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Legislação Ambiental 1 Legislação Ambiental Jalmir Cabral Júnior 2ª e di çã o Legislação Ambiental 2 DIREÇÃO SUPERIOR Chanceler Joaquim de Oliveira Reitora Marlene Salgado de Oliveira Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva FICHA TÉCNICA Direção Editorial: Diogo Pereira da Silva e Patrícia Figueiredo Pereira Salgado Texto: Jalmir Cabral Júnior Revisão Ortográfica: Rafael Dias Carvalho Moraes, Christina Corrêa da Fonseca Projeto Gráfico e Editoração: Antonia Machado, Eduardo Bordoni, e Fabrício Ramos Supervisão de Materiais Instrucionais: Antônia Machado Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos COORDENAÇÃO GERAL: Departamento de Ensino a Distância Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo – Campus Niterói Bibliotecária: Elizabeth Franco Martins CRB 7/4990 Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se r esponsabilizando a ASOEC pelo conteúdo do texto formulado. © Departamento de Ensi no a Dist ância - Universidade Salgado de Oliveira Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedora da Univer sidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). C117l Cabral Junior, Jalmir. Legislação ambiental / Jalmir Cabral Junior ; revisão de Rafael Dias de Carvalho Moraes e Christina Corrêa da Fonseca. – 2. ed. - Niterói, RJ: EAD/UNIVERSO, 2017. 144 p. : il. 1. Gestão ambiental - Legislação. 2. Direito ambiental. 3. Ecologia. 4. Crime contra o meio ambiente. 5. Lixo – Eliminação - Legislação. I. Moraes, Rafael Dias de Carvalho. II. Fonseca, Christina Corrêa da. III. Título. CDD 341.347 Legislação Ambiental 3 Palavra da Reitora Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo, exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSO EAD, que reúne os diferentes segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero bem-sucedidas mundialmente. São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio dessa modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço presentes nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio tempo e gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se responsável pela própria aprendizagem. O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo momento ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de nossa plataforma. Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos. A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem- sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização, graduação ou pós-graduação. Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona. Seja bem-vindo à UNIVERSO EAD! Professora Marlene Salgado de Oliveira Reitora Legislação Ambiental 4 Legislação Ambiental 5 Sumário Apresentação da disciplina ................................................................................................ 07 Plano da disciplina .............................................................................................................. 09 Unidade 1 - O Surgimento do Direito .............................................................................. 13 Unidade 2 – História da Legislação Ambiental no Brasil ............................................... 35 Unidade 3 – Conceitos de Direito Ambiental ................................................................ 51 Unidade 4 – Dos Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente .................... 69 Unidade 5 – Crime Ambiental (Lei 9605/98) ................................................................... 91 Unidade 6 – Da Política Nacional dos Resíduos Sólidos (Lei 12.305/10) ..................... 109 Considerações finais ........................................................................................................... 133 Conhecendo o autor ........................................................................................................... 135 Referências ........................................................................................................................... 137 Anexos ................................................................................................................................. 139 Legislação Ambiental 6 Legislação Ambiental 7 Apresentação da Disciplina Querido aluno, Seja bem-vindo a disciplina de Legislação Ambiental. Nesta disciplina você terá a oportunidade de conhecer legislações ambientais que com certeza irão agregar valor para tua carreira profissional. Não pense que o entendimento da legislação, principalmente ambiental, está restrito ao aluno de direito que pretende atuar ou até mesmo ao advogado ambientalista. O Engenheiro Ambiental necessita de tais conhecimentos para se tornar um profissional completo. Estude cada Unidade com calma, e caso venha a suscitar dúvidas, procure teu tutor. Não deixe que as dúvidas se acumulem, até porque os assuntos das seis Unidades são correlacionados. Esta disciplina foi produzida de forma simples, para que você entenda a legislação de uma maneira mais fácil e objetiva. E não esqueça, que o teu sucesso, só depende de você! Abraços e fique com DEUS! Legislação Ambiental 8 Legislação Ambiental 9 Plano da Disciplina A disciplina de Legislação Ambiental fundamenta-se no estudo das principais legislações ambientais no Brasil desde a origem do Direito, a evolução e as leis atuais. O Objetivo não é interpretar a legislação ambiental com base nas nossas conveniências, mas sim entender o que o legislador realmente pretende com os dispositivos legais, a partir dos comentários, transformando esse estudo, que muitas vezes não é de agrado do aluno, em um estudo mais claro e objetivo, facilitando a interpretação do estudante. O conteúdo desta disciplina está dividido, para efeito didático e estrutural, em seis unidades de estudo que abordarão desde a História do Direito até a Lei de Política Nacional de Educação Ambiental. Seguiremos com a apresentação de cada unidade: Unidade 1: O Surgimento do Direito Na primeira unidade veremos o surgimento do direito, bem como as definições e diferenças entre legislação, decretos, portarias e os diversos tipos de revogação, a manifestação da Constituição daRepública Federativa do Brasil na Hierarquia das Leis. Objetivo: Fazer com que os alunos consigam adquirir base e melhor entendimento para as unidades seguintes. Unidade 2: História da Legislação Ambiental no Brasil Nesta unidade veremos a história da Legislação Ambiental no Brasil através do posicionamento adotado durante a Primeira Conferência Mundial das Nações Unidas, bem como a criação da Política Nacional de Meio Ambiente através da Lei 6938 de 31 de Agosto de 1981. Objetivo: Entender o quanto os posicionamentos Políticos podem vir a influenciar alguns países a mudarem suas visões quanto as questões ambientais. Legislação Ambiental 10 Unidade 3: Conceitos de Direito Ambiental Na unidade em questão, veremos a existência de diversos conceitos e princípios de direito ambiental. O direito ambiental é sem dúvidas a ciência que rege as relações do homem com o meio ambiente que o cerca. Objetivo: Tomar conhecimento dos principais conceitos e princípios oriundos da própria legislação. Unidade 4: Dos Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente Na Unidade 04, estaremos abordando dois assuntos de extrema importância quanto tratamos de uma proteção ambiental efetiva, uma vez que, falaremos do Zoneamento Ambiental e Licenciamento Ambiental, ressaltando que ambos são considerados como instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente (Lei 6938/81- PNMA). Aproveitando, daremos ênfase na Lei 6.803/80, que trata sobre Zoneamento Industrial. Objetivo: Conhecer a relação existente do Processo de Licenciamento Ambiental com os Zoneamentos Ambiental e Industrial. Unidade 5: Crime Ambiental (Lei 9605/98) Na Unidade 05, trataremos de alguns pontos importantes da Lei 9605 de 12 de fevereiro de 1998, que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente e de outras providências. A referida Lei é composta de 08 capítulos, acompanhada por 82 artigos. Objetivo: Entender a diferença entre Crime Ambiental e Infração Administrativa. Legislação Ambiental 11 Unidade 6: Da Política Nacional dos Resíduos Sólidos (Lei 12.305/10) Na Unidade 06, que é a última, falaremos de pontos importantes tanto da Política Nacional de Resíduos Sólidos quanto da Política Nacional de Educação Ambiental. A primeira é embasada na Lei 12305 de 05 de agosto 2010 e a segunda na Lei 9795 de 27 de abril de 1999. Objetivos: Adquirir um bom conhecimento sobre pontos fundamentais da Política Nacional de Resíduos Sólidos, bem como perceber que a Política Nacional de Educação Ambiental, se aplicada corretamente, se torna uma grande ferramenta