Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
27 Valentina Gomes Profª. Maria Carmen INTRODUÇÃO: REGULAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL Precisa ser mantida em uma faixa estreita Hipotensão → Resulta em perfusão inadequada dos órgãos Perda de função Morte por hipóxia Hipertensão → Causa danos em órgãos e vasos Principal fator de risco para aterosclerose Débito Cardíaco Pressão Arterial = Volume sistólico X Frequência Cardíaca X Resistência Periférica Volume sistólico: Depende diretamente do volume sanguíneo, que é regulado pela homeostase do sódio. → Também sofre influência da frequência cardíaca, pois essa determina o tempo de enchimento do ventrículo. Até 200 bpm, o aumento da frequência não interfere no volume de enchimento. A partir de disso, o tempo de enchimento passa a ser insuficiente, levando a queda do volume sistólico. Frequência Cardíaca: regulada pelos sistemas alfa e beta-adrenérgicos. Resistência periférica: Regulada pela vasoconstrição e vasodilatação das arteríolas. É controlada por fatores hormonais e neurais. Tônus vascular: É um sistema autorregulável que mantem o equilíbrio entre a vasoconstrição e a vasodilatação. Aumento do fluxo induz vasoconstrição para proteger o tecido de hiperperfusão → angiotensina II, catecolaminas, endotelinas Redução do fluxo, liberação de citocinas induzem vasodilatação → cininas, prostaglandinas e NO Rins: Influenciam na resistência periférica e no volume sanguíneo através do Sistema Reninaangiotensina → Renina: Liberada em resposta a baixa pressão (nas arteríolas renais aferentes), níveis altos de catecolaminas ou baixos níveis de sódio. Suprarrenal: Influencia por produzir efeito no volume sanguíneo. → Aldosterona: ↑ Reabsorção de sódio + ↓ Excreção de potássio = ↑ Volume sanguíneo Eleva a pressão arterial Coração: Influencia na resistência periférica e no volume sanguíneo → Pepitídeo Natriurético do Miocárdio: Liberados em resposta à expansão do volume das câmaras cardíacas ↓ Reabsorção de sódio (↓ Volume sanguíneo) ↓Pressão nas arteríolas eferentes • Rim produz renina Renina cliva o Angiotensinogênio • Angiotensina I Conversão da Angiotensina I pela ECA • Angiotensina II ↑ Pressão arterial • Induz vasoconstrição (↑ Resistência Vascular) • ↑ Secreção de Aldosterona • ↑ Reabsorção de sódio (↑ Volume sanguíneo) 28 Valentina Gomes Induz vasodilatação sistêmica (↓ Resistência Vascular) HIPERTENSÃO ARTERIAL: Alta prevalência → 25% da população tem Geralmente assintomática → Evolui muito tempo sem diagnóstico Causa sobrecarga no coração e nos vasos Principais desafios: → Prevenção → Diagnóstico precoce → Adoção de medidas efetivas para controlar os níveis CONCEITOS: Pré-hipertensão: PA = 121/90 a 139/89 mmHg Ainda não apresenta elevação dos riscos, mas é um grupo que necessita vigilância. Hipertensão Arterial Sistêmica: Elevação sustentada da PA ≥ 140/90 mmHg → Valores adotados no Brasil O conceito de estado hipertensivo está mais ligado ao risco de complicações do que a um valor especifico. Esse valor é adotado pois já indica riscos aumentados de lesão vascular, cardíaca, renal e cerebral. Elevação sustentada → É necessária mais de uma aferição da pressão obtendo valores elevados. Emergência Hipertensiva: PAD > 120 mmHg + sinais neurológicos (encefalopatia hipertensiva) e/ou sintomas renais (nefroesclerose hipertensiva aguda) Quanto às causas, pode ainda ser classificada como: Primária (essencial): 95% dos casos Embora sejam conhecidos os principais fatores de predisposição, não é possível determinar o mecanismo patogenético de surgimento → Também chamada de idiopática. Secundária: 5% dos casos É consequência de outras doenças pré-existentes, sendo as renais, as de maior importância. 