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*de acordo com o horário de Brasília 2020 PROVA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS E REDAÇÃO PROVA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS 1 Este CADERNO DE QUESTÕES contém 90 questões numeradas de 01 a 90 e a Proposta de Redação, dispostas da seguinte maneira: a. as questões de número 01 a 45 são relativas à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; b. Proposta de Redação; c. as questões de número 46 a 90 são relativas à área de Ciências Humanas e suas Tecnologias. 2 Confira se o seu CADERNO DE QUESTÕES contém a quantidade de questões e se essas questões estão na ordem mencionada na instrução anterior. Caso o caderno esteja incompleto, tenha qualquer defeito ou apresente divergência, comunique ao aplicador da sala para que ele tome as providências cabíveis. 3 Escreva e assine seu nome nos espaços próprios do CARTÃO-RESPOSTA com caneta esferográfica de tinta preta. 4 Não dobre, não amasse nem rasure o CARTÃO-RESPOSTA, pois ele não poderá ser substituído. 5 Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções identificadas com as letras , , , e . Apenas uma responde corretamente à questão. 6 Marque no CARTÃO-RESPOSTA a opção de língua estrangeira. 7 Use o código presente nesta capa para preencher o campo correspondente no CARTÃO-RESPOSTA. 8 Com seu RA (Registro Acadêmico), preencha o campo correspondente ao código do aluno. Se o seu RA não apresentar 7 dígitos, preencha os primeiros espaços e deixe os demais em branco. 9 No CARTÃO-RESPOSTA, preencha todo o espaço destinado à opção escolhida para a resposta. A marcação em mais de uma opção anula a questão, mesmo que uma das respostas esteja correta. 10 O tempo disponível para estas provas é de cinco horas e trinta minutos. 11 Reserve os 30 minutos finais para marcar seu CARTÃO-RESPOSTA. Os rascunhos e as marcações assinaladas no CADERNO DE QUESTÕES não serão considerados na avaliação. 12 Somente serão corrigidas as redações transcritas na FOLHA DE REDAÇÃO. 13 Quando terminar as provas, acene para chamar o aplicador e entregue este CADERNO DE QUESTÕES e o CARTÃO-RESPOSTA / FOLHA DE REDAÇÃO. 14 Você poderá deixar o local de prova somente após decorridas duas horas do início da aplicação e poderá levar seu CADERNO DE QUESTÕES ao deixar em definitivo a sala de provas nos últimos 30 minutos que antecedem o término das provas. 15 Você será excluído do Exame, a qualquer tempo, no caso de: a. prestar, em qualquer documento, declaração falsa ou inexata; b. agir com incorreção ou descortesia para com qualquer participante ou pessoa envolvida no processo de aplicação das provas; c. perturbar, de qualquer modo, a ordem no local de aplicação das provas, incorrendo em comportamento indevido durante a realização do Exame; d. se comunicar, durante as provas, com outro participante verbalmente, por escrito ou por qualquer outra forma; e. portar qualquer tipo de equipamento eletrônico e de comunicação durante a realização do Exame; f. utilizar ou tentar utilizar meio fraudulento, em benefício próprio ou de terceiros, em qualquer etapa do Exame; g. utilizar livros, notas ou impressos durante a realização do Exame; h. se ausentar da sala de provas levando consigo o CADERNO DE QUESTÕES antes do prazo estabelecido e / ou o CARTÃO-RESPOSTA a qualquer tempo. leia atentamente as instruções seguintes Simulado On-line Ensino Médio – 1ª série – Prova I EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO – VOLUME 1 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção inglês) QUESTÃO 01 Disponível em: <http://www.huffingtonpost.ca>. Acesso em: 16 abr. 2015. É comum governos e instituições promoverem campanhas de conscientização. De maneira similar, a propaganda veiculada pelo governo do Quebec, no Canadá, tem por objetivo fazer com que as pessoas A. considerem a possibilidade de adotar uma criança. B. denunciem o abandono e maus-tratos de menores. C. reflitam sobre quão receptivas elas são às diversidades. D. participem ativamente de movimentos de cunho social. E. doem quantias para campanhas contra a violência doméstica. QUESTÃO 02 N in a Pa le y PALEY, Nina. Available at: <http://www.ninapaley.com>. Accessed: Feb. 20, 2011. Na tirinha apresentada, o cachorro mostra para o gato uma lista de possíveis presentes que poderia receber de Natal. Entretanto, nota-se que a resposta a essa iniciativa contraria os objetivos do cachorro, visto que o gato, A. embora perceba que o cachorro está, com a feitura da lista, pedindo um presente, considera a troca de presentes uma bobagem. B. ainda que tenha demonstrado simpatia pela ideia do cachorro, afirma que ele é mais merecedor de bons presentes que o amigo. C. ainda que demonstre compreender que o cachorro espera ganhar dele um presente, prefere fingir não ter dinheiro para comprá-lo. D. mesmo sabendo que desapontará o cachorro, afirma, explicitamente, que não poderá lhe dar nenhum dos presentes da lista. E. ainda que saiba que o cachorro espera dele um presente, prefere ignorá-lo, para que este perceba que seu desejo não será realizado. XXXX SE06_2015_IN_02 XXXX SE06_2011_IN_02 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 3BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 03 Parkour, a sport activity Al ex an dr e Fe rre ira / C re at iv e C om m on s (sometimes abbreviated to PK) or l’art du déplacement (English: the art of movement) ... with the aim of moving from one point to another as efficiently and quickly as possible, using principally the abilities of the human body. It is meant to help one overcome obstacles, which can be anything in the surrounding environment – from branches and rocks to rails and concrete walls – and can be practiced in both rural and urban areas. Parkour practitioners are referred to as traceurs, or traceuses for females. Founded by David Belle in France, Parkour focuses on practicing efficient movements to develop one’s body and mind to be able to overcome obstacles in an emergency. Available at: <http://rocwiki.org/Parkour>. Accessed on: Aug. 24, 2010 (Adaptation). Nos últimos anos, o Parkour tem sido tema de discussões e de dúvidas, uma vez que, como é uma prática bastante nova, ainda não é bem compreendida. O texto apresentado afirma que o Parkour consiste em A. uma atividade física elaborada para o alcance de um maior bem-estar para pessoas com problemas respiratórios. B. uma forma de movimentação em que se busca a máxima conexão com o solo, bem como grande desenvolvimento intelectual. C. um esporte em que, com as habilidades do corpo, busca-se superar obstáculos de forma eficiente. D. uma competição em que se busca pular de lugares altos que compõem o ambiente que nos cerca. E. uma atividade em que se deve movimentar da forma mais rápida, corajosa e descompromissada possível. QUESTÃO 04 Open science, a complex movement ABSTRACT: Science must be open and accessible, and diffusion of knowledge should not be limited by patents and copyrights. Against the determinist view on technological and legal solutions, we need an explicit reflection