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Alfabeto Manual ou Datilologia 
 
 
 
 
 
 
 
Apostila Curso de Libras – rev. 07/2015 – Inilibras – direitos reservados. 
1 
História 
 
Durante muito tempo os surdos sofreram até alcançarem uma posição de independência e respeito, 
não só como ser humano, mas também quanto a sua forma de comunicação. 
 
Na velha Grécia os surdos não eram considerados como cidadãos, não tinham direitos, pois apenas 
aqueles que podiam falar possuíam direitos, razão e alma. Muitos surdos chegaram a ser mortos 
pelo simples fato de existirem e poderem contaminar a humanidade, como ocorreu em alguns 
lugares do mundo, durante a Idade Média. Muitos eram mortos ao nascer, ou até os três anos de 
idade, o que era uma determinação do Estado, visto que como não eram vistos como pessoas produtivas 
eram considerados um peso para o Estado, ou eram escondidos pelos pais pela vergonha de terem 
concebido uma criança fora dos padrões da época. Já no Egito, por exemplo, os surdos mereciam 
respeito, pois serviam de intermediários entre os faraós e os deuses. Por outro lado, de acordo com 
a Igreja, os surdos não possuíam alma, pois não tinham condições de receber os santos 
sacramentos, nem tinham o direito a heranças ou outros direitos de um cidadão. A história do 
surdo começou triste assim! 
 
De 1712 – 1719 surgiu na França, com o Abade Michel de L’Epée, a primeira escola para crianças 
surdas onde era utilizada a língua de sinais, ou seja, uma combinação dos sinais com a gramática 
francesa, para que o surdo pudesse ler, escrever e ter acesso à educação. O Abade sabia que a língua 
de sinais era a forma adequada para a educação. Segundo ele, na ausência da audição, o surdo 
encontraria na escrita sua principal forma de aprendizagem. Desse modo o surdo teria acesso não 
apenas à escolaridade básica, mas à literatura e outras formas de expressão cultural. Seu método 
fez sucesso. Em 1791 sua escola se transformou no Instituto Nacional de Surdos e Mudos de Paris, 
sendo dirigido pelo gramático Ambroise Sicard, seguidor de L’Epée. Surge na Alemanha, em 1950, 
a primeira escola pública baseada no método oral, e tinha apenas nove alunos. 
 
No século XIX, os Estados Unidos se destacaram na educação de surdos, utilizando a Língua 
Americana de Sinais, que sofreu a influência da Língua de Sinais Francesa trazida por Laurent Cler, 
um professor francês surdo, aluno de Ambroise Sicard, que fundou, junto com Thomas Gallaudet, a 
primeira escola americana para surdos. Em 1864 esta escola foi transformada em uma universidade 
para surdos. 
Os principais registros sobre pessoas que fizeram a diferença na história da Educação são: 
 
Girolamo Cardamo 
Pedro Ponce de León 
Ivan Pablo Bonet 
Charles Michel de L’Epée 
Samuel Heinicke 
Moritz Hill 
Thomas Gallaudet 
Ambroise Sicard 
Ferdinand Berthier 
Alexander Graham Bell 
Ovide Decroly 
Edward Miner Gallaudet 
Alexandre Graham Bell 
Havia uma divergência entre estes estudiosos quanto ao método mais adequado para se ensinar os 
 
 
 
 
 
 
Apostila Curso de Libras – rev. 07/2015 – Inilibras – direitos reservados. 
2 
surdos. Uns enfatizavam a língua falada (Método Oral Puro) e outros priorizavam a língua de sinais 
e o ensino da fala (Método Combinado). Em 1880, no Congresso Mundial de Professores de Surdos, 
em Milão, na Itália, chegou-se à conclusão que todos os surdos deveriam ser ensinados pelo 
Método Oral Puro, atendendo, assim, às exigências da época. Assim, a comunicação através da 
língua de sinais foi abolida por completo. 
 
Em 1856 chegou ao Brasil o professor Ernest Huet, professor francês surdo que usava o Método 
Combinado. Ele havia vindo ao Brasil a convite do Imperador D. Pedro II para trabalhar na educação 
de nossos surdos. Com o alfabeto francês e alguns sinais da Língua de Sinais Francesa, somados a 
alguns sinais próprios, os surdos brasileiros criaram a Língua de Sinais Brasileira. Em 26 de setembro 
de 1857 foi fundado o Instituto dos Surdos-Mudos do Rio de Janeiro, atual Instituto Nacional de 
Educação de Surdos – INES. 
 
A. J. de Moura e Silva, um professor do INES, foi para a França em 1896 a fim de visitar o Instituto 
Francês de Surdos, a pedido do governo brasileiro e avaliar as decisões tomadas em Milão. Ele 
concluiu que o Método Oral Puro não era o mais adequado ao ensino. 
 
No século XX o número de escolas para surdos cresceu em todo o mundo. No Brasil surgiram o 
Instituto Santa Terezinha (SP), Escola Concórdia (RS), Escola de Surdos de Vitória (ES), Centro de 
Audição e Linguagem Ludovico Pavoni (DF), além de outras que, como o INES e outras escolas de 
surdos passaram a adotar o Método Oral. 
 
A garantia do direito de todos à educação, a integração de pessoas com deficiência e o 
aprimoramento das próteses permitiram que as crianças passassem a ser encaminhadas para as 
escolas regulares. 
 
No Brasil, as secretarias estaduais e municipais de educação passaram a coordenar o ensino de 
crianças com deficiências, surgindo, assim, as salas de recursos e classes especiais para surdos e 
algumas escolas especiais criadas com recursos públicos e privados. 
 
Com a garantia dos direitos de cidadãos, os surdos passaram a apresentar suas reivindicações, ou 
seja, o respeito à língua de sinais, ensino de qualidade, acesso aos meios de comunicação e serviços 
de interpretação, entre outros benefícios. Com os estudos sobre surdez, linguagem e educação ao 
final do século, os surdos assumiram a direção da única universidade para surdos do mundo, a 
Gallaudet University Library, em Washington, nos Estados Unidos, e passaram a divulgar a filosofia 
da comunicação total. 
 
Mais recentemente, com os avanços nas pesquisas e estudos sobre as línguas de sinais, a criança 
passou a ter acesso a duas línguas, ou seja, à língua de sinais e à Língua Portuguesa. A Declaração 
de Salamanca (1994) foi de fundamental importância para duas grandes determinações: 
 
a) As escolas devem ajustar-se a todas as crianças, independentemente de suas condições 
físicas, sociais, linguísticas e outras; 
 
A escola deve incluir as crianças com deficiência e/ou superdotadas, crianças de rua ou que 
trabalham, crianças de populações emigradas ou nômades, crianças de minorias linguísticas, 
étnicas ou culturais e crianças de áreas ou grupos desfavorecidos ou marginais. 
 
 
 
 
 
 
Apostila Curso de Libras – rev. 07/2015 – Inilibras – direitos reservados. 
3 
 
Como os surdos estão inseridos em duas comunidades, eles precisam ter contato com as duas 
línguas, ou seja, a língua de sinais e a língua oral de seu próprio país, para que, através do 
desbloqueio da comunicação, possam se desenvolver e participar da sociedade. 
 
 
Bibliografia: 
 
PACHECO, JONAS, et al., Curso Básico de Libras V. 8.0.8., 2008. 
 
RINALDI, GIUSEPPE, et al. Educação Especial Deficiência Auditiva, Série Atualidades 
Pedagógicas. Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Especial. 
Brasília: SEESP, 1997. 
 
INSTITUTO ETHOS. O que as empresas podem fazer pela inclusão das pessoas com deficiência. São 
Paulo: Instituto Ethos, maio/2002. 
 
WEBARTIGOS, GENIVALDO OLIVEIRA SANTOS FILHO, ROZILDA RAMOS DOS SANTOS OLIVEIRA, 
Comunidade Surda. 05/01/2011. 
 
CAPOVILLA, F. C. & RAPHAEL. W. D. Dicionário enciclopédico ilustrado trilíngue da Língua de 
Sinais Brasileira. São Paulo. Edusp, 2001 (nova edição em 2009). 
 
SARAIVA, N. T. A educação do cego-surdo no Brasil. In: Lente, v. VII, n. 21, jan/mar. 1963, p. 12-14 
(“cego- surdo” ou “surdo-cego” como era escrito antigamente). 
 
FELTRIN. A . E. Inclusão social na escola: quando a pedagogia se encontra com a diferença. São 
Paulo, Paulinas, 2004. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apostila Curso de Libras – rev. 07/2015 – Inilibras – direitos reservados. 
4 
As Línguas de Sinais 
 
A comunidade surda desenvolveu uma linguagem visual, ou seja, não-verbal, para possibilitar a 
comunicação entre surdos e surdos e ouvintes. Temos outras estruturas não-verbais 
independentes, além da linguagem porsinais. Temos os gestos, desenhos ou cores. No caso dos 
surdos, temos a Libras, uma língua de modalidade gestual e visual que, como forma de 
comunicação, faz uso de gestos e expressões faciais que são percebidos pela visão, distinguindo-se, 
assim da língua Portuguesa, que é uma língua de modalidade oral e auditiva, pois utiliza, como 
meio de comunicação, sons articulados percebidos pelos ouvidos. Vale notar que as diferenças não 
estão apenas aí! As estruturas gramaticais destas duas línguas também são diferentes! 
 
Durante muito tempo a comunicação entre surdos ou entre surdos e ouvintes se dava por gestos 
ou dicas. À medida que a população surda cresceu, foi necessário trabalhar na padronização dos 
sinais, criando-se vocabulário e gramática próprios independentemente da linguagem comum. 
Note que “os surdos se comunicam por conceitos e não por palavras, o que significa que o sinal usa 
uma imagem visual que se parece com o conceito que representa” (MACHADO, 2008). 
 
No caso dos surdos brasileiros, temos a Libras, uma língua de modalidade gestual e visual, uma vez 
que incorpora gestos, expressões faciais, movimentos da cabeça e do corpo, além de espaço, que 
são percebidos pela visão, como forma de comunicação, distinguindo-se, assim da língua 
Portuguesa, que é uma língua de modalidade oral e auditiva, pois utiliza, como meio de 
comunicação, sons articulados percebidos pelos ouvidos. Vale notar que as diferenças não estão 
apenas aí! As estruturas gramaticais destas duas línguas também são diferentes! 
 
