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TCC - ESTUDO MECÂNICO DO EMPREGO DA GARRAFA PET NA EXECUÇÃO DE BLOCOS DE VEDAÇÃO

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13
UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA – UNAMA
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA – CCET
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
ESTUDO MECÂNICO DO EMPREGO DA GARRAFA PET NA EXECUÇÃO DE BLOCOS DE VEDAÇÃO
RAYLSON COELHO DE LIMA
Belém - PA 
2019
UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA - UNAMA
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA - CCET
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
ESTUDO MECÂNICO DO EMPREGO DA GARRAFA PET NA EXECUÇÃO DE BLOCOS DE VEDAÇÃO
RAYLSON COELHO DE LIMA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para obtenção do título de Engenheiro Civil, submetido à banca examinadora do Centro de Ciências Exatas e Tecnologia da Universidade da Amazônia.
Orientadora: Cristiany Moscoso do Amaral Ferreira
Belém - PA
 2019
RAYLSON COELHO DE LIMA
ANALISE MECÂNICA DA UTILIZAÇÃO DA GARRAFA PET NA EXECUÇÃO DE BLOCOS DE VEDAÇÃO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para obtenção do título de Engenheiro Civil, submetido à banca examinadora do Centro de Ciências Exatas e Tecnologia da Universidade da Amazônia.
Banca Examinadora: 
________________________________________ 
 M.e Cristiany Moscoso do Amaral Ferreira
 Orientador - Universidade da Amazônia – UNAMA
________________________________________ 
Professor Afonso Cesar Lelis Brandão
Universidade da Amazônia - UNAMA 
________________________________________ 
Professora Luana Santana dos Santos
Universidade da Amazônia - UNAMA 
Apresentado em 14/06 /2019 .
Conceito:____________________ 
Belém - PA
2019
“Dedico este trabalho aos meus pais, Rosivaldo e Rosete, e aos meus irmãos, Rayane e Rayan, a base de tudo o que eu possuo de mais importante na vida.”
 Raylson Coelho de Lima
AGRADECIMENTOS
Há varias formas de demonstrar gratidão, mas acredito que nenhuma seria suficiente para expressar todos os sentimentos que pulam em meu coração ao pensar em cada pessoa que me ajudou nesta realização.
Porém, sempre devemos começar uma nota de agradecimento com os mais importantes. Por isso, eu gostaria de deixar aqui o meu agradecimento a Pai Zambi, Deus Supremo, criador de todo o universo, Orixás e guias que me acompanharam nessa jornada. Queria, também, agradecer a Pai Oxóssi por me dar a paciência das matas nos momentos em que precisei e a Mãe Iansã por me conceder as tempestades de criatividade quando todos os piores pensamentos atingiam minha mente. Além disso, ao seu Zé Pelintra, por acreditar que eu conseguiria quando nem eu mesmo acreditei.
Ademais, queria agradecer a minha família, o ponto inicial de toda a minha trajetória, em especial, ao meu pai e a minha mãe. Seu Rosivaldo, aquele que nunca me deixou caído e sempre lutou para que a minha felicidade fosse alcançada. E dona Rosete, a mulher mais forte que eu conheço e o meu maior escudo. Eles são os meus maiores exemplos de determinação e amor incondicional.
À minha avó Percília, por todas as orações rezadas quando eu deixei de rezar. Por todas as lagrimas e preocupações, por todo o amor que percorreu o intangível para me alcançar. 
Aos meus irmãos. Rayane, por todas as vezes que secou as minhas lagrimas, acalmou o meu coração quando eu pensei que tudo iria desabar e me cobriu de calma quando eu precisei de um único abraço. Rayan, o meu exemplo de companheirismo fraterno, dadiva de um coração maravilhoso.
À Professora Cristiany Moscoso, orientadora desse trabalho, por sua disponibilidade e atenção. Obrigado pelo compartilhamento de seu conhecimento, por ter estado presente, me ajudando cada dia e pela confiança depositada em mim e neste trabalho.
À Professora Miroslawa Luczynski, por todas as contribuições e principalmente, pelos conselhos e todo o apoio emocional que me deram animo e me carregaram a esta conclusão de trabalho.
A todos os professores e colegas de curso que dividiram comigo parte de seu conhecimento e informação ao longo desses cinco anos.
Por fim, gostaria de agradecer a todos as pessoas que me acompanharam por toda esta trajetória. Apesar de todas as dificuldades encontradas no caminho, a força que compartilharam comigo me fortaleceu até este momento.
Este trabalho carrega o coração e o amor de muitas pessoas.
“Não importa quanto a vida possa ser ruim, sempre existe algo que você pode fazer, e triunfar. Enquanto há vida, há esperança.”
