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Tabalho - Duração do Trabalho

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Fabiano Pacheco Francisco
1° Fase de Direito Noturno
Duração do Trabalho
Profº 
Universidade Anhanguera
Direito Trabalhista
São José
23 de novembro 2016
Intervalo Interjornada e Intervalo Intrajornada
Explicação das ementas
Nesta parte do trabalho se fala em intervalos de tipos de intervalos na jornada de trabalho do trabalhador, sejam de curtos intervalos de tempo para ser feita a sua alimentação e higiene ou em períodos maiores, reservados para seu descanso, repouso e sono. No caso das ementas a seguir, não foram obedecidas a regulamentação que regem os direitos do trabalhador no que diz respeito ao repouso e respectivo descanso para alimentação.
Inicialmente, para um maior entendimento desta parte do trabalho deve ser esclarecido acerca da diferenciação entre os intervalos intrajornada e interjornada para só então após isso, se explanará sobre as decisões judiciais. 
Intervalos Intrajornada: Este intervalo é concedido ao empregado durante o horário de trabalho, normalmente é destinado para alimentação, pausas ou descanso.
Intervalos Interjornada: Este intervalo significa o tempo de descanso entre o fim e o início do expediente, ou seja, é o período em que o empregado está descansando. A legislação regula o intervalo que seja no mínimo de 11 horas.
Na primeira ementa sobre Intervalo Intrajornada, foi transgredida a Súmula 437 que esclarece que o trabalhador necessita de tempo suficiente para sua alimentação e se esse tempo não é respeitado, o empregador de pagar devidamente em hora extra, como foi o que o juiz decidiu.
Já na segunda ementa ainda sobre intervalo intrajornada, foi desrespeitado o direito do trabalhador no seu tempo de repouso sem pedir autorização ao Ministério do Trabalho e Emprego, indo em conta o que foi decidido com este, Sindicatos e trabalhadores por se tratar de medida de higiene, saúde e segurança do trabalhador, garantido por norma de ordem pública.
Em se falando de intervalo interjornada na primeira ementa, demonstra claramente que a decisão foi tomada para que haja o pagamento de hora extra ao funcionário que não obteve repouso mínimo de 11 horas, tal previsão encontra-se no § 4º do artigo 71 da CLT.
Por último, na segunda ementa ainda sobre intervalo interjornada, a decisão foi baseada na para que houvesse o pagamento de hora extra ao funcionário pelo desrespeito ao repouso necessário mínimo de todo trabalhador tais justificativas são encontradas previstas no art. 66 da CLT com os mesmos efeitos previstos no § 4° do art. 71 da CLT e na Súmula n° 110 do TST.
Intervalo intrajornada 
Ementa 1
TRT-12 - RECURSO ORDINARIO TRABALHISTA RO 00021235220125120046 SC 0002123-52.2012.5.12.0046 (TRT-12)
Data de publicação: 15/01/2016
Ementa: 
INTERVALO INTRAJORNADA. O posicionamento dominante no E. TST a respeito do tema (Súmula 437, item I) determina a repetição do pagamento, pelo período integral de uma hora, nos casos de não concessão ou de concessão parcial da pausa, por frustrado o objetivo da norma, de garantir o repouso mínimo adequado ao trabalhador para fins de descanso e alimentação.
Encontrado em: 
SC 0002123-52.2012.5.12.0046 (TRT-12) TERESA REGINA COTOSKY
Ementa 2
RT-12 - RECURSO ORDINARIO TRABALHISTA RO 00005683420155120033 SC 0000568-34.2015.5.12.0033 (TRT-12)
Data de publicação: 17/11/2015
Ementa: REDUÇÃO DO INTERVALO INTRAJORNADA. É inválida a supressão ou redução do intervalo intrajornada sem a prévia autorização do Ministério do Trabalho e Emprego, porquanto se trata de medida de higiene, saúde e segurança do trabalhador, garantido por norma de ordem pública. Encontrado em: 
00005683420155120033 SC 0000568-34.2015.5.12.0033 (TRT-12) GARIBALDI TADEU PEREIRA FERREIRA
Ementas interjornada
Ementa 1
TRT-12 - RECURSO ORDINARIO TRABALHISTA RO 00009588820155120005 SC 0000958-88.2015.5.12.0005 (TRT-12)
Data de publicação: 29/03/2016
Ementa: INTERVALO INTERJORNADA. Desrespeitado o intervalo interjornadas previsto no art. 66 da CLT, sob pena de beneficiamento do infrator, há de ser adotada, por analogia fática e jurídica, a regra prevista no § 4º do artigo 71 da CLT. Pela finalidade do período intervalar, o tempo não observado para descanso deve ser remunerado extraordinariamente, sendo devido ao valor-hora acrescido do adicional. Aplicação da Orientação Jurisprudencial n. 355 da SDI-1 do TST.
