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Universidade Nilton Lins Faculdade de Farmácia Disciplina de Farmacotécnica MANIPULAÇÃO DE MEDICAMENTOS 1 Manipulação x Fabricação Manipulação: “combinação de componentes em um medicamento como resultado de uma prescrição ou iniciativa baseada na relação médico/paciente/farmacêutico” Fabricação: ”produção, preparação, propagação, conversão ou processamento de um medicamento, direta ou indiretamente, por extração de substancias ou síntese química. Evolve acondicionamento, rotulagem e revenda por farmácias. 2 Etapas a serem seguidas no processo de manipulação 1º Interpretação da prescrição 2º Verificar dose, posologia, forma farmacêutica e via de administração 3º Determinar os componentes da preparaçao 4º Determinar recipiente, condições de armazenamento e prazo de validade 5º Cálculos 6º Listar os nomes e as quantidades dos componentes 7º Selecionar os equipamentos para manipulações 8º EPI’s 9º Reunir os componentes. Registrar os componentes 10º Manipular a preparação 3 Etapas a serem seguidas no processo de manipulação 11º Controle de qualidade 12º Acondicionar no recipiente 13º Limpar todos os equipamentos, guardar todos os componentes 14º Entrega do produto ao paciente 4 1º Prescrição do paciente Termo “Rx”= usados para prescrição de pacientes ambulatoriais Autorização para prescrição: médicos, médicos veterinários e dentista 5 6º Nomes e quantidades dos componentes 6 9º Registro dos componentes 7 11º Acondicionamento e rotulagem 8 Seleção, Armazenamento e Manuseio de equipamentos e MP 1. Instalações para manipulação: ◦ Área de manipulação adequada e projetada para o tipo de manipulação a ser realizada (evitar poeiras e partículas); ◦ Instalação limpa e organizada; ◦ Boa iluminação, ventilação e controle de temperatura; ◦ Controle da água – água potável; 9 2. Equipamentos ◦Apresentar desenho adequado ao uso pretendido; ◦Os equipamentos devem ser armazenados de forma adequada a fim de mantê-los em bom estado de limpeza; ◦Todos os equipamentos devem ser inspecionados, limpos e calibrados; Seleção, Armazenamento e Manuseio de equipamentos e MP 10 Materiais e equipamentos utilizados na farmacotécnica Grais e pistilos ◦ Ideais para redução de tamanho das partículas e preparo de emulsões; ◦ Grau de cerâmica: interior poroso, não devem ser usados para fármacos que manchem ou em pequenas quantidades; ◦ Grau de vidro: transparente, superfície interna lisa e não porosa. Preferíveis para trituração de fármacos que não possuem cor. ◦ Usar pistilos que sejam adequados ao tamanho dos grais. 11 Espátulas ◦ Usar o tamanho apropriado para o tipo de tarefa; ◦ Espátulas menores: manipulação de substâncias secas; remoção de materiais de outras espátulas ou dos lados do grau e pistilo; ◦ Espátulas maiores: grande quantidade de materiais; ◦ Espátulas de borracha endurecida: unicamente para fins específicos → manipulação de substâncias que reagem com o metal; ◦ Espátulas de borracha flexível: transferência do produto para o material de acondicionamento. Materiais e equipamentos utilizados na farmacotécnica 12 Funis ◦ Diâmetro estreito: transferências de solução de um recipiente para outro; ◦ Filtração de soluções com papel filtro; ◦ Não transferir emulsões ou suspensões para não causar entupimento; ◦ Funis para pós: hastes curtas e mais largas Materiais e equipamentos utilizados na farmacotécnica 13 Vidrarias volumétricas Materiais e equipamentos utilizados na farmacotécnica Provetas Pipetas graduadas Pipetas volumétricas Seringas 14 Cálice graduado: ◦ Recipiente de medida cônica em que a circunferência é maior no corpo do que na base; ◦ Suportam até 20oC; ◦ Medidas aceitáveis para manipulação de medicamentos. Materiais e equipamentos utilizados na farmacotécnica Béqueres graduados ◦ Material de vidro que possuem macas de graduação pintadas; ◦ Medidas de volume não são precisas; ◦ 50 a 1000 mL; ◦ Resistentes a calor 15 Materiais e equipamentos utilizados na farmacotécnica Bastões de vidro: agitação de preparações líquidas Tiras de pH: monitorar a qualidade das preparações que tem água Termômetro: monitorar e ajustar temperatura do banho-maria ou de líquidos e semi-sólidos 16 Dispositivos de aquecimento: Materiais e equipamentos