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sintese primeiros socorros

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS 
NUARA IDE UMEZU 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LAUDAS PRIMEIROS SOCORROS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumo apresentado à disciplina de 
Primeiros Socorros do curso de 
Enfermagem, da Universidade do 
Estado de Minas Gerais, como parte 
das exigências para a conclusão do 3º 
período do curso. 
Orientado pelo professor Mateus 
 
 
 
 
 
 
Passos/MG 
2020 
 
Suporte Básico de Vida (SBV) ou Basic 
Life Support (BLS) 
Conjunto de medidas que visam dar o 
primeiro atendimento com suporte básico 
de vida à vítima até a chegada do suporte 
avançado de vida. Pode ser realizado por 
leigo treinado, o qual fez curso de resgate, 
profissional da saúde ou o resgate. 
 
Cadeia de Sobrevivência 
● Profissionais de saúde básica 
Vigilância e prevenção > reconhecimento 
e acionamento do serviço médico de 
emergência > RCP imediata de alta 
qualidade > rápida desfibrilação > suporte 
avançado de vida e cuidados pós-PCR 
 
● Socorristas leigos 
Reconhecimento e acionamento do serviço 
médico de emergência > RCP imediata de 
alta qualidade > rápida desfibrilação > 
serviços médicos básicos e avançados de 
emergências > suporte avançado de vida e 
cuidados pós-PCR 
Parada cardiorrespiratória (PCR) 
Designa-se parada cardíaca (ou 
cardiorrespiratória) a cessação súbita e 
inesperada dos batimentos cardíacos e 
parada respiratória. 
Ressuscitação Cardiopulmonar 
A reanimação cardiopulmonar (RCP) ou 
reanimação cardiorrespiratória (RCR) é 
um conjunto de manobras destinadas a 
garantir a oxigenação dos órgãos quando a 
circulação do sangue de uma pessoa para 
(parada cardiorrespiratória). 
 
 
Socorro Básico​ - etapas C-A-B-D. 
C – Compressões torácicas externas - 
Compressões eficazes, fortes e rápidas 
com ritmo de 100 a 120 compressões por 
minuto com profundidade de no mínimo 5 
e máximo de 6 centímetros no adulto, 
permitindo o retorno total do tórax após 
cada compressão.Devem ser realizadas na 
metade inferior do esterno da vítima 
colocando a região hipotenar de uma das 
mãos sobre o esterno e a região hipotenar a 
outra mão sobre a primeira. A relação de 
compressões com ventilações é de 30:2. 
A – Abertura das vias aéreas – 
Hiperextensão da cabeça e elevação do 
queixo. 
B – ventilações - ​realizar 2 ventilações 
rápidas de 1 segundo com auxílio de 
dispositivos de barreira ou de bolsa 
valva-máscara conectadas a uma fonte de 
oxigênio. 
D – Desfibrilação - continuar com as 
compressões, ligar o DEA, preparar o 
eletrodos conforme as instruções e 
posicioná-los, aguardar a análise do ritmo: 
se choque indicado, o aparelho dará uma 
advertência para todos se afastarem do 
paciente e pressionar o botão de choque; 
pressionar o botão de choque; reiniciar a 
RCP. Manter o DEA mesmo com a 
recuperação do paciente, pois pode ocorrer 
outra parada. 
 
A cada 2 minutos avaliar novamente a 
vítima e checar o pulso carotídeo em 
menos de 10 segundos. Caso haja outro 
socorrista realizar o revezamento 
assegurando a qualidade e efetividade das 
compressões. 
 