Embora a Libras faça uso de conceitos, ela possui um alfabeto datilológico, representado pelo uso 
das mãos para soletrar e que lembra a forma das letras do alfabeto. Este tipo de alfabeto é utilizado 
para palavras ou nomes que não possuem sinal. O alfabeto da Língua de Sinais Americana utiliza 
apenas uma das mãos para fazer os sinais. O alfabeto da Língua de Sinais Inglesa utiliza as duas 
mãos, muito embora as línguas sejam similares. Os sinais representam ideias, que se baseiam em 
uma imagem visual. Por exemplo, o sinal utilizado para expressar a palavra “gato”. Alguns sinais são 
representados por ações. Exemplificando, as palavras “leite” ou “café”, entre outras. Em outros 
casos, não existem explicações lógicas. Nota-se, também, que muitos sinais não apresentam 
variações desde sua criação. Outros até apresentam variações, porém não são aceitáveis, 
mantendo-se a forma original. Por exemplo, as expressões “tostar” ou o sinal indicativo de “surdo” 
(representado inicialmente pela orelha e boca). 
 
A língua de sinais não é universal. Cada país possui sua própria língua de sinais, muito embora possa 
ter sofrido influencias da língua de sinais de outro país. 
 
Recentemente tentou-se criar uma língua de sinais universal, ora conhecida como Gestuno. Esta 
língua difundiu a Federação Mundial dos Surdos em 1951. Em 1973 foi criado um sistema padrão de 
sinais com base nos sinais mais comuns de várias línguas. Chegou-se a cerca de 1500 sinais, porém 
o Gestuno não possui uma gramática própria, motivo pelo qual não vem a ser considerado como 
uma língua. O Gestuno mais é um sistema de sinais que foi utilizado para divulgar eventos 
internacionais, como jogos, festivais, etc. A expressão Gestuno tem origem no italiano e significa 
“unificação de sinais”. A Federação Mundial dos Surdos possui duas línguas de sinais oficiais, o inglês 
e o francês. O Gestuno é utilizado internamente. 
 
 
 
 
 
 
Apostila Curso de Libras – rev. 07/2015 – Inilibras – direitos reservados. 
5 
 
As línguas de sinais, a exemplo das línguas oralizadas, possuem entonação, dialetos e regionalismos. 
Por exemplo, a palavra “árvore” é expressa de três maneiras diferentes, considerando-se a Língua 
de Sinais Americana, Língua de Sinais Chinesa e Língua de Sinais Dinamarquesa. 
 
Resumindo, para os surdos o ensino deve-se basear na visão e não na audição. Trabalhar com o 
surdo requer paciência, o aprendizado de alguns sinais básicos da Libras, além de acreditar que o 
surdo pode se comunicar. Ao falar com o surdo, devemos falar de frente e usar frases curtas, com 
tom de voz normal, articulando bem as palavras, sem usar muitos gestos ou ter objetos na boca, para 
que o surdo possa fazer leitura labial. Se percebermos alguma dificuldade, recursos, como desenho, 
escrita, objetos ou adaptações, são de fundamental importância. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apostila Tradutor e Intérprete de Libras – rev. 07/2015 – Inilibras – direitos reservados. 
1 
TIPOS DE FRASE 
A Língua de Sinais utiliza as expressões faciais e corporais para estabelecer tipos de 
frases, como as entonações na língua portuguesa, por isso para perceber se uma frase 
em Libras está na forma afirmativa, interrogativa exclamativa, imperativa ou negativa 
precisa-se estar atento às expressões facial e corporal que são feitas simultaneamente 
com certos sinais ou com toda a frase. 
 
Abaixo, as características básicas das expressões faciais correspondentes aos tipos de 
frase: 
 
 AFIRMATIVA: Expressão facial neutra ou ligeiro movimento com a cabeça para 
cima e para baixo. 
 
 INTERROGATIVA: Sobrancelhas franzidas e ligeiro movimento da cabeça para 
cima. 
 
 EXCLAMATIVA: Sobrancelhas levantadas, e ligeiro movimento da cabeça para 
cima e para baixo. 
 
 IMPERATIVA: Sobrancelhas franzidas, movimento firme da cabeça para baixo. 
 
 NEGATIVA: Caracterizada pelo movimento lateral da cabeça para um lado e para 
 o outro, curiosamente existem pelo menos 4 formas de ser efetuada: 
 
1 - Simultaneamente ao sinal, movimento negativo com a cabeça. 
Recomendado para a maioria dos casos de verbos invariáveis. 
Ex: conhecer, entender, fazer. 
 
2 - Sinal com movimento contrário marcado pela orientação das mãos. 
Ex: gostar, querer e aceitar. 
 
3 - Sinal próprio de negação. 
Ex: poder, ter, saber. 
 
4 - Acréscimo do “NÃO” após o verbo, geralmente em casos de ênfase. 
Ocorre principalmente com verbos invariáveis e direcionais, e jamais nos 
casos 2 e 3. 
Ex: viver, aprender, ajudar 
 
 
Inilibras – direitos reservados 
 
 
 
 
 
 
ÁRVORE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CASA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAFÉ 
 
 
 
 
ARBITRARIEDADE E ICONICIDADE DA LIBRAS 
A libras é uma língua visual-espacial baseada em sinais, e seus sinais são constituídos 
com base em dois parâmetros arbitrariedade e iconicidade. 
 
O QUE É UM ÍCONE? 
 
De acordo com MARTELOTTA1, “o ícone, por sua vez, tem uma natureza imagística, 
apresentando, portanto, propriedades que se assemelham ao objeto a que se refere. A 
fotografia de um indivíduo, por exemplo, é uma representação icônica desse indivíduo, 
assim como o mapa do Rio de Janeiro representa a cidade. Assim, um ícone é qualquer 
coisa que seja utilizada para designar algo que lhe seja semelhante em algum 
aspecto.”. 
Ou seja, a iconicidade é habilidade de conservar características em uma 
representação, seja um conceito abstrato ou um objeto concreto, e guarda em si 
particularidades desse objeto, por exemplo, no sinal de árvore, podemos ver que uma 
árvore da seguinte forma: antebraço formando o tronco e a mão aberta forma a copa 
da árvore. 
 
Exemplos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 MARTELOTTA, 2011, p. 73 
 
 
Inilibras – direitos reservados 
O QUE É ARBITRARIEDADE? 
 
Arbitrariedade é o oposto à iconicidade, enquanto a os sinais icônicos seguem a 
lembrança do objeto (seja concreto ou abstrato) a arbitrariedade não segue padrão 
algum, o sinal é cunhado de forma tal e assim propagado e conservado. De acordo com 
o linguista Saussure, as palavras não têm necessidade de se relacionar com as imagens 
ou sons que representam. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nos exemplos acima podemos analisar que os sinais: DESCULPAR, EVITAR e IDADE, os 
três fazem uso da configuração de mão em Y, mas não representam forma alguma que 
lembre qualquer imagem. 
 
Resumindo...ICONICIDADE: o sinal tem semelhança com a imagem do objeto. 
 
ARBITRARIEDADE: são sinais que não mantêm nenhuma semelhança com o objeto. 
 
 
Referências 
 
Disponível em 
http://www.filologia.org.br/vii_sinefil/COMPLETOS/A%20iconicidade%20e%20arbitrari
edade%20na%20Libras%20-%20VANESSA.pdf 
 
MARTELOTTA, Mário Eduardo et al. Manual de linguística. São Paulo: Contexto, 2011. 
 
SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de linguística geral. São Paulo: Cultrix, 2006. 
http://www.filologia.org.br/vii_sinefil/COMPLETOS/A%20iconicidade%20e%20arbitrariedade%20na%20Libras%20-%20VANESSA.pdf
http://www.filologia.org.br/vii_sinefil/COMPLETOS/A%20iconicidade%20e%20arbitrariedade%20na%20Libras%20-%20VANESSA.pdf
 
 
 
 
 
 
Apostila Libras – rev. 07/2015 – Inilibras – direitos reservados. 
1 
 
 
A SURDEZ 
 
Deficiência Auditiva (D.A.), termo técnico utilizado pela OMS - 
Organização Mundial de Saúde, significa a dificuldade de ouvir, ou seja, a 
diminuição da capacidade de percepção normal dos sons. O deficiente 
auditivo nem sempre se enquadra na cultura surda. 
 
O audiômetro é um instrumento utilizado para medir a sensibilidade 
auditiva. O nível de intensidade sonora é medido em decibel (dB). Testes 
podem ser realizados para determinar o grau de comprometimento da 
audição, que se classifica em níveis, como abaixo descrito. 
 
• Audição normal: de 0 a 15 dB 
• Surdez leve: de 16 a 40 dB 
• Surdez moderada: de 41 a 55 dB 
• Surdez acentuada – de 56 a 70 dB 
• Surdez severa – de 71 a 90 dB 
• Surdez profunda – acima de 91 dB 
A sensibilidade auditiva poderá ocorrer em um ouvido ou em ambos. 
 
“Surdo-mudo” 
 
O surdo não é necessariamente mudo. Surdez e mudez são duas deficiências. O surdo pode vir a 
falar, desde que seja estimulado e incentivado ou, até mesmo, tenha interesse em aprender a se 
comunicar oralmente. A ideia de que o surdo seja necessariamente mudo vem sendo adotada 
incorretamente ao longo dos tempos. Pode sim ocorrer que um surdo seja ao mesmo tempo 
mudo, porém o grupo de pessoas com duas deficiências constitui uma minoria. 
 
Pode, ainda, ocorrer o fato de um surdo ser oralizado, ou seja, consegue se expressar por palavras, 
habilidade essa adquirida com o suporte de fonoaudiólogos e outros profissionais. Os surdos, que 
tiveram ao seu alcance recursos e procedimentos formais de educação desde pequenos, utilizam a 
comunicação espaço-visual, ou a língua de sinais, como meio de conhecer o mundo. 
 
