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Alfabeto Manual ou Datilologia Apostila Curso de Libras – rev. 07/2015 – Inilibras – direitos reservados. 1 História Durante muito tempo os surdos sofreram até alcançarem uma posição de independência e respeito, não só como ser humano, mas também quanto a sua forma de comunicação. Na velha Grécia os surdos não eram considerados como cidadãos, não tinham direitos, pois apenas aqueles que podiam falar possuíam direitos, razão e alma. Muitos surdos chegaram a ser mortos pelo simples fato de existirem e poderem contaminar a humanidade, como ocorreu em alguns lugares do mundo, durante a Idade Média. Muitos eram mortos ao nascer, ou até os três anos de idade, o que era uma determinação do Estado, visto que como não eram vistos como pessoas produtivas eram considerados um peso para o Estado, ou eram escondidos pelos pais pela vergonha de terem concebido uma criança fora dos padrões da época. Já no Egito, por exemplo, os surdos mereciam respeito, pois serviam de intermediários entre os faraós e os deuses. Por outro lado, de acordo com a Igreja, os surdos não possuíam alma, pois não tinham condições de receber os santos sacramentos, nem tinham o direito a heranças ou outros direitos de um cidadão. A história do surdo começou triste assim! De 1712 – 1719 surgiu na França, com o Abade Michel de L’Epée, a primeira escola para crianças surdas onde era utilizada a língua de sinais, ou seja, uma combinação dos sinais com a gramática francesa, para que o surdo pudesse ler, escrever e ter acesso à educação. O Abade sabia que a língua de sinais era a forma adequada para a educação. Segundo ele, na ausência da audição, o surdo encontraria na escrita sua principal forma de aprendizagem. Desse modo o surdo teria acesso não apenas à escolaridade básica, mas à literatura e outras formas de expressão cultural. Seu método fez sucesso. Em 1791 sua escola se transformou no Instituto Nacional de Surdos e Mudos de Paris, sendo dirigido pelo gramático Ambroise Sicard, seguidor de L’Epée. Surge na Alemanha, em 1950, a primeira escola pública baseada no método oral, e tinha apenas nove alunos. No século XIX, os Estados Unidos se destacaram na educação de surdos, utilizando a Língua Americana de Sinais, que sofreu a influência da Língua de Sinais Francesa trazida por Laurent Cler, um professor francês surdo, aluno de Ambroise Sicard, que fundou, junto com Thomas Gallaudet, a primeira escola americana para surdos. Em 1864 esta escola foi transformada em uma universidade para surdos. Os principais registros sobre pessoas que fizeram a diferença na história da Educação são: Girolamo Cardamo Pedro Ponce de León Ivan Pablo Bonet Charles Michel de L’Epée Samuel Heinicke Moritz Hill Thomas Gallaudet Ambroise Sicard Ferdinand Berthier Alexander Graham Bell Ovide Decroly Edward Miner Gallaudet Alexandre Graham Bell Havia uma divergência entre estes estudiosos quanto ao método mais adequado para se ensinar os Apostila Curso de Libras – rev. 07/2015 – Inilibras – direitos reservados. 2 surdos. Uns enfatizavam a língua falada (Método Oral Puro) e outros priorizavam a língua de sinais e o ensino da fala (Método Combinado). Em 1880, no Congresso Mundial de Professores de Surdos, em Milão, na Itália, chegou-se à conclusão que todos os surdos deveriam ser ensinados pelo Método Oral Puro, atendendo, assim, às exigências da época. Assim, a comunicação através da língua de sinais foi abolida por completo. Em 1856 chegou ao Brasil o professor Ernest Huet, professor francês surdo que usava o Método Combinado. Ele havia vindo ao Brasil a convite do Imperador D. Pedro II para trabalhar na educação de nossos surdos. Com o alfabeto francês e alguns sinais da Língua de Sinais Francesa, somados a alguns sinais próprios, os surdos brasileiros criaram a Língua de Sinais Brasileira. Em 26 de setembro de 1857 foi fundado o Instituto dos Surdos-Mudos do Rio de Janeiro, atual Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES. A. J. de Moura e Silva, um professor do INES, foi para a França em 1896 a fim de visitar o Instituto Francês de Surdos, a pedido do governo brasileiro e avaliar as decisões tomadas em Milão. Ele concluiu que o Método Oral Puro não era o mais adequado ao ensino. No século XX o número de escolas para surdos cresceu em todo o mundo. No Brasil surgiram o Instituto Santa Terezinha (SP), Escola Concórdia (RS), Escola de Surdos de Vitória (ES), Centro de Audição e Linguagem Ludovico Pavoni (DF), além de outras que, como o INES e outras escolas de surdos passaram a adotar o Método Oral. A garantia do direito de todos à educação, a integração de pessoas com deficiência e o aprimoramento das próteses permitiram que as crianças passassem a ser encaminhadas para as escolas regulares. No Brasil, as secretarias estaduais e municipais de educação passaram a coordenar o ensino de crianças com deficiências, surgindo, assim, as salas de recursos e classes especiais para surdos e algumas escolas especiais criadas com recursos públicos e privados. Com a garantia dos direitos de cidadãos, os surdos passaram a apresentar suas reivindicações, ou seja, o respeito à língua de sinais, ensino de qualidade, acesso aos meios de comunicação e serviços de interpretação, entre outros benefícios. Com os estudos sobre surdez, linguagem e educação ao final do século, os surdos assumiram a direção da única universidade para surdos do mundo, a Gallaudet University Library, em Washington, nos Estados Unidos, e passaram a divulgar a filosofia da comunicação total. Mais recentemente, com os avanços nas pesquisas e estudos sobre as línguas de sinais, a criança passou a ter acesso a duas línguas, ou seja, à língua de sinais e à Língua Portuguesa. A Declaração de Salamanca (1994) foi de fundamental importância para duas grandes determinações: a) As escolas devem ajustar-se a todas as crianças, independentemente de suas condições físicas, sociais, linguísticas e outras; A escola deve incluir as crianças com deficiência e/ou superdotadas, crianças de rua ou que trabalham, crianças de populações emigradas ou nômades, crianças de minorias linguísticas, étnicas ou culturais e crianças de áreas ou grupos desfavorecidos ou marginais. Apostila Curso de Libras – rev. 07/2015 – Inilibras – direitos reservados. 3 Como os surdos estão inseridos em duas comunidades, eles precisam ter contato com as duas línguas, ou seja, a língua de sinais e a língua oral de seu próprio país, para que, através do desbloqueio da comunicação, possam se desenvolver e participar da sociedade. Bibliografia: PACHECO, JONAS, et al., Curso Básico de Libras V. 8.0.8., 2008. RINALDI, GIUSEPPE, et al. Educação Especial Deficiência Auditiva, Série Atualidades Pedagógicas. Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Especial. Brasília: SEESP, 1997. INSTITUTO ETHOS. O que as empresas podem fazer pela inclusão das pessoas com deficiência. São Paulo: Instituto Ethos, maio/2002. WEBARTIGOS, GENIVALDO OLIVEIRA SANTOS FILHO, ROZILDA RAMOS DOS SANTOS OLIVEIRA, Comunidade Surda. 05/01/2011. CAPOVILLA, F. C. & RAPHAEL. W. D. Dicionário enciclopédico ilustrado trilíngue da Língua de Sinais Brasileira. São Paulo. Edusp, 2001 (nova edição em 2009). SARAIVA, N. T. A educação do cego-surdo no Brasil. In: Lente, v. VII, n. 21, jan/mar. 1963, p. 12-14 (“cego- surdo” ou “surdo-cego” como era escrito antigamente). FELTRIN. A . E. Inclusão social na escola: quando a pedagogia se encontra com a diferença. São Paulo, Paulinas, 2004. Apostila Curso de Libras – rev. 07/2015 – Inilibras – direitos reservados. 4 As Línguas de Sinais A comunidade surda desenvolveu uma linguagem visual, ou seja, não-verbal, para possibilitar a comunicação entre surdos e surdos e ouvintes. Temos outras estruturas não-verbais independentes, além da linguagem porsinais. Temos os gestos, desenhos ou cores. No caso dos surdos, temos a Libras, uma língua de modalidade gestual e visual que, como forma de comunicação, faz uso de gestos e expressões faciais que são percebidos pela visão, distinguindo-se, assim da língua Portuguesa, que é uma língua de modalidade oral e auditiva, pois utiliza, como meio de comunicação, sons articulados percebidos pelos ouvidos. Vale notar que as diferenças não estão apenas aí! As estruturas gramaticais destas duas línguas também são diferentes! Durante muito tempo a comunicação entre surdos ou entre surdos e ouvintes se dava por gestos ou dicas. À medida que a população surda cresceu, foi necessário trabalhar na padronização dos sinais, criando-se vocabulário e gramática próprios independentemente da linguagem comum. Note que “os surdos se comunicam por conceitos e não por palavras, o que significa que o sinal usa uma imagem visual que se parece com o conceito que representa” (MACHADO, 2008). No caso dos surdos brasileiros, temos a Libras, uma língua de modalidade gestual e visual, uma vez que incorpora gestos, expressões faciais, movimentos da cabeça e do corpo, além de espaço, que são percebidos pela visão, como forma de comunicação, distinguindo-se, assim da língua Portuguesa, que é uma língua de modalidade oral e auditiva, pois utiliza, como meio de comunicação, sons articulados percebidos pelos ouvidos. Vale notar que as diferenças não estão apenas aí! As estruturas gramaticais destas duas línguas também são diferentes! Embora a Libras faça uso de conceitos, ela possui um alfabeto