on the relation between science and society. Both academic and industrial science seem unable to fulfill open science needs: new societal configurations are emerging and we should keep asking questions about appropriation, power, privatisation and freedom. SISSA – International School for Advanced Studies Journal of Science Communication Disponível em: <http://jcom.sissa.it/>. Acesso em: 07 jul. 2011 (Adaptação). XXXX SE02_2011_IN_01 XXXX SE07_2011_IN_05 O texto apresentado tem como principal objetivo discutir a A. privatização de centros de pesquisa estatais, que poderia acarretar sérios problemas sociais, legais e disputas de poder. B. relação entre ciência e sociedade, já que esta não costuma se beneficiar das descobertas científicas, que custam um preço muito alto. C. questão da ética científica, que trata de assuntos como osdireitos dos animais submetidos a experimentos e da quebra de patentes. D. necessidade de se investir mais em pesquisas científicas e de dar a elas o mesmo valor, sejam elas realizadas na academia ou na indústria. E. necessidade de as descobertas da ciência estarem à disposição de todos, sem o impedimento de questões de patente e de direitos autorais. QUESTÃO 05 A “non-natural” amphetamine-like compound found in dietary supplements For the second time in recent weeks, scientists have found a “non-natural” amphetamine-like compound in dietary supplements – yet federal regulators have issued no warnings to consumers about the ingredient. FDA officials would not comment on their study or release the names of the supplements tested. They only published that the ingredient is called Acacia Rigidula. The Acacia Rigidula supplements tested were marketed for such things as weight loss, energy boosting and mood stabilizing, their paper said. “This is a brand new drug being placed into a number of supplements under the guise of a natural ingredient”, Pieter Cohen, an assistant professor at Harvard Medical School, said after reading the FDA’s paper. Available at: <http://www.usatoday.com>. Accessed on: Nov. 15, 2013 (Adaptation). No texto, afirma-se que os suplementos alimentares contendo a substância Acacia Rigidula eram comercializados com a promessa de A. aumento da massa corporal e da energia e estabilização do humor. B. aumento do apetite, regulação da energia e estabilização do humor. C. ganho de força, regulação da energia e estabilização do humor. D. perda de peso, aumento da energia e estabilização do humor. E. regulação hormonal e estabilização da energia e do humor. XXXX SE01_2014_IN_05 LCT – PROVA I – PÁGINA 4 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção espanhol) QUESTÃO 01 QUINO. Disponível em: <https://comext2013.wordpress.com/2013/04/20/ideas-a-la-calle-comunicacion-externa/>. Acesso em: 13 abr. 2015. Com base na leitura da tirinha, percebe-se que a intenção da personagem Manolito, explícita no último quadrinho, é A. oferecer um doce à sua amiga Mafalda. B. vender o produto com desconto e sem juros. C. fazer a propaganda do armazém de seu pai. D. apresentar uma forma poética de vender o produto. E. mostrar uma relação despretensiosa com os clientes. QUESTÃO 02 IMPORTAMOS REPUESTOS AL MEJOR PRECIO Y EN EL MENOR TIEMPO HASTA EN 7 DIAS Si no encuentras lo que buscas en Lima o es muy costoso, consulte con nosotros. Si no tenemos tu repuesto lo importamos. Contamos con amplio stock de repuestos de vehículos proveniente de USA. Sistema de seguridad: Bolsas de aire, cinturones, módulos, sensores de impacto. Repuestos de carrocería: Guardafangos, parachoques, faros, neblineros, puertas, etc. Repuestos de suspensión y motor Ubiquenos con facilidad Disponible en: <http://www.clasianuncios.com/contenido/11117.jpg>. Acceso: 11 jun. 2013 (Adaptación). O texto publicitário tem como finalidade convencer o interlocutor a aderir à ideia nele vinculada, seja para comprar um produto, utilizar um serviço ou mudar seu comportamento por meio de um apelo. Nesse caso, o objetivo do texto publicitário é a venda de A carros. B pneus. C tecnologia automotiva. D GPS. E autopeças. XXXX ESP XXXX ESP EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 5BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 03 El naciente culto a Hugo Chávez Importa más su martirio que el grado de bienestar que dio a los venezolanos Jorge Castañeda. 11 mar. 2013. Sacar el balance de la gestión de Hugo Chávez en Venezuela tomará tiempo, al igual que cualquier análisis de su legado en América Latina. Más allá del evidente fervor que despertó entre sus millones de seguidores venezolanos, y su notable conexión con los sectores más desfavorecidos de su país, se necesitarán datos duros para saber si sus entristecidos adeptos de hoy realmente se beneficiaron de su magnanimidad petrolera. O tal vez su devoción proviene más bien de una identificación étnica y social intangible – crucial, sin duda – y duradera. Las cifras tendrán que ser recopiladas por fuentes confiables, las mismas que proporcionan números económicos y sociales de otros países, para ser comparables con el pasado venezolano y con otras sociedades latinoamericanas, sobre todo a la luz del gasto de más de un billón (en castellano) de dólares a lo largo de los 14 años de gobierno chavista. […] Me atrevo a sospechar que la raíz del naciente culto a Chávez en Venezuela se origina en la sensación etérea que genera su martirio y la inclusión impresionista de los excluidos, y no tanto en las estadísticas de bienestar, que probablemente resulten ser mucho menos exitosas de lo que se piensa. Disponível em: <http://elpais.com>. Acesso em: 20 abr. 2013 [Fragmento] Jorge Castañeda propõe uma análise crítica da gestão do ex-presidente venezuelano após a sua morte. Em tal análise, o articulista levanta a hipótese de que a popularidade do ex-presidente esteja A. mais pautada em sua identificação étnica e social com a população que nos resultados concretos de suas medidas econômicas. B. menos relacionada ao sofrimento imputado pela doença pela qual foi acometido que pela sua devoção. C. mais ligada ao passado de sofrimento das sociedades latino-americanas que à magnanimidade petroleira. D. menos ligada ao trilhão de dólares gasto pelo governo que aos indicadores econômicos e sociais de outros países. E. mais focada em sua magnanimidade petroleira que em questões étnicas e sociais. QUESTÃO 04 Gracias a la vida Violeta Parra Gracias a la vida que me ha dado tanto Me dio dos luceros que cuando los abro Perfecto distingo lo negro del blanco Y en el alto cielo su fondo estrellado Y en las multitudes el hombre que yo amo [...] XXXX ESP XXXX ESP Gracias a la vida que me ha dado tanto Me dio el corazón que agita su marco Cuando miro el fruto del cerebro humano Cuando miro el bueno tan lejos del malo Cuando miro el fondo de tus ojos claros Gracias a la vida que me ha dado tanto Me ha dado la risa y me ha dado el llanto Así yo distingo dicha de quebranto Los dos materiales que forman mi canto Y el canto de ustedes que es el mismo canto Y el canto de todos que es mi propio canto Gracias a la vida que me ha dado tanto Disponible