 
Surdo 
Dependendo do grau da perda auditiva, o uso de aparelho ou implante não trará nenhum ganho 
de audição para os surdos. Muitas vezes já nasceram com essa condição ou adquiriram a surdez 
antes de desenvolverem a oralidade. Por este motivo o surdo utiliza mais frequentemente a língua 
de sinais. 
 
Os surdos, que nunca tiveram acesso a educação e viveram isolados durante toda sua vida, 
acabaram criando gestos próprios de apoio para estabelecer uma forma básica, particular e 
limitada de comunicação, essencialmente voltada a sua sobrevivência no meio familiar. 
 
Não importa a circunstância, é preciso respeitar o surdo. Ao mesmo tempo em que se busca 
integrar o surdo ou qualquer outra pessoa com algum tipo de deficiência na sociedade, é 
 
 
 
 
 
 
Apostila Libras – rev. 07/2015 – Inilibras – direitos reservados. 
2 
imprescindível preparar a sociedade para conviver com estas pessoas para que as diferenças 
possam ser reduzidas. 
 
O direito a educação, a propagação de ideias de integração de pessoas com necessidades especiais 
e o aprimoramento das próteses fizeram com que as crianças surdas de diversos países fossem 
encaminhadas para escolas regulares. No Brasil, as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação 
passaram a coordenar o ensino das crianças com necessidades especiais, e surgiram as Salas de 
Recursos e Classes Especiais. 
 
Uma vez garantidos seus direitos, as pessoas com deficiência passaram a apresentar suas 
reivindicações que, no caso dos surdos, incluem o respeito à língua de sinais, ensino de qualidade, 
acesso aos meios de comunicação e serviços de intérpretes, entre outros. 
 
Com os estudos sobre surdez, linguagem e educação, já no final do século passado, os surdos 
assumiram a direção da única universidade para surdos do mundo – Gallaudet University Library, 
em Washington, nos Estados Unidos, e passaram a divulgar a Filosofia de Comunicação Total. 
Mais recentemente, os avanços nas pesquisas sobre as línguas de sinais vieram a defender o 
acesso precoce da criança a duas línguas, ou seja, à língua de sinais e à língua oral do país onde 
vive. Assim, foi imposta a Filosofia de Educação Bilíngue como forma de comunicação do surdo. 
 
 
IBGE - Censo 2010 
 
Segundo o último Censo promovido pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 
2010, verificou-se que a deficiência auditiva atinge 9,7 milhões de pessoas no Brasil. 
 
A perda total ou parcial da audição pode estar associada a doenças ou acidentes e apresenta-se 
em graus de severidade, o que irá determinar o tratamento apropriado. 
 
Hoje este número deve ser bastante diferente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apostila Libras – rev. 07/2015 – Inilibras – direitos reservados. 
3 
ASPECTOS DA SURDEZ 
 
DEFICIÊNCIA AUDITIVA 
Entende-se por deficiência auditiva a incapacidade total ou parcial da 
audição, ou seja, a diminuição da capacidade de percepção normal dos 
sons, sendo considerado deficiente auditivo total aquele cuja audição 
não é funcional na vida comum (surdo) e parcialmente deficiente 
auditivo aquele cuja audição ainda é funcional fazendo ou não uso de 
prótese auditiva (hipoacústico). 
 
 
 
CLASSIFICA-SE UM INDIVÍDUO PARCIALMENTE DEFICIENTE QUANDO ELE: 
 Apresenta surdez leve, ou seja, perda auditiva de quarenta decibéis. Isto significa que a 
voz fraca ou distante não é percebida e que nem todos os fonemas são distinguidos. É 
confundido como desatenção e este problema não impede a aquisição normal da 
linguagem, mas haverá dificuldade na leitura e escrita e problemas de articulação. 
 
 Apresenta surdez moderada, ou seja, perda auditiva de quarenta a setenta decibéis. É 
necessário falar com certa intensidade para que o deficiente ouça. Poderá haver atraso de 
linguagem e alterações articulatórias bem como problemas linguísticos. 
 
CLASSIFICA-SE UM INDIVÍDUO DEFICIENTE AUDITIVO TOTAL QUANDO ELE: 
 Apresenta surdez severa, com perda de setenta a noventa decibéis. Poderá até adquirir 
linguagem, mas será mais demorada e dependerá de muita estimulação e orientação dos 
pais. A aquisição será mais facilitada se o indivíduo tiver boa percepção visual. 
 
 Apresenta surdez profunda, com perda de mais de noventa decibéis. É possível que adquira 
linguagem oral, mas com muito estímulo desde bebê. 
 
No passado, costumava-se pensar que o deficiente auditivo tinha também um déficit de 
inteligência, mas com a inclusão dos deficientes auditivos no âmbito escolar, provou-se que a não 
aprendizagem era decorrente da falta de estímulos e incentivo aos estudos. Este progresso ocorreu 
quando foram desenvolvidas as línguas de sinais. 
 
O conceito é dado de acordo com o grau de perda auditiva que é calculado através da intensidade 
necessária de amplificação de um som de modo que seja percebido pela pessoa deficiente. Essa 
amplificação é medida em decibéis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4 
CAUSAS DA SURDEZ E DIAGNÓSTICOS 
 
A deficiência auditiva pode ser de origem congênita ou adquirida. 
 
É CONSIDERADA CONGÊNITA QUANDO AS CAUSAS SÃO: 
• Hereditariedade ou desordens genéticas. 
• Viroses maternas como sarampo, rubéola. 
• Doenças tóxicas, como toxoplasmose, sífilis. 
• Ingestão de medicamentos tóxicos durante a gravidez. 
• Drogas, alcoolismo. 
• Fator Rh. 
• Carências alimentares. 
• Pressão alta, diabetes. 
• Exposição à radiação, dentre outros. 
 
É CONSIDERADA ADQUIRIDA QUANDO AS CAUSAS SÃO: 
 Infecção hospitalar. 
 Meningite. 
 Remédios tóxicos. Sarampo, caxumba. 
 Exposição a ruídos muito altos. 
 Traumatismos cranianos, dentre outros acometimentos físicos. 
 
Acredita-se que a cada mil nascimentos, uma criança nasce com surdez profunda, por isso a 
prevenção é de extrema importância. Em respeito à prevenção, deveriam ser feitas campanhas de 
vacinação, exames pré-nupciais, pré-natal, boas condições de parto e higiene, melhores condições 
de nutrição e programas de orientação às gestantes e mães. 
 
Em relação à assistência ao deficiente auditivo, deveria haver atendimento fonoaudiólogo e 
médico, estimulação precoce e acesso à Educação Infantil. O diagnóstico do indivíduo com 
deficiência auditiva pode ser proveniente de diversos exames, dentre eles: exame do ouvido, 
exame otorrinolaringológico, audiometria com reforço visual e variadas técnicas de avaliação da 
audição. 
 
A família é uma importante aliada para o diagnóstico precoce. Ela deve ficar atenta desde os 
primeiros meses de vida do bebê. O bebê desde muito cedo reage às vozes dos familiares, às 
músicas, a sons do ambiente, aos sons dos brinquedos, aos sons da televisão. Caso o bebê não 
demonstre reação a essas situações, é importante procurar auxílio médico. 
Quanto à criança, é importante notar a distância que ela assiste à televisão e a altura do som, se 
ela só se reporta a alguém quando está de frente, se apresenta problemas na escola, se não 
atende quando é chamada, se apresenta problemas na fala, enfim qualquer comportamento 
diferenciado que possa significar algum distúrbio. 
É importante salientar que qualquer diagnóstico feito precocemente é fundamental para um bom 
desenvolvimento educacional, social e psicológico da criança e que poderá proporcionar a ela uma 
vida normal. É importante ressaltar que a escola também tem um papel fundamental, pois 
 
 
 
 
 
 
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dependendo da situação é a escola que notará possíveis problemas com a criança, cabendo a ela 
indicar o profissional adequado. 
 
O PAPEL DA FAMÍLIA 
 
A família é peça fundamental para a descoberta da deficiência, para o acompanhamento correto 
e necessário e para a integração do indivíduo na sociedade. 
Mas para que ocorra tudo isso de forma eficaz, é necessário que haja uma parceria com a 
escola e sociedade. 
O primeiro passo importante a ser dado está antes mesmo da gravidez. 
Como dito anteriormente os pais devem fazer exames pré-nupciais e a mulher deve vacinar-se 
contra rubéola, sarampo e outras doenças como também estar atenta ao fator Rh de seu sangue. 
Já estando grávida, a mulher deve alimentar-se bem, fazer o acompanhamento pré-natal correto, 
evitar a companhia de pessoas com doenças contagiosas e tomar medicamentos sob supervisão 
médica. Após o nascimento, os pais devem vacinar seu filho contra meningite, sarampo e 
caxumba, dar medicamentos sob supervisão médica e procurar um médico sempre que 
necessário. 
Entretanto, mesmo sob todos os cuidados, os pais devem ficar atentos ao desenvolvimento da 
criança, pois são eles que perceberão precocemente a surdez do filho. Os principais indícios de 
uma criança com deficiência auditiva são: 
 
 Não reage ao barulho de porta batendo ou outros ruídos fortes, como música alta, 
gritaria, fogos de artifício etc.. 
 Não atende quando chamada. 
 Está sempre distraída ou desatenta. 
 Atraso na fala (após dois anos de idade). 
 Fala de modo incompreensível. 
 Aparenta ter atraso no desenvolvimento neurológico e ou motor. 
 
Caso a criança apresente um ou mais desses indícios é recomendável procurar um médico. Após a 
criança ser diagnosticada como deficiente auditiva, os pais devem procurar assistência adequada 
para o acompanhamento dessa criança. Essa assistência engloba primeiramente os serviços 
fonoaudiológico, médico, educacional e psicológico. Estes atendimentos trabalharão 
imediatamente identificando e tratando a deficiência da criança, podendo proporcionar a ela um 
progresso e uma melhor qualidade de vida. 
Buscando essa melhoria na qualidade de vida da criança, os pais devem interagir ativamente com 
esses profissionais, pois só se consegue um progresso havendo um acompanhamento. Devido a 
isso, os pais devem estar sempre disponíveis a atender as necessidades de seu filho e colaborar no 
ambiente familiar com o que lhes é proposto pelos profissionais, já que várias atividades devem ser 
feitas continuamente. Os pais, também, podem procurar as associações de deficientes auditivos 
existentes em várias comunidades, onde são oferecidos palestras e acompanhamento profissional 
à criança e, inclusive, aos pais. Nessas comunidades também há a interação de indivíduos 
deficientes auditivos, onde são realizadas festas, confraternizações, reuniões periódicas e 
diversões entre os participantes. É importante ressaltar também que é necessário o 
acompanhamento psicológico aos pais, para que eles saibam lidar melhor com a deficiência de seu 
filho e para que possam também conversar sobre suas angústias, dúvidas. 
 
