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Aula 06
Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - Com
Videoaulas (Prof. Rubens Maurício) 
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Plano de Benefícios do RGPS 
 
 
 
Dependentes do RGPS 
 
Prestações do RGPS 
Introdução aos Benefícios e Serviços 
 
Carência das Prestações do RGPS 
 
 
SUMÁRIO 
1. Introdução ..................................................................................................................... 4 
2. Revisão da Aula Anterior................................................................................................ 5 
3. Dependentes do Regime Geral de Previdência ............................................................... 9 
3.1 - Introdução ................................................................................................................................. 9 
3.2. Prestações Devidas aos Dependentes ...................................................................................... 10 
4. Dependentes de Primeira Classe (Preferenciais) .......................................................... 11 
4.1. Cônjuge ..................................................................................................................................... 11 
4.2. Companheiros .......................................................................................................................... 12 
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4.3. Companheiros Homossexuais .................................................................................................. 15 
4.4. Concubinato ............................................................................................................................. 18 
4.5. Filhos......................................................................................................................................... 19 
4.6. Equiparados a Filhos ................................................................................................................ 22 
4.7. Comprovação do Vínculo e Dependência Econômica .............................................................. 28 
5. Dependentes de Segunda Classe .................................................................................. 32 
5.1. Pais ........................................................................................................................................... 32 
5.2. Comprovação do Vínculo e Dependência Econômica .............................................................. 32 
6. Dependentes de Terceira Classe ................................................................................... 36 
6.1. Irmãos ....................................................................................................................................... 36 
6.2. Comprovação do Vínculo e Dependência Econômica .............................................................. 36 
7. Regras aplicáveis aos Dependentes .............................................................................. 38 
8. Perda da Qualidade de Dependente ............................................................................ 49 
9. Inscrição dos Dependentes .......................................................................................... 51 
10. Prestações do Regime geral de Previdência Social - RGPS .......................................... 51 
10.1. Introdução .............................................................................................................................. 51 
10.2. Espécies de Benefícios Previdenciários .................................................................................. 52 
10.3. Serviços Prestados Pela Previdência Social ............................................................................ 53 
10.4. Prestações dos Segurados e Dependentes ............................................................................. 54 
10.5. Aposentadoria por Invalidez .................................................................................................. 60 
10.6. Aposentadoria por Idade ........................................................................................................ 62 
10.7. Aposentadoria por Tempo de Contribuição ........................................................................... 67 
10.8. Aposentadoria Especial .......................................................................................................... 74 
10.9. Auxílio Doença ........................................................................................................................ 79 
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10.10. Auxílio Acidente .................................................................................................................... 83 
10.11. Salário Maternidade ............................................................................................................ 90 
10.12. Salário-Família ..................................................................................................................... 98 
10.13. Pensão Por Morte ............................................................................................................... 102 
10.14. Auxílio Reclusão.................................................................................................................. 106 
10.15. Habilitação e reabilitação Profissional .............................................................................. 111 
10.16. Serviço Social ...................................................................................................................... 115 
11. Carência das Prestações do RGPS ............................................................................. 116 
11.1. Conceito ................................................................................................................................ 116 
11.2. Aposentadoria por Invalidez e Auxílio Doença .................................................................... 120 
11.3. Aposentadoria por Idade, Aposentadoria por Tempo de Contribuição e Aposentadoria 
Especial .......................................................................................................................................... 126 
11.4. Salário Maternidade............................................................................................................. 129 
11.5. Sem Carência に Demais Benefícios e Serviços ...................................................................... 132 
12. Resumo da Aula ....................................................................................................... 138 
13. Lista de Exercícios .................................................................................................... 143 
13.1 . Gabarito Comentado ........................................................................................................... 154 
14. Gabarito Geral ......................................................................................................... 193 
15. Questionário de Revisão .......................................................................................... 194 
15.1. Respostas Comentadas do Questionário de Revisão ........................................................... 195 
16. Considerações Finais da Aula ................................................................................... 200 
 
 
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1. INTRODUÇÃO 
Olá meus amigos e minhas amigas! Sejam todos muito bem-vindos à 6ª aula do 
nosso curso de Direito Previdenciário Diagramado. Vamos continuar com nosso 
trabalho diário de preparação, sempre com muita disciplina, rotina e 
comprometimento, até o dia da sua aprovação. 
Em nossa aula de hoje iniciaremos o estudo dos benefícios previdenciários, de 
maneira estruturada e diagramada, para tornar o estudo mais agradável e a retenção mais efetiva. 
Começaremos a aula com o estudo das classes de dependentes do RGPS. Em seguida, seremos 
apresentados a cada um dos benefícios e serviços oferecidos pela Previdência Social. Ainda nesta 
aula estudaremos a carência das prestações previdenciárias. Importante destacar que não 
esgotaremos o estudo dos benefícios previdenciários nesta aula. Na próxima aula continuaremos 
com o estudo dos benefícios, onde analisaremos o salário de benefício, renda mensal inicial, data de 
início dos benefícios e data de cessação dos benefícios. 
Lembre-se sempre dos pilares necessário para sua aprovação: 
• Conhecimento; 
• Retenção e fixação; 
• Emocional / psicológico; 
• Atividade física. 
É muito importante manter todos estes pilares em harmonia, não apenas adquirindo conhecimento, 
mas também mantendo o processo de revisão e retenção permanentemente ativos, bem como 
manter um equilíbrio emocional, psicológico e o corpo energizado e condicionado mediante 
atividades físicas constates. 
A soma destes fatores irá auxiliar muito no seu projeto e processo de preparação. 
Que Deus os abençoe e consolide o aprendizado de hoje. 
 
 
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2. REVISÃO DA AULA ANTERIOR 
✓ A empresa é obrigada a: 
o Arrecadar e recolher as contribuições dos segurados a seu serviço; 
o Recolher suas contribuições patronais sobre as remunerações dos segurados a 
seu serviço 
o Reter e recolher 11% do valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação 
de serviços mediante cessão ou empreitada de mão de obra. 
o Recolher contribuições sobre faturamento e lucro 
o Arrecadar e recolher a contribuição incidente sobre a comercialização da 
produção rural do produtor rural pessoa física e do segurado especial. 
o É obrigado a recolher contribuição incidente sobre a receita bruta proveniente 
de comercialização de sua produção rural, quando se tratar de um produtor 
rural pessoa jurídica. 
 
✓ No caso de trabalhador avulso, temos duas situações: 
o Trabalhador avulso portuário: quem arrecada e recolhe é o Órgão Gestor de 
mão de obra; 
o Trabalhador avulso não portuário: quem arrecada e recolhe é a empresa 
tomadora do serviço. 
 
✓ O empregador doméstico arrecada e recolhe as contribuições do empregado doméstico a seu 
serviço; 
 
✓ Quem recolhe as contribuições do segurado facultativo é o próprio segurado facultativo; 
 
✓ No caso do contribuinte individual, temos duas situações: 
 
o se o C.I. presta serviço para empresa: quem arrecada e recolhe é a empresa 
contratante 
 
o será o próprio segurado nos seguintes casos: 
▪ se o C.I. presta serviço por conta própria; 
▪ se o C.I. presta serviço para pessoa física 
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▪ se o C.I. presta serviço para missão diplomática ou repartição consular 
de carreira estrangeira 
▪ ou quando tratar-se de brasileiro civil que trabalha no exterior para 
organismo oficial internacional do qual o brasil seja membro efetivo 
 
 
✓ No caso de segurado especial e produtor rural pessoa física, temos duas situações: 
 
o o adquirente da produção rural deverá reter e recolher: 
 
▪ se o adquirente da produção rural for pessoa jurídica, ou 
 
▪ se se for pessoa física, não produtor rural, que adquira a produção para 
venda, no varejo, a pessoas físicas, quem arrecada e recolhe será o 
adquirente da produção rural. 
 
o o próprio segurado deverá recolher se vender para: 
 
▪ adquirente domiciliado no exterior 
▪ diretamente, no varejo, a consumidor pessoa física 
▪ produtor rural pessoa física 
▪ outro segurado especial 
 
✓ Existem 5 datas de vencimento das contribuições previdenciárias 
 
o 2 contribuições até o dia 15 do mês seguinte: 
▪ Facultativo 
▪ Contribuinte individual (quando ele mesmo recolhe) 
 
o 1 contribuição até o dia 20 de dezembro: 
▪ 13º salário 
 
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o 1 contribuição até 2 dias uteis após o evento: 
▪ a contribuição de 5% incidente sobre a receita bruta decorrente dos 
espetáculos desportivos 
 
o 2 contribuições até o dia 7 do mês seguinte: 
▪ Segurado Especial, quando ele próprio recolhe; 
▪ Empregador doméstico, junto com a cota descontada do empregado 
doméstico a seu serviço. 
 
o Várias contribuições até o dia 20 do mês seguinte: 
▪ todas as demais contribuições; 
 
✓ Recolhimento fora do prazo: 
o Inadimplente (declara e não recolhe): Juros de mora e multa de mora; 
o Sonegador (não declara e não recolhe): Juros de mora e multa de ofício. 
 
