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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO LICENCIATURA EM ENSINO DE GEOGRAFIA Teorias evolucionistas Regina Chavane Chibaela Maxixe, Maio de 2020 1 INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO LICENCIATURA EM ENSINO DE GEOGRAFIA Teorias evolucionistas O/a Tutor/(a) __________________________ Maxixe, Agosto de 2020 Trabalho do Campo da Cadeira de Biogeografia entregue ao tutor do departamento de Ciências de Educação, como requisito de avaliação. 2 Índice Conteúdo Página 1.Introdução .................................................................................................................. 3 1.1.Objectivos ............................................................................................................... 3 1.2.Metodologia ............................................................................................................ 3 2.0.Teorias evolucionistas ............................................................................................. 4 2.1.Principais teorias evolucionistas .............................................................................. 4 2.1.1.Lamarckismo ........................................................................................................ 4 2.1.2.Darwinismo .......................................................................................................... 5 2.1.3.Neodarwinismo ou teoria sintética da evolução..................................................... 6 3.0.Considerações finais ................................................................................................ 8 4.0.Referências bibliográficas ....................................................................................... 9 3 1.Introdução A Teoria da Evolução descreve o desenvolvimento das espécies que habitavam ou habitam o planeta Terra. Assim, as espécies actuais descendem de outras espécies que sofreram modificações ao longo do tempo e transmitiram novas características aos seus descendentes. Até o século XVIII era bem defendida a ideia do fixismo, ou seja, que os indivíduos foram criados e não sofreram modificação através do tempo, apresentando as mesmas características desde a sua criação até os dias actuais. Entretanto, com o conhecimento dos fósseis e o desenvolvimento da anatomia e embriologia, surgiram as teorias evolucionistas, que defendiam que os organismos sofriam mudanças ao longo do tempo. Neste contexto importa no presente trabalho debruçar acerca das teorias evolucionistas. Para melhor abordagem deste assunto o trabalho foi estruturado da seguinte forma: a presente introdução, objectivos, metodologia, desenvolvimento, concluso e referências bibliográficas. 1.1.Objectivos Geral Compreender as teorias evolucionistas Específicos Identificar as teorias evolucionistas; Descrever as teorias evolucionistas; Explicar as limitações de cada teoria evolucionista 1.2.Metodologia Para a materialização do trabalho fez-se busca de informações que versão dobre o tema em obras disponíveis físicas e virtuais, análise de informações consultadas tendo culminado com a compilação e produção do trabalho. https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/fossil.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/evolucao-1.htm 4 2.0.Teorias evolucionistas Segundo GOULD (2002, p.54), as teorias evolucionistas afirmam que ocorreram mudanças nos organismos ao longo dos milhares de anos do planeta. Essas mudanças podem ser vistas, por exemplo, em fósseis de organismos que hoje não são encontrados na Terra, mas que possuem grandes semelhanças com organismos actuais. Todas as teorias evolutivas existentes falam em mudança, diferenciando-se apenas sobre a forma como essas mudanças ocorreram. 2.1.Principais teorias evolucionistas FUTUYMA (2002, p.32), afirma que entre as teorias evolutivas existentes, algumas merecem destaque: o Lamarkismo, o Darwinismo e o Neodarwinismo. 