 Stephen Hawking
RESUMO
A globalização, processo econômico e social que estabelece uma integração entre os países e as pessoas do mundo todo, promoveu o incremento significativo do uso do poli-tereftalato de etileno, mais comum entre chamado por PET. Esse material veio para revolucionar e ampliar as maneiras de armazenar diversos materiais orgânicos e inorgânicos. Hoje ele pode ser encontrado em grande escala devido à larga demanda de armazenamento de bebidas. No entanto, essa grande produção tem provocado a sua saturação em lixões e aterros sanitários, e devido o longo período de decomposição do PET, impactos ambientais são visíveis dentro desse contexto. Este projeto visa analisar os resultados técnicos do tijolo incorporado com garrafa PET em obras civis. Como metodologia, primeiramente, foram feitas pesquisas bibliográficas. Quanto à parte experimental, a partir de fôrmas feitas de madeira e de fácil montagem, as garrafas foram preenchidas com areia e alinhadas ao centro destes receptáculos. Ademais, a fôrma foi preenchida com cimento e separada para a secagem. Depois de feito, o bloco foi submetido a testes de compressão mecânica. Assim, os resultados relatam que os blocos de PET suportam a partir de 4,5 Mpa. Houve a comparação, com base em pesquisas bibliográficas, com blocos de tijolos, e então, foi verificado que este bloco é propicio tecnicamente para a construção de residências populares como bloco de vedação. Também, uma parede de vedação feita de bloco garrafa possui um custo reduzido em comparação ao tijolo convencional. Portanto, a utilização deste recurso pode reduzir o custo de uma parede de vedação, além de minimizar os impactos ambientais proveniente do descarte irregular, além de contribuir para a redução do déficit habitacional brasileiro.
Palavras-chave: Tijolo sustentável, Tijolo-garrafa, Tijolo de garrafa PET
ABSTRACT
Globalization, an economic and social process that establishes an integration between countries and people around the world, has promoted a significant increase in the use of polyethylene terephthalate, more common among so-called PET. This material came to revolutionize and expand the ways of storing various organic and inorganic materials. Today it can be found on a large scale due to the large demand for beverage storage. However, this large production has caused its saturation in landfills and landfills, and due to the long period of PET decomposition, environmental impacts are visible within this context. This project aims to analyze the technical results of the built-in PET bottle brick in civil works. As a methodology, first, bibliographical research was done. As for the experimental part, from wooden molds and easy assembly, the bottles were filled with sand and aligned to the center of these receptacles. In addition, the mold was filled with cement and separated for drying. Once done, the block was subjected to mechanical compression tests. Thus, the results report that PET blocks support from 4.5 MPa. There was a comparison, based on bibliographic research, with brick blocks, and it was verified that this block is technically propitious for the construction of popular houses as a block of fence. Also, a fence wall made of bottle block has a reduced cost compared to conventional brick. Therefore, the use of this resource can reduce the cost of a sealing wall, in addition to minimizing the environmental impacts resulting from irregular disposal, in addition to contributing to the reduction of the Brazilian housing déficit
Keywords: Sustainable brick, Bottle brick, PET bottle brickLISTA DE FIGURAS
Figura 01. Resina de PET virgem 	20
Figura 02. Levantamento das paredes e muretas da Casa Pet 	21
Figura 03. Parede construída 	21
Figura 04. Alvenaria de vedação de blocos cerâmicos 	22
Figura 05. Alvenaria de vedação de blocos de concreto 	23
Figura 06. Drywall ou vedação por chapas de gesso acartonado 	24
Figura 07. Protótipo do bloco utilizando garrafa PET. 	26
Figura 08. Amostra do tipo de agregado miúdo. 	26
Figura 09. Molde de madeira e garrafas PET. 	27
Figura 10. Mistura dos materiais para adiciona-los a forma. 	28
Figura 11. Blocos com PET em cura inicial 	28
Figura 12. Blocos com PET em cura irmersa 	29
Figura 13. Teste de resistência à compressão do bloco plano em posição vertical. 	30
Figura 14. Blocos rompidos. 	31
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Resultados do ensaio de resistência à compressão dos blocos planos	30
Tabela 2. Valor unitário dos blocos de PET	32
LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS
PET – Poli tereftalato de Etileno.
ABIPET – Associação Brasileira de Indústria do PET.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
NBR – Norma Técnica Brasileira
SINAPI – Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção 
RCC – Resíduos da Construção Civil
RSU – Resíduos Sólidos Urbanos.
Albrepe – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais.
PNRS – Politica Nacional dos Resíduos Sólidos.
MMA – Ministério do Meio Ambiente.