en: <http://graciasalavida.violetaparra.letrasdemusicas. com.br>. Acceso en: 18 abr. 2011 (Fragmento). Gracias a la vida é uma canção composta por Violeta Parra, uma respeitada artista chilena contemporânea. Essa canção é considerada uma das mais importantes da música hispânica e ficou conhecida como hino humanista. Tal classificação se vê pertinente sobretudo quando destaca-se o verso: A. “Gracias a la vida que me ha dado tanto”. B. “Y en las multitudes el hombre que yo amo”. C. “Cuando miro el fruto del cerebro humano”. D. “Así yo distingo dicha de quebranto”. E. “Y el canto de todos que es mi propio canto”. QUESTÃO 05 Cosas que ya no existen […] Las desapariciones, claro está, se van acumulando con el tiempo, de manera que si vives mucho, supongo que terminas convertido en algo así como un marciano caído casualmente sobre la Tierra. Un alienígena, en fin, un superviviente de un mundo destruido. […] Guardo otros mundos perdidos en la memoria. Por citar solo uno: la vida anterior a la revolución electrónica. Recuerdo que mi primer ordenador, un portátil enorme y pesadísimo, tenía 48 K de memoria (mi diminuto teléfono móvil tiene hoy seiscientas veces más potencia): solo podía escribir noventa líneas de texto, y luego tenía que pasarlas a un disquete y borrarlas del ordenador para poder seguir trabajando. Por no hablar del cambio gigantesco que ha traído Internet. ¡Pero si la World Wide Web fue creada en 1990! Hace tan solo dieciséis años. Y ahora tiene mil cien millones de usuarios. Recuerdo la sociedadanterior a todo esto, sin ordenadores, sin móviles, con papeles de calco, con funcionarios consultando legajos y anotando a mano. Parece el Paleolítico. MONTERO, R. 22 out. 2006. Disponível em: <http://elpais.com/ diario/2006/10/22/eps/1161498417_850215.html> Acesso em: 06 jan. 2014. [Fragmento] O trecho do artigo anterior tem como tema o(a) A. experiência de se sentir um alienígena após ter conhecido o mundo pós-Revolução Tecnológica. B. precariedade da estrutura de trabalho dos funcionários anteriores à revolução eletrônica. C. sensação de estranheza vivenciada à medida que se envelhece diante da rapidez das transformações. D. situação de abandono experimentada pelos idosos no mundo pós-Revolução Tecnológica. E. trabalho exaustivo que era necessário realizar antes do surgimento da Internet a partir de 1990. XXXX ESP LCT – PROVA I – PÁGINA 6 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 06 Em 1º de janeiro de 2009, se iniciou o período de transição para as novas regras ortográficas da Língua Portuguesa. Entre as alterações operadas pelo acordo, destacam-se as duas citadas a seguir: I. deixaram de existir os acentos nos ditongos abertos de palavras paroxítonas; II. perderam os acentos as palavras paroxítonas que têm a letra I ou U tônicos precedidos por ditongos. Considerando-se as regras apresentadas, respectivamente, perderão acentos as palavras A. herói e Piauí. B. pônei e saúva C. jibóia e feiúra. D. anéis e miséria. E. família e raízes. QUESTÃO 07 O coração delator Sorri – pois o que tinha a temer? Dei as boas-vindas aos senhores. O grito, disse, fora meu, num sonho. O velho, mencionei, estava fora, no campo. Acompanhei minhas visitas por toda a casa. Incentivei-os a procurar – procurar bem. Levei-os, por fim, ao quarto dele. Mostrei-lhes seus tesouros, seguro, imperturbável. No entusiasmo de minha confiança, levei cadeiras para o quarto e convidei-os para ali descansarem de seus afazeres, enquanto eu mesmo, na louca audácia de um triunfo perfeito, instalei minha própria cadeira exatamente no ponto sob o qual repousava o cadáver da vítima. POE, Edgar Allan. Disponível em: <http://oficinaideiaseideais.blogspot. com.br/2008/09/discurso-direto-indireto-e-indireto.html>. Acesso em: 04 jun. 2013. Em uma narrativa, o narrador incorpora no ato de narrar as vozes que compõem a história contada, encenando diálogos, reflexões e remissões a outros personagens. Para tanto, utiliza-se de procedimentos de representação que podem ser sintetizados em três: discurso direto, indireto ou indireto livre. No fragmento do conto de Edgar Allan Poe, nota-se o uso de discurso A. direto, uma vez que se utilizam travessões e falas explícitas das personagens que são interrogadas pelo narrador. B. indireto livre, pois ocorre a fusão tanto do discurso direto quanto do indireto, respectivamente comprovados pelo uso de travessões e elocução. C. indireto, já que não ocorre diálogo explícito e as cenas e atitudes das personagens são descritas pelo próprio narrador. D. indireto livre, pois se apresenta um fluxo de consciência do narrador, o qual se confunde com as falas de outras personagens. E. direto, porque, além do uso de travessões, o narrador expressa explicitamente seus sentimentos e atitudes com adjetivos e verbos de ação. XXXX SE02_2013_LC XXXX SE06_2013_LC QUESTÃO 08 {– Mulher... ô mulher... – Ahn? –Você ouviu? – O quê? – Shshshiuuu... – Ahn? – Ouviu? (Pausa) – Parece... parece que tem alguém gemendo... – É... – Santo deus! – Não vamos ajudar? – Ficou doida? – Mas... tá aqui... bem na porta... – Fica quieta! – Ai, meu Deus! (Pausa) – Deve ter sido facada... pelo jeito... – E a gente não vai fazer nada? – Fazer? Fazer o quê, mulher? Fica quieta... E se tem alguém lá fora?, de tocaia? (Pausa) – Parou... – O quê? – A gemeção... (Pausa) – É... Parou mesmo... Vamos lá agora? – Não! – Por quê? – Porque... porque ainda pode ter alguém lá... E aí? Melhor dormir... Vai... vira pro canto... vira pro canto e dorme...Amanhã... amanhã a gente vê...Amanhã a gente fica sabendo... Dorme... vai...} RUFFATO, Luiz. Eles eram muitos cavalos. São Paulo: Boitempo, 2002. p. 149-150. O trecho anterior pertence à obra Eles eram muitos cavalos, de Luiz Rufatto, a qual representa uma cidade de São Paulo marcada pela diversidade de pessoas e classes sociais. No fragmento lido, destaca-se a utilização do discurso A. direto, porque o narrador elege recursos como a paráfrase para reformular e recriar a voz das personagens, mediante o uso de verbos de elocução e de conectivos. B. direto, uma vez que se preserva a voz das personagens, estabelecendo o diálogo, dando andamento à história e dinamismo à cena construída. C. indireto, dado que a escolha do autor é reproduzir, em sua própria dicção, aquilo que foi a essência da fala das personagens. D. indireto livre, pois a voz das personagens é conservada sem intermediação do narrador, deixando claro, por meio dos verbos de elocução, as etapas textuais com falas dos personagens. E. indireto livre, pois ocorre uma mescla das vozes do narrador e das personagens, gerando bivocalização e criando uma proposital ambiguidade na detecção das vozes. XXXX SE01_2014_LC EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 7BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 09 A ceia de um rei RIO DE JANEIRO – A bicicleta da filha mais velha e o skate da menor já estão há mais de uma semana no quarto da empregada. Faltavam os brinquedos menores, a lista que elas haviam feito incluía jogos eletrônicos, tablets, celulares. Agora, tirava os embrulhos da mala do