✓ Principais Obrigações Acessória da Empresa: 
 
o Folha de Pagamento; 
▪ Mensal; 
▪ TODOS os segurados; 
▪ Por estabelecimento; 
▪ Por obra de Construção Civil; 
▪ Por tomador de serviços; 
 
o GFIP. 
▪ Mensalmente; 
▪ Dados Cadastrais; 
▪ Fatos Geradores; 
▪ Outras Informações 
 
o Contabilidade. 
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▪ Lançar Mensalmente; 
▪ Em Títulos Próprios; 
▪ Fatos Geradores; 
▪ Quantia descontada; 
▪ Contribuições da Empresa; 
▪ Total Recolhido 
 
o Retenção de 11%: 
o Cessão de mão de obra; 
o Empreitada de mão de obra. 
 
✓ Empresa Contratante (tomadora): 
o Reter 11%; 
o Recolher em nome da prestadora. 
 
✓ Empresa Contratada (prestadora ou cedente de mão de obra): 
o Destacar na NF o valor da retenção; 
o Elaborar as folhas de pagamento e GFIP para cada contratante; 
o Compensar o valor retido quando do pagamento de suas contribuições 
previdenciárias 
 
 
 
 
 
 
 
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PLANO DE BENEFÍCIOS E SERVIÇOS DO 
REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL - RGPS 
 
3. DEPENDENTES DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA 
3.1 - INTRODUÇÃO 
Como já estudado, os beneficiários do Regime Geral de Previdência Social に RGPS são os segurados 
e seus dependentes. 
Após termos feito o estudo detalhado de cada uma das espécies de segurados, vamos agora estudar 
cada um dos dependentes. 
Os dependentes são beneficiários do RGPS independentemente de qualquer contribuição, pois seu 
vínculo com a Previdência Social decorre da contribuição do segurado com o qual mantenha vínculo 
de dependência. 
Nos termos do art. 16 da Lei 8.213/91, os dependentes dividem-se em três classes, conforme segue: 
• Classe I (1ª Classe) - também conhecido como dependentes preferenciais: o cônjuge, a 
companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 
(vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual, mental ou deficiência 
grave; 
• Classe II (2ª Classe): os pais; 
• Classe III (3ª Classe): o irmão não emancipado, de qualquer condição,menor de 21 (vinte e 
um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave. 
 
 
 
 
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3.2. PRESTAÇÕES DEVIDAS AOS DEPENDENTES 
 
Os dependentes têm direito apenas a dois benefícios previdenciários, quais sejam: 
• pensão por morte e 
• auxílio-reclusão. 
Além destes benefícios, os dependentes também terão direito aos serviços oferecidos pela 
Previdência Social, conforme segue: 
• Habilitação e reabilitação profissional e 
• Serviço Social 
Tais benefícios e serviços serão estudados em detalhes, junto com as demais prestações 
previdenciárias, durante nosso curso. 
 
 
DEPENDENTES
1ª CLASSE
3ª CLASSE
2ª CLASSE
ART. 16º - RPS
CÔNJUGE, COMPANHEIRA (O)
FILHO NÃO EMANCIPADO DE QUALQUER
CONDIÇÃO, MENOR DE 21 ANOS
FILHO INVÁLIDO OU QUE TENHA DEFICIÊNCIA
INTELECTUAL OU MENTAL OU DEFICIÊNCIA GRAVE,
NOS TERMOS DO REGULAMENTO
(DE QUALQUER IDADE)
PAIS
(PRECISAM COMPROVAR DEPENDÊNCIA ECONÔMICA)
IRMÃO DE QUALQUER CONDIÇÃO, MENOR DE 21 ANOS
(PRECISAM COMPROVAR DEPENDÊNCIA ECONÔMICA)
IRMÃO INVÁLIDO OU QUE TENHA DEFICIÊNCIA
INTELECTUAL OU MENTAL OU DEFICIÊNCIA GRAVE,
NOS TERMOS DO REGULAMENTO (DE QUALQUER IDADE)
(PRECISAM COMPROVAR DEPENDÊNCIA ECONÔMICA)
ENTEADO E MENOR SOB TUTELA
(PRECISAM COMPROVAR DEPENDÊNCIA ECONÔMICA)
PREFERENCIAIS
NÃO COMPROVAM 
DEPENDÊNCIA ECONÔMICA
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4. DEPENDENTES DE PRIMEIRA CLASSE (PREFERENCIAIS) 
4.1. CÔNJUGE 
Consideram-se cônjuges aqueles matrimonialmente vinculados pelo casamento. Assim sendo, cada 
um dos cônjuges é beneficiário do RGPS, na condição de dependente, em relação ao outro cônjuge, 
quando estes forem segurados. 
 Como exemplo podemos afirmar que o marido é dependente da esposa, se ela for segurada. Da 
mesma forma, a esposa será dependente do marido, se ele for segurado. 
O cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato, bem como o ex-companheiro, que 
recebia pensão de alimentos, concorrerá em igualdade de condições com os dependentes de 1ª 
Classe. 
Obs.: Equipara-se à percepção de pensão alimentícia o recebimento de ajuda econômica ou 
financeira sob qualquer forma. 
Apesar da legislação previdenciária considerar o recebimento da pensão de alimentos ou ajuda 
econômica/financeira como fator determinante para a manutenção da qualidade de dependente 
para o ex-cônjuge e ex-companheiro, o STJ tem o seguinte entendimento: 
 
DIREITOS DOS
DEPENDENTES
PENSÃO POR
MORTE
REABILITAÇÃO
PROFISSIONAL
AUXÍLIO-RECLUSÃO SERVIÇO SOCIAL
BENEFÍCIOS SERVIÇOS
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Súmula 336 ʹ STJ: さA mulher que renunciou aos alimentos na separação judicial tem direito à pensão 
previdenciária por morte do ex-marido, comprovada a necessidade econômica supervenienteくざ 
Apesar da súmula mencionar apenas a separação judicial, tal entendimento aplica-se também aos 
casos de divórcio. 
Para corroborar com tal entendimento, podemos citar parte da ementa de Julgamento do STJ do 
Agravo Regimental no Agravo em Recurso Especial 101062/RJ: 
STJ: さConsoante jurisprudência desta Corte, comprovada a dependência econômica em relação ao de cujus, o 
cônjuge separado judicialmente faz jus ao benefício de pensão pós-morte do ex-cônjuge, ainda que não receba 
pensão alimentíciaくざ 
 
4.2. COMPANHEIROS 
Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada, mantém união estável 
com o segurado ou com a segurada. 
Considera-se união estável aquela configurada na convivência pública, contínua e duradoura entre 
o homem e a mulher, estabelecida com intenção de constituição de família, exceto nos casos de 
impedimento legal de casamento, que também impedem a constituição de união estável. 
Outrossim, no caso em que um dos companheiros ou ambos sejam separados apenas de fato, tal 
situação, apesar de impedir casamento, não impedirá a união estável. 
Assim sendo, podemos resumir as condições para que se reste caracterizada a união estável em dois 
itens: 
• convivência pública, contínua e duradoura entre o homem e a mulher, estabelecida com 
intenção de constituição de família; 
• ambos os companheiros sejam solteiros, separados judicialmente, divorciados, viúvos ou 
separados de fato. 
Não é possível o reconhecimento da união estável, bem como dos efeitos previdenciários 
correspondentes, quando um ou ambos os pretensos companheiros forem menores de dezesseis 
anos. 
Em se tratando de companheiro(a) maior de dezesseis e menor de dezoito anos, dada a incapacidade 
relativa, o reconhecimento da união estável está condicionado à apresentação de declaração 
expressa dos pais ou representantes legais, atestando que conheciam e autorizavam a convivência 
marital do menor. 
 