29 Valentina Gomes → Doença renal primária → Estreitamento da artéria renal ↓Fluxo na arteríola eferente → Ativação sistema Reninaangiotensina → ↑ Pressão → Distúrbios Suprarrenais A suspeita de HAS secundária é feita apenas em pacientes com apresentação incomum de HAS → Pacientes jovens → Níveis muito altos de pressão, sem histórico de pré-hipertensão. → Hipertensão resistente a intervenções → Episódio abrupto de elevação da pressão → Presença de sopro abdominal → sugestivo de hipertensão renovascular (causado por estenose da artéria renal) → Hipopotassemia → sugestivo de hiperaldosteronismo (causado por disfunção da suprarrenal / tumor) FATORES DE RISCO: Idade: O avanço da idade está ligado ao aumento da pressão arterial (especialmente a sistólica) fisiológico. Raça/Etnia: HAS tende a ser mais comum, mais severa e mais precoce em negros Fatores Ambientais: Obesidade Sedentarismo Dieta/alimentação Na+ → Excesso leva a retenção de água e aumento do volume sanguíneo Álcool → Induz espimulação simpática do Sistema Renina-angiotensina-aldosterona Cafeína → Aumenta resistência vascular periférica Estresse Fatores Genéticos: Histórico familiar é evidente como fator de risco, mas não se trata de defeitos em genes isolados Uma série de fatores que são predisponentes para a HAS, são hereditários. É um efeito somatório e cumulativo de defeitos genéticos que determina a elevação dos níveis pressóricos. Número reduzido de nefrons: Dispõe à hipertensão devido a deficiência na produção de urina. Pode acontecer por fatores genéticos, interferência no desenvolvimento intrauterino, nascimento prematuro ou mal nutrição e infecções na infância COMPLICAÇÕES: Níveis elevados de pressão são agentes agressores para Coração e Vasos Sanguíneos Coração: Sobrecarga do miocárdio que passa a trabalhar com mais força para vencer a resistência. Cardiopatia Hipertensiva: CARDIOPATIA HIPERTENSIVA HIPERTRÓFICA (FASE COMPENSADA) Miocárdio hipertrofiado é mais suscetível a isquemia → Irrigação não acompanha o crescimento do músculo HAS Hipertrofia do Ventrículo Esquerdo (concêntrica) Compensação 30 Valentina Gomes Com tratamento é passível de regressão e redução do risco de complicações Aspecto Morfológico: Hipertrofia concêntrica → Redução da cavidade Hipertrofia simétrica → podendo ultrapassar 2 cm Não há lesões das valvas nem do pericárdio CARDIOPATIA HIPERTENSIVA DILATADA (FASE DESCOMPENSADA) Aspectos Microscópicos: → Hipertrofia das células musculares → Desarranjo das células → Presença de fibrose Vasos Sanguíneos: Ação física realizada sobre a parede vascular. Artérias de grande e médio calibre → Aterosclerose → Dissecção de aorta (por enfraquecimento) Pequenas artérias e arteríolas → Arterioloesclerose hialina: Deposição de material hialino na íntima Redução da luz Substância tem origem na passagem de proteínas plasmáticas através do endotélio lesado pela hipertensão e Lesão comum da HAS Espessura aumentada pela deposição de material hialino (corado em rosa) Sem tratamento ou intervenção Hipertrofia do Ventrículo • Isquemia miocárdica • Hipotrofia das fibras cardíacas • Fibrose • Perda da Complascencia ↓ Débito Cardíaco • Sobrecarga do volume Diastólico Dilatação do ventrículo • Dilatação do anel da valva • Insuficiência da valva mitral • Sobrecarga do atrio esquerdo Congestão pulmonar passiva • Sobrecarga do Ventrículo direito • Insuficiência da valva Tricúspide Dilatação do atrio direito • ICC • Congestão hepática 31 Valentina Gomes → Arterioloesclerose hiperplásica: Hiperplasia das células musculares → Formam camadas concêntricas. Redução da luz e alteração da vasomotricidade → capaz de produzir isquemia Maior frequência: → Rins (nefroesclerose vascular) → Sistema nervoso → Retina (retinopatia hipertensiva) Lesão típica da Emergência Hipertensiva Hiperplasia das células musculares dão aspecto de “casca de cebola” Pulmão: Congestão pulmonar decorrente da insuficiência cardíaca esquerda. Aumento da pressão hidrostática dos capilares → Hemácia écomprimida para dentro dos alvéolos. Destaque para os macrófagos corados pela Hemossiderina das hemácias fagocitadas Fígado: Congestão hepática resultante da insuficiência cardíaca direita. HAS → hipertrofia do ventrículo esquerdo → insuficiência cardíaca esquerda → congestão pulmonar → ↑ pressão no ventrículo direito → hipertrofia do ventrículo direito → insuficiência cardíaca direita Cérebro: Acidente vascular cerebral hemorrágico Acidente vascular cerebral isquêmico Ambos são resultado de lesões na parede das arteríolas Fígado em noz moscada Rins: Nefroesclerose hipertensiva Isquemia leva a necrose de néfrons e consequente cicatrização Aspecto granulado. Áreas deprimidas são néfrons que sofreram necrose e cicatrização.
Compartilhar