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Resumo Letramentos, mídias, linguagens. Rojo, Moura

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ATIVIDADE 3 – Resumo do capítulo: “Letramentos” (p. 9-27) – Rojo e Moura
Disciplina: Teoria e Prática da Leitura – Letras/Vespertino
Professora: Renata Nobre Tomás
Nome completo: Silvani Araújo de Souza
E-mail: sads.let19@uea.edu.br
ROJO, Roxane; MOURA, Eduardo. Letramentos, mídias, linguagens. São Paulo: Parábola Editorial, 2019. p. 9-27
O livro “Letramentos, Mídias, Linguagens” foi publicado em 2019 pela editora Parábola, de autoria da professora Roxane Rojo em coautoria com o professor doutor Eduardo Moura. Rojo é livre-docente do Departamento de Linguística Aplicada da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), é pesquisadora 1C do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e já publicou e organizou livros voltados à educação linguística. Moura é doutor em linguística aplicada pelo Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da UNICAMP e atualmente trabalha com produção de materiais didáticos para ensino de Língua Portuguesa. 
O primeiro capítulo intitulado “Letramentos” possui três subcapítulos denominados respectivamente “Letramentos da escrita e do impresso”, “Multiletramentos” e “Novos (multi)letramentos” que abordam a questão das mudanças nos escritos e impressos através do advento da mídia e de como essas mudanças causadas por esta, possibilitaram que ocorresse a mistura de todos os tipos de linguagens em um único artefato, o texto. 
No subcapítulo “Letramentos da escrita e do impresso”, os autores abordam acerca dos termos alfabetização, alfabetismo até chegar no termo mais relevante da discussão do capítulo, letramento, mostrando a confusão que existe para distinguir esses conceitos. A princípio, os professores partem da definição de “alfabetização” dada pela Wikipédia em que o significado se resume em ter domínio do alfabeto, isto é, codificar e decodificar ao passo que o uso dessa capacidade aplicada à interpretação, compreensão e produção de conhecimento seria o alfabetismo. Os autores também afirmam que a alfabetização é um fator propulsor do exercício consciente da cidadania e do desenvolvimento da sociedade e acrescentam que a incapacidade de ler e escrever se denomina analfabetismo, enquanto a incapacidade de interpretar textos é chamada de analfabetismo funcional ou semianalfabetismo.
Os autores apresentam o letramento como uma visada antropológica, uma vez que envolvem atividades e práticas diversificadas e se difere acentuadamente de alfabetismo, pois este se trata de um conceito de base psicocognitiva e segundo os professores, letramento é um termo que busca recobrir os usos e práticas sociais da linguagem que envolvem a escrita de uma ou de outra maneira, sejam eles socialmente valorizados ou não. Eles ressaltam que por se tratar de algo que envolve diversificação, é necessário a pluralização do letramento já que em uma sociedade urbana moderna, praticamente tudo envolve a escrita, mas que há a divisão de eventos letrados em esferas valorizadas, em que os analfabetos não participam, portanto, essa esfera não é democrática. Os autores ainda citam que todas as práticas de letramento ganham materialidade nos “eventos de letramento” que basicamente são as atividades que envolvem a escrita cotidianamente. 
Eles enfatizam também a importância de levar em conta que os eventos de letramento de que participamos são fruto de uma longa história da escrita e dos impressos. Rojo e Moura afirmam que tanto ao longo dos séculos em cada sociedade como numa visada transversal das diferentes sociedades e culturas, os letramentos variam muito. Cada prática letrada, em seu contexto específico, tem seu próprio regime: seus participantes, suas funções, sua linguagem, seu contexto, sua distribuição de poderes. Eles consideram que o processo de combinar múltiplas linguagens nos levou da escrita e dos letramentos aos textos/discursos em múltiplas linguagens e aos multiletramentos. 