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Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: 
1. (CESPE - Analista de Gestão Educacional ʹ SEDF - 2017). Relativamente a segurados, 
cumulação de benefícios e previdência complementar, julgue o item a seguir. 
 Entende-se como companheiro ou companheira para efeito de proteção previdenciária a 
pessoa com quem o segurado mantém união estável por período superior a cinco anos, 
independentemente da existência de prole em comum. 
( ) Certo 
( ) Errado 
COMENTÁRIOS: 
As Classes de dependentes são definidas em três, e companheiros, desde que comprovem união 
estável, são considerados como dependentes Classe I, portanto automaticamente considerados 
como financeiramente dependentes do segurado, não existindo um prazo legal para configurar uma 
união considerada estável, conforme podemos ver no art. 16 da Lei 8.213/91: 
Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado: 
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 
(vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; 
(...) 
§ 3º Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada, mantém união estável com o 
segurado ou com a segurada, de acordo com o § 3º do art. 226 da Constituição Federal. 
(Destaques Nossos). 
Vamos conferir o Art. 226 da Constituição federal: 
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. 
[...] 
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como 
entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. 
(Destaques Nossos). 
Sendo assim podemos concluir que a assertiva é falsa. 
Gabarito: ERRADO. 
 
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2. (CESPE - Auditor de Controle Externo - TCE-PE - 2017). A respeito da carência e da condição 
de segurados e dependentes no regime geral da previdência social (RGPS), julgue o item 
subsequente. 
Para a concessão da pensão por morte na condição de companheira ou companheiro, exige-se 
do interessado a prova da existência de filhos em comum ou da convivência por, no mínimo, 
dois anos com o segurado falecido. 
( ) Certo 
( ) Errado 
COMENTÁRIOS: 
Assertiva incorreta. As Classes de dependentes, conformeestudamos, são definidas em três e 
companheiros, desde que comprovem união estável, são considerados como dependentes Classe I, 
sendo automaticamente considerados como financeiramente dependentes do segurado, e não 
existindo um prazo legal para configurar uma união considerada estável e, menos ainda a 
necessidade da existência de filhos em comum, conforme podemos ver no art. 16 da Lei 8.213/91: 
Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado: 
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 
(vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; 
(...) 
§ 3º Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada, mantém união estável com o 
segurado ou com a segurada, de acordo com o § 3º do art. 226 da Constituição Federal. 
(Destaques Nossos). 
 
Vejamos o Art. 226 da Constituição federal: 
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. 
[...] 
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como 
entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. 
(Destaques Nossos). 
Sendo assim podemos concluir que a assertiva é falsa. 
 
Gabarito: ERRADO. 
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4.3. COMPANHEIROS HOMOSSEXUAIS 
No âmbito do Regime Geral de Previdência Social - RGPS, as normas que tratam de dependentes 
para fins previdenciários devem ser interpretadas de forma a abranger a união estável entre pessoas 
do mesmo sexo. 
O companheiro ou a companheira do mesmo sexo de segurado inscrito no RGPS integra o rol dos 
dependentes e, desde que comprovada a união estável, concorre com os dependentes preferenciais 
(dependentes de 1ª Classe), para fins de recebimento de pensão por morte e de auxílio-reclusão, 
independentemente de comprovação de dependência econômica. 
 
 
O STF já se posicionou reconhecendo a legitimidade da união homoafetiva como entidade familiar. 
Vejamos o julgado a seguir: 
 
RECONHECIMENTO E QUALIFICAÇÃO DA UNIÃO HOMOAFETIVA COMO ENTIDADE FAMILIAR . - O Supremo 
Tribunal Federal - apoiando-se em valiosa hermenêutica construtiva e invocando princípios essenciais (como os 
da dignidade da pessoa humana, da liberdade, da autodeterminação, da igualdade, do pluralismo, da 
intimidade, da não discriminação e da busca da felicidade) - reconhece assistir, a qualquer pessoa, o direito 
fundamental à orientação sexual, havendo proclamado, por isso mesmo, a plena legitimidade ético-jurídica da 
união homoafetiva como entidade familiar, atribuindo-lhe, em consequência, verdadeiro estatuto de cidadania, 
em ordem a permitir que se extraiam, em favor de parceiros homossexuais, relevantes consequências no plano 
do Direito, notadamente no campo previdenciário, e, também, na esfera das relações sociais e familiares . - A 
extensão, às uniões homoafetivas, do mesmo regime jurídico aplicável à união estável entre pessoas de gênero 
distinto justifica-se e legitima-se pela direta incidência, dentre outros, dos princípios constitucionais da 
igualdade, da liberdade, da dignidade, da segurança jurídica e do postulado constitucional implícito que 
consagra o direito à busca da felicidade, os quais configuram, numa estrita dimensão que privilegia o sentido 
de inclusão decorrente da própria Constituição da República (art. 1º, III, e art. 3º, IV), fundamentos autônomos 
e suficientes aptos a conferir suporte legitimador à qualificação das conjugalidades entre pessoas do mesmo 
sexo como espécie do gênero entidade familiar .(STF, RE 477554 AgR/MG, DJe-164, de 25/08/2011) 
 
