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TCC MONOGRAFIA CIENCIAS CONTABEIS TRABALHO PROJETO

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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA 
CENTRO SÓCIO ECONÔMICO 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
 
 
 
 
 
 
 
CAROLINA GONZALEZ BEZERRA 
 
 
 
 
 
 
 
UM ESTUDO DA DISCIPLINA TEORIA DA CONTABILIDADE EM 
INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR PÚBLICAS DA GRANDE 
FLORIANÓPOLIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Florianópolis 
 
2015
Carolina Gonzalez Bezerra 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UM ESTUDO DA DISCIPLINA TEORIA DA CONTABILIDADE EM 
INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR PÚBLICAS DA GRANDE 
FLORIANÓPOLIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
à disciplina CCN 5186 como requisito 
parcial para a obtenção do grau de Bacharel 
em Ciências Contábeis pela Universidade 
Federal de Santa Catarina. 
Área de concentração: Teoria da 
Contabilidade 
Orientador: Prof. Joisse Antônio Lorandi, 
Dr. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Florianópolis 
 
2015
CAROLINA GONZALEZ BEZERRA 
 
 
UM ESTUDO DA DISCIPLINA TEORIA DA CONTABILIDADE EM 
INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR PÚBLICAS DA GRANDE 
FLORIANÓPOLIS 
 
 
 
Esta monografia foi apresentada como TCC, no curso de Ciências Contábeis da 
Universidade Federal de Santa Catarina, à banca examinadora constituída pelo professor 
orientador e membros abaixo mencionados. 
Florianópolis/SC, 20 de novembro de 2015 
 
 
 
Professor Marcelo Haendchen Dutra, Dr. 
Coordenador de TCC do Departamento de Ciências Contábeis 
 
 
Composição da banca examinadora: 
 
 
 
__________________________________________________ 
Prof. Dr. Joisse Antônio Lorandi 
Orientador de TCC 
 
 
 
 
 
__________________________________________________ 
Prof. Dr. Maíra Melo de Souza 
Membro da Banca Julgadora 
 
 
 
 
 
 
__________________________________________________ 
Prof. Me. Ághata Frade Ferreira 
Membro da Banca Julgadora 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 Gostaria de agradecer primeiramente a Deus que me permitiu chegar até aqui 
com mais uma vitória. Sem Ele nada disso seria possível! 
 Minha família foi essencial nessa jornada. Se não fosse por eles, eu não seria o 
que sou hoje e não estaria onde estou hoje. Agradeço por não me deixarem desistir 
quando estava surtando! 
Sempre serei grata aos meus pais, Mara e Lincoln, porque sempre me 
oportunizaram uma ótima educação e estudos. Pai e Mãe, sempre lembro de vocês 
quando me perguntam dos que mais me orgulho nesta vida! E Gabi, eu te amo! Me 
desculpa por te acordar algumas vezes tarde da noite na hora em que fui dormir depois 
de escrever algo a mais no TCC! 
 Sou grata ao meu orientador professor Joisse! Você me ajudou a traçar o 
caminho para a execução deste trabalho. Me ofereceu ideias, sugeriu bibliografias e me 
disse para ficar tranquila no dia da apresentação (o que é impossível). Sempre respeitou 
minha opinião e me orientou sobre o que fazer e o que falar no trabalho de conclusão de 
curso! Muito obrigada! 
 Muito obrigada também para as professoras da minha banca: Ághata e Maíra! 
Vocês me auxiliaram desde o início do curso e estiveram presentes até o final dele! As 
sugestões foram de grande importância para melhorar o trabalho! Gosto muito de vocês 
e fiquei muito feliz quando vi que estariam na minha banca. Desejo sucesso em todas as 
áreas de suas vidas. 
Agradeço aos meus professores do curso também, pois sem vocês eu não teria 
chego até aqui e em especial a professora Maria Denize, pelo apoio durante a função de 
monitora. Aos TAE´s da secretaria o meu muito obrigada, em especial a Sandra! 
 Agradeço de coração aos meus amigos queridos e colegas de curso que me 
incentivaram a todo momento sobre o TCC. E sobretudo a Mariah Berka, Diego 
Bittencourt, Bruno Ossanes, Daniela Will, vocês merecem um prêmio por estar junto 
comigo nesses últimos meses! 
 Para finalizar agradeço a UFSC pela formação obtida e pela oportunidade de 
conhecer pessoas que se tornaram tão importantes na minha vida. 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Os que se encantam com a prática sem a 
ciência são como os timoneiros que entram no 
navio sem timão nem bússola, nunca tendo 
certeza do seu destino”. (Leonardo da Vinci)
RESUMO 
 
 
BEZERRA, Carolina G. Um estudo da disciplina Teoria da Contabilidade em 
instituições de ensino superior públicas da grande Florianópolis considerando a 
ementa da disciplina e a satisfação dos alunos. Monografia (Ciências Contábeis) – 
Departamento de Ciências Contábeis, Universidade Federal de Santa Catarina. 
Florianópolis, 2015. 
 
 
 
O presente trabalho tem por objetivo comparar e analisar as ementas da disciplina de 
“Teoria da Contabilidade” dos cursos de graduação de Ciências Contábeis públicos de 
Florianópolis e região, a fim de mostrar quais conteúdos são apresentados aos alunos 
verificando as semelhanças e diferenças assim como realizar também uma analise de 
opinião dos alunos para verificar a importância da disciplina conforme os discentes e 
em qual fase eles acreditam que a disciplina deve ser ministrada. Vale ressaltar que a 
Teoria da Contabilidade é uma disciplina que tem por objetivo apresentar a construção 
histórica da Ciência Contábil, sua estrutura conceitual, as normas contábeis, suas 
interpretações práticas e visa sempre fundamentar e auxiliar o entendimento para o 
aluno sobre a parte prática do curso. A metodologia de pesquisa se caracteriza por ser 
uma pesquisa de campo, descritiva e comparativa. As instituições abordadas para a 
pesquisa são a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e o Centro Universitário 
Municipal de São José, conhecido por Universidade de São José (USJ). A coleta de 
dados sobre as ementas foi realizada com as publicadas nos sites dos cursos. A pesquisa 
sobre a satisfação discente foi realizada em sala de aula com os alunos. Ao todo obteve-
se 62 (100%) válidas para fins de uso na pesquisa, sendo 45 alunos da UFSC (73%) e 
17 da USJ (27%). Os alunos respondentes encontram-se na sétima, oitava e nona fase 
do curso. Entre os resultados percebidos, nota-se que boa parte dos alunos acreditam na 
importância da disciplina e o conteúdo dela. Também acreditam que as discussões 
teóricas em sala de aula auxiliam à prática da contabilidade. Os alunos entendem que a 
disciplina ofertada a eles está de acordo com as normas internacionais de contabilidade, 
ou seja, percebe-se que a disciplina é atualizada. De forma geral, pode-se afirmar que os 
alunos estão satisfeitos com a disciplina. 
 
 
 
 
 
Palavras-Chave: Teoria da Contabilidade. Ementas. Satisfação discente. 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1 – Ementa UFSC...............................................................................................27 
Quadro 2 – Ementa USJ..................................................................................................27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURAS 
 
 
Figura 01 –– Hierarquia de Elementos de um Referencial Conceitual...........................19 
Figura 02 – Instituição de ensino superior.......................................................................31 
Figura 03 – Fases dos alunos...........................................................................................32 
Figura 04 – Importância da disciplina.............................................................................32 
Figura 05 – Grau de importância do conteúdo................................................................33 
Figura 06 – Discussões Teóricas x Práticas Contábeis...................................................34 
Figura 07 – Fases de ocorrência da disciplina na opinião dos alunos.............................34 
Figura 08 – A disciplina deveria contemplar mais de uma fase?....................................35 
Figura 09 – Conteúdo diluído em outras disciplinas.......................................................36 
Figura 10– Satisfação discente em relação as referências bibliográficas utilizadas.......36 
Figura 11 – Acolhimento as opiniões dos alunos............................................................37 
Figura 12 – Disciplina e as Normas Internacionais de Contabilidade.............................38 
Figura 13 – Conhecimento satisfatório adquirido...........................................................39 
Figura 14 – Contribuição da disciplina em relação aos conceitos de contabilidade.......40 
Figura 15 – Ementa cumprida na percepção do discente................................................40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVISATURAS E SIGLAS 
 
 
CFC – Conselho Federal de Contabilidade 
CNE/CES – Conselho Nacional de Educação / Câmara de Educação Superior 
IASB – International Accounting Standards Board 
FASB – Financial Accounting Standards Board 
FEA/USP – Faculdade de Economia, Administração e Ciências Contábeis da 
Universidade de São Paulo 
PUCRS – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul 
UDESC – Universidade Estadual de Santa Catarina 
UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina 
UFSC/UAB – Universidade Federal de Santa Catarina / Universidade Aberta do Brasil 
USJ – Centro Universitário Municipal de São José/Universidade de São José 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 11 
1.1 TEMA E PROBLEMA .......................................................................................... 12 
1.2 OBJETIVOS .......................................................................................................... 13 
1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 13 
1.2.2 Objetivos Específicos ...................................................................................... 13 
1.3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 13 
1.4 METODOLOGIA .................................................................................................. 14 
1.5 DELIMITAÇÕES E LIMITAÇÕES DA PESQUISA .......................................... 15 
1.6 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO ........................................................................... 16 
 
2. REFERÊNCIAL TEÓRICO .................................................................................... 17 
2.1 TEORIA versus PRÁTICA .................................................................................... 17 
2.2 TEORIA DA CONTABILIDADE ........................................................................... 18 
2.3 ENSINO DA CONTABILIDADE NO BRASIL .................................................. 20 
2.4 LEIS E RESOLUÇÕES ......................................................................................... 21 
2.5 ESTUDOS SIMILARES ....................................................................................... 23 
 
3. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS .............................................................. 26 
3.1 INSTITUIÇÕES ESTUDADAS...........................................................................26 
3.2 ANÁLISE DAS EMENTAS.................................................................................26 
3.3 RESULTADOS DA PESQUISA..........................................................................30 
 
 
4. CONCLUSÕES .......................................................................................................... 43 
4.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS................................................45 
 
 
REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 46 
 
ANEXOS ........................................................................................................................ 50 
 
APÊNDICE A ................................................................................................................ 54 
 
 
11 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Esta pesquisa apresenta uma análise comparativa a partir da proposta de ementa 
da disciplina Teoria da Contabilidade do curso de graduação Ciências Contábeis da 
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) de Florianópolis com o curso de 
graduação de Ciências Contábeis da , município limítrofe com Florianópolis, bem como 
a satisfação dos alunos em relação à disciplina de Teoria da Contabilidade. 
Conforme Sacramento (1998, p. 6) “o conhecimento científico implica em uma 
nova forma de ver e compreender a realidade”. A disciplina contribui para que o aluno 
entenda melhor a própria evolução da contabilidade e quais são os seus objetivos. 
Conforme Borba, Poeta e Vicente (2011, p. 2) disciplina de Teoria da Contabilidade é: 
 
Obrigatória nos cursos de graduação em Ciências Contábeis a partir da 
Resolução nº 03 do Conselho Federal de Educação, de 05/10/1992, a 
disciplina Teoria da Contabilidade visa, conforme esta resolução, 
estimular a aquisição integrada de conhecimentos teóricos e práticos 
que permitam ao graduado o competente exercício da sua profissão. 
 