de conscientização ambiental em todo território nacional. Bons Estudos! Legislação Ambiental 12 Legislação Ambiental 13 1 O Surgimento do Direito História do Direito. Nascimento da Noção de Direito. Definições na Legislação. A Constituição Federal na Hierarquia das Leis. Legislação Ambiental 14 Prezado aluno, nesta unidade veremos o surgimento do direito, bem como as definições e diferenças entre legislação, decretos, portarias e os diversos tipos de revogação, a manifestação da Constituição da República Federativa do Brasil na Hierarquia das Leis. Objetivos da Unidade Conhecer a origem do Direito e as definições e diferenças entre legislação, decretos, portarias e os diversos tipos de revogação. Plano da Unidade : História do Direito. Nascimento da Noção de Direito. Definições na Legislação. A Constituição Federal na Hierarquia das Leis. Bons Estudos! Legislação Ambiental 15 História do Direito A História do Direito é o ramo da história social que se ocupa da análise, da crítica e da desmistificação (esclarecimento) dos institutos, das normas, dos pensamentos e dos saberes jurídicos do passado. Ela é uma disciplina obrigatória nos cursos de Direito e possui uma autonomia disciplinar. E é importante que vocês, ainda que não sejam alunos do curso acima citado, conheçam a história do direito. Pois não há do que se falar de assuntos atuais, sem antes conhecermos sua origem. Quando estudamos a história do direito, o que encontramos são tradições culturais particulares, que informam práticos rituais de resolução de conflitos sejam estas formais ou informais, codificadas ou não, escritas ou não. Legislação Ambiental 16 Pode limitar-se a uma ordem nacional, abrangendo o direito de um conjunto de povos identificados pela mesma linguagem ou tradições culturais. Pode-se falar em história do Direito Romano e suas instituições, do Direito português, do brasileiro, da Common-law ou se estender ao plano mundial. Sabe-se, por exemplo, que segundo a tradição europeia continental, a história do Direito Romano e de suas instituições tem grande importância menor na tradição angloamericana e quase nenhuma para os povos de tradição islâmica. O Direito e a História vivem em regime de mútua influência, a ponto de Ortolan (um grande especialista em Direito Romano) ter afirmado que todo historiador deveria ser jurisconsulto, todo jurisconsulto deveria ser historiador. O certo é que o Direito vive impregnado de fatos históricos, que comandam o seu rumo, e a sua compreensão exige, muitas vezes, o conhecimento das condições sociais existentes à época em que foi elaborado. A Escola Histórica do Direito, de formação germânica, criada no início do século XIX, valorizou e deu grande impulso aos estudos históricos do Direito. É necessário que a história do direito, paralelamente à análise da legislação antiga, proceda à investigação nos documentos históricos da mesma época. A pesquisa histórica pode recorrer às fontes jurídicas que tomam por base as Leis, o Direito Consuetudinário, as sentenças judiciais e as obras doutrinárias às fontes não jurídicas, como livros, cartas e outros documentos. Direito Consuetudinário é o direito que surge dos costumes de certa sociedade, não passa por um processo de criação de leis como no Brasil onde o legislativo cria leis, emendas constitucionais, medidas provisórias, etc. No direito consuetudinário, as leis não precisam necessariamente estar em um papel ou serem sancionadas ou promulgadas. Os costumes transformam-se nas leis. Common-law - Direito Comum - é proveniente da língua Inglesa, que significa Direito Comum. Seria aquele direito que foi decidido através de decisões Tribunais, ou seja, que não foram criados pelas mãos dos legisladores (aqueles que criam as leis). Legislação Ambiental 17 A história do direito é de suma importância para o estudo da ciência jurídica, pois, visa compreender o processo de evolução e constante transformação das civilizações humanas no decorrer da história dos diversos povos e, consequentemente, das diversas culturas, do ponto de vista jurídico, sendo assim o direito a ciência do conviver. Nascimento da Noção de Direito O mais antigo texto de lei de que se tem notícia é o Código de Ur-Nammu, redigido por volta de 2100 a.C. O Código de Hamurabi (1750 a.C.), erradamente considerado como o mais antigo texto legal conhecido, é, na verdade, o mais antigo texto jurídico quase completo que chegou até os nossos dias. Importante O Código de Ur-Nammu foi encontrado nas ruínas de templos da época do rei Ur-Nammu, na região da Mesopotâmia, onde fica o Iraque atualmente. Definições na Legislação Legislação significa ato de legislar. E seria o conjunto das leis sobre determinada matéria: Legislação Ambiental. Ou seja, a totalidade das leis de um Estado, ou de algum dos ramos do Direito: a legislação previdenciária; a legislação penal. Legislação Ambiental 18 Lei Lei é espécienormativa constante do artigo 59 da Constituição Federal (A partir daqui CF). De uso exclusivo do Poder Legislativo, tem a característica de generalidade e abstração. Ela inova a ordem jurídica e possui o poder de obrigar a todos (erga omnes). Lei (do verbo latino ligare, que significa "aquilo que liga", ou legere, que significa "aquilo que se lê") é uma norma ou conjunto de normas jurídicas criadas através dos processos próprios do ato normativo e estabelecidas pelas autoridades competentes para o efeito. A palavra lei pode ser empregada em três sentidos diferentes, conforme a abrangência que se pretenda dar a ela. Em uma definição amplíssima, lei é toda a regra jurídica, escrita ou não; aqui ela abrange os costumes e todas as normas formalmente produzidas pelo Estado, representadas, por exemplo, pela Constituição federal, medida provisória, decreto, lei ordinária, lei complementar, etc. Já em um sentido amplo, lei é somente a regra jurídica escrita, excluindo-se dessa acessão, portanto, o costume jurídico. Por fim, em uma acessão técnica e específica, a palavra lei designa uma modalidade de regra escrita, que apresenta determinadas características; no direito brasileiro, são técnicas apenas a lei complementar e a lei ordinária. A lei, no seu processo de formulação, passa por várias etapas estabelecidas na Constituição. Neste processo temos a iniciativa da lei, discussão, votação, aprovação, sanção, promulgação, publicação e vigência da lei. A iniciativa da lei normalmente compete ao órgão executivo ou ao legislativo, mas há casos em que a própria Constituição determina que a iniciativa caiba ao judiciário. Proposta a lei, segue-se a sua discussão no Congresso Nacional, se Federal, ou nas Assembleias Legislativas, se Estadual; em seguida, vem a sua votação, que é a manifestação da opinião dos deputados parlamentares, favorável ou contrária, ao projeto de lei. Se for favorável ao projeto, ou seja, se conseguir a maioria dos votos, a lei estará aprovada pelo órgão legislativo. Então, a lei é encaminhada ao Presidente da República (Lei Federal) ou ao Governador de Estado (Lei Estadual), que poderá sancioná-la ou vetá-la. Legislação Ambiental 19 Em Portugal, por exemplo, os projetos e propostas de lei, depois de aprovados pela Assembleia da República, designam-se como decretos e, só após a promulgação pelo Presidente da República e a refenda do Primeiro-Ministro, são publicados em Diário da República, assumindo a forma de leis. Em sentido amplo, lei abrange qualquer norma jurídica enquanto em sentido restrito compreende apenas os diplomas emanados pela Assembleia. Vetada, total ou parcialmente, o veto é submetido ao Congresso ou à Assembleia, que poderão derrubá-lo. Rejeitado, o órgão executivo tem que acatar a decisão do órgão legislativo. Nesse caso, bem como nos casos em que o poder de veto não é exercido no prazo legal (quando se diz haver sanção tácita), o Presidente da República deve acatar a lei promulgada pelo poder legislativo. Sancionada e promulgada (ato pelo qual o órgão executivo determina a sua execução), a lei é publicada no Diário Oficial. Importante A sanção tácita de um projeto de lei se dá quando, no prazo de quinze dias corridos, contados da data do recebimento do projeto de lei, o presidente da República não o sanciona nem o veta. A sua vigência dá-se após o prazo de 5 dias em Portugal, ou de 45 dias, no Brasil, desde a data da sua publicação, ou no prazo estabelecido expressamente no diploma legal. Este período entre a publicação e a entrada em vigor da lei é conhecido pela expressão latina vacatio legis. Legislação Ambiental 20 Decreto-lei Decreto-lei é um decreto com força de lei, que emana do Poder Executivo (representados por prefeitos, governadores e presidente da república), previsto nos sistemas legislativos