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Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: 
3. (CESPE - Auditor Fiscal de Controle Externo - TCE-SC ʹ 2016). A seguridade social 
compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da 
sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência 
social. Acerca da seguridade social, julgue o item subsequente. 
O STF reconhece a união homoafetiva como entidade familiar e, consequentemente, assegura 
ao(à) companheiro(a) da pessoa segurada a qualidade de dependente para fins 
previdenciários. 
( ) Certo 
( ) Errado 
COMENTÁRIOS: 
Sabemos que os dependentes são divididos em 3 classes, segundo o Art. 16 da Lei 8.213/91, senão 
vejamos: 
Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado: 
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 
(vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; 
II - os pais; 
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha 
deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; 
Na análise literal do dispositivo, podemos notar que nada se aborda na lei sobre os relacionamentos 
homoafetivos. Contudo, o STF publicou diversas decisões neste sentido, conforme segue: 
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. UNIÃO HOMOAFETIVA. LEGITIMIDADE 
CONSTITUCIONAL DO RECONHECIMENTO E QUALIFICAÇÃO DA UNIÃO CIVIL ENTRE PESSOAS DO MESMO SEXO 
COMO ENTIDADE FAMILIAR. DIREITO À PERCEPÇÃO DO BENEFÍCIO DA PENSÃO POR MORTE. 
RECONHECIMENTO. APLICAÇÃO DAS REGRAS E CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS VÁLIDAS PARA A UNIÃO ESTÁVEL 
HETEROAFETIVA. ACÓRDÃO RECORRIDO EM CONSONÂNCIA COM O ENTENDIMENTO DO PLENÁRIO DESTA 
CORTE. REEXAME DE MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA N. 279 DO SUPREMO 
TRIBUNAL FEDERAL. 
1. O preceito constante do art. 1.723 do Código Civil ね さY ヴWIラミエWIキS; Iラマラ WミデキS;SW a;マキノキ;ヴ ; ┌ミキ?ラ Wゲデ=┗Wノ 
entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o 
ラHテWデキ┗ラ SW Iラミゲデキデ┌キN?ラ SW a;マケノキ;ざ に não obsta que a união de pessoas do mesmo sexo possa ser reconhecida 
como entidade familiar apta a merecer proteção estatal. O Pleno do Supremo Tribunal Federal, proferiu esse 
entendimento no julgamento da ADI 4.277 e da ADPF 132, ambas da Relatoria do Ministro Ayres Britto, Sessão 
de 5.5.11, utilizando a técnica da interpretação conforme a Constituição do referido preceito do Código Civil, 
para excluir qualquer significado que impeça o reconhecimento da união contínua, pública e duradoura entre 
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200 
pessoas do mesmo sexo como entidade familiar, entendida esta como sinônimo perfeito de família. 
Reconhecimento este, que deve ser feito segundo as mesmas regras e com idênticas consequências da união 
estável heteroafetiva. 
2. Em recente pronunciamento, a Segunda Turma desta Corte, ao julgar caso análogo ao presente, o RE n. 
477.554-AgR, Relator o Ministro Celso de Mello, DJe de 26.08.11, em que se discutia o direito do companheiro, 
na união estável homoafetiva, à percepção do benefício da pensão por morte de seu parceiro, enfatizou que 
さミキミェ┌Yマが ;Hゲラノ┌デ;マWミデW ミキミェ┌Yマが ヮラSW ゲWヴ ヮヴキ┗;Sラ SW SキヴWキデラゲ ミWマ ゲラaヴWヴ ケ┌;キゲケ┌Wヴ ヴWゲデヴキNロWゲ SW ラヴSWマ 
jurídica por motivo de sua orientação sexual. Os homossexuais, por tal razão, têm direito de receber a igual 
proteção tanto das leis quanto do sistema político-jurídico instituído pela Constituição da República, mostrando-
se arbitrário e inaceitável qualquer estatuto que puna, que exclua, que discrimine,que fomente a intolerância, 
ケ┌W Wゲデキマ┌ノW ラ SWゲヴWゲヮWキデラ W ケ┌W SWゲキェ┌;ノW ;ゲ ヮWゲゲラ;ゲ Wマ ヴ;┣?ラ SW ゲ┌; ラヴキWミデ;N?ラ ゲW┝┌;ノく ふぐぶ A família 
resultante da união homoafetiva não pode sofrer discriminação, cabendo-lhe os mesmos direitos, prerrogativas, 
benefícios e obrigações que se mostrem acessíveis a parceiros de sexo distinto que integrem uniões 
エWデWヴラ;aWデキ┗;ゲくざ ふPヴWIWSWミデWゲぎ RE ミく ヵヵヲくΒヰヲが RWノ;デラヴ ラ Mキミキゲデヴラ Dキ;ゲ Tラaaラノキが DJW SW ヲヴくヱヰくヱヱき RE ミく ヶヴンくヲヲΓが 
Relator o Ministro Luiz Fux, DJe de 08.09.11; RE n. 607.182, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJe de 
15.08.11; RE n. 590.989, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJe de 24.06.11; RE n. 437.100, Relator o Ministro 
Gilmar Mendes, DJe de 26.05.11, entre outros). 
3. (...) 
4. In casu, o ;IルヴS?ラ ラヴキェキミ;ヴキ;マWミデW ヴWIラヴヴキSラ ;ゲゲWミデラ┌ぎ さEMENTáぎ áDMINI“TRáTIVOく CON“TITUCIONáLく 
PREVIDENCIÁRIO. AÇÃO DECLARATÓRIA. BENEFÍCIO DE PENSÃO PREVIDENCIÁRIA. PRELIMINAR DE 
IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO. REJEITADA DIANTE DO INFORMATIVO Nº 0366, DO STJ. MÉRITO. 
RELAÇÃO HOMOAFETIVA. RECONHECIMENTO COMO BENEFÍCIO DE PENSÃO POS MORTEM. POSSIBILIDADE. 
REEXAME NECESSÁRIO IMPROVIDO, APELO VOLUNTÁRIO PREJUDICADO. DECISÃO UNÂNIME. 
1 - Ineficácia da prejudicial de impossibilidade jurídica do pedido, união homoafetiva é reconhecida pelos 
Tribunais Pátrios, apesar de inexistir ordenamento legal. Possibilidade de ser concedido o benefício 
previdenciário nos casos de relação homoafetiva. Informativo de nº 0366, da Quarta Turma do Superior Tribunal 
de Justiça reconhece a Possibilidade Jurídica do Pedido 
2 - Faz jus apelada a percepção do benefício de pensão por morte o autor logrou êxito em comprovar, 
efetivamente, sua vida em comum com o falecido segurado, como se more uxório, mantendo residência 
conjunta, partilhando despesas, além da aquisição de bens, tais como um imóvel que foi adquirido por ambos, 
e deixado ao autor. 
3 - Pleito do apelado em conformidade com o Princípio Constitucional da Igualdade, da dignidade da pessoa 
humana e da promoção do bem de todos, sem preconceitos ou quaisquer outras formas de discriminação, 
previsto no inciso I, do Art. 5º da Carta Magna, posto que a união homoafetiva merece ser tratada como uniões 
heterossexuais. 4 - Incontestável direito do apelado à percepção de pensão por morte nos termos assegurados 
pela Constituição da República de 1988 e a própria IN/INSS nº 025/2000, vez que presentes os requisitos 
necessários ao gozo desse direito. 5 - Reexame necessário improvido, prejudicado o apelo voluntário para 
manter incólume a decisão recorrida. 6 に DWIキゲ?ラ ┌ミ>ミキマWくざ ヵく áェヴ;┗ラ ヴWェキマWミデ;ノ ; ケ┌W ゲW ミWェ; ヮヴラ┗キマWミデラく 
(STF に RE 607562 AgR/PE に Relator Ministro LUIZ FUX に Primeira Turma に Julgamento em 18.09.2012 に 
Publicação em 03.10.2012) 
(Destaques Nossos). 
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Portanto podemos concluir que a assertiva está correta, pois o STF reconhece a união homoafetiva 
como entidade familiar e, consequentemente, assegura ao companheiro(a) da pessoa segurada a 
qualidade de dependente para fins previdenciários. 
Estudar a Jurisprudência é essencial para diferenciar o candidato bem preparado. Sobretudo em 
casos de assuntos que possuem uma razoável projeção na mídia. Estes assuntos, o candidato tem 
que saber. 
Gabarito: CERTO. 
 
4.4. CONCUBINATO 
Considera-se concubinato a relação não eventual entre o homem e a mulher, impedidos de casar. 
Trata-se de uma relação impedida e que não pode ser considerada como entidade familiar. No 
entanto, exclui-se da noção de concubinato a relação de pessoas separadas judicialmente ou de fato 
que, apesar de serem impedidas para novo casamento, podem estabelecer união estável, conforme 
previsão expressa em lei. 
 
Também se considera concubina a mulher com quem o cônjuge adúltero tem encontros periódicos 
fora do lar. 
 
A doutrina e a jurisprudência consideram as relações de concubinato excluídas do conceito de união 
estável, por considera-las ilegítimas, não alcançando a proteção do Estado. Vejamos decisão do STF 
sobre o assunto: 
 
 
 
 STF - COMPANHEIRA E CONCUBINA - DISTINÇÃO. Sendo o Direito uma verdadeira ciência, impossível é confundir 
institutos, expressões e vocábulos, sob pena de prevalecer a babel. UNIÃO ESTÁVEL - PROTEÇÃO DO ESTADO. A 
proteção do Estado à união estável alcança apenas as situações legítimas e nestas não está incluído o 
concubinato. PENSÃO - SERVIDOR PÚBLICO - MULHER - CONCUBINA - DIREITO. A titularidade da pensão 
decorrente do falecimento de servidor público pressupõe vínculo agasalhado pelo ordenamento jurídico, 
mostrando-se impróprio o implemento de divisão a beneficiar, em detrimento da família, a concubina. (STF - RE: 
397762 BA, Relator: MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento: 03/06/2008) 
 
 
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4.5. FILHOS 
Os filhos também estão incluídos no rol de dependentes de 1ª Classe (dependentes preferenciais), 
quando não emancipados, de qualquer condição, quando menores de 21 anos ou, em qualquer 
idade, quando inválidos ou que tenha deficiência intelectual, mental ou deficiência grave. 
Destaco aqui que os filhos adotados não são apenas equiparados a filhos... Filhos adotados SÃO 
FILHOS, sem qualquer distinção (não por equiparação, mas por definição). A Constituição Federal de 
1988 unificou o direito de igualdade entre os filhos. 
Muitos alunos costumam confundir a dependência dos filhos para efeitos previdenciários com a 
dependência para efeito de imposto de renda. Os filhos que tenham entre 21 e 24 anos, quando 
universitários ou estejam cursando escola técnica de 2º grau, apesar de dependentes para efeito de 
imposto de renda, não são considerados dependentes para efeitos previdenciários. 
O filho maior de 21 anos somente manterá a condição de dependente quando inválido ou se tiver 
deficiência intelectual, mental ou deficiência grave. 
Outro ponto que costuma causar confusão ocorreu após a redução da maioridade promovida pelo 
Novo Código Civil, de 21 anos para 18 anos, para aquisição de plena capacidade civil. Essa redução 
de maioridade civil para 18 anos em nada altera a idade dos filhos, equiparados a filhos e irmãos 
para fins previdenciários, que manterão a qualidade de dependente, quando não emancipados, até 
completar 21 anos de idade. 
A emancipação, cujo conceito jurídico é a aquisição de capacidade civil antes da idade mínima 
definida em lei, ou seja, é a aptidão para exercer, por si só, os atos da vida civil, poderá antecipar a 
perda da qualidade de dependente para idade anteriores a 21 anos. Vejamos abaixo as causas de 
emancipação: 
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, 
independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor 
tiver dezesseis anos completos; 
II - pelo casamento; 
III - pelo exercício de emprego público efetivo; 
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; 
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, 
em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. 
Obs.: Se a emancipação decorrer da colação de grau científico em curso de ensino superior, o filho 
inválido não perde a condição de dependente. 
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Para efeitos de dependência previdenciária sem limite de idade, a invalidez tem que existir no 
momento em que o requisito exigido como condição para concessãodo benefício for implementado. 
Assim sendo, A pensão por morte somente será devida ao filho e ao irmão cuja invalidez tenha 
ocorrido antes da emancipação ou de completar a idade de vinte e um anos, desde que reconhecida 
ou comprovada, pela perícia médica do INSS, a continuidade da invalidez até a data do óbito do 
segurado. 
Exemplo 1: Abelardo , segurado do RGPS, faleceu deixando um filho de 25 anos chamado 
Paulo. Seis meses após a morte de Abelardo, Paulo sofreu um acidente e ficou inválido. 
Nesta situação, apesar de inválido, Paulo não terá direito à pensão por morte, pois sua 
invalidez ocorreu após a morte de seu pai Abelardo e quando Paulo já possuía mais de 21 
anos. 
 