datilológico, representado pelo uso das mãos para soletrar e que lembra a forma das letras do alfabeto. Este tipo de alfabeto é utilizado para palavras ou nomes que não possuem sinal. O alfabeto da Língua de Sinais Americana utiliza apenas uma das mãos para fazer os sinais. O alfabeto da Língua de Sinais Inglesa utiliza as duas mãos, muito embora as línguas sejam similares. Os sinais representam ideias, que se baseiam em uma imagem visual. Por exemplo, o sinal utilizado para expressar a palavra “gato”. Alguns sinais são representados por ações. Exemplificando, as palavras “leite” ou “café”, entre outras. Em outros casos, não existem explicações lógicas. Nota-se, também, que muitos sinais não apresentam variações desde sua criação. Outros até apresentam variações, porém não são aceitáveis, mantendo-se a forma original. Por exemplo, as expressões “tostar” ou o sinal indicativo de “surdo” (representado inicialmente pela orelha e boca). A língua de sinais não é universal. Cada país possui sua própria língua de sinais, muito embora possa ter sofrido influencias da língua de sinais de outro país. Recentemente tentou-se criar uma língua de sinais universal, ora conhecida como Gestuno. Esta língua difundiu a Federação Mundial dos Surdos em 1951. Em 1973 foi criado um sistema padrão de sinais com base nos sinais mais comuns de várias línguas. Chegou-se a cerca de 1500 sinais, porém o Gestuno não possui uma gramática própria, motivo pelo qual não vem a ser considerado como uma língua. O Gestuno mais é um sistema de sinais que foi utilizado para divulgar eventos internacionais, como jogos, festivais, etc. A expressão Gestuno tem origem no italiano e significa “unificação de sinais”. A Federação Mundial dos Surdos possui duas línguas de sinais oficiais, o inglês e o francês. O Gestuno é utilizado internamente. Apostila Curso de Libras – rev. 07/2015 – Inilibras – direitos reservados. 5 As línguas de sinais, a exemplo das línguas oralizadas, possuem entonação, dialetos e regionalismos. Por exemplo, a palavra “árvore” é expressa de três maneiras diferentes, considerando-se a Língua de Sinais Americana, Língua de Sinais Chinesa e Língua de Sinais Dinamarquesa. Resumindo, para os surdos o ensino deve-se basear na visão e não na audição. Trabalhar com o surdo requer paciência, o aprendizado de alguns sinais básicos da Libras, além de acreditar que o surdo pode se comunicar. Ao falar com o surdo, devemos falar de frente e usar frases curtas, com tom de voz normal, articulando bem as palavras, sem usar muitos gestos ou ter objetos na boca, para que o surdo possa fazer leitura labial. Se percebermos alguma dificuldade, recursos, como desenho, escrita, objetos ou adaptações, são de fundamental importância. Apostila Tradutor e Intérprete de Libras – rev. 07/2015 – Inilibras – direitos reservados. 1 TIPOS DE FRASE A Língua de Sinais utiliza as expressões faciais e corporais para estabelecer tipos de frases, como as entonações na língua portuguesa, por isso para perceber se uma frase em Libras está na forma afirmativa, interrogativa exclamativa, imperativa ou negativa precisa-se estar atento às expressões facial e corporal que são feitas simultaneamente com certos sinais ou com toda a frase. Abaixo, as características básicas das expressões faciais correspondentes aos tipos de frase: AFIRMATIVA: Expressão facial neutra ou ligeiro movimento com a cabeça para cima e para baixo. INTERROGATIVA: Sobrancelhas franzidas e ligeiro movimento da cabeça para cima. EXCLAMATIVA: Sobrancelhas levantadas, e ligeiro movimento da cabeça para cima e para baixo. IMPERATIVA: Sobrancelhas franzidas, movimento firme da cabeça para baixo. NEGATIVA: Caracterizada pelo movimento lateral da cabeça para um lado e para o outro, curiosamente existem pelo menos 4 formas de ser efetuada: 1 - Simultaneamente ao sinal, movimento negativo com a cabeça. Recomendado para a maioria dos casos de verbos invariáveis. Ex: conhecer, entender, fazer. 2 - Sinal com movimento contrário marcado pela orientação das mãos. Ex: gostar, querer e aceitar. 3 - Sinal próprio de negação. Ex: poder, ter, saber. 4 - Acréscimo do “NÃO” após o verbo, geralmente em casos de ênfase. Ocorre principalmente com verbos invariáveis e direcionais, e jamais nos casos 2 e 3. Ex: viver, aprender, ajudar Inilibras – direitos reservados ÁRVORE CASA CAFÉ ARBITRARIEDADE E ICONICIDADE DA LIBRAS A libras é uma língua visual-espacial baseada em sinais, e seus sinais são constituídos com base em dois parâmetros arbitrariedade e iconicidade. O QUE É UM ÍCONE? De acordo com MARTELOTTA1, “o ícone, por sua vez, tem uma natureza imagística, apresentando, portanto, propriedades que se assemelham ao objeto a que se refere. A fotografia de um indivíduo, por exemplo, é uma representação icônica desse indivíduo, assim como o mapa do Rio de Janeiro representa a cidade. Assim, um ícone é qualquer coisa que seja utilizada para designar algo que lhe seja semelhante em algum aspecto.”. Ou seja, a iconicidade é habilidade de conservar características em uma representação, seja um conceito abstrato ou um objeto concreto, e guarda em si particularidades desse objeto, por exemplo, no sinal de árvore, podemos ver que uma árvore da seguinte forma: antebraço formando o tronco e a mão aberta forma a copa da árvore. Exemplos: 1 MARTELOTTA, 2011, p. 73 Inilibras – direitos reservados O QUE É ARBITRARIEDADE? Arbitrariedade é o oposto à iconicidade, enquanto a os sinais icônicos seguem a lembrança do objeto (seja concreto ou abstrato) a arbitrariedade não segue padrão algum, o sinal é cunhado de forma tal e assim propagado e conservado. De acordo com o linguista Saussure, as palavras não têm necessidade de se relacionar com as imagens ou sons que representam. Nos exemplos acima podemos analisar que os sinais: DESCULPAR, EVITAR e IDADE, os três fazem uso da configuração de mão em Y, mas não representam forma alguma que lembre qualquer imagem. Resumindo...ICONICIDADE: o sinal tem semelhança com a imagem do objeto. ARBITRARIEDADE: são sinais que não mantêm nenhuma semelhança com o objeto. Referências Disponível em http://www.filologia.org.br/vii_sinefil/COMPLETOS/A%20iconicidade%20e%20arbitrari edade%20na%20Libras%20-%20VANESSA.pdf MARTELOTTA, Mário Eduardo et al. Manual de linguística. São Paulo: Contexto, 2011. SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de linguística geral. São Paulo: Cultrix, 2006. http://www.filologia.org.br/vii_sinefil/COMPLETOS/A%20iconicidade%20e%20arbitrariedade%20na%20Libras%20-%20VANESSA.pdf http://www.filologia.org.br/vii_sinefil/COMPLETOS/A%20iconicidade%20e%20arbitrariedade%20na%20Libras%20-%20VANESSA.pdf Apostila Libras – rev. 07/2015 – Inilibras – direitos reservados. 1 A SURDEZ Deficiência Auditiva (D.A.), termo técnico utilizado pela OMS - Organização Mundial de Saúde, significa a dificuldade de ouvir, ou seja, a diminuição da capacidade de percepção normal dos sons. O deficiente auditivo nem sempre se enquadra na cultura surda. O audiômetro é um instrumento utilizado para medir a sensibilidade auditiva. O nível de intensidade sonora é medido em decibel (dB). Testes podem ser realizados para determinar o grau de comprometimento da audição, que se classifica em níveis, como abaixo descrito. • Audição normal: de 0 a 15 dB • Surdez leve: de 16 a 40 dB • Surdez moderada: de 41 a 55 dB • Surdez acentuada – de 56 a 70 dB • Surdez severa – de 71 a 90 dB • Surdez profunda – acima de 91 dB A sensibilidade auditiva poderá ocorrer em um ouvido ou em ambos. “Surdo-mudo” O surdo não é necessariamente mudo. Surdez e mudez são duas deficiências. O surdo pode vir a falar, desde que seja estimulado e incentivado ou, até mesmo, tenha interesse em aprender a se comunicar oralmente. A ideia de que o surdo seja necessariamente mudo vem sendo adotada incorretamente ao longo dos tempos. Pode sim ocorrer que um surdo seja ao mesmo tempo mudo, porém o grupo de pessoas com duas deficiências constitui uma minoria. Pode, ainda, ocorrer o fato de um surdo ser oralizado, ou seja, consegue se expressar por palavras, habilidade essa adquirida com o suporte de fonoaudiólogos e outros profissionais. Os surdos, que tiveram ao seu alcance recursos e procedimentos formais de educação desde pequenos, utilizam a comunicação espaço-visual, ou a língua de sinais, como meio de conhecer o mundo. Surdo Dependendo do grau da perda auditiva, o uso de aparelho ou implante não trará nenhum ganho de audição para os surdos. Muitas vezes já nasceram com essa condição ou adquiriram a surdez antes de desenvolverem a oralidade. Por este motivo o surdo utiliza mais frequentemente a língua de sinais. Os surdos, que nunca tiveram acesso a educação e viveram isolados durante toda sua vida, acabaram criando gestos próprios de apoio para estabelecer uma forma básica, particular e limitada de comunicação, essencialmente voltada a sua sobrevivência no meio familiar. Não importa a circunstância, é preciso respeitar o surdo. Ao mesmo tempo em que se busca integrar o surdo ou qualquer outra pessoa com algum tipo de deficiência na sociedade, é Apostila Libras – rev. 07/2015 – Inilibras – direitos reservados. 