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Por fim, observamos que, a par das acirradas discussões que se estabeleceram, em especial, entre os Delegados e os membros do Ministério Público, o Supremo Tribunal Federal pacificou o entendimento no sentido da admissibilidade de o parquet estar à frente de investigações criminais, consoante Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 10 restou decidido no Recurso Extraordinário nº 593.727, julgado pelo Plenário da Corte Suprema em 18.05.2015. Não se esqueça de acessar à videoaula, disponível no material on-line, para conferir a síntese que o professor faz sobre os temas que aprendemos hoje! Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 11 Referências AVENA, Norberto. Processo penal esquematizado. 6ª. ed. São Paulo: Método, 2014. BADARÓ, G. H. Processo penal. 3. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 3 de outubro de 1988. _____. Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Diário Oficial [da] República dos Estados Unidos do Brasil, Rio de Janeiro, 31 dez. 1940. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm>. Acesso em: 30 dez. 2015. _____. Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941. Diário Oficial [da] República dos Estados Unidos do Brasil, Rio de Janeiro, 13 out. 1941a. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del3689.htm>. Acesso em: 30 jan. 2016. _____. Lei 9.099. Juizado Especiais Cíveis e Criminais. Brasília, 1995. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9099.htm> Acesso em 15. abr. 2016. _____. Ministério da Justiça. Departamento de Polícia Federal. Instrução Normativa nº 011, de 26 de junho de 2001. Publicada no Boletim de Serviço nº 129, de 9 de julho de 2001. _____. Supremo Tribunal Federal. Plenário. Recurso Extraordinário nº 593.727.Rel. Min. Gilmar Mendes. j. 18.05.2015. DJE nº 97, 22.05.2015. Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 12 BRODBECK, Rafael Vitola. Inquérito policial. Instrumento de defesa e garantia dos direitos fundamentais da pessoa humana. Porto Alegre: Nuria Fabris, 2011. CUNHA, Rogério Sanches; TAQUES, Pedro; GOMES, Luiz Flávio (coords.). Limites constitucionais da investigação. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009. DARA, Anderson Souza. Inquérito policial. Competência e nulidades de atos de polícia judiciária. Curitiba: Juruá, 2006. GARCIA, Ismar Estulano. Procedimento policial. Inquérito e termo circunstanciado. 10ª ed. rev., atual. e ampl. Goiânia: AB Editora, 2004. GRECO FILHO, Vicente. Manual de processo penal. 9ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processual Penal. Rio de Janeiro: Imptus, 2011. v. 5. LOPES JR., A. Direito processual penal e sua conformidade constitucional. 7. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011a. v. 1. ______. Direito processual penal e sua conformidade constitucional. 5. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011b. v. 2. ______. Direito processual penal. 10ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. ______. Sistemas de investigação preliminar no processo penal. 2ª ed. rev., ampl. e atual. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2003. Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 13 MENDRONI, Marcelo Batlouni. Curso de investigação criminal. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2002. MUCCIO, Hidejalma. Inquérito policial. Teoria e prática. Bauru/SP: EDIPRO, 2000 (coleção prática jurídica - série criminal). NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de direito penal. 10ª. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014. ______. Manual de direito penal e execução Penal. 11ª. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014. OLIVEIRA, Eugênio Pacelli. Curso de Processo Penal. 18ª. ed. São Paulo: Atlas, 2014. SILVA, J. G. da. O inquérito policial e a polícia judiciária. 4. ed. rev. e atual. Campinas: Millennium, 2002. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Inquérito Policial Aula 5 Professor CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa Inicial Você chegou à quinta aula de Inquérito Policial, seja bem-vindo! Infelizmente, vivemos em uma sociedade onde é alto o índice de criminalidade, onde temos que conviver com delitos comezinhos até a corrupção institucionalizada. Com bastante frequência, ouvimos acerca da prisão em flagrante ou temporária de alguém que, em tese, seria responsável por determinada prática criminosa. Expressões como “prisão preventiva” e “prisão temporária” deixaram de ser novidade. Quando o assunto é a prisão de alguém, questionamentos diversos podem surgir: qual o motivo da prisão? Por quanto tempo o agente ficará preso? Essa prisão é provisória ou definitiva? Se provisória, o tempo que o agente permaneceu preso será descontado quando do cumprimento da pena definitiva após eventual condenação? Como saber que alguém está em flagrante delito? Será que se eu vir alguém na rua, praticando um crime, poderei prendê-lo em flagrante ou somente a Polícia pode fazê-lo? O propósito de nosso estudo será apresentar as principais modalidades de prisão existentes no ordenamento jurídico-penal brasileiro, começando da prisão em flagrante, passando pela prisão preventiva e finalizando na prisão temporária. Para cada uma delas, apontaremos seus respectivos requisitos legais, hipóteses de cabimento e duração. Terminaremos com breves notas sobre o ato de prisão em si, onde e como pode ocorrer, e com o tratamento especial que a lei determina seja dado aos presos provisórios. O professor Flúvio mais uma vez nos apresenta o conteúdo, vamos assistir no material online! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 Contextualizando Nesta aula estudaremos as principais mudanças trazidas pela Lei nº 12.403/11 quanto aos pressupostos genéricos para decretação de prisão provisória; as modalidades de prisão atualmente existentes no Brasil (prisão- pena, prisão cautelar e prisão pré-cautelar); a classificação das diversas formas de flagrante; o estudo dos requisitos necessários e como deve ocorrer a formalização do Auto de Prisão em Flagrante; as providências judiciais que podem ser adotadas quando do recebimento do Auto de Prisão em Flagrante pelo magistrado. Serão esclarecidos quais são os requisitos, as condições de admissibilidade e os pressupostos específicos necessários para a decretação da prisão preventiva, bem como as hipóteses de cabimento e o procedimento específico da prisão temporária. Distinguiremos a prisão temporária da prisão preventiva; quais as condições para realização de uma prisão e, também, as especificidades relativas ao tratamento a ser dado aos presos provisórios. Preparado para iniciar? Vamos lá! Pesquise TEMA 1: A Lei nº 12.403/11 e as modalidades de prisão A doutrina sempre se manifestou, até com certa veemência, quanto à necessidade de se evitar a banalização das prisões cautelares, assim, entendidas aquelas decretadas durante o curso do Processo Penal. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 Algumas decisões judiciais, calcadas no princípio da presunção de inocência, faziam coro à doutrina a fim de sustentar que as prisões durante a persecução penal teriam que ser medidas excepcionais e fundamentadas na cautelaridade, vale dizer, jamais poderiam representar um cumprimento antecipado de pena. Somente com a Lei 12.403, de 04 de maio de 2011, a prisão no curso da persecução penal passou a ser efetivamente tratada como extrema ratio, ou seja, um investigado ou réu ainda não condenado definitivamente somente poderia ser preso se, comprovadamente, não houvesse a possibilidade de cumprimento de alguma medida alternativa à prisão. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12403.htm Nos vídeos a seguir, trataremos sobre esse tema e procuraremos contextualizar a questão, apontando, ao final, as modalidades de prisão atualmente existentes no Brasil e seus pressupostos genéricos. O professor Flúvio explica sobre a banalização da prisão provisória, a presunção de inocência e o advento da Lei 12.403/11 (prisão como extrema ratio, medidas cautelares alternativas à prisão), confira no material online! Assista no material online as principais modalidades de prisão atualmente existentes no Brasil (prisão-pena e prisão cautelar) e seus pressupostos genéricos (sentença penal condenatória ou necessidade, adequação