Exemplo 2: Agora vamos imaginar que Paulo, quando do falecimento de seu pai Abelardo, 
tivesse 16 anos. Caso Paulo fique inválido antes de completar 21 anos, terá direito à 
manutenção do benefícios de pensão por morte, enquanto durar a invalidez, 
independentemente de sua idade e independentemente de ter ficado inválido após o 
óbito do segurado. 
O exercício de atividade remunerada, inclusive na condição de microempreendedor individual, não 
impede a concessão ou manutenção da parte individual da pensão do dependente com deficiência 
intelectual ou mental ou com deficiência grave. 
Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: 
4. (CESPE - Auditor de Contas Públicas - TCE-PB ʹ 2018) (QUESTÃO ADAPTADA). 
Ao filho maior de vinte e um anos de idade será garantida a prestação de benefícios e serviços 
da previdência social, desde que comprove a matrícula em instituição de ensino superior, até 
a data da sua formatura. 
( ) Certo 
( ) Errado 
COMENTÁRIOS: 
Filhos, com exceção dos inválidos ou deficientes, são dependentes Classe I e possuem direito a 
pensão até os 21 anos, não sendo o exercício de tal direito prorrogável pelo fato de estarem 
matriculados em universidade. 
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Conforme podemos ver no art. 16 da Lei 8.213/91: 
Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado: 
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 
(vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; (...) 
§ 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das demais deve ser 
comprovada. 
(Destaques Nossos). 
Sendo assim podemos concluir que a assertiva é falsa. 
Gabarito: ERRADO. 
 
5. (CESPE - Defensor Público do Distrito Federal ʹ 2013). Acerca do RGPS, julgue o item a 
seguir. 
De acordo com o disposto na Lei n.º 8.213/1991, filho maior de vinte e um anos de idade não 
portador de invalidez ou qualquer deficiência mantém a condição de dependente do segurado 
do RGPS até completar vinte e quatro anos, desde que seja estudante universitário. 
( ) Certo 
( ) Errado 
COMENTÁRIOS: 
Filhos fazem parte de dependentes da Classe I, como podemos ver no art. 16 da Lei 8.213/91, mas 
como sabemos, há algumas condições para isto. Vejamos o referido artigo: 
Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado: 
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 
(vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; 
(...) 
(Destaques Nossos). 
Podemos ver que nada se fala sobre o filho ser estudante universitário ou não. A lei apenas diz que 
filhos menores de 21 anos são considerados como dependentes, com exceção aos filhos inválidos 
ou portadores de deficiências intelectuais ou mentais, portanto assertiva incorreta. 
 
Gabarito: ERRADO. 
 
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6. (Questão Inédita) Julgue o item a seguir: De acordo com o disposto na Lei n.º 8.213/1991, o 
filho, ainda não emancipado, quando adquire a maioridade civil e não é portador de invalidez 
ou qualquer deficiência, automaticamente perde a condição de dependente do segurado do 
RGPS. 
 ( ) Certo 
( ) Errado 
COMENTÁRIOS: 
Filhos fazem parte de dependentes da Classe I e perdem tal condição quando chegam a determinada 
idade. Mas será que esta idade coincide com a maioridade civil? Vejamos o art. 16 da Lei 8.213/91: 
Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado: 
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 
(vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; 
(...) 
(Destaques Nossos). 
Podemos ver, neste caso, que a idade considerada pela legislação previdenciária para a perda da 
condição de dependente é de 21 anos. Isto é diferente da perda da menoridade que, segundo o 
artigo 5º do Código Civil, cessa aos 18 anos. 
Calma... Você não precisa saber todo o Código Civil para realizar uma prova de direito previdenciário. 
Mas, neste tipo de contexto, uma informação que pode ser considerada senso comum (a maioridade 
no Brasil inicia-se após os 18 anos completos), pode cair na sua prova. Mas não confunda maioridade 
civil (18 anos) com idade padrão para cessar a dependência do filho no RGPS (21 anos). 
Gabarito: ERRADO. 
 
4.6. EQUIPARADOS A FILHOS 
 
Equiparam-se aos filhos, mediante declaração escrita do segurado, comprovada a dependência 
econômica na forma estabelecida no § 3º do art. 22, o enteado e o menor que esteja sob sua tutela 
e desde que não possua bens suficientes para o próprio sustento e educação. 
 
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Enteado: considera-se enteado o filho de seu cônjuge ou companheiro atual, proveniente 
de um relacionamento anterior. 
 
Tutela: considera-se tutela um encargo conferido a uma pessoa civilmente capaz, para 
que esta administre os bens e/ou a conduta de um menor de idade, decorrente de 
falecimento dos pais ou estes decaírem dom poder familiar. 
Os enteados e menores sob tutela serão beneficiários do RGPS na qualidade de dependente casos 
preencham, cumulativamente, os seguintes requisitos: 
• declaração escrita do segurado; 
• comprovação de dependência econômica; 
• não possuir bens suficientes para garantir seu sustento e educação 
Os equipados a filhos, quando cumprirem os requisitos exigidos, também estão incluídos no rol de 
dependentes de 1ª Classe (dependentes preferenciais), desde que sejam menores de 21 anos ou, 
em qualquer idade, quando inválidos ou que tenha deficiência intelectual, mental ou deficiência 
grave. 
A maior polêmica está n; W┝Iノ┌ゲ?ラ Sラゲ さmenores sob guardaざ do rol de dependentes equiparados 
a filhos, conforme podemos verificar no art. 16, § 2º,da Lei 8.213/91, com a redação dada pela Lei 
nº 9.528/97. Após a exclusão dos menores sob guarda, restaram como equiparados a filhos apenas 
o enteado e o menor tutelado. 
No entanto, o Estatuto da Criança e Adolescente (Lei 8.090/90), em seu art. 33, §1º, determina que: 
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependente, para todos os fins e efeitos de direito, 
inclusive previdenciários. 
Como podemos perceber, existe um conflito entre a norma mais específica (Lei 8.213/91) e a norma 
mais genérica (Estatuto da Criança e do Adolescente) acerca da equiparação a filho do さmenor sob 
guardaざ, para efeitos previdenciários. Vejamos, resumidamente, cada entendimento: 
Lei 8.213/91: Menor sob guarda nãoé equiparado a filho. 
Lei 8.090/90: Menor sob guarda é equiparado a filho. 
Para resolver esse conflito de normas, temos que recorrer ao STJ, onde o tema também é 
controverso, conforme podemos ver a seguir: 
 
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Vejamos uma decisão favorável ao Estatuto da Criança e Adolescente, mantendo o menor sob 
guarda no rol dos equiparados a filhos: 
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA. PENSÃO POR MORTE. 
MENOR SOB GUARDA JUDICIAL. APLICABILIDADE DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - ECA. 
INTERPRETAÇÃO COMPATÍVEL COM A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E COM O PRINCÍPIO DE PROTEÇÃO 
INTEGRAL DO MENOR. 1. Caso em que se discute a possibilidade de assegurar benefício de pensão por morte a 
menor sob guarda judicial, em face da prevalência do disposto no artigo 33, § 3º, do Estatuto da Criança e do 
Adolescente - ECA, sobre norma previdenciária de natureza específica. 2. Os direitos fundamentais da criança e 
do adolescente têm seu campo de incidência amparado pelo status de prioridade absoluta, requerendo, assim, 
uma hermenêutica própria comprometida com as regras protetivas estabelecidas na Constituição Federal e no 
Estatuto da Criança e do Adolescente. 3. A Lei 8.069/90 representa política pública de proteção à criança e ao 
adolescente, verdadeiro cumprimento da ordem constitucional, haja vista o artigo 227 da Constituição Federal 
de 1988 dispor que é dever do Estado assegurar com absoluta prioridade à criança e ao adolescente o direito à 
vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à 
liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, 
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. 4. Não é dado ao intérprete atribuir à norma jurídica 
conteúdo que atente contra a dignidade da pessoa humana e, consequentemente, contra o princípio de proteção 
integral e preferencial a crianças e adolescentes, já que esses postulados são a base do Estado Democrático de 
Direito e devem orientar a interpretação de todo o ordenamento jurídico. 5. Embora a lei complementar estadual 
previdenciária do Estado de Mato Grosso seja lei específica da previdência social, não menos certo é que a 
criança e adolescente tem norma específica, o Estatuto da Criança e do Adolescente que confere ao menor sob 
guarda a condição de dependente para todos os efeitos, inclusive previdenciários (art. 33, § 3º, Lei n.º 8.069/90), 
norma que representa a política de proteção ao menor, embasada na Constituição Federal que estabelece o 
dever do poder público e da sociedade na proteção da criança e do adolescente (art. 227, caput, e § 3º, inciso 
II). 6. Havendo plano de proteção alocado em arcabouço sistêmico constitucional e, comprovada a guarda, deve 
ser garantido o benefício para quem dependa economicamente do instituidor. 7. Recurso ordinário provido. 
(STJ - RMS: 36034 MT 2011/0227834-9, Relator: Ministro BENEDITO GONÇALVES, Data de Julgamento: 
26/02/2014, S1 - PRIMEIRA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 15/04/2014) 
 
