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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS NUARA IDE UMEZU LAUDAS PRIMEIROS SOCORROS Resumo apresentado à disciplina de Primeiros Socorros do curso de Enfermagem, da Universidade do Estado de Minas Gerais, como parte das exigências para a conclusão do 3º período do curso. Orientado pelo professor Mateus Passos/MG 2020 Suporte Básico de Vida (SBV) ou Basic Life Support (BLS) Conjunto de medidas que visam dar o primeiro atendimento com suporte básico de vida à vítima até a chegada do suporte avançado de vida. Pode ser realizado por leigo treinado, o qual fez curso de resgate, profissional da saúde ou o resgate. Cadeia de Sobrevivência ● Profissionais de saúde básica Vigilância e prevenção > reconhecimento e acionamento do serviço médico de emergência > RCP imediata de alta qualidade > rápida desfibrilação > suporte avançado de vida e cuidados pós-PCR ● Socorristas leigos Reconhecimento e acionamento do serviço médico de emergência > RCP imediata de alta qualidade > rápida desfibrilação > serviços médicos básicos e avançados de emergências > suporte avançado de vida e cuidados pós-PCR Parada cardiorrespiratória (PCR) Designa-se parada cardíaca (ou cardiorrespiratória) a cessação súbita e inesperada dos batimentos cardíacos e parada respiratória. Ressuscitação Cardiopulmonar A reanimação cardiopulmonar (RCP) ou reanimação cardiorrespiratória (RCR) é um conjunto de manobras destinadas a garantir a oxigenação dos órgãos quando a circulação do sangue de uma pessoa para (parada cardiorrespiratória). Socorro Básico - etapas C-A-B-D. C – Compressões torácicas externas - Compressões eficazes, fortes e rápidas com ritmo de 100 a 120 compressões por minuto com profundidade de no mínimo 5 e máximo de 6 centímetros no adulto, permitindo o retorno total do tórax após cada compressão.Devem ser realizadas na metade inferior do esterno da vítima colocando a região hipotenar de uma das mãos sobre o esterno e a região hipotenar a outra mão sobre a primeira. A relação de compressões com ventilações é de 30:2. A – Abertura das vias aéreas – Hiperextensão da cabeça e elevação do queixo. B – ventilações - realizar 2 ventilações rápidas de 1 segundo com auxílio de dispositivos de barreira ou de bolsa valva-máscara conectadas a uma fonte de oxigênio. D – Desfibrilação - continuar com as compressões, ligar o DEA, preparar o eletrodos conforme as instruções e posicioná-los, aguardar a análise do ritmo: se choque indicado, o aparelho dará uma advertência para todos se afastarem do paciente e pressionar o botão de choque; pressionar o botão de choque; reiniciar a RCP. Manter o DEA mesmo com a recuperação do paciente, pois pode ocorrer outra parada. A cada 2 minutos avaliar novamente a vítima e checar o pulso carotídeo em menos de 10 segundos. Caso haja outro socorrista realizar o revezamento assegurando a qualidade e efetividade das compressões. AVALIAÇÃO PRIMÁRIA DO TRAUMA ou ADVANCED TRAUMA LIFE SUPPORT (ATLS) Atendimento inicial ao paciente de trauma seguindo o protocolo padrão XABCDE com o objetivo de reduzir índices de mortalidade e morbidade em vítimas de qualquer tipo de trauma. (X) – Exsanguinação - Contenção de hemorragia externa grave. (A) – Vias aéreas e proteção da coluna vertebral - Assegurar a permeabilidade da via aérea, identificando sinais de obstrução, que podem ser por presença de corpos estranhos ou fraturas. Ademais, é necessária a proteção da coluna cervical e como manobras para permeabilização das vias aéreas a elevação do mento, tração da mandíbula ou, em casos de corpos estranhos, aspiração com equipamento adequado. (B) – Boa Ventilação e Respiração - Avaliação da frequência respiratória, inspeção dos movimentos torácicos, cianose, desvio de traquéia e observação da musculatura acessória. Para que isso ocorra é necessária a exposição o tórax da vítima, realização de inspeção, palpação, ausculta e percussão. Além disso, verificar a eficácia e oxigenação da respiração. C) – Circulação com Controle de Hemorragias - Avaliação da circulação e de hemorragias internas e externas, investigando perdas de