 
 
 
 
 
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Se houver a integração família, comunidade, escola e demais profissionais, os benefícios 
proporcionados à criança serão bem mais positivos e desenvolvidos precocemente. 
 
CULTURA SURDA 
 
Assim como os ouvintes, o surdo possui uma forma de comunicação própria. Por preconceito, o 
surdo é considerado por alguns como um ser inferior. Contudo, é tão capaz quanto o ouvinte de 
aprender ou executar trabalhos. 
 
O texto a seguir descreve um pouco da cultura surda que, certamente, ajudará a compreender o 
mundo em que vivem os surdos e, ao mesmo tempo, facilitará o aprendizado da Libras. 
 
1. Comunidades 
Os surdos de grandes centros urbanos costumam se 
reunir em grupos e constituir comunidades a fim de 
trocarem experiências entre si. Além de se 
divertirem, os surdos discutem assuntos de 
interesse, organizam passeios, festas ou eventos de 
integração. Muitos ouvintes fazem parte destas 
comunidades. Existem até mesmo sites de 
comunidades surdas de diferentes partes do Brasil e 
do mundo. 
 
 
2. Educação 
Por falta de informação, muitos surdos não 
frequentam escolas e acabam aprendendo a se 
comunicar por conta própria, desenvolvendo sinais 
caseiros para garantir sua sobrevivência em casa, 
sem saber que existe um meio de comunicação 
formal para eles e, um mundo à sua espera. 
Por outro lado, há pais que, mais esclarecidos, 
aprendem os sinais para dar uma boa educação ao 
filho surdo desde pequeno, além de encaminhá-lo a 
escolas especializadas. Muitos surdos concluem um 
curso universitário, trabalham em grandes 
empresas ou dedicam-se ao ensino de outros surdos. 
 
 
3. Trabalho 
Os surdos podem trabalhar como qualquer pessoa. Atuam em oficinas, supermercados, 
laboratórios, hospitais, escolas, área de vendas, etc. Com as ações recentemente promovidas na 
área de responsabilidade social, as portas das empresas de diferentes indústrias se abriram para as 
pessoas com deficiência, principalmente para os surdos, para que pudessem se integrar na 
sociedade, passando a ser cidadãos produtivos. 
 
 
 
 
 
 
 
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4. Costumes 
Como qualquer pessoa, os surdos gostam de sair, conversar, 
reunir-se em festas ou em shoppings. Interagem entre si bem 
como com qualquer ouvinte, mantendo uma prosa animada e 
interessada. São curiosos e indiscretos por natureza, o que os 
motiva a fazer perguntas e questionamentos de ordem pessoal 
e particular sem nenhuma implicação negativa. Portanto, não 
se sintam constrangidos quando um surdo lhes fizer perguntas 
extremamente pessoais e saibam como lidar com isso de 
forma natural. 
 
 
 
5. Comunicação 
Muitos surdos não conhecem o Português. Podem saber algumas palavras isoladas, mas a 
pronúncia, a escrita e a leitura são demasiadamente complexas para alguém que nunca escutou. 
Por esse motivo, os sinais se tornaram de suma importância para a comunicaçãocom o surdo ou 
entre surdos. Assim, por exemplo, para chamar a atenção de um surdo, normalmente se acena 
com as mãos ou coloca-se a mão levemente em seu ombro ou braço, ou, em sala de aula, acende-se 
e apaga-se a luz. 
 
 
6. Internet 
Viver sem Internet, um celular ou um laptop é estar 
desconectado do mundo e distante das pessoas e da 
comunicação. Os surdos se adequaram muito bem a essa 
gama toda tecnológica, acompanhando sua evolução de 
perto e incorporando as novidades a cada dia inventadas 
como ferramentas de auxílio à comunicação. Com a 
evolução e a disponibilidade de educação formal e de 
ferramentas tecnológicas, o horizonte do surdo ganhou 
amplitude, permitindo-lhe ocupar espaço próprio no 
mundo moderno. 
 
 
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BILINGUISMO, ORALISMO E COMUNICAÇÃO TOTAL 
Você já analisou qual a forma de comunicação que mais usa no seu dia a dia? Observe 
em todas as suas atividades diárias qual a maneira mais simples e rápida de se 
comunicar com as pessoas a sua volta? A comunicação entre as pessoas ouvintes se dá 
na maior parte do tempo de forma oral, e também escrita, temos vários idiomas, e 
meios de comunicação. 
E o indivíduo surdo, como se comunica? Sabemos que a libras é a sua língua natural, 
visto que é visio espacial, e o individuo surdo ‘ouve’ com os olhos, e se comunica com 
as mãos (libras) ou com a voz (língua portuguesa), como muitas famílias apoiam a 
oralização do surdo o processo de adaptação está cada vez mais comum. 
Imagine o desenvolvimento infantil, a aquisição da linguagem é parte fundamental 
nesse processo, o aprender as primeiras palavras é tão importante para a criança 
quanto pais dela, a emoção, e principalmente o estabelecimento da comunicação que 
antes era incompreensível como o choro se transforma em palavras e conceitos e a 
família consegue finalmente conversar. 
Nesse processo de desenvolvimento infantil a escola é pedra angular, e a criança ao 
aprender os signos linguísticos expande o seu mundo, consegue aprender conceitos 
pouco comuns no cotidiano familiar e das brincadeiras com os amigos, como ciência, 
história, arte, literatura, geografia, etc. 
A criança surda passa pelos mesmos processos, tem a mesma necessidade de 
comunicação e desenvolvimento intelectual e pessoal, e como a escola pode suprir 
essas necessidades? 
As abordagens comunicativas mais utilizadas são bilinguismo, oralismo e comunicação 
total, vamos entender cada uma delas. 
BILINGUISMO 
Para entender bilinguismo precisamos conceber o uso de duas para o ensino na escola, 
é importante pensar que todas as atividades da escola precisam se adaptar ao uso de 
duas línguas, que os funcionários precisam conhecer as línguas e os conteúdos 
precisam ser pensados em duas línguas. No nosso caso as línguas são língua 
portuguesa e libras. 
A educação bilíngue consiste, em primeiro lugar, na aquisição da língua 
de sinais, sua língua materna. Lacerda & Mantelatto (2000) afirmam 
que “o bilingüismo visa à exposição da criança surda à língua de sinais 
o mais precocemente possível, pois esta aquisição propiciará ao surdo 
um desenvolvimento rico e pleno de linguagem e, conseqüentemente, 
um desenvolvimento integral”. A comunidade dos surdos está inserida 
 
 
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na grande comunidade de ouvintes que, por sua vez, caracteriza-se por 
fazer uso da linguagem oral e escrita1. 
 
Pontos positivos do bilinguismo: O surdo consegue se desenvolver bem, visto que os 
conteúdos são apresentados na sua língua natural, a libras, e os alunos tem uma 
completa inserção na comunidade surda, a interação entre pares semelhantes faz com 
que o aluno se sinta inserido e não seja o individuo diferente2. Através do estudo da 
língua portuguesa o surdo consegue ler textos e se comunicar, quando oralizado. 
Na opinião do professor surdo Cláudio Henrique Nunes Mourão, o bilinguismo é 
importante para que haja comunicação entre ouvintes e surdos, ”nós surdos somos 
uma minoria linguística com o uso da Língua de Sinais como primeira língua e Língua 
Portuguesa como segunda língua, então somos brasileiros e vivemos juntos no mesmo 
país e por isso a importância do bilinguismo que favorece a interação e participação de 
todas as pessoas para o pleno exercício da cidadania” 3. 
 
ORALISMO 
O oralismo é foi imposto como veículo primordial de comunicação para o surdo, no 
Congresso de Milão, em 1880, e ficou proibido que a educação dos surdos se desse 
através de sinais, essa determinação vigorou até a década de 60. 
O oralismo consiste em ensinar ao surdo como proferir as letras, as sílabas e os 
fonemas, para formação de palavras. Por meios de exercícios de repetição o surdo 
aprende as palavras, e por meio de aparelhos auditivos ele se condiciona a usar o tom 
certo para se comunicar. 
Para o sucesso do oralismo, de acordo com seus defensores alguns fatores precisam 
ser observados4: 
• Envolvimento e dedicação das pessoas que convivem com a criança no 
trabalho de reabilitação todas as horas do dia e todos os dias do ano. 
 
1 Disponível em: 
http://www.ufrgs.br/psicoeduc/wiki/O_BILINGUISMO_APLICADO_%C3%80_EDUCA%C3%87%C3%83O_
ESPECIAL_DE_SURDOS acesso 10/08/2015. 
2 (idem) Sobre as escolas regulares Cacau diz que “se uma criança surda iniciar na escola inclusão 
(regular), a aquisição da linguagem é precária e atrasa muito o aprendizado tornando a criança mais 
deficiente ainda. Ficará isolada por problemas de comunicação com ouvintes e as brincadeiras das 
crianças ouvintes são na maioria baseada em sons e não somente o visual”. 
3 (ibidem) 
4 Disponível em https://www.portaleducacao.com.br/fonoaudiologia/artigos/31756/oralismo-o-que-e 
acesso em 10/08/2015. 
http://www.ufrgs.br/psicoeduc/wiki/O_BILINGUISMO_APLICADO_%C3%80_EDUCA%C3%87%C3%83O_ESPECIAL_DE_SURDOS
http://www.ufrgs.br/psicoeduc/wiki/O_BILINGUISMO_APLICADO_%C3%80_EDUCA%C3%87%C3%83O_ESPECIAL_DE_SURDOS
https://www.portaleducacao.com.br/fonoaudiologia/artigos/31756/oralismo-o-que-e
 
 
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• Início da reabilitação o mais precocemente possível, ou seja, deve começar 
quando a criança nasce ou quando se descobre a deficiência. 
• Não oferecer qualquer meio de comunicação que não seja a modalidade 
oral. 
• A educação oral começa no lar e, portanto, requer a participação ativa da 
família, especialmente da mãe. 
• A educação oral requer participação de profissionais especializados como 
fonoaudiólogos e pedagogos especializados para atender 
sistematicamente o aluno e sua família. 
• A educação oral requer equipamentos especializados, como o aparelho de 
amplificação sonora individual. 
 