Segundo Iudícibus, Marion e Faria (2009, p. 19) antes da disciplina “Teoria da 
Contabilidade” ser obrigatória, poucas faculdades apresentavam essa matéria e a 
disciplina só era ofertada na pós-graduação de Ciências Contábeis. Conforme Madeira, 
Mendonça e Abreu (2003, p. 2): 
 
A introdução da disciplina muito contribuiu para a formação do 
profissional contábil. É dentre as disciplinas do curso, a que aborda o 
pensamento contábil e oferece condições ideais para a utilização de 
técnicas e recursos variados. 
 
Nos cursos de Ciências Contábeis, ao observar os planos de curso e suas 
ementas, percebe-se maior predisposição das disciplinas para a parte prática e a técnica 
contábil. Já a parte teórica é vista durante o curso nas diversas disciplinas, porém não 
tão profundamente como na disciplina de Teoria da Contabilidade. 
Conforme os conteúdo estudados na disciplina de “Teoria da Contabilidade”, o 
aluno aprende de forma pormenorizada as teorias que constroem a história da 
contabilidade desde a sua origem, onde surgiu a necessidade do homem de contabilizar 
seus bens até a história da contabilidade atual no mundo e todos os seus avanços tanto 
sociais como tecnológicos, além de rever também alguns conceitos e estudar um pouco 
mais sobre os princípios contábeis, mas sempre com o intuito de desenvolver a 
12 
 
 
 
capacidade crítica do aluno e oferecer uma sustentação para discussão da parte prática. 
A disciplina teórica procura a fundamentação da aplicação prática. O aluno precisa 
perceber que a técnica contábil faz parte de uma construção que teve implicações na 
própria evolução do capitalismo e da sociedade em geral. 
A opinião do corpo discente sobre a relevância desta disciplina durante o curso, 
e que muitos afirmam ser um curso em sua totalidade mais técnico, é levada em 
consideração e apresentada a partir das respostas obtidas em questionário. A ementa é 
analisada com o objetivo de verificar o que os alunos estão de fato aprendendo. 
 
1.1 TEMA E PROBLEMA 
 
Ao verificar o currículo do curso de graduação de Ciências Contábeis da UFSC, 
percebe-se que é oferecida apenas uma disciplina dedicada exclusivamente para a 
Teoria da Contabilidade e a maior parte das disciplinas durante a graduação tem o seu 
foco voltado para a parte prática. 
A importância do tema focado é que o aluno ao entrar em contato com a base 
teórica que sustenta o seu fazer cotidiano passa a entender melhor não somente a 
evolução histórica da contabilidade, mas também se vê como um sujeito em construção 
e participante da história da contabilidade e suas implicações sociais e econômicas. 
Iudícibus, Marion e Faria (2009, p. 19) afirmam no começo do livro “Introduçãoa 
Teoria da Contabilidade”: 
Ao ministrar essa disciplina pela primeira vez na graduação, sentimos 
alguma resistência por parte dos alunos. A principal foi a de se afirmar 
que o curso de Contabilidade deveria ser eminentemente prático e que 
a teoria seria uma abstração, sendo mais compatível para os 
pesquisadores, tratadistas e graduados em busca de carreira 
acadêmica. 
 
O curso tido, no senso comum como prático e técnico, apresenta o seguinte 
problema de pesquisa: como as Instituições de Ensino Superior públicas da grande 
Florianópolis apresentam a disciplina de Teoria da Contabilidade e qual é a 
satisfação que os alunos têm em relação a disciplina? 
 
 
 
13 
 
 
 
1.2 OBJETIVOS 
 
Nessa sessão são apresentados os objetivos deste estudo, divididos em objetivo 
geral e objetivos específicos. 
 
 
1.2.1 Objetivo Geral 
 
Comparar e analisar as ementas das disciplinas de Teoria da Contabilidade nos 
cursos públicos de graduação de Ciências Contábeis de Florianópolis e região para 
verificar quais assuntos são discutidos na disciplina averiguar a opinião dos alunos 
sobre a importância da mesma. 
 
1.2.2 Objetivos Específicos 
 
Os objetivos específicos elaborados para melhor entendimento da pesquisa, 
são: 
• Analisar as ementas da disciplina Teoria da Contabilidade dos cursos 
públicos de graduação de Ciências Contábeis de universidades; 
• Comparar as semelhanças e diferenças de conteúdo curricular da 
disciplina Teoria da Contabilidade entre as universidades; 
• Analisar a percepção dos alunos sobre o quão relevante eles acreditam 
ser a Teoria da Contabilidade; 
• Verificar com os alunos sobre em qual fase eles acreditam ser melhor 
para se ter essa disciplina. 
 
1.3 JUSTIFICATIVA 
 
A importância de estudar Teoria da Contabilidade reside entre muitos fatores 
em uma proposta acadêmica de que o aluno entenda o processo evolutivo das Ciências 
Contábeis e como isto se deu ao longo dos séculos, além de auxiliar o aluno a obter 
melhor e maior entendimento dos conceitos utilizados no curso. 
A partir desse conhecimento, altera o “fazer contabilidade” porque contribui 
para o enriquecimento não somente cultural e social do profissional da área sobre a 
14 
 
 
 
importância do seu trabalho, mas também encerra uma proposta de ética e inovação. 
Por isso verifica-se o que Inanga e Schneider, ambos citados e traduzidos do texto em 
inglês por Borba, Poeta e Vicente (2011), ressaltam: “na ausência de teorias 
fundamentais de contabilidade, contadores são incapazes de avaliar efetivamente o que 
estão fazendo e oferecer inovação em resposta às novas demandas que possam surgir”. 
Assim considera-se esta pesquisa relevante para mapear as diversas formas de 
apresentar a disciplina e a sua recepção por parte dos alunos. 
Esta pesquisa sobre a disciplina da Teoria da Contabilidade se justifica na 
reflexão sobre a relação da técnica versus a ciência contábil, que é um paradigma que 
impacta a profissão. Neste sentido a disciplina dá ênfase ao estudo histórico sobre as 
ciências contábeis e seus conceitos teóricos e pouco estudados ao longo do curso em 
outras disciplinas. 
Com esta disciplina os alunos passam a conhecer melhor a história de sua 
profissão, conceitos importantes no curso como os princípios de contabilidade e são 
capacitados para ter uma melhor percepção não somente histórica, mas também ética e 
profissional do contador. Passar para o aluno uma boa base para a prática pode-se dizer 
que é um dos objetivos da disciplina. 
 
1.4 METODOLOGIA 
 
O estudo se constitui em duas partes: i) a primeira etapa apresenta uma 
comparação e análise sobre as ementas dos cursos; e ii) a segunda etapa mostra os 
resultados obtidos a partir da pesquisa com os alunos dos cursos tanto da UFSC como 
da USJ. Após preencher o mesmo formulário de pesquisa com perguntas relacionadas à 
mesma disciplina (Apêndice A). A partir da coleta de dados procede-se uma análise e 
discussão comparativa sobre as opiniões dos discentes dos cursos de ciências contábeis 
promovidos por instituições superiores públicas da região. 
Conforme Piana (2009, p. 167) “não existe pesquisa sem o apoio de técnicas de 
instrumentos metodológicos adequados, que permitam a aproximação ao objeto de 
estudo”. O método utilizado foi pesquisa de campo, descritiva e comparativa. Pesquisa 
de campo conforme Rodrigues (2007, slide 7) “é a observação dos fatos tal como 
ocorrem. Não permite isolar e controlar as variáveis, mas perceber e estudar as relações 
estabelecidas” e a pesquisa descritiva segundo o mesmo autor ocorre quando “fatos são 
observados, registrados, analisados, classificados e interpretados, sem interferência do 
15 
 
 
 
pesquisador”1 O foco recaiu em duas instituições públicas de Florianópolis: 
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Centro Universitário Municipal de 
São José (USJ). Os dados da pesquisa com os discentes foram coletados nas 
universidades por meio de um questionário e os dados para a análise de ementas foram 
retirados nos sites das universidades, onde cada uma apresentava seus tópicos de 
estudos e a bibliografia. As perguntas continham questões com escolhas para os alunos 
a fim de padronizar as respostas. 
O questionário2 não identificou o aluno para a coleta da pesquisa. E um dos 
critérios foi ser realizado em sala de aula com os voluntários e aprovados na disciplina. 
O questionário apresentou algumas das perguntas de forma objetiva com respostas 
pontuadas de 1 a 5, sendo a contagem assim elaborada: 1 equivalente a “nada 
importante” e 5 equivalente a “muito importante”. Houve também questões simples 
com respostas entre “sim” e “não”, bem como questões abertas sobre o perfil do aluno, 
para que o mesmo escrevesse qual era a sua instituição de ensino, quantos anos ele tem 
e em qual fase o mesmo se encontra. 
O número total de participantes na pesquisa foi de 68 alunos, sendo que nesse 
total somente 6 alunos não haviam feito a disciplina ainda. Portanto, para fins de 
análise, foram utilizadas somente 62 pesquisas, sendo 45 alunos da UFSC e 17 alunos 
da USJ. As pesquisas foram realizadas no mês de outubro de 2015 nas duas 
universidades durante o período de aula. 
Para construir os resultados da pesquisa discente serão utilizadas figuras em 
forma de “pizza” e com auxilio do programa Excel foi realizado o processo de 
estatística das respostas. 
 