Encontrado em: 
SC 0000958-88.2015.5.12.0005 (TRT-12) AMARILDO CARLOS DE LIMA
Ementa 2
TRT-12 - RECURSO ORDINARIO TRABALHISTA RO 00007136920145120019 SC 0000713-69.2014.5.12.0019 (TRT-12) 
Data de publicação: 06/10/2015
Ementa: INTERVALO INTERJORNADA. DESRESPEITO O desrespeito ao intervalo mínimo interjornada previsto no art. 66 da CLT acarreta, por analogia, os mesmos efeitos previstos no § 4° do art. 71 da CLT e na Súmula n° 110 do TST, devendo-se pagar a integralidade das horas que foram subtraídas do intervalo, acrescidas do respectivo adicional.
Encontrado em: SC 0000713-69.2014.5.12.0019 (TRT-12) NARBAL ANTÔNIO DE MENDONÇA FILETI
Horas Extras
	Trabalho realizado em sobre tempo à jornada normal do empregado, seja ela legal ou convencional.
	Existem várias correntes apontadas pela Doutrina a respeito da hora extra. Há quem veja como “sobre carga à hora normal” outros como um “sobres salário” ou, ainda, como um “adicional à hora trabalhada com natureza indenizatória”. A tese que prevalece atribuiu às horas extras a natureza de salário.
	As horas extras habituais, assim consideradas, aquelas prestadas, pelo menos durante um ano ao mesmo empregador (súmula 291 do TST), incorporam-se a remuneração para fins de indenização (Súmula 24 TST), gratificação Natalina (Súmula 45 TST), aviso prévio (art.487, § 5ºda CLT), repouso semanal e feriado (art. 7º da lei nº 605, de 1949 e Súmula 172 TST), FGTS incide no cálculo independe se for habitual ou eventual. As Extras habituais também incorporam no cálculo das férias e do terço constitucional (art. 142 §5º, da CLT).
Cálculo das horas extras. Comissionistas, Salário fixo, Salário variável e Salário misto.
	O cálculo das horas extra é feito tomando base à remuneração mensal (incluindo-se os adicionais habituais, de insalubridade ou periculosidade e noturno, conforme súmulas nº 132 e 60 do TST e dividindo-a por 220 hs. O quociente obtido equivale a hora normal, a qual será acrescido 50% pelo menos. O divisor 220 foi obtido tomando-se as 44 hs semanais dividindo por 6 e multiplicando por 30 dias, que é um mês. Exemplo: Um funcionário que recebe salário de R$1320,00 por mês, terá o valor de sua hora extra calculado da seguinte forma: 1320: 220= 6 que é o valor da hora normal, a qual será acrescido o adicional de 50%, pelo menos pois poderá haver percentual superior em norma coletiva. Logo a hora extra é 6 + (6X0,50) = 9, sendo assim o valor da hora extra é de R$ 9,00.
	Em se tratando de comissionista (súmula 340 do TST) ou de empregado que recebe por produção (Orientação jurisprudencial n.235 da SDI-1 do TST), sujeito a controle de horário, o cálculo da hora extra (hora normal + 50% da hora normal, pelo menos), de início é feito pressupondo que a hora normal já é remunerada pela comissão da venda realizada no período extraordinário.
	Se o Empregado recebe salário misto, constituído de importância fixa e variável (comissões), fará jus às horas extras constituídas de hora normal, acrescida do adicional de no mínimo de 50% em relação ao valor fixo. Já no tocante à parte variável, ser-lhe-á devido apenas o adicional de horas extras, tendo-se em vista que a hora normal já foi paga com as comissões auferidas (Orientação jurisprudencial n. 397 da SDI-1 do TST).