O surdo oralizado tem maior facilidade de comunicação com o as pessoas ouvintes. 
Todavia, a filosofia oralista descredita o uso de língua de sinais para a comunicação do 
indivíduo surdo, é preciso que o surdo se comunique unicamente com a voz e não use 
suas mãos, e compreenda somente lendo os lábios das pessoas ouvintes. 
 
COMUNICAÇÃO TOTAL 
 
A comunicação total chegou ao Brasil na década de 70, e prima pela plena 
desenvoltura do indivíduo surdo, seja através da oralização, da libras, da amplificação 
sonora, dos gestos e sinais. 
 
A comunicação total não é um método fechado, mas sim uma filosofia de ensino, que 
prima pelo estabelecimento da comunicação em sua totalidade e a valorização do 
indivíduo surdo, oralizado ou não. 
 
Alguns conceitos referentes à comunicação total5: 
 
1. Comunicação total oposto do oralismo; 
2. Utilização de qualquer recurso linguístico; 
3. Uso de amplificação sonora individual; 
4. Não é um método, é uma filosofia educacional; 
5. Procura a comunicação eficiente; 
6. Uso de códigos manuais com a língua oral 
 
O objetivo centralda comunição total é a recepção e decodificação da mensagem pelo 
receptor, ou seja, a comunicação. Dessa forma, podemos dizer que a comunicação 
total visa o entendimento e a interação entra as pessoas de todas as formas possíveis, 
e faz uso de quaisquer recursos disponíveis para que isso aconteça. 
 
5 Disponível em http://www.portaleducacao.com.br/fonoaudiologia/artigos/31529/a-comunicacao-
total-para-deficientes-auditivos acesso 10/08/2015 
http://www.portaleducacao.com.br/fonoaudiologia/artigos/31529/a-comunicacao-total-para-deficientes-auditivos
http://www.portaleducacao.com.br/fonoaudiologia/artigos/31529/a-comunicacao-total-para-deficientes-auditivos
 
 
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Mensagem
CompreensãoReceptor
Emissor
 
COMUNICAÇÃO TOTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vamos refletir 
 
Em sua opinião, qual é a melhor forma de comunicação com o surdo? 
 
Como você acredita que será o uso da libras no futuro? 
 
 
 
 
Assista aos vídeos indicados como material extra e analise o processo de 
desenvolvimento e educação dos surdos apresentados. 
 