volume sanguíneo não visível, analisando pelve, abdome e membro inferiores, avaliando sinais clínicos de hemorragia como tempo de enchimento capilar lentificado, pele fria e pegajosa e comprometimento do nível e qualidade de consciência. Realização de torniquetes ou compressões para controle. (D) – Disfunção Neurológica - Avaliação do nível de consciência, tamanho e reatividade das pupilas, presença de hérnia cerebral, sinais de lateralização e o nível de lesão medular a fim de minimizar as chances de lesão secundária. Uma forma de analisar a disfunção neurológica é aplicando a escala de coma de Glasgow atualizada. (E) – Exposição Total do Paciente - Avaliação da extensão das lesões e prevenção da hipotermia. Algumas medidas são necessárias como, analisar sinais de trauma, sangramento, manchas na pele e/ou lesões escondidas, para tal é preciso despir a vítima assegurando sua segurança e temperatura adequada.. Após o atendimento, a vítima deve ser coberta com cobertores aquecidos. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA DO TRAUMA Deve ser iniciada após a avaliação primária e com o paciente estável. Essa avaliação consiste em um exame da cabeça aos pés da vítima, o qual inclui história clínica, exame físico completo, reavaliação dos sinais vitais e exame neurológico completo. ● Entrevista SAMPLA (Com o paciente, familiares ou terceiros) - Nome, idade, queixa principal. (S) - Verificação dos sinais vitais - Respiração, pulso, pressão arterial e pele. (A) - Alergias (M) - Medicamentos - uso de de medicamentos e/ou tratamentos em curso (P) - Passado médico - problemas de saúde ou doença prévia (L) - Líquidos e alimentos ingeridos recentemente (A)- Ambiente e eventos relacionados ao trauma. ● Avaliação complementar Se disponível instalar oximetria de pulso e mensurar a glicemia capilar. ● Exame da cabeça aos pés Palpação e inspeções visuais. Cabeça e face: avaliar o couro cabeludo, orelhas, ossos da face, olhos, pupilas (diâmetro, reação à luz e simetria) nariz e boca. Além de observar alterações na pele (coloração e temperatura). Pescoço: avaliar distensão de veias jugulares, região anterior e posterior. Tórax: avaliar se há movimentos assimétricos, uso de musculatura acessória, tiragem acessória e de fúrcula. Abdome: avaliar caso de abdome distendido, lesões e/ou hemorragias. Períneo, reto e vagina: avaliar a presença de lacerações, hemorragias ou contusões Membros superiores e inferiores: avaliar força motora, palpação de pulsos distais e perfusão dos membros Sequência: Palpação da cervical > colocar colar cervical > coluna vertebral > ossos frontal e occipital > estruturas da face > pupilas > ouvidos > cavidade nasal > cavidade oral > maxilar > mandíbula > clavículas > caixa torácica > quadrantes abdominais > cintura pélvica > membros inferiores > perfusão periférica deficitária > sensibilidade > membros superiores >perfusão periférica deficitária > sinais vitais. Medidas auxiliares: realização de outros exames como: radiografia, tomografia, angiografia, broncoscopia, entre outros. Obstrução de vias aéreas por corpo estranho (OVACE) Obstrução das vias aéreas por corpo estranho, geralmente localizado na laringe ou traqueia. Atendimento: classificação do grau de obstrução e realizar manobras de acordo com a faixa etária ou condição do paciente. Obstrução leve Capacidade de responder, tossir e respirar preservadas. 1. Acalmar o paciente; 2. Instruir o paciente a realizar tosses vigorosas; 3. Se possível, monitorar oxigenação; 4. Se possível, suplementar oxigênio; 5. Não colocar a mão na boca do paciente enquanto ele mostrar-se nervoso; 6. Em casos de obstrução por espinha de peixe, retirar com pinça Obstrução severa Vítima consciente ou inconsciente, o qual não consegue respirar ou apresenta ruídos à respiração e/ou tosse silenciosa. Com responsividade: realizar manobra de Heimlich 1. Posicionar-se atrás do paciente de pé; 2. Abraçá-lo na altura da crista ilíaca; 3. Posicionar uma mão com o punho cerrado abaixo do processo xifóide e a outra espalmada sobre a primeira; 4. Realizar compressões rápidas e firmes, para dentro e para cima; 5. Repetir