	As horas extras habitualmente prestadas, durante pelo menos um ano incorporam-se à remuneração do empregado para os efeitos legais. Entretanto, o TST, por meio da súmula n.291, autoriza a sua supressão, desde que o empregador pague uma indenização ao empregado correspondente ao valor de um mês de horas extras suprimidas, total ou parcialmente, multiplicado pelo número de anos em que prestou serviço além da jornada normal. Considerando o ano para esse fim, fraçãoigual ou superior a seis meses.
	Minutos que antecedem ou sucedem a jornada, não serão descontados nem computados como jornada extraordinária, as variações de horário no registro ponto não excedentes a cinco minutos, observado o limite máximo de 10 minutos diários (art. 58 § 1º, da CLT). Excedendo o limite Máximo será considerado como extra a totalidade do tempo, não importando a atividade desenvolvida ao longo do tempo residual (troca de uniforme, lanche, higiene pessoal, etc.) entendimento adotado pelo TST na súmula nº 366.
Em regra, os empregados contratados na modalidade de regime de tempo parcial (cuja duração não excede a 25 (vinte e cinco horas) semanais) não podem prestar horas extraordinárias. 
Tratando-se de empregado doméstico, há uma exceção. 
Nesse caso, a duração normal do trabalho do empregado doméstico em regime de tempo parcial pode ser acrescida de horas suplementares, em número não excedente a 1 (uma) hora diária, mediante acordo escrito entre empregador e empregado, com o limite máximo de 6 (seis) horas diárias. 
Fundamentação: ” caput” 2 § 4º do art. 59 da CLT; §§ 2º e 3º do art.2º e § 2º do art. 3º da lei complementar nº 150/2015.
Ementas pesquisadas:
RO 0003879-20.2015.5.12.0005(PDF)
	(...) 02h16min, sendo considerado como extra apenas nove (...) bem como diferenças de horas extras pela imple (...) mentação da hora noturna reduzida com (...) 
· Ementa: HORAS EXTRAORDINÁRIAS. MINUTOS QUE ANTECEDEM E SUCEDEM A JORNADA DE TRABALHO. § 1º DO ART. 58 DA CLT E SÚMULA 366 DO C. TST. De acordo com o § 1º do art. 58 da CLT e a jurisprudência do TST, consubstanciada na Súmula nº 366, não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário do registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários. Contudo, se ultrapassado esse limite, será considerado como extra a totalidade do tempo que exceder a jornada normal.  
· Local: SECRETARIA DA 3A TURMA 
· Publicação: 27/10/2016 
· Desembargador (a): GISELE PEREIRA ALEXANDRINO
		Comentário a ação acima mencionada, é exemplo no que diz a lei no Art. 58 § 1º da CLT - Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários.  O que fez a Desembargadora GISELE PEREIRA ALEXANDRINO ser a favor do Autor JADIR NILDO CORRÊA FILHO., e condenando o Réu BRADO LOGÍSTICA S/A, pois a condenada não computou o tempo que excedeu os 10 minutos máximos diários durante a jornada de trabalho de alguns dias, vindo assim a indenizar.
	
	
RO 03833-2009-026-12-85-9
	HORAS EXTRAS. ATIVIDADE EX- (...) jus ao pagamento de horas extras o em- pregado que desenvolve serviço exter- (...) 
· Ementa: HORAS EXTRAS. ATIVIDADE EXTERNA. De acordo com a regra excepcionadora do art. 62, I, da CLT, não faz jus ao pagamento de horas extras o empregado que desenvolve serviço externo, sem fiscalização da jornada de trabalho, quando esta se mostra impassível de controle efetivo pelo empregador.  
· Local: SECRETARIA DA 3A TURMA 
· Publicação: 27/10/2016 
· Desembargador (a): GISELE PEREIRA ALEXANDRINO 
	Comentário a ação acima mencionada, é exemplo no que diz a lei no Art. 62 , I -os empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no registro de empregados; (Incluído pela Lei nº 8.966, de 27.12.1994) sem fiscalização da jornada de trabalho, quando esta se mostra impassível de controle efetivo pelo empregador , as provas apresentadas pelo funcionário GENÉSIO ZIEM não apresentavam fatos concretos de horários que pudessem provar que ele estava trabalhando nos horários extraordinários não há como afastar o enquadramento do autor na hipótese exceção descrita no art. 62, I, da CLT.