1.5 DELIMITAÇÃO E LIMITAÇÕES DA PESQUISA 
 
O presente estudo foi baseado na disciplina de Teoria da Contabilidade que é 
ministrada em períodos diferentes nas instituições estudadas. O questionário se 
restringiu apenas aos alunos presentes em sala de aula no dia da pesquisa e foi aplicado 
somente aos alunos da fase seguinte à disciplina, com alunos que já concluíram essa 
matéria. A ementa disponibilizada no site não apresenta a bibliografia completa o que 
 
1
 N.A.Slide 8 referente à aula. (RODRIGUES, 2007, slide 8). 
2
 O questionário foi baseado na dissertação de mestrado do Sandro Vieira Soares (2013) que tem como título “Estudo 
sobre a (in)satisfação de bacharéis em ciências contábeis com a disciplina de Teoria da Contabilidade” com 
perguntas elaboradas também por nós. 
16 
 
 
 
impossibilitou a comparação entre as referências utilizadas. O estudo não abrange os 
conteúdos programáticos, apenas as ementas propostas nos planos de ensino das 
instituições estudadas. 
Esta pesquisa é restrita a apenas as duas universidades públicas que oferecem a 
disciplina de Teoria da Contabilidade, em Florianópolis e São José, ou seja, os 
resultados obtidos por esse estudo somente equivalem as instituições pesquisadas e ao 
período de aplicação dos questionários, não podendo ser estendidos os seus resultados a 
outras instituições de ensino, regiões ou períodos diferentes de análise. 
 
 
1.6 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO 
 
O presente trabalhoestá composto de uma introdução sendo esta o capítulo 1, 
capítulo 2 como referencial teórico, o capítulo 3 que é a análise dos dados, o capítulo 4 
sendo este a conclusão, nos anexos do TCC podem ser encontradas as ementas das 
disciplinas e no “Apêndice A” o modelo de formulário de pesquisa. 
No capitulo 1 foi exposta uma breve introdução sobre o assunto abordado, o 
tema geral, os objetivos, o porquê do tema, os métodos utilizados para realização do 
trabalho e as suas limitações. 
No capítulo 2 encontra-se o referencial teórico com alguns conceitos importantes 
para melhor entendimento do estudo. Conceitos de alguns autores sobre a contabilidade, 
a Teoria da Contabilidade, o que existe na lei sobre essa disciplina, etc. 
No capítulo 3 são colocadas a aplicação e a análise da pesquisa. Mostram-se os 
resultados da comparação entre as ementas dos cursos e o resultado da pesquisa 
realizada em sala de aula com alunos das instituições de ensino superior selecionadas. 
Na conclusão se encontram as considerações finais sobre o presente trabalho e as 
sugestões para trabalhos futuros. 
17 
 
 
 
2. REFERENCIAL TEÓRICO 
 
2.1 TEORIA versus PRÁTICA 
 
A tarefa de aproximar a teoria e a prática para o processo de ensino 
aprendizagem traz uma reflexão: Porque estudar teoria? A teoria ocupa um lugar 
importante na formação do aluno, porque irá oferecer a base que auxiliará a 
compreensão da prática. 
A partir do entendimento de palavras chaves como “teoria” e “prática” é 
possível afirmar que ambas estão interligadas e amalgamadas no exercício consciente da 
profissão e se faz necessário entender primeiramente o que é a teoria. 
Entre algumas definições de “Teoria” encontradas no dicionário Priberam, 
destacam-se para este estudo estas: “Parte especulativa de uma ciência (em oposição à 
prática); Conjunto de conhecimentos que explicam certa ordem de fatos; Conjunto de 
princípios fundamentais de uma arte ou ciência” (PRIBERAM, 2015, s.p.). De acordo 
com este verbete a teoria é uma especulação e ao mesmo tempo a organização de um 
conhecimento que fundamentam o caráter científico de uma Ciência específica. 
 No mesmo dicionário Priberam o verbete “prática” lê-se entre outras definições 
oferecidas que é: “Aplicação das regras e dos princípios de uma arte ou de uma ciência; 
Ato ou efeito de praticar; Maneira habitual de proceder. = COSTUME, USO” 
(PRIBERAM, 2015, s.p.). 
Assim ao considerar as definições apresentadas de teoria e prática observa-se 
que ambas se complementam como Darsie (1999) explica: "toda prática educativa traz 
em si uma teoria do conhecimento"; ou seja ambas são inseparáveis porque estão 
inseridas uma na outra. Por isso esta pesquisa inicialmente ao especular sobre a 
satisfação de estudar a teoria também remeteu aos princípios de Vygotsky que segundo 
Prass "atribuía grande importância aos conteúdos dos programas educacionais, porém 
enfatizava os aspectos estruturais e instrumentais desses conteúdos" (PRASS, 2012, 
p.21), ou seja, nesta disciplina de Teoria da Contabilidade a ementa sinaliza o conteúdo 
a ser discutido durante o curso e a disciplina faz parte de um sistema macro em que a 
teoria perpassa a prática como um todo. 
Para D’Ambrósio (2008, p. 81) as “teorias são resultados da prática”. 
D’Ambrósio afirma então que quando ocorre a prática é que toda a teoria fará sentido, 
ou seja, para ele o sujeito só perceberá o valor da teoria quando ela se transformar em 
18 
 
 
 
prática. Algumas vezes isso pode ocorrer durante o ensino. O aluno pode só perceber e 
entender a teoria quando realizar a prática. D’Ambrósio (2008, p. 81) afirma que 
“nenhuma teoria é final, assim como nenhuma prática é definitiva, e não há teoria e 
prática desvinculadas”. 
Diversos cursos têm uma disciplina exclusiva de teoria referente ao seu campo 
de estudos, como por exemplo: administração; ciências econômicas; serviço social; 
design; etc. E as Ciências Contábeis também separam uma disciplina específica para o 
estudo teórico durante o curso. 
 
2.2 TEORIA DA CONTABILIDADE 
 
Conforme Silva, Silva Neto e Cerqueira (2015, p.6) “A Teoria da Contabilidade 
é essencial para formação do profissional da Contabilidade. Sem que se tenha 
conhecimento da origem de sua profissão, o indivíduo mostra-se como uma casa sem 
base, um castelo de areia”. Ou seja, ela auxilia o estudante a entender a origem da sua 
profissão e conceitos que serão necessários e importantes para a sua carreira. Se o aluno 
aprende a prática, mas não domina a teoria, ele acaba sendo muito técnico. O aluno se 
torna contador, pensa, faz, mas não sabe explicar a origem da profissão e em muitos 
casos não entende o processo do que faz. 
A Teoria da Contabilidade se constitui em um estudo importante para dar 
elementos de fundamentação para o aluno ao explicar seu “fazer contabilidade”. 
A disciplina de teoria inicia explicando a evolução da contabilidade. Se no 
passado não existia um jeito para controlar os bens, e o homem por si só percebeu que 
necessitava de um controle sobre seu patrimônio. Segundo Lima; Santos; Bardais (2007, 
s.p.) “A história da contabilidade mostra que nossa cultura deriva quase que 
inteiramente de outras culturas e que a contabilidade não foi apenas consequência da 
evolução do homem, e sim, um alicerce para que tal evolução acontecesse”. 
A evolução da contabilidade é ligada a evolução do ser humano em âmbito 
mundial. Por exemplo, “na idade moderna, em torno dos séculos XIV a XVI, 
principalmente no Renascimento, diversos acontecimentos no mundo das artes, na 
economia, nas nações proporcionaram um impulso espetacular das Ciências Contábeis” 
(IUDÍCIBUS; MARION; FARIA - 2009, p. 9). Ou seja, nesse período, grandes avanços 
aconteceram mundialmente e a Ciência Contábil se desenvolveu junto como, por 
exemplo, Iudícibus, Marion e Faria (2009, p. 09) citam a consolidação, pelo Frei Luca 
19 
 
 
 
Pacioli em 1494, do método das partidas dobradas, tendo sua base utilizada e ensinada 
até os dias atuais nas faculdades. 
A Teoria da Contabilidade visa estudar também os objetivos da contabilidade, 
que conforme Iudícibus, Marion e Faria (2009, p. 32) o objetivo principal da 
contabilidade é descrito como “o de fornecer informações estruturadas de natureza 
econômica, financeira e subsidiariamente, física, de produtividade e social para os 
usuários internos e externos a entidade objeto da Contabilidade”. 
 
Figura 01 – Hierarquia de Elementos de um Referencial Conceitual 
 
Fonte: LORANDI, Joisse Antônio. Referencial Conceitual: Florianópolis, 2015. 91 slides. 
 