Os autores abordam no segundo subcapítulo denominado “Multiletramentos”, a reunião do Grupo de Nova Londres (GNL) realizada no final do século 20 cujo intuito era discutir as recentes mudanças nos textos. Rojo e Moura chamam a atenção para o que os pesquisadores denominaram “multimodalidade”, pois para eles, os textos, em parte devido ao impacto das novas mídias digitais se compunham de uma pluralidade de linguagens. Os professores abordam as questões que permearam a relação da multimodalidade e letramento para os pesquisadores, pois Street questionava ter que considerar “letramento” o ato de produzir e ler textos multimodais, uma vez que isso poderia reduzir as práticas sociais com os escritos a um conjunto de comportamentos, habilidades e competências, abandonando assim, a perspectiva antropológica e etnográfica do letramento. Rojo e Moura também apresentam o foco de Kress na multimodalidade ou multissemiose dos textos contemporâneos, que também manifestou seu pensamento acerca da predominância das imagens em relação à escrita no mundo contemporêneo. Pensamento este que os autores dizem se aproximar da de Lemke que afirma que a imagem é claramente topológica, ou seja, ocupa espaços, enquanto a linguagem oral e escrita é tipológica e distribui-se no tempo, organizando sintaticamente os diversos paradigmas. Os autores continuam a discussão sobre o assunto, apresentando as definições de Cope e Kalantzis sobre multiletramentos em que afirma que o termo se refere a dois aspectos, o primeiro, à variabilidade da criação de significado em contextos culturais ou sociais e da importância de que na atualidade é necessário que os aprendizes percebam as diferenças em padrões de significado de um contexto para outro. Já o segundo em parte nasce das características das novas mídias de informação e comunicação pois, significados são construídos de maneiras cada vez mais multimodais, nas quais os modos de significação linguísticos escritos fazem interface com os padrões de significação oral, visual, auditivo, gestual, tátil e espacial.
Dessa forma, Rojo e Moura concluem que os autores definem “multiletramentos” como uma ordem de duas significações, pois é algo que envolve muitos tipos de letramentos que poderiam estar ligados à recepção e produção de textos/discursos em diversas modalidades de linguagem, mas que remetem a duas características da produção e circulação dos textos/discursos hoje — a multissemiose ou multimodalidade, devidas em grande parte às novas tecnologias digitais e à diversidade de contextos e culturas em que esses textos/discursos circulam. E sobre à diversidade cultural, os autores se fundamentam na afirmação de Rojo que diz que tudo o que vemos à nossa volta são produções culturais letradas em efetiva circulação social. Os professores também abordam a afirmação de Kress sobre a multimodalidade dos textos contemporâneos em que ele fala que a grande mudança deste século é não mais podermos tratar o letramento e “a linguagem” como o único, o principal, o grande meio de representação e de comunicação, pois elas são tramadas por uma diversidade de meios ou modos das linguagens, os letramentos são plurais, e outros modos das linguagens que integram os enunciados muitas vezes são mais proeminentes e significativos. Os autores finalizam o subcapítulo afirmando que nessa nova acepção, o termo “letramento” embutido no conceito de multiletramentos abre cada vez mais espaço aos conceitos de mídia e de modalidade de linguagem, ganhando mais força, neste caso, o prefixo multi-.
No último subcapítulo, “Novos (Multi)letramentos” é abordada a necessidade de outros pesquisadores em adjetivar mais uma vez o termo “letramentos” como “novos letramentos” por conta das recentes tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC) que modificaram notavelmente a natureza dos letramentos. Os autores exibem algumas mudanças elencadas por Leu, Coiro, et al, as quais são: (1) A internet foi a tecnologia que essa geração definiu para o letramento e a aprendizagem na nossa comunidade global; (2) A internet e as tecnologias a ela relacionadas requerem novos letramentos adicionais para se poder ter pleno acesso a seu potencial;
(3) Os novos letramentos são dêiticos; (4) Os novos letramentos são múltiplos, multimodais e multifacetados; (5) Os letramentos críticos são centrais para os novos letramentos; (6) Os novos letramentos requerem novas formas de conhecimento estratégico; (7) As novas práticas sociais são um elemento central dos novos letramentos; (8) Professores tornam-se mais importantes, embora seu papel mude em salas de aula de novos letramentos. 
Os autores afirmam que os novos letramentos são mais participativos, colaborativos, distribuídos; ou seja, menos individualizados, autorados, dependem menos de licenças de publicação. Assim sendo, são menos dominados por especialistas, seguem regras e normas mais fluidas, os coletivos são as unidades de produção, competência e inteligência. Eles consideram que os novos letramentos maximizam relações, diálogos, redes e dispersões, são o espaço da livre informação e inauguram uma cultura do remix e da hibridação. Os professores também acrescentam que as novas tecnologias possibilitaram e intensificaram a criação de novos textos que por sua vez, ampliaram a multissemiose. Para finalizar, Rojo e Moura falam que por outro lado, a nova mentalidade, ou novo ethos, intensifica atitudes típicas dos novos letramentos, como a colaboração, a abertura de direitos autorais, os recursos abertos e a tendência à hibridação e à cultura remix.

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