 
24/03/2015 Decreto nº 5626
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004­2006/2005/decreto/d5626.htm 1/8
Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
DECRETO Nº 5.626, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2005.
Regulamenta  a  Lei  no  10.436,  de  24  de  abril  de  2002,
que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais  ­ Libras,
e  o  art.  18  da  Lei  no  10.098,  de  19  de  dezembro  de
2000.
                O  PRESIDENTE  DA  REPÚBLICA,  no  uso  das  atribuições  que  lhe  confere  o  art.  84,  inciso  IV,  da
Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, e no art. 18 da Lei no 10.098,
de 19 de dezembro de 2000,
        DECRETA:
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
        Art. 1o  Este Decreto regulamenta a Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, e o art. 18 da Lei no 10.098, de
19 de dezembro de 2000.
                Art.  2o    Para  os  fins  deste  Decreto,  considera­se  pessoa  surda  aquela  que,  por  ter  perda  auditiva,
compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente
pelo uso da Língua Brasileira de Sinais ­ Libras.
               Parágrafo  único.   Considera­se deficiência  auditiva  a  perda bilateral,  parcial  ou  total,  de quarenta  e  um
decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas freqüências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz.
CAPÍTULO II
DA INCLUSÃO DA LIBRAS COMO DISCIPLINA CURRICULAR
                Art.  3o    A  Libras  deve  ser  inserida  como  disciplina  curricular  obrigatória  nos  cursos  de  formação  de
professores  para  o  exercício  do  magistério,  em  nível  médio  e  superior,  e  nos  cursos  de  Fonoaudiologia,  de
instituições de ensino, públicas e privadas, do sistema federal de ensino e dos sistemas de ensino dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios.
                § 1o    Todos os  cursos de  licenciatura,  nas diferentes áreas do  conhecimento,  o  curso normal  de nível
médio, o curso normal superior, o curso de Pedagogia e o curso de Educação Especial são considerados cursos
de formação de professores e profissionais da educação para o exercício do magistério.
        § 2o  A Libras constituir­se­á em disciplina curricular optativa nos demais cursos de educação superior e na
educação profissional, a partir de um ano da publicação deste Decreto.
CAPÍTULO III
DA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LIBRAS E DO INSTRUTOR DE LIBRAS
        Art. 4o  A formação de docentes para o ensino de Libras nas séries finais do ensino fundamental, no ensino
médio e na educação superior deve ser realizada em nível superior, em curso de graduação de licenciatura plena
em Letras: Libras ou em Letras: Libras/Língua Portuguesa como segunda língua.
        Parágrafo único.  As pessoas surdas terão prioridade nos cursos de formação previstos no caput.
        Art. 5o  A formação de docentes para o ensino de Libras na educação infantil e nos anos iniciais do ensino
fundamental  deve  ser  realizada  em  curso  de  Pedagogia  ou  curso  normal  superior,  em  que  Libras  e  Língua
Portuguesa escrita tenham constituído línguas de instrução, viabilizando a formação bilíngüe.
              § 1o   Admite­se como formação mínima de docentes para o ensino de Libras na educação  infantil e nos
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L10098.htm#art18
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%205.626-2005?OpenDocument
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10436.htm
24/03/2015 Decreto nº 5626
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004­2006/2005/decreto/d5626.htm 2/8
anos iniciais do ensino fundamental, a formação ofertada em nível médio na modalidade normal, que viabilizar a
formação bilíngüe, referida no caput.
        § 2o As pessoas surdas terão prioridade nos cursos de formação previstos no caput.
        Art. 6o A formação de instrutor de Libras, em nível médio, deve ser realizada por meio de:
        I ­ cursos de educação profissional;
        II ­ cursos de formação continuada promovidos por instituições de ensino superior; e
        III ­ cursos de formação continuada promovidos por instituições credenciadas por secretarias de educação.
               § 1o   A  formação do  instrutor de Libras pode ser  realizada  também por organizações da sociedade civil
representativa  da  comunidade  surda,  desde  que  o  certificado  seja  convalidado  por  pelo  menos  uma  das
instituições referidas nos incisos II e III.
        § 2o As pessoas surdas terão prioridade nos cursos de formação previstos no caput.
        Art. 7o  Nos próximos dez anos, a partir da publicação deste Decreto, caso não haja docente com título de
pós­graduação ou de graduação em Libras para o ensino dessa disciplina em cursos de educação superior, ela
poderá ser ministrada por profissionais que apresentem pelo menos um dos seguintes perfis:
                I  ­  professor de Libras, usuário dessa  língua com curso de pós­graduação ou com  formação superior e
certificado de proficiência em Libras, obtido por meio de exame promovido pelo Ministério da Educação;
        II ­ instrutor de Libras, usuário dessa língua com formação de nível médio e com certificado obtido por meio
de exame de proficiência em Libras, promovido pelo Ministério da Educação;
        III ­ professor ouvinte bilíngüe: Libras ­ Língua Portuguesa, com pós­graduação ou formação superior e com
certificado obtido por meio de exame de proficiência em Libras, promovido pelo Ministério da Educação.
        § 1o  Nos casos previstos nos incisos I e II, as pessoas surdas terão prioridade para ministrar a disciplina
de Libras.
        § 2o  A partir de um ano da publicação deste Decreto, os sistemas e as instituições de ensino da educação
básica e as de educação superior devem incluir o professor de Libras em seu quadro do magistério.
                Art.  8o    O  exame  de  proficiência  em  Libras,  referido  no  art.  7o,  deve  avaliar  a  fluência  no  uso,  o
conhecimento e a competência para o ensino dessa língua.
        § 1o  O exame de proficiência em Libras deve ser promovido, anualmente, pelo Ministério da Educação e
instituições de educação superior por ele credenciadas para essa finalidade.
        § 2o  A certificação de proficiência em Libras habilitará o instrutor ou o professor para a função docente.
        § 3o  O exame de proficiência em Libras deve ser realizado por banca examinadora de amplo conhecimento
em Libras, constituída por docentes surdos e lingüistas de instituições de educação superior.
               Art. 9o   A partir  da publicação deste Decreto,  as  instituições de ensino médio que oferecem cursos de
formação para o magistério na modalidade normal e as  instituições de educaçãosuperior que oferecem cursos
de Fonoaudiologia ou de formação de professores devem incluir Libras como disciplina curricular, nos seguintes
prazos e percentuais mínimos:
        I ­  até três anos, em vinte por cento dos cursos da instituição;
        II ­  até cinco anos, em sessenta por cento dos cursos da instituição;
        III ­  até sete anos, em oitenta por cento dos cursos da instituição; e
        IV ­  dez anos, em cem por cento dos cursos da instituição.
        Parágrafo único.  O processo de inclusão da Libras como disciplina curricular deve iniciar­se nos cursos de
Educação  Especial,  Fonoaudiologia,  Pedagogia  e  Letras,  ampliando­se  progressivamente  para  as  demais
licenciaturas.
24/03/2015 Decreto nº 5626
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004­2006/2005/decreto/d5626.htm 3/8
               Art. 10.   As  instituições de educação superior devem incluir a Libras como objeto de ensino, pesquisa e
extensão nos cursos de formação de professores para a educação básica, nos cursos de Fonoaudiologia e nos
cursos de Tradução e Interpretação de Libras ­ Língua Portuguesa.
        Art. 11.  O Ministério da Educação promoverá, a partir da publicação deste Decreto, programas específicos
para a criação de cursos de graduação:
                I  ­  para  formação de professores  surdos e  ouvintes,  para a  educação  infantil  e  anos  iniciais  do ensino
fundamental, que viabilize a educação bilíngüe: Libras ­ Língua Portuguesa como segunda língua;
                II  ­ de  licenciatura em Letras: Libras ou em Letras: Libras/Língua Portuguesa, como segunda língua para
surdos;
        III ­ de formação em Tradução e Interpretação de Libras ­ Língua Portuguesa.
                Art.  12.    As  instituições  de  educação  superior,  principalmente  as  que  ofertam  cursos  de  Educação
Especial, Pedagogia e Letras, devem viabilizar cursos de pós­graduação para a formação de professores para o
ensino de Libras e sua interpretação, a partir de um ano da publicação deste Decreto.
                Art.  13.    O  ensino  da modalidade  escrita  da  Língua  Portuguesa,  como  segunda  língua  para  pessoas
surdas,  deve  ser  incluído  como  disciplina  curricular  nos  cursos  de  formação  de  professores  para  a  educação
infantil  e  para  os  anos  iniciais  do  ensino  fundamental,  de  nível  médio  e  superior,  bem  como  nos  cursos  de
licenciatura em Letras com habilitação em Língua Portuguesa.
              Parágrafo único.  O tema sobre a modalidade escrita da língua portuguesa para surdos deve ser  incluído
como conteúdo nos cursos de Fonoaudiologia.
CAPÍTULO IV
DO USO E DA DIFUSÃO DA LIBRAS E DA LÍNGUA PORTUGUESA PARA O
ACESSO DAS PESSOAS SURDAS À EDUCAÇÃO
        Art. 14.  As instituições federais de ensino devem garantir, obrigatoriamente, às pessoas surdas acesso à
comunicação, à informação e à educação nos processos seletivos, nas atividades e nos conteúdos curriculares
desenvolvidos em todos os níveis, etapas e modalidades de educação, desde a educação infantil até à superior.
        § 1o  Para garantir o atendimento educacional especializado e o acesso previsto no caput, as instituições
federais de ensino devem:
        I ­  promover cursos de formação de professores para:
        a) o ensino e uso da Libras;
        b) a tradução e interpretação de Libras ­ Língua Portuguesa; e
        c) o ensino da Língua Portuguesa, como segunda língua para pessoas surdas;
                II  ­  ofertar,  obrigatoriamente,  desde  a  educação  infantil,  o  ensino  da  Libras  e  também  da  Língua
Portuguesa, como segunda língua para alunos surdos;
        III ­ prover as escolas com:
        a) professor de Libras ou instrutor de Libras;
        b) tradutor e intérprete de Libras ­ Língua Portuguesa;
        c) professor para o ensino de Língua Portuguesa como segunda língua para pessoas surdas; e
               d) professor  regente de classe com conhecimento acerca da singularidade  lingüística manifestada pelos
alunos surdos;
        IV ­ garantir o atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos surdos, desde a educação
infantil, nas salas de aula e, também, em salas de recursos, em turno contrário ao da escolarização;
               V  ­ apoiar, na comunidade escolar, o uso e a difusão de Libras entre professores, alunos,  funcionários,
direção da escola e familiares, inclusive por meio da oferta de cursos;
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                VI  ­  adotar mecanismos  de  avaliação  coerentes  com aprendizado  de  segunda  língua,  na  correção  das
provas  escritas,  valorizando  o  aspecto  semântico  e  reconhecendo  a  singularidade  lingüística  manifestada  no
aspecto formal da Língua Portuguesa;
                VII  ­  desenvolver  e  adotar mecanismos alternativos  para  a  avaliação de  conhecimentos  expressos  em
Libras, desde que devidamente registrados em vídeo ou em outros meios eletrônicos e tecnológicos;
        VIII ­ disponibilizar equipamentos, acesso às novas tecnologias de informação e comunicação, bem como
recursos didáticos para apoiar a educação de alunos surdos ou com deficiência auditiva.
                §  2o    O  professor  da  educação  básica,  bilíngüe,  aprovado  em  exame  de  proficiência  em  tradução  e
interpretação de Libras  ­  Língua Portuguesa,  pode exercer  a  função de  tradutor  e  intérprete de Libras  ­  Língua
Portuguesa, cuja função é distinta da função de professor docente.
                §  3o    As  instituições  privadas  e  as  públicas  dos  sistemas  de  ensino  federal,  estadual, municipal  e  do
Distrito Federal  buscarão  implementar  as medidas  referidas neste artigo  como meio de assegurar  atendimento
educacional especializado aos alunos surdos ou com deficiência auditiva.
                Art.  15.    Para  complementar  o  currículo  da  base  nacional  comum,  o  ensino  de  Libras  e  o  ensino  da
modalidade escrita da Língua Portuguesa, como segunda língua para alunos surdos, devem ser ministrados em
uma perspectiva dialógica, funcional e instrumental, como:
                I  ­  atividades  ou  complementação  curricular  específica  na  educação  infantil  e  anos  iniciais  do  ensino
fundamental; e
                II  ­  áreas  de  conhecimento,  como  disciplinas  curriculares,  nos  anos  finais  do  ensino  fundamental,  no
ensino médio e na educação superior.
                Art.  16.    A modalidade  oral  da  Língua Portuguesa,  na  educação  básica,  deve  ser  ofertada  aos  alunos
surdos ou com deficiência auditiva, preferencialmente em turno distinto ao da escolarização, por meio de ações
integradas entre as áreas da saúde e da educação, resguardado o direito de opção da família ou do próprio aluno
por essa modalidade.
        Parágrafo único.  A definição de espaço para o desenvolvimento da modalidade oral da Língua Portuguesa
e  a  definição  dos  profissionais  de  Fonoaudiologia  para  atuação  com  alunos  da  educação  básica  são  de
competência dos órgãos que possuam estas atribuições nas unidades federadas.
CAPÍTULO V
DA FORMAÇÃO DO TRADUTOR E INTÉRPRETE DE LIBRAS ­ LÍNGUA PORTUGUESA
              Art. 17.   A  formação do  tradutor e  intérprete de Libras ­ Língua Portuguesa deve efetivar­se por meio de
curso superior de Tradução e Interpretação, com habilitação em Libras ­ Língua Portuguesa.
