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EBOOK UNIDADE 1 - ÉTICA PROFISSIONAL, DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA

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Prévia do material em texto

NARA STEFANO 
ÉTICA PROFISSIONAL, 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade 1 
Moral e Ética 
 
 
 
 
4 
FACULDADE NOSSA SENHORA APARECIDA - FANAP 
 
 
 
Diretoria Geral 
Professor Frederico Lucas 
Diretoria Acadêmica 
Antonio Cannas Neto 
Secretaria Acadêmica 
Aurília Miranda Silva 
 
 
 
 
Diretoria Administrativa - Financeira 
Gláubia Domiciano Barbosa 
Coordenadoria do Núcleo de Educação 
a Distância 
Maria Rita Almeida Gonzaga 
Produção do Material Didático - Pedagógico 
NEaD – Núcleo de Educação a Distância 
Professor Conteudista: Adailton Lopes 
Torres da Silva 
 
 
: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Iconografia 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção 
Indica pontos de maior relevância no texto. 
 
 
 
 
 
Curiosidade 
Curiosidade sobre o assunto ou uma dica de como trabalhar com 
determinado conceito. 
 
 
 
 
Saiba mais 
Oferece novas informações que enriquecem o assunto e notícias 
recentes relacionadas ao tema estudado. 
 
 
 
 
Reflita 
Um momento de uma pausa na leitura para refletir/escrever sobre 
pontos importantes e/ou questionamentos. 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Olá, aluno(a)! 
 
Nesta unidade, vamos situar a Moral e a Ética nas perspectivas histórica, filosófica e 
política. 
 
A ação humana é repleta de conexões feitas de conhecimentos, experiências, insights, 
impulsos, valores, crenças, amor, carinho, capricho, entre outros aspectos que tornam 
sua compreensão complexa, mas essencial para o entendimento do desenvolvimento 
da conduta das pessoas. 
 
Os estudos sobre a Ética e a Moral têm suas origens antes mesmo de Aristóteles (384 
a. C. – 322 a. C.), que ainda hoje é considerado um dos principais pensadores do tema, 
e cujas contribuições teóricas e práticas são significativas na configuração de qualquer 
iniciativa cujo objetivo consista no entendimento sobre o assunto. 
 
Desde antes do período aristotélico, a sociedade vem mudando intensa e 
continuamente e, por isso, a compreensão do comportamento humano se faz 
necessária para que se entenda a extensão conceitual e prática da Ética e da Moral nas 
relações pessoais e profissionais na sociedade. 
 
Nesta unidade abordaremos a Ética e a Moral a partir de uma perspectiva teórico-
conceitual, com o objetivo de oferecer a você elementos suficientes para a 
compreensão ampla do significado das situações que você vive em seu cotidiano, seja 
na família, na igreja, na instituição educacional, enfim, em qualquer lugar e em qualquer 
circunstância onde há relacionamentos, pois a Ética e a Moral são onipresentes. 
 
Objetivos Específicos 
 
 Situar Moral e Ética nas perspectivas histórica, filosófica e política; 
 Promover a reflexão e a crítica sobre a natureza e os fundamentos da Moral e da 
Ética; 
 Apresentar a Ética a partir de uma perspectiva classificatória. 
 
Boa leitura! 
 
Para iniciar seus estudos 
 
7 
 
1.1 Abordagem conceitual 
Uma pequena e inocente fofoca não faz mal a ninguém; aliás, quem nunca fez isso? 
Levar uma vantagenzinha no trânsito maluco das cidades e rodovias, quem nunca fez 
isso? Usar equipamentos e outros recursos da empresa para realizar um trabalho 
particular, quem nunca fez isso? Contar uma mentirinha, quem nunca fez isso? 
Parece mesmo difícil pensar em um mundo perfeito, em que todos tenham 
comportamento ético, reto, sem verdadeiramente levar vantagens sobre os demais. 
As contradições e incertezas apresentadas no contexto da sociedade fazem com que 
a humanidade busque cada vez mais explicar sua realidade por meio de atributos 
éticos e morais, que são parte de qualquer grupo social, da vida de qualquer pessoa, 
em qualquer situação. Os valores sociais comumente limitam as pessoas a agir de 
forma antiética, pois todo valor social apresenta consigo uma sanção, por isso seu 
caráter limitador ao comportamento humano. 
A Figura 1.1 apresenta a incerteza como elemento permanentemente presente na 
vida humana. 
Figura 1.1: Incerteza humana 
 