2.1.1.Lamarckismo Uma das primeiras teorias que explicaram a evolução dos seres vivos foi a proposta por Jean- Baptiste Lamack (1744-1829). Para explicar a evolução, ele sugeriu duas leis: a lei do uso e desuso e a lei dos caracteres adquiridos. A lei do uso e desuso explica que, quando um organismo utiliza muito determinada parte do corpo, essa parte desenvolve-se mais que outras e aquelas que não são utilizadas atrofiam-se. A lei da herança dos caracteres adquiridos, por sua vez, afirma que características adquiridas durante a vida podem ser transmitidas aos descendentes (BURKHARDT, 2000). Segundo Lamarck, de acordo com as suas necessidades, um organismo passava a utilizar com maior frequência alguns órgãos, fazendo com que estes se desenvolvessem mais que os outros. Essa lei ficou conhecida como “Lei do uso e desuso” e, além de destacar o maior desenvolvimento de estruturas usadas com frequência, enfatizava que aquelas pouco utilizadas atrofiavam-se. Para explicar sua teoria, Lamarck utilizou como exemplo o pescoço longo das girafas. Segundo esse pesquisador, existiam inicialmente girafas com pescoço curto, todavia, elas tinham de esticar-se para alcançar o alimento em árvores altas. Diante do esforço constante para conseguir alimento, o pescoço foi aumentando de tamanho progressivamente e, a cada geração, apresentava-se maior do que na geração anterior. Lamarck concluiu, portanto, que o uso levou ao aumento do pescoço. https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/lamarckismo.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/darwinismo.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/teoria-sintetica-evolucao.htm 5 Além do uso e desuso, Lamarck propôs que as características adquiridas durante a vida eram repassadas para as gerações futuras. Essa lei ficou conhecida como “Lei da herança dos caracteres adquiridos”, que, junto à “Lei do uso e desuso”, forma a teoria conhecida hoje como Lamarckismo. Lamarck, em razão principalmente da falta de tecnologia e conhecimento na época, pecou em vários aspectos de sua teoria. Primeiramente devemos ter em mente que o uso e o desuso não provocam o surgimento de características que podem ser transmitidas aos descendentes. Se uma pessoa faz exercícios com frequência, por exemplo, não conseguirá passar seu porte atlético aos seus filhos. Além disso, nenhuma característica adquirida durante a vida pode ser repassada para os descendentes, uma vez que apenas alterações a nível genético podem ser herdadas. CASTAÑEDA (1997, p.32), explica que apesar de todos os erros, Lamarck também teve sua contribuição para o desenvolvimento da biologia evolutiva. Ele foi o primeiro a perceber que o meio poderia provocar mudanças nos seres vivos, apesar de estar errado a respeito da forma como isso acontece. Além disso, suas ideias impulsionaram a discussão sobre o assunto, abrindo assim o caminho para novas descobertas. 2.1.2.Darwinismo O Darwinismo reúne as ideias evolucionistas propostas por Charles Darwin (1809-1882). Segundo Darwin, os organismos mais bem adaptados ao meio têm maiores chances de sobrevivência do que os menos adaptados, deixando um número maior de descendentes. Os organismos mais bem adaptados são, portanto, seleccionados para aquele ambiente. Segundo CARVALHO (2007, p.21), os princípios básicos das ideias de Darwin podem ser resumidos no seguinte modo: Os indivíduos de uma mesma espécieapresentam variações em todos os caracteres, não sendo portanto idênticos entre si. Todo organismo tem grande capacidade de reprodução, produzindo muitos descendentes. Entretanto, apenas alguns dos descendentes chegam à idade adulta. O número de indivíduos de uma espécie é mantido mais ou menos constante ao longo das gerações. https://brasilescola.uol.com.br/biologia/biologia-evolutiva.htm 6 Assim, há grande "luta" pela vida entre os descendentes, pois apesar de nascerem muitos indivíduos poucos atingem a maturalidade, o que mantém constante o número de indivíduos na espécie. Na "luta" pela vida, organismos com variações favoráveis ás condições do ambiente onde vivem têm maiores chances de sobreviver, quando comparados aos organismos com variações menos favoráveis. Os organismos com essas variações vantajosas têm maiores chances de deixar descendentes. Como há transmissão de caracteres de pais para filhos, estes apresentam essas variações vantajosas. Assim, ao longo das gerações, a actuação da selecção natural sobre os indivíduos mantêm ou melhora o grau de adaptação destes ao meio. 2.1.3.Neodarwinismo ou teoria sintética da evolução A Teoria sintética da evolução ou Neodarwinismo foi formulada por vários pesquisadores durante anos de estudos, tomando como essência as noções de Darwin sobre a selecção natural e incorporando noções actuais de genética. GOULD (2002, p.45), explica que a mais importante contribuição individual da Genética, extraída dos trabalhos de Mendel, substituiu o conceito antigo de herança através da mistura