de alguns países. Os decretos-leis podem aplicar-se à ordem econômica, fiscal, social, territorial e de segurança, com legitimidade efetiva de uma norma administrativa e poder de lei desde a sua edição, sanção e publicação no diário ou jornal oficial. O decreto-lei existe em Portugal e em outros países e territórios com sistemas constitucionais e jurídicos inspirados nos portugueses. Aliás, os decretos-lei constituem a maioria das leis ordinárias publicadas em Portugal. No Brasil, o decreto-lei deixou de ser previsto na Constituição de 1988. Ou seja, Decreto-Lei não mais existe em nosso ordenamento jurídico. É espécie de ato normativo que foi substituído na Constituição de 1988 pela Medida Provisória. De acordo com o artigo 55, da Constituição Federal de 1967, com redação dada pela EC nº 1/69, "o Presidente da República, em casos de urgência ou de interesse público relevante, e desde que não haja aumento de despesa, poderá expedir decretos-leis sobre as seguintes matérias: I - segurança nacional; II - finanças públicas, inclusive normas tributárias; e III - criação de cargos públicos e fixação de vencimentos". Hoje prevê a Constituição Federal, em seu artigo 62, que "em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional". Decreto serve para regulamentar uma lei (caso de decreto regulamentar do art 84, IV da CF) é privativo do chefe do poder executivo (Presidente da República, Governador e Prefeito). Já as Portarias são atos administrativos, geralmente internos, expedidos pelos chefes de órgãos. Incluem-se, segundo Hely Lopes Meirelles, na categoria de atos ordinatórios. Legislação Ambiental 21 Portarias As portarias possuem fundamento de validade em Decretos que, por sua vez, encontra fundamento de validade nas leis. Todos necessitam ter fundamento de validade na CF. Portaria é, em Direito, um documento de ato administrativo de qualquer autoridade pública, que contém instruções acerca da aplicação de leis ou de regulamentos, de recomendações de caráter geral, normas de execução de serviço, nomeações, demissões, punições, ou qualquer outra determinação da sua competência. Revogação A questão de quando as normas deixam de valer, de pertencer ao ordenamento jurídico, tem uma relevância especial na dogmática (na decisão dos fatos). São duas regras estruturais; a mais importante que regula a dinâmica, diz que uma norma perde a validade se revogada por outra. Essa regra especifica-se em outras três: a lex superior, a lex posterior e a lex specialis. Assim, afirma-se que "revogar significa retirar a validade por meio de outra norma". A norma revogada sai do sistema, interrompendo o curso de sua vigência. Mas revogar não significa sempre eliminar toda a eficácia, pode ocorrer que uma norma tenha sido revogada, mas que seus efeitos permaneçam (aliás, a eficácia não é revogada, mas anulada). Legislação Ambiental 22 Existem alguns tipos de revogação: 1. Revogação expressa: a lei indica o que está sendo revogado. 2. Revogação tácita: a norma revogadora é implícita e a revogação resulta da incompatibilidade entre as normas. Ex.: revogam-se as disposições em contrário. 3. Revogação de fato: Quando a norma cai em desuso. 4. Revogação total (ab-rogação): a lei posterior/superior revoga todo o diploma anterior/inferior. A lei toda desaparece, mediante a publicação de uma nova lei. Ex: art. 2045, CC, “revogam-se a lei 3.071, de 1º de janeiro de 1916 – Código Civil…”. 5. Revogação parcial (derrogação): norma posterior/superior revoga parcialmente a outra norma. Há supressão de trechos de seu texto. Ex.: art. 2045, CC, “revogam–se… e a Parte Primeira do Código Comercial, lei 556, de 31 de fevereiro de 1500”. O processo de Revogação se dá inicialmente ao entregar a apresentação do projeto na câmara e no senado (congresso). Se por eles aprovada, vai ao Presidente,que pode vetar o projeto, ou sancionar (aprovar). Quando aprovada, entra juridicamente em processo de promulgação, até sua publicação. Existe um prazo para que se saiba qual lei esta vigorando em determinada data. Desde a data de publicação, até entrar em vigor, na omissão de data fixa, este é o período denominado Vacatio legis, onde entre a publicação até entrar em vigor, são 45 dias de prazo de entendimento caso a lei não diga outro prazo, e 3 meses para o exterior, caso a lei não diga outro prazo. Legislação Ambiental 23 Sub-rogação O termo "sub-rogação" significa, no direito, substituição. Nessa modalidade de pagamento, um terceiro, que não o próprio devedor, efetua o pagamento da obrigação. Nesse caso, a obrigação não se extingue, mas somente tem o seu credor originário substituído, passando automaticamente a este terceiro (sub-rogado) todas as garantias e direitos do primeiro. O devedor, que antes pagaria ao originário, deverá realizar o pagamento ao sub-rogado, sem prejuízo algum para si. Na prática, é um instrumento muito utilizado quando, por exemplo, tem-se uma dívida com um credor que deverá ser paga em até 6 meses, necessariamente. É feita a sub-rogação por um terceiro, que paga a dívida e assume o papel de credor, oferecendo melhores condições de pagamento, como a prorrogação do prazo de pagamento para até 12 meses. Derrogação Ato de derrogar (abolir, modificar ou anular parcialmente uma lei). Revogação parcial de uma lei, por ato do poder competente. Por ser expressa, quando menciona, claramente, a parte que sendo anulada ou substituída; e subentendida, quando colide o novo dispositivo com que antes vigorava. Determina a Lei de Introdução do Código Civil (L.I.C.C) que “a lei terá vigor até que a outra a modifique ou revogue”. E ainda: ―A Lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior” ( L.I.C.C, art. 2º, parágrafo 2º). Legislação Ambiental 24 A Constituição Federal na Hierarquia das Leis Torna-se fundamental entendermos a hierarquia das normas jurídicas para o seu bom entendimento, principalmente quanto ocorrer um conflito entre as normas. As normas constitucionais, representadas pela Constituição Federal, estão no topo do ordenamento jurídico, estando assim, hierarquicamente, superior a todas as demais regras jurídicas. É importante deixar claro que nenhuma outra norma pode contrariar um princípio constitucional, sob pena de ser considerada como uma lei inconstitucional. Das normas constitucionais devem derivar todas as outras normas. As Leis Complementares, Leis Ordinárias, Leis Delegadas e Medidas Provisórias são normas jurídicas que estão no mesmo nível hierárquico. Não há subordinação entre elas. Elas se diferenciam pela matéria e pela forma do processo de criação legislativa. A Lei Complementar trata de matérias especificamente previstas na Constituição Federal e que exige um maior rigor no formalismo do processo legislativo, através do quorum (determinado número de pessoas) mínimo de aprovação da maioria absoluta. (Art. 69 – CF). A Lei Ordinária trata de matéria não reservada pela Constituição Federal à Lei Complementar e exige um menor rigor no formalismo do processo legislativo, através do quorum mínimo de aprovação da maioria simples. A Lei Delegada é elaborada pelo Presidente da República, mediante delegação do Congresso Nacional. A Medida Provisória tem força de lei e é adotada pelo Presidente da República em caso de relevância e urgência, mas que tem a necessidade de submissão imediata à apreciação do Congresso Nacional (Art. 62 – CF). Como já dito, essas quatro normas estão no mesmo patamar hierárquico. Assim, havendo um conflito entre tais leis há de se avaliar qual delas extrapolou os limites de competência previstos na Constituição Federal. Legislação Ambiental 25 Em relação às Leis Federais, Estaduais e Municipais também não há, a princípio, hierarquia. Todas estão no mesmo nível hierárquico. Havendo confronto entre as leis ordinárias nessas três esferas do Poder, há de se avaliar, também, a competência, legislativa em razão da matéria prevista na Constituição Federal para a União, para os Estados e para os Municípios. Há de se entender que uma Lei Federal não prevalecerá sobre uma Lei Municipal se a matéria objeto da norma for da competência do Município e vice-versa. O Art. 22 da CF estabelece que compete privativamente à união legislar sobre direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; sobre desapropriação, águas, energia, informática, telecomunicação e radiodifusão; serviço postal, sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais; sobre trânsito e transportes; propaganda comercial, etc. O parágrafo Único desse mesmo artigo prevê a possibilidade de a Lei Complementar autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas da União. O Art. 30 da CF estabelece que compete aos Municípios legislar sobre assuntos de interesse