 
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA DO 
TRAUMA ou ADVANCED TRAUMA 
LIFE SUPPORT (ATLS​) 
Atendimento inicial ao paciente de trauma 
seguindo o protocolo padrão XABCDE 
com o objetivo de reduzir índices de 
mortalidade e morbidade em vítimas de 
qualquer tipo de trauma. 
(X) – Exsanguinação ​- Contenção de 
hemorragia externa grave. 
(A) – Vias aéreas e proteção da coluna 
vertebral - Assegurar a permeabilidade da 
via aérea, identificando sinais de 
obstrução, que podem ser por presença de 
corpos estranhos ou fraturas. Ademais, é 
necessária a proteção da coluna cervical e 
como manobras para permeabilização das 
vias aéreas a elevação do mento, tração da 
mandíbula ou, em casos de corpos 
estranhos, aspiração com equipamento 
adequado. 
(B) – Boa Ventilação e Respiração - 
Avaliação da frequência respiratória, 
inspeção dos movimentos torácicos, 
cianose, desvio de traquéia e observação 
da musculatura acessória. Para que isso 
ocorra é necessária a exposição o tórax da 
vítima, realização de inspeção, palpação, 
ausculta e percussão. Além disso, verificar 
a eficácia e oxigenação da respiração. 
C) – Circulação com Controle de 
Hemorragias - Avaliação da circulação e 
de hemorragias internas e externas, 
investigando perdas de volume sanguíneo 
não visível, analisando pelve, abdome e 
membro inferiores, avaliando sinais 
clínicos de hemorragia como tempo de 
enchimento capilar lentificado, pele fria e 
pegajosa e comprometimento do nível e 
qualidade de consciência. Realização de 
torniquetes ou compressões para controle. 
(D) – Disfunção Neurológica - Avaliação 
do nível de consciência, tamanho e 
reatividade das pupilas, presença de hérnia 
cerebral, sinais de lateralização e o nível 
de lesão medular a fim de minimizar as 
chances de lesão secundária. Uma forma 
de analisar a disfunção neurológica é 
aplicando a escala de coma de Glasgow 
atualizada. 
(E) – Exposição Total do Paciente - 
Avaliação da extensão das lesões e 
prevenção da hipotermia. Algumas 
medidas são necessárias como, analisar 
sinais de trauma, sangramento, manchas na 
pele e/ou lesões escondidas, para tal é 
preciso despir a vítima assegurando sua 
segurança e temperatura adequada.. Após 
o atendimento, a vítima deve ser coberta 
com cobertores aquecidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA DO 
TRAUMA 
Deve ser iniciada após a avaliação 
primária e com o paciente estável. Essa 
avaliação consiste em um exame da cabeça 
aos pés da vítima, o qual inclui história 
clínica, exame físico completo, reavaliação 
dos sinais vitais e exame neurológico 
completo. 
 
● Entrevista SAMPLA 
(​Com o paciente, familiares ou terceiros) - 
Nome, idade, queixa principal. 
 
(S) - Verificação dos sinais vitais - 
Respiração, pulso, pressão arterial e pele. 
(A) - Alergias 
(M) - Medicamentos - ​uso de de 
medicamentos e/ou tratamentos em curso 
(P) - Passado médico - problemas de 
saúde ou doença prévia 
(L) - Líquidos e alimentos ingeridos 
recentemente 
(A)- Ambiente e eventos relacionados ao 
trauma. 
 
● Avaliação complementar 
Se disponível instalar oximetria de pulso e 
mensurar a glicemia capilar. 
 
● Exame da cabeça aos pés 
Palpação e inspeções visuais. 
 
Cabeça e face: ​avaliar o couro cabeludo, 
orelhas, ossos da face, olhos, pupilas 
(diâmetro, reação à luz e simetria) nariz e 
boca. Além de observar alterações na pele 
(coloração e temperatura). 
Pescoço: avaliar distensão de veias 
jugulares, região anterior e posterior. 
Tórax: ​avaliar se há movimentos 
assimétricos, uso de musculatura 
acessória, tiragem acessória e de fúrcula. 
Abdome: ​avaliar caso de abdome 
distendido, lesões e/ou hemorragias. 
Períneo, reto e vagina: ​avaliar a presença 
de lacerações, hemorragias ou contusões 
Membros superiores e inferiores: avaliar 
força motora, palpação de pulsos distais e 
perfusão dos membros 
Sequência: ​Palpação da cervical > 
colocar colar cervical > coluna vertebral > 
ossos frontal e occipital > estruturas da 
face > pupilas > ouvidos > cavidade nasal 
> cavidade oral > maxilar > mandíbula > 
clavículas > caixa torácica > quadrantes 
abdominais > cintura pélvica > membros 
inferiores > perfusão periférica deficitária 
> sensibilidade > membros superiores >perfusão periférica deficitária > sinais 
vitais. 
Medidas auxiliares: ​realização de outros 
exames como: radiografia, tomografia, 
angiografia, broncoscopia, entre outros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obstrução de vias aéreas por corpo 
estranho (OVACE) 
Obstrução das vias aéreas por corpo 
estranho, geralmente localizado na laringe 
ou traqueia. 
 
Atendimento: ​classificação do grau de 
obstrução e realizar manobras de acordo 
com a faixa etária ou condição do 
paciente. 
 