 O que fez a Desembargadora GISELE PEREIRA ALEXANDRINO ser a favor do empregador FINA PROMOÇÕES E SERVIÇOS S.A E OUTROS.
	
Compensação Semanal 
art. 59, § 2º da CLT dispõe que por força de acordo ou convenção coletiva, poderá ser dispensado o acréscimo de salário, o excesso de horas em um dia que for compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo de 10 (dez) horas diárias.
A maior parte das empresas que trabalham de segunda a sexta o chamado "horário administrativo" acaba fazendo acordos com sindicatos da categoria profissional a fim de estabelecerem horários para compensar o sábado e assim completar a jornada de 44 horas semanais.
Quando não há compensação o horário normal de segunda a sexta é de 8h00min (totalizando 40h00min) mais as 4h00min no sábado, contabilizando a jornada normal de 44 horas semanais
Caso a empresa opte pela compensação, deverá distribuir a jornada de 4 horas do sábado durante a semana, o que pode gerar as seguintes jornadas (como exemplo), de acordo com o critério de cada empresa:
a) Jornada de 8h48min de segunda a sexta (sem trabalhar no sábado) = 44h00min semanais;
b) Jornada de 9h00min de segunda a quinta (36h00min) e jornada de 8h00min na sexta = 44h00min semanais;
É importante ressaltar que para haver a compensação é imprescindível que a empresa formalize em convenção ou acordo coletivo com o sindicato da categoria, cláusula convencional prevendo a compensação, a fim de se resguardar de qualquer condenação no pagamento de horas extras. A compensação de jornada sem a formalização gera a obrigação do pagamento da jornada extraordinária.
Ementas pesquisadas:
	2. Processo: Nº  0002480-16.2012.5.12.0019 
	
	Ementa: HORAS EXTRAS. COMPENSAÇÃO SEMANAL. A existência de acordo de compensação semanal válido, por meio do qual as partes ajustam a prestação de labor além de oito horas diárias para compensar o sábado não trabalhado pelo empregado, impõe sejam consideradas extras somente as horas que extrapolarem o limite semanal de 44 horas. 
	Imagem do Documento - Juiz Roberto Basilone Leite - Publicado no TRTSC/DOE em 07-07-2015
O processo acima mencionado alega a existência de vício formal no acordo de compensação, em razão da ausência de autorização prévia do Ministério do Trabalho e Emprego para o ajuste em atividade insalubre. O Juízo que legitimou o regime de compensação, porquanto autorizado pelas convenções coletivas da categoria vigente durante a contratualidade do reclamante, sem qualquer irregularidade capaz de gerar a sua nulidade.
Assim, presume-me a regularidade do acordo de compensação constante dos instrumentos coletivos
Acostados aos autos, na medida em que, se houvesse irregularidade, não teria sido concedido o registro pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Ademais, não há alegação de afronta ao art. 614 da CLT.
O Art. 614 CLT - Os Sindicatos convenentes ou as empresas acordantes promoverão, conjunta ou separadamente, dentro de 8 (oito) dias da assinatura da Convenção ou Acordo, o depósito de uma via do mesmo, para fins de registro e arquivo, no Departamento Nacional do Trabalho, em se tratando de instrumento de caráter nacional ou interestadual, ou nos órgãos regionais do Ministério do Trabalho e Previdência Social, nos demais casos. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
§ 1º As Convenções e os Acordos entrarão em vigor 3 (três) dias após a data da entrega dos mesmos no órgão referido neste artigo. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
§ 2º Cópias autênticas das Convenções e dos Acordos deverão ser afixadas de modo visível, pelos Sindicatos convenentes, nas respectivas sedes e nos estabelecimentos das empresas compreendidas no
Seu campo de aplicação, dentro de 5 (cinco) dias da data do depósito.
Não cabe a indenização da hora compensadas a qual foi negado provimento mantida a decisão do Juízo de primeiro grau.