utilizados na farmacotécnica Forno micro-ondas: • Conveniente, rápido, seguro; • Não aquece substancias apolares; • Usado para improviso de banho-maria; Placas de aquecimento: • Fonte de calor rápida e direta; • Disponível com agitação magnética 17 Banho-maria: • Utilizada para formulações que exigem temperaturas constantes; • conveniente para formulações com temperatura igual ou próximas de 100 oC. Materiais e equipamentos utilizados na farmacotécnica 18 Balanças • Capacidade: peso máximo, incluindo recipientes e taras, que pode ser colocado sobre ela •À medida que a capacidade aumenta, a sensibilidade diminui; • Alocadas em espaço com ausencia de vibrações Materiais e equipamentos utilizados na farmacotécnica Balança analítica: Precisão de 0,0001g Balança semi-analítica: Precisão de 0,001g 19 Matérias-Primas para manipulação 20 Matérias-primas para manipulação 1. Substâncias ativas: substâncias destinada ao uso diagnóstico, cura, tratamento ou prevenção de doenças em seres humanos ou outros animais ou para uso como suplementos nutricionais; 2. Substâncias adicionadas: matérias-primas necessárias para a obtenção do medicamento, não sendo pretendida uma resposta farmacológica quando administradas isoladamente (excipientes). 21 Medicamentos industrializados como matérias-primas para manipulação: Medicamentos industrializados como comprimidos, cápsulas ou injeções podem ser utilizados como matérias-prima para manipulação; Registrar lote e validade; Formas farmacêuticas sólidas que não podem ser usadas para manipulação: Matérias-primas para manipulação 1. Comprimidos de liberação controlada; 2. Fármacos em cápsulas ou comprimidos com açúcar para mascarar sabor; 3. Comprimidos sublinguais 22 Aspectos gerais: Qualquer componentes, diferente da substância ativa, adicionado intencionalmente na formulacã̧o para compor a forma farmacêutica. Exigências: • Inércia, incluindo toxicidade; • Tolerância fisiológica; • Ausência de microorganismos; • Estabilidade quıḿica, fıśica e microbiana; • Deve-se conhecer a influência sobre o comportamento de liberacã̧o e absorcã̧o do medicamento; Aspectos Gerais: Excipientes Farmacêuticos 23 Solventes e agentes solubilizantes Água Aspectos Gerais: Excipientes Farmacêuticos Solvente mais usado e desejado para as formas farmacêuticas líquidas; Água purificada: usada pra preparações não estéreis; Água potável: lavagem de vidrarias. Não deve ser aplicada quando a esterilidade é requerida; Formas farmacêuticas de uso externo e interno. Água para soluções parenterais: água para estéril para injeção 24 Solventes e agentes solubilizantes Álcool Glicóis Aspectos Gerais: Excipientes Farmacêuticos Usado como veículo para preparações de uso interno e externo (96%); Também tem propriedade antisséptica, com concentração usual de 70%. Deve ser acondicionado longe do fogo; Em pediatria: 12 anos = -10%. Glicerina: solvente ou veículo para formas farmacêuticas de uso interno ou externo. Propriedade umectante. Propilenoglicol: uso externo e interno. Umectante e conservante. 25 Conservantes antimicrobianos: “Substâncias adicionadas às formas farmacêuticas não estéreis para protegê-las do crescimento microbiológico ou daqueles introduzidos no processo de manipulação”. Formas farmacêuticas contendo água ou pomadas oftálmicas; Não há necessidade: Aspectos Gerais: Excipientes Farmacêuticos • Utilização imediata; • Ausência de água na formulação; • pH < 3 ou > 9; • Excipientes com propriedade antimicrobiana Contraindicação:Neonatos, soluções para cirurgia ocular, produtos parenterais >30 mL 26 Conservantes mais utilizados: Aspectos Gerais: Excipientes Farmacêuticos Ácido benzoico/ benzoato de sódio: Concentração efetiva de 0,1 a 0,3% Não é efetivo em soluções com pH acima de 5; Atende a maioria das propriedades de um conservante ideal Parabenos (Metilparabeno/ Propilparabeno) Solubilidade melhor em álcool ou propilenoglicol; Concentração efetiva: Metilparabeno = 0,05 a 0,25% e propilparabeno = 0,02 a 0,04%; Associação dos parabenos tem efeito sinérgico; Inúmeras formas farmacêuticas; Desvantagens: podem causar reações de hipersensibilidade 27 Agentes indutores de viscosidade Moléculas que interagem com a água para formar um sistema estruturado (coloides); Preparações