2 imprescindível preparar a sociedade para conviver com estas pessoas para que as diferenças possam ser reduzidas. O direito a educação, a propagação de ideias de integração de pessoas com necessidades especiais e o aprimoramento das próteses fizeram com que as crianças surdas de diversos países fossem encaminhadas para escolas regulares. No Brasil, as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação passaram a coordenar o ensino das crianças com necessidades especiais, e surgiram as Salas de Recursos e Classes Especiais. Uma vez garantidos seus direitos, as pessoas com deficiência passaram a apresentar suas reivindicações que, no caso dos surdos, incluem o respeito à língua de sinais, ensino de qualidade, acesso aos meios de comunicação e serviços de intérpretes, entre outros. Com os estudos sobre surdez, linguagem e educação, já no final do século passado, os surdos assumiram a direção da única universidade para surdos do mundo – Gallaudet University Library, em Washington, nos Estados Unidos, e passaram a divulgar a Filosofia de Comunicação Total. Mais recentemente, os avanços nas pesquisas sobre as línguas de sinais vieram a defender o acesso precoce da criança a duas línguas, ou seja, à língua de sinais e à língua oral do país onde vive. Assim, foi imposta a Filosofia de Educação Bilíngue como forma de comunicação do surdo. IBGE - Censo 2010 Segundo o último Censo promovido pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 2010, verificou-se que a deficiência auditiva atinge 9,7 milhões de pessoas no Brasil. A perda total ou parcial da audição pode estar associada a doenças ou acidentes e apresenta-se em graus de severidade, o que irá determinar o tratamento apropriado. Hoje este número deve ser bastante diferente. Apostila Libras – rev. 07/2015 – Inilibras – direitos reservados. 3 ASPECTOS DA SURDEZ DEFICIÊNCIA AUDITIVA Entende-se por deficiência auditiva a incapacidade total ou parcial da audição, ou seja, a diminuição da capacidade de percepção normal dos sons, sendo considerado deficiente auditivo total aquele cuja audição não é funcional na vida comum (surdo) e parcialmente deficiente auditivo aquele cuja audição ainda é funcional fazendo ou não uso de prótese auditiva (hipoacústico). CLASSIFICA-SE UM INDIVÍDUO PARCIALMENTE DEFICIENTE QUANDO ELE: Apresenta surdez leve, ou seja, perda auditiva de quarenta decibéis. Isto significa que a voz fraca ou distante não é percebida e que nem todos os fonemas são distinguidos. É confundido como desatenção e este problema não impede a aquisição normal da linguagem, mas haverá dificuldade na leitura e escrita e problemas de articulação. Apresenta surdez moderada, ou seja, perda auditiva de quarenta a setenta decibéis. É necessário falar com certa intensidade para que o deficiente ouça. Poderá haver atraso de linguagem e alterações articulatórias bem como problemas linguísticos. CLASSIFICA-SE UM INDIVÍDUO DEFICIENTE AUDITIVO TOTAL QUANDO ELE: Apresenta surdez severa, com perda de setenta a noventa decibéis. Poderá até adquirir linguagem, mas será mais demorada e dependerá de muita estimulação e orientação dos pais. A aquisição será mais facilitada se o indivíduo tiver boa percepção visual. Apresenta surdez profunda, com perda de mais de noventa decibéis. É possível que adquira linguagem oral, mas com muito estímulo desde bebê. No passado, costumava-se pensar que o deficiente auditivo tinha também um déficit de inteligência, mas com a inclusão dos deficientes auditivos no âmbito escolar, provou-se que a não aprendizagem era decorrente da falta de estímulos e incentivo aos estudos. Este progresso ocorreu quando foram desenvolvidas as línguas de sinais. O conceito é dado de acordo com o grau de perda auditiva que é calculado através da intensidade necessária de amplificação de um som de modo que seja percebido pela pessoa deficiente. Essa amplificação é medida em decibéis. Apostila Libras – rev. 07/2015 – Inilibras – direitos reservados. 4 CAUSAS DA SURDEZ E DIAGNÓSTICOS A deficiência auditiva pode ser de origem congênita ou adquirida. É CONSIDERADA CONGÊNITA QUANDO AS CAUSAS SÃO: • Hereditariedade ou desordens genéticas. • Viroses maternas como sarampo, rubéola. • Doenças tóxicas, como toxoplasmose, sífilis. • Ingestão de medicamentos tóxicos durante a gravidez. • Drogas, alcoolismo. • Fator Rh. • Carências alimentares. • Pressão alta, diabetes. • Exposição à radiação, dentre outros. É CONSIDERADA ADQUIRIDA QUANDO AS CAUSAS SÃO: Infecção hospitalar. Meningite. Remédios tóxicos. Sarampo, caxumba. Exposição a ruídos muito altos. Traumatismos cranianos, dentre outros acometimentos físicos. Acredita-se que a cada mil nascimentos, uma criança nasce com surdez profunda, por isso a prevenção é de extrema importância. Em respeito à prevenção, deveriam ser feitas campanhas de vacinação, exames pré-nupciais, pré-natal, boas condições de parto e higiene, melhores condições de nutrição e programas de orientação às gestantes e mães. Em relação à assistência ao deficiente auditivo, deveria haver atendimento fonoaudiólogo e médico, estimulação precoce e acesso à Educação Infantil. O diagnóstico do indivíduo com deficiência auditiva pode ser proveniente de diversos exames, dentre eles: exame do ouvido, exame otorrinolaringológico, audiometria com reforço visual e variadas técnicas de avaliação da audição. A família é uma importante aliada para o diagnóstico precoce. Ela deve ficar atenta desde os primeiros meses de vida do bebê. O bebê desde muito cedo reage às vozes dos familiares, às músicas, a sons do ambiente, aos sons dos brinquedos, aos sons da televisão. Caso o bebê não demonstre reação a essas situações, é importante procurar auxílio médico. Quanto à criança, é importante notar a distância que ela assiste à televisão e a altura do som, se ela só se reporta a alguém quando está de frente, se apresenta problemas na escola, se não atende quando é chamada, se apresenta problemas na fala, enfim qualquer comportamento diferenciado que possa significar algum distúrbio. É importante salientar que qualquer diagnóstico feito precocemente é fundamental para um bom desenvolvimento educacional, social e psicológico da criança e que poderá proporcionar a ela uma vida normal. É importante ressaltar que a escola também tem um papel fundamental, pois Apostila Libras – rev. 07/2015 – Inilibras – direitos reservados. 5 dependendo da situação é a escola que notará possíveis problemas com a criança, cabendo a ela indicar o profissional adequado. O PAPEL DA FAMÍLIA A família é peça fundamental para a descoberta da deficiência, para o acompanhamento correto e necessário e para a integração do indivíduo na sociedade. Mas para que ocorra tudo isso de forma eficaz, é necessário que haja uma parceria com a escola e sociedade. O primeiro passo importante a ser dado está antes mesmo da gravidez. Como dito anteriormente os pais devem fazer exames pré-nupciais e a mulher deve vacinar-se contra rubéola, sarampo e outras doenças como também estar atenta ao fator Rh de seu sangue. Já estando grávida, a mulher deve alimentar-se bem, fazer o acompanhamento pré-natal correto, evitar a companhia de pessoas com doenças contagiosas e tomar medicamentos sob supervisão médica. Após o nascimento, os pais devem vacinar seu filho contra meningite, sarampo e caxumba, dar medicamentos sob supervisão médica e procurar um médico sempre que necessário. Entretanto, mesmo sob todos os cuidados, os pais devem ficar atentos ao desenvolvimento da criança, pois são eles que perceberão precocemente a surdez do filho. Os principais indícios de uma criança com deficiência auditiva são: Não reage ao barulho de porta batendo ou outros ruídos fortes, como música alta, gritaria, fogos de artifício etc.. Não atende quando chamada. Está sempre distraída ou desatenta. Atraso na fala (após dois anos de idade). Fala de modo incompreensível. Aparenta ter atraso no desenvolvimento neurológico e ou motor. Caso a criança apresente um ou mais desses indícios é recomendável procurar um médico. Após a criança ser diagnosticada como deficiente auditiva, os pais devem procurar assistência adequada para o acompanhamento dessa criança. Essa assistência engloba primeiramente os serviços fonoaudiológico, médico, educacional e psicológico. Estes atendimentos trabalharão imediatamente identificando e tratando a deficiência da criança, podendo proporcionar a ela um progresso e uma melhor qualidade de vida. Buscando essa melhoria na qualidade de vida da criança, os pais devem interagir ativamente com esses profissionais, pois só se consegue um progresso havendo um acompanhamento. Devido a isso, os pais devem estar sempre disponíveis a atender as necessidades de seu filho e colaborar no ambiente familiar com o que lhes é proposto pelos profissionais, já que várias atividades devem ser feitas continuamente. Os pais, também, podem procurar as associações de deficientes auditivos existentes em várias comunidades, onde são oferecidos palestras e acompanhamento profissional à criança e, inclusive, aos pais. Nessas comunidades também há a interação de indivíduos deficientes auditivos, onde são realizadas festas, confraternizações, reuniões periódicas e diversões entre os participantes. É importante ressaltar também que é necessário o acompanhamento psicológico aos pais, para que eles saibam lidar melhor com a deficiência de seu filho e para que possam também conversar sobre suas angústias, dúvidas. Apostila Libras – rev. 07/2015 – Inilibras – direitos reservados. 