Plano Estadual de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PEGIRS)
FCK - Feature Compression Know – Resistencia Caracteristica Compressão
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	13
1.1 OBJETIVOS	14
1.1.1 OBJETIVO GERAL	14
1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS	14
2 REFERENCIAL TEÓRICO	15
2.1 RESÍDUOS SÓLIDOS 	15
2.2 LEGISLAÇÃO APLICÁVEL 	16
2.3 SUSTENTABILIDADE 	17
2.4 O PRINCÍPIO DOS 3 R’S DA SUSTENTABILIDADE 	18
2.5 REUTILIZAÇÃO DO PET 	18
2.6 GARRAFAS PET 	19
2.7 TIJOLO-GARRAFA 	20
2.8 VEDAÇÃO 	21
2.8.1 BLOCOS CERÂMICOS 	22
2.8.2 BLOCOS DE CONCRETO 	22
2.8.3 DRYWALL 	23
2.9 MATERIAIS UTILIZADOS NA CONFECÇÃO DO BLOCO DE PET 	24
3 MATERIAIS E MÉTODOS 	26
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO	30
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS	33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1 INTRODUÇÃO
O Poli tereftalato de Etileno (PET) é um polímero termoplástico, desenvolvido por dois químicos britânicos Whinfield e Dickson em 1941, formado pela reação entre o ácido tereftálico e o etileno glicol, originando um polímero termoplástico (ALMEIDA, 2012). Atualmente, este plástico é bastante utilizado na fabricação de embalagens de garrafas –refrigerantes, óleos, sucos, águas, xarope, vinagre, entre outros- e alguns tipos de tecido.
Segundo alguns dados retirados da Folha de Londrina (2005), o plástico não possui um tempo determinado de decomposição, podendo levar mais de 450 anos para se decompor. Pelo fato da fabricação e utilização do PET ser em larga escala, as ocorrências de descarte irregular desse material são claramente visíveis, devido à falta de politicas de coleta seletiva nos municípios (FORMIGONI, 2006) e, com isso, a poluição se torna algo rotineiro, ocasionando uma série de fatores negativos ao ambiente como poluição da água, enchentes, proliferação de agentes transmissores de doenças, entre outros. 
No entanto, no Brasil, segundo o 5º Censo de Reciclagem de PET da Associação Brasileira de Indústria do PET (ABIPET), a taxa de recuperação desse material iniciou em 1994 com 18,8% e passou em 2008 para 54,8%. Em 2012, foram produzidos aproximadamente 580,7 Ktons de embalagens de Politereftalato de Etileno, as quais, 57% foram recicladas (ABIPET, 2012). Porém, a outra grande parte do PET produzida acaba tendo como seu destino, aterros sanitários. 
Infelizmente, esses espaços estão ficando cada vez mais escassos graças ao grande tempo de decomposição deste material e o crescimento populacional mundial. Logo, a busca de alternativas sustentáveis para a reutilização do PET vem sendo bastante discutida na comunidade acadêmica.
A utilização do PET nas construções civis torna-se bastante interessante, uma vez que as garrafas têm demonstrado uma alta eficiência mecânica e, concomitantemente, reduzindo os impactos ambientais (GALLI et. al., 2012). Um experimento explorado, porém, pouco estudado é a substituição dos blocos de vedação por um tijolo feito de garrafa PET e areia em seu interior. E de acordo com VIEGAS (2012), tal alvenaria foi pensada para ser empregada em habitações populares de interesse social para “redução de custo”.
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 GERAL
Estudar o comportamento mecânico de blocos de vedação confeccionados a partir de argamassa e a incorporação de garrafas PET.
1.1.2 ESPECIFÍCOS
 - Analisar as propriedades físicas e mecânicas do comportamento dos blocos de “tijolo-garrafa” e dos blocos convencionais;
- Analisar o ganho passivo ambiental da utilização do tijolo-garrafa
- Verificar através dos resultados obtidos, a viabilidade do uso do “tijolo-garrafa”.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 RESÍDUOS SÓLIDOS
Segundo a NBR 10004 (ABNT, 2004), resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível. 
Estima-se que cada pessoa produza, em média, 1,3 kg de resíduo sólido por dia. Dessa forma, uma pequena cidade de apenas dez mil habitantes produziria cerca de dez toneladas de lixo diariamente. Além disso, estima-se que, no Brasil, são geradas aproximadamente 198 mil toneladas por dia de resíduos sólidos urbanos, o que equivale a aproximadamente 62 milhões de toneladas anuais. Do total de resíduos gerados, cerca de 90% são coletado, o que equivale a aproximadamente 180 mil toneladas por dia (ECYCLE, 2010). 
Os resíduos sólidos urbanos podem ser coletados de maneira a não ocorrer nenhum tipo de seleção durante a coleta; ou por meio da coleta seletiva que é quando os resíduos são recolhidos e já separados de acordo com seu tipo e destinação. Após a seleção, os mesmos são enviados ao aterro sanitário, onde os materiais são coletados de forma indiferenciada e despejados para que se decomponham e sejam absorvidos pelo solo. 
De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Albrepe), em 2017 os números referentes à geração de resíduos sólidos urbanos (RSU) revelam um total anual de 78,4 milhões de toneladas no país. Além disso, os 450 municípios da região Norte geraram, em 2017, a quantidade de 15.634 toneladas/dia de RSU, das quais aproximadamente 81,3% foram coletadas. Dos resíduos coletados na região, 65,3%, correspondentes a 8.295 toneladas diárias, foram encaminhados para lixões e aterros controlados. Os municípios da região Norte aplicaram em 2017, uma média mensal de R$ 8,17 por pessoa na coleta de RSU e demais serviços de limpeza urbana, e o mercado de serviços de limpeza urbana da região movimentou quase R$2,1 bilhões no ano, registrando aumento de cerca de 4,1% em relação a 2016.