tópicas: consistência e suavidade desejáveis ; Preparações orais: melhora a palatibilidade; Compostos mais utilizados: derivados da celulose, goma xantana, carbomeros. Aspectos Gerais: Excipientes Farmacêuticos 28 Surfactantes ❖ Também chamados de tensoativos; ❖ Moléculas que adsorvem às interfaces; ❖ reduzem a tensão superficial; ❖ Se concentra na interface das duas fases imiscíveis, geralmente óleo e água; ❖ Emulsões. Aspectos Gerais: Excipientes Farmacêuticos 29 1. Agentes acidificantes/alcalinizantes: acertar e manter o pH. Ex: aćido cıt́rico, aćido acético, carbonato de sódio, bicarbonato de sódio, etc. 2. Antioxidantes: evitar a oxidacã̧o dos componentes da fórmula. Ex: sulfito de sódio, metabissulfito de sódio, aćido cıt́rico, EDTA. 3. Agentes quelantes: eliminam substâncias indesejáveis da formulação ou para facilitar a dissolucã̧o de substâncias desejav́eis. Ex: EDTA. Aspectos Gerais: Excipientes Farmacêuticos 30 Corantes ❖ Tintura que pode dar cor quando adicionado em alimentos, medicamentos, cosméticos ou aplicados no corpo; ❖ Devem ser atóxicos, inativos, sem ser empregados para disfarçar má qualidade do produto; ❖ suscetíveis a reações de oxidação ou redução ❖ Concentração dos corantes: ❖ Líquidos: 0,001 a 0,0005% ❖ Pós: 0,1 % Aspectos Gerais: Excipientes Farmacêuticos Pigmentos: formas do corante insolúveis em água 31 6. Flavorizante: fornecer sabor agradav́eis. 7. Essências: fornecem aroma às formulações 8. Umectante: umectar e hidratar a pele e a formulação. Ex.: glicerina. 9. Emolientes: ação amaciante da pele. Ex.: glicerina, óleo de amêndoas; 10. Oclusivos: impedem a evaporação da água da pele. Aspectos Gerais: Excipientes Farmacêuticos 32 Tipos de Formas Farmacêuticas Preparações Semi-sólidas: ❖Pomadas: Forma farmacêutica para aplicacã̧o na pele ou em membranas mucosas, que consiste da solucã̧o ou dispersão de um ou mais princıṕios ativos em baixas proporcõ̧es em uma base adequada usualmente não aquosa. Indicado para feridas abertas. < 20% de água e voláteis, > 50% de hidrocarbonetos ❖ Cremes: E uma emulsão, formada por uma fase lipofıĺica e uma fase hidrofıĺica. Contém um ou mais princıṕios ativos dissolvidos ou dispersos em uma base apropriada e é utilizada, normalmente, para aplicacã̧o externa na pele ou nas membranas mucosas. 33 ❖ Gel: E a forma farmacêutica semissólida de um ou mais princıṕios ativos que contém um agente gelificante para fornecer firmeza a uma solucã̧o ou dispersão coloidal (um sistema no qual partıćulas de dimensão coloidal – tipicamente entre 1 nm e 1 μm – são distribuıd́as uniformemente através do lıq́uido). Um gel pode conter partıćulas suspensas. Tipos de Formas Farmacêuticas 34 ❖ Cápsulas: E a forma farmacêutica sólida em que o princıṕio ativo e os excipientes estão contidos em um invólucro solúvel duro ou mole, de formatos e tamanhos variados, usualmente, contendo uma dose única do princıṕio ativo. Normalmente é formada de gelatina, mas pode, também, ser de amido ou de outras substâncias; ❖ Mascaramento de odor e sabor; ❖ Fácil liberação; ❖ Boa estabilidade; ❖ Baixo risco de contaminação cruzada Tipos de Formas Farmacêuticas 35 ❖ Comprimidos: E a forma farmacêutica sólida contendo uma dose única de um ou mais princıṕios ativos, com ou sem excipientes, obtida pela compressão de volumes uniformes de partıćulas. Pode ser de uma ampla variedade de tamanhos, formatos, apresentar marcacõ̧es na superfıćie e ser revestido ou não Tipos de Formas Farmacêuticas 36 Suspensão: ❖ preparações líquidas constituídas de partículas sólidas dispersas em uma fase líquida na qual são insolúveis ❖Soluções: Uma ou mais substancia química dissolvidas em um solvente apropriado ❖ Espíritos; ❖ Tinturas; ❖ Águas aromáticas; ❖ Elixires; ❖ Xaropes; ❖ Loção; ❖ Ótico, oftálmico, nasal. Tipos de Formas Farmacêuticas 37 Emulsões: Sistemas bifásicos nos quais um líquido está disperso em outro na forma de pequenas gotículas Tipos de Formas Farmacêuticas 38 Supositórios: ❖ Corpos sólidos adaptados para introdução no orifício retal, vaginal, uretral do corpo humano. Fundem-se, amolecem-se ou dissolvem-se à temperatura corporal. ❖ Manipulação realizada em último caso Tipos de Formas Farmacêuticas 39
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