local; a suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; instituir e arrecadar os tributos de sua competência; organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial; promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano. Assim, está claro, que uma Lei Federal não poderá regular assuntos que são da competência dos municípios, bem como uma Lei Municipal não poderá adentrar na esfera legislativa da União. Extrai-se daí que não há hierarquia entre Leis Federais, Estaduais e Municipais. Havendo, porém, previsão na Constituição Federal para uma competência legislativa concorrente ou comum entre União, Estados e Municípios, aí sim poderia se invocar a hierarquização entre as normas federal, estadual ou municipal. Legislação Ambiental 26 O Art. 24 da CF reza que compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico, sobre orçamento, juntas comerciais, custas dos serviços forenses (jurídicos), produção e consumo; floresta, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos materiais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor; educação, cultura, ensino e desporto; criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas; procedimentos em matéria processual; previdência social, proteção e defesa da saúde; assistência jurídica e defensoria pública; proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência; proteção à infância e à juventude. Nesses casos, por serem competências concorrentes, a possibilidade de conflitos é grande. Daí, os quatro parágrafos que compõe o Art. 24 esclarecem que à União cabe estabelecer normas gerais, sem excluir a competência suplementar dos Estados. Assim, de acordo com o § 1º do referido artigo, uma Lei Federal estará afrontando uma Lei Estadual, nos casos de competência concorrente, se a união extrapolar os limites de normas gerais. Em outras palavras, nos casos de competência legislativa concorrente, a União não poderá legislar entrando em detalhes, em particularidades. Legislação Ambiental 27 Muito bem, chegamos ao fim desta unidade! Agora é hora de refletir um pouco sobre os conhecimentos adquiridos, pois você compreendeu a importância do Sistema Internacional de Medida, as aplicações dos vetores na física e terminou efetuando a 1ª regra de derivadas de polinômios para determinar uma equação velocidade em um plano. Na próxima unidadevocê vai estudar a história da Legislação Ambiental no Brasil. Neste momento em que finalizamos o conteúdo desta unidade de estudos, é fundamental que você não se esqueça de realizar os exercícios! Eles são fundamentais para ajudá-lo a fixar o conteúdo teórico trabalhado, a sistematizar as ideias e os conceitos apresentados, além de proporcionar a sua autonomia no processo ensino-aprendizagem. Procure interagir permanentemente conosco e utilize todos os recursos didáticos e pedagógicos disponibilizados com o objetivo de aprimorar a sua formação acadêmica. É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Legislação Ambiental 28 Legislação Ambiental 29 Exercícios da Unidade 1 1) Definição de história do Direito: a) É o ramo da história social que se ocupa da análise, da crítica e da desmistificação dos institutos, das normas, dos pensamentos e dos saberes jurídicos do passado; b) É o ramo da história social que não se ocupa da análise, da crítica e da desmistificação dos institutos, das normas, dos pensamentos e dos saberes jurídicos do passado; c) É o ramo da história social que se ocupa da análise, da crítica e da desmistificação dos institutos, das normas, dos pensamentos e dos saberes jurídicos do presente e do passado; d) É o ramo da história social que se ocupa da análise, da crítica e da desmistificação dos institutos, das normas, dos pensamentos e dos saberes jurídicos do passado e do futuro. e) É o ramo da história social que se ocupa do ato de legislar. 2) Marque a alternativa correta: a) O Código de Hamurabi é o texto de lei mais novo; b) O Código de Hamurabi é o texto de lei mais antigo; c) O Código de Ur-Nammu é considerado o texto de lei mais antigo; d) O Código de Ur-Nammu tratava de segurança do trabalho; e) Código de Ur-Nammu é considerado o texto de lei mais novo. Legislação Ambiental 30 3) A palavra Legislação significa: a) Deixar de criar leis; b) Ato de escrever versos; c) Ato de legislar; d) Criar vocábulos; e) Criar leis. 4) A palavra Lei é proveniente: a) Do verbo latino ligare, que significa "aquilo que liga", ou legere, que significa "aquilo que se lê"; b) Do verbo inglês liger, que significa aquilo que se liga, ou later, que significa aquilo que se vê; c) Do verbo aramaico ligue, que significa "aquilo que liga", ou legere, que significa "aquilo que se lê"; d) Do verbo grego ligar, que significa "aquilo que liga", ou legere, que significa "aquilo que se lê". e) Do verbo latino ligare, que significa "aquilo que desliga", ou legere, que significa "aquilo que se vê"; Legislação Ambiental 31 5) Marque a alternativa correta: a) Portaria é, em Direito, um documento de ato administrativo de qualquer autoridade pública, que contém instruções acerca da aplicação de leis ou regulamentos, recomendações de caráter geral, normas de execução de serviço, nomeações, demissões, punições, ou qualquer outra determinação da sua competência; b) Portaria é, em Direito, um documento de ato Legislativo de qualquer autoridade pública, que contém instruções acerca da aplicação de leis ou regulamentos, recomendações de caráter geral, normas de execução de serviço, nomeações, demissões, punições, ou qualquer outra determinação da sua competência. c) Portaria é, em Direito, um documento de sem ato administrativo de qualquer autoridade privada, que contém instruções acerca da aplicação de leis ou regulamentos, recomendações de caráter geral, normas de execução de serviço, nomeações, demissões, punições, ou qualquer outra determinação da sua competência. d) Portaria é, em Direito, um documento de ato exclusivo do poder judiciário, que contém instruções acerca da aplicação de leis ou regulamentos, recomendações de caráter geral, normas de execução de serviço, nomeações, demissões, punições, ou qualquer outra determinação da sua competência; e) Portaria é um documento de ato administrativo de qualquer autoridade pública, que contém instruções acerca de qualquer outra determinação da sua competência. Legislação Ambiental 32 6) Na Revogação: a) Sempre será eliminada toda a eficácia da lei; b) Nem sempre será eliminada toda a eficácia da lei; c) Sempre será preciso mudar todo dispositivo legal; d) Será exigida manifestação do poder executivo ; e) Sempre será eliminada o dispositivo legal. 7) A Derrogação é uma espécie de: a) Legislação; b) Sub-rogação; c) Norma; d) Revogação ; e) Dispositivo legal. 8) A Constituição Federal Brasileira é conhecida também como: a) Carta minoritária; b) Carta magna; c) Carta de amor; d) Carta da majoritária; e) Norma. Legislação Ambiental 33 9) A Lei Complementar trata de quais matérias? 10) Comente a seguinte afirmativa : “A Lei Delegada trata de matéria não reservada pela Constituição Federal à Lei Complementar e exige um menor rigor no formalismo do processo legislativo, através do quorum mínimo de aprovação da maioria simples.” Legislação Ambiental 34 Legislação Ambiental 35 2 História da Legislação Ambiental no Brasil História da Legislação Ambiental no Brasil através do posicionamento adotado durante a primeira conferência Mundial das Nações Unidas e Meio Ambiente ; A política nacional de Meio Ambiente - (Lei 6938 de 31 de Agosto de 1981) Legislação Ambiental 36 Caros alunos, Nesta unidade veremos a história da Legislação Ambiental no Brasil através do posicionamento adotado durante a Primeira Conferencia Mundial das Nações Unidas. Bem como a criação da Política Nacional de Meio Ambiente através da Lei 6938 de 31 de Agosto de 1981. Objetivos da Unidade : Conhecer história da Legislação Ambiental no Brasil através do posicionamento adotado durante a Primeira Conferencia Mundial das Nações Unida. Plano da Unidade : História da Legislação Ambiental no Brasil através do posicionamento adotado durante a primeira conferência Mundial das Nações Unidas e Meio Ambiente ; A política nacional de Meio Ambiente - (Lei 6938 de 31 de Agosto de 1981) Bons Estudos. Legislação Ambiental 37 História da Legislação Ambiental no Brasil através do posicionamento adotado durante a primeira conferência Mundial das Nações Unidas e Meio Ambiente . No ano de 1972, entre os dias 05 (cinco) a 16 (dezesseis) de junho, foi realizada a Primeira Conferencia Mundial das Nações Unidas na Cidade de Estocolmo, na Suécia. A referida Conferencia foi conhecida como a “primeira relação-homem natureza”, ou seja, a primeira vez que o homem