2.2 LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
A Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) contém mecanismos que possibilitam com que o país enfrente seus problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes da administração desleixada dos resíduos sólidos.
A aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei Nº 12.305/10, após anos de discussões no Congresso Nacional marcou o início de uma forte articulação institucional envolvendo os três entes federados - União, Estados e Municípios, o setor produtivo e a sociedade em geral na busca de soluções para os problemas graves e de grande abrangência territorial, que vem comprometendo a qualidade de vida dos brasileiros.
Essa lei pressupõe redução e prevenção na geraçãode resíduos, tendo como proposta a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos (aquilo que tem valor econômico e pode ser reciclado ou reaproveitado) e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos (aquilo que não pode ser reciclado ou reutilizado) (BRASIL, 2010).
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), a Lei nº 12.305/10 cria metas importantes que contribuem para a eliminação dos lixões e acabam por instituir instrumentos de planejamento nos níveis nacional, estadual, microrregional, intermunicipal e metropolitano e municipal; além de impor que os particulares elaborem seus Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (MMA, 2010).
Porém, as embalagens de politeftalato de etileno ainda não foram acrescentadas a esta lei. Há hoje um projeto de lei na câmara dos deputados que propõe agregar este material a Lei de Resíduos Sólidos sob a justificativa de que as embalagens de PET são grandes responsáveis pelo agravamento da poluição dos rios e entupimento das aberturas dos bueiros, as bocas de lobo, contribuindo para os episódios de enchentes que acometem grande parte das cidades brasileiras. Também, segundo a Deputada Bruna Furlan, o Brasil produz cerca de três milhões de garrafas PET, sendo que apenas 20% desse montante é reciclado, cerca de 68% dos refrigerantes produzidos no País são embalados em garrafas PET (BRASIL, 2010).
O projeto de lei sugere atribuir aos fabricantes e comerciantes de produtos que se utilizam das garrafas PET parcela da responsabilidade pela coleta e destino ambientalmente adequado dessas embalagens da mesma forma feita por alguns países. Além desse documento, o CONAMA e a ABNT, dois órgãos de âmbito nacional, estão sempre se atualizando e fiscalizando os órgãos estaduais e municipais para que todos atuem na construção civil de forma sustentável (MMA, 2010).
2.3 SUSTENTABILIDADE
Para Dovers e Handmer (1992) sustentabilidade é a capacidade de um sistema humano, natural ou misto resistir ou se adaptar à mudança endógena ou exógena por tempo indeterminado, e, além disso, o desenvolvimento sustentável é uma via de mudança intencional e melhoria que mantém ou aumenta esse atributo do sistema, ao responder às necessidades da população presente. Numa primeira visão, o desenvolvimento sustentável é o caminho para se alcançar a sustentabilidade, isto é, a sustentabilidade é o objetivo final, de longo prazo.
Segundo Elkington (1994), criador do termo Triple Bottom Line (o tripé da sustentabilidade: Social, Ambiental e Financeiro) a sustentabilidade é o equilíbrio entre os três pilares: ambiental, econômico e social. A expectativa de que as empresas devem contribuir de forma progressiva com a sustentabilidade surge do reconhecimento de que os negócios precisam de mercados estáveis, e que devem possuir habilidades tecnológicas, financeiras e de gerenciamento necessário para possibilitar a transição rumo ao desenvolvimento sustentável. 
Tem-se, portanto, uma segunda visão, diferente da primeira: o desenvolvimento sustentável é objetivo a ser alcançado e a sustentabilidade é o processo para atingir o desenvolvimento sustentável. Independente das duas visões, a presente pesquisa volta-se para a sustentabilidade. Observa-se que existe hoje uma variedade de pesquisas e publicações sobre o assunto a fim de abordar uma maneira de entender e explicar a sustentabilidade, seja ela como um processo ou um objetivo final. Nesse sentido, torna-se importante ter uma noção clara do que se entende por sustentabilidade ou a falta dela (TISDELL, 1988).
2.4 O PRINCÍPIO DOS 3 R’S DA SUSTENTABILIDADE
Atualmente, no cenário nacional, o desgaste dos materiais encontrados no ambiente tem sido de grande preocupação coletiva e muito tem-se discutido sobre a importância da sustentabilidade. O princípio dos 3 R’s, são ações que trazem benefícios ao meio ambiente, reduzindo o prejuízo ambiental que segundo o Ministério do Meio Ambiente a população atualmente consome 30% mais dos recursos naturais, ultrapassando a capacidade de resiliência da Terra (MMA, 2010).