Obstrução leve 
Capacidade de responder, tossir e respirar 
preservadas. 
1. Acalmar o paciente; 
2. Instruir o paciente a realizar tosses 
vigorosas; 
3. Se possível, monitorar oxigenação; 
4. Se possível, suplementar oxigênio; 
5. Não colocar a mão na boca do 
paciente enquanto ele mostrar-se 
nervoso; 
6. Em casos de obstrução por espinha 
de peixe, retirar com pinça 
 
Obstrução severa 
Vítima consciente ou inconsciente, o qual 
não consegue respirar ou apresenta ruídos 
à respiração e/ou tosse silenciosa. 
 
Com responsividade: realizar manobra de 
Heimlich 
1. Posicionar-se atrás do paciente de 
pé; 
2. Abraçá-lo na altura da crista ilíaca; 
3. Posicionar uma mão com o punho 
cerrado abaixo do processo xifóide 
e a outra espalmada sobre a 
primeira; 
4. Realizar compressões rápidas e 
firmes, para dentro e para cima; 
5. Repetir manobra até sucesso na 
desobstrução ou até o paciente 
perder a consciência. 
Gestantes (último trimestre gestacional) e 
obesos realizar compressões torácicas em 
vez da manobra de Heimlich. 
 
Com perda de consciência: 
1. Posicionar o paciente em decúbito 
dorsal em uma superfície rígida; 
2. Checar pulso, caso pulso ausente 
realizar RCP; 
3. Caso pulso presente, realizar 
compressões torácicas com 
objetivo de remoção do corpo 
estranho; 
4. Abrir vias aéreas e realizar 
inspeção; 
5. Remover corpo estranho se 
possível; 
6. Caso corpo estranho não possa ser 
localizado, realizar uma insuflação; 
7. Caso de insucesso no momento da 
insuflação, posicionar melhor a 
cabeça e considerar laringoscopia 
direta e remoção com pinça (se 
disponível, utilizar pinça de 
Magill); 
8. Casos de insucesso no meio extra 
hospitalar, manter compressões 
torácicas até expulsão dos corpo 
estranho ou caso evolua para PCR, 
realizar manobras de reanimação 
cardiopulmonar. Logo que 
possível, transportar para hospital 
logo que possível. 
 
 
 
 
 
A escala de coma de Glasgow (ECG) 
Avaliação do nível de consciência das 
vítimas de maneira prática, rápida e 
confiável, o qual fornece a profundidade 
do dano neurológico, duração clínica e 
coma, auxiliando no prognóstico e 
prevenção de sequelas. 
 
Indicadores: 
● Abertura Ocular: 
(4) Abertura Espontânea: abre os olhos 
sem a necessidade de estímulo externo. 
(3) Abertura ao som: abre os olhos a partir 
de estímulos verbais. 
(2) Abertura à pressão: paciente abre os 
olhos após estímulos. 
(1) Abertura Ausente: não responde aos 
estímulos anteriores e os olhos 
permanecem fechados. 
 
● Resposta Verbal: 
(5) Resposta Verbal Orientada: orientado 
em tempo, espaço e pessoa. 
(4) Resposta Verbal Confusa: indivíduo 
consegue conversar, responde às perguntas 
de forma incorreta ou desorientada. 
(3) Palavras Inapropriadas: não consegue 
falar em frases, interage através de sons ou 
por vezes, com blasfêmias. 
(2) Sons ininteligíveis: resposta ausente, 
somente gemidos. 
(1) Ausente: não produz sons, após vários 
estímulos, inclusive dolorosos. 
 
● Resposta Motora: 
(6) Resposta Motora à Ordem: cumpre 
ordens de atividade motora (duas ações) 
como apertar a mão do profissional e 
colocar a língua para fora. 
(5) Resposta Motora Localizadora: 
Localiza e procura interromper fonte de 
estimulo doloroso. 
(4) Flexão normal: a mão não alcança a 
fonte do estímulo, mas há uma flexão 
rápida do braço ao nível do cotovelo e na 
direção externa ao corpo. 
(3) Flexão anormal: a mão não alcança a 
fonte do estímulo, mas há uma flexão lenta 
do braço na direção interna do corpo. 
(2) Extensão: há uma extensão do braço ao 
nível do cotovelo. 
(1) Resposta Motora Ausente: não há 
resposta motora mesmo perante a 
estímulos dolorosos. 
 