e utilidade, combinado com (c/c) excepcionalidade, c/c fumus delicti commissi e periculum libertatis). TEMA 2: Prisão em flagrante Todo aquele que for encontrado praticando um crime estará sujeito a ser preso em flagrante delito. A Constituição Federal de 1988 e o Código de Processo Penal estabelecem as bases legais da prisão em flagrante, cabendo à http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12403.htm CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 legislação infraconstitucional definir as hipóteses em que o sujeito poderá ser considerado em flagrante delito. Nos vídeos a seguir, apresentaremos as bases normativas (constitucionais e infraconstitucionais) da prisão em flagrante e esclareceremos a quem cabe a missão de prender em flagrante e em quais circunstâncias poderá haver a prisão. Veja o professor Flúvio apresentando, no material online, a base constitucional e legal da prisão em flagrante, quem pode ser sujeito ativo e quem pode ser sujeito passivo. A doutrina apresenta algumas classificações do flagrante, que pode ser, dentre outros, obrigatório, facultativo, próprio, impróprio, presumido,preparado, esperado, forjado e retardado. Vejamos nos próximos vídeos as principais diferenças entre os tipos mais comuns de flagrante. Sobre a diferença entre o flagrante obrigatório e o flagrante facultativo, o professor Flúvio nos explica no material online. Você sabe a diferença entre o flagrante próprio e o flagrante impróprio? Entenda assistindo à videoaula a seguir, acesse o material online para conferir! Ainda temos o flagrante presumido e o preparado. Já ouviu falar de algum deles? Reflita o que você lembra e confira a explicação no material online! Para fechar nosso entendimento sobre os tipos de flagrantes, o professor Flúvio fecha com a explicação das diferenças entre o flagrante esperado, o flagrante forjado e o flagrante retardado. Acompanhe no material online! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 Agora que sabemos as diferentes classificações do flagrante, convém estudarmos qual autoridade estatal tem o poder de lavrar o auto de prisão e onde deve ser lavrado, se no local onde o fato criminoso fora praticado ou onde o agente fora preso, caso sejam diversos. É isso que veremos no material online, no qual o professor fala brevemente sobre quem tem legitimidade para lavratura do auto de prisão em flagrante e sobre o local onde deve ser lavrado. Estudamos até aqui que a autoridade policial — o Delegado de Polícia — é a única legitimada à lavratura da prisão em flagrante e que o auto deve ser lavrado no local onde ocorrer a prisão. Por se tratar de cerceamento do direito de ir e vir de uma pessoa, mesmo que de alguém em flagrante delito, a lavratura do auto de prisão se reveste de algumas formalidades importantes que devem ser rigorosamente observadas, sob pena de a prisão ser considerada ilegal. Veremos no material online quais são essas formalidades, qual o procedimento de lavratura do auto de prisão em flagrante e a ordem que deve ser respeitada para a prática de cada ato. Acesse lá! Questão interessante e muitas vezes mal compreendida é aquela que se refere à possibilidade ou não de ser arbitrada fiança ao preso para que, feito o pagamento, possa responder pelo crime em liberdade. Há circunstâncias que autorizam o arbitramento de fiança pelo próprio Delegado de Polícia. Outras, contudo, o desautorizam a fazê-lo, cabendo ao juiz tal mister. Veremos quais são as hipóteses legais que permitem à autoridade policial e ao magistrado, respectivamente, o arbitramento de fiança àqueles presos em flagrante delito, bem como sua formalização e consequências. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 Assista ao professor Flúvio, no material online, que indica as hipóteses de cabimento de arbitramento de fiança pela autoridade policial e pelo juiz, bem como sua formalização e consequências. Lavrado o necessário auto de prisão em flagrante a quem deve ser encaminhado? O que acontece com o preso? Deverá o agente permanecer preso até a conclusão das investigações ou término do processo criminal? Pretendemos dar respostas a esses questionamentos no material online! Nesta fase, o professor explica os possíveis desdobramentos após o encaminhamento dos autos do flagrante para análise judicial. Finalizando o presente estudo, importa discutirmos sobre a possibilidade de prisão em flagrante do agente que se apresenta espontaneamente à autoridade policial. Além disso, é relevante saber se há um prazo legal mínimo ou máximo que o agente deverá permanecer preso por ter sido surpreendido em flagrante delito. Também há a apresentação espontânea e o prazo de prisão em flagrante. Vamos conhecer? Confira no material online! TEMA 3: Prisão preventiva A prisão preventiva é uma das modalidades de prisão cautelar prevista no ordenamento jurídico brasileiro que permite o encarceramento durante o curso da investigação e da ação penal, sem que isso implique em ofensa ao princípio da presunção de inocência. No conteúdo online, pretendemos apresentar a base legal da prisão preventiva, as autoridades que estão legitimadas a pedi-la ou decretá-la e em que fase da persecutio criminis a prisão pode ocorrer. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 Tratando-se de prisão cautelar que pode ser decretada tanto no curso das investigações quanto durante a ação penal, a prisão preventiva possui requisitos e fundamentos legais que devem ser rigorosamente observados, sob pena de ser considerada ilícita e arbitrária. Vejamos, no conteúdo online, quais são esses requisitos e fundamentos legais. Além dos requisitos e fundamentos legais estudados, há também condições de admissibilidade que, se não estiverem presentes, alternativa ou cumulativamente, conforme o caso, inviabilizam a decretação da prisão preventiva. Sobre tais condições de admissibilidade conversaremos no vídeo do conteúdo online com o professor! Como vimos no primeiro tema estudado, toda e qualquer prisão cautelar deverá ser excepcionalíssima (extrema ratio) e, portanto, sua decretação deverá ser muito bem fundamentada pelo magistrado, o qual deve apoiar sua decisão em fatos concretos. A questão da efetiva fundamentação do decreto prisional, bem como a eventual existência de prazo legal mínimo e máximo em que o agente deverá permanecer preso preventivamente e da possibilidade de sua substituição pela prisão domiciliar, serão vistas a seguir. Assista, em seu conteúdo online, sobre a necessidade de efetiva fundamentação do decreto prisional, do prazo da preventiva e da possibilidade de sua substituição pela prisão domiciliar. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 TEMA 4: Prisão temporária Tal qual a prisão preventiva, a prisão temporária também faz parte do rol de prisões cautelares admitidas no Brasil. Chamada de "prisão para investigação", a prisão temporária, contudo, apresenta características e requisitos próprios que a distinguem claramente da prisão preventiva. No material online conversaremos sobre a base legal da prisão temporária, quem e quando pode pedir. Sabemos agora que a prisão temporária não pode ser determinada pelo juiz de ofício e que não é possível sua decretação na fase processual da ação penal. As hipóteses de cabimento da prisão temporária são menos complexas e exigentes que as impostas à prisão preventiva. Vejamos quais são no conteúdo online, não deixe de acessar! Há um rito específico a ser seguido desde o pedido da prisão temporária até sua decretação (ou não) pelo juiz. Ademais, ao contrário do que ocorre com a prisão em flagrante e com a prisão preventiva, há prazos de duração específicos para a prisão temporária. No material online veremos o procedimento específico da prisão temporária e os prazos estabelecidos na lei para sua duração. Confira! E você sabe quais são os prazos da prisão temporária? O professor Flúvio nos explica no conteúdo online. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 TEMA 5: O ato de prisão e os presos provisórios É possível efetuar a prisão de alguém num feriado? Pode ser efetuada à noite ou de madrugada? E se o agente estiver numa festa de aniversário, num casamento ou num velório, mesmo assim poderá ser preso? O artigo 283, § 2º do Código de Processo Penal apresenta as respostas a tais indagações e é sobre elas que estudaremos no material online com o professor. Acesse lá! Sabemos agora que a prisão pode ser efetuada a qualquer dia (de segunda a domingo) e a qualquer hora, inclusive à noite e na madrugada. Contudo, o artigo que estudamos apresenta uma ressalva importantíssima ao final: é preciso respeitar as restrições relativas à inviolabilidade do domicílio. Com o professor, no conteúdo online, estudaremos quais são essas restrições e como elas limitam o ato de prisão. Este é onosso último tema de estudo de hoje, resta-nos deixar registrado que a legislação processual penal prevê tratamento diferenciado entre os presos provisórios, aqueles presos cautelarmente (durante a persecução penal), e os presos definitivos, aqueles já condenados (após a persecução penal). Essa diferenciação veremos no material online, a partir da análise do artigo 30 do Código de Processo Penal. Trocando ideias As medidas cautelares pessoais, que restringem a liberdade do indivíduo, são a exceção (ou, ao menos, devem ser). Pesquise por algum caso que foi preciso tomar esta medida. Acesse o fórum e compartilhe com os seus colegas o que você encontrou. Aproveite também para verificar o que eles encontraram. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 Discuta sobre este tipo de medida no fórum! Na Prática Na atividade anterior você pesquisou por casos nos quais tiveram a tomada de medidas cautelares pessoais. Assim decidiu o ministro do Supremo Tribunal Federal, Dias Tóffoli, ao julgar um pedido de habeas corpus. Acesse, no link a seguir, a notícia “Ministro diz que sequestro de bens e medidas cautelares são suficientes para Eder”. http://www.olhardireto.com.br/juridico/noticias/exibir.asp?noticia=Ministro _diz_que_sequestro_de_bens_e_medidas_sao_suficientes_para_Eder&id=275 69 Reflita: se fosse você no lugar do ministro, neste caso, você teria a mesma a atitude? Síntese A vigência da Lei 12.403/11 representou um marco normativo importante quanto a um maior prestígio ao princípio da presunção de inocência e, fundamentalmente, à prisão como extrema ratio no contexto do Direito Processual Penal. Vimos que as modalidades de prisão no Brasil podem ser basicamente classificadas em prisão-pena, aquela decorrente de sentença penal condenatória, e prisão cautelar, a qual engloba a prisão em flagrante (a rigor uma prisão pré-cautelar), a prisão preventiva e a prisão temporária. Quanto à prisão em flagrante, analisamos suas principais classificações doutrinárias, o local onde dever ser lavrada e o procedimento a ser seguido para sua lavratura. http://www.olhardireto.com.br/juridico/noticias/exibir.asp?noticia=Ministro_diz_que_sequestro_de_bens_e_medidas_sao_suficientes_para_Eder&id=27569 http://www.olhardireto.com.br/juridico/noticias/exibir.asp?noticia=Ministro_diz_que_sequestro_de_bens_e_medidas_sao_suficientes_para_Eder&id=27569 http://www.olhardireto.com.br/juridico/noticias/exibir.asp?noticia=Ministro_diz_que_sequestro_de_bens_e_medidas_sao_suficientes_para_Eder&id=27569 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 Apontamos as hipóteses em que se permite o arbitramento de fiança pelo Delegado de Polícia e pelo magistrado, além dos desdobramentos que se seguem a partir da análise judicial da regularidade do auto de flagrante lavrado. Descobrimos que a apresentação espontânea não é suficiente por si só para ensejar a prisão em flagrante do agente, e que não é possível manter o agente preso cautelarmente com base tão somente nesse tipo de prisão, razão pela qual ser chamada pela doutrina de pré-cautelar. Estudamos que, para a prisão preventiva requer-se como requisitos a prova da materialidade do delito e indícios suficientes de autoria; como fundamentos, a garantia da ordem pública, a garantia da ordem econômica, a conveniência da instrução criminal, a garantia da futura aplicação da lei penal ou descumprimento de quaisquer obrigações impostas por força de outras medidas cautelares alternativas à prisão. Além de tudo isso, percebemos que é preciso estarem presentes as condições legais de admissibilidade como, por exemplo, ser o delito considerado doloso e com pena máxima privativa de liberdade superior a 4 (quatro) anos ou ser o agente reincidente