Sabendo desses dados, o princípio dos 3 R’s, segundo Francisco (2010), é um conjunto de ações que foi sugerida na Conferência da Terra em 1992 no Rio de Janeiro e o 5º Programa Europeu para o Ambiente e Desenvolvimento. São eles: Reduzir que consiste na ação de diminuir o consumo de produtos que geram muitos resíduos, como descartáveis e preferir usar produtos mais duráveis, com o objetivo de comprar bens e serviços que esteja de acordo com nossas necessidades, assim evitando desperdícios; Reutilizar é o ato de usar novamente um produto, como embalagens, potes de sorvetes, e tudo que pode ser usado novamente, lavando-os e reutilizando com a mesma função ou em outras diversas funções, em vez de joga-los diretamente no lixo; e Reciclar, que envolve o processamento de materiais, aproveitando-os e transformando-os de maneira física ou química, como papelão, vidro, latas e plásticos, sendo reutilizados sob a forma original ou como matéria-prima para produzir novos materiais para diversas finalidades. Mas para reciclar é necessário um descarte correto do lixo, que faz também parte do terceiro R (reciclar), como por exemplo, a coleta seletiva do lixo reciclável, pode-se deixar o lixo a ser reciclado em cooperativas ou usinas de triagem. 
2.5 REUTILIZAÇÃO DO PET
Na atual economia globalizada, cada vez mais há a busca de materiais para serem reutilizados ou reciclados, principalmente sobre o tema da reutilização na área da construção civil. Sendo assim, empresas necessitam de vantagens diferenciadas, e o que vem causando essa seleção de empresas no atual contexto é a priorização e adequação a reciclagem ou reaproveitamento de materiais. 
De acordo com dados retirados da Folha de Londrina (2005), a degradação dos resíduos plásticos é extremamente lenta, podendo levar séculos, portanto, o acúmulo desses materiais podem gerar impactos ambientais como: enchentes, doenças como a dengue, devido ao acúmulo de água e etc. No Brasil, apenas algumas cidades tem programa de coleta seletiva, logo, muitos materiais plásticos acabam sendo descartados no ambiente. Por isso, há a necessidade de reutilização e reciclagem desses materiais.
Segundo Leite (2003), quanto maior o poder aquisitivo do cidadão, maior será o consumo de produtos descartáveis e consequentemente a quantidade de polímeros jogados no lixo. A tecnologia proporciona a utilização de polímeros para uma melhora na qualidade de vida, mas isto resulta na grande quantidade de resíduos gerados.
A reutilização da garrafa PET além contribuir com a preservação do meio ambiente, também, influencia diretamente no pilar social do desenvolvimento sustentável gerando a criação de inúmeras cooperativas de reciclagem, permitindo que a rentabilidade permaneça em patamares aceitáveis, por garantir remuneração aos catadores. 
Assim, com a reutilização das embalagens de PET, não ocorrerá danos ao ambiente como quanto gerado na reciclagem Energética (queima do PET, aproveitando o calor como forma de energia, não obstante, resultando na emissão de Dióxido de Carbono, agravando o efeito estufa e emissão de dioxinas, que são compostos altamente tóxicos (ABEPRO, 2007), logo, sendo uma forma extremamente sustentável de reutilização deste material. 
2.6 GARRAFAS PET
Visto como receptáculo de produto e uma atrativa fonte de renda para os envolvidos em sua reciclagem, o Politereftalato de Etileno (PET) se tornou um alvo muito disputado entre catadores, pela renda gerada por sua reciclagem, é objeto de interesse entre empresas de reciclagem, e também, é um plástico muito questionado pelos movimentos ambientalistas, gerando um impasse sobre quem é o responsável pela gestão da reciclagem da embalagem (ZIKMUND, 1971).
Segundo SANTOS (2012), o PET virgem é considerado um dos mais importantes polímeros de engenharia nas últimas duas décadas, devido ao rápido crescimento na sua utilização. É considerado um excelente material para muitasaplicações e é amplamente utilizado para a produção de recipientes de líquidos (frascos). Ele tem excelente resistência ao impacto, resistência química, clareza, processabilidade, cor e razoável capacidade de estabilidade térmica. A figura 04 mostra a resina.
Figura 01: Resina de PET virgem
Fonte: Odinplast, 2016.
2.7 TIJOLO-GARRAFA
Em 2014, um grupo de professores da Faculdade de Tecnologia de Presidente Prudente (Fatec), desenvolveu uma casa feita a partir da garrafa PET com areia ou solo-cimento em seu interior. Além disso, para a construção das paredes e muretas era utilizado o solo-cimento como argamassa, como elucidado nas figuras 05 e 06.
Figura 02: Levantamento das paredes e muretas da Casa Pet.
Fonte: Manual Casa PET, 2014.
Figura 03: Parede construida.
Fonte: Manual Casa PET, 2014.
Utilizando tal técnica como inspiração, a tecnologia “tijolo-garrafa” utilizada nesse projeto, nada mais é também que, garrafas PET com areia compactada no seu interior, porém, há o acréscimo de argamassa no seu entorno para a confecção de blocos de vedação. É um método simples de reutilização que, segundo VIEGAS (2012), pode gerar grandes benefícios à construção. O PET proporciona uma alta resistência mecânica, ou seja, uma alta resistência ao impacto. Além disso, o PET serve como isolante acústico, assim, não deixando o som da parte exterior entrar para a parte interior do ambiente e, também, reduz o custeio da obra, em comparação ao tijolo convencional.