6 Se houver a integração família, comunidade, escola e demais profissionais, os benefícios proporcionados à criança serão bem mais positivos e desenvolvidos precocemente. CULTURA SURDA Assim como os ouvintes, o surdo possui uma forma de comunicação própria. Por preconceito, o surdo é considerado por alguns como um ser inferior. Contudo, é tão capaz quanto o ouvinte de aprender ou executar trabalhos. O texto a seguir descreve um pouco da cultura surda que, certamente, ajudará a compreender o mundo em que vivem os surdos e, ao mesmo tempo, facilitará o aprendizado da Libras. 1. Comunidades Os surdos de grandes centros urbanos costumam se reunir em grupos e constituir comunidades a fim de trocarem experiências entre si. Além de se divertirem, os surdos discutem assuntos de interesse, organizam passeios, festas ou eventos de integração. Muitos ouvintes fazem parte destas comunidades. Existem até mesmo sites de comunidades surdas de diferentes partes do Brasil e do mundo. 2. Educação Por falta de informação, muitos surdos não frequentam escolas e acabam aprendendo a se comunicar por conta própria, desenvolvendo sinais caseiros para garantir sua sobrevivência em casa, sem saber que existe um meio de comunicação formal para eles e, um mundo à sua espera. Por outro lado, há pais que, mais esclarecidos, aprendem os sinais para dar uma boa educação ao filho surdo desde pequeno, além de encaminhá-lo a escolas especializadas. Muitos surdos concluem um curso universitário, trabalham em grandes empresas ou dedicam-se ao ensino de outros surdos. 3. Trabalho Os surdos podem trabalhar como qualquer pessoa. Atuam em oficinas, supermercados, laboratórios, hospitais, escolas, área de vendas, etc. Com as ações recentemente promovidas na área de responsabilidade social, as portas das empresas de diferentes indústrias se abriram para as pessoas com deficiência, principalmente para os surdos, para que pudessem se integrar na sociedade, passando a ser cidadãos produtivos. Apostila Libras – rev. 07/2015 – Inilibras – direitos reservados. 7 4. Costumes Como qualquer pessoa, os surdos gostam de sair, conversar, reunir-se em festas ou em shoppings. Interagem entre si bem como com qualquer ouvinte, mantendo uma prosa animada e interessada. São curiosos e indiscretos por natureza, o que os motiva a fazer perguntas e questionamentos de ordem pessoal e particular sem nenhuma implicação negativa. Portanto, não se sintam constrangidos quando um surdo lhes fizer perguntas extremamente pessoais e saibam como lidar com isso de forma natural. 5. Comunicação Muitos surdos não conhecem o Português. Podem saber algumas palavras isoladas, mas a pronúncia, a escrita e a leitura são demasiadamente complexas para alguém que nunca escutou. Por esse motivo, os sinais se tornaram de suma importância para a comunicaçãocom o surdo ou entre surdos. Assim, por exemplo, para chamar a atenção de um surdo, normalmente se acena com as mãos ou coloca-se a mão levemente em seu ombro ou braço, ou, em sala de aula, acende-se e apaga-se a luz. 6. Internet Viver sem Internet, um celular ou um laptop é estar desconectado do mundo e distante das pessoas e da comunicação. Os surdos se adequaram muito bem a essa gama toda tecnológica, acompanhando sua evolução de perto e incorporando as novidades a cada dia inventadas como ferramentas de auxílio à comunicação. Com a evolução e a disponibilidade de educação formal e de ferramentas tecnológicas, o horizonte do surdo ganhou amplitude, permitindo-lhe ocupar espaço próprio no mundo moderno. Apostila Tradutor e Intérprete de Libras – rev. 07/2015 – Inilibras – direitos reservados BILINGUISMO, ORALISMO E COMUNICAÇÃO TOTAL Você já analisou qual a forma de comunicação que mais usa no seu dia a dia? Observe em todas as suas atividades diárias qual a maneira mais simples e rápida de se comunicar com as pessoas a sua volta? A comunicação entre as pessoas ouvintes se dá na maior parte do tempo de forma oral, e também escrita, temos vários idiomas, e meios de comunicação. E o indivíduo surdo, como se comunica? Sabemos que a libras é a sua língua natural, visto que é visio espacial, e o individuo surdo ‘ouve’ com os olhos, e se comunica com as mãos (libras) ou com a voz (língua portuguesa), como muitas famílias apoiam a oralização do surdo o processo de adaptação está cada vez mais comum. Imagine o desenvolvimento infantil, a aquisição da linguagem é parte fundamental nesse processo, o aprender as primeiras palavras é tão importante para a criança quanto pais dela, a emoção, e principalmente o estabelecimento da comunicação que antes era incompreensível como o choro se transforma em palavras e conceitos e a família consegue finalmente conversar. Nesse processo de desenvolvimento infantil a escola é pedra angular, e a criança ao aprender os signos linguísticos expande o seu mundo, consegue aprender conceitos pouco comuns no cotidiano familiar e das brincadeiras com os amigos, como ciência, história, arte, literatura, geografia, etc. A criança surda passa pelos mesmos processos, tem a mesma necessidade de comunicação e desenvolvimento intelectual e pessoal, e como a escola pode suprir essas necessidades? As abordagens comunicativas mais utilizadas são bilinguismo, oralismo e comunicação total, vamos entender cada uma delas. BILINGUISMO Para entender bilinguismo precisamos conceber o uso de duas para o ensino na escola, é importante pensar que todas as atividades da escola precisam se adaptar ao uso de duas línguas, que os funcionários precisam conhecer as línguas e os conteúdos precisam ser pensados em duas línguas. No nosso caso as línguas são língua portuguesa e libras. A educação bilíngue consiste, em primeiro lugar, na aquisição da língua de sinais, sua língua materna. Lacerda & Mantelatto (2000) afirmam que “o bilingüismo visa à exposição da criança surda à língua de sinais o mais precocemente possível, pois esta aquisição propiciará ao surdo um desenvolvimento rico e pleno de linguagem e, conseqüentemente, um desenvolvimento integral”. A comunidade dos surdos está inserida Apostila Tradutor e Intérprete de Libras – rev. 07/2015 – Inilibras – direitos reservados na grande comunidade de ouvintes que, por sua vez, caracteriza-se por fazer uso da linguagem oral e escrita1. Pontos positivos do bilinguismo: O surdo consegue se desenvolver bem, visto que os conteúdos são apresentados na sua língua natural, a libras, e os alunos tem uma completa inserção na comunidade surda, a interação entre pares semelhantes faz com que o aluno se sinta inserido e não seja o individuo diferente2. Através do estudo da língua portuguesa o surdo consegue ler textos e se comunicar, quando oralizado. Na opinião do professor surdo Cláudio Henrique Nunes Mourão, o bilinguismo é importante para que haja comunicação entre ouvintes e surdos, ”nós surdos somos uma minoria linguística com o uso da Língua de Sinais como primeira língua e Língua Portuguesa como segunda língua, então somos brasileiros e vivemos juntos no mesmo país e por isso a importância do bilinguismo que favorece a interação e participação de todas as pessoas para o pleno exercício da cidadania” 3. ORALISMO O oralismo é foi imposto como veículo primordial de comunicação para o surdo, no Congresso de Milão, em 1880, e ficou proibido que a educação dos surdos se desse através de sinais, essa determinação vigorou até a década de 60. O oralismo consiste em ensinar ao surdo como proferir as letras, as sílabas e os fonemas, para formação de palavras. Por meios de exercícios de repetição o surdo aprende as palavras, e por meio de aparelhos auditivos ele se condiciona a usar o tom certo para se comunicar. Para o sucesso do oralismo, de acordo com seus defensores alguns fatores precisam ser observados4: • Envolvimento e dedicação das pessoas que convivem com a criança no trabalho de reabilitação todas as horas do dia e todos os dias do ano. 1 Disponível em: http://www.ufrgs.br/psicoeduc/wiki/O_BILINGUISMO_APLICADO_%C3%80_EDUCA%C3%87%C3%83O_ ESPECIAL_DE_SURDOS acesso 10/08/2015. 2 (idem) Sobre as escolas regulares Cacau diz que “se uma criança surda iniciar na escola inclusão (regular), a aquisição da linguagem é precária e atrasa muito o aprendizado tornando a criança mais deficiente ainda. Ficará isolada por problemas de comunicação com ouvintes e as brincadeiras das crianças ouvintes são na maioria baseada em sons e não somente o visual”. 