● Resposta Pupilar: 
(-2) Inexistente: nenhuma pupila reage ao 
estímulo de luz 
(-1) Parcial: apenas uma pupila reage ao 
estímulo de luz. 
(0) Completa: as duas pupilas reagem ao 
estímulo de luz. 
 
Resultados: 
● Soma entre 13 e 15: lesão leve 
● entre 9 12: lesão moderada 
● entre 3 e 8: lesão grave e 
necessidade de intubação 
orotraqueal para proteção das vias 
aéreas. 
 
Avaliar condições de aplicação da ECG. 
Paciente com alterações do nível de 
consciência por álcool, drogas os 
medicamentos, têm sua aplicação 
prejudicada. 
 
 
 
 
 
 
TRAUMA TORÁCICO 
Em doentes com traumatismos 
multissistêmicos é comum o trauma 
torácico, o qual pode ser responsável por 
lesões que implicam alto risco à vida se 
não identificadas e tratadas rapidamente 
durante a avaliação inicial. 
 
Avaliação primária 
● Via aérea e ventilação: 
Observar obstrução das vias áreas, 
permeabilidade, passagem de ar, lesões, 
movimentos da caixa torácica, cianose e 
frequência respiratória. 
● Pneumotórax hipertensivo: 
Identificação de vazamento de ar do 
pulmão e parede torácica para o espaço 
pleural, o qual pode ocasionar o colapso 
do pulmão. 
● Pneumotórax aberto (ferida 
torácica aspirativa)​: 
Identificar grandes ferimentos abertos na 
parede torácica, os quais podem ocasionar 
hipóxia e hipercapnia, e realizar 
fechamento imediato da lesão com 
curativo estéril. 
● Tórax instável (retalho móvel 
costal) e contusão pulmonar: 
Identificar prejuízo no movimento da caixa 
torácica por múltiplas faturas ou lesão do 
parênquima pulmonar subjacente. As 
medidas iniciais são: correção da 
hipoventilação, administração de oxigênio 
umidificado e reposição volêmica. 
● Hemotórax maciço: 
Identificar acúmulo de sangue e líquidos, 
os quais podem ocasionar compressão do 
pulmão, hipotensão e choque. Deve-se 
repor o volume sanguíneo e realizar 
descompressão da cavidade torácica. 
● Tamponamento cardíaco: 
Causado por ferimentos penetrantes. 
 
A avaliação secundária 
Identificação e o tratamento inicial das 
seguintes lesões com risco potencial à 
vida, os quais não foram identificar através 
do exame físico da avaliação primária, 
com o auxílio de exames complementares. 
● Pneumotórax simples 
● Hemotórax 
● Contusão pulmonar 
● Lesão da árvore traqueobrônquica 
● Contusão cardíaca 
● Ruptura traumática de aorta 
● Ruptura traumática de diafragma 
● Ruptura esofágica por trauma 
fechado 
 
Outras manifestações do traumatismo 
torácico sem implicação de risco 
imediato à vida 
● Enfisema subcutâneo 
● Esmagamento torácico 
● Fraturas de arcos costais 
superiores, esterno e escápula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRAUMA ABDOMINAL E PÉLVICO 
Devido a dificuldade de reconhecimento e 
diagnóstico através de exames físicos e em 
algumas vezes ausência de de sinais e 
sintomas na fase inicial, qualquer paciente 
vítima de traumatismo fechado no tronco 
ou ferimentos penetrantes no tronco devem 
ser considerados portadores de lesão 
vascular, de víscera abdominal ou pélvica. 
 
Tratamento dos traumas fechados e 
penetrantes do abdome e da pelve 
● Restabelecer as funções vitais e 
otimizar a oxigenação e a perfusão 
tecidual 
● Reconhecer rapidamente as fontes 
de hemorragia fazendo todo o 
possível paracontrolá-las. Podem 
ser por laparotomia, estabilização 
pélvica e/ou embolização 
angiográfica. 
● Delinear o mecanismo de trauma 
● Realizar exame físico inicial 
minucioso, repetindo-o em 
intervalos regulares. São eles: 
inspeção, ausculta, percussão, 
palpação, avaliação da estabilidade 
pélvica, exame da uretra, períneo e 
reto, exame vaginal e exame dos 
glúteos. 
● Realizar exames diagnósticos 
especiais conforme a necessidade 
com perda mínima de tempo. 
Podem ser: Sondagem gástrica, 
sondagem vesical, radiografias, 
ultrassonografias, lavagem 
peritoneal diagnóstica, tomografia 
computadorizada, exames 
contrastados 
● Doentes com alterações 
hemodinâmicas e com múltiplas 
lesões contusas devem ser 
rapidamente avaliados quanto à 
possibilidade de sangramento 
intra-abdominal ou contaminação 
proveniente do trato 
gastrointestinal, através da 
realização de um FAST ou uma 
LPD. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO 
Suspeitar de trauma cranioencefálico 
quando acometimento direto ou indireto da 
região craniofacial e pacientes com 
alteração no nível de consciência. 
 