através da ONU ( Organização Mundial das Ações Unidas) parou para tratar de uma forma efetiva sobre as questões ambientais. A referida organização convidou os países para que fosse discutido a problemática ambiental. Ressaltando que cada vez mais era visível o aumento da poluição atmosférica provocado pelas indústrias. Não podemos esquecer que pelo simples fato do Brasil conter recursos interessantes aos olhos dos demais países, foi e sempre será alvo de constante atenção, por suas grandes reservas de água potável, assim como por abranger grande parte da biodiversidade do planeta. E a grande dúvida surgiu exatamente após a Conferencia de Estocolmo. Seria o Brasil capaz de e preservar seu patrimônio? E ainda levar uma preocupação com a economia e com possíveis estratégias de desenvolvimento sustentável do país? Pensem no texto acima! Caros alunos, lembrando que o Brasil estando no rol dos paísessubdesenvolvidos, ou seja, em processo de industrialização, não compactuava com a decisão tomada pela ONU. Principalmente naquele período, onde, se destacavam dois pensamentos, eram eles: 1. os recursos naturais eram inesgotáveis; e 2. que não seria possível industrializar-se sem causar poluição. Legislação Ambiental 38 No período da conferência o Brasil encontrava- se teoricamente em um momento econômico bom, período este em que se passava por repressão política. Assim como em outros governos autoritários, havia uma preocupação quanto aos movimentos voltados para o meio ambiente, visto que não se sabia com certeza as consequências que tais repercussões poderiam trazer a economia destes países, bem como a politica já que as maiorias dos grupos ambientalistas eram de esquerda. Porém, não havia opressões dos países da Europa Ocidental e EUA sobre o regime vivido nos países em desenvolvimento no que dizia respeito aos direitos humano e meio ambiente, ao contrário, suas opressões eram voltadas somente para a segurança, modernização e crescimento desses países (LAGO, 2005; LAGO, 2007). Lembrando que da década de 70 vivíamos em regime militar. E uma das frases mais marcantes da época foi justamente manifestada pelo governo brasileiro: “A poluição é bem vinda”! A frase em questão trouxe um desgaste muito grande na imagem do Brasil. Mas veremos que o posicionamento supracitado acabou sendo positivo, uma vez que forçou o Brasil mudar sua postura. Foram criadas legislações (através do Poder Legislativo) e Resoluções do CONAMA (Conselho Nacional de Meio Ambiente, que iremos estudar nos próximos capítulos) com a intenção de Proteger o Meio Ambiente. Entre as mais importantes tivemos: No ano de 1980 – Criação da Lei 6803/80, dispondo sobre as diretrizes básicas para o zoneamento industrial nas áreas críticas de poluição, bem como providências ( veja o capítulo III). Legislação Ambiental 39 No ano de 1981- O Governo Brasileiro resolve criar a Lei 6938/81, conhecida como Lei PNMA, ou seja, Política Nacional de Meio Ambiente. A referida Lei criou o SISNAMA e CONAMA ( Falaremos mais adiante). No ano de 1986 – Resolução 001 de 1986 do CONAMA ( Conselho Nacional de Meio Ambiente) No ano de 1988 - Criação de um Capítulo na Constituição Federal da República Federativa do Brasil que trata sobre Meio Ambiente, com a seguinte redação: “art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações. § 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente; VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. Legislação Ambiental 40 § 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. § 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. § 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. § 5º - São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. § 6º - As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas. Além da competência comum da União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão proteger o meio ambiente através do combate ( órgãos ambientais competentes) poluição quaisquer que sejam. E ainda a preservação das Florestas, da fauna e da flora. Vejamos abaixo a manifestação do artigo 23 da Constituição da República Federativa do Brasil ( nossa Constituição Federal): Artigo 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; Legislação Ambiental 41 IMPORTANTE Insta salientar que o Brasil foi o primeiro País no mundo a ter um capítulo em sua Constituição Federal, ou seja, “Carta Magna” ( Lei Maior) que trata sobre “meio ambiente”. O artigo 225 (acima descrito), além de responsabilizar o Poder Público, também nos atribui (a coletividade) a responsabilidade de preservar o meio em que vivemos. Pois para que o direito de termos um meio ambiente ecologicamente equilibrado seja respeitado, não podemos esquecer dos nossos deveres em preservar de forma continua todos os meio em que frequentamos. No ano de 1992 – Brasil sede da ECO – 92 ( chamada também de RIO-92) . A Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento de 1992, põe fim a qualquer questionamento externo sobre a posição adotada pelo Brasil, já que sediou o evento popularmente conhecido como ECO- 92. Foi debatido o paradigma de desenvolvimento sustentável, direcionado para o crescimento com responsabilidade, cujo alicerce é o fortalecimento das ações integradas da sociedade, fazendo com que as decisões contemplem aspectos ambientais, sociais e econômicos. No ano de 1997 - Resolução 237 do CONAMA dispõe sobre Licenciamento Ambiental, veio a alterar a Resolução no 1/86 (revogou os artigos 3º e 7º) Dispõe sobre a revisão e complementação dos procedimentos e critérios utilizados para o licenciamento ambiental No ano de 1998 – Lei de Crimes Ambientais que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. No ano de 1999 – Neste ano o Brasil criou a Política Nacional de Educação Ambiental através da Lei 9795/99 ( vejam o Capitulo V). Ressaltando que, a referida Lei também foi consequência de uma atuação efetiva do Brasil no sistema das nações unidas em 1972, tendo participações interessantes em encontros de níveis internacionais que tratavam sobre Educação Ambiental. Legislação Ambiental 42 No ano de 2010 – Criação da Lei 12305 de 05 de agosto de 2010, institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos e alterou a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, além de dar outras providências. No ano de2012 - Em termos significativos o "Novo Código Florestal Brasileiro" é a Legislação Ambiental mais recente. E dispõe sobre a proteção da vegetação nativa. Alterando as Leis números: 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006. Revogando as Leis números: 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001. E além de dar outras providências. Concluo, com uma pergunta reflexiva: Quais são passos que devemos seguir para busca de uma consciência ecológica? A política nacional de Meio Ambiente - (Lei 6938 de 31 de Agosto de 1981) A Política Nacional de Meio Ambiente entrou em vigor no ano de 1981, com objetivo de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente ( principio que foi acompanhado pela própria Constituição Federal de 1988). A Política Nacional do Meio Ambiente adotou a responsabilidade civil objetiva para aquele que causar dano ao meio ambiente, ou seja, o poluidor fica obrigado a indenizar os danos causados ao meio ambiente e/ou a terceiros, independentemente da comprovação de culpa (artigo 14, § 1º). Dentre diversas "novidades", a Lei 6938/81 ( Política Nacional de Meio Ambiente) teve e tem um papel importante quando institui o SISNAMA- Sistema Nacional de Meio Ambiente. Pois tal sistema tem o intuito de harmonizar o desenvolvimento sócio-econômico e o meio ambiente, mediante a adoção de condições para o desenvolvimento sustentável, ou seja, explorando os recursos naturais conscientemente, de acordo com os interesses da segurança nacional, garantindo principalmente à proteção da Dignidade da Vida Humana. Legislação Ambiental 43 O Professor Paulo Bessa Antunes, define SISNAMA de uma forma interessante, vejamos: “SISNAMA é conjunto de órgãos e instituições sejam essas Federais, Estaduais e Municipais, cujo intuito é a Preservação Ambiental”. Exemplos: Federal - IBAMA (Instituto Brasileiro de Recursos Naturais e Renováveis. Estadual- Composto por todos os órgãos ambientais que representam o Poder Executivo Estadual. No Rio de Janeiro atualmente, temos o INEA (Instituto Estadual do Ambiente), ressaltando que este órgão foi criado entre 2008 e 2009 pelo Governo Estadual após destituição dos seguintes: FEEMA (Fundação Estadual de Engenharia e Meio Ambiente), SERLA (Secretaria Estadual de Rios e Lagoas) e IEF (Instituto Estadual de Florestas). Municipais- Seriam as Secretarias Municipais de Meio Ambiente. Ou