2.8 VEDAÇÃO
De acordo com Sabbatini (2000, apud FIUZA, 2009), as vedações verticais podem ser definidas como subsistema do edifício constituído por elementos que compartimentam, definem os ambientes internos, controlando a ação de agentes indesejáveis.
Segundo Thomas (2001), a alvenaria de vedação pode ser definida como a alvenaria que não é dimensionada para resistir a ações além de seu próprio peso. Essa vedação vertical protege o edifício de agentes externos como chuvas e ventos, além de separar ambientes internos fornecendo segurança e conforto dentro de um sistema estruturado. Esse processo de fechamento de vãos de paredes é utilizado na maioria das edificações.
2.8.1 BLOCOS CERÂMICOS
Os blocos cerâmicos, como exemplificados na figura 01, são componente vazado, com furos prismáticos perpendiculares às faces que os contêm, que integra alvenarias de vedação intercaladas nos vãos de estruturas de concreto armado, aço ou outros materiais. Normalmente são empregados com os furos dispostos horizontalmente, devendo resistir somente ao peso próprio e a pequenas cargas de ocupação (THOMAZ et al.,2009).
Figura 04: Alvenaria de vedação de blocos cerâmicos.
Fonte: Thomaz, 2009.
2.8.2 BLOCOS DE CONCRETO
Os blocos de concreto são elementos industrializados, de dimensões e peso que os tornam manuseáveis, ligados por argamassa, tornando-se um conjunto monolítico. A figura 02 demonstra que podem ser utilizados em paredes de vedação e estruturais.
Segundo a NBR ISO 6136 (ABNT, 2007), os blocos de concreto podem ser classificados quanto a seu uso e ser divididos em: 
1. Classe A: com função estrutural, para uso em elementos de alvenaria acima ou abaixo do nível do solo. Aplicam-se a alvenarias externas sem revestimento, devendo os blocos possuírem resistência característica à compressão maior do que 6 MPa, além de sua capacidade de vedação. 
2. Classe B: com função estrutural, para uso em elementos de alvenaria acima do nível do solo. Aplicam-se a alvenarias internas ou externas com revestimento, devendo possuir resistência característica à compressão de no mínimo 4 MPa. 
3. Classe C: com função estrutural, para uso em elementos de alvenaria acima do nível do solo e resistência característica à compreensão de no mínimo 3 MPa. 
4. Classe D: sem função estrutural, para uso em elementos de alvenaria acima do nível do solo e resistência característica à compreensão de no mínimo 2 MPa.
Figura 05: Alvenaria de vedação de blocos de concreto.
Fonte: Pontomix, 2011.
2.8.3 DRYWALL
Segundo STEIN (1980), drywall refere-se aos componetes de fechamento que são empregados na construção a seco e que têm como principal função a compartimentação e separação de ambientes internos de edificios, podendo ser composto, por exemplo, por chapas de gesso acartonado ou chapas de madeira compensada.
As vedações de gesso acartonado constituem-se por um tipo de vedação empregada unicamente com a função de compartimentação de ambientes, pois seus componentes não possuem resistência para suportar as cargas provenientes dos elementos estruturais do edifício (TANIGUTI, 1999). A figura 03 exemplifica tal afirmação.
Figura 06: Drywall ou vedação por chapas de gesso acartonado.
Fonte: Speeddry, 1998.
A principal função da alvenaria de vedação vertical é estabelecer a separação de ambientes, principalmente à separação do espaço externo do interno, separando e servindo como filtro e barreira perante os eventos distintos que podem ocorrer fora do ambiente interno. Portanto, ela é de grande importância na construção civil, apesar de não possuir função estrutural.
2.9 MATERIAIS UTILIZADOS NA CONFECÇÃO DO BLOCO DE PET
Garrafa de Poli-Tereftalato de Etileno (PET): O PET proporciona alta resistência mecânica (impacto) e química, além de ser uma ótima barreira para gases e odores. Outra vantagem é que, seu peso é muito menor que das embalagens tradicionais (vidro), logo, mostrou ser o recipiente ideal para as indústrias de bebidas, reduzindo custos de transporte e produção (GUELBERT et al, 2007).
Agregado miúdo (areia): Define-se areia ou agregado miúdo como areia de origem natural ou resultante da britagem de rochas estáveis, ou a mistura de ambas, cujos grãos passam pela peneira de 4,8 mm e ficam retidos na peneira de 0,075 mm. A areia é encontrada em cursos d’água, em depósitos naturais de arenitos inconsolidados, aluviões antigos ou recentes, depósitos residuais, solos de alteração, em locais de intemperismo de rochas ricas em quartzo, comuns nas zonas de chapadas (SERNA, 2009). 
Argamassa: Segundo a NBR 13281 (ABNT, 2001), argamassa é a mistura homogênea de agregado(s) inorgânico(s) e água, contendo ou não aditivos e adições, com propriedades de aderência e endurecimento, podendo ser dosada em obra ou em instalações próprias (argamassas industrializadas).