Avaliação primária 
● estabilização da coluna cervical 
● permeabilidade das vias aéreas 
● ventilação 
● monitoramento de pulso e 
oximetria 
● aplica escala de Coma de Glasgow 
● controlar sangramentos externos, 
caso haja. 
 
Avaliação secundária 
● Avaliar a reação das pupilas 
● Repetição da escala de Coma de 
Glasgow 
● Sinais vitais 
● Aplicação da SAMPLA : Sinais 
vitais, alergias, medicamentos, 
passado médico, líquidos e 
alimentos recentemente ingeridos e 
ambiente. 
● exame físico completo da cabeça 
aos pés. 
 
Contato com a regulação médica, aguardar 
orientações e transporte para unidade de 
saúde. O paciente vai ser reavaliado e se 
necessário encaminhado para cirurgia. 
 
Procedimentos diagnósticos 
Realização de tomografia 
computadorizada de urgência após 
normalização hemodinâmica. Repetir a 
cada 24h ou quando houver qualquer 
mudança no estado clínico da vítima. 
 
Tratamento clínico 
● fluidos intravenosos 
● hiperventilação 
● manitol 
● anticonvulsivantes 
● solução salina hipertônica 
● barbitúricos 
 
Tratamento cirúrgico 
Necessário em casos de: 
● lesões de couro cabeludo 
● fraturas com afundamento do 
crânio 
● lesões intracranianas de massa 
● ferimentos encefálicos penetrantes 
 
Morte cerebral 
Quando não há possibilidade de 
recuperação da função cerebral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRAUMA RAQUIMEDULAR 
Trauma raquimedular é uma lesão de 
qualquer causa externa na coluna 
vertebral, incluindo ou não a medula ou as 
raízes nervosas. Suspeito quando há 
impacto violento na cabeça, pescoço, 
tronco ou pelve, quedas, acidentes, lesão 
na cabeça, lesão contusa importante no 
tronco ou lesão na área da coluna. 
 
Avaliação primária - XABCDE 
● Controle de hemorragias externas 
graves 
● Permeabilidade das vias aéreas e 
proteção da coluna cervical 
● Boa ventilação e respiração 
● Circulação e controle de outras 
hemorragias 
● Disfunção neurológica 
● Exposição completa do paciente 
● Aplicar escala de Coma de 
Glasgow 
 
Avaliação secundária 
● Entrevista SAMPLA 
● exame físico completo da cabeça 
aos pés. 
 
Realização de imobilizações necessárias: 
● Na suspeita de lesão na coluna, 
imobilizar na posição supina 
(decúbito dorsal), alinhada e 
neutra, sobre prancha rígida, 
iniciando pela estabilização e 
alinhamento manual da cabeça. 
Essa estabilização deve ser mantida 
durante todo o tempo até a 
colocação do fixador de cabeça; 
● O alinhamento da cabeça está 
contraindicado e deve ser 
interrompido quando ocorrer piora 
da dor referida, piora do padrão 
respiratório, resistência voluntária 
ao movimento, início ou aumento 
de déficit neurológico e espasmos 
dos músculos do pescoço. Nesses 
casos, imobilizar a cabeça na 
posição encontrada. 
 
Exame sensorial e força motora 
 
Choque neurogênico e medular - resulta 
da lesão das vias descendentes do sistema 
simpático da medula espinhal cervical ou 
torácica alta, o que ocasiona a perda do 
tônus vasomotor e a perda da inervação 
simpática do coração. 
 