	1. Processo: Nº  0004661-67.2014.5.12.0003 
	
	Ementa: MINEIRO DE SUBSOLO. HORAS EXTRAS. COMPENSAÇÃO SEMANAL. O acordo de compensaçãosemanal estabelecido por meio de norma coletiva, com base na qual as partes ajustam a prestação de labor do mineiro de subsolo além de seis horas diárias para compensar o sábado não trabalhado, por constituir claro benefício ao trabalhador, comportará invalidação apenas quando comprovada a prestação habitual de horas extras, sobretudo nos dias destinados à compensação. 
	Imagem do Documento - Juiz Roberto Basilone Leite - Publicado no TRTSC/DOE em 14-03-2016
O processo acima mencionado de acordo com o art. 293 da CLT, a duração normal do trabalho efetivo para os empregados em minas de subsolo é de seis horas diárias ou 36 semanais.
O art. 295 da CLT, todavia, estabelece que essa jornada pode ser ampliada para até oito horas diárias,
Quando pactuada em acordo individual escrito entre empregado e empregador ou contrato coletivo de trabalho e autorizada pela autoridade competente.
A Constituição Federal, no inciso XXVI do art. 7º, por sua vez, reconhece a validade das convenções
E acordos coletivos e, no inciso XIII, legitima a compensação de horários mediante estipulação coletiva.
No caso em estudo foi convencionado da seguinte forma:
ALTERAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO/COMPENSAÇÃO DE HORAS
As partes CONTRATANTES resolvem de comum acordo alterar a jornada diária de trabalho dos empregados de subsolo, passando a mesma para 7 horas e 12 minutos diários, de segunda à sexta-feira (sem labor aos sábados), somando-se 36 horas semanais (para todos os trabalhadores de subsolo), já computados o tempo de intervalo intrajornada de 15minutos e que serão concedidos apenas uma vez por turno de trabalho, por não ser de interesse dos trabalhadores a permanência no sítio laboral para gozar do segundo intervalo e, para os trabalhadores de superfície, de 9 (nove) horas, das segundas às quintas-feiras e 8 (oito)horas às sextas-feiras, com 1 (uma) hora de intervalo intrajornada, totalizando 44(quarenta e quatro) horas semanais.
	A invalidação do regime compensatório ocorreria apenas se constatada a prestação habitual de horas extras, senão fosse dada à concessão do descanso nos dias destinados à compensação, hipótese, de fato, não evidenciada nos presentes autos.
Jornada de Trabalho 12x36 - Considerações Trabalhistas
A jornada de trabalho 12×36 foi motivo de muita controvérsia em um passado não muito distante. Parte da doutrina e jurisprudência eram contra, vez que a Constituição Federal limita expressamente, porém com ressalvas, a duração do trabalho não superior a oito horas diárias. De outro lado, a adoção e permissão do regime de escala era manifestação recorrente de diversas categorias profissionais e econômicas, principalmente, daqueles estabelecimentos que necessitam de trabalhadores de plantão, como por exemplo os profissionais de enfermagem e vigilância. Ainda que o tema tenha sido solucionado pelo Tribunal Superior do Trabalho, só é lícita essa jornada de trabalho quando certos requisitos forem observados. Caso contrário, as consequências ao empregador podem ser financeiramente pesadas, como veremos mais adiante.
Como funciona?
Como o próprio nome diz, o trabalhador realiza jornada de trabalho de 12 horas e folga nas 36 horas subsequentes, em uma espécie de compensação de jornada. Por exemplo: se na segunda-feira ele trabalhou das 10:00 às 22:00, seu próximo dia de trabalho será na quarta-feira, também das 10:00 às 22:00.
Vale lembrar que sempre deve ser concedido o intervalo intrajornada (almoço/jantar) de 01 hora, caso contrário são devidas horas extras pelo intervalo suprimido ou não concedido.
Requisitos para validade do trabalho 12×36.
Como dissemos, devem ser observados certo requisitos para ser considerada válida a jornada de trabalho. Isto porque, 12 horas de trabalho sobrecarrega desproporcionalmente o trabalhador, razão pela qual estipulou-se um período de descanso muito maior do que para os demais trabalhadores.
Mas quais são esses requisitos? Basicamente, ela deve ser prevista em lei ou ajustada mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho e a remuneração em dobro dos feriados trabalhados, como determina a Súmula 444 do TST:
Porém, mesmo havendo previsão nos instrumentos coletivos que permitam a escala de 12×36, na maior parte das vezes é necessário que o empregador formalize a jornada de trabalho em acordo individual com o trabalhador, pois somente nesta oportunidade é que ele expressa seu consentimento com o regime de trabalho.