seja: Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA O Sistema Nacional do Meio Ambiente é formado por órgãos, entidades e fundações federais, estaduais e municipais, e foi criado para viabilizar a implementação, a execução e a fiscalização da política ambiental adotada. A sua estrutura está prevista no artigo 6º da lei 6938/81 (já citada), sendo assim composto: a) Conselho de Governo (órgão superior); b) Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA (órgão consultivo e deliberativo); c) Ministério de Meio Ambiente (órgão central); d) (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA órgão executor); e) Órgãos ou entidades estaduais (órgãos seccionais); f) Órgãos ou entidades municipais (órgãos locais). Legislação Ambiental 44 Abaixo veremos os Princípios da Lei 6938/81 (POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE): I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo; II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; Ill - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas; V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras; VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais; VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental; VIII - recuperação de áreas degradadas; IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação; X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente. Legislação Ambiental 45 Terminamos mais uma unidade, agora você já conhece a história da Legislação Ambiental no Brasil através do posicionamento adotado durante a Primeira Conferencia Mundial das Nações Unida. Assim como a criação da Política Nacional de Meio Ambiente através da Lei 6938 de 31 de Agosto de 1981. Neste momento em que finalizamos o conteúdo desta unidade de estudos, é fundamental que você não se esqueça de realizar os exercícios! Eles são fundamentais para ajudá-lo a fixar o conteúdo teórico trabalhado, a sistematizar as ideias e os conceitos apresentados, além de proporcionar a sua autonomia no processo ensino-aprendizagem. Procure interagir permanentemente conosco e utilize todos os recursos didáticos e pedagógicos disponibilizados com o objetivo de aprimorar a sua formação acadêmica. É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Legislação Ambiental 46 Exercícios da Unidade 2 1) O posicionamento adotado pelo Brasil durante a 1ª Conferencia Mundial das Nações Unidas e Meio Ambiente foi visto como: a) Normal; b) Na contramão; c) Político; d) Racista; e) Amistoso. 2) Assinale a alternativa correta: a) No ano de 1971, entre os dias 05 (cinco) a 16 (dezesseis) de junho, foi realizada a Primeira Conferência Mundial das Nações Unidas na Cidade de Estocolmo, na Suécia; b) No ano de 1972, entre os dias 07 (sete) e 16 (dezesseis) de junho, foi realizada a Primeira Conferência Mundial das Nações Unidas na Cidade de Estocolmo, na Suíça; c) No ano de 1972, entre os dias 05 (cinco) e 16 (dezesseis) de junho, foi realizada a Primeira Conferência Mundial das Nações Unidas na Cidade de Estocolmo, na Suécia; d) No ano de 1972, entre os dias 05 (cinco) e 16 (dezesseis) de julho, foi realizada a Primeira Conferencia Mundial das Nações Unidas na Cidade de Estocolmo, na Suécia. e) No ano de 1972, entre os dias 05 (cinco) e 16 (dezesseis) de junho, foi realizada a Primeira Conferência Mundial das Nações Unidas na Cidade de Brasília, no Brasil. Legislação Ambiental 47 3) Segundo o Professor Paulo Bessa Antunes, SISNAMA é: a) Conjunto de órgãos e instituições Federais, Estaduais e Municipais, cujo intuito é a Preservação Animal; b) Conjunto de órgãos e instituições Federais e Estaduais, não prevendo as Municipais, cujo intuito é a Preservação Ambiental; c) Somente as instituições Estaduais e Municipais, cujo intuito é a Preservação Ambiental; d) Conjunto de órgãos e instituições Federais, Estaduais e Municipais, cujo intuito é a Preservação Ambiental; e) Somente as instituições Municipais, cujo intuito é a Preservação Ambiental. 4) A Política Nacional de Meio Ambiente tem como objetivo: a) Preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente; b) Somente a melhoria da qualidade do meio ambiente; c) Recuperação dos aterros sanitários; d) Cumprir e fazer cumprir as normas de vigilância sanitária; e) Recuperação da qualidade da vigilância sanitária. 5) É correto afirmar que o Novo Código Florestal dispõe sobre: a) Controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras; b) A proteção da vegetação nativa; c) Acompanhamento do estado da qualidade ambiental; d) Ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico; e) Acompanhamento do estado na manutenção do equilíbrioecológico. Legislação Ambiental 48 6) Marque a alternativa incorreta: a) Ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo é um principio da Política Nacional de Meio Ambiente; b) O Sistema Nacional do Meio Ambiente é formado por órgãos, entidades e fundações federais, estaduais e municipais, e foi criado para viabilizar a implementação, a execução e a fiscalização da política ambiental adotada. c) A Política Nacional do Meio Ambiente adotou a responsabilidade civil objetiva para aquele que causar dano ao meio ambiente; d) É competência exclusiva da União, proteger o meio ambiente através do combate da poluição. E ainda a preservação das Florestas, da fauna e da flora; e) É competência exclusiva dos municípios viabilizar a implementação, a execução e a fiscalização da política ambiental adotada. 7) Assinale a alternativa correta: a) O Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) não faz parte da estrutura do SISNAMA (Sistema Nacional de Meio Ambiente); b) A Primeira Conferencia Mundial das Nações Unidas na Cidade de Estocolmo também foi conhecida como a primeira relação homem natureza; c) A Resolução 237/97 do CONAMA dispõe sobre Recursos Hídricos; d) A lei 9605/98 trata sobre crimes contra fiscais do meio ambiente; e) A Resolução 237/97 do CONAMA dispõe sobre A Primeira Conferencia Mundial das Nações Unidas. Legislação Ambiental 49 8) É órgão considerado como executor do SISNAMA (Sistema Nacional de Meio Ambiente: a) CONAMA (conselho Nacional de Meio Ambiente); b) Conselho de Governo; c) IBAMA ( Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e de Recursos Naturais e Renovais); d) Ministério do Meio Ambiente; e) Instituições Federais, Estaduais e Municipais. 9) O Artigo 225 da Constituição Federal responsabiliza somente ao Poder Público o dever de defender e preservar o meio ambiente? Por quê? Fundamente. 10) A frase “A Poluição é bem vinda” manifestada pelo governo brasileiro em 1972 trouxe algum resultado positivo? Por quê? Fundamente. Legislação Ambiental 50 Legislação Ambiental 51 3 Conceitos do Direito Ambiental Princípios do Direito Ambiental Legislação Ambiental 52 Meus futuros engenheiros, na unidade em questão, veremos a existência de diversos conceitos e princípios de direito ambiental. O direito ambiental é sem dúvidas a ciência que rege as relações do homem com o meio ambiente que o cerca. Para isso torna-se necessário o conhecimento dos principais conceitos e princípios oriundos da própria legislação. E aproveitando, te desejo um ótimo estudo! Objetivo da unidade: Tomar conhecimento dos principais conceitos e princípios oriundos da própria legislação. Plano da unidade: Princípios do Direito Ambiental Bons estudos! Legislação Ambiental 53 Queridos estudantes, além da criação do SISNAMA, CONAMA a Política Nacional de Meio Ambiente (vista no capítulo anterior) trouxe importantes conceitos que contribuem para direito ambiental, são eles: a) meio ambiente> o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas; SAIBA MAIS! Os estudiosos de direito ambiental dividem o meio ambiente em quatro modalidades: - meio ambiente natural (ou físico ou ecossistema natural); - meio ambiente artificial (ou antrópico ou ecossistema social); - meio ambiente do trabalho (ou interno ou saúde e segurança do trabalho); - meio ambiente cultural. b) degradação da qualidade ambiental> alteração adversa das características do meio ambiente; c) Poluição > a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente: I - prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; II- criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; III- afetem desfavoravelmente a biota; Legislação Ambiental 54 IV - afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; V - lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais. estabelecidos d) Poluidor > a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental; e) Recursos ambientais > a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora. Importante Amado aluno, não confunda o conceito de Meio Ambiente ( escrito na letra a) com o de Recursos Ambientais ( escrito na letra