Vejamos agora uma decisão favorável ao entendimento da Lei 8.213/91, excluindo o menor sob 
guarda no rol dos equiparados a filhos: 
PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PENSÃO POR MORTE. MENOR SOB GUARDA. 
ANÁLISE DE DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS. IMPOSSIBILIDADE. 1. É pacífica a jurisprudência desta Corte no 
sentido de ser indevida pensão por morte a menor sob guarda se o óbito do segurado tiver ocorrido sob a 
vigência da MP n. 1.523/96, posteriormente convertida na Lei n. 9.528/97. Precedentes (...) - (AgRg no RECURSO 
ESPECIAL Nº 1.141.788 に RS) 
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Em recente decisão, o STJ confirmou o entendimento de que o Estatuto da Criança e Adolescente 
deve prevalecer sobre a modificação legislativa promovida na lei geral da Previdência Social, 
mantendo o menor sob guarda no rol dos equiparados a filhos: 
PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. MENOR SOB GUARDA. ALTERAÇÕES LEGISLATIVAS. ART. 16 DA LEI N. 
8.213/90. MODIFICAÇÃO PELA MP N. 1.523/96, CONVERTIDA NA LEI N. 9.528/97. CONFRONTO COM O ART. 33, 
§ 3º, DO ECA. ART. 227 DA CONSTITUIÇÃO. INTERPRETAÇÃO CONFORME. PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO INTEGRAL E 
PREFERENCIAL DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. 1. Ao menor sob guarda deve ser assegurado o direito ao 
benefício da pensão por morte mesmo se o falecimento se deu após a modificação legislativa promovida pela 
Lei n. 9.528/97 na Lei n. 8.213/90. 2. O art. 33, § 3º da Lei n. 8.069/90 deve prevalecer sobre a modificação 
legislativa promovida na lei geral da previdência social porquanto, nos termos do art. 227 da Constituição, é 
norma fundamental o princípio da proteção integral e preferência da criança e do adolescente. 3. Embargos de 
divergência acolhidos. 
 
Em provas de concursos públicos, recomendo aos candidatos adotarem a seguinte resposta: 
Se a banca perguntar o entendimento nos termos da lei 8.213/91: Menor sob Guarda 
não é equiparado a filho e está excluído do rol de dependentes. 
 
Se a banca perguntar o entendimento nos termos do Estatuto da Criança e do 
Adolescente: Menor sob Guarda é equiparado a filho e está incluído do rol de 
dependentes. 
 
Se a banca perguntar o entendimento nos termos da Jurisprudência ou segundo 
entendimento predominante e recente do STJ: Menor sob Guarda é equiparado a filho e 
está incluído do rol de dependentes. 
 
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Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: 
7. (CESPE - Auditor de Controle Externo - TCE-PE - Auditoria de Contas Públicas ʹ 2017). 
Acerca da filiação, acumulação de benefício e regimes próprios de previdência social, julgue o 
item a seguir. 
O adolescente que estiver sob dependência econômica da madrasta, segurada do RGPS, 
poderá ser inscrito no INSS como dependente desta. 
( ) Certo 
( ) Errado 
COMENTÁRIOS: 
As Classes de dependentes são definidas em três, e vimos que apenas os dependentes de 1ª Classe 
são considerados como financeiramente dependentes do segurado. O enteado do segurado é 
equiparado aos filhos, mas precisa comprovar dependência econômica para ser considerado 
dependente e receber os benefícios, conforme podemos ver no art. 16 da Lei 8.213/91: 
Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado: 
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 
(vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; (...) 
MENOR SOB GUARDA
DE ACORDO COM O 3º DO ART. 33 DA LEI 8.069/90 (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE), “A GUARDA CONFERE À CRIANÇA OU ADOLESCENTE A
CONDIÇÃO DE DEPENDENTE, PARA TODOSOS FINS E EFEITOS DE DIREITO,
INCLUSIVE PREVIDENCIÁRIOS ”.
NO ENTANTO, HÁ UM CONFLITO ENTREAS NORMAS ESTABELECIDASNO ART. 16,
 2º, DA LEI 8.213/91 (NA REDAÇÃO DADA PELA LEI 9.528/97) E O 3º DO ART. 33 DA
LEI 8.069/90 (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE).NO ÂMBITO DO STJ, O
TEMA É CONTROVERSO E VÁRIAS SÃOAS DECISÕESQUE DETERMINAM QUE O
MENOR SOB GUARDA NÃO ENTRA NO ROL DOS DEPENDENTES DO RGPS.
NO ÂMBITO DO STJ, O TEMA É CONTROVERSO EAS MAIS RECENTES DECISÕES
QUE DETERMINAM QUE O MENOR SOB GUARDA ENTRA NO ROL DOS
DEPENDENTES DO RGPS.
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§ 2º O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante declaração do segurado e desde 
que comprovada a dependência econômica na forma estabelecida no Regulamento. 
(Destaques Nossos). 
Sendo assim podemos concluir que a assertiva é verdadeira. 
Gabarito: CERTO. 
8. (CESPE - Defensor Público Federal ʹ 2015). Em relação aos segurados do RGPS e seus 
dependentes, julgue o item subsecutivo. 
A lei de benefícios previdenciários prevê expressamente que o menor sob guarda do segurado 
filiado ao RGPS é seu dependente, havendo discussão jurisprudencial a respeito do tema, dada 
a existência de normas contrárias no ordenamento jurídico nacional. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
COMENTÁRIOS: 
Gヴ;ミSW ヮラノZマキI; Wゲデ= ミ; W┝Iノ┌ゲ?ラ Sラゲ さマWミラヴWゲ ゲラH ェ┌;ヴS;ざ Sラ ヴラノ SW SWヮWミSWミデWゲ Wケ┌キヮ;ヴ;Sラゲ a 
filhos, conforme podemos verificar no art. 16, § 2º,da Lei 8.213/91, com a redação dada pela Lei nº 
9.528/97. Após a exclusão dos menores sob guarda, restaram como equiparados a filhos apenas o 
enteado e o menor tutelado. 
No entanto, o Estatuto da Criança e Adolescente (Lei 8.090/90), em seu art. 33, §1º, determina que: 
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependente, para todos os fins e 
efeitos de direito, inclusive previdenciários. 
Como podemos perceber, existe um conflito entre a norma mais específica (Lei 8.213/91) e a norma 
マ;キゲ ェWミYヴキI; ふEゲデ;デ┌デラ S; Cヴキ;ミN; W Sラ ASラノWゲIWミデWぶ ;IWヴI; S; Wケ┌キヮ;ヴ;N?ラ ; aキノエラ Sラ さマWミラヴ ゲラH 
ェ┌;ヴS;ざが ヮ;ヴ; WaWキデラゲ ヮヴW┗キSWミIキ=ヴキラゲ 
A assertiva está incorreta, pois diferentemente do afirmado, a lei de benefícios previdenciários NÃO 
prevê expressamente que o menor sob guarda do segurado filiado ao RGPS é seu dependente (não 
confundir menor sob guarda com menor sob tutela), havendo discussão jurisprudencial a respeito 
do tema, dada a existência de normas contrárias no ordenamento jurídico nacional, como é o caso 
do Estatuto da Criança e do Adolescente. 
 
Gabarito: ERRADO. 
 