Óleo: O óleo mineral e de baixa viscosidade, serve para a “desmoldagem” do corpo-de-prova, deve ser passado nas superfícies internas da forma.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
A metodologia da pesquisa foi baseada na dissertação de VIEGAS (2012). Assim, foram produzidos três corpos de prova com as garrafas coletadas em um comércio de pequeno porte localizado na região metropolitana de Belém. Além disso, por se tratar de reutilização, não houve nenhum tipo de processo, como, a trituração das garrafas PET ou moagem para a mistura com argamassa e, somente, apenas a retirada dos rótulos e a limpeza das mesmas. 
Ademais, com base na dissertação de mestrado de VIEGAS (2012), um molde de madeira (dimensões: 3750,0 mm x 1200,0 mm x 1200,0 mm) foi criado para a obtenção dos corpos de prova. Feito isso, foi espalhado o óleo mineral pelo molde, com o intuito de facilitar a “desmoldagem” do corpo-de-prova.
Figura 07: Protótipo do bloco utilizando garrafa PET.
Fonte: Viegas, 2012.
Tendo em vista de que há uma variedade de modelos de garrafas, dependendo da empresa fabricante, houve o cuidado na escolha dos receptáculos coletados para que todas fossem do mesmo modelo, possuindo, assim, o mesmo formato e tamanho. Após a coleta, quatro garrafas foram selecionadas e preenchidas com o agregado miúdo (areia), de forma que o agregado seja depositado na garrafa PET e permaneça compactado.
Figura 08: Amostra do tipo de agregado miúdo.
Fonte: Autor, 2016.
A figura 09 mostra o molde de madeira e as garrafas PET já com a areia compactada em seu interior. A partir desse estágio, há a mistura dos materiais para então, o preenchimento do molde com argamassa e a garrafa.
Figura 09: Molde de madeira e garrafas PET. 
(a) Molde para de madeira para a confecçãodos blocos.
(b) Garrafas PET preenchidas com areia.
Fonte: Autor, 2016.
Utilizando como base VIEGAS (2012), escolheu-se o traço de 1:3:0,7 (cimento, areia e água ) e então, utilizou-se da norma de argamassa para assentamento e revestimento na confecção dos corpos-de-prova.
 Utilizando um misturador elétrico de argamassa como demonstrado na figura 10, foi feita a mistura da água com o cimento por 30 segundos em baixa velocidade. A pasta cimentícia criada foi utilizada para que os materiais não grudassem na betoneira. Após, e sem paralisar a operação de mistura, iniciou-se o acréscimo de areia sendo misturada gradativamente por mais 30 segundos. Após esse tempo a velocidade foi aumentada e os materiais permaneceram no misturador por mais 30 (trinta) segundos. Depois, a argamassa obtida foi posta em repouso por 1 (um) minuto e 30 (trinta) segundos, como diz a NBR 13276 – Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos Passado este período de tempo, o misturador foi ligado novamente em alta velocidade, por mais 1 (um) minuto para, assim, com a ajuda de uma espátula, a argamassa ser retirada e utilizada para preencher o molde de madeira com as garrafas já inseridas em seu interior.
Figura 10: Mistura dos materiais para adiciona-los a forma.
Fonte: Autor, 2016.
Com o molde já untado por uma camada de óleo, utilizado para a desmoldagem dos corpos de prova, iniciou-se o preenchimento imediatamente após a obtenção da argamassa. Foi, então, iniciado o adensamento por vibração, sendo feitos 300 golpes de acordo com a NBR 5738 (ABNT, 2008). Logo após a moldagem, o corpo de prova foi colocado em uma câmara úmida, onde permaneceu por 24 horas, com a face superior protegida por uma placa de vidro. A figura 11 expõe o molde já preenchido com todos os materiais, a chamada cura inicial.
Figura 11: Blocos com PET em cura inicial
Fonte: Autor, 2016.
Terminado o período inicial de cura, o corpo-de-prova foi “desmoldado” e imerso em um tanque de água (não corrente) saturada de cal. Dentro da câmara úmida, os corpos de prova permaneceram por mais 28 dias. A água do tanque foi renovada com frequência para então, o corpo-de-prova estar preparado para a compressão mecânica.
Terminando o período inicial de cura, os corpos-de-prova foram ser retirados das formas, identificados e imersos, separados entre si no tanque de água (não corrente como evidenciado na figura 12).
Figura 12: Blocos com PET em cura irmersa.
Fonte: Autor, 2016.
Imediatamente após sua identificação, os corpos-de-prova foram armazenados até o momento do ensaio em uma câmara úmida à temperatura de 23°C e umidade relativa do ar superior a 95%. Os corpos-de-prova não foram expostos ao gotejamento nem à ação de água em movimento. 
 Utilizando como base a NBR 15270 (ABNT, 2005), foi feita a execução dos ensaios de compressão dos blocos incorporados com PET. Os blocos foram posicionados na vertical sobre uma base de metal e, então, ocorreu o rompimento. 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Como forma de identificar a resistência mecânica dos blocos, realizou-se o ensaio de resistência à compressão com os blocos iniciais (figura 13), com superfícies planas, apoiado na posição vertical, pois, a resistência é maior quando o bloco é ensaiado na posição vertical na maquina de compressão EMIC SSH300. Os resultados constam na Tabela 1.