 A Figura 1 elaborada por Hendriksen e Van Breda (1999), representa a 
Hierarquia de Elementos de um Referencial Conceitual para a contabilidade. Nota-se 
que para chegar as aplicações práticas, os autores estabelecem que deve-se partir de um 
objetivo básico seguido de um secundário cujo representam o alvo da ação. Após o 
objetivo, os autores dividem a hierarquia em características qualitativas e informação 
necessária. A informação necessária “envolve a identificação de categorias amplas de 
informação de contabilidade financeira necessária aos usuários” (HENDRIKSEN e 
VAN BREDA, 1999, p.90). As características qualitativas segundo os autores, “são 
atributos de informações contábeis que tendem a ampliar sua utilidade” 
20 
 
 
 
(HENDRIKSEN e VAN BREDA, 1999, p.90), sendo essas características a duração, a 
generalidade e a viabilidade. 
 Conforme os mesmos autores, os fundamentos são a base dos conceitos 
contábeis. Definições que se aprendem no curso como o que é um ativo ou passivo, 
definições sobre as receitas e despesas entre outras. Conforme os autores Hendriksen e 
Van Breda (1999, p. 91) os padrões têm o objetivo de solucionar problemas da 
contabilidade. As interpretações dos padrões explicam conforme o próprio nome já diz 
os padrões. 
 Ao observar a Figura 1, nota-se que existe toda uma estruturaaté chegar a parte 
prática da contabilidade. A Teoria da Contabilidade se faz presente nesse processo 
desde os objetivos até as interpretações de padrões. A partir então das interpretações de 
padrões chega-se as aplicações práticas que “são os meios pelos quais os objetivos 
básicos das demonstrações financeiras são atendidos” (HENDRIKSEN e VAN 
BREDA, 1999, p. 91), ou em outras palavras, é a aplicação da teoria vista até então. 
Os princípios contábeis e as características da contabilidade americana e a 
européia são outros exemplos de assuntos que podem ser tratados na disciplina de 
Teoria da Contabilidade. Pinheiro (1997, p. 5), diz que a Teoria Contábil deve ser 
reconhecida “como um meio de, cada vez mais, aumentar a capacidade de a 
Contabilidade ser útil aos seus usuários. E, certamente, com o aumento de modelos de 
decisão estudados, haverá um grande avanço na própria ciência”. 
As faculdades devem fornecer uma boa base conceitual para que o estudante seja 
um profissional com atitudes conscientes e consiga atender as exigências do mercado. 
“Acredita-se que somente será possível alcançar este objetivo obtendo êxito no 
oferecimento da disciplina “Teoria da Contabilidade”, pois é através de metodologias 
cientificas que torna-se possível explicar a realidade” (MADEIRA; MENDONÇA; 
ABREU – 2003, p. 3). 
 
2.3 ENSINO DA CONTABILIDADE NO BRASIL 
 
Conforme já mencionado, a contabilidade é muito antiga. De acordo com 
Hendriksen e Van Breda (1999, p. 39) “a história da contabilidade é a história da nossa 
era”. No Brasil a contabilidade iniciou segundo Reis e Silva (2007, p. 1) “a partir da 
época Colonial representada pela evolução da sociedade e a necessidade de controles 
contábeis para o desenvolvimento das primeiras Alfândegas”. 
21 
 
 
 
Conforme Sacramento (1998, p. 3) “a primeira escola especializada no ensino de 
Contabilidade no Brasil foi a Escola de Comércio Armando Álvares Penteado, criada 
em 1902, com seus ensinamentos voltados à filosofia italiana”. A autora Sacramento 
(1998, p.3) também complementa dizendo que “foi no Departamento de Ciências 
Contábeis e Atuariais da Faculdade de Economia Administração e Contabilidade da 
Universidade de São Paulo (FEA/USP), onde surgiram os primeiros artigos científicos, 
a partir do pensamento contábil norte-americano”. 
O conteúdo de Teoria da Contabilidade como obrigatório pode-se dizer que é 
uma novidade se for comparada ao tempo em que já existe o curso no Brasil, pois se a 
primeira escola nasceu em 1902 a resolução que obriga o conteúdo da disciplina só foi 
criada há mais de cem anos depois. 
O interesse pela pesquisa histórica contábil existe no País, motivado 
por dois fatores: o aumento do número de programas Stricto Sensu em 
Controladoria e Contabilidade, principalmente a partir da Lei no. 
9394/96, e o advento das novas diretrizes curriculares nacionais para 
os cursos de Ciências Contábeis. (PELEIAS, et al. – 2007, p. 3) 
 
 Atualmente é comum existirem muitas universidades que oferecem o curso de 
Ciências Contábeis inclusive à distância. A Universidade Aberta do Brasil 
(UFSC/UAB) na UFSC também promove o curso via ensino a distância (EaD), a 
modalidade gratuita foi popularizada nos últimos anos e ofereceu uma chance para 
quem não tem disponibilidade de horários ou para quem não tem como mudar para a 
capital para fazer o curso, entre outros fatores, contribuindo para a democratização do 
ensino no Brasil. 
 
2.4 LEIS E RESOLUÇÕES 
 
Existem algumas leis e resoluções que regem a grade curricular do curso de 
Ciências Contábeis e a Contabilidade em geral. A Resolução CNE/CES 10 de 2004 
institui as diretrizes para o Curso de Ciências Contábeis. O artigo 5° desta resolução dá 
instruções sobre quais conteúdos devem ser contemplados. No inciso II do art. 5 
observa-se: 
 
II - conteúdos de Formação Profissional: estudos específicos atinentes 
às Teorias da Contabilidade, incluindo as noções das atividades 
atuariais e de quantificações de informações financeiras, patrimoniais, 
governamentais e não governamentais, de auditorias, perícias, 
22 
 
 
 
arbitragens e controladoria, com suas aplicações peculiares ao setor 
público e privado. (RESOLUÇÃO CNE/CES 10 – 2004, art. 5°; inciso 
II, grifos nossos). 
 
Ao analisar a resolução CNE/CES 10/2004, percebe-se que a Teoria da 
Contabilidade é um conteúdo base para a formação profissional do estudante e é tão 
importante como outros conteúdos que compõem esta unidade curricular do curso. 
O texto da resolução CNE/CES 10/2004 descreve os conteúdos de formação 
básica, que seriam os estudos que se relacionam com outras áreas como, por exemplo, 
economia ou administração e o conteúdo de formação teórica-prática, que é o estágio, as 
atividades complementares, as disciplinas optativas, etc. 
 Nesta resolução não há apontamentos de que deve existir uma disciplina para 
cada conteúdo previsto, ou seja, na Resolução CNE/CES 10/04 não existe em lugar 
algum uma parte que cite explicitamente sobre a criação da disciplina de Teoria da 
Contabilidade. Por esse motivo, algumas faculdades optam por não oferecer a disciplina 
distribuindo então o conteúdo previsto em outras matérias durante o curso. A existência 
da disciplina é um assunto controverso em diversas faculdades dividindo as opiniões 
dos docentes e dos discentes. 
Sobre a disciplina Teoria da Contabilidade, pode-se notar também que ela uma 
das matérias cobradas pelo exame de suficiência do Conselho Federal de Contabilidade 
(CFC) como consta o edital do Exame de Suficiência edição 02/2015. No site do CFC é 
encontra-se que a resolução do CFC 1.486/2015 é que atualmente regulamenta o Exame 
de Suficiência. De acordo com o Edital do Exame de Suficiência edição 02/2015 o 
conteúdo programático para a disciplina de Teoria da Contabilidade é: 
 
Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade; Escolas ou doutrinas na 
história da Contabilidade; Evolução Histórica da Contabilidade; 
Reconhecimento e Mensuração de Ativos, Passivos, Receitas e 
Despesas, Ganhos e perdas; Patrimônio Líquido e suas teorias; e, 
Características Qualitativas das Demonstrações contábeis. (CFC, 
2015, p. 16) 
 
 Verifica-se então que o estudo para o exame de suficiência tem uma base teórica 
conforme consta em edital. Percebe-se quais são os assuntos, para o Conselho Federal 
de Contabilidade, que são considerados parte da Teoria da Contabilidade. 
23 
 
 
 
Um dos assuntos abordados na disciplina são os pronunciamentos contábeis. 
Esses pronunciamentos são emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis, cujo a 
função é conforme seu próprio site é: convergência internacional das normas contábeis; 
a centralização da emissão de normas; e, representação e processos democráticos na 
produção dessas informações. A resolução CFC n° 1.055/2005 criou o Comitê de 
Pronunciamento Contábil, que conforme o art. 3° tem como objetivo: 
 
O estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre 
procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa 
natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora 
brasileira, visando a centralização e uniformização do seu processo de 
produção. (CFC; 2005, s.p) 
 
Ter conhecimento dos pronunciamentos técnicos não somente enriquece a sua 
bagagem teórica, como também permite a formação de um profissional mais consciente. 
O profissional que conhece bem os procedimentos e normas da sua área poderá ter 
melhores resultados profissionais, por isso o estudo dos pronunciamentos se faz 
importante na disciplina de Teoria da Contabilidade. 
 
2.6 ESTUDOS SIMILARES 
 
É possível encontrar diferentes estudos sobre Teoria da Contabilidade 
relacionados com diversos temas. Os estudos anteriores têm por objetivo complementar 
a fundamentação teórica do presente trabalho. Piccoli, Chiarello e Klann (2015), 
realizaram um estudo sobre a percepção dos acadêmicos sobre conceitos abordadosna 
disciplina de Teoria da Contabilidade, com o foco no Oeste e extremo oeste de Santa 
Catarina. Neste estudo tem-se como variantes numéricas para formação da estatística da 
resposta que 163 alunos ao total responderam o questionário proposto pelos autores, e 
nesse total então constatou-se que 99 alunos já haviam cursado a disciplina e 64 ainda 
não. 
Conforme o artigo de Piccoli, Chiarello e Klann (2015) estes pesquisadores 
chegaram a conclusão de que a maioria dos alunos consideram a disciplina de Teoria da 
Contabilidade importante para o seu aprendizado, para o curso e base para o 
entendimento das demais disciplinas. 
Cunha et al. (2014) realizaram um estudo sobre a disciplina de Teoria da 
Contabilidade com a percepção dos alunos e professores da UFSC que oferece e 
24 
 
 
 