d), que compreende, conforme o inciso V, artigo 3° da Lei 6.938/81 ( Política Nacional de Meio Ambiente) : “a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora”. Legislação Ambiental 55 IMPORTANTE É o artigo 3º, inciso II da Lei 6.938/81 (Política Nacional de Meio Ambiente) que específica que qualquer alteração não comum às características de um determinado meio ambiente consiste em degradação da qualidade ambiental (vide letra b) Existe uma relação entre o conceito da letra b com o da letra c. Pois quando a degradação da qualidade ambiental, resultar em prejuízo para a saúde, a segurança e o bem estar comum; criar condições desfavoráveis às atividades sociais e econômicas; afetar a biota de forma desfavorável ou as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; ou fazer lançamento de matérias ou energias em desacordo com os padrões ambientais adotados (veja na letra c), teremos a poluição deste meio, conceito também inserido pelo artigo 3º. Princípios de Direito Ambiental Queridos, uma vez que os Princípios do Direito Ambiental encontram-se embutidos nas leis e fundamentados pela nossa própria Carta Magna ( vide unidade I), os mesmos tem por finalidade proporcionar para as presentes e futuras gerações, as garantias de preservação da qualidade de vida, em qualquer forma que esta se apresente, conciliando elementos econômicos e sociais, isto é, crescendo de acordo com a ideia de desenvolvimento sustentável. O professor Paulo Bessa Antunes, que na minha humilde opinião é sem sobra de dúvidas o Papa do Direito Ambiental, divide os princípios de duas formas, em implícitas e explícitas, diz que os princípios jurídicos podem ser implícitos e explícitos. Explícitos são aqueles que estão claramente escritos nos textos legais e, fundamentalmente, na Constituição da República Federativa do Brasil; implícitos são os princípios que decorrem do sistema Constitucional, ainda que não se encontrem escritos. Legislação Ambiental 56 Princípio do Direito Humano Fundamental O direito ao meio ambiente protegido é um direito difuso, já que pertence a todos e é um direito humano fundamental, consagrado nos Princípios 1 e 2 da Declaração de Estocolmo (Primeira Conferencia Mundial das Nações Unidas e Meio Ambiente, ocorrido em 1972 na cidade de Estocolmo na Suécia) e reafirmado na Declaração do Rio ( ECO-92). v Princípio da dignidade da pessoa humana Tem como base legal o artigo 225 da Constituição Federal ( vide definição na unidade II), no qual todos tem direito a uma vida digna, tornando o meio ecologicamente equilibrado para sadia qualidade de vida, ou seja, ar puro, rios que não estejam contaminados, alimentos frescos, saneamento básico, entre outros elementos que contribuem para o bem estar da população. Princípio Democrático Nós vivemos em um país cuja sua Lei Maior (Constituição Federal) o considerado como democrático. E por isso, este princípio tem como objetivo assegurara todos os cidadãos o direito à informação e a participação na elaboração das políticas públicas ambientais, de modo que a ele deve ser assegurado os mecanismos judiciais, legislativos e administrativos que efetivam o princípio. Exemplos de participação: Ação Popular, Ação Civil Pública, audiências públicas, entre outros. Legislação Ambiental 57 Princípio do Poluidor-Pagador O princípio em questão nos ensina que aquele que causa poluição é o poluidor, seja este pessoa física ou jurídica e de acordo com o princípio do poluidor-pagador, o poluidor é obrigado a recuperar ou indenizar pelos danos causados ao meio ambiente. Princípio do usuário pagador Querido discente é importante frisar, a diferença entre do Princípio do Poluidor-Pagador, que tem uma visão de reparação e punição pelos danos causados ao meio ambiente (visto acima). No caso do Princípio do Usuário- Pagador, se parte do princípio de que aqueles que utilizam recursos naturais devem pagar pelos mesmos, uma vez que não há do que se falar em responsabilidade do Estado em arcar com a compra de recursos naturais para que uma Empresa privada venha se beneficiar. Vejamos a manifestação da Lei nº 6.938/1981 em seu artigo 4º, inciso VII: como um dos objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente, a “imposição (...) ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos”. Segundo a Professora Maria Luiza Machado Granziera, o Princípio do Usuário- Pagador, este princípio refere-se ao uso autorizado de um recurso, observando as normas vigentes, inclusive os padrões legalmente fixados. Trata-se de pagar pelo uso privativo de um recurso ambiental de natureza pública, em face de sua escassez, e não como uma penalidade decorrente do ilícito. Legislação Ambiental 58 Princípio do Equilíbrio Princípio que responsabiliza a Administração Pública (representada pelos órgãos ambientais competentes), no sentido de pensar em todas as consequências (no âmbito negativo) de determinada intervenção no meio ambiente, buscando adotar uma solução que vise atingir o desenvolvimento sustentável (um desenvolvimento consciente). Princípio do Limite Este princípio também é de responsabilidade da Administração Pública (representada pelos órgãos ambientais competentes), que com intuito de promover o desenvolvimento sustentável, tem o dever de criar e estabelecer parâmetros mínimos a serem observados nas seguintes situações: emissões de partículas, ruídos, sons, destinação final de resíduos sólidos, hospitalares e líquidos. Princípio da Precaução A visão principal do princípio da precaução é ter “cautela”. Pelo fato de existirem certas atividades que colocadas em prática podem provocar efeitos desconhecidos, ou, ainda, provocar danos ambientais irreparáveis. Precaução significa: cuidar, ter cautela, atenção, prudência, ou até mesmo agir de com intuito de evitar o indesejado. De acordo com a orientação contida neste princípio deve ser evitada toda conduta, empreendimento, obra ou atividade que possa vir a causar dano ambiental. O princípio da precaução expressa, portanto, que havendo dúvida quanto a riscos, não deverá ser realizado o empreendimento. Havendo a possibilidade de ônus ao meio ambiente, deve-se ter a cautela, é preciso prudência. Traduz-se, assim, na máxima, in dubbio pro ambiente ( na dúvida o meio ambiente prevalecerá). Legislação Ambiental 59 Importante De acordo com a Professora Rafhaela Barbosa Neves Lima, o aspecto precaucional (principio da precaução) foi recepcionado pelo Princípio 15 da Declaração do Rio. Não obstante, a Lei Fundamental Brasileira, designou expressamente o princípio em tela, quando em seu artigo 225, V, previu como dever do Poder Público o controle da produção, da comercialização, e do emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente. Princípio da Prevenção Apesar do princípio da prevenção ser semelhante ao princípio da precaução, eles são podem ser confundidos, uma vez que o princípio da prevenção aplica-se a impactos ambientais já conhecidos. Tornando-se, assim, mais fácil a identificação dos impactos futuros mais prováveis através de técnicas utilizadas por especialista da área ambiental. Principio da Responsabilidade De acordo com Artigo 225, paragrafo 3º da Constituição Federal, a responsabilidade por danos ao meio ambiente é objetiva. E pelo Princípio da Responsabilidade o poluidor, pessoa física ou jurídica, responde por suas ações ou omissões em prejuízo do meio ambiente, ficando sujeito a sanções cíveis, penais ou administrativas ( Lei de Crimes Ambientais- 9605 de 1998). Legislação Ambiental 60 Princípio do Desenvolvimento Sustentável: Expressa o direito que os seres humanos têm a uma vida saudável, em harmonia com a natureza. Este princípio reflete o reconhecimento direito fundamental ao meio ambiente protegido. Ressalta a presença do Estado e a importância do desenvolvimento de políticas públicas relacionadas ao aproveitamento dos recursos naturais. O conceito de desenvolvimento não proíbe o desenvolvimento da sociedade, mas propõe um desenvolvimento com consciência, partindo do pressuposto que os recursos naturais são finitos. Pois o desenvolvimento sustentável é o que se estrutura de forma a assegurar o respeito à integridade e à dignidade dos seres vivos. A base legal do principio do desenvolvimento sustentável, encontra-se na lei 6.938/81 (Política Nacional de Meio Ambiente). Especificadamente em seu art. 2º, vejamos: “A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana”. E no artigo 4º: “A Política Nacional do Meio Ambiente visará à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico”, de acordo com seu inciso 1º. Além da manifestação do princípio 4 da Declaração da ECO-92, que para se alcançar o desenvolvimento sustentável, a proteção do meio ambiente deve