manobra até sucesso na desobstrução ou até o paciente perder a consciência. Gestantes (último trimestre gestacional) e obesos realizar compressões torácicas em vez da manobra de Heimlich. Com perda de consciência: 1. Posicionar o paciente em decúbito dorsal em uma superfície rígida; 2. Checar pulso, caso pulso ausente realizar RCP; 3. Caso pulso presente, realizar compressões torácicas com objetivo de remoção do corpo estranho; 4. Abrir vias aéreas e realizar inspeção; 5. Remover corpo estranho se possível; 6. Caso corpo estranho não possa ser localizado, realizar uma insuflação; 7. Caso de insucesso no momento da insuflação, posicionar melhor a cabeça e considerar laringoscopia direta e remoção com pinça (se disponível, utilizar pinça de Magill); 8. Casos de insucesso no meio extra hospitalar, manter compressões torácicas até expulsão dos corpo estranho ou caso evolua para PCR, realizar manobras de reanimação cardiopulmonar. Logo que possível, transportar para hospital logo que possível. A escala de coma de Glasgow (ECG) Avaliação do nível de consciência das vítimas de maneira prática, rápida e confiável, o qual fornece a profundidade do dano neurológico, duração clínica e coma, auxiliando no prognóstico e prevenção de sequelas. Indicadores: ● Abertura Ocular: (4) Abertura Espontânea: abre os olhos sem a necessidade de estímulo externo. (3) Abertura ao som: abre os olhos a partir de estímulos verbais. (2) Abertura à pressão: paciente abre os olhos após estímulos. (1) Abertura Ausente: não responde aos estímulos anteriores e os olhos permanecem fechados. ● Resposta Verbal: (5) Resposta Verbal Orientada: orientado em tempo, espaço e pessoa. (4) Resposta Verbal Confusa: indivíduo consegue conversar, responde às perguntas de forma incorreta ou desorientada. (3) Palavras Inapropriadas: não consegue falar em frases, interage através de sons ou por vezes, com blasfêmias. (2) Sons ininteligíveis: resposta ausente, somente gemidos. (1) Ausente: não produz sons, após vários estímulos, inclusive dolorosos. ● Resposta Motora: (6) Resposta Motora à Ordem: cumpre ordens de atividade motora (duas ações) como apertar a mão do profissional e colocar a língua para fora. (5) Resposta Motora Localizadora: Localiza e procura interromper fonte de estimulo doloroso. (4) Flexão normal: a mão não alcança a fonte do estímulo, mas há uma flexão rápida do braço ao nível do cotovelo e na direção externa ao corpo. (3) Flexão anormal: a mão não alcança a fonte do estímulo, mas há uma flexão lenta do braço na direção interna do corpo. (2) Extensão: há uma extensão do braço ao nível do cotovelo. (1) Resposta Motora Ausente: não há resposta motora mesmo perante a estímulos dolorosos. ● Resposta Pupilar: (-2) Inexistente: nenhuma pupila reage ao estímulo de luz (-1) Parcial: apenas uma pupila reage ao estímulo de luz. (0) Completa: as duas pupilas reagem ao estímulo de luz. Resultados: ● Soma entre 13 e 15: lesão leve ● entre 9 12: lesão moderada ● entre 3 e 8: lesão grave e necessidade de intubação orotraqueal para proteção das vias aéreas. Avaliar condições de aplicação da ECG. Paciente com alterações do nível de consciência por álcool, drogas os medicamentos, têm sua aplicação prejudicada. TRAUMA TORÁCICO Em doentes com traumatismos multissistêmicos é comum o trauma torácico, o qual pode ser responsável por lesões que implicam alto risco à vida se não identificadas e tratadas rapidamente durante a avaliação inicial. Avaliação primária ● Via aérea e ventilação: Observar obstrução das vias áreas, permeabilidade, passagem de ar, lesões, movimentos da caixa torácica, cianose e frequência respiratória. ● Pneumotórax hipertensivo: Identificação de vazamento de ar do pulmão e parede torácica para o espaço pleural, o qual pode ocasionar o colapso do pulmão. ● Pneumotórax aberto (ferida torácica aspirativa): Identificar grandes ferimentos abertos na parede torácica, os quais podem ocasionar hipóxia e hipercapnia, e realizar fechamento imediato da lesão com curativo estéril. ● Tórax instável (retalho móvel costal) e contusão pulmonar: Identificar prejuízo no movimento da caixa torácica por