UDESC que não oferece a disciplina, mas insere o conteúdo da disciplina durante sua 
grade curricular em diversas matérias. Os autores apresentam sua metodologia 
aplicando dois questionários: um para os professores que lecionam a disciplina e outro 
para os alunos. Ao total 66 alunos responderam o questionário, sendo 42 da UFSC e 14 
da UDESC e 4 professores responderam o questionário, sendo 2 da UFSC e 2 da 
UDESC. Como resultado, os autores do artigo concluem que tanto alunos da UDESC 
quanto da UFSC tendem a preferir aulas expositivas. A pesquisa revela também que na 
UDESC 45% dos alunos não têm dificuldades para assimilar a disciplina, enquanto que 
na UFSC esse percentual cai para 12%. Os dados desse estudo revelam que os 
professores acreditam que o conteúdo da disciplina ajuda no processo de 
ensino/aprendizagem do aluno. 
Borba, Poeta e Vicente (2011) realizaram uma pesquisa sobre a Teoria da 
Contabilidade e os programas de mestrado brasileiros. O objetivo era verificar o 
conteúdo programado na disciplina e os livros indicados relacionando-os com livros 
relevantes sobre o tema de Teoria da Contabilidade e realizar uma comparação sobre a 
oferta da disciplina nos programas de mestrado brasileiros com alguns dos melhores 
programas americanos. Os livros utilizados como base eram obras de Hendriksen e Van 
Breda e de Iudícibus. Os autores da pesquisa concluíram que existe lógica no ensino da 
Teoria da Contabilidade nos programas de mestrado porque se encontrou a maioria dos 
assuntos abordados nos livros base em outros livros de outros autores sobre Teoria da 
Contabilidade. Sobre o programa americano, observou-se pouca oferta da disciplina. 
 Soares, Silva e Pfitscher (2011) realizaram um estudo que se intitula da seguinte 
forma: “Teoria da Contabilidade: O que se ensina nos cursos de Ciências Contábeis das 
Universidades Federais Brasileiras?”. O objetivo desse trabalho é analisar as ementas 
nos cursos e verificar o que é tratado na disciplina. Como resultado, eles obtiveram que 
não existe uma conformidade nas Universidades Federais sobre o assunto que deve ser 
ministrado na disciplina de Teoria da Contabilidade. Os autores relatam também que 
não houve consenso sobre em qual fase a disciplina deveria ser ministrada e também 
não houve consenso sobre carga-horária que deveria existir para a disciplina. A 
bibliografia também não é a mesma, podendo variar de instituição para instituição. 
Concluindo então, os autores apresentam que a maioria dos resultados convergem com 
pesquisas anteriores. 
 Soares (2013) realizou a sua dissertação de mestrado cujo tema foi “Estudo 
sobre a (in)satisfação de bacharéis em Ciências Contábeis com a disciplina de Teoria da 
25 
 
 
 
Contabilidade”. Segundo o autor, o objetivo é “investigar com quais itens da disciplina 
de Teoria da Contabilidade os egressos do curso de Ciências Contábeis de uma 
universidade brasileira, formados entre os semestres de 2010.1 e 2012.1, se sentem mais 
(in)satisfeitos” (SOARES, 2013, p.154). Soares realizou questionários com uma 
amostra de 75 respondentes. O autor destaca que “Foram escolhidos vinte itens, de 
acordo com a literatura sobre o assunto, distribuídos uniformemente em cinco 
dimensões: Tangibilidade, Confiabilidade, Receptividade, Garantia e Empatia” 
(SOARES, 2013, p.17). Como resultado, chegou-se a conclusão em ordem decrescente 
de importância: Empatia, Confiabilidade, Garantia, Tangibilidade e Receptividade. 
Como principais resultados, segundo Soares (2013, p.18) o item “Acesso a sala de aula” 
foi o único item que obteve maior satisfação média percebida do que importância media 
atribuída. E o item “Disponibilidade do docente em atender alunos fora do horário de 
aula” foi o único gap nulo (0,00). 
Os estudos similares são de grande importância pois funcionam como apoios 
para esta pesquisa. Verificar outros estudos auxilia na elaboração do presente trabalho, 
pois esses estudos apresentam como os trabalhos foram realizados e quais as suas 
contribuições finais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
 
 
 
 
3. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS 
 
3.1 INSTITUIÇÕES ESTUDADAS 
 
Para este trabalho duas instituições de ensino públicas de Florianópolis e grande 
Florianópolis foram estudadas e analisadas: UFSC e USJ. 
A Universidade Federal de Santa Catarina foi fundada em 18 de dezembro de 
1960, e conforme consta em seu site3 é considerada a quinta melhor universidade do 
país. A UFSC possui atualmente cinco campus. De acordo com o site do 
Departamento4, o curso de Ciências Contábeis foi criado com a portaria 39 de 
08/02/1963 do Ministério da Educação e Cultura, porém foi reconhecido apenas em 
10/04/1975, com o decreto 75.590 e ele se encontra no campus de Florianópolis, no 
Centro Socioeconômico, oferecendo aulas no período diurno e noturno. 
Segundo o site da Universidade de São José, em 2005 criou-se o Centro 
Universitário Municipal de São José, com os cursos de Administração, Ciências 
Contábeis, e Pedagogia. Em apenas 2009 o curso de Ciências Contábeis foi reconhecido 
pelo Conselho Estadual de Educação com o decreto n°.2137 em 20 de fevereiro de 
2009. A USJ se encontra na cidade de São José, região da grande Florianópolis. 
Para que a aplicação da pesquisa fosse bem-sucedida, necessário se fez primeiro 
reunir toda a informação disponível. Nos sites das universidades pesquisadas foi 
possível encontrar a descrição da ementa das disciplinas oferecidas no curso. Com base 
nessas descrições, foi realizada uma comparação para tentar identificar os assuntos 
semelhantes e os assuntos divergentes. 
 
3.2 ANÁLISE DAS EMENTAS 
 
Conforme a definição oferecida pela Pontifícia Universidade Católica do Rio 
Grande do Sul (PUCRS) em seu site: “ementa é uma descrição discursiva que resume o 
conteúdo conceitual ou conceitual / procedimental de uma disciplina”. Ou seja, a 
 
3
 Informações retiradas do site http://estrutura.ufsc.br 
4
 Informações retiradas do site http://dvl.ccn.ufsc.br/ccn/contents/public_view/9 
27 
 
 
 
ementa de uma disciplina se torna importante como um resumo em tópicos de todos os 
assuntos que serão tratados em uma disciplina acadêmica ao longo do semestre. As 
disciplinas no seu plano de curso geralmente oferecem a ementa proposta pelo projeto 
político pedagógico do curso e que se espera que tenha o seguimento. Então, como 
citado, é importante se considerar que a ementa é um resumo do que será tratado na 
disciplina, logo, as análises comparativas devem considerar esta limitação. Isto é, uma 
coisa são os tópicos da ementa, outra é como ela é desdobrada no desenrolar da 
atividade docente. 
Sobre a disciplina Teoria da Contabilidade nota-se uma divergência em relação 
a fase em que a disciplina é ministrada. Na USJ a disciplina é ministrada na sexta fase 
enquanto que na UFSC é na sétima fase. 
A partir da observação das duas ementas é possível perceber os assuntos 
oferecidos pelas universidades pesquisadas no Quadro 1 e no Quadro 2. 
 
Quadro 1 – Ementa UFSC 
Ementa UFSC1. O desenvolvimento do pensamento contábil 
2. A contabilidade norte-americana e sua influência 
3. A evolução contábil no Brasil 
4. Contabilidade: objeto e objetivos 
5. Estrutura dos conceitos contábeis pelo IASB, FASB e CFC 
6. Ativo: Conceituação, caracterização, avaliação/mensuração. 
 Ativos Intangíveis. 
Passivo: Conceituação, caracterização, avaliação/mensuração. 
Patrimônio Líquido: teorias que o embasam. 
Receitas, Despesas, Ganhos e Perdas. 
7. Evidenciação: Estrutura das Demonstrações Contábeis de acordo com FASB, 
IASB, Lei 6.404 e suas alterações. 
8. Teoria Contábil do Lucro 
Fonte: Ementa Teoria da Contabilidade, CCN5186 – UFSC 
 
O quadro 1 apresenta todo o conteúdo programático da disciplina de Teoria da 
Contabilidade na UFSC. Nota-se que ao todo existem oito tópicos gerais de ementas. 
No quadro 2 é possível observar a ementa exposta na forma de tópicos da 
disciplina de Teoria da Contabilidade na USJ. 
Quadro 2 – Ementa USJ 
Ementa USJ 
1. Evolução do pensamento contábil 
2. Escolas e Doutrinas da Contabilidade 
28 
 
 
 
3. Teorias Descritiva e Prescritiva 
4. Princípios Fundamentais da Contabilidade 
5. Critérios de Mensuração e Avaliação: Ativo e Passivo, Receitas e Despesas, 
Ganhos e Perdas. 
Fonte: Ementa Teoria da Contabilidade, CC-031 – USJ 
 
Nos quadros 1 e 2 estão somente os tópicos de assuntos gerais das ementas. 
Cada tópico pode ser desmembrado em outros assuntos que não aparecem nos referidos 
quadros, mas que são ministrados em sala de aula pelo professor. Vale lembrar que os 
tópicos dos quadros foram retirados diretamente dos sites das instituições estudadas. 
Nas duas instituições a disciplina é ministrada com a duração 72h/aula. 
 Ao observar as ementas do curso de Ciências Contábeis na UFSC e USJ, 
notaram-se algumas semelhanças e algumas divergências entre assuntos abordados 
pelos planos de ensino das instituições. Observa-se então os tópicos que encontram 
semelhanças em seus assuntos nas ementas expostas: 
 
• Desenvolvimento do Pensamento Contábil: Aparece como tópico na USJ e na 
UFSC os termos utilizados são “evolução do pensamento contábil” e “o 
desenvolvimento do pensamento contábil”, respectivamente. 
 
• Doutrinas da Contabilidade: esse tema é em partes semelhante. As doutrinas 
existentes são a norte-americana e a europeia. Sendo a europeia a mais antiga. A 
UFSC apresenta apenas o tópico “a contabilidade norte-americana e sua 
influência” enquanto que a USJ apresenta como titulo as “escolas e doutrinas da 
contabilidade”. 
 