constituir parte integrante do processo de desenvolvimento e não pode ser considerada isoladamente em relação a ele. Legislação Ambiental 61 Importante “Desenvolvimento sustentável”, segundo o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa é: o processo de desenvolvimento econômico em que se procura preservar o meio ambiente, levando-se em conta os interesses das futuras gerações. Princípio do Estudo Prévio de Impacto Ambiental: O estudo prévio de impacto ambiental tem como principal característica de refletir antes de agir. De acordo com o Professor Milaré, estudo prévio de impacto ambiental tem como base maior o princípio da prevenção e é, sem qualquer dúvida, um dos mais importantes instrumentos de proteção do meio ambiente, uma vez que o mesmo possui o papel de avaliar previamente os possíveis impactos ambientais produzidos por determinado empreendimento modificador do meio ambiente agindo de forma a orientar, fundamentar e restringir a decisão da administração pública de conceder ou não o licenciamento ambiental. Importante O Estudo de Impacto Ambiental é o instrumento da PNMA (Política Nacional de Meio Ambiente) que permite que os órgãos possam avaliar a possibilidade da instalação de obra ou atividade potencialmente poluidora, e quais as medidas de precaução e prevenção a serem adotadas para a sua execução. Legislação Ambiental 62 É possível perceber a proximidade e complementaridade entre os princípios da prevenção, do estudo prévio de impacto ambiental e do desenvolvimento sustentável. Queridosdiscentes, estamos concluindo a Unidade 3. Espero que tenham gostado! A unidade em questão teve objetivo de demonstrar o quanto a Legislação ambiental é abrangente, ou seja, não basta simplesmente ler a legislação e achar que está tudo certo. Precisamos nos aprofundar também através dos livros, conhecendo conceitos e princípios encontrados de forma explícita e também implícita no texto legal. Neste momento em que finalizamos o conteúdo desta unidade de estudos, é fundamental que você não se esqueça de realizar os exercícios! Eles são fundamentais para ajudá-lo a fixar o conteúdo teórico trabalhado, a sistematizar as ideias e os conceitos apresentados, além de proporcionar a sua autonomia no processo ensino-aprendizagem. Procure interagir permanentemente conosco e utilize todos os recursos didáticos e pedagógicos disponibilizados com o objetivo de aprimorar a sua formação acadêmica. É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Legislação Ambiental 63 Exercícios da Unidade 3 1) Marque o verdadeiro conceito de desenvolvimento sustentável: a) Desenvolvimento sustentável é o que se estrutura de forma a assegurar o respeito à integridade e à dignidade dos seres vivos. b) O Desenvolvimento visa somente a Proteção das Presentes gerações. c) O Desenvolvimento visa somente a Proteção das futuras gerações. d) É um Princípio contido na ideia de que o desenvolvimento sustentável exprime o direito que os seres humanos têm a uma vida saudável, porém de forma desarmônica com a natureza. 2) Assinale a Alternativa correta com base no Princípio do Estudo Prévio de Impacto Ambiental: a) O Estudo de Impacto Ambiental é o instrumento da PNMA que permite que os órgãos possam avaliar a possibilidade da instalação de obra ou atividade potencialmente poluidora, e as medidas de precaução e prevenção a serem adotadas para a sua execução. b) O Estudo de Impacto Ambiental não é obrigatório, pois não possui manifestação legal. c) O Estudo de Impacto Ambiental é o instrumento da PNMA que permite que os órgãos possam avaliar a possibilidade de aplicação de uma multa, caso o não cumprimento das leis ambientais. d) O Estudo de Impacto Ambiental serve somente para analisar as faunas existentes em um determinado ecossistema. Legislação Ambiental 64 3) O Princípio do Poluidor-Pagador especifica que: a) O poluidor não é obrigado a recuperar ou indenizar os danos causados ao meio ambiente. b) O poluidor é obrigado a recuperar ou indenizar os danos causados ao meio ambiente. c) Somente a pessoa jurídica é considerada como poluidor. d) Somente a pessoa física é considerada como poluidor, sendo obrigada a recuperar ou indenizar os danos causados ao meio ambiente. 4) Tratando-se do Principio da Dignidade da Vida Humana, é correto afirmar que: a) Todos têm direito a uma vida digna, tornando o meio ecologicamente desequilibrado; b) Todos têm direito a uma vida digna, não necessariamente com qualidade de vida; c) Nem todos têm direito a uma vida digna, a ter ar puro; d) Todos têm direito a uma vida digna, tornando o meio ecologicamente equilibrado para sadia qualidade de vida, ou seja, ar puro, rios que não estejam contaminados, alimentos frescos, saneamento básico, entre outros elementos que contribuem para o bem estar da população. Legislação Ambiental 65 5) Assinale a alternativa incorreta; a) A Poluição é definida como a degradação da qualidade ambiental, resultante de atividades que, direta ou indiretamente, prejudicam a saúde, a segurança e o bem estar da população. b) “A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana”; c) Precaução significa: cuidar, ter cautela, atenção, prudência, ou até mesmo agir com intuito de evitar o indesejado; d) O direito ao meio ambiente protegido é um direito de um individuo, já que pertence somente a um indivíduo e é um direito humano fundamental, consagrado nos Princípios 5 e 6 da Declaração de Estocolmo (Primeira Conferencia Mundial das Nações Unidas e Meio Ambiente, ocorrido em 1972 na cidade de Estocolmo na Suécia) e reafirmado na Declaração do Rio ( ECO-92). 6) O Princípio do Desenvolvimento Sustentável: a) Expressa o direito que os seres humanos têm a uma vida saudável, em harmonia com a natureza. b) Não reflete o reconhecimento direito fundamental ao meio ambiente protegido. c) Ressalta a presença das Empresas de Investimento Público e Privado para a importância do desenvolvimento de políticas públicas relacionadas ao aproveitamento dos recursos naturais. d) Proíbe o desenvolvimento da sociedade, mas propõe um desenvolvimento com consciência, partindo do pressuposto que os recursos naturais são finitos. Legislação Ambiental 66 7) Com base no Princípio da Responsabilidade, é correto afirmar que: a) De acordo com artigo 225, parágrafo 3º da Constituição Federal, a responsabilidade por danos ao meio ambiente é subjetiva; b) De acordo com artigo 225, parágrafo 3º da Constituição Federal, a responsabilidade por danos ao meio ambiente é intersubjetiva; c) De acordo com artigo 225, parágrafo 3º da Constituição Federal, a responsabilidade por danos ao meio ambiente é objetiva; d) De acordo com artigo 225, parágrafo 3º da Constituição Federal, a responsabilidade por danos ao meio ambiente é totalmente subjetiva. 8) A Lei PNMA ( Política Nacional de Meio Ambiente), define meio ambiente como: a) O conjunto de condições, leis, influências e interações somente de ordem química e biológica, que permite, abrigam e regem a vida em todas as suas formas; b) O conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abrigam e regem a vida em todas as suas formas; c) O conjunto de condições, leis, influências e interações somente de ordem física, e química, que permite, abrigam e regem a vida em todas as suas formas; d) O conjunto de condições, leis, influências e interações somente de ordem física e biológica, que permite, abrigam e regem a vida em todas as suas formas. Legislação Ambiental 67 9) A quem é voltado Princípio do Equilíbrio? 10) Existe diferença entre o Principio do Poluidor-Pagador e Usuário- Pagador? Por quê? Fundamente. Legislação Ambiental 68 Legislação Ambiental 69 4Dos Instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente Zoneamento Ambiental Zoneamento Industrial Licenciamento Ambiental Federal Estados e Distrito Federal Municípios Legislação Ambiental 70 Caros alunos, estamos iniciando a Unidade 4, na qual estaremos abordando dois assuntos de extrema importância quanto tratamos de uma proteção ambiental efetiva, uma vez que, falaremos do Zoneamento Ambiental e Licenciamento Ambiental. Ressaltando que ambos são considerados como instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente (Lei 6938/81- PNMA). Aproveitando, daremos ênfase na Lei 6.803/80, que trata sobre Zoneamento Industrial. Objetivo da unidade: Conhecer a relação existente do Processo de Licenciamento Ambiental com os Zoneamentos Ambiental e Industrial. Plano da unidade: Zoneamento Ambiental Zoneamento Industrial Licenciamento Ambiental Federal Estados e Distrito Federal Municípios Bons estudos! Legislação Ambiental 71 Para que os objetivos da Política Nacional de Meio Ambiente sejam
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