carro e atravessava correndo o quintal. Na semana anterior, gastara o domingo armando a árvore de Natal e, de tanto subir e descer, tudo estava doendo. [...] Afinal, conseguiu guardar os embrulhos nos fundos de um armário. A casa, os móveis, os lustres, o braço macio e branco da mulher que aparece na porta que dá para a copa, o cheiro das rabanadas, a geladeira abarrotada de coisas gostosas. As meninas batem palmas, acompanhando o anúncio da TV no qual há um trenó puxando o Papai Noel pela neve. Está cansado e agora tinha de esperar pela ceia, fazer as crianças irem para a cama, depois o trabalhão de apanhar os embrulhos, a bicicleta, o skate – por tudo isso, ele se sentia exausto e fechava os olhos. E está de olhos fechados quando a mulher vem lá de dentro, trazendo a ceia e as rabanadas. Ele abre os olhos mais uma vez para ver aquilo tudo, a felicidade que tem cheiro de rabanada e abacaxi. Então descobre que o Natal caiu sobre o mundo como um manto silencioso e profundo e ele se sente coroado como um rei cujo reino durará o espaço de uma ceia. CONY, C. H. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ carlosheitorcony/2013/12/1389636-a-ceia-de-um-rei.shtml>. Acesso em: 15 fev. 2014. A crônica de Cony retrata o universo que antecede uma ceia de Natal em família. Por meio da representação dos sentimentos do pai, observa-se que o leitor é induzido a uma reflexão acerca do(a) A. ausência de sentimentos de familiares na época do Natal. B. felicidade utópica presente em festividades natalinas. C. nostalgia do chefe de família, decorrente do pouco valor atribuído ao Natal. D. preparação do chefe da família para que houvesse uma comemoração feliz. E. simplicidade com que normalmente se lida com essas comemorações. QUESTÃO 10 Conto de fadas para mulheres do século XXI Era uma vez, numa terra muito distante, uma linda princesa que, independente e cheia de autoestima, enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo estava em conformidade ecológica, se deparou com uma rã. Então, a rã pulou para o seu colo e disse: XXXX SM12_2016 XXXX SE02_2014_LC – Linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito. Uma bruxa má lançou-me um encanto e eu transformei-me nesta rã asquerosa.Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir um lar feliz no teu lindo castelo. A minha mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavarias as minhas roupas, criarias os nossos filhos e viveríamos felizes para sempre. Naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã à milanesa, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria e pensava… Nem morta! VERISSIMO, Luis Fernando. Disponível em: <http://pensador.uol.com. br/frase/MTM3OTAy/>. Acesso em: 15 dez. 2013. O texto anterior apresenta características típicas do gênero contos de fada, embora se observe um desfecho inusitado e diferente dos tradicionalmente encontrados nesses textos. Esse desfecho é preparado por certos indícios dispostos ao longo do texto. Um desses indícios é a expressão A. “era uma vez”. B. “numa terra muito distante”. C. “uma linda princesa”. D. “independente e cheia de autoestima”. E. “felizes para sempre”. QUESTÃO 11 Desencontrários Mandei a palavra rimar, ela não me obedeceu. Falou em mar, em céu, em rosa, em grego, em silêncio, em prosa. Parecia fora de si, a sílaba silenciosa. Mandei a frase sonhar, e ela se foi num labirinto. Fazer poesia, eu sinto, apenas isso. Dar ordens a um exército, para conquistar um império extinto. LEMINSKI, Paulo. In: GÓES, F.; MARINS, A. (Org.) Melhores poemas de Paulo Leminski. São Paulo: Global, 2001. O texto de Leminski constrói-se por meio da função metalinguística, que pode ser nele entendida como uma reflexão sobre a A. dificuldade de se separar o gênero lírico da prosa. B. falibilidade das regras no momento de construção poética. C. importância de se seguir as imposições da tradição poética. D. necessidade de se ordenar o caótico império das palavras. E. obrigação de se encontrar um método de escrita. XXXX CALIBRADA_POR LCT – PROVA I – PÁGINA 8 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 12 Macanudo FOLHA DE S. PAULO, 15 set. 2011. Caderno Ilustrada. O quadrinho de Liniers exemplifica que o gênero textual história em quadrinhos caracteriza-se, sobretudo, por A. apresentar expressivos diálogos, simulando uma conversação face a face, como pode ser percebido no terceiro quadrinho. B. representar um contexto discursivo em que o texto verbal pouco contribui para a produção do sentido, como se vê no último quadrinho. C. explorar o diálogo entre elementos verbais e não verbais com o intuito de elaborar uma narração, como se pode perceber em toda a sequência do quadrinho. D. construir uma referência de linguagem clara, objetiva, rápida e de fácil compreensão, como se percebe no quarto quadrinho. E. utilizar elementos gráficos que visem a destacar sentimentos e / ou emoções dos personagens, conforme ocorre no último quadrinho. QUESTÃO 13 A Casa Vendam logo esta casa, ela está cheia de fantasmas. Na livraria, há um avô que faz cartões de boas-festas com corações de purpurina. Na tipografia, um tio que imprime avisos fúnebres e programas de circo. Na sala de visitas, um pai que lê romances policiais até o fim dos tempos. No quarto, uma mãe que está sempre parindo a última filha. Na sala de jantar, uma tia que lustra cuidadosamente o seu próprio caixão. Na copa, uma prima que passa a ferro todas as mortalhas da família. Na cozinha, uma avó que conta noite e dia histórias do outro mundo. No quintal, um preto velho que morreu na Guerra do Paraguai rachando lenha. E no telhado um menino medroso que espia todos eles; só que está vivo: trouxe-o até ali o pássaro dos sonhos. Deixem o menino dormir, mas vendam a casa, vendam-na depressa. Antes que ele acorde e se descubra também morto. PAES, José Paulo. Prosas seguidas de odes mínimas. 4 ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. p. 33. O texto anterior possibilita afirmar que o eu lírico do poema apresentado A. tenta, de forma angustiada, transformar a casa em um abrigo de feliz reencontro com os parentes que dele se encontram distanciados. B. procura, inconformado, apagar da memória os parentes mortos que surgem como fantasmas na casa de sua infância para amedrontá-lo. C. busca, com determinação, enterrar seu passado de forma definitiva para não ter de conviver com os fantasmas evocados pela presença da casa em que viveu. D. deseja que a casa da família seja vendida para que ele consiga se libertar do passado e dos seus fantasmas familiares. E. elege “o pássaro dos sonhos” como símbolo de lembranças e recordações para colocar-se como homem redimido pelas lembranças que o atormentavam. XXXX SEM11_2016 XXXX SE04_2012_LC EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 9BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 14 Profundamente [...] Quando eu tinha seis anos Não pude ver o fim da festa de São João Porque adormeci Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo Minha avó Meu avô Totônio Rodrigues Tomásia Rosa Onde estão todos eles? – Estão todos dormindo Estão todos deitados Dormindo Profundamente. BANDEIRA, Manuel. Antologia poética. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. p. 81. O sentido conotativo da linguagem deriva, em geral, do deslocamento das palavras para contextos linguísticos inesperados ou imprevisíveis, produzindo, assim, novos significados e efeitos de sentido. No trecho do poema de Manuel Bandeira, é possível identificar uma palavra que adquiriu um sentido conotativo no verso: A. “Não pude ver o fim da festa de São João” B. “Porque adormeci” C. “Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo” D. “Onde estão todos eles?” E. “– Estão todos dormindo”. QUESTÃO 15 Motivo Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa. Não sou alegre nem sou triste: sou poeta. Irmão das coisas fugidias, não sinto gozo nem tormento. Atravesso noites e dias no vento. Se desmorono ou se edifico, se permaneço ou me desfaço, – não sei, não sei. Não sei se fico ou passo. Sei que canto. E a canção é tudo. Tem sangue eterno a asa ritmada. E um dia sei que estarei mudo: – mais nada. MEIRELES, Cecília. Viagem. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006, p. 13. XXXX SE02_2013_LC XXXX SE04_2012_LC Cecília Meireles é considerada poeta singular na tradição da poesia moderna brasileira, pois não assumiu, de todo, uma postura combativa e iconoclasta, mas recuperou certos conceitos e formas literárias da tradição poética. O poema “Motivo” é uma mostra dessa atitude pois, em sua construção, percebe-se A. regularidade na formação das estrofes. B. versos que não seguem padrão de metrificação. C. pouca preocupação com o aspecto sonoro. D. preocupação com a dimensão visual do poema. E. seleção vocabular que se prende à linguagem denotativa. QUESTÃO 16 Crônicas de Veríssimo sobre relações amorosas ganham série na TV paga Espectadores em busca de entretenimento suave, sem grosseria, contam com uma nova opção na TV paga, a série “Amor Verissimo”, realizada pela Conspiração, que o GNT estreia nesta quarta-feira [08 jan. 2014], às 22h30min. Saborosas crônicas e observações de Luis Fernando Verissimo sobre relacionamentos amorosos, quase sempre irônicas, às vezes delirantes, fornecem a matéria-prima do programa. Vi o primeiro dos 13 episódios, “Leve Brisa”. Conta a história de uma mulher estonteante (Luana Piovani), cujos cabelos estão sempre esvoaçantes, mesmo quando está em ambientes sem vento algum. [...] A julgar pelo que “Leve Brisa” mostra em seus poucos mais de 20 minutos, “Amor Verissimo”, dirigido por Arthur Fontes, merece uma chance do espectador. No mínimo, a série tem o mérito de lembrar que o talento do escritor que dá título à série merecia ser aproveitado com maior frequência pela televisão. Disponível em: <http://www.boainformacao.com.br /2014/01/cronicas-de-verissimo-sobre-relacoes- amorosas-ganham-serie-na-tv-paga/>. Acesso em: 10 jan. 2014 (Adaptação). O tipo textual predominante na notíciaanterior é o A. descritivo, pois explicita, principalmente, características e qualidades da nova série e de seu tema, divulgando-os. B. argumentativo, porque defende a qualidade da nova série e ressalta a qualidade da adaptação do diretor. C. expositivo, já que a notícia divulga fatos, acontecimentos e informações, sendo essas detalhadas no texto apresentado. D. injuntivo, por realizar um apelo à maior exposição do autor na TV e aos espectadores, para assistirem à série. E. narrativo, uma vez que conta a história de um dos episódios, ratificando o caráter narrativo da notícia. XXXX SE02_2014_LC LCT – PROVA I – PÁGINA 10 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 17 Menos preconceito Eduardo Giannetti prevê uma mudança de valores bastante positiva com o aumento da longevidade: a diminuição do preconceito contra os idosos. “A supervalorização da juventude vai ficar cada vez mais anacrônica porque as pessoas perceberão que deverão passar a maior parte de suas vidas como adultos ou idosos”, observa. Isso, segundo ele, requer uma revisão de valores e de modos de vida que fatalmente irá ocorrer, ainda que de forma lenta: “O envelhecimento das populações irá trazer muitos questionamentos e implicações e não há como avaliar seu impacto”. Fórum da Longevidade – Informe publicitário do Bradesco Seguros e Previdência. Observando a estruturação do texto anterior, depreende-se que A. a tese do texto refere-se a uma mudança de paradigma em relação ao processo de envelhecimento. B. a visão negativa a respeito do processo de envelhecimento é reforçada pelo autor. C. o título é incoerente, uma vez que a base do texto se refere ao preconceito em relação ao envelhecimento. D. os trechos entre aspas reproduzem um discurso do senso comum em relação ao tema. E. a prevalência da linguagem conotativa é confirmada em expressões como: “A supervalorização da juventude vai ficar cada vez mais anacrônica [...]”. QUESTÃO 18 Palhaço Sei que é doloroso um palhaço Se afastar do palco por alguém Volta, que a plateia te reclama Sei que choras palhaço Por alguém que não te ama Enxuga os olhos e me dá um abraço Não se esqueças que és um palhaço Faça a plateia gargalhar Um palhaço não deve chorar CAVAQUINHO, Nelson; MARTINS, Oswaldo; FERNANDES, Washington. Disponível em: <http://letras.mus.br/nelson- cavaquinho/259526/>. Acesso em: 09 dez. 2013. O texto anterior constrói uma imagem de palhaço desviante do imaginário atribuído a essa figura. Essa imagem está baseada na A. tristeza, que deve ser esquecida devido à natureza de seu trabalho. B. ingenuidade, que é rechaçada por um mundo destrutivo. C. insanidade, que deve ser silenciada nesse tipo de personagem. D. tragédia, que deve ser alimentada em seu trabalho. E. desilusão, que funciona como um mote para a profissão. XXXX SEM11_2016 XXXX SE01_2014_LC QUESTÃO 19 As relações lógicas Círculo vicioso é a sucessão de períodos em que a troca entre causa e consequência resulta em continuação ininterrupta do enunciado. Para que se efetive o círculo vicioso, é preciso que a causa de um período passe a ser consequência no outro, e vice-versa. Um slogan publicitário explora bem essa estrutura: “Tostines vende mais porque é fresquinho; ou é fresquinho porque vende mais?” LÍNGUA PORTUGUESA, n. 95, set. 2013, p. 65. O círculo vicioso presente no slogan tem como objetivo A. explicitar a qualidade dos produtos da empresa divulgadora do anúncio. B. explorar a relação entre as características do produto, comprovando sua qualidade. C. expor a ideia de que o biscoito é de ótima qualidade, porque é fresquinho. D. exteriorizar o pensamento de que o produto é de baixo preço, por isso vende mais. E. transmitir a ideia de que o biscoito possui boa aceitação por parte do público infantil. QUESTÃO 20 EPIGRAMA N. 2 – Cecília Meireles És precária e veloz, felicidade. Custas a vir, e, quando vens, não te demoras. Foste tu que ensinaste aos homens que havia tempo, e, para te medir, se inventaram as horas. Felicidade, és coisa estranha e dolorosa. Fizeste para sempre a vida ficar triste: porque um dia se vê que as horas todas passam, e um tempo, despovoado e profundo, persiste. É possível reconhecer, a