múltiplas faturas ou lesão do parênquima pulmonar subjacente. As medidas iniciais são: correção da hipoventilação, administração de oxigênio umidificado e reposição volêmica. ● Hemotórax maciço: Identificar acúmulo de sangue e líquidos, os quais podem ocasionar compressão do pulmão, hipotensão e choque. Deve-se repor o volume sanguíneo e realizar descompressão da cavidade torácica. ● Tamponamento cardíaco: Causado por ferimentos penetrantes. A avaliação secundária Identificação e o tratamento inicial das seguintes lesões com risco potencial à vida, os quais não foram identificar através do exame físico da avaliação primária, com o auxílio de exames complementares. ● Pneumotórax simples ● Hemotórax ● Contusão pulmonar ● Lesão da árvore traqueobrônquica ● Contusão cardíaca ● Ruptura traumática de aorta ● Ruptura traumática de diafragma ● Ruptura esofágica por trauma fechado Outras manifestações do traumatismo torácico sem implicação de risco imediato à vida ● Enfisema subcutâneo ● Esmagamento torácico ● Fraturas de arcos costais superiores, esterno e escápula. TRAUMA ABDOMINAL E PÉLVICO Devido a dificuldade de reconhecimento e diagnóstico através de exames físicos e em algumas vezes ausência de de sinais e sintomas na fase inicial, qualquer paciente vítima de traumatismo fechado no tronco ou ferimentos penetrantes no tronco devem ser considerados portadores de lesão vascular, de víscera abdominal ou pélvica. Tratamento dos traumas fechados e penetrantes do abdome e da pelve ● Restabelecer as funções vitais e otimizar a oxigenação e a perfusão tecidual ● Reconhecer rapidamente as fontes de hemorragia fazendo todo o possível paracontrolá-las. Podem ser por laparotomia, estabilização pélvica e/ou embolização angiográfica. ● Delinear o mecanismo de trauma ● Realizar exame físico inicial minucioso, repetindo-o em intervalos regulares. São eles: inspeção, ausculta, percussão, palpação, avaliação da estabilidade pélvica, exame da uretra, períneo e reto, exame vaginal e exame dos glúteos. ● Realizar exames diagnósticos especiais conforme a necessidade com perda mínima de tempo. Podem ser: Sondagem gástrica, sondagem vesical, radiografias, ultrassonografias, lavagem peritoneal diagnóstica, tomografia computadorizada, exames contrastados ● Doentes com alterações hemodinâmicas e com múltiplas lesões contusas devem ser rapidamente avaliados quanto à possibilidade de sangramento intra-abdominal ou contaminação proveniente do trato gastrointestinal, através da realização de um FAST ou uma LPD. TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO Suspeitar de trauma cranioencefálico quando acometimento direto ou indireto da região craniofacial e pacientes com alteração no nível de consciência. Avaliação primária ● estabilização da coluna cervical ● permeabilidade das vias aéreas ● ventilação ● monitoramento de pulso e oximetria ● aplica escala de Coma de Glasgow ● controlar sangramentos externos, caso haja. Avaliação secundária ● Avaliar a reação das pupilas ● Repetição da escala de Coma de Glasgow ● Sinais vitais ● Aplicação da SAMPLA : Sinais vitais, alergias, medicamentos, passado médico, líquidos e alimentos recentemente ingeridos e ambiente. ● exame físico completo da cabeça aos pés. Contato com a regulação médica, aguardar orientações e transporte para unidade de saúde. O paciente vai ser reavaliado e se necessário encaminhado para cirurgia. Procedimentos diagnósticos Realização de tomografia computadorizada de urgência após normalização hemodinâmica. Repetir a cada 24h ou quando houver qualquer mudança no estado clínico da vítima. Tratamento clínico ● fluidos intravenosos ● hiperventilação ● manitol ● anticonvulsivantes ● solução salina hipertônica ● barbitúricos Tratamento cirúrgico Necessário em casos de: ● lesões de couro cabeludo ● fraturas com afundamento do crânio ● lesões intracranianas de massa ● ferimentos encefálicos penetrantes Morte cerebral Quando não há possibilidade de recuperação da função cerebral. TRAUMA RAQUIMEDULAR Trauma raquimedular é uma lesão de qualquer causa externa na coluna vertebral, incluindo ou não a medula ou as raízes nervosas. Suspeito