Lesões espinhais 
● luxação atlanto-occipital 
● fratura do atlas (C1) 
● subluxação por rotação em C1 
● fratura do áxis (C2) 
● fraturas e luxações em outras 
vértebras 
● lesões penetrantes 
● lesões vasculares contusas das 
artérias carótida e vertebral 
 
Avaliação radiológica completa 
 
Conduta terapêutica 
● imobilização 
● fluidos endovenosos 
● medicamentos 
● transferências - serviços com 
recursos para tratamentos 
definitivos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRAUMA MUSCULOESQUELÉTICO 
O trauma musculoesquelético 
normalmente é visto quando há trauma 
fechado. São de baixo risco imediato à 
vida ou ao membro, mas devem ser 
tratadas corretamente a fim de prevenir 
complicações. 
 
Avaliação Primária 
● XABCDE 
● Imobilização de fraturas 
● Exames radiográficos 
 
Avaliação Secundária 
● Entrevista SAMPLA 
● Mecanismos de traumas 
● Estado anterior ao trauma e fatores 
predisponentes 
● Exame físico completo da cabeça 
aos pés. 
● Radiografia 
 
Lesões de Extremidades com Risco 
Potencial à Vida 
● Hemorragia Arterial Grave - lesões 
vasculares de grandes artérias. 
Necessário compressões, torniquete 
e cirurgia. 
● Síndrome de Esmagamento - 
esmagamento de massa muscular 
volumosa que pode acarretar em 
insuficiência renal aguda. 
Necessário terapia com fluidos 
intravenosos durante reanimação. 
 
Lesões que Colocam o Membro em 
Risco 
● Fraturas Expostas e Lesões 
Articulares - imobilização 
apropriada, cirurgia e uso de 
antibióticos intravenosos. 
● Lesões Vasculares, Incluindo 
Amputação Traumática - 
imobilização, interrupção do aporte 
sanguíneo para a extremidade e 
intervenção cirúrgica. 
● Síndrome Compartimental - 
curativos, imobilização e/ou 
fasciotomia descompressiva. 
● Lesão Neurológica Secundária à 
Fratura-Luxação - imobilização e 
intervenção cirúrgica. 
 
Outras Lesões dos Membros 
● Contusões e Lacerações 
● Lesões Articulares 
● Fraturas 
 
Princípios de Imobilização 
● Fraturas de Fêmur - talas de tração 
● Lesões de Joelho - talas ou 
aparelhos gessados longos 
● Fraturas da Tíbia - talas em forma 
de goteira, longas e acolchoadas 
● Fraturas do Tornozelo - talas de 
papelão acolchoadas 
● Lesões de Extremidade Superior e 
de Mão - talas de antebraço, talas 
acolchoadas e tipóias. 
 
Controle da Dor 
Uso de analgésicos e dispositivos de 
imobilização. 
 
Lesões Associadas 
Certas lesões musculoesqueléticas podem 
estar ligadas a uma segunda lesão que 
pode ter passado despercebida. 
 
Lesões Ósseas Ocultas 
Reavaliação rotineira para possíveis lesões 
que não foram identificadas na avaliação 
inicial. 
 
 
 
 
 
QUEIMADURAS 
Queimaduras são lesões dos tecidos 
orgânicos ocasionado por trauma de 
origem térmica por exposição ou contato 
com chamas, líquidos ou superfícies 
quentes. 
Medidas 
● permeabilidade das vias aéreas 
● Interrupção do Processo de 
Queimadura 
● Acessos Venosos 
Avaliação da vítima 
● História das circunstâncias e 
histórico clínico 
● Calcular a extensão da área de 
superfície corporal acometida 
através da regra dos 9 (o corpo é 
dividido em regiões anatômicas 
que representam 9% ou múltiplo de 
9%) 
● Profundidade da Queimadura: 
• 1º Grau: Lesões apenas da 
epiderme: presença de eritema 
• 2º Grau: Lesões da epiderme e 
parte da derme: presença deeritema + bolha 
• 3º Grau: Lesões da epiderme e da 
derme: presença de pele branca 
nacarada 
Avaliação Primária 
● Via Aérea 
● Ventilação 
● Circulação 
Avaliação Secundária 
● Exame Físico 
● Registro de tratamento 
● Exames Iniciais - hemograma, 
tipagem, provas cruzadas, 
carboxi-hemoglobina, glicemia, 
eletrólitos, teste de gravidez, 
radiografia. 
● Avaliação da circulação periférica 
para exclusão de síndrome 
compartimental 
● Sondagem Gástrica em casos de 
náuseas, vômitos, distensão 
abdominal. 
● Narcóticos, Analgésicos e 
Sedativos - administrados em 
pequenas doses e frequentes. 
● Cuidados com a Ferida, 
Antibióticos e Imunização 
antitetânica 
 
Queimaduras Químicas 
Lesão química ocasionada devido a 
exposição a ácidos, álcalis ou derivados de 
petróleo. Necessário cuidado imediato da 
ferida e retirada do produto químico 
 
Queimaduras Elétricas 
Lesões ocasionadas por contato com uma 
fonte de energia elétrica, o qual o corpo 
serve se condutor e o calor gerado resulta 
na lesão. Necessário, atenção as vias 
aéreas, respiração e monitoramento 
eletrocardiográfico. 
 