Fonte: Plataforma Deduca (2018). 
A incerteza acompanha o homem desde os primórdios, fazendo parte da evolução da 
espécie e de seu domínio sobre a natureza. Foi por meio da capacidade humana que 
os recursos naturais foram gradativamente sendo utilizado para garantir sua 
sobrevivência, o que ocorre desde a geração de energia elétrica, passando pela 
moradia, alimentação, segurança, criação de medicamentos, entre outros usos. 
Não devemos perder de vista que, de fato, o homem travou grandes batalhas contra a 
natureza, pelo menos em um passado recente. Devemos destacar que durante toda a 
sua história, o grande inimigo do homem sempre foi ele mesmo, por isso a incerteza 
de continuidade da espécie se mantem presente até os dias atuais. 
8 
Até certo período da humanidade, a virtude pessoal significava um verdadeiro 
atestado de segurança relativa à honra individual, garantindo prestígio social aos 
virtuosos. O resgate da Ética para resolver questões sociais que causam grandes 
incertezas depende de pessoas virtuosas, com ampla capacidade de refletir e agir 
com espírito coletivo, isto é, visando ao bem-estar comum, atentando para a 
pluralidade que é o mundo. 
Nesse contexto, convém destacar que Passos (2007 p. 22) argumenta que nos dias 
atuais, “a palavra virtude está em desuso, enquanto que a palavra moral foi 
substituída por ética, por ser mais geral e menos identificada com a religião”. Apesar 
de isso ter acontecido, você deve compreender que o comportamento humano é 
constituído primeiramente pela moral, pois é esta que contém a estrutura de valores 
que nos afasta das ações animalescas. 
A realidade mundial muda rapidamente. Pense nas sociedades globais e na brasileira 
na década de 50 e perceba que elas eram completamente diferentes do que são hoje, 
entretanto muitos aspectos da Ética se mantiveram. Nesse sentido, podemos afirmar 
que a evolução da sociedade tem por base seu código de conduta, que é definido 
pela Ética, e essa, por sua vez, define os valores e os comportamentos, estando no 
cerne da virtude social. 
No plano conceitual, Sá (2010, p. 3) afirma que “[...] a Ética tem sido entendida como 
a ciência da conduta humana perante o ser e seus semelhantes”. Em momentos de 
crises, em que a sociedade percebe o potencial risco ao seu equilíbrio, a Ética é 
resgatada pelos virtuosos, por isso podemos afirmar que ela exerce papel 
fundamental para o equilíbrio harmônico nas relações humanas. 
A noção de Ética é importante, pois a competição é inerente a todas as espécies, 
fazendo parte do comportamento de cada indivíduo, e com o ser humano não é 
diferente. São a virtude e os códigos éticos e morais que impedem que as 
competições sejam desleais ao ponto de serem violentas. Portanto, sem esses 
aspectos, a convivência dos homens seria impossível. 
Você já imaginou o ambiente familiar, social ou do trabalho sem códigos éticos? A 
disputa violenta pela alimentação e a propriedade de qualquer objeto poderia tornar 
insustentável qualquer espaço ocupado por mais de uma pessoa. 
Passos (2007) admite que a virtude não é um elemento relevante para o status social 
dos indivíduos, mas que, apesar disso, é possível perceber que as pessoas 
fundamentam seus projetos de vida em valores sociais morais, significando que o 
comportamento individual é parametrizado pelos valores morais coletivos. 
A amplitude dos valores morais é sintetizada por Passos (2007, p. 22), ao considerar 
que os valores estão presentes em todas as ações e relações humanas, possuindo 
vários sentidos: “[...] estéticos, políticos, jurídicos ou morais”. 
9 
 
Partindo da ideia de que toda ação individual tem por base 
valores coletivos, quando uma pessoa planeja uma ação cujo 
valor fundamental é o econômico, tendo por base o lucro 
financeiro, você imagina como caracterizar a existência de 
algum valor moral, jurídico, estético ou político nas relaçõeseconômicas? 
 