• Princípios da Contabilidade: Segundo Iudícibus, Marion e Faria (2009, p. 63) 
“Os princípios fundamentais de contabilidade são os conceitos básicos que 
constituem o núcleo essencial que deve guiar a profissão na consecução dos 
objetivos da Contabilidade”. Esse tópico de ementa existe na USJ e na UFSC ele 
vem acompanhado de outros conceitos. Na UFSC são estudados os conceitos 
contábeis pelo IASB, FASB e CFC. Ou seja, a UFSC trata sobre os princípios da 
contabilidade, quando fala sobre o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) 
que é o órgão que rege esses princípios. 
 
29 
 
 
 
• Critérios de Mensuração e avaliação: Ativo e Passivo, Receitas e Despesas, 
Ganhos e Perdas: Segundo Hendriksen e Van Breda (1999, p. 304) 
“mensuração é o processo de atribuição de valores monetários significativos a 
objetos ou eventos associados a uma empresa, e obtidos de modo a permitir 
agregação ou desagregação, quando exigida em situações específicas”. A UFSC 
e a USJ apresentam esse tópico como um tema abordado durante a disciplina. 
Esse tema tem por finalidade definir as bases conceituais para mensurar e avaliar 
os ativos, passivos, receitas e despesas e os ganhos e as perdas de uma empresa. 
 
Há também os tópicos que constam nas ementas, mas que divergem em relação 
aos seus títulos entre os cursos das instituições de ensino pesquisadas. Em outras 
palavras, algum desses tópicos pode estar inserido em outro conteúdo já exposto, porém 
como o que conta é a análise da ementa como ela é apresentada, foram classificados os 
tópicos cujo tema não tem similaridade: 
 
• A evolução contábil no Brasil: Esse tema é apresentado como tópico da ementa 
somente na UFSC. Ele tem por objetivo explicar sobre a história da 
contabilidade no Brasil desde que o país foi descoberto. Esse tópico para a USJ, 
pode estar inserido no tópico “evolução do pensamento contábil”. 
 
• Contabilidade: objeto e objetivos: O presente tema é também discutido 
somente na UFSC. O tema expõe qual é o objeto de estudo da contabilidade e 
quais são os objetivos da contabilidade. 
 
• Evidenciação: Estrutura das Demonstrações Contábeis de acordo com 
FASB, IASB, Lei 6.404 e suas alterações: As demonstrações Contábeis tem 
estruturas definidas por leis e organizações. Este tema visa a apresentação dessas 
estruturas. Somente a UFSC tem esse assunto como tópico da ementa. 
 
• Teoria Contábil do Lucro: Este tópico de ementa é tratado somente na UFSC. 
 
• Teoria Descritiva e Prescritiva: Este tema é exposto como um tópico da 
ementa somente da USJ. 
30 
 
 
 
 
Somente com a análise detalhada do conteúdo programático da disciplina será 
possível afirmar se os assuntos divergentes não estão inseridos em outros tópicos. Após 
realizar a análise, notou-se que a UFSC apresenta oito tópicos de assuntos em sua 
ementa enquanto que a USJ apresenta cinco tópicos. As duas universidades apresentam 
a mesma carga horária de 72h/a. Entre os tópicos das ementas apenas quatro temas 
coincidem nas ementas das duas universidades. Isso não quer dizer que os tópicos 
divergentes não tenham sido estudados durante a disciplina, pois eles podem estar 
inseridos em outros itens da ementa, conforme o conteúdo programático. 
Os tópicos similares falam do desenvolvimento do pensamento contábil, as 
doutrinas contábeis existentes, dos princípios contábeis estudados durante o curso e por 
final os tópicos similares tratam dos componentes do balanço patrimonial como ativo, 
passivo, balanço patrimonial assim como das receitas, despesas, dos ganhos e das 
perdas. 
As duas ementas pesquisadas explicam o desenvolvimento ou evolução do 
pensamento contábil, ou seja, esse é o primeiro tópico em comum. Elas falam sobre 
como foi o processo do desenvolvimento do pensamento contábil ao longo do tempo. 
Quanto ao tópico das escolas e doutrinas da Contabilidade, na UFSC se estuda a 
contabilidade norte-americana e o quão influente foi na sociedade e na USJ estudam-se 
as escolas e doutrinas em geral da contabilidade. 
Outro assunto encontrado em comum são os princípios de contabilidade, em que 
são estudados com maior profundidade durante a disciplina de Teoria da Contabilidade. 
Por fim, o ultimo tópico em comum é o que fala sobre Ativo, Passivo, Ganhos, Perdas, 
Receitas, Despesas e suas mensurações e avaliações. Pode-se concluir então que as duas 
universidades têm em comum muitas partes da ementa em relação ao total. 
 
3.3 RESULTADOS DA PESQUISA 
 
A pesquisa realizada em sala de aula com alunos da fase seguinte à disciplina de 
Teoria da Contabilidade teve um total de 68 participantes. Sendo esses participantes 
divididos em 45 alunos da Universidade Federal de Santa Catarina e 17 alunos da 
Universidade de São José, como pode-se observar na Figura 2: 
 
 
31 
 
 
 
Figura 02 – Instituição de ensino superior 
 
Fonte: Dados da pesquisa do autor 
 
 O questionário foi realizado para avaliar o quanto os alunos consideram 
satisfatória a disciplina. A teoria é inerente ao curso inteiro, pois está presente mesmo 
que de forma mínima, por exemplo, um conceito ou nos princípios contábeis. A 
verificação sobre se os alunos estão satisfeitos e acreditam ser importante a disciplina de 
Teoria da Contabilidade, que tem um foco maior na parte teórica, mas que acaba 
fazendo uma relação com a parte prática, foi o objetivo do questionário. 
 O questionárioé composto de dezesseis perguntas, sendo quatro delas sobre o 
aluno e o seu perfil com perguntas sobre idade, se já passou pela disciplina Teoria da 
Contabilidade, qual a fase em que a pessoa se encontra e qual a sua instituição de 
ensino superior para fins de número total e as outras doze perguntas foram sobre a 
disciplina. 
 As idades verificadas pelos alunos respondentes são entre 20 e 34 anos, e a 
média entre as idades é de 23 anos. Dentre todos os 68 alunos, 62 já realizaram a 
disciplina Teoria da Contabilidade e 6 ainda estão por fazer. Por este motivo, será 
utilizado para a análise apenas a amostra de 62 alunos, os quais já passaram e foram 
aprovados na disciplina. 
 Os alunos se encontravam em três fases diferentes, sendo elas: sétima, oitava e 
nona fase. Dos sessenta e dois alunos que já cursaram a disciplina, vinte estão na sétima 
fase do curso, quarenta e um estão na oitava fase do curso e apenas um está na nona fase 
de Ciências Contábeis. Pode-se observar na Figura 3 em percentual as fases dos alunos: 
 
 
 
 
32 
 
 
 
Figura 03 – Fases dos alunos 
 
Fonte: Dados da pesquisa do autor 
 
Nota-se na Figura 3 que entre as duas instituições de ensino superior, os alunos a 
partir da 7ª fase já concluíram em sua maioria a disciplina. 
Os alunos responderam a pergunta: “Qual o grau de importância em que você 
classifica a disciplina de Teoria da Contabilidade?”. As respostas obtidas foram em 
graus variando de 1 que equivalia a “nada importante” aumentando a sua importância 
até 5 equivalente a “muito importante”. A Figura 4 representa a opinião dos alunos: 
 
Figura 04 – Importância da disciplina 
 
Fonte: Dados da pesquisa do autor 
 
Observa-se na Figura 4 que entre as respostas, trinta alunos representados pelo 
percentual de 48,39%, atribuíram conceito cinco, cujo representa a resposta “muito 
importante”, vinte e um alunos responderam conceito quatro que significa “satisfeito” e 
representam assim 33,87% dos respondentes, dez alunos acreditam que a disciplina tem 
uma importância neutra ao atribuir o valor 3 a sua resposta para a questão representados 
33 
 
 
 
por 16,13% e apenas um aluno acredita que não tem tanta importância atribuindo o 
valor 2. O valor 1 que equivale a “nada importante” não foi assinalado. Então ao 
realizar uma análise da Figura 4 pode-se verificar que os alunos em sua grande maioria 
consideram a disciplina importante. 
 Os alunos também foram questionados sobre o quanto consideram o conteúdo 
abordado na disciplina importante. As respostas também variam em uma escala de 1 a 5 
na mesma classificação de respostas da questão anterior. O resultado obtido pode ser 
visto na Figura 5 com os percentuais das respostas dos alunos: 
 
Figura 05 – Grau de importância do conteúdo 
 
Fonte: Dados da pesquisa do autor 
 
Na Figura 5 observa-se que a maior parte dos respondentes, com um percentual 
de 48,39% representando trinta alunos, acreditam que o conteúdo abordado na 
disciplina é muito importante. Dezenove alunos, representados por 30,65% do total, 
julgaram ser importante a disciplina, pois marcaram o número 4 como resposta na 
escala de respostas. Doze alunos têm a opinião neutra em relação à importância da 
disciplina. Somente um aluno marcou a opção de número 2 representado por 1,61%, ou 
seja, esse aluno não acredita que o conteúdo seja tão importante. A opção “nada 
importante” não foi marcada pelos alunos. De modo geral, pode-se constatar que os 
alunos acreditam que o conteúdo abordado é importante no curso. 
Os alunos também foram questionados sobre se as discussões teóricas 
trabalhadas na disciplina ajudam ou não a entender as práticas cotidianas da 
contabilidade. O resultado foi bastante expressivo, das sessenta e duas respostas, 
cinquenta e duas, que representam 83,87%, afirmam que as discussões teóricas ajudam 
a entender as práticas contábeis e apenas dez alunos, representados por 16,13%, 
34 
 
 
 
discordam sobre o tema. Isso demonstra que as aulas de Teoria da Contabilidade 
ajudam os alunos na prática, aumentando assim a sua satisfação. A Figura 6 demonstra 
a resposta dos alunos. 
 
Figura 06 – Discussões Teóricas x Práticas Contábeis 
 
Fonte: Dados da pesquisa do autor 
 
Existem algumas discussões sobre qual é a melhor fase para ministrar a 
disciplina de Teoria da Contabilidade. Alguns autores e professores acreditam que no 
início do curso é o melhor momento e outros acreditam que no meio ou no final do 
curso é o momento adequado para a disciplina. A questão a seguir tem por objetivo 
verificar a opinião dos alunos sobre em qual fase eles acreditam que a disciplina deveria 
ser ministrada. As opções para respostas foram da primeira fase até a oitava. A Figura 7 
exibe as respostas dos discentes. 
 