        Art. 18.  Nos próximos dez anos, a partir da publicação deste Decreto, a formação de tradutor e intérprete
de Libras ­ Língua Portuguesa, em nível médio, deve ser realizada por meio de:
        I ­ cursos de educação profissional;
        II ­ cursos de extensão universitária; e
                III  ­  cursos  de  formação  continuada  promovidos  por  instituições  de  ensino  superior  e  instituições
credenciadas por secretarias de educação.
               Parágrafo único.   A  formação de  tradutor e  intérprete de Libras podeser  realizada por organizações da
sociedade  civil  representativas  da  comunidade  surda,  desde  que  o  certificado  seja  convalidado  por  uma  das
instituições referidas no inciso III.
                Art.  19.   Nos próximos dez anos,  a  partir  da  publicação deste Decreto,  caso não haja  pessoas  com a
titulação  exigida  para  o  exercício  da  tradução  e  interpretação  de  Libras  ­  Língua  Portuguesa,  as  instituições
federais de ensino devem incluir, em seus quadros, profissionais com o seguinte perfil:
                I  ­  profissional  ouvinte,  de  nível  superior,  com  competência  e  fluência  em  Libras  para  realizar  a
interpretação  das  duas  línguas,  de  maneira  simultânea  e  consecutiva,  e  com  aprovação  em  exame  de
proficiência,  promovido  pelo  Ministério  da  Educação,  para  atuação  em  instituições  de  ensino  médio  e  de
educação superior;
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        II ­ profissional ouvinte, de nível médio, com competência e fluência em Libras para realizar a interpretação
das duas línguas, de maneira simultânea e consecutiva, e com aprovação em exame de proficiência, promovido
pelo Ministério da Educação, para atuação no ensino fundamental;
        III ­ profissional surdo, com competência para realizar a interpretação de línguas de sinais de outros países
para a Libras, para atuação em cursos e eventos.
                Parágrafo  único.    As  instituições  privadas  e  as  públicas  dos  sistemas  de  ensino  federal,  estadual,
municipal e do Distrito Federal buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como meio de assegurar
aos alunos surdos ou com deficiência auditiva o acesso à comunicação, à informação e à educação.
                Art.  20.    Nos  próximos  dez  anos,  a  partir  da  publicação  deste  Decreto,  o Ministério  da  Educação  ou
instituições  de  ensino  superior  por  ele  credenciadas  para  essa  finalidade  promoverão,  anualmente,  exame
nacional de proficiência em tradução e interpretação de Libras ­ Língua Portuguesa.
        Parágrafo único.  O exame de proficiência em tradução e interpretação de Libras ­ Língua Portuguesa deve
ser  realizado  por  banca  examinadora  de  amplo  conhecimento  dessa  função,  constituída  por  docentes  surdos,
lingüistas e tradutores e intérpretes de Libras de instituições de educação superior.
        Art. 21.  A partir de um ano da publicação deste Decreto, as instituições federais de ensino da educação
básica e da educação superior devem  incluir,  em seus quadros, em  todos os níveis, etapas e modalidades, o
tradutor  e  intérprete de Libras  ­  Língua Portuguesa,  para  viabilizar  o  acesso à  comunicação,  à  informação e à
educação de alunos surdos.
        § 1o O profissional a que se refere o caput atuará:
        I ­ nos processos seletivos para cursos na instituição de ensino;
        II ­ nas salas de aula para viabilizar o acesso dos alunos aos conhecimentos e conteúdos curriculares, em
todas as atividades didático­pedagógicas; e
        III ­ no apoio à acessibilidade aos serviços e às atividades­fim da instituição de ensino.
                §  2o    As  instituições  privadas  e  as  públicas  dos  sistemas  de  ensino  federal,  estadual, municipal  e  do
Distrito  Federal  buscarão  implementar  as medidas  referidas  neste  artigo  como meio  de  assegurar  aos  alunos
surdos ou com deficiência auditiva o acesso à comunicação, à informação e à educação.
CAPÍTULO VI
DA GARANTIA DO DIREITO À EDUCAÇÃO DAS PESSOAS SURDAS OU
COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
        Art. 22.  As  instituições federais de ensino responsáveis pela educação básica devem garantir a inclusão
de alunos surdos ou com deficiência auditiva, por meio da organização de:
        I ­ escolas e classes de educação bilíngüe, abertas a alunos surdos e ouvintes, com professores bilíngües,
na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental;
                II  ­ escolas bilíngües ou escolas comuns da rede regular de ensino, abertas a alunos surdos e ouvintes,
para os anos finais do ensino fundamental, ensino médio ou educação profissional, com docentes das diferentes
áreas do conhecimento, cientes da singularidade  lingüística dos alunos surdos, bem como com a presença de
tradutores e intérpretes de Libras ­ Língua Portuguesa.
        § 1o  São denominadas escolas ou classes de educação bilíngüe aquelas em que a Libras e a modalidade
escrita  da  Língua  Portuguesa  sejam  línguas  de  instrução  utilizadas  no  desenvolvimento  de  todo  o  processo
educativo.
               § 2o   Os alunos  têm o direito à escolarização em um  turno diferenciado ao do atendimento educacional
especializado  para  o  desenvolvimento  de  complementação  curricular,  com  utilização  de  equipamentos  e
tecnologias de informação.
        § 3o  As mudanças decorrentes da implementação dos incisos I e II implicam a formalização, pelos pais e
pelos próprios alunos, de sua opção ou preferência pela educação sem o uso de Libras.
        § 4o  O disposto no § 2o deste artigo deve ser garantido também para os alunos não usuários da Libras.
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        Art. 23.  As instituições federais de ensino, de educação básica e superior, devem proporcionar aos alunos
surdos os serviços de tradutor e intérprete de Libras ­ Língua Portuguesa em sala de aula e em outros espaços
educacionais, bem como equipamentos e tecnologias que viabilizem o acesso à comunicação, à informação e à
educação.
               § 1o   Deve ser proporcionado aos professores acesso à  literatura e  informações sobre a especificidade
lingüística do aluno surdo.
                §  2o    As  instituições  privadas  e  as  públicas  dos  sistemas  de  ensino  federal,  estadual, municipal  e  do
Distrito  Federal  buscarão  implementar  as medidas  referidas  neste  artigo  como meio  de  assegurar  aos  alunos
surdos ou com deficiência auditiva o acesso à comunicação, à informação e à educação.
        Art. 24.  A programação visual dos cursos de nível médio e superior, preferencialmente os de formação de
professores,  na modalidade  de  educação  a  distância,  deve  dispor  de  sistemas  de  acesso  à  informação  como
janela  com  tradutor  e  intérprete  de  Libras  ­  Língua Portuguesa e  subtitulação por meio  do  sistema de  legenda
oculta, de modo a reproduzir as mensagens veiculadas às pessoas surdas, conforme prevê o Decreto no 5.296,
de 2 de dezembro de 2004.
CAPÍTULO VII
DA GARANTIA DO DIREITO À SAÚDE DAS PESSOAS SURDAS OU
COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
        Art. 25.  A partir de um ano da publicação deste Decreto, o Sistema Único de Saúde ­ SUS e as empresas
que  detêm  concessão  ou  permissão  de  serviços  públicos  de  assistência  à  saúde,  na  perspectiva  da  inclusão
plena  das  pessoas  surdas  ou  com  deficiência  auditiva  em  todas  as  esferas  da  vida  social,  devem  garantir,
prioritariamente  aos  alunos  matriculados  nas  redes  de  ensino  da  educação  básica,  a  atenção  integral  à  sua
saúde, nos diversos níveis de complexidade e especialidades médicas, efetivando:
        I ­ ações de prevenção e desenvolvimento de programas de saúde auditiva;
        II ­ tratamento clínico e atendimento especializado, respeitando as especificidades de cada caso;
        III ­ realização de diagnóstico, atendimento precoce e do encaminhamento para a área de educação;
                IV  ­ seleção, adaptação e  fornecimento de prótese auditiva ou aparelho de amplificação sonora, quando
indicado;
        V ­ acompanhamento médico e fonoaudiológico e terapia fonoaudiológica;
        VI ­  atendimento em reabilitação por equipe multiprofissional;
               VII  ­ atendimento  fonoaudiológico às crianças, adolescentes e  jovens matriculados na educação básica,
por meio de ações integradas com aárea da educação, de acordo com as necessidades terapêuticas do aluno;
               VIII    ­  orientações à  família  sobre as  implicações da surdez e  sobre a  importância para a  criança com
perda auditiva ter, desde seu nascimento, acesso à Libras e à Língua Portuguesa;
                IX  ­  atendimento  às  pessoas  surdas  ou  com  deficiência  auditiva  na  rede  de  serviços  do  SUS  e  das
empresas  que  detêm  concessão  ou  permissão  de  serviços  públicos  de  assistência  à  saúde,  por  profissionais
capacitados para o uso de Libras ou para sua tradução e interpretação; e
              X ­ apoio à capacitação e formação de profissionais da rede de serviços do SUS para o uso de Libras e
sua tradução e interpretação.
        § 1o  O disposto neste artigo deve ser garantido também para os alunos surdos ou com deficiência auditiva
não usuários da Libras.
               § 2o   O Poder Público, os órgãos da administração pública estadual, municipal, do Distrito Federal e as
empresas  privadas  que  detêm  autorização,  concessão  ou  permissão  de  serviços  públicos  de  assistência  à
saúde  buscarão  implementar  as  medidas  referidas  no  art.  3o  da  Lei  no  10.436,  de  2002,  como  meio  de
assegurar, prioritariamente, aos alunos surdos ou com deficiência auditiva matriculados nas redes de ensino da
educação  básica,  a  atenção  integral  à  sua  saúde,  nos  diversos  níveis  de  complexidade  e  especialidades
médicas.
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CAPÍTULO VIII
DO PAPEL DO PODER PÚBLICO E DAS EMPRESAS QUE DETÊM CONCESSÃO OU PERMISSÃO DE
SERVIÇOS PÚBLICOS, NO APOIO AO USO E DIFUSÃO DA LIBRAS
        Art. 26.  A partir de um ano da publicação deste Decreto, o Poder Público, as empresas concessionárias
de serviços públicos e os órgãos da administração pública  federal, direta e  indireta devem garantir às pessoas
surdas  o  tratamento  diferenciado,  por  meio  do  uso  e  difusão  de  Libras  e  da  tradução  e  interpretação  de
Libras ­ Língua Portuguesa, realizados por servidores e empregados capacitados para essa função, bem como o
acesso às tecnologias de informação, conforme prevê o Decreto no 5.296, de 2004.
               § 1o   As  instituições de que  trata o caput devem dispor de, pelo menos, cinco por cento de servidores,
funcionários e empregados capacitados para o uso e interpretação da Libras.
        § 2o  O Poder Público, os órgãos da administração pública estadual, municipal e do Distrito Federal, e as
empresas privadas que detêm concessão ou permissão de serviços públicos buscarão implementar as medidas
referidas  neste  artigo  como  meio  de  assegurar  às  pessoas  surdas  ou  com  deficiência  auditiva  o  tratamento
diferenciado, previsto no caput.
        Art. 27.  No âmbito da administração pública federal, direta e indireta, bem como das empresas que detêm
concessão  e  permissão  de  serviços  públicos  federais,  os  serviços  prestados  por  servidores  e  empregados
capacitados  para  utilizar  a  Libras  e  realizar  a  tradução  e  interpretação  de  Libras  ­  Língua  Portuguesa  estão
sujeitos a padrões de controle de atendimento e a avaliação da satisfação do usuário dos serviços públicos, sob
a coordenação da Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, em conformidade
com o Decreto no 3.507, de 13 de junho de 2000.
                Parágrafo  único.    Caberá  à  administração  pública  no  âmbito  estadual,  municipal  e  do  Distrito  Federal
disciplinar, em regulamento próprio, os padrões de controle do atendimento e avaliação da satisfação do usuário
dos serviços públicos, referido no caput.
CAPÍTULO IX
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
        Art. 28.  Os órgãos da administração pública federal, direta e indireta, devem incluir em seus orçamentos
anuais e plurianuais dotações destinadas a viabilizar ações previstas neste Decreto, prioritariamente as relativas
à formação, capacitação e qualificação de professores, servidores e empregados para o uso e difusão da Libras
e à realização da tradução e interpretação de Libras ­ Língua Portuguesa, a partir de um ano da publicação deste
Decreto.
               Art. 29.   O Distrito Federal, os Estados e os Municípios, no âmbito de suas competências, definirão os
instrumentos  para  a  efetiva  implantação  e  o  controle  do  uso  e  difusão  de  Libras  e  de  sua  tradução  e
interpretação, referidos nos dispositivos deste Decreto.
               Art. 30.   Os órgãos da administração pública estadual, municipal e do Distrito Federal, direta e  indireta,
viabilizarão  as  ações  previstas  neste  Decreto  com  dotações  específicas  em  seus  orçamentos  anuais  e
plurianuais,  prioritariamente  as  relativas  à  formação,  capacitação  e  qualificação  de  professores,  servidores  e
empregados  para  o  uso  e  difusão  da  Libras  e  à  realização  da  tradução  e  interpretação  de  Libras  ­  Língua
Portuguesa, a partir de um ano da publicação deste Decreto.
        Art. 31. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
        Brasília, 22 de dezembro de 2005; 184o da Independência e 117o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Fernando Haddad
Este texto não substitui o publicado no DOU de 23.12.2005
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/Decreto/D5296.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3507.htm
24/03/2015 Decreto nº 5626
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004­2006/2005/decreto/d5626.htm 8/8
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apostila Libras – rev. 07/2015 – Inilibras – direitos reservados. 
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ESTRATÉGIAS PARA O APRENDIZADO DA LIBRAS 
 