partir da leitura do “Epigrama n. 2”, de Cecília Meireles, que a voz poética concebe a felicidade de maneira A. contraditória, pois a fugacidade da alegria o induz a criar uma expectativa sobre a proximidade dos instantes de prazer que a renovarão. B. efêmera, pois a brevidade da alegria a leva a reconhecer como os momentos felizes irão, posteriormente, inseri-la em um tempo angustiante e vazio. C. melancólica, pois salienta a impossibilidade de seu acontecimento pleno na existência humana, portando-se, assim, como vítima. D. utópica, pois procura vivê-la intensamente em todos os momentos, ainda que ressalte a inviabilidade de tal anseio. E. nostálgica, pois demonstra como a melhor forma de atingi-la está na capacidade de relembrar os fatos, prendendo-se ao passado. XXXX SEM11_2016 XXXX SE01_2012_LC_18 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 11BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 21 Os mecanismos de intertextualidade operam por princípios que levam à elaboração de interpretações variadas a partir de uma obra / texto base. De acordo com o Dicionário Houaiss, a intertextualidade caracteriza-se, sobretudo, pela influência de um texto sobre outro, levando à atualização do texto citado. O cartunista brasileiro Aroeira utiliza em seu trabalho, dentre outras técnicas, o diálogo com obras clássicas da Arte Universal, como podemos observar na relação entre as duas obras a seguir. C ar av ag gi o Medusa, 1596 Ar oe ira Ao atualizar a tela de Caravaggio, o cartunista Aroeira elaborou, em sua charge, um processo intitulado A. bricolagem, pois há uma combinação de recursos da fotografia, da pintura e da ilustração. B. alusão, uma vez que o autor faz uma citação metafórica à personagem da obra de Caravaggio. C. paródia, porque Aroeira atribui à tela de Caravaggio uma atualização satírica e / ou jocosa, subvertendo-a. D. paráfrase, pois a charge de Aroeira segue o sentido original da tela de Caravaggio, ilustrando-o. E. pastiche, uma vez que a obra de Aroeira é produto de composições de diferentes autores. QUESTÃO 22 Sem novidades do front Esperava que o marido voltasse da guerra. Durante os primeiros anos, quando ele certamente não chegaria, preparou compotas. Depois, a partir do momento em que o regresso se tornava uma possibilidade iminente, assou pães, e a cada semana uma torta de peras, enchendo a casa com o perfume açucarado que, antes mesmo do seu sorriso, lhe daria as boas-vindas. Um dia chegou o vizinho da frente. No outro chegou o vizinho do lado. E seu marido não chegou. Voltaram os gêmeos morenos. Voltaram os três irmãos louros. E seu marido não voltou. Aos poucos, todos os homens da pequena cidade estavam de volta a suas casas. Menos um. O seu. Paciente, ainda assim ela espanava os vidros de compotas, abria em cruz a massa levedada, e descascava peras. Há muito a guerra havia terminado, quando a silhueta escura parou hesitante frente ao seu portão. Antes que sequer batesse palmas, foi ela recebê-lo, de avental limpo. E puxando-o pela mão o trouxe para dentro, fez que lavasse o rosto na pia mesmo da cozinha, sentasse à mesa, enfim um homem no espaço que a ele sempre fora dedicado. Encheu-lhe o copo de vinho, serviu-lhe a fatia de torta. Profunda paz a invadia enquanto o olhava comer esfaimado. E esforçando-se para não perceber que aquele não era o seu marido, começou a fazer-lhe perguntas sobre o front. COLASANTI, Marina. Contos de amor rasgados. Rio de Janeiro: Rocco, 1986. As narrativas em prosa são constituídas de cinco elementos que lhe conferem, a princípio, coerência interna: enredo, personagens, narrador, espaço e tempo.No que concerne ao desenvolvimento temporal, o conto é narrado em tempo A. subjetivo, pois os acontecimentos se desenvolvem na perspectiva do narrador em primeira pessoa. B. cronológico, marcado em registros temporais como “durante”, “depois” e “a cada semana”. C. fragmentado, pelo fato de apresentar o enredo sob os pontos de vista da esposa, do marido e dos vizinhos. D. imaginário, corroborado pelo fluxo de consciência da personagem feminina, que nega a possibilidade de ausência do marido em sua casa. E. linear, já que a mulher que conta os fatos sobre a ida de seu marido para o front e conta-os na ordem em que aconteceram. XXXX SE05_2012_LC XXXX SE05_2012_LC LCT – PROVA I – PÁGINA 12 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 23 TEXTO I In extremis Nunca morrer assim! Nunca morrer num dia Assim! de um sol assim! Tu, desgrenhada e fria, Fria! postos nos meus os teus olhos molhados, E apertando nos teus os meus dedos gelados... E um dia assim! de um sol assim! E assim a esfera Toda azul, no esplendor do fim da primavera! Asas, tontas de luz, cortando o firmamento! Ninhos cantando! Em flor a terra toda! O vento Despencando os rosais, sacudindo o arvoredo... E, aqui dentro, o silêncio... E este espanto! e este medo! Nós dois... e, entre nós dois, implacável e forte, A arredar-me de ti, cada vez mais, a morte... Eu, com o frio a crescer no coração, – tão cheio De ti, até no horror do derradeiro anseio! Tu, vendo retorcer-se amarguradamente, A boca que beijava a tua boca ardente, A boca que foi tua! E eu morrendo! e eu morrendo Vendo-te, e vendo o sol, e vendo o céu, e vendo Tão bela palpitar nos teus olhos, querida, A delícia da vida! A delícia da vida! BILAC, Olavo. Poesias. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, 1979. p. 166. TEXTO II [...] o conteúdo da poesia lírica é [...] a maneira como a alma, com seus juízos subjetivos, alegrias e admirações, dores e sensações, toma consciência de si mesma no âmago deste conteúdo [...] o que interessa antes de tudo é a expressão da subjetividade como tal, das disposições da alma e dos sentimentos, e não a de um objeto exterior, por muito próximo que seja. HEGEL. Apud MOISÉS, Massaud. Dicionário de termos literários. 12. ed. São Paulo: Cultrix, 2004. Considerando o conceito de poesia lírica apresentado, o poema anterior, de Olavo Bilac, pode ser caracterizado como lírico devido à A. construção metafórica da linguagem para expressar um lamento do eu poético. B. organização formal em versos e estrofes regulares. C. presença do trágico diálogo criado entre o eu lírico moribundo e sua amada. D. utilização de linguagem eloquente para representar o tema da morte. E. veracidade narrativa com que o eu poético imagina sua morte. XXXX SE04_2014_LC QUESTÃO 24 O pãozinho, coitado, virou coadjuvante Hoje, as padarias viraram verdadeiros centros de alimentação, servindo pizza, sopas e até sushi. Muitas funcionam 24 horas. A maioria dos entrevistados louvou o novo “modelo”. [...] Para mim, o mais interessante foi conversar com arquitetos e professores para tentar entender um fenômeno que vem ocorrendo paralelamente a essa mudança de perfil das padarias: eu queria saber por que todas elas parecem saguões de aeroporto ou praças de alimentação de shopping. [...] “A arquitetura dessas padarias está ligada a espaços genéricos de consumo, como saguões de aeroportos, freeshops e shopping centers”, me disse Marcelo Marino Bicudo, arquiteto e professor da