em outro crime doloso, não sendo permitida a decretação da prisão preventiva, contudo, se se tratar de crime onde esteja presente uma excludente de ilicitude, como a legítima defesa, o estado de necessidade, o estrito cumprimento de dever legal e o exercício regular de um direito. Aprendemos que nem a prisão em flagrante e nem a prisão preventiva têm tempo legal mínimo ou máximo estabelecido em lei e que essa última pode ser substituída, em situações especiais, por prisão domiciliar. No que se refere à prisão temporária, vimos que sua previsão normativa se encontra em uma lei especial (Lei nº 7.960/89) e que é conhecida como prisão para investigação, uma vez que somente pode ser decretada na fase do inquérito policial e jamais de ofício (sem qualquer provocação) pelo juiz. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 As hipóteses de cabimento da prisão temporária nos remetem à imprescindibilidade da segregação pessoal para as investigações ou quando o investigado não tiver residência fixa ou pairar dúvida quanto à sua identidade. Ainda, deverá haver pelo menos indício de autoria ou participação do investigado em pelo menos um dos delitos listados no inciso III do artigo 1º da Lei nº 7.960/89. Ao contrário do que ocorre com a prisão em flagrante e com a prisão preventiva, há prazo legal máximo fixado para a prisão temporária, sendo, como regra, de 5 (cinco) dias, prorrogáveis por mais 5, ou, nas hipóteses de crimes hediondos e assemelhados, de 30 (trinta) dias, prorrogáveis por igual período. Após vermos o procedimento pertinente à prisão temporária, passamos ao estudo do ato de prisão e dos normativos específicos que envolvem os presos provisórios, os quais, por determinação legal, devem ser mantidos separados dos presos definitivos. Chegando ao fim da aula de hoje, confira no material online a sintetização feita pelo professor Flúvio. Referências AVENA, Norberto. Processo penal esquematizado. 6ª. ed. São Paulo: Método, 2014. BADARÓ, G. H. Processo penal. 3. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 3 de outubro de 1988. _____. Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941. Diário Oficial [da] República dos Estados Unidos do Brasil, Rio de Janeiro, 13 out. 1941a. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del3689.htm>. Acesso em: 30 jan. 2016. GRECO FILHO, Vicente. Manual de processo penal. 9ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. LENZA, P. (Coord.). Direito processual penal esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2012. LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processual Penal. Rio de Janeiro: Imptus, 2011. v. 5. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 LOPES JR., A. Direito processual penal e sua conformidade constitucional. 7. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011a. v. 1. ______. Direito processual penal e sua conformidade constitucional. 5. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011b. v. 2. ______. Direito processual penal. 10ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. ______. Sistemas de investigação preliminar no processo penal. 2ª ed. rev., ampl. e atual. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2003. MARCÃO, Renato. Prisões cautelares, liberdade provisória e medidas cautelares restritivas. 2ª. ed. São Paula:Saraiva, 2012. MAGNO, L. E. Curso de processo penal didático. São Paulo: Atlas, 2013. NORONHA, E. M. Direito penal. 7. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 1971. v. 1. NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de direito penal. 10ª. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014. ______. Manual de direito penal e execução Penal. 11ª. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014. OLIVEIRA, Eugênio Pacelli. Curso de Processo Penal. 18ª. ed. São Paulo: Atlas, 2014. PACELLI, E.; FISCHER, D. Comentários ao código de processo penal e sua jurisprudência. 4. ed. rev. e atual. São Paulo: Atlas, 2012. PACHECO, D. F. Direito processual penal: teoria, crítica e práxis. 4. ed. Niterói: Impetus, 2006. RANGEL, P. Direito processual penal. 20. ed. atual. São Paulo: Atlas, 2012. Centro de Criação
Compartilhar