Figura 13: Teste de resistência à compressão do bloco plano em posição vertical.
Fonte: Autor, 2016.
(b)
(a)
Fonte: Autor, 2016.
Tabela 1- Resultados do ensaio de resistência à compressão dos blocos planos.
	Bloco
	
	Posição
	Resistencia (Mpa)
	Idade
	A
	
	Vertical
	4,77
	28 Dias
	B
	
	Vertical
	5,71
	28 Dias
	C
	
	Vertical
	6,87
	28 Dias
Os blocos com PET ensaiados pesaram 18,5 kilogramas cada.
O “tijolo-garrafa” foi rompido com a idade de 28 dias, pois, como é uma técnica que não possui uma norma especifica, a busca maior foi pela sua resistência característica à compressão (FCK).
Figura 14: Blocos rompidos.
 	 			 
(b)
(a)
 
(d)
Fonte: Autor, 2016.
(c)
Vale frisar, também, que o preço unitário do bloco incorporado de PET é algo que deve ser comentado.
Pelo fato da garrafa PET ter sido retirada do meio ambiente, resolveu-se então, não adotar nenhum valor a ela. Os preços dos materiais foram retirados do SINAPI, Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil, referente ao mês de maio do ano de 2019. As informações do SINAPI resultam de trabalhos técnicos conjuntos da Caixa Econômica Federal e do Instituto Brasileiro de Estatística (IBGE), amparados em convenio de cooperação técnica.
A CAIXA e o IBGE são responsáveis pela divulgação oficial dos preços do SINAPI (para órgãos públicos e empresas conveniadas) e pela manutenção, atualização e aperfeiçoamento do cadastro de referencias técnicas (preços, dos métodos de calculo e do controle de qualidade dos dados disponibilizados). A tabela 2 apresenta o custo unitário dos blocos de PET. 
 Tabela 2 – Valor unitário dos blocos de PET.
	Material
	
	Quantidade
	Preço (R$)
	Cimento
	
	1 KG
	0,62
	Areia
	
	5 KG
	0,10
	Garrafa PET
	
	1 UNID
	0,00
	Total
	
	
	0,62
Fonte: Autor, 2019.
O custo do m² de alvenaria utilizando blocos em PET é de R$ 12,40 (doze reais e quarenta centavos).
Não foi incluso o custo em relação à mão-de-obra já que este projeto visa o incremento de tal tecnologia em comunidades organizadas, logo o custo de serviço seria todo direcionado a centros corporativos para a utilização desse método.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A produção do bloco de PET é simples, e pode ser produzida em uma comunidade organizada. E pelo fato de ser utilizado um material reciclado, há uma contribuição em relação ao tema de sustentabilidade dentro da engenharia civil.
Devido à confecção rápida, os blocos com PET, também, permitem uma execução, também, ágil das alvenarias, frisando que, para um metro quadrado de parede são utilizados em torno de 19 blocos.
Os blocos apresentaram uma alta resistência à compressão, sendo que o bloco 3, resistiu 6,87 MPA, mais do que o bloco de concreto estrutural de maior resistência ou classe A. Além disso, o bloco com erro de adensamento, o bloco 4, também, possuiu uma boa resistência, quase chegando aos 3 MPA que o bloco cerâmico resiste quando ensaiado verticalmente. 
Tendo em vista que as alvenarias que foram propostas são apenas para vedação, pode-se afirmar que a presença da garrafa PET no centro do bloco não gerou nenhuma perda estrutural no bloco e, também, a presença de areia dentro da garrafa gerou um ganho expressivo de resistência.
 Foram utilizadas garrafas PET, logo, a atenção se volta muito para o meio ambiente e para a sua preservação. A garrafa PET é um produto descartado constantemente no meio ambiente ou em aterros sanitários, logo, aplicando este método na construção civil, haverá um destino apropriado para o PET, devido a sua reutilização. Não apenas, utilizando tal técnica, também, haverá uma redução nos fatores negativos ao ambiente que o descarte irregular do PET causa como, poluição da água, enchentes, proliferação de agentes transmissores de doenças, entre outros. Além disso, o custo é outro fator observado, já que o preço do bloco de PET é bastante reduzido. 
Ademais, como as classes de baixa renda são as que mais incorporam o déficit habitacional brasileiro, aplicando este projeto em residências populares, ele pode gerar um menor custo de construção além de uma boa qualidade e resistência. Não apenas, este projeto propõe uma alternativa simples e corporativa para tratar o acumulo de resíduos de uma comunidade.
O aperfeiçoamento das tecnologias gerou uma contribuição expressiva para a produção de habitações de baixo custo, que supram as necessidades e exigências dos usuários. Portanto, o bloco de PET é uma alternativa viável no ponto de vista social, econômico e ambiental. 
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