Figura 07 – Fases de ocorrência da disciplina na opinião dos alunos 
 
Fonte: Dados da pesquisa do autor 
 
35 
 
 
 
Ao observar a Figura 7 nota-se que 25,81% dos alunos, representando dezesseis 
alunos, acreditam que a disciplina deveria ser ministrada na primeira fase. A segunda 
fase e a terceira fase foram escolhidas pelo mesmo número de alunos, oito em cada, 
representados por 12,90% cada uma. Sete alunos acreditam que a quarta fase é a ideal 
para ser ministrada a disciplina. A quinta fase foi eleita como a mais adequada por onze 
alunos, representados por 17,74% do total dos alunos. Cinco alunos escolheram a sexta 
fase acreditando ser a melhor. Seis alunos demonstraram a preferência pela matéria na 
sétima fase, representando 9,68% do total dos alunos. Apenas uma pessoa se mostrou 
favorável a disciplina na oitava fase, representada por 1,61%. 
Os alunos foram questionados se acreditam que a disciplina deve ou não 
contemplar mais de uma fase. Dividir a matéria de Teoria da Contabilidade em mais 
períodos é um ponto discutido em alguns estudos. A Figura 8 expressa a opinião dos 
alunos em relação a essa pergunta. 
 
Figura 08 – A disciplina deveria contemplar mais de uma fase? 
 
Fonte: Dados da pesquisa do autor 
 
Dos sessenta e dois respondentes, trinta e seis não acreditam que a disciplina 
deve contemplar mais de uma fase. Esses trinta e seis alunos, representados por 58% do 
total, acreditam que todo o conteúdo pode e deve ser dado em apenas uma disciplina ou 
diluído durante o curso. Vinte e seis alunos, representados por 42% acreditam que a 
disciplina deve contemplar mais de uma fase. 
Depois de serem questionados se a disciplina deveria ser dividida em mais de 
uma, os alunos também foram questionados em relação a eliminação da disciplina 
diluindo o seu conteúdo durante o curso em outras disciplinas. Na Figura 9 pode-se 
observar os resultados obtidos. 
36 
 
 
 
Figura 09 – Conteúdo diluído em outras disciplinas 
 
Fonte: Dados da pesquisa do autor 
 
 
 Nota-se que 74,19% dos alunos acreditam que a disciplina não deve ser 
eliminada, mantendo assim pelo menos a formatação atual que é uma matéria de Teoria 
da Contabilidade. Esses 74,19% representam quarenta e seis alunos do total de sessenta 
e dois. Os outros 25,81%, que representam dezesseis alunos, acreditam que o conteúdo 
passado nessa disciplina pode ser diluído em outras matérias, extinguindo assim a 
mesma da grade curricular do curso. 
Atualmente existem instituições de ensino superior de Ciências Contábeis que 
funcionam dessa forma, ou seja, os tópicos básicos da ementa da disciplina são passados 
para os alunos em outras matérias. Essas instituições então não têm a disciplina na grade 
curricular. Existem, porém as instituições de ensino como a UFSC e a USJ, por 
exemplo, que têm a disciplina de Teoria da Contabilidade na grade curricular como 
matéria obrigatória e que reúnem um conteúdo teórico para passar nessa disciplina. 
 
Figura 10 – Satisfação discente em relação as referências bibliográficas utilizadas 
 
Fonte: Dados da pesquisa do autor 
37 
 
 
 
 A satisfação dos alunos sobre asreferências utilizadas nas ementas também foi 
questionada. As referências representam os materiais de estudo para as aulas, como 
livros, textos, artigos, etc. Para expressar o grau de satisfação, os alunos tiveram como 
opção de 1 a 5, sendo 1 “nada satisfatório” e 5 “muito satisfatório”. Pode-se observar na 
Figura 10 que 25,81% dos alunos, ou seja, dezesseis dos sessenta e dois alunos 
acreditam que as referências utilizadas na disciplina são muito satisfatórias. Maior parte, 
41,94% dos alunos assinalou 4 que seria equivalente a “satisfatório”, esse número 
representa vinte e seis alunos. Alguns alunos foram neutros escolhendo a opção 3, com 
27,42% representando 17 alunos. O resultado número 2 teve 4,84% do total, ele 
representa a escolha de 3 alunos que acreditam que as referências não são tão 
satisfatórias. Não houve resposta “nada satisfatória” representada pelo número 1. Os 
alunos então, como pode-se observar na Figura 10 estão em sua grande maioria 
satisfeitos ou muito satisfeitos com as referências utilizadas em sala de aula. 
 O acolhimento e respeito às opiniões dos alunos sobre as questões teóricas por 
parte do professor foi outro tema questionado aos alunos. Os alunos responderam 
também entre 1 que equivale a “nada importante” e 5 que equivale a “muito 
importante”. As respostas obtidas nessa pergunta variaram entre 5 e 2 como mostra a 
figura 11. 
 
Figura 11 – Acolhimento as opiniões dos alunos 
 
Fonte: Dados da pesquisa do autor 
 
Na Figura 11 é possível notar que 61,29% dos estudantes acreditam ser muito 
importante o acolhimento e o respeito por parte do professor em relação as suas 
opiniões. Esse percentual representa trinta e oito estudantes. Outros 22,58% dos 
estudantes consideram importante e por isso marcaram como resposta o número 4. Os 
38 
 
 
 
22,58% representam quatorze estudantes. Oito estudantes têm opinião neutra, 
representados por 12,90%. Por fim, apenas dois estudantes que são representados por 
3,23% acreditam que não é tão importante assim a postura do professor em relação a 
acolhimento e respeito de opiniões. 
Atualmente o assunto “Normas Internacionais de Contabilidade” é muito 
discutido, pois essas normas visam a convergência para um padrão internacional de 
contabilidade. Por esse motivo, foi questionado aos alunos, se a disciplina oferecida está 
de acordo com essas normas, no sentido do aluno aprender e estudar sobre o assunto. Na 
Figura 12 pode-se observar a opinião dos alunos em relação ao tema. 
 
Figura 12 – Disciplina e as Normas Internacionais de Contabilidade 
 
Fonte: Dados da pesquisa do autor 
 
 Entre os sessenta e dois alunos respondentes, cinquenta e sete acreditam que a 
disciplina ministrada está de acordo com as normas internacionais, esses alunos estão 
representados na Figura 12 pelo percentual de 91,94%. Cinco alunos, representando 
8,06%, não concordam sobre a disciplina estar de acordo. Pode-se então concluir que a 
disciplina ministrada tanto na USJ quanto na UFSC está de acordo com as normas, pela 
opinião da maior parte dos alunos, mais de 90%. 
 Para avaliar a satisfação em geral dos alunos vários fatores são importantes e 
dentre esses fatores, é necessário saber se o aluno adquiriu um conhecimento 
satisfatório durante o semestre. Por esse motivo, foi questionado aos alunos se o 
conhecimento adquirido por eles nas aulas foi satisfatório. A Figura 13 tem o objetivo 
de mostrar a opinião dos alunos. 
 
39 
 
 
 
Figura 13 – Conhecimento satisfatório adquirido 
 
Fonte: Dados da pesquisa do autor 
 
Ao observar o Figura 13 nota-se que 27,42% dos estudantes acreditam que foi 
“muito satisfatório” o aprendizado durante o semestre, pois atribuíram nota 5 em suas 
respostas. Esse percentual representa dezessete alunos. A maior parte dos alunos 
acredita que foi satisfatório o conhecimento adquirido, pois 48,39% atribuiu nota 4, 
representando trinta pessoas em relação ao total. Onze alunos, representados pelo 
percentual de 17,74% tiveram opinião neutra em relação a satisfação, pois marcaram a 
resposta 3. Três alunos marcaram a opção dois, eles estão representados pelo percentual 
de 4,84% e a opinião deles é de que ficaram insatisfeitos com o conhecimento 
adquirido. Apenas um aluno marcou a opção “nada satisfeito”, representado pelo 
percentual de 1,61% na Figura 13. Em geral, a opinião da grande maioria dos alunos foi 
que o conhecimento por eles adquirido foi satisfatório. 
 Assim como as Normas Internacionais de Contabilidade é um tema da 
disciplina, os conceitos de contabilidade também são vistos durante o semestre. Os 
alunos estudam sobre Ativo, Passivo, Patrimônio Líquido Receitas e Despesas, Ganhos 
e Perdas, dentre outros conceitos importantes. Visto isso, outra pergunta foi elaborada 
visando descobrir a satisfação dos alunos ao questionar se a disciplina ajudou a 
aumentar seus conhecimentos sobre os conceitos de contabilidade. A Figura 14 aponta 
os resultados obtidos através das respostas dos alunos. 
 
 
 
 
 
40 
 
 
 
Figura 14 – Contribuição da disciplina em relação aos conceitos de contabilidade 
 
Fonte: Dados da pesquisa do autor 
 
 Conforme a Figura 14 percebe-se que a maioria dos alunos acredita que a 
disciplina ajuda sim a aprender melhor os conceitos de contabilidade estudados. 
Cinquenta e sete alunos responderam que Sim, representados por 91,94% do total. 
Apenas cinco alunos responderam que não ajudou no aumento do conhecimento dos 
conceitos de contabilidade. Esses cinco alunos estão representados por 8,06% na Figura. 
Pode-se concluir por essa pergunta então que a disciplina reforça os conteúdos já dados 
sobre os conceitos de contabilidade e aumentam o conhecimento dos alunos, segundo 
mais de 90% dos respondentes. 
 Por fim, como as ementas das disciplinas foram analisadas nas duas instituições 
de ensino superior, perguntou-se aos alunos também sobre a importância para eles do 
cumprimento total da ementa da disciplina. Como resultado geral, pode-se perceber que 
eles consideram importante o professor cumprir toda a ementa. 
 