Como pais, professores ou instrutores, ou chefes de surdos, você tem um papel de destaque na sua 
educação. 
 
É preciso encorajar a criança ou o adulto surdo e apoiá-los sempre, fazendo elogios e 
comentários construtivos. Proteção excessiva não é aconselhável, pois o surdo deve ser exposto e 
enfrentar desafios durante seu aprendizado de Libras para que possa crescer e amadurecer. O 
aprendizado mais efetivo é fruto de tentativas e erros, bem como da habilidade adquirida para 
desenvolver estratégias e contornar situações quando as coisas não saem conforme esperado. 
 
Criar oportunidades para o surdo se desenvolver é de suma importância para que ele se sinta mais 
confiante e tome gosto pela língua. As atividades podem ser as mais variadas para possibilitar o 
aprendizado de conceitos associados a números, medidas, porções, preparação de alimentos, 
planejamento de atividades semanais, preparação de lista de compras, supermercado, ou 
execução de qualquer tarefa, por mais complexa que venha a ser. O importante é fazer com que o 
surdo se familiarize com tudo aquilo que existe no mundo para que seu raciocínio e habilidades 
possam ser desenvolvidos. 
 
Como podem ver, as situações sobre as quais falamos aplicam-se tanto à educação de uma criança 
surda como de uma criança ouvinte. Ambas devem crescer integradas na sociedade, sabendo 
formar suas ideias e tomar suas próprias decisões, ou, resumidamente falando, possam ser adultos 
independentes, bem-sucedidos e incluídos na sociedade. 
 
Este módulo compreende, na verdade, uma sessão de treinamento especial inteiramente voltada 
para pais, cuidadores de surdos ou pessoas portadoras de alguma deficiência auditiva, bem como 
para indivíduos que, de uma forma ou outra, devem lidar com o surdo em um ambiente 
corporativo. 
 
Seguem algumas recomendações valiosas para o aluno de Libras e um apelo para que não desista 
de aprendê-la. 
 
1. Evite dar nomes aos sinais. Procure associá-los a conceitos. 
2. Não seja perfeccionista. No início as mãos não estão acostumadas com os 
movimentos, mas, depois, com a prática, os movimentos se tornam graciosos e 
delicados. 
3. É importante ter amigos surdos, pois são estes os melhores professores! 
4. Seja positivo e dedicado. 
5. Usufrua dos materiais disponíveis para os surdos, como livros,filmes, etc. 
6. Focalize o rosto de quem “fala “em Libras e não suas mãos. 
7. Procure conhecer os regionalismos com os próprios surdos. 
8. Nem sempre é possível encontrar o sinal que reflita exatamente o que quer dizer. Neste 
caso, procure usar o sinal que mais se aproxime da expressão desejada. 
9. Os termos técnicos não terão sinais específicos. É preciso que escreva a expressão e 
explique todo o contexto para o surdo para que ele possa criar o sinal correspondente. 
 
 
 
 
 
 
 
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PARÂMETROS DA LIBRAS 
 
A Libras tem sua estrutura gramatical organizada a partir de alguns parâmetros. Os sinais são 
iniciados a partir da combinação da forma da mão e de seu movimento, podendo ser estes a partir 
de um ponto no corpo ou um espaço onde são feitos. 
 
Os principais parâmetros que formarão os sinais na Libras são: 
 
1. Configuração das Mãos (CM) 
 
São formas das mãos que têm sua origem na datilologia ou, ainda, outras formas feitas pela mão 
predominante (mão direita para os destros e mão esquerda para os canhotos), ou pelas duas 
mãos. São 61 as posições de configuração de mãos. 
Os sinais DESCULPAR, EVITAR e IDADE, por exemplo, possuem a mesma configuração de mão (letra 
Y). A diferença é que cada uma é produzida em um ponto diferente no corpo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONFIGURAÇÃO DE MÃOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2. Ponto de Articulação (PA) 
 
Lugar onde incide a mão predominante configurada, ou seja, local onde é feito o sinal, 
podendo a mão tocar alguma parte do corpo ou estar em um espaço neutro (do meio do corpo 
até a cabeça) ou horizontal (à frente do emissor). 
 
 
3. Movimento (M) 
 
Os sinais podem, ou não, ter um movimento. 
Por exemplo, PENSAR e EM-PÉ não são seguidos por movimento em oposição aos sinais EVITAR 
e TRABALHAR, que possuem movimento. 
 
A direcionalidade é outra característica do movimento. 
Tipos de direcionalidade: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Quanto aos tipos, o movimento pode ser: 
 
 
• Retilíneo 
 
 
 
• Helicoidal 
 
 
• Circular 
 
 
 
 
• Semicircular 
 
 
 
• Sinuoso 
 
 
 
 
• Angular 
 
 
 
 
• Ida e Volta 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Orientação e Direção (OD) 
 
 
Os sinais possuem um padrão de direção e sua inversão pode significar a ideia de posição. Por 
exemplo, IR e VIR se opõem em relação a sua direção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Expressão Facial e/ou Corporal ou Não-Manuais 
 
As expressões faciais são essenciais para a língua de sinais, pois ajudam a entender e sentir a 
intensidade do que está sendo sinalizado. Os sentimentos que revelamos no tom de voz serão 
vistos pelo surdo em nosso rosto e em nossas expressões. Quando fazemos sinais alegres, é 
importante que estejamos com a expressão alegre; sinais tristes, com expressão triste, e assim por 
diante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LEGISLAÇÃO E ACESSIBILIDADE 
 
 
LEGISLAÇÃO 
 
Muito se vem fazendo no mundo para garantir o tratamento adequado às pessoas com 
deficiência. Alguns momentos de relevância no mundo encontram-se resumidos abaixo, como 
expostos na matéria. O que as Empresas podem fazer pela Inclusão das Pessoas com Deficiência, 
publicada pelo Instituto Ethos. 
 
. 1980: Estabelecida como a Década Internacional das Pessoas Deficientes. 
 
. 1981: Adotado pela ONU como o Ano Internacional das Pessoas com Deficiência. 
 
. 1983: Elaboração da Convenção 159 pela OIT. 
 
. 1990: Aprovação a ADA (Lei dos Deficientes dos Estados Unidos, aplicável a toda empresa 
com mais de quinze empregados. 
 
. 1992: Estabelecida a data de 3 de dezembro – Dia Internacional das Pessoas Portadoras de 
Deficiência da ONU. 
 
. 1994: Declaração de Salamanca (Espanha), tratando da educação especial. 
 
. 1995: A Inglaterra aprova legislação semelhante para empresas com mais de vinte empregados. 
 
. 1997: Tratado de Amsterdã, em que a União Europeia se compromete a facilitar a inserção e 
permanência nos mercados de trabalho. 
 
. 1999: Promulgada na Guatemala a Convenção Interamericana para a eliminação de todas as 
formas de discriminação contra as pessoas com deficiência. 
 
. 2002: Realizado em março o Congresso Europeu sobre Deficiência em Madri, que estabeleceu 
2003 como o Ano Europeu das Pessoas com Deficiência. 
 
E muito se continua fazendo para integrar não apenas o surdo, mas também todas as 
pessoas com deficiência na sociedade. Com o Brasil não foi diferente. 
 
Além de ratificar os movimentos internacionais, em 1988 nossa Constituição passou a dar 
proteção às pessoas com deficiência, proibindo discriminações, definindo responsabilidades e 
garantindo o atendimento apropriado e o direito ao trabalho. 
 
Alguns momentos de relevância no Brasil encontram-se resumidos abaixo, ainda conforme matéria 
publicada pelo Instituto Ethos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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. 1989: Elaboração da Lei 7.853, que referendou a Convenção 159 da OIT. Essa lei definiu os 
direitos das pessoas com deficiência, disciplinou a atuação do Ministério Público e criou a Corde 
(Coordenadoria Nacional para Integração das Pessoas Portadoras de Deficiência). 
 
. 1991: Criada a Lei nº 8.213, conhecida como Lei de Cotas, estabelece a contratação de pessoas 
com deficiência em empresas privadas com mais de cem funcionários, dispõe também sobre os 
Planos de Benefícios da Previdência Social. 
 
. 1999: Edição do Decreto no. 3.298 regulamentando a Lei nº 7.853 - Fixou uma Política Nacional 
para a Integração de Pessoas Portadoras de Deficiência no mercado de trabalho e na sociedade. 
Traz a conceituação de deficiência e fixa os parâmetros de avaliação da deficiência física, auditiva, 
visual, mental e múltipla. 
 
. 2000: Sancionada a Lei nº 10.098, que estabelece normas e critérios básicos para a promoção da 
acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. 
 
Legislação e Acessibilidade 
 
 
A legislação brasileira está entre as mais avançadas, em comparação com a legislação de outros 
países, e tem por objetivo garantir acesso irrestrito a todos os cidadãos, seja em termos de 
direitos como de condições físicas que venham a permitir à pessoa com deficiência poder ir e vir. O 
direito à acessibilidade vem exigindo do mercado não apenas uso de novas tecnologias, mas 
criatividade para que as empresas possam acompanhar as mudanças. 
 
O que temos hoje? Podemos citar os ajustes arquitetônicos e as atitudes tomadas para eliminar 
obstáculos para que as pessoas com deficiência possam exercer seu direito ao voto; a inclusão 
social nas telas do computador, permitindo que pessoas com deficiência visual possam ser 
facilmente integradas no mercado de trabalho; criação de novas tecnologias para facilitar a vida 
de tetraplégicos; sistemas elétricos inteligentes para guardar cadeiras de roda em carros; 
adaptações que permitem ao motorista dirigir com apenas um dedo; mudanças nos parâmetros 
das construções residenciais; ajustes no ambiente de trabalho e escolar, com a instalação de 
elevadores especiais para cadeirantes, instalação de rampas e barras de apoio, sinalização especial 
para a pessoa com deficiência visual e auditiva; ajustes nos meios de transporte público, entre 
outras mudanças. A acessibilidade chegou não apenas nas casas e no ambiente de trabalho, como 
também no esporte, lazer, entretenimento, na moda e até mesmo nos motéis e hotéis. 
 
Vale dizer que a sociedade vem modificando estruturas

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