Ementas 1 
TST - RECURSO DE REVISTA RR 1738003320085150071 (TST)
Data de publicação: 20/02/2015
Ementa: Tribunal Regional do Trabalho da 15.ª Região Recusou a Revisão. Da Jornada de trabalho de escala de 12X36. Prevista em lei municipal validado a súmula N. º 444 do TST.
Ementas 2
TRT-10 - Recurso Ordinário RO 1244201100310005 DF 01244-2011-003-10-00-5 RO (TRT-10)
Data de publicação: 30/03/2012
Ementa:  O TRT-10 - 1ª Turma. Cláusula que fixa o trabalhador realiza jornada de trabalho de 12 horas e folga nas 36 horas subsequentes. VALIDADE. Assegurada pela lei art. 7º, inc. XXVI, da CF e pela jurisprudência pacificada (Súmula nº 85 do TST).
Hipóteses que invalidam o trabalho de 12×36
1.A ressalva que fizemos acima é necessária pois, em muitos casos, a mesma cláusula que permite essa jornada de trabalho diferenciada, também determina que o trabalhador concorde e tenha ciência de que trabalhará 12 horas, como é o entendimento da jurisprudência atual:
Também é inválido quando houver prestação de horas extras habituais. Por exemplo: são realizadas as 12 horas de trabalho, porém com folgas de apenas 24 horas, quando deveriam ser concedidas folgas de 36 horas.
Vale lembrar que essas duas não são as únicas hipóteses, porém são as que ocorrem com maior frequência.
Ementas 1 
TST - AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA AIRR 5676720135090303 (TST)
Data de publicação: 21/11/2014
Ementa: Nega-se Disposição a transgressão mediante as quais se pretende demonstra aceitabilidade inscritos no art. 896 da CLT, não conseguem afirmar os fundamentos para a validade do ajuste da jornada de trabalho de 12 horas e folga nas 36 horas subsequentes.
Ementas 2
TST - AIRR 14754220125060013 (TST)
Data de publicação: 05/06/2015
Ementa: Na hipótese, ao considerar inválida a jornada de 12x32, em razão da ausência de lei ou ajuste exclusivamente mediante acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho, o regional decidiu em concordância com entendimento na Súmula 444 deste Tribunal.
Horas Extras
Sendo considerada inválida/ilícita a jornada de trabalho, é devido o pagamento de horas extras, com o adicional legal de 50% da hora normal, no mínimo, a partir das que ultrapassarem a 8ª hora diária e a 44ª hora semanal.
Bibliografia
Intervalo Intrajornada e Interjornada
Vade Mecum. 21° Edição. Editora Saraiva. 2016.
http://blogdocontabilis.blogspot.com.br/2012/09/o-que-e-intervalo-intrajornada-e.html
http://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=Intervalo+Intrajornada
http://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=Intervalo+Interjornada
Horas Extras, Compensação Semanal
Codex 2009, O mini Vade Mecum dos Códigos 2ª Edição. Editora Verbo Jurídico.
http://consultas.trt12.jus.br/SAP2/DocumentoListar.do?plocalConexao=sap2&ptipo=PDF&pidDoc=330104
http://consultas.trt12.jus.br/SAP2/DocumentoListar.do?plocalConexao=sap2&ptipo=PDF&pidDoc=330116
http://consultas.trt12.jus.br/doe/visualizarDocumento.do?acao=doc&acordao=true&id=316229
http://consultas.trt12.jus.br/doe/visualizarDocumento.do?acao=doc&acordao=true&id=302729
Sistema 12X36 Validade e Invalidade
http://www.jusbrasil.com.br/busca?q=TST+-+RECURSO+DE+REVISTA+RR+1738003320085150071+%28TST%29
http://trt-10.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/24368297/recurso-ordinario-ro-1244201100310005-df-01244-2011-003-10-00-5-ro-trt-10http://tst.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/153208863/agravo-de-instrumento-em-recurso-de-revista-airr-5676720135090303
http://tst.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/195433451/arr-14754220125060013/inteiro-teor-195433485
sap2
0
100
2001
2006
RO V 0413692
sap2
0
100
2001
2006
RO V 0484312

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