3 (ibidem) 4 Disponível em https://www.portaleducacao.com.br/fonoaudiologia/artigos/31756/oralismo-o-que-e acesso em 10/08/2015. http://www.ufrgs.br/psicoeduc/wiki/O_BILINGUISMO_APLICADO_%C3%80_EDUCA%C3%87%C3%83O_ESPECIAL_DE_SURDOS http://www.ufrgs.br/psicoeduc/wiki/O_BILINGUISMO_APLICADO_%C3%80_EDUCA%C3%87%C3%83O_ESPECIAL_DE_SURDOS https://www.portaleducacao.com.br/fonoaudiologia/artigos/31756/oralismo-o-que-e Apostila Tradutor e Intérprete de Libras – rev. 07/2015 – Inilibras – direitos reservados • Início da reabilitação o mais precocemente possível, ou seja, deve começar quando a criança nasce ou quando se descobre a deficiência. • Não oferecer qualquer meio de comunicação que não seja a modalidade oral. • A educação oral começa no lar e, portanto, requer a participação ativa da família, especialmente da mãe. • A educação oral requer participação de profissionais especializados como fonoaudiólogos e pedagogos especializados para atender sistematicamente o aluno e sua família. • A educação oral requer equipamentos especializados, como o aparelho de amplificação sonora individual. O surdo oralizado tem maior facilidade de comunicação com o as pessoas ouvintes. Todavia, a filosofia oralista descredita o uso de língua de sinais para a comunicação do indivíduo surdo, é preciso que o surdo se comunique unicamente com a voz e não use suas mãos, e compreenda somente lendo os lábios das pessoas ouvintes. COMUNICAÇÃO TOTAL A comunicação total chegou ao Brasil na década de 70, e prima pela plena desenvoltura do indivíduo surdo, seja através da oralização, da libras, da amplificação sonora, dos gestos e sinais. A comunicação total não é um método fechado, mas sim uma filosofia de ensino, que prima pelo estabelecimento da comunicação em sua totalidade e a valorização do indivíduo surdo, oralizado ou não. Alguns conceitos referentes à comunicação total5: 1. Comunicação total oposto do oralismo; 2. Utilização de qualquer recurso linguístico; 3. Uso de amplificação sonora individual; 4. Não é um método, é uma filosofia educacional; 5. Procura a comunicação eficiente; 6. Uso de códigos manuais com a língua oral O objetivo centralda comunição total é a recepção e decodificação da mensagem pelo receptor, ou seja, a comunicação. Dessa forma, podemos dizer que a comunicação total visa o entendimento e a interação entra as pessoas de todas as formas possíveis, e faz uso de quaisquer recursos disponíveis para que isso aconteça. 5 Disponível em http://www.portaleducacao.com.br/fonoaudiologia/artigos/31529/a-comunicacao- total-para-deficientes-auditivos acesso 10/08/2015 http://www.portaleducacao.com.br/fonoaudiologia/artigos/31529/a-comunicacao-total-para-deficientes-auditivos http://www.portaleducacao.com.br/fonoaudiologia/artigos/31529/a-comunicacao-total-para-deficientes-auditivos Apostila Tradutor e Intérprete de Libras – rev. 07/2015 – Inilibras – direitos reservados Mensagem CompreensãoReceptor Emissor COMUNICAÇÃO TOTAL Vamos refletir Em sua opinião, qual é a melhor forma de comunicação com o surdo? Como você acredita que será o uso da libras no futuro? Assista aos vídeos indicados como material extra e analise o processo de desenvolvimento e educação dos surdos apresentados. 24/03/2015 Decreto nº 5626 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20042006/2005/decreto/d5626.htm 1/8 Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos DECRETO Nº 5.626, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2005. Regulamenta a Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais Libras, e o art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, e no art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000, DECRETA: CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 1o Este Decreto regulamenta a Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, e o art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Art. 2o Para os fins deste Decreto, considerase pessoa surda aquela que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais Libras. Parágrafo único. Considerase deficiência auditiva a perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas freqüências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz. CAPÍTULO II DA INCLUSÃO DA LIBRAS COMO DISCIPLINA CURRICULAR Art. 3o A Libras deve ser inserida como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério, em nível médio e superior, e nos cursos de Fonoaudiologia, de instituições de ensino, públicas e privadas, do sistema federal de ensino e dos sistemas de ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. § 1o Todos os cursos de licenciatura, nas diferentes áreas do conhecimento, o curso normal de nível médio, o curso normal superior, o curso de Pedagogia e o curso de Educação Especial são considerados cursos de formação de professores e profissionais da educação para o exercício do magistério. § 2o A Libras constituirseá em disciplina curricular optativa nos demais cursos de educação superior e na educação profissional, a partir de um ano da publicação deste Decreto. CAPÍTULO III DA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LIBRAS E DO INSTRUTOR DE LIBRAS Art. 4o A formação de docentes para o ensino de Libras nas séries finais do ensino fundamental, no ensino médio e na educação superior deve ser realizada em nível superior, em curso de graduação de licenciatura plena em Letras: Libras ou em Letras: Libras/Língua Portuguesa como segunda língua. Parágrafo único. As pessoas surdas terão prioridade nos cursos de formação previstos no caput. Art. 5o A formação de docentes para o ensino de Libras na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental deve ser realizada em curso de Pedagogia ou curso normal superior, em que Libras e Língua Portuguesa escrita tenham constituído línguas de instrução, viabilizando a formação bilíngüe. § 1o Admitese como formação mínima de docentes para o ensino de Libras na educação infantil e nos http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L10098.htm#art18 http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%205.626-2005?OpenDocument http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10436.htm 24/03/2015 Decreto nº 5626 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20042006/2005/decreto/d5626.htm 2/8 anos iniciais do ensino fundamental, a formação ofertada em nível médio na modalidade normal, que viabilizar a formação bilíngüe, referida no caput. § 2o As pessoas surdas terão prioridade nos cursos de formação previstos no caput. Art. 6o A formação de instrutor de Libras, em nível médio, deve ser realizada por meio de: I cursos de educação profissional; II cursos de formação continuada promovidos por instituições de ensino superior; e III cursos de formação continuada promovidos por instituições credenciadas por secretarias de educação. § 1o A formação do instrutor de Libras pode ser realizada também por organizações da sociedade civil representativa da comunidade surda, desde que o certificado seja convalidado por pelo menos uma das instituições referidas nos incisos II e III. § 2o As pessoas surdas terão prioridade nos cursos de formação previstos no caput. Art. 7o Nos próximos dez anos, a partir da publicação deste Decreto, caso não haja docente com título de pósgraduação ou de graduação em Libras para o ensino dessa disciplina em cursos de educação superior, ela poderá ser ministrada por profissionais que apresentem pelo menos um dos seguintes perfis: I professor de Libras, usuário dessa língua com curso de pósgraduação ou com formação superior e certificado de proficiência em Libras, obtido por meio de exame promovido pelo Ministério da Educação; II instrutor de Libras, usuário dessa língua com formação de nível médio e com certificado obtido por meio de exame de proficiência em Libras, promovido pelo Ministério da Educação; III professor ouvinte bilíngüe: Libras Língua Portuguesa, com pósgraduação ou formação superior e com certificado obtido por meio de exame de proficiência em Libras, promovido pelo Ministério da Educação. § 1o Nos casos previstos nos incisos I e II, as pessoas surdas terão prioridade para ministrar a disciplina de Libras. § 2o A partir de um ano da publicação deste Decreto, os sistemas e as instituições de ensino da educação básica e as de educação superior devem incluir o professor de Libras em seu quadro do magistério. Art. 8o O exame de proficiência em Libras, referido no art. 7o, deve avaliar a fluência no uso, o conhecimento e a competência para o ensino dessa língua. § 1o O exame de proficiência em Libras deve ser promovido, anualmente, pelo Ministério da Educação e instituições de educação superior por ele credenciadas para essa finalidade. § 2o A certificação de proficiência em Libras habilitará o instrutor ou o professor para a função docente. § 3o O exame de proficiência em Libras deve ser realizado por banca examinadora de amplo conhecimento em Libras, constituída por docentes surdos e lingüistas de instituições de educação superior. Art. 9o A partir da publicação deste Decreto, as instituições de ensino médio que oferecem cursos de formação para o magistério na modalidade normal e as instituições de educaçãosuperior que oferecem cursos de Fonoaudiologia ou de formação de professores devem incluir Libras como disciplina curricular, nos seguintes prazos e percentuais mínimos: I até três anos, em vinte por cento dos cursos da instituição; II até cinco anos, em sessenta por cento dos cursos da instituição; III até sete anos, em oitenta por cento dos cursos da instituição; e IV dez anos, em cem por cento dos cursos da instituição. Parágrafo único. O processo de inclusão da Libras como disciplina curricular deve iniciarse nos cursos de Educação Especial, Fonoaudiologia, Pedagogia e Letras, ampliandose progressivamente para as demais licenciaturas. 