Lesões por Frio 
● Crestadura - lesão leve e reversível 
● Congelamento 
1º grau: hiperemia e edema sem 
necrose da pele 
2º grau: formação de vesículas 
grandes, hiperemia e edema. 
Ocorre necrose de espessura 
parcial da pele 
3º grau:necrose de espessura total 
de pele e do tecido subcutâneo, 
formação de vesículas de conteúdo 
hemorrágico 
4º grau:necrose de espessura total 
da pele, muscular e óssea, com 
gangrena 
● Lesão não congelante - 
comprometimento do endotélio 
microvascular, estase e oclusão 
vascular. 
 
TRAUMA PEDIÁTRICO 
Características Singulares dos Doentes 
Pediátricos: 
• Tamanho e Forma - menor massa 
corporal e cabeça proporcionalmente 
maior em crianças mais novas. 
• Esqueleto - calcificação incompleta, 
centros de crescimento ósseo ativos e 
flexibilidade 
• Superfície Corporal - a relação superfície 
e volume é maior no nascimento e diminui 
conforme crescimento 
• Estado Psicológico - instabilidade 
emocional 
• Efeitos a Longo Prazo - pode afetar o 
crescimento e o desenvolvimento 
• Equipamentos - disponibilidade imediata 
de materiais e equipamentos do tamanho 
apropriado 
 
Avaliação primária - XABCDE 
Via Aérea: permeabilidade das vias. Plano 
de face paralelo ao plano da prancha e 
alinhamento neutro da coluna cervical 
(usar coxim caso necessário). Utilização 
de tubo orofaríngeo quando inconsciente, 
intubação orotraqueal quando TCE, 
insuficiência ventilatória ou hipovolemia e 
cricotireoidostomia quando não de pode 
manter ventilação por dispositivo ou 
intubação 
 
Ventilação: ​A frequência respiratória em 
crianças diminui com a idade. Volume ou 
pressão em excesso durante a ventilação 
assistida pode ocasionar barotrauma 
iatrogênico. 
 
Circulação e Choque: Crianças têm maior 
reserva fisiológica que permite a 
manutenção da pressão arterial sistólica 
em níveis normais, mesmo na presença de 
choque. 
Acessos Venosos: percutâneo periférico, 
intraósseo, dissecção venosa, percutâneo 
veias femorais ou veias jugulares externas. 
 
Trauma Torácico - Normalmente 
envolvendo veículos motorizados. As 
crianças são mais sensíveis ao 
pneumotórax hipertensivo devido a 
mobilidade das estruturas mediastinais. 
 
Trauma Abdominal - Recorrente de 
traumas fechados ou trauma abdominal 
penetrante, envolvendo normalmente 
veículos automotores e quedas. 
 
Lesões Viscerais Específicas - Lesões 
causadas pelo guidão da bicicleta, 
contusão do cotovelo no quadrante 
superior direito da criança ou compressão 
abdominal pelo cinto de segurança. Esse 
tipo de lesão também pode decorrer devido 
ao abuso. 
 
Trauma Cranioencefálico ​- causado por 
colisões de veículos automotores, abuso, 
colisões com bicicletas e quedas. Possui 
diferentes respostas ao TCE de adulto, 
como: vômitos, amnésias, convulsões , 
lesões múltiplas, entre outras. 
 
Trauma Raquimedular - causado 
principalmente por colisões de veículos 
automotores. Além disso, deve-se 
considerar as diferenças Anatômicas e 
Considerações Radiológicas, como, a 
pseudossubluxação. 
 