 
A materialidade da Ética pode ser evidenciada nesse tipo de relação a partir de vários 
pontos de vista. Possivelmente, você pode pensar que é provável haver razoabilidade 
na taxa de lucro em uma relação econômica, ou também que é ético não enganar as 
pessoas em uma relação econômica. Por isso relembramos Passos (2007), ao 
considerar que toda ação humana possui algum valor moral que fundamenta o 
comportamento. 
Nessa direção, Sá (2010, p. 3) aponta que a Ética “[...] envolve os estudos de 
aprovação e desaprovação da ação dos homens”. Sá (2010) complementa que a 
Ética também envolve a análise da vontade e do desempenho virtuoso das pessoas a 
partir das suas intenções e atuações, seja do ponto de vista individual ou sob o prisma 
das normas coletivas. 
Na direção conceitual, Cortina e Martinez (2013, p. 9) evidenciam que a Ética “é um 
tipo de saber normativo, isto é, um saber que pretende orientar as ações dos seres 
humanos”. Nesse sentido, por meio da Ética é possível propor soluções concretas 
para problemas concretos. 
Assim, podemos afirmar que a Ética pode ser considerada como um braço 
operacional da Moral, que, por sua vez, na visão de Cortina e Martinez (2013, p. 9), 
orienta a ação humana de forma indireta: “[...] no máximo, pode indicar qual 
concepção moral é mais razoável para que, a partir dela, possamos orientar nossos 
comportamentos”. 
Entenda que ambas Ética e Moral, são definidas a partir de modelos teóricos, no 
entanto, é na prática da ação humana que podemos identificar com maior facilidade 
os aspectos éticos. 
Cortina e Martinez (2013, p. 11) indicam que: 
Não há dúvida de que a Ética, entendida à maneira aristotélica como 
saber orientado para o esclarecimento da vida boa, com o olhar 
posto na realização da felicidade individual e comunitária [...] Se a 
pergunta ética para Aristóteles era, “quais virtudes morais temos de 
praticar para conseguir uma vida feliz, tanto individual como 
comunitariamente”, na era moderna, em contrapartida, a pergunta 
ética seria esta outra: “quais deveres morais básicos têm de reger a 
vida dos homens para que seja possível uma convivência justa, em 
paz e em liberdade, dado o pluralismo existente quanto às maneiras 
de ser feliz”. 
10 
Essa passagem deixa claro que pode haver múltiplos entendimentos e práticas para 
alcançar a felicidade, entretanto as ações humanas são limitadas para que não se 
constituam em práticas desleais, que atentem contra a moral coletiva. Dessa forma, 
podemos afirmar também que a evolução da sociedade faz surgir novas necessidades 
por novos códigos éticos, que visam orientar as ações das pessoas em busca da 
felicidade. 
Para reforçar um pouco mais o entendimento sobre a Moral, Cunha (2012, p. 17) 
afirma que a Moral tem relação com as decisões humanas, não somente as 
consequências de uma decisão em relação ao coletivo, mas também no que diz 
respeito ao tomador de decisão, pois uma decisão precede uma ação. 
Sendo assim, você deve perceber que há limites entre a Moral e a Ética, os quais 
podem descrever da seguinte forma: posso me beneficiar muito com minha ação, que 
mesmo sendo legal, pode ser imoral, e a partir dessa noção de 
moralidade/imoralidade surge a Ética, como uma forma de corrigir as distorções 
morais no plano prático. 
Passos (2007, p. 22) afirma que a Moral vem do latim mores, que quer dizer 
“costume”, “conduta”, “modo de agir”; enquanto a ética vem do grego ethos e, do 
mesmo modo, significa “costume”, “modo de agir”. 
Apesar de aparentemente apresentarem o mesmo significado, é justamente no 
emprego dos termos que se percebe as diferenças. A Ética é uma espécie de 
“examinadora da moral” para manter o caráter civilizador às nossas ações. Isso 
ocorre, segundo Passos (2007), porque a Ética permite a reflexão, a teorização da 
conduta humana, tendo função fundamental nas nossas atitudes diárias, corriqueiras, 
pois ela regula o comportamento humano. 
Você pode perceber que a Ética oferece suporte à Moral, que, convenhamos, em 
relação à Ética, está em um plano mais amplo. Passos (2007, p. 23) afirma que “a 
ética é a ciência da Moral”. Nessa direção, citamos Sanchez Vasquez (apud 
PASSOS, 2007) ao afirmar que “[...] a ética é a ciência que estuda o comportamento 
moral dos homens na sociedade”. 
Podemos reter com isso que a Ética e a Moral são mutantes, no sentido de mudarem 
conforme o contexto social. Se o Brasil da década de 1950 era muito diferente do 
Brasil de hoje, então a Ética e a Moral sofreram mudanças. Como se trata de 
comportamento associado a valores culturais e outros aspectos sociais, você deve 
pensar que as mudanças não são estanques, isto é, não há um rompimento definitivo 
entre os padrões éticos e morais de um período em relação ao momento 
subsequente, pois se trata, na verdade, de um processo permanente de construção. 
Nesse sentido, é correto afirmar que a Ética e a Moral se conformam com a função de 
facilitar a convivência em sociedade, e por isso Aristóteles e outros pensadores ainda 
estão muito presentes na sociedade atual. 
Ainda assim, há pessoas que não veem qualquer problema em usar os recursos da 
11 
empresa onde trabalham para realizar atividades de caráter particular, como utilizar 
um veículo público para ir ao supermercado fazer suas compras pessoais. Enfim, a 
partir da materialidade da Ética, você pode promover reflexões adaptando o conceito 
à sua realidade. 
Convém lembrar que a coletividade procura, diante das contradições sociais, agir para 
que se mantenha a harmonia entre as pessoas, portanto não se trata de moldar a 
Ética e a Moral a interesses específicos, mas tornar os níveis de convivência 
idealmente equilibrados. 
 