Figura 15 – Ementa cumprida na percepção do discente 
 
Fonte: Dados da pesquisa do autor 
41 
 
 
 
Para um resultado mais detalhado, é possível observar a Figura 15. Vinte e nove 
alunos, representados pelo percentual de 46,77%, acham muito importante cumprir toda 
a ementa. Logo após vem os vinte e dois alunos que creem que é importante o 
cumprimento da ementa, representados por 35,48%. Se somar esses dois resultados 
juntos para fins de resultados, pode-se dizer que 82,26% dos alunos acreditam ser 
importante o cumprimento da ementa. Dez alunos tiveram opinião neutra em relação a 
pergunta, marcando a opção 3. Esses dez alunos representam 16,13% do total. Apenas 
um aluno respondeu a opção 2, que equivale a “pouco importante” e esse aluno na 
Figura 15 representa 1,61% do total dos alunos. 
 Ao finalizar estas análises da pesquisa encontrou-se que aproximadamente 
48,39% dos alunos acreditam que a disciplina é de fato muito importante para o curso 
de Ciências Contábeis e 33,87% acreditam apenas que é importante. Sobre o conteúdo, 
48,39% também acreditam que é muito importante e 30,65% acreditam que é 
importante. Esses resultados provam que os alunos têm consciência sobre o que 
estudaram e creem em sua grande maioria que a disciplina é importante, pois juntos 
representam mais de 75% do total. 
Sobre a disciplina, os alunos tiveram respostas diferentes no questionamento 
sobre se ela deveria contemplar mais de uma fase. Os que responderam que deveria 
contemplar mais de uma fase foram representados por 41,94%, já os que acreditam que 
não deve dividir em mais de uma disciplina foram 58,06%. Por outro lado, os alunos 
acreditam em sua maioria, que representa 74,19%, que a disciplina não deve ser 
eliminada ao diluir o conteúdo em outras disciplinas. Pode-se afirmar então que os 
alunos acham importante a existênciada disciplina e não acreditam que deva ser cortada 
do currículo do curso para então ter o seu conteúdo ministrado em outras disciplinas. 
Há muita divergência de opiniões sobre qual fase os alunos acreditam ser a ideal 
para a disciplina de Teoria da Contabilidade. Da primeira a oitava fase foram 
escolhidas pelos alunos e a fase em que maior escolha entre os respondentes era a 
primeira, com 25,81% do total e a segunda fase eleita pelos alunos foi a quinta fase 
representando a opinião de 17,74%. Pode-se verificar através dessa análise que os 
alunos em sua maioria acreditam que a disciplina deve ser ministrada no começo do 
curso, entre a primeira e a quinta fase. É possível afirmar também com essa questão que 
os alunos acreditam que o ensino teórico deve vir com maior intensidade no começo do 
curso. 
42 
 
 
 
Mais da metade dos alunos se encontram satisfeitos com as referências 
utilizadas. Enquanto que 46,77% dos alunos acredita ser muito importante o 
cumprimento total da ementa e 35,48% acredita ser importante. Pode-se afirmar então 
que os alunos estão satisfeitos com as referências e que eles acham importante a ementa 
proposta ser cumprida durante o semestre. 
Entre os respondentes, 61,29% acreditam também ser muito importante o 
professor ouvir as opiniões dos alunos. Através então dessa questão, pode-se afirmar 
que quando um professor para e acolhe as opiniões e ideias dos alunos durante as aulas, 
ele ajuda a aumentar o grau de satisfação dos alunos, pois os mesmos consideram essa 
ação importante. 
43 
 
 
 
4. CONCLUSÕES 
 
O presente trabalho teve por objetivo analisar a disciplina de Teoria da 
Contabilidade e a opinião discente sobre a disciplina ofertada nas instituições de ensino 
superior públicas da grande Florianópolis. 
Na percepção sobre a importância da disciplina percebe-se que a frase “A teoria é 
o que sustenta a prática” é absorvida pelos alunos, por isso a disciplina precisa oferecer 
elementos para o estudante saber e entender a teoria, para que consiga exercer a prática 
consciente do que realiza. 
A Resolução CNE/CES 10/2004 não obriga as universidades a oferecer em seus 
currículos a disciplina de Teoria da Contabilidade, somente consta como obrigatório o 
conteúdo teórico como objetivo de auxilio na formação profissional do aluno. Por esse 
motivo, algumas faculdades optam em oferecer o conteúdo da disciplina diluído em 
outras disciplinas durante o curso. 
As ementas da disciplina de Teoria da Contabilidade ofertadas pelos cursos foram 
analisadas com o fim de pesquisar o que foi oferecido em cada uma, bem como o 
questionário aplicado entre os discentes foi realizado com o fim de verificar uma 
estimativa quanto à satisfação do aluno com o conteúdo da disciplina. 
A pergunta quanto às ementas desta pesquisa foi respondida satisfatoriamente 
porque ao comparar as ementas dos cursos verificou-se as semelhanças e diferenças 
abordadas nas disciplinas oferecidas pelos cursos pesquisados. 
A UFSC aborda mais tópicos em relação à USJ e por isso existiram diferenças 
numéricas quanto aos tópicos relacionados entre as ementas. Ao resumir a análise das 
ementas em tópicos ficou evidente que a UFSC apresenta 08 tópicos e com a duração de 
72h/a e a USJ apresenta 05 tópicos em 72h/a sendo que 04 tópicos são em comum para 
ambas. Uma outra pesquisa seria necessária analisando o conteúdo programático para 
saber se os tópicos diferentes entre as ementas apresentam o mesmo conteúdo com 
nomes diferentes. 
As duas ementas pesquisadas explicam o desenvolvimento ou evolução do 
pensamento contábil, ou seja, esse é o primeiro tópico em comum. Elas citam sobre 
como foi o processo do desenvolvimento do pensamento contábil ao longo do tempo. 
A proposta inicial sobre a comparação das ementas e análise posterior das 
opiniões dos discentes se constituiu em um acerto, pois o propósito de verificar as 
44 
 
 
 
diferenças e semelhanças existentes nos cursos sem criticar nenhum deles foi cumprido. 
Importante também era considerar as variáveis que existem dentro de um espaço 
geográfico próximo e em condições semelhantes. A reflexão trouxe um enriquecimento 
pessoal e profissional a partir da conscientização sobre a disciplina. 
A pergunta inicial onde é questionado o grau de satisfação dos alunos, ao ser 
respondida proporcionou uma percepção maior sobre a questão de afirmar ou não que 
os alunos percebem a importância desta disciplina durante seus cursos. Os questionários 
respondidos em sala de aula tiveram o objetivo de expor a satisfação do aluno em 
relação a disciplina. Pode-se notar que em algumas perguntas ficou visível a preferência 
dos alunos, com um grande percentual de satisfação ou de aceitação da questão 
proposta. 
Por meio da pesquisa pode-se constatar que os alunos acreditam que as 
discussões teóricas realizadas em sala auxiliam a prática contábil e no desenvolvimento 
da profissão. Essas discussões levam o aluno a pensar e refletir aumentando assim o seu 
raciocínio crítico em relação à contabilidade. Os respondentes também afirmam que a 
disciplina está em sintonia com as Normas Internacionais. Em outras palavras, afirmam 
a contemporaneidade da disciplina e a atualidade, ao oferecer conteúdos e informações 
pertinentes às Normas Internacionais de Contabilidade. 
Os conceitos de contabilidade são discutidos em ambas as universidades. Os 
alunos aprendem desde as primeiras fases os conceitos, porém, na disciplina de Teoria 
da Contabilidade, aprofundam os seus conhecimentos sobre o tema. Segundo os alunos 
foi adquirido um maior conhecimento sobre os conceitos de contabilidade como 
afirmativa por parte de 91,94% dos alunos pesquisados. 
Sobre o conhecimento geral adquirido pelos alunos, 27,42% dos alunos disse 
que foi muito satisfatório e 48,39% respondeu que foi satisfatório. Os alunos se 
sentiram satisfeitos em relação ao conhecimento e isso só aumenta o grau de satisfação 
geral dos alunos em relação a disciplina. 
Ao analisar as respostas obtidas pelos questionários é possível afirmar que a 
maioria dos alunos estão satisfeitos com o processo de ensino aprendizagem sobre a 
Teoria da Contabilidade. 
 
 
 
 
45 
 
 
 
4.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS 
 
Para um trabalho futuro, é sugerida a ampliação desta pesquisa incluindo 
instituições de ensino superior privadas da região ou do estado para obter um 
mapeamento da satisfação discente e como a disciplina é apresentada em cada 
instituição. 
Outra possibilidade de ampliar o estudo é realizar uma pesquisa com alunos que 
ainda não cursaram a disciplina e os que já concluíram a mesma a fim de obter uma 
comparação do pensamento dos alunos em relação à importância da Teoria da 
Contabilidade e verificar assim o quanto os alunos tem consciência sobre o aumento 
dos conceitos de contabilidade estudados e seus conhecimentos sobre o assunto. 
Como sugestão também fica a realização de um estudo dos conteúdos 
programáticos das disciplinas para verificar o que de fato é passado aos alunos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL, Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Resolução 
CNE/CES nº 10/2004. Institui as diretrizes curriculares nacionais do curso de 
graduação em Ciências Contábeis, e dá outras providências. Disponível em: 
<http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rces10_04.pdf>. Acesso em: 22 ago. 2015. 
 
 BORBA, José Alonso; POETA, Fabiana Zandonai; VICENTE, Ernesto Fernando 
Rodrigues. Teoria da Contabilidade: uma Análise da Disciplina nos Programas de 
Mestrado Brasileiros. Revista Sociedade, Contabilidade e Gestão, Rio de Janeiro, v. 
6, n. 2, p.124-138, jul. 2011. Disponível em: <http://www.atena.org.br/revista/ojs-2.2.3-
06/index.php/ufrj/article/viewFile/1208/1144>. Acesso em: 22 set. 2015. 
 
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTO CONTÁBIL. Disponível em: 
<http://www.cpc.org.br/CPC/CPC/Conheca-CPC>.

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