24/03/2015 Decreto nº 5626 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20042006/2005/decreto/d5626.htm 3/8 Art. 10. As instituições de educação superior devem incluir a Libras como objeto de ensino, pesquisa e extensão nos cursos de formação de professores para a educação básica, nos cursos de Fonoaudiologia e nos cursos de Tradução e Interpretação de Libras Língua Portuguesa. Art. 11. O Ministério da Educação promoverá, a partir da publicação deste Decreto, programas específicos para a criação de cursos de graduação: I para formação de professores surdos e ouvintes, para a educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental, que viabilize a educação bilíngüe: Libras Língua Portuguesa como segunda língua; II de licenciatura em Letras: Libras ou em Letras: Libras/Língua Portuguesa, como segunda língua para surdos; III de formação em Tradução e Interpretação de Libras Língua Portuguesa. Art. 12. As instituições de educação superior, principalmente as que ofertam cursos de Educação Especial, Pedagogia e Letras, devem viabilizar cursos de pósgraduação para a formação de professores para o ensino de Libras e sua interpretação, a partir de um ano da publicação deste Decreto. Art. 13. O ensino da modalidade escrita da Língua Portuguesa, como segunda língua para pessoas surdas, deve ser incluído como disciplina curricular nos cursos de formação de professores para a educação infantil e para os anos iniciais do ensino fundamental, de nível médio e superior, bem como nos cursos de licenciatura em Letras com habilitação em Língua Portuguesa. Parágrafo único. O tema sobre a modalidade escrita da língua portuguesa para surdos deve ser incluído como conteúdo nos cursos de Fonoaudiologia. CAPÍTULO IV DO USO E DA DIFUSÃO DA LIBRAS E DA LÍNGUA PORTUGUESA PARA O ACESSO DAS PESSOAS SURDAS À EDUCAÇÃO Art. 14. As instituições federais de ensino devem garantir, obrigatoriamente, às pessoas surdas acesso à comunicação, à informação e à educação nos processos seletivos, nas atividades e nos conteúdos curriculares desenvolvidos em todos os níveis, etapas e modalidades de educação, desde a educação infantil até à superior. § 1o Para garantir o atendimento educacional especializado e o acesso previsto no caput, as instituições federais de ensino devem: I promover cursos de formação de professores para: a) o ensino e uso da Libras; b) a tradução e interpretação de Libras Língua Portuguesa; e c) o ensino da Língua Portuguesa, como segunda língua para pessoas surdas; II ofertar, obrigatoriamente, desde a educação infantil, o ensino da Libras e também da Língua Portuguesa, como segunda língua para alunos surdos; III prover as escolas com: a) professor de Libras ou instrutor de Libras; b) tradutor e intérprete de Libras Língua Portuguesa; c) professor para o ensino de Língua Portuguesa como segunda língua para pessoas surdas; e d) professor regente de classe com conhecimento acerca da singularidade lingüística manifestada pelos alunos surdos; IV garantir o atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos surdos, desde a educação infantil, nas salas de aula e, também, em salas de recursos, em turno contrário ao da escolarização; V apoiar, na comunidade escolar, o uso e a difusão de Libras entre professores, alunos, funcionários, direção da escola e familiares, inclusive por meio da oferta de cursos; 24/03/2015 Decreto nº 5626 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20042006/2005/decreto/d5626.htm 4/8 VI adotar mecanismos de avaliação coerentes com aprendizado de segunda língua, na correção das provas escritas, valorizando o aspecto semântico e reconhecendo a singularidade lingüística manifestada no aspecto formal da Língua Portuguesa; VII desenvolver e adotar mecanismos alternativos para a avaliação de conhecimentos expressos em Libras, desde que devidamente registrados em vídeo ou em outros meios eletrônicos e tecnológicos; VIII disponibilizar equipamentos, acesso às novas tecnologias de informação e comunicação, bem como recursos didáticos para apoiar a educação de alunos surdos ou com deficiência auditiva. § 2o O professor da educação básica, bilíngüe, aprovado em exame de proficiência em tradução e interpretação de Libras Língua Portuguesa, pode exercer a função de tradutor e intérprete de Libras Língua Portuguesa, cuja função é distinta da função de professor docente. § 3o As instituições privadas e as públicas dos sistemas de ensino federal, estadual, municipal e do Distrito Federal buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como meio de assegurar atendimento educacional especializado aos alunos surdos ou com deficiência auditiva. Art. 15. Para complementar o currículo da base nacional comum, o ensino de Libras e o ensino da modalidade escrita da Língua Portuguesa, como segunda língua para alunos surdos, devem ser ministrados em uma perspectiva dialógica, funcional e instrumental, como: I atividades ou complementação curricular específica na educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental; e II áreas de conhecimento, como disciplinas curriculares, nos anos finais do ensino fundamental, no ensino médio e na educação superior. Art. 16. A modalidade oral da Língua Portuguesa, na educação básica, deve ser ofertada aos alunos surdos ou com deficiência auditiva, preferencialmente em turno distinto ao da escolarização, por meio de ações integradas entre as áreas da saúde e da educação, resguardado o direito de opção da família ou do próprio aluno por essa modalidade. Parágrafo único. A definição de espaço para o desenvolvimento da modalidade oral da Língua Portuguesa e a definição dos profissionais de Fonoaudiologia para atuação com alunos da educação básica são de competência dos órgãos que possuam estas atribuições nas unidades federadas. CAPÍTULO V DA FORMAÇÃO DO TRADUTOR E INTÉRPRETE DE LIBRAS LÍNGUA PORTUGUESA Art. 17. A formação do tradutor e intérprete de Libras Língua Portuguesa deve efetivarse por meio de curso superior de Tradução e Interpretação, com habilitação em Libras Língua Portuguesa. Art. 18. Nos próximos dez anos, a partir da publicação deste Decreto, a formação de tradutor e intérprete de Libras Língua Portuguesa, em nível médio, deve ser realizada por meio de: I cursos de educação profissional; II cursos de extensão universitária; e III cursos de formação continuada promovidos por instituições de ensino superior e instituições credenciadas por secretarias de educação. Parágrafo único. A formação de tradutor e intérprete de Libras podeser realizada por organizações da sociedade civil representativas da comunidade surda, desde que o certificado seja convalidado por uma das instituições referidas no inciso III. Art. 19. Nos próximos dez anos, a partir da publicação deste Decreto, caso não haja pessoas com a titulação exigida para o exercício da tradução e interpretação de Libras Língua Portuguesa, as instituições federais de ensino devem incluir, em seus quadros, profissionais com o seguinte perfil: I profissional ouvinte, de nível superior, com competência e fluência em Libras para realizar a interpretação das duas línguas, de maneira simultânea e consecutiva, e com aprovação em exame de proficiência, promovido pelo Ministério da Educação, para atuação em instituições de ensino médio e de educação superior; 24/03/2015 Decreto nº 5626 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20042006/2005/decreto/d5626.htm 5/8 II profissional ouvinte, de nível médio, com competência e fluência em Libras para realizar a interpretação das duas línguas, de maneira simultânea e consecutiva, e com aprovação em exame de proficiência, promovido pelo Ministério da Educação, para atuação no ensino fundamental; III profissional surdo, com competência para realizar a interpretação de línguas de sinais de outros países para a Libras, para atuação em cursos e eventos. Parágrafo único. As instituições privadas e as públicas dos sistemas de ensino federal, estadual, municipal e do Distrito Federal buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como meio de assegurar aos alunos surdos ou com deficiência auditiva o acesso à comunicação, à informação e à educação. Art. 20. Nos próximos dez anos, a partir da publicação deste Decreto, o Ministério da Educação ou instituições de ensino superior por ele credenciadas para essa finalidade promoverão, anualmente, exame nacional de proficiência em tradução e interpretação de Libras Língua Portuguesa. Parágrafo único. O exame de proficiência em tradução e interpretação de Libras Língua Portuguesa deve ser realizado por banca examinadora de amplo conhecimento dessa função, constituída por docentes surdos, lingüistas e tradutores e intérpretes de Libras de instituições de educação superior. Art. 21. A partir de um ano da publicação deste Decreto, as instituições federais de ensino da educação básica e da educação superior devem incluir, em seus quadros, em todos os níveis, etapas e modalidades, o tradutor e intérprete de Libras Língua Portuguesa, para viabilizar o acesso à comunicação, à informação e à educação de alunos surdos. § 1o O profissional a que se refere o caput atuará: I nos processos seletivos para cursos na instituição de ensino; II nas salas de aula para viabilizar o acesso dos alunos aos conhecimentos e conteúdos curriculares, em todas as atividades didáticopedagógicas; e III no apoio à acessibilidade aos serviços e às atividadesfim da instituição de ensino. § 2o As instituições privadas e as públicas dos sistemas de ensino federal, estadual, municipal e do Distrito Federal buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como meio de assegurar aos alunos surdos ou com deficiência auditiva o acesso à comunicação, à informação e à educação. CAPÍTULO VI DA GARANTIA DO DIREITO À EDUCAÇÃO DAS PESSOAS SURDAS OU COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA Art. 22. As instituições federais de ensino responsáveis pela educação básica devem garantir a inclusão de alunos surdos ou com deficiência auditiva, por meio da organização de: I escolas e classes de educação bilíngüe, abertas a alunos surdos e ouvintes, com professores bilíngües, na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental; II escolas bilíngües ou escolas comuns da rede regular de ensino, abertas a alunos surdos e ouvintes, para os anos finais do ensino fundamental, ensino médio ou educação profissional, com docentes das diferentes áreas do conhecimento, cientes da singularidade lingüística dos alunos surdos, bem como com a presença de tradutores e intérpretes de Libras Língua Portuguesa. § 1o São denominadas escolas ou classes de educação bilíngüe aquelas em que a Libras e a modalidade escrita da Língua Portuguesa sejam línguas de instrução utilizadas no desenvolvimento de todo o processo educativo. § 2o Os alunos têm o direito à escolarização em um turno diferenciado ao do atendimento educacional especializado para o desenvolvimento de complementação curricular, com utilização de equipamentos e tecnologias de informação. § 3o As mudanças decorrentes da implementação dos incisos I e II implicam a formalização, pelos pais e pelos próprios alunos, de sua opção ou preferência pela educação sem o uso de Libras. § 4o O disposto no § 2o deste artigo deve ser garantido também para os alunos não usuários da Libras. 