FAU-USP. “São locais de permanência curta e que oferecem serviços e facilidades, como TV, Wi-Fi, venda de revistas, etc.” Outro arquiteto e professor da FAU, Francisco Spadoni, diz: “A arquitetura está ligada ao uso do espaço. E quando o espaço é usado para diversas finalidades, a arquitetura reflete essa confusão. E as padarias viram esse pastiche, um espaço sem controle, com uma falsa visão de modernidade.” [...] “No Brasil, infelizmente, não damos valor à história”, diz Bicudo. “São Paulo é uma cidade que responde à lógica do capital. A questão econômica é a mais importante. A lógica homogeneizante é importante para o paulista.” BARCINSKI, A. Disponível em: <https://andrebarcinski.blogfolha.uol. com.br/2012/10/23/o-paozinho-coitado-virou-coadjuvante/>. Acesso em: 27 nov. 2012 (Adaptação). De acordo com o texto, um fator que contribui para a mudança de perfil das padarias de São Paulo é a(o) A. apego dos paulistas à tradição. B. necessidade de se competir com aeroportos. C. intenção de imitar tendências francesas. D. diversificação da venda para a maximização do lucro. E. constante diminuição do consumo de pães na cidade. QUESTÃO 25 Por trás de todo grande homem tem sempre uma grande mulher. E elas já estão chegando a um metro e oitenta. FERNANDES, Millôr. VEJA. 07 mar. 2007. O texto anterior é uma paródia feita por Millôr Fernandes de um dito popular. O termo ambíguo que garante o procedimento de parodiar o ditado e provoca humor é A. “trás”. B. “mulher”. C. “grande”. D. “homem”. E. “oitenta”. XXXX SEM11_2016 XXXX SE01_2013_LC EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 13BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 26 “MAIS UMA VEZ O TÍTULO DE CAMPEÃO VAI PARA O ENDEREÇO CERTO.” Em propaganda do Ministério das Comunicações, veiculada em várias revistas de circulação nacional, encontra-se o texto anterior, referindo-se ao título de heptacampeão conquistado pela Seleção Brasileira de Futsal, que é patrocinada pelos Correios. Tendo em vista que a coerência é um princípio de interpretabilidade do texto que permite a atribuição de sentido a uma sequência linguística, o fator de construção da coerência textual responsável pela atribuição de sentido à propaganda em questão é(são) A. o conhecimento de mundo, pois o leitor, para produzir sentido, deve mobilizar seus conhecimentos adquiridos ao longo da vida sobre a função do Ministério das Comunicações. B. os elementos de contextualização, porque o leitor somente poderá produzir sentido se tiver conhecimento sobre o suporte, a data de publicação ou o autor da mensagem veiculada. C. o compartilhamento de conhecimento entre os interlocutores, pois, para produzir sentido, o leitor deve compartilhar o conhecimento sobre a função dos Correios e a qualidade da Seleção. D. a criação de uma frase de efeito, que resume todo o conteúdo do texto explicativo da propaganda, elogiando tanto os Correios quanto a atuação da Seleção Brasileira de Futsal. E. as informações explícitas e implícitas, que veiculam, juntas, a ideia de que foram os Correios, por meio de patrocínio, os responsáveis por entregar o título de campeã à Seleção Brasileira. QUESTÃO 27 Teatro corisco O capitalismo mais reacionário Tragédia em um ato Personagens: o patrão e o empregado Época: atual Ato único Empregado: Patrão, eu queria lhe falar seriamente. Há quarenta anos trabalho na empresa e até hoje só cometi um erro. Patrão: Está bem, meu filho, está bem. Mas de agora em diante tome mais cuidado. (Pano bem rápido) FERNANDES, M. Trinta anos de mim mesmo. Rio de Janeiro: Nórdica, 1974. Baseando-se na leitura do texto, infere-se que a resposta do patrão revela A. atitude de respeito pelo funcionário de 40 anos de casa. B. compreensão em relação ao pedido do funcionário. C. falsa postura paternalista e ameaça velada. D. tendência do patrão em atender à reivindicação. E. desatenção no tratamento do pedido do funcionário. XXXX SEM11_2016 XXXX CALIBRADA_POR QUESTÃO 28 Os inocentes do Leblon não viram o navio entrar. Trouxe bailarinas? Trouxe imigrantes? Trouxe um grama de rádio? Os inocentes, definitivamente inocentes, tudo ignoram, mas a areia é quente, e há um óleo suave que eles passam nas costas, e esquecem. O poema anterior faz parte do livro Sentimento do Mundo, de Carlos Drummond de Andrade, obra caracterizada por inquietaçõesde cunho político-social como a ascensão de regimes totalitários, o egoísmo entre os homens, a perda progressiva de valores humanistas, etc. A utilização da palavra “inocentes”, no poema, evidencia uma visão A. irônica, demonstrando que a inocência é, de fato, alienação aos acontecimentos descritos. B. simples, caracterizando os “inocentes do Leblon” de maneira lírica. C. despretensiosa, pois não há emissão de julgamento sobre os “inocentes do Leblon”. D. preconceituosa, demonstrando aversão às atitudes dos “inocentes” citados. E. engajada, de modo a convocar os “inocentes” a derrubar os regimes totalitários. QUESTÃO 29 As mariposa As mariposa quando chega o frio Fica dando vorta em vorta da lâmpida pra si isquentá Elas roda, roda, roda e dispois se senta Em cima do prato da lâmpida pra descansá Eu sou a lâmpida E as muié é as mariposa Que fica dando vorta em vorta de mim Todas noite só pra me beijá BARBOSA, Adoniran. Disponível em: <http://letras.mus.br/adoniran- barbosa/43964/>. Acesso em: 07 jan. 2013. Adoniran Barbosa é famoso pela liberdade e originalidade com que compunha suas canções, incorporando influências do dialeto de imigrantes italianos e retratando a vivência e o cotidiano de trabalhadores pobres e “vagabundos”. Uma das marcas de sua composição, presente na canção anterior, pode ser identificada como a A. coloquialidade, que sugere diversidade e multiculturalismo. B. oralidade, que incorpora palavras da língua italiana. C. referência ao frio, que sugere a frieza das relações urbanas da metrópole. D. oralidade, que está representada na modificação das palavras. E. representação típica da cultura urbana, metaforizada nas mariposas. XXXX SE03_2012_LC XXXX CALIBRADA_POR LCT – PROVA I – PÁGINA 14 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 30 GONSALES, F. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/cartum/cartunsdiarios/#20/12/2014>. Acesso em: 22 dez. 2014. A coerência de um texto está ligada à sua interpretabilidade, fator possibilitado pela adequação à situação sociocomunicativa em que está inserido e pela capacidade do leitor de entender seu sentido. A aceitabilidade da tirinha anterior requer do leitor principalmente o(a) A. domínio técnico do texto bíblico do Gênesis sobre a criação do homem e do pecado. B. entendimento da crítica feita à alimentação saudável por meio das três personagens. C. observação das diversas expressões faciais e corporais das personagens Adão e Eva. D. percepção de que a falta de lógica temporal entre o Paraíso e a alimentação é intencional. E. reconhecimento da paráfrase a uma famosa marca de salgadinhos no último quadrinho. QUESTÃO 31 Não domino a verdade. Nem sequer a conheço. Escrevo sobre aquilo que não sei, para poder ficar sabendo. A grande diferença entre a literatura de imaginação criadora – a poesia, o romance, o conto – e a literatura de ensaio, de crítica, é que nesta se escreve sobre o que se sabe, ao passo que na primeira se escreve sobre o desconhecido, não se tem a menor ideia do sentido daquilo que se pretende dizer. SABINO, Fernando. Martini seco. São Paulo: Ática, 1989. A diferença entre texto literário e não literário estabelecida no fragmento baseia-se, principalmente, na relação do escritor com os fatos da vida cotidiana. Nesse sentido, o texto literário diferencia-se pelo discurso A. inventivo sobre a realidade, sem necessidade de total coerência com aspectos factuais. B. calcado na representação da realidade, que busca fidelidade no relato por meio de linguagem descritiva. C. desvinculado da realidade, a qual funciona como pano de fundo para a criação de uma realidade imaginária. D. incoerente com a realidade, caracterizando-se pelo compromisso com a fantasia. E. subversivo em relação à realidade, a fim de criticar contextos históricos específicos. QUESTÃO 32 Disponível em: <http://diariodapropaganda.blogspot.com/>. Acesso em: 29 out. 2011. Para compor esse anúncio publicitário, utilizou-se de recursos verbais e não verbais, bem como de intertextualidade. Nesse sentido, para que se consiga atingir uma leitura adequada, o leitor precisa A. ser informado acerca da distribuidora de frutas e verduras em questão. B. conhecer as releituras produzidas ao longo da história da arte. C. entender o significado das esculturas localizadas atrás da cenoura. D. utilizar seu repertório cultural e relacioná-lo ao anúncio sobre frutas e verduras. E. dominar um vasto repertório sobre questões vinculadas à Botânica. XXXX CALIBRADA_POR XXXX SE07_2013_LC XXXX SE01_2012_LC_40 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 15BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 33 O que significa ser escritor num país situado na periferia do mundo, um lugar onde o termo capitalismo selvagem definitivamente não é uma metáfora? Para mim, escrever é compromisso. Não há como renunciar ao fato de habitar os limiares do século 21, de escrever em português, de viver em um território chamado Brasil. [...] Eu acredito, talvez até ingenuamente, no papel transformador da literatura. Filho de uma lavadeira analfabeta e um pipoqueiro semianalfabeto, eu mesmo pipoqueiro, caixeiro de botequim, balconista de armarinho, operário têxtil, torneiro-mecânico, gerente de lanchonete, tive meu destino modificado pelo contato, embora fortuito, com os livros. E se a leitura de um livro pode alterar o rumo da vida de uma pessoa, e sendo a sociedade feita de pessoas, então a literatura pode mudar a sociedade. Em nossos tempos, de exacerbado apego ao narcisismo e extremado culto ao individualismo, aquele que nos é estranho, e que por isso deveria nos despertar o fascínio pelo reconhecimento mútuo, mais que nunca tem sido visto como o que nos ameaça. [...] Para me contrapor a isso escrevo: quero afetar o leitor, modificá-lo, para transformar o mundo. Trata-se de uma utopia, eu sei, mas me alimento de utopias. Porque penso que o destino último de todo ser humano deveria ser unicamente esse, o de alcançar a felicidade na Terra. Aqui e agora. RUFFATO, Luiz. Disponível em: http://www.estadao.com.br/noticias/ arteelazer,leia-a-integra-do-discurso-de-luiz-ruffato-na-abertura-da- feira-do-livro-de-frankfurt,1083463,0.htm. Acesso em: 13 out. 2013. No texto de Luiz Ruffato, fragmento do polêmico discurso por ele proferido na abertura da Feira do Livro de Frankfurt, em outubro de 2013, a literatura é defendida principalmente em razão da sua função A. catártica, responsável por gerar emoções profundas no leitor. B. estética, responsável por criar um arranjo linguístico especial. C. evasiva, capaz de transportar o leitor para outra realidade. D. metalinguística, geradora de reflexão em torno da própria arte. E. política, capaz de gerar reflexão em torno de questões sociais. QUESTÃO 34 O menino da porteira Toda vez que eu viajava pela Estrada de Ouro Fino de longe eu avistava a figura de um menino que corria, abria a porteira e depois vinha me pedindo: – Toque o berrante, seu moço, que é pra eu ficar ouvindo. [...] Nos caminhos desta vida muitos espinhos eu encontrei, mas nenhum calou mais fundo do que isso que eu passei. Na minha viagem de volta qualquer coisa eu cismei. Vendo a porteira fechada o menino não avistei. [...] XXXX SE02_2014_LC XXXX SE04_2014_LC A cruzinha do estradão do pensamento não sai Eu já fiz um juramento que não esqueço jamais Nem que o meu gado estoure e eu precise ir atrás Neste pedaço de chão, berrante eu não toco mais. LUIZINHO; VIEIRA, Teddy. Disponível em: <http://www.beakauffmann. com/mpb_o/ o-menino-da-porteira.html.>. Acesso em: 21 fev. 2014. Na canção anterior, percebe-se uma sequência narrativa, em que, com determinado tempo verbal, transmitiu-se a ideia de ações habituais, cotidianas, em um tempo passado da vida das personagens. Isso se confirma na passagem A. “que corria, abria a porteira e depois vinha me pedindo”.B. “Toque o berrante, seu moço, que é pra eu ficar ouvindo”. C. “mas nenhum calou mais fundo do que isso que eu passei”. D. “Vendo a porteira fechada o menino não avistei”. E. “A cruzinha do estradão do pensamento não sai”. QUESTÃO 35 Disponível em: <www.renatomontilla.blogspot.com.br/publicidade-com- ditos-populares>. Acesso em: 29 dez. 2014. No texto publicitário anterior, o ditado “quem tem pressa come cru” é usado como base para a propaganda do produto porque A. sugere uma moral acerca da falta de honestidade das propagandas enganosas, o que traz originalidade à proposta. B. revela a má condição do alimento comercializado com entregas rápidas, estimulando o consumidor a ter paciência na espera. C. reitera a popularidade do alimento oferecido pela empresa, que é produzido rapidamente devido à quantidade de clientes. D. explicita que quem deseja comer bem precisa acelerar a rotina para acompanhar a produção do bom alimento. E. apresenta uma quebra de expectativa por meio de sua adaptação, com uma ideia oposta à popularmente esperada. XXXX CALIBRADA_POR LCT – PROVA I – PÁGINA 16 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 36 O que é hipercorreção, afinal? A hipercorreção é um interessante fenômeno sociolinguístico que se observa quando um(a) falante ou uma comunidade de falantes, ao tentar se aproximar de um padrão ideal imaginário de língua “boa”, acaba “acertando demais” e se desviando tanto da sua própria gramática quanto da Gramática Normativa. [...] Os estudos sociolinguísticos têm demonstrado que a hipercorreção é filha da insegurança linguística. Pressionados pelas cobranças sociais e culturais, sobretudo as pressões exercidas pela instituição escolar, mas não só por ela, e desconhecendo as formas realmente codificadas na tradição normativa de sua língua, muitos falantes acabam extrapolando certas regras e aplicando-as indevidamente ou então abusando de certas “muletas” textuais supostamente mais sofisticadas. BAGNO, M. Disponível em: <http://e-proinfo.mec.gov.br/eproinfo/blog/