Trauma Musculoesquelético - 
prioridades de atendimento similares às do 
adulto 
 
Trauma devido ao abuso 
 
 
 
TRAUMA GERIÁTRICO 
As lesões mais comuns de trauma 
geriátrico são causadas por quedas. Essas 
muitas vezes causadas pelo 
comprometimento da visão, audição e 
memória dos idosos , além das quedas 
resultantes de tontura ou vertigem. Devido 
às condições pré existentes de muitos 
idosos, como artrite, osteoporose, 
enfisema, doença cardíaca e diminuição da 
massa muscular a capacidade de evitar 
lesões diminui. 
 
Avaliação primária 
Via Aérea - dentição, fragilidade 
nasofaríngea, macroglossia, microstomia e 
artrite cervical podem interferir na 
permeabilidade das vias aéreas. 
 
Respiração e Ventilação - devido as 
condições pré existentes dos idosos, como 
envelhecimento e doenças crônicas, faz-se 
necessário a monitoração cuidadosa do 
sistema respiratório 
 
Circulação - a perda progressiva da 
função por múltiplos fatores interfere na 
circulação. 
 
Disfunção Neurológica​: há perda de massa 
cerebral com o envelhecimento. 
 
Exposição e Ambiente - diminuição do 
número de células, a perda de força e a 
comprometimento da função da pele, 
resulta em perda da capacidade regulatória 
térmica, diminuição da barreira contra 
invasão bacteriana e comprometimento na 
cicatrização de feridas. 
 
Sistemas 
● Sistema Musculoesquelético - 
idosos estão mais propensos a 
fraturas devido ao enfraquecimento 
dos ossos, os locais mais comuns 
de fraturas são os arcos costais, o 
fêmur proximal, o quadril, o úmero 
e o punho. 
 
● Nutrição e Metabolismo - para 
tratamento bem sucedido é preciso 
um suporte nutricional adequado e 
precoce 
 
● Sistema Imunológico e Infecções - 
os pacientes geriátricos são menos 
capazes de tolerar infecção e mais 
propensos a desenvolver falência 
de múltiplos órgãos devido ao 
sistema imunológico enfraquecido. 
 
Circunstâncias Especiais 
● Medicamentos - idosos possuem 
janela terapêutica estreita devido 
ao grande uso de outros 
medicamentos. Além disso, reações 
adversas a alguns medicamentos 
podem contribuir para o evento 
produtor da lesão. 
 
● Trauma por abuso ao Idoso 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AFOGAMENTO 
Afogamento estão relacionado quando há 
tosse, dificuldade de respirar ou parada 
respiratória decorrente de imersão ou 
submersão em líquido, associado com 
dispneia, taquipneia, hipoxia, cianose, 
respiração superficial, espuma em 
cavidade nasal e oral, inconsciência ou 
alterações no nível de consciência, 
ausência de respiração e/ou ausência de 
circulação. 
 
Cadeia de sobrevivência 
● prevenção 
● reconhecimento e chamado de 
ajuda 
● fornecer flutuação no resgate 
● remoção da água, se seguro 
● suporte de vida básico e avançado 
 
Conduta: 
● Avaliação primária - XABCDE 
● Avaliação secundária - SAMPLA e 
exame físico completo. 
● Monitorizar a oximetria de pulso; 
● Tranquilizar o paciente consciente; 
● Paciente em parada respiratória ou 
cardiorrespiratória, seguir Suporte 
de vida básico com RCP e DEA. 
● Administração de O2 em alto fluxo 
● Na ausência de trauma - posição 
de recuperação; 
● Se trauma associado - mobilização 
cuidadosa e a imobilização 
adequada da coluna cervical, 
tronco e membros, em prancha. 
● Controlar ahipotermia: retirada de 
roupas molhadas, uso de mantas 
térmicas e/ou outros dispositivos 
para aquecimento passivo. 
● Realizar contato com a Regulação 
Médica e passar os dados de forma 
sistematizada ; 
● Aguardar orientação da Regulação 
Médica para procedimentos e/ou 
transporte para a unidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
American Heart Association. Destaques das Diretrizes da American Heart Association 2010 
para RCD e ACE. 
 
American Heart Association: Basic Life Support (BLS) Provider Manual. Dallas, American 
Heart Association, 2016. 
 
COMITÊ DE TRAUMA DO COLÉGIO AMERICANO DE CIRURGIÕES; Advanced 
Trauma Life Suport (ATLS), 9ª Ed 2014. 
 
Ministério da Saúde (Brasil). Protocolos de suporte avançado de vida – Serviço de 
Atendimento Móvel de Urgência. Brasília: Ministério da Saúde, 2016.

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