24/03/2015 Decreto nº 5626 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20042006/2005/decreto/d5626.htm 6/8 Art. 23. As instituições federais de ensino, de educação básica e superior, devem proporcionar aos alunos surdos os serviços de tradutor e intérprete de Libras Língua Portuguesa em sala de aula e em outros espaços educacionais, bem como equipamentos e tecnologias que viabilizem o acesso à comunicação, à informação e à educação. § 1o Deve ser proporcionado aos professores acesso à literatura e informações sobre a especificidade lingüística do aluno surdo. § 2o As instituições privadas e as públicas dos sistemas de ensino federal, estadual, municipal e do Distrito Federal buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como meio de assegurar aos alunos surdos ou com deficiência auditiva o acesso à comunicação, à informação e à educação. Art. 24. A programação visual dos cursos de nível médio e superior, preferencialmente os de formação de professores, na modalidade de educação a distância, deve dispor de sistemas de acesso à informação como janela com tradutor e intérprete de Libras Língua Portuguesa e subtitulação por meio do sistema de legenda oculta, de modo a reproduzir as mensagens veiculadas às pessoas surdas, conforme prevê o Decreto no 5.296, de 2 de dezembro de 2004. CAPÍTULO VII DA GARANTIA DO DIREITO À SAÚDE DAS PESSOAS SURDAS OU COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA Art. 25. A partir de um ano da publicação deste Decreto, o Sistema Único de Saúde SUS e as empresas que detêm concessão ou permissão de serviços públicos de assistência à saúde, na perspectiva da inclusão plena das pessoas surdas ou com deficiência auditiva em todas as esferas da vida social, devem garantir, prioritariamente aos alunos matriculados nas redes de ensino da educação básica, a atenção integral à sua saúde, nos diversos níveis de complexidade e especialidades médicas, efetivando: I ações de prevenção e desenvolvimento de programas de saúde auditiva; II tratamento clínico e atendimento especializado, respeitando as especificidades de cada caso; III realização de diagnóstico, atendimento precoce e do encaminhamento para a área de educação; IV seleção, adaptação e fornecimento de prótese auditiva ou aparelho de amplificação sonora, quando indicado; V acompanhamento médico e fonoaudiológico e terapia fonoaudiológica; VI atendimento em reabilitação por equipe multiprofissional; VII atendimento fonoaudiológico às crianças, adolescentes e jovens matriculados na educação básica, por meio de ações integradas com aárea da educação, de acordo com as necessidades terapêuticas do aluno; VIII orientações à família sobre as implicações da surdez e sobre a importância para a criança com perda auditiva ter, desde seu nascimento, acesso à Libras e à Língua Portuguesa; IX atendimento às pessoas surdas ou com deficiência auditiva na rede de serviços do SUS e das empresas que detêm concessão ou permissão de serviços públicos de assistência à saúde, por profissionais capacitados para o uso de Libras ou para sua tradução e interpretação; e X apoio à capacitação e formação de profissionais da rede de serviços do SUS para o uso de Libras e sua tradução e interpretação. § 1o O disposto neste artigo deve ser garantido também para os alunos surdos ou com deficiência auditiva não usuários da Libras. § 2o O Poder Público, os órgãos da administração pública estadual, municipal, do Distrito Federal e as empresas privadas que detêm autorização, concessão ou permissão de serviços públicos de assistência à saúde buscarão implementar as medidas referidas no art. 3o da Lei no 10.436, de 2002, como meio de assegurar, prioritariamente, aos alunos surdos ou com deficiência auditiva matriculados nas redes de ensino da educação básica, a atenção integral à sua saúde, nos diversos níveis de complexidade e especialidades médicas. 24/03/2015 Decreto nº 5626 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20042006/2005/decreto/d5626.htm 7/8 CAPÍTULO VIII DO PAPEL DO PODER PÚBLICO E DAS EMPRESAS QUE DETÊM CONCESSÃO OU PERMISSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS, NO APOIO AO USO E DIFUSÃO DA LIBRAS Art. 26. A partir de um ano da publicação deste Decreto, o Poder Público, as empresas concessionárias de serviços públicos e os órgãos da administração pública federal, direta e indireta devem garantir às pessoas surdas o tratamento diferenciado, por meio do uso e difusão de Libras e da tradução e interpretação de Libras Língua Portuguesa, realizados por servidores e empregados capacitados para essa função, bem como o acesso às tecnologias de informação, conforme prevê o Decreto no 5.296, de 2004. § 1o As instituições de que trata o caput devem dispor de, pelo menos, cinco por cento de servidores, funcionários e empregados capacitados para o uso e interpretação da Libras. § 2o O Poder Público, os órgãos da administração pública estadual, municipal e do Distrito Federal, e as empresas privadas que detêm concessão ou permissão de serviços públicos buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como meio de assegurar às pessoas surdas ou com deficiência auditiva o tratamento diferenciado, previsto no caput. Art. 27. No âmbito da administração pública federal, direta e indireta, bem como das empresas que detêm concessão e permissão de serviços públicos federais, os serviços prestados por servidores e empregados capacitados para utilizar a Libras e realizar a tradução e interpretação de Libras Língua Portuguesa estão sujeitos a padrões de controle de atendimento e a avaliação da satisfação do usuário dos serviços públicos, sob a coordenação da Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, em conformidade com o Decreto no 3.507, de 13 de junho de 2000. Parágrafo único. Caberá à administração pública no âmbito estadual, municipal e do Distrito Federal disciplinar, em regulamento próprio, os padrões de controle do atendimento e avaliação da satisfação do usuário dos serviços públicos, referido no caput. CAPÍTULO IX DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 28. Os órgãos da administração pública federal, direta e indireta, devem incluir em seus orçamentos anuais e plurianuais dotações destinadas a viabilizar ações previstas neste Decreto, prioritariamente as relativas à formação, capacitação e qualificação de professores, servidores e empregados para o uso e difusão da Libras e à realização da tradução e interpretação de Libras Língua Portuguesa, a partir de um ano da publicação deste Decreto. Art. 29. O Distrito Federal, os Estados e os Municípios, no âmbito de suas competências, definirão os instrumentos para a efetiva implantação e o controle do uso e difusão de Libras e de sua tradução e interpretação, referidos nos dispositivos deste Decreto. Art. 30. Os órgãos da administração pública estadual, municipal e do Distrito Federal, direta e indireta, viabilizarão as ações previstas neste Decreto com dotações específicas em seus orçamentos anuais e plurianuais, prioritariamente as relativas à formação, capacitação e qualificação de professores, servidores e empregados para o uso e difusão da Libras e à realização da tradução e interpretação de Libras Língua Portuguesa, a partir de um ano da publicação deste Decreto. Art. 31. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 22 de dezembro de 2005; 184o da Independência e 117o da República. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Fernando Haddad Este texto não substitui o publicado no DOU de 23.12.2005 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/Decreto/D5296.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3507.htm 24/03/2015 Decreto nº 5626 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20042006/2005/decreto/d5626.htm 8/8 Apostila Libras – rev. 07/2015 – Inilibras – direitos reservados. 