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4.7. COMPROVAÇÃO DO VÍNCULO E DEPENDÊNCIA ECONÔMICA 
 
Os dependentes de 1ª Classe, também conhecidos como dependentes preferenciais, em regra, não 
precisam comprovar dependência econômica, uma vez que tal dependência é presumida. 
Os únicos dependentes de 1ª Classe que precisam comprovar dependência econômica são os 
equiparados a filhos, conforme segue: 
• Enteado; 
• Menor sob Tutela; 
• Menor sob Guarda (se aceito como dependente) 
Os enteados e menores sob tutela serão beneficiários do RGPS na qualidade de dependente casos 
preencham, cumulativamente, os seguintes requisitos: 
• declaração escrita do segurado; 
• comprovação de dependência econômica; 
• não possuir bens suficientes para garantir seu sustento e educação. 
 
Nos caso dos demais dependentes de 1ª Classe, mesmo que possuam bens suficientes para garantir 
seu sustento e educação e não dependam economicamente do segurado, farão jus às prestações 
previdenciárias na qualidade de dependentes. 
Para comprovação do vínculo e da dependência econômica, quando for o caso, devem ser 
apresentados no mínimo três dos seguintes documentos: 
• certidão de nascimento de filho havido em comum; 
• certidão de casamento religioso; 
• declaração do imposto de renda do segurado, em que conste o interessado como seu 
dependente; 
• disposições testamentárias; 
• declaração especial feita perante tabelião; 
• prova de mesmo domicílio; 
• prova de encargos domésticos evidentes e existência de sociedade ou comunhão nos atos da 
vida civil; 
• procuração ou fiança reciprocamente outorgada; 
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• conta bancária conjunta; 
• registro em associação de qualquer natureza, onde conste o interessado como dependente 
do segurado; 
• anotação constante de ficha ou livro de registro de empregados; 
• apólice de seguro da qual conste o segurado como instituidor do seguro e a pessoa 
interessada como sua beneficiária; 
• ficha de tratamento em instituição de assistência médica, da qual conste o segurado como 
responsável; 
• escritura de compra e venda de imóvel pelo segurado em nome de dependente; 
• declaração de não emancipação do dependente menor de vinte e um anos; ou 
• quaisquer outros que possam levar à convicção do fato a comprovar. 
 
Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: 
9. (CESPE - Auditor de Contas Públicas - TCE-PB ʹ 2018) (QUESTÃO ADAPTADA). Julgue a 
assertiva a seguir. 
A prestação de benefícios e serviços da previdência social será garantida ao cônjuge supérstite, 
desde que este comprove a dependência econômica do cônjuge segurado que tiver falecido. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
COMENTÁRIOS: 
Cônjuge, como você sabe, são pertencentes à Classe I. Não se assuste com as palavras que você não 
conheça, caso isto ocorra na prova. No caso, cônjuge supérstite significa cônjuge sobrevivente 
(viúvo), pertence à Classe I. Sabemos que dependentes Classe I, são considerados como 
financeiramente dependentes, conforme podemos ver no art. 16 da Lei 8.213/91: 
Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado: 
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 
(vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; (...) 
§ 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das demais deve ser 
comprovada. 
(Destaques Nossos). 
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Sendo assim podemos concluir que a assertiva é falsa, pois o cônjuge não deverá comprovar 
dependência econômica, uma vez que ela é presumida. 
Gabarito: ERRADO. 
 
10. (CESPE - Analista Judiciário - TRT 7ª Região ʹ 2017) (QUESTÃO ADAPTADA). João, segurado 
obrigatório no RGPS, é casado com Fabiana, pelo regime da separação total de bens, com quem 
tem dois filhos, Marcos, de dezesseis anos de idade, e Felipe, de vinte e cinco anos de idade, 
portador de deficiência mental grave desde criança. 
Nessa situação hipotética, à luz da Lei n.º 8.213/1991, considera(m)-se dependente(s) 
previdenciário(s) de João: Fabiana, Marcos e Felipe. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
COMENTÁRIOS: 
Cônjuges, filhos menores de 21 anos não emancipados ou filhos inválidos ou que tenham deficiência 
intelectual ou mental (independentemente da idade), são considerados como dependentes de 1ª 
Classe. Automaticamente, tais dependentes têm sua dependência econômica presumida, conforme 
podemos conferir no art. 16 da Lei 8.213/91: 
Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado: 
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 
(vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; 
(...) 
§ 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das demais deve ser 
comprovada. 
(Destaques Nossos). 
 
O fato de João ser casado com Fabiana pelo regime da separação total de bens em nada altera a 
condição de dependente preferencial de Fabiana. Sendo assim podemos concluir que a assertiva é 
verdadeira. 
 
Gabarito: CERTO. 
 
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11. (CESPE - Juiz Federal - TRF 1ª Região ʹ 2015) (QUESTÃO ADAPTADA). Com relação aos 
beneficiários do RGPS, julgue o item a seguir: 
Para efeitos previdenciários, presume-se que o filho e o enteado com menos de vinte e um 
anos são economicamente dependentes do segurado. 
( ) Certo 
( ) Errado 
COMENTÁRIOS: 
O enteado do segurado, é equiparado aos filhos, mas precisa comprovar dependência econômica 
para receber os benefícios, conforme podemos ver no art. 16 da Lei 8.213/91: 
Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado: 
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 
(vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; 
(...) 
§ 2º O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante declaração do segurado e desde 
que comprovada a dependência econômica na forma estabelecida no Regulamento. 
(Destaques Nossos). 
Sendo assim podemos concluir que a assertiva é falsa, pois o enteado, apesar de ser dependente de 
1ª Classe, deverá comprovar a dependência econômica. 
Gabarito: ERRADO. 
 
12. (CESPE - Defensor Público do Distrito Federal ʹ 2013). Acerca do RGPS, julgue o item a 
seguir. 
É presumida a dependência econômica do filho com mais de dezoito anos e menos de vinte e 
um anos de idade em relação ao segurado da previdência social, não sendo necessária a 
comprovação dessa dependência para que ele se torne beneficiário do RGPS na condição de 
dependente do segurado. 
( ) Certo 
( ) Errado 
COMENTÁRIOS: 
Estudamos que os filhos são pertencentes à Classe I, no rol de dependentes (que possui 3 classes). 
Dependentes Classe I são considerados como financeiramente dependente, como podemos ver no 
art. 16 da Lei 8.213/91: 
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Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado: 
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 
(vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; 
(...) 
(Destaques Nossos). 
 
Note que a menção à idade é de 21 anos e não 18. Não confunda a maioridade civil com a perda da 
condição de dependente. 
Sendo assim podemos concluir que a assertiva está correta, pois é presumida a dependência 
econômica do filho com mais de dezoito anos e menos de vinte e um anos de idade em relação ao 
segurado da previdência social. O fato de ser presumida também a dependência econômica para os 
filhos menores de 18 anos, não modifica a verdade contida na afirmação. 
Gabarito: CERTO. 
 
5. DEPENDENTES DE SEGUNDA CLASSE 
5.1. PAIS 
Os pais (pai e a mãe) do segurado são seus dependentes de 2ª Classe. 
Importante lembrar que os dependentes de 2ª classe somente terão direito às prestações 
previdenciárias (benefícios e serviços) caso não exista nenhum dependente de 1ª classe 
(preferencial), uma vez que a existência de dependente de qualquer das classes anteriores exclui do 
direito às prestações os das classes seguintes. 
 
5.2. COMPROVAÇÃO DO VÍNCULO E DEPENDÊNCIA ECONÔMICA 
Para fins de concessão de benefícios previdenciários, os pais (dependentes de 2ª classe) devem 
comprovar dependência econômica, bem como a inexistência de dependentes de 1ª Classe 
(preferenciais). 
 
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"PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. DEPENDENTES. PAIS. COMPROVAÇÃO DE DEPENDÊNCIA ECONÔMICA. 
LEI 8.213/91. 1. Conforme firme jurisprudência desta Corte, a dependência econômica da mãe do segurado 
falecido, para fins de percepção de pensão por morte, não é presumida, devendo ser comprovadaざ. (AgRg no 
AREsp 136451 / MG, RELATOR MINISTRAO CASTRO MEIRA, T2 - SEGUNDA TURMA, 19/06/2012, DJe 
03/08/2012). 
 