1.2 Formação e trajetória Ética 
Desde os tempos mais remotos, a Ética tem sido alvo de estudos e pesquisas, 
ampliando o escopo de análise para todos os campos da ciência e da sociedade. 
Muitos autores investem esforços sobre o assunto tecendo contribuições que se 
complementam aos escritos de outros, possibilitando o melhor entendimento do 
comportamento humano. Sem dúvida alguma, os escritos de pensadores que viveram 
na antiguidade, como Aristóteles (384 a. C. – 322 a. C.), Platão (428 a. C. – 347 a. C.) 
e Sócrates (469 a. C. – 399 a. C.) ainda balizam novas pesquisas, tamanha a 
influência das teorias elaboradas por esses autores na filosofia. 
Na Figura 1.2 apresentamos alguns importantes nomes de estudiosos que 
contribuíram com o desenvolvimento do tema da Ética. 
 
Figura 1.2: Autores com contribuições no campo da Ética 
 
Fonte: Elaborada pelo Autor (2018). 
12 
 
Na figura anterior, apresentamos alguns importantes filósofos cujas contribuições para 
a ciência e para o desenvolvimento do tema são reconhecidas em todo o mundo. 
Evidentemente que por absoluta falta de espaço tivemos que deixar tantas outras 
estrelas desse mundo que caberiam perfeitamente na figura. 
A complexidade da sociedade aumenta quanto mais seu desenvolvimento se acentua. 
Sobretudo a partir da Segunda Guerra Mundial, a sociedade começou a clamar mais 
por paz e justiça social, demandando também um novo modelo de desenvolvimento e 
de novos padrões de relacionamento entre as pessoas, empresas e países, passando 
a ter novas preocupações como, por exemplo, a ecologia e a necessidade de atender 
às minorias. Sendo assim, com um entendimento cada vez maior de que a sociedade 
é plural, a Ética é novamente chamada para que esse universo seja melhor 
compreendido. 
Para Sá (2010, p. 4), a Ética como campo da ciência tem como objeto de análise a 
conduta humana, “analisando os meios que devem ser empregados para que a 
referida conduta se reverta sempre em favor do homem”. Nesse sentido, o autor 
assume que a análise dos estudiosos sobre a Ética foca nas “formas ideais da ação 
humana” (SÁ, 2010). Além disso, adiciona que ainda são objetos de análise modelos 
de conduta conveniente (SÁ, 2010), istoé, a correlação direta entre o homem e o seu 
ambiente de vida. 
Nesse último aspecto, você não deve pensar apenas nas formas de relação entre os 
homens e os recursos naturais e ambientais, mas apenas no próprio homem em suas 
relações no âmbito familiar, no trabalho, na vida social, enfim, em qualquer espaço da 
sociedade. 
A Figura 1.3 apresenta o ambiente da ação e conduta humana e onde ocorrem seus 
relacionamentos. 
Figura 1.3: Ambiente da ação humana 
 
Fonte: Plataforma Deduca (2018). 
Saiba que mesmo os pensadores modernos que se debruçam sobre a Ética como 
campo de estudos partem dos aspectos apontados pelos autores clássicos para tecer 
suas análises. 
 