quando há impacto violento na cabeça, pescoço, tronco ou pelve, quedas, acidentes, lesão na cabeça, lesão contusa importante no tronco ou lesão na área da coluna. Avaliação primária - XABCDE ● Controle de hemorragias externas graves ● Permeabilidade das vias aéreas e proteção da coluna cervical ● Boa ventilação e respiração ● Circulação e controle de outras hemorragias ● Disfunção neurológica ● Exposição completa do paciente ● Aplicar escala de Coma de Glasgow Avaliação secundária ● Entrevista SAMPLA ● exame físico completo da cabeça aos pés. Realização de imobilizações necessárias: ● Na suspeita de lesão na coluna, imobilizar na posição supina (decúbito dorsal), alinhada e neutra, sobre prancha rígida, iniciando pela estabilização e alinhamento manual da cabeça. Essa estabilização deve ser mantida durante todo o tempo até a colocação do fixador de cabeça; ● O alinhamento da cabeça está contraindicado e deve ser interrompido quando ocorrer piora da dor referida, piora do padrão respiratório, resistência voluntária ao movimento, início ou aumento de déficit neurológico e espasmos dos músculos do pescoço. Nesses casos, imobilizar a cabeça na posição encontrada. Exame sensorial e força motora Choque neurogênico e medular - resulta da lesão das vias descendentes do sistema simpático da medula espinhal cervical ou torácica alta, o que ocasiona a perda do tônus vasomotor e a perda da inervação simpática do coração. Lesões espinhais ● luxação atlanto-occipital ● fratura do atlas (C1) ● subluxação por rotação em C1 ● fratura do áxis (C2) ● fraturas e luxações em outras vértebras ● lesões penetrantes ● lesões vasculares contusas das artérias carótida e vertebral Avaliação radiológica completa Conduta terapêutica ● imobilização ● fluidos endovenosos ● medicamentos ● transferências - serviços com recursos para tratamentos definitivos TRAUMA MUSCULOESQUELÉTICO O trauma musculoesquelético normalmente é visto quando há trauma fechado. São de baixo risco imediato à vida ou ao membro, mas devem ser tratadas corretamente a fim de prevenir complicações. Avaliação Primária ● XABCDE ● Imobilização de fraturas ● Exames radiográficos Avaliação Secundária ● Entrevista SAMPLA ● Mecanismos de traumas ● Estado anterior ao trauma e fatores predisponentes ● Exame físico completo da cabeça aos pés. ● Radiografia Lesões de Extremidades com Risco Potencial à Vida ● Hemorragia Arterial Grave - lesões vasculares de grandes artérias. Necessário compressões, torniquete e cirurgia. ● Síndrome de Esmagamento - esmagamento de massa muscular volumosa que pode acarretar em insuficiência renal aguda. Necessário terapia com fluidos intravenosos durante reanimação. Lesões que Colocam o Membro em Risco ● Fraturas Expostas e Lesões Articulares - imobilização apropriada, cirurgia e uso de antibióticos intravenosos. ● Lesões Vasculares, Incluindo Amputação Traumática - imobilização, interrupção do aporte sanguíneo para a extremidade e intervenção cirúrgica. ● Síndrome Compartimental - curativos, imobilização e/ou fasciotomia descompressiva. ● Lesão Neurológica Secundária à Fratura-Luxação - imobilização e intervenção cirúrgica. Outras Lesões dos Membros ● Contusões e Lacerações ● Lesões Articulares ● Fraturas Princípios de Imobilização ● Fraturas de Fêmur - talas de tração ● Lesões de Joelho - talas ou aparelhos gessados longos ● Fraturas da Tíbia - talas em forma de goteira, longas e acolchoadas ● Fraturas do Tornozelo - talas de papelão acolchoadas ● Lesões de Extremidade Superior e de Mão - talas de antebraço, talas acolchoadas e tipóias. Controle da Dor Uso de analgésicos e dispositivos de imobilização. Lesões Associadas Certas lesões musculoesqueléticas podem estar ligadas a uma segunda lesão que pode ter passado despercebida. Lesões Ósseas Ocultas Reavaliação rotineira para possíveis lesões que não foram identificadas na avaliação inicial. QUEIMADURAS Queimaduras são lesões dos tecidos orgânicos ocasionado por trauma de origem térmica por exposição ou contato com chamas, líquidos ou superfícies quentes. Medidas ● permeabilidade das vias aéreas ● Interrupção do Processo de Queimadura ● Acessos