O Superior Tribunal de Justiça に STJ tem se pronunciado no sentido de que testemunhos coerentes 
e idôneos merecem crédito, no tocante à demonstração da dependência econômica dos pais em 
relação aos filhos, uma vez que nem a lei nem o regulamento da Previdência Social exigem que a 
dependência econômica dos pais em relação aos filhos seja comprovada por início de prova 
documental, tal como ocorre para a demonstração do tempo de serviço. Neste sentido: 
"PROCESSUAL E PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. DEPENDÊNCIA. ECONÔMICA. COMPROVAÇÃO. INÍCIO 
DE PROVA MATERIAL. INEXIGÊNCIA. A legislação previdenciária não exige início de prova material para 
comprovação da dependência econômica de mãe para com o filho segurado, sendo bastante a prova 
testemunhal lícita e idônea." (RESP 296128/SE, RELATOR MINISTRO GILSON DIPP, DJ 04/02/2002, p.475) 
Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: 
13. (CESPE - Defensor Público Federal - 2017). A respeito da condição de segurados e 
dependentes no RGPS e da fonte de custeio desse regime, julgue o item subsequente. 
Para efeito de concessão de benefício aos dependentes, a dependência econômica dos 
genitores do segurado é considerada presumida. 
( ) Certo 
( ) Errado 
COMENTÁRIOS: 
As Classes de dependentes são definidas em três e apenas os dependentes Classe I são considerados, 
de forma presumida, como economicamente dependentes do segurado. Os genitores do segurado 
(pai e mãe) são considerados como dependentes de Classe II, precisando comprovar dependência 
econômica para receber pensão, conforme podemos ver no art. 16 da Lei 8.213/91: 
Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado: 
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I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 
(vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave 
II - os pais; 
 (...) 
§ 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das demais deve ser 
comprovada. 
(Destaques Nossos). 
Sendo assim podemos concluir que a assertiva é falsa. 
Gabarito: ERRADO. 
 
14. (CESPE - Analista de Administração Pública - TC-DF - 2014). No que se refere ao regime 
geral de previdência social, julgue o item a seguir. 
É presumida, por força de lei, a dependência econômica dos pais do segurado para fins de 
atribuição da qualidade de dependentes. 
( ) Certo 
( ) Errado 
COMENTÁRIOS: 
Não é bem assim. Os pais do segurado são considerados como dependentes Classe II, precisando 
comprovar dependência financeira para receber pensão, conforme podemos ver no art. 16 da Lei 
8.213/91: 
Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado: 
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 
(vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave 
II - os pais; 
 (...) 
§ 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das demais deve ser 
comprovada. 
(Destaques Nossos). 
Sendo assim podemos concluir que a assertiva é falsa, pois a dependência econômica dos pais do 
segurado para fins de atribuição da qualidade de dependentes deverá ser comprovada. 
 
Gabarito: ERRADO. 
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15. (CESPE - Auditor Fiscal do Trabalho ʹ 2013). No que se refere às normas que regulamentam 
a condição de dependente no RGPS, julgue o item subsequente. 
Apesar de integrarem a segunda classe de dependentes, os pais poderão fazer jus ao 
recebimento de pensão por morte, desde que comprovem a dependência econômica do 
segurado a eles, ainda que existam dependentes que integrem a primeira classe. 
( ) Certo 
( ) Errado 
COMENTÁRIOS: 
Conforme estudamos, as Classes de dependentes são definidas em três e apenas os dependentes 
Classe I são, em regra, automaticamente considerados como economicamente dependentes do 
segurado. Os pais do segurado são considerados como dependentes de Classe II, precisando 
comprovar dependência financeira para receber pensão, porém só poderão receber essa pensão 
caso não exista nenhum beneficiário Classe I, conforme podemos ver no art. 16 da Lei 8.213/91: 
Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado: 
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 
(vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave 
II - os pais; 
 (...) 
 § 1º A existência de dependente de qualquer das classes deste artigo exclui do direito às prestações os das 
classes seguintes. (...) 
§ 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das demais deve ser 
comprovada. 
(Destaques Nossos). 
 
Além do erro apontado acima, outro erro está inserido na questão. Quando a assertiva afirma que 
os pais poderão fazer jus ao recebimento de pensão por morte, desde que comprovem a 
dependência econômica do segurado a eles, temos uma inversão técnica, pois não se deve 
comprovar a dependência econômica do segurado aos pais, mas sim dos pais em relação aos 
segurados. 
Portanto, podemos concluir que a assertiva está duplamente incorreta. 
Gabarito: ERRADO. 
 
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6. DEPENDENTES DE TERCEIRA CLASSE 
6.1. IRMÃOS 
Os irmãos são dependentes de 3ª Classe, quando não emancipados, de qualquer condição, quando 
menores de 21 anos ou, em qualquer idade, quando inválidos ou que tenha deficiência intelectual, 
mental ou deficiência grave. 
Os irmãos do segurado são seus dependentes de 3ª Classe. 
Importante lembrar que os dependentes de 3ª classe somente terão direito às prestações 
previdenciárias (benefícios e serviços) caso não exista qualquer dependente de 1ª classe 
(preferencial), nem tampouco qualquer de pendente de 2ª Classe, uma vez que a existência de 
dependente de qualquer das classes anteriores exclui do direito às prestações os das classes 
seguintes. 
 
6.2. COMPROVAÇÃO DO VÍNCULO E DEPENDÊNCIA ECONÔMICA 
Para fins de concessão de benefícios previdenciários, os irmãos (dependentes de 3ª classe) devem 
comprovar dependência econômica, bem como a inexistência de dependentes de 1ª Classe 
(preferenciais) e de 2ª Classe. 
 
Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: 
16. (CESPE - Auditor Governamental - CGE PI ʹ2015). A respeito do regime geral de 
previdência social, julgue o item a seguir. 
A dependência econômica do irmão menor de vinte e um anos de idade na condição de 
dependente do segurado é presumida para fins de obtenção de benefício previdenciário. 
( ) Certo 
( ) Errado 
COMENTÁRIOS: 
Para responder a esta questão, recorramos ao art. 16 da Lei 8.213/91: 
Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado: 
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I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 
(vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; 
II - os pais; 
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha 
deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; 
(...) 
§ 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das demais deve ser 
comprovada. 
(Destaques Nossos). 
Portanto assertiva incorreta, pois a dependência dos irmão, que são dependentes da Classe III, não 
é presumida, devendo ser comprovada. 
 
Gabarito: ERRADO. 
 
17. (CESPE - Analista Judiciário - TRT 10ª Região ʹ 2013). O item a seguir apresenta uma 
situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada com base nas disposições do direito 
previdenciário. 
José, com dezesseis anos de idade, não emancipado, vive às expensas de seu irmão mais velho, 
João, que é segurado da previdência social. Nessa situação, José é considerado beneficiário do 
regime geral da previdência social, na condição de dependente de João. 
( ) Certo 
( ) Errado 
COMENTÁRIOS: 
Como estudamos, temos três classes de dependentes. Irmãos pertencem a Classe III, portanto, 
conforme podemos ver na legislação, transcrita abaixo, precisam comprovar a dependência 
econômica. Vejamos o art. 16 da Lei 8.213/91: 
Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado: 
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 
(vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; 
II - os pais; 
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha 
deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; 
(Destaques Nossos). 
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Nesse caso em específico, o irmão (José) tem 16 anos de idade, não é emancipado e é 
economicamente dependente de seu irmão mais velho (João, que é segurado RGPS). Portanto, José 
é considerado como beneficiário dependente de João, se não houver dependentes de classes 
anteriores. 
 
Gabarito: CERTO. 
 
7. REGRAS APLICÁVEIS AOS DEPENDENTES 
 
Em relação aos dependentes, temos algumas regras básicas para que sejam considerados 
beneficiários do RGPS, conforme segue: 
• A existência de dependente de qualquer das classes exclui do direito às prestações os das 
classes seguintes. 
o Exemplo: Se houver algum cônjuge, companheiro, filho ou equiparado a filho como 
dependentes, os pais e irmão não terão qualquer direito ao benefícios previdenciário. 
• Os dependentes de uma mesma classe concorrem em igualdade de condições. Assim sendo, 
os benefícios dos dependentes (pensão por morte e auxílio-reclusão), quando devidos, serão 
divididos em cotas iguais entre cada um dos dependentes. 
o Exemplo: Imaginemos uma pensão por morte a ser paga para cinco dependentes, 
sendo uma esposa e quatro filhos menores. Se o valor da renda mensal inicial da 
pensão por morte for R$ 1.000,00, cada um dos quatro dependentes receberá R$ 
200,00. 
• Reverterá em favor dos demais dependentes a parte daquele cujo direito à pensão cessar. 
o No exemplo acima, assim que um dos filhos completar 21 anos, deixará de ser 
dependente (exceto se for inválido ou tiver deficiência intelectual, mental ou 
deficiência grave). Neste caso, deixando um filho de ser dependente, os R$ 1.000,00 
passarão a ser divididos entre os quatro dependentes restantes, pagando-se R$ 250,00 
para cada dependente. E assim por diante.

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