1.3 Tipologia e Conteúdo Ético 
A Ética nunca sai de moda; o que ocorre é que em alguns períodos a humanidade 
13 
parece esquecê-la ou ignorá-la, logo, em alguns momentos, aparentemente há a 
necessidade de redescobri-la. Essa necessidade deriva das barbáries que a 
espécie humana é capaz de cometer, gerando grandes incertezas e contradições 
sociais, o que faz com que a virtude moral da sociedade se manifeste para 
retomar o curso da história, equilibrando as relações e mantendo níveis de 
convivência minimamente aceitáveis. 
Passos (2007, p. 21) considera que as situações de contradições sociais não 
ocorrem ao acaso, elas tomam maiores proporções quando a “[...] sociedade 
passa por graves crises de valores, identificada pelo senso comum como falta de 
decoro, de respeito pelos outros e de limites”. 
Existem situações inerentemente inaceitáveis, como a omissão em relação às 
pessoas em condição de vulnerabilidade social, a fome e as guerras, situações 
essas comumente identificadas como injustiça social. Tais aspectos comovem, 
emocionam e fazem a sociedade se movimentar em busca da resolução ou 
mitigação desses tipos de problemas. 
O levante da sociedade ocorre, geralmente, pela explícita falta de condições 
mínimas para a sobrevivência dos atingidos pelas injustiças sociais. Nesse 
momento, mais do que coletivamente, é a união dos indivíduos que faz 
movimentar a sociedade. A Ética individual e a Ética coletiva são influenciadas 
pela injustiça social. 
Passos (2007, p. 23) afirma que uma brusca ruptura nas normas sociais influencia 
o modo de agir das pessoas, que, “[...] a princípio podem parecer absolutamente 
individuais, por consistir em uma ação praticada por um sujeito a partir de um 
posicionamento no mundo e de uma decisão por ele tomada”. O fato, considera a 
autora, é que a sociedade possui níveis de tolerância para atos de injustiça social, 
no entanto, quando ameaçam a sobrevivência da espécie ou as condições 
mínimas de convivência, a sociedade resgata a Moral e a Ética como formas de 
redirecionar as ações e exigir a resolução dos problemas. 
Quando falamos no resgate da Ética e da Moral, estamos falando claramente que 
a sociedade evolui, que o conhecimento humano é cumulativo e complementar, 
logo a sociedade se desenvolve de acordo com padrões aceitáveis e, portanto, 
mesmo individualmente ou coletivamente, a exclusão social e o progresso 
científico e tecnológico possuem níveis de aceitação por parte da sociedade. 
Dessa forma, podemos falar em liberdade individual e Ética individual sob uma 
configuração social estabelecida, posto que a Ética coletiva, impregnada pelos 
valores morais, é superior ao desejo individual que, de alguma forma, manifesta 
algum tipo de injustiça social. 
Pelo apresentado, fica fácil compreender que A Ética individual é severamente 
limitada pela Ética coletiva. No dizer de Passos (2007, p. 25): 
Os valores morais dominantes não são decididos voluntariamente por sujeitos 
individuais; eles emergem da própria experiência do grupo humano [...] Ao serem 
socializados, vão-se tornando consenso entre os membros da sociedade. 
14 
Dessa forma, podemos comparar a Ética e a Moral ao comportamento das 
pessoas em relação ao Código Penal, em que a ação individual está de acordo 
com a lei ou fora dela. 
A Figura 1.4 apresenta a representação de um Código de Ética no meio 
organizacional a ser seguido pelos indivíduos que ali atuam profissionalmente. 
 
Figura 1.4: Código de Ética 
 
Fonte: Plataforma Deduca (2018). 
 