de sangue pelo conceito de herança através de partículas: os genes. A teoria sintética considera, conforme Darwin já havia feito, a população como unidade evolutiva. A população pode ser definida como grupamento de indivíduos de uma mesma espécie que ocorrem em uma mesma área geográfica, em um mesmo intervalo de tempo. Para melhor compreender esta definição, é importante conhecer o conceito biológico de espécie: agrupamento de populações naturais, real ou potencialmente intercruzantes e reprodutivamente isolados de outros grupos de organismos. Quando, nesta definição, se diz potencialmente intercruzantes, significa que uma espécie pode ter populações que não cruzem naturalmente por estarem geograficamente separadas. Entretanto, colocadas artificialmente em contacto, haverá cruzamento entre os indivíduos, com descendentes férteis. 7 Por isso, são potencialmente intercruzantes. A definição biológica de espécie só é valida para organismos com reprodução sexuada, já que, já que, no caso dos organismos com reprodução assexuada, as semelhanças entre características morfológicas é que definem os agrupamentos em espécies. Observando as diferentes populações de indivíduos com reprodução sexuada, pode-se notar que não existe um indivíduo igual ao outro. Excepções a essa regra poderiam ser os gémeos univitelínicos, mas mesmo eles não são absolutamente idênticos, apesar de o património genético inicial ser o mesmo. Isso porque podem ocorrer alterações somáticas devidas á acção do meio. A enorme diversidade de fenótipos em uma população é indicadora da variabilidade genética dessa população, podendo-se notar que esta é geralmente muito ampla. A compreensão da variabilidade genética e fenotípica dos indivíduos de uma população é fundamental para o estudo dos fenómenos evolutivos, uma vez que a evolução é, na realidade, a transformação estatística de populações ao longo do tempo, ou ainda, alterações na frequência dos genes dessa população. Os factores que determinam alterações na frequência dos genes são denominados factores evolutivos. Cada população apresenta um conjunto gênico, que sujeito a factores evolutivos, pode ser alterado. O conjunto gênico de uma população é o conjunto de todos os genes presentes nessa população. Assim, quanto maior é a variabilidade genética. Segundo CARVALHO (2003, p.54), nesta teoria os factores evolutivos que actuam sobre o conjunto gênico da população podem ser reunidos duas categorias: Factores que tendem a aumentar a variabilidade genética da população: mutação gênica, mutação cromossômica, recombinação; Factores que actuam sobre a variabilidade genética já estabelecida: selecção natural, migração e oscilação genética. A integração desses factores associada ao isolamento geográfico pode levar, ao longo do tempo, ao desenvolvimento de mecanismos de isolamento reprodutivo, quando, então, surgem novas espécies. 8 3.0.Considerações finais Segundo Lamarck, o princípio evolutivo estaria baseado em duas Leis fundamentais: Lei do uso ou desuso: o uso de determinadas partes do corpo do organismo faz com que estas se desenvolvam, e o desuso faz com que se atrofiem. Lei da transmissão dos caracteres adquiridos : alterações provocadas em determinadas características do organismo, pelo uso e desuso, são transmitidas aos descendentes Segundo Darwin, os organismos mais bem adaptados ao meio têm maiores chances de sobrevivência do que os menos adaptados, deixando um número maior de descendentes. Os organismos mais bem adaptados são, portanto, seleccionados para aquele ambiente. A teoria sintética considera, conforme Darwin já havia feito, a população como unidade evolutiva. A população pode ser definida como grupamento de indivíduos de uma mesma espécie que ocorrem em uma mesma área geográfica, em um mesmo intervalo de tempo. 9 4.0.Referências bibliográficas CARVALHO, R (2013). A polémica Evolução biológica x Criacionismo na formação inicial do docente em Ciências Biológicas, São Paulo.pp.23-76 CASTAÑEDA, Luzia Aurelia (1997). Caracteres adquiridos: a história de uma ideia. São Paulo: Scipione, p.87 BURKHARDT, Frederick (2000). As cartas de Charles Darwin: uma selecta, 1825- 1859. São Paulo: UNESP/Cambridge, pp.23-65 FUTUYMA, Douglas J (2002). Evolução, ciência e sociedade. São Paulo: Sociedade Brasileira de Genética, p.94 GOULD, S. J (2002). Pilares do tempo: ciência e religião na plenitude da vida. Rio de Janeiro, p.65
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