1 ESTRATÉGIAS PARA O APRENDIZADO DA LIBRAS Como pais, professores ou instrutores, ou chefes de surdos, você tem um papel de destaque na sua educação. É preciso encorajar a criança ou o adulto surdo e apoiá-los sempre, fazendo elogios e comentários construtivos. Proteção excessiva não é aconselhável, pois o surdo deve ser exposto e enfrentar desafios durante seu aprendizado de Libras para que possa crescer e amadurecer. O aprendizado mais efetivo é fruto de tentativas e erros, bem como da habilidade adquirida para desenvolver estratégias e contornar situações quando as coisas não saem conforme esperado. Criar oportunidades para o surdo se desenvolver é de suma importância para que ele se sinta mais confiante e tome gosto pela língua. As atividades podem ser as mais variadas para possibilitar o aprendizado de conceitos associados a números, medidas, porções, preparação de alimentos, planejamento de atividades semanais, preparação de lista de compras, supermercado, ou execução de qualquer tarefa, por mais complexa que venha a ser. O importante é fazer com que o surdo se familiarize com tudo aquilo que existe no mundo para que seu raciocínio e habilidades possam ser desenvolvidos. Como podem ver, as situações sobre as quais falamos aplicam-se tanto à educação de uma criança surda como de uma criança ouvinte. Ambas devem crescer integradas na sociedade, sabendo formar suas ideias e tomar suas próprias decisões, ou, resumidamente falando, possam ser adultos independentes, bem-sucedidos e incluídos na sociedade. Este módulo compreende, na verdade, uma sessão de treinamento especial inteiramente voltada para pais, cuidadores de surdos ou pessoas portadoras de alguma deficiência auditiva, bem como para indivíduos que, de uma forma ou outra, devem lidar com o surdo em um ambiente corporativo. Seguem algumas recomendações valiosas para o aluno de Libras e um apelo para que não desista de aprendê-la. 1. Evite dar nomes aos sinais. Procure associá-los a conceitos. 2. Não seja perfeccionista. No início as mãos não estão acostumadas com os movimentos, mas, depois, com a prática, os movimentos se tornam graciosos e delicados. 3. É importante ter amigos surdos, pois são estes os melhores professores! 4. Seja positivo e dedicado. 5. Usufrua dos materiais disponíveis para os surdos, como livros,filmes, etc. 6. Focalize o rosto de quem “fala “em Libras e não suas mãos. 7. Procure conhecer os regionalismos com os próprios surdos. 8. Nem sempre é possível encontrar o sinal que reflita exatamente o que quer dizer. Neste caso, procure usar o sinal que mais se aproxime da expressão desejada. 9. Os termos técnicos não terão sinais específicos. É preciso que escreva a expressão e explique todo o contexto para o surdo para que ele possa criar o sinal correspondente. Apostila Libras – rev. 07/2015 – Inilibras – direitos reservados. 2 PARÂMETROS DA LIBRAS A Libras tem sua estrutura gramatical organizada a partir de alguns parâmetros. Os sinais são iniciados a partir da combinação da forma da mão e de seu movimento, podendo ser estes a partir de um ponto no corpo ou um espaço onde são feitos. Os principais parâmetros que formarão os sinais na Libras são: 1. Configuração das Mãos (CM) São formas das mãos que têm sua origem na datilologia ou, ainda, outras formas feitas pela mão predominante (mão direita para os destros e mão esquerda para os canhotos), ou pelas duas mãos. São 61 as posições de configuração de mãos. Os sinais DESCULPAR, EVITAR e IDADE, por exemplo, possuem a mesma configuração de mão (letra Y). A diferença é que cada uma é produzida em um ponto diferente no corpo. Apostila Libras – rev. 07/2015 – Inilibras – direitos reservados. 3 CONFIGURAÇÃO DE MÃOS Apostila Libras – rev. 07/2015 – Inilibras – direitos reservados. 4 2. Ponto de Articulação (PA) Lugar onde incide a mão predominante configurada, ou seja, local onde é feito o sinal, podendo a mão tocar alguma parte do corpo ou estar em um espaço neutro (do meio do corpo até a cabeça) ou horizontal (à frente do emissor). 3. Movimento (M) Os sinais podem, ou não, ter um movimento. Por exemplo, PENSAR e EM-PÉ não são seguidos por movimento em oposição aos sinais EVITAR e TRABALHAR, que possuem movimento. A direcionalidade é outra característica do movimento. Tipos de direcionalidade: Apostila Libras – rev. 07/2015 – Inilibras – direitos reservados. 5 Quanto aos tipos, o movimento pode ser: • Retilíneo • Helicoidal • Circular • Semicircular • Sinuoso • Angular • Ida e Volta Apostila Libras – rev. 07/2015 – Inilibras – direitos reservados. 6 Orientação e Direção (OD) Os sinais possuem um padrão de direção e sua inversão pode significar a ideia de posição. Por exemplo, IR e VIR se opõem em relação a sua direção. Expressão Facial e/ou Corporal ou Não-Manuais As expressões faciais são essenciais para a língua de sinais, pois ajudam a entender e sentir a intensidade do que está sendo sinalizado. Os sentimentos que revelamos no tom de voz serão vistos pelo surdo em nosso rosto e em nossas expressões. Quando fazemos sinais alegres, é importante que estejamos com a expressão alegre; sinais tristes, com expressão triste, e assim por diante. Apostila Libras – rev. 07/2015 – Inilibras – direitos reservados. 1 LEGISLAÇÃO E ACESSIBILIDADE LEGISLAÇÃO Muito se vem fazendo no mundo para garantir o tratamento adequado às pessoas com deficiência. Alguns momentos de relevância no mundo encontram-se resumidos abaixo, como expostos na matéria. O que as Empresas podem fazer pela Inclusão das Pessoas com Deficiência, publicada pelo Instituto Ethos. . 1980: Estabelecida como a Década Internacional das Pessoas Deficientes. . 1981: Adotado pela ONU como o Ano Internacional das Pessoas com Deficiência. . 1983: Elaboração da Convenção 159 pela OIT. . 1990: Aprovação a ADA (Lei dos Deficientes dos Estados Unidos, aplicável a toda empresa com mais de quinze empregados. . 1992: Estabelecida a data de 3 de dezembro – Dia Internacional das Pessoas Portadoras de Deficiência da ONU. . 1994: Declaração de Salamanca (Espanha), tratando da educação especial. . 1995: A Inglaterra aprova legislação semelhante para empresas com mais de vinte empregados. . 1997: Tratado de Amsterdã, em que a União Europeia se compromete a facilitar a inserção e permanência nos mercados de trabalho. . 1999: Promulgada na Guatemala a Convenção Interamericana para a eliminação de todas as formas de discriminação contra as pessoas com deficiência. . 2002: Realizado em março o Congresso Europeu sobre Deficiência em Madri, que estabeleceu 2003 como o Ano Europeu das Pessoas com Deficiência. E muito se continua fazendo para integrar não apenas o surdo, mas também todas as pessoas com deficiência na sociedade. Com o Brasil não foi diferente. Além de ratificar os movimentos internacionais, em 1988 nossa Constituição passou a dar proteção às pessoas com deficiência, proibindo discriminações, definindo responsabilidades e garantindo o atendimento apropriado e o direito ao trabalho. Alguns momentos de relevância no Brasil encontram-se resumidos abaixo, ainda conforme matéria publicada pelo Instituto Ethos. Apostila Libras – rev. 07/2015 – Inilibras – direitos reservados. 2 . 1989: Elaboração da Lei 7.853, que referendou a Convenção 159 da OIT. Essa lei definiu os direitos das pessoas com deficiência, disciplinou a atuação do Ministério Público e criou a Corde (Coordenadoria Nacional para Integração das Pessoas Portadoras de Deficiência). . 1991: Criada a Lei nº 8.213, conhecida como Lei de Cotas, estabelece a contratação de pessoas com deficiência em empresas privadas com mais de cem funcionários, dispõe também sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social. . 1999: Edição do Decreto no. 3.298 regulamentando a Lei nº 7.853 - Fixou uma Política Nacional para a Integração de Pessoas Portadoras de Deficiência no mercado de trabalho e na sociedade. Traz a conceituação de deficiência e fixa os parâmetros de avaliação da deficiência física, auditiva, visual, mental e múltipla. . 2000: Sancionada a Lei nº 10.098, que estabelece normas e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. Legislação e Acessibilidade A legislação brasileira está entre as mais avançadas, em comparação com a legislação de outros países, e tem por objetivo garantir acesso irrestrito a todos os cidadãos, seja em termos de direitos como de condições físicas que venham a permitir à pessoa com deficiência poder ir e vir. O direito à acessibilidade vem exigindo do mercado não apenas uso de novas tecnologias, mas criatividade para que as empresas possam acompanhar as mudanças. O que temos hoje? Podemos citar os ajustes arquitetônicos e as atitudes tomadas para eliminar obstáculos para que as pessoas com deficiência possam exercer seu direito ao voto; a inclusão social nas telas do computador, permitindo que pessoas com deficiência visual possam ser facilmente integradas no mercado de trabalho; criação de novas tecnologias para facilitar a vida de tetraplégicos; sistemas elétricos inteligentes para guardar cadeiras de roda em carros; adaptações que permitem ao motorista dirigir com apenas um dedo; mudanças nos parâmetros das construções residenciais; ajustes no ambiente de trabalho e escolar, com a instalação de elevadores especiais para cadeirantes, instalação de rampas e barras de apoio, sinalização especial para a pessoa com deficiência visual e auditiva; ajustes nos meios de transporte público, entre outras mudanças. A acessibilidade chegou não apenas nas casas e no ambiente de trabalho, como também no esporte, lazer, entretenimento, na moda e até mesmo nos motéis e hotéis. Vale dizer que a sociedade vem modificando estruturas
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