A aplicação da Ética por meio da ação humana em qualquer ambiente pressupõe 
a liberdade que, de forma geral, pode ser compreendida como o melhor remédio 
contra a coação e o poder arbitrário. 
O fato é que atualmente estamos vivenciando um período em que o 
individualismo parece assumir a configuração de uma tendência para o 
comportamento humano. Sá (2010) afirma que a conduta estritamente 
individualista é pouco recomendável às pessoas, pois os interesses pessoais não 
podem, em hipótese alguma, subjugar os coletivos, sob pena de as pessoas 
assumirem seus pontos de vista como corretos, ou seja, como éticos. 
Em um ambiente organizacional, a Ética é fundamental para a sustentabilidade do 
negócio, pois as empresas dependem das equipes de trabalho, e mesmo 
havendo níveis de competição entre os membros de qualquer equipe, as 
empresas devem buscar o equilíbrio harmônico entre seus colaboradores. Para 
isso, institui códigos de conduta para os relacionamentos profissionais e 
institucionais. 
Todo código de Ética, seja no interior de uma empresa ou de uma categoria, 
como advogados, médicos e enfermeiros, entre outros, objetiva aculturar as 
pessoas para a consciência de grupo. Atualmente, os gestores organizacionais 
sabem que pessoas motivadas e focadas no negócio produzem com muita 
15 
efetividade, sendo são criativas, proativas e inovadoras. 
 
 
Figura 1.5: Representa a capacidade de uma equipe de trabalho coesa, motivada, focada no negócio, organizacional. 
 
Fonte: Plataforma Deduca (2018). 
As equipes em que a consciência de grupo predomina facilmente resolvem 
problemas de convivência e diferenças de visão de mundo. 
Para manter os valores organizacionais sempre presentes nas relações no seu 
ambiente, às empresas precisam empregar muitos esforços, sobretudo quando o 
contingente de pessoas é expressivo. Mas não devemos pensar que é fácil 
manter as pessoas no centro dos valores organizacionais quando a empresa 
possui poucos colaboradores. 
Bennett (2014, p. 11) argumenta que “A maioria das pessoas tem uma noção 
geral do que é certo ou errado, em especial no ambiente de trabalho”. Assim, são 
as empresas que devem criar condições para que seus valores e suas práticas 
éticas se mantenham ativos entre seus colaboradores. 
As empresas precisam monitorar a conduta e os relacionamentos internos e 
externos de seus funcionários, afinal de contas sua imagem está presente no 
comportamento desses. 
Bennett (2014) considera que as empresas precisam observar alguns aspectos 
na conduta de seus colaboradores, para se certificar da presença de seus valores 
no comportamento de quem as representa nas relações com o mercado: 
 Conflito de interesses: O grande problema existente quando uma pessoa 
prioriza seus interesses individuais, relegando ao segundo plano os 
interesses ou as necessidades do grupo; 
 Honestidade e Justiça: Esse aspecto tem relação com honestidade e 
transparência nos relacionamentos entre as pessoas e atos institucionais, 
16 
que devem priorizar o justo; 
 Comunicação: Esse aspecto trata da capacidade de informar corretamente 
os atores que mantêm algum tipo de relacionamento com a empresa. Uma 
marca pode ser reconhecida pela honestidade que transmite ao mercado; 
 Relacionamento Organizacional: Cada colaborador possui grande 
responsabilidade em seus relacionamentos internos e externos, pois é 
portador de uma marca. Empresas que praticam atos antiéticos, como o 
plágio, enfrentam dificuldades em todos os níveis do mercado. 
A Ética e a Moral podem ser facilmente identificadas nos códigos de conduta de 
classes. Esses documentos reúnem valores e orientações práticas para as ações 
profissionais. Apesar de todaconduta profissional se fundamentar na Ética e 
Moral social, devemos destacar que existem peculiaridades nas profissões que 
requerem atenção dos conselhos profissionais. 
A Ética pode ser dividida em campos de análise para melhor entendimento do 
comportamento humano no seu âmbito profissional. Dessa forma, temos a Ética 
do trabalho, a Ética ecológica, a Ética familiar, a Ética na educação, a Ética nas 
classes profissionais etc. Se o objeto de análise é a conduta humana, então onde 
há ação humana se faz necessário analisar os parâmetros de relacionamentos 
éticos. 
 
 
 
 
 
 
BENNETT, C. Ética profissional. São Paulo: Cengage, 2014. 
CORTINA, A.; MARTINEZ, E. Ética. São Paulo: Loyola, 2013. 
CUNHA, S. S. da. Ética. São Paulo: Saraiva, 2012. 
PASSOS, E. Ética nas organizações. São Paulo: Atlas, 2007. 
SÁ, A. L. de. Ética profissional. São Paulo: Atlas, 2010. 
 
Referências 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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http://www.fanap.br/

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