Venosos Avaliação da vítima ● História das circunstâncias e histórico clínico ● Calcular a extensão da área de superfície corporal acometida através da regra dos 9 (o corpo é dividido em regiões anatômicas que representam 9% ou múltiplo de 9%) ● Profundidade da Queimadura: • 1º Grau: Lesões apenas da epiderme: presença de eritema • 2º Grau: Lesões da epiderme e parte da derme: presença deeritema + bolha • 3º Grau: Lesões da epiderme e da derme: presença de pele branca nacarada Avaliação Primária ● Via Aérea ● Ventilação ● Circulação Avaliação Secundária ● Exame Físico ● Registro de tratamento ● Exames Iniciais - hemograma, tipagem, provas cruzadas, carboxi-hemoglobina, glicemia, eletrólitos, teste de gravidez, radiografia. ● Avaliação da circulação periférica para exclusão de síndrome compartimental ● Sondagem Gástrica em casos de náuseas, vômitos, distensão abdominal. ● Narcóticos, Analgésicos e Sedativos - administrados em pequenas doses e frequentes. ● Cuidados com a Ferida, Antibióticos e Imunização antitetânica Queimaduras Químicas Lesão química ocasionada devido a exposição a ácidos, álcalis ou derivados de petróleo. Necessário cuidado imediato da ferida e retirada do produto químico Queimaduras Elétricas Lesões ocasionadas por contato com uma fonte de energia elétrica, o qual o corpo serve se condutor e o calor gerado resulta na lesão. Necessário, atenção as vias aéreas, respiração e monitoramento eletrocardiográfico. Lesões por Frio ● Crestadura - lesão leve e reversível ● Congelamento 1º grau: hiperemia e edema sem necrose da pele 2º grau: formação de vesículas grandes, hiperemia e edema. Ocorre necrose de espessura parcial da pele 3º grau:necrose de espessura total de pele e do tecido subcutâneo, formação de vesículas de conteúdo hemorrágico 4º grau:necrose de espessura total da pele, muscular e óssea, com gangrena ● Lesão não congelante - comprometimento do endotélio microvascular, estase e oclusão vascular. TRAUMA PEDIÁTRICO Características Singulares dos Doentes Pediátricos: • Tamanho e Forma - menor massa corporal e cabeça proporcionalmente maior em crianças mais novas. • Esqueleto - calcificação incompleta, centros de crescimento ósseo ativos e flexibilidade • Superfície Corporal - a relação superfície e volume é maior no nascimento e diminui conforme crescimento • Estado Psicológico - instabilidade emocional • Efeitos a Longo Prazo - pode afetar o crescimento e o desenvolvimento • Equipamentos - disponibilidade imediata de materiais e equipamentos do tamanho apropriado Avaliação primária - XABCDE Via Aérea: permeabilidade das vias. Plano de face paralelo ao plano da prancha e alinhamento neutro da coluna cervical (usar coxim caso necessário). Utilização de tubo orofaríngeo quando inconsciente, intubação orotraqueal quando TCE, insuficiência ventilatória ou hipovolemia e cricotireoidostomia quando não de pode manter ventilação por dispositivo ou intubação Ventilação: A frequência respiratória em crianças diminui com a idade. Volume ou pressão em excesso durante a ventilação assistida pode ocasionar barotrauma iatrogênico. Circulação e Choque: Crianças têm maior reserva fisiológica que permite a manutenção da pressão arterial sistólica em níveis normais, mesmo na presença de choque. Acessos Venosos: percutâneo periférico, intraósseo, dissecção venosa, percutâneo veias femorais ou veias jugulares externas. Trauma Torácico - Normalmente envolvendo veículos motorizados. As crianças são mais sensíveis ao pneumotórax hipertensivo devido a mobilidade das estruturas mediastinais. Trauma Abdominal - Recorrente de traumas fechados ou trauma abdominal penetrante, envolvendo normalmente veículos automotores e quedas. Lesões Viscerais Específicas - Lesões causadas pelo guidão da bicicleta, contusão do cotovelo no quadrante superior direito da criança ou compressão abdominal pelo cinto de segurança. Esse tipo de lesão também pode decorrer devido ao abuso. Trauma Cranioencefálico - causado por colisões de veículos automotores, abuso, colisões com bicicletas e quedas. Possui diferentes respostas ao TCE de adulto, como: vômitos, amnésias, convulsões , lesões múltiplas, entre outras. Trauma Raquimedular - causado principalmente por colisões de veículos automotores. Além disso, deve-se considerar as diferenças Anatômicas e Considerações Radiológicas, como, a pseudossubluxação. Trauma Musculoesquelético - prioridades de atendimento similares às do adulto Trauma devido ao abuso TRAUMA GERIÁTRICO As lesões mais comuns de trauma geriátrico são causadas por quedas. Essas muitas vezes causadas pelo comprometimento da visão, audição e memória dos idosos , além das quedas resultantes de tontura ou vertigem. Devido às condições pré existentes de muitos idosos, como artrite, osteoporose, enfisema, doença cardíaca e diminuição da massa muscular a capacidade de evitar lesões diminui. Avaliação primária Via Aérea - dentição, fragilidade nasofaríngea, macroglossia, microstomia e artrite cervical podem interferir na permeabilidade das vias aéreas. Respiração e Ventilação - devido as condições pré existentes dos idosos, como envelhecimento e doenças crônicas, faz-se necessário a monitoração cuidadosa do sistema respiratório Circulação - a perda progressiva da função por múltiplos fatores interfere na circulação. Disfunção Neurológica: há perda de massa cerebral com o envelhecimento. Exposição e Ambiente - diminuição do número de células, a perda de força e a comprometimento da função da pele, resulta em perda da capacidade regulatória térmica, diminuição da barreira contra invasão bacteriana e comprometimento na cicatrização de feridas. Sistemas ● Sistema Musculoesquelético - idosos estão mais propensos a fraturas devido ao enfraquecimento dos ossos, os locais mais comuns de fraturas são os arcos costais, o fêmur proximal, o quadril, o úmero e o punho. ● Nutrição e Metabolismo - para tratamento bem sucedido é preciso um suporte nutricional adequado e precoce ● Sistema Imunológico e Infecções - os pacientes geriátricos são menos capazes de tolerar infecção e mais propensos a desenvolver falência de múltiplos órgãos devido ao sistema imunológico enfraquecido. Circunstâncias Especiais ● Medicamentos - idosos possuem janela terapêutica estreita devido ao grande uso de outros medicamentos. Além disso, reações adversas a alguns medicamentos podem contribuir para o evento produtor da lesão. ● Trauma por abuso ao Idoso AFOGAMENTO Afogamento estão relacionado quando há tosse, dificuldade de respirar ou parada respiratória decorrente de imersão ou submersão em líquido, associado com dispneia, taquipneia, hipoxia, cianose, respiração superficial, espuma em cavidade nasal e oral, inconsciência ou alterações no nível de consciência, ausência de respiração e/ou ausência de circulação. Cadeia de sobrevivência ● prevenção ● reconhecimento e chamado de ajuda ● fornecer flutuação no resgate ● remoção da água, se seguro ● suporte de vida básico e avançado Conduta: ● Avaliação primária - XABCDE ● Avaliação secundária - SAMPLA e exame físico completo. ● Monitorizar a oximetria de pulso; ● Tranquilizar o paciente consciente; ● Paciente em parada respiratória ou cardiorrespiratória, seguir Suporte de vida básico com RCP e DEA. ● Administração de O2 em alto fluxo ● Na ausência de trauma - posição de recuperação; ● Se trauma associado - mobilização cuidadosa e a imobilização adequada da coluna cervical, tronco e membros, em prancha. ● Controlar ahipotermia: retirada de roupas molhadas, uso de mantas térmicas e/ou outros dispositivos para aquecimento passivo. ● Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma sistematizada ; ● Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou transporte para a unidade. REFERÊNCIAS American Heart Association. Destaques das Diretrizes da American Heart Association 2010 para RCD e ACE. American Heart Association: Basic Life Support (BLS) Provider Manual. Dallas, American Heart Association, 2016. COMITÊ DE TRAUMA DO COLÉGIO AMERICANO DE CIRURGIÕES; Advanced Trauma Life Suport (ATLS), 9ª Ed 2014. Ministério da Saúde (Brasil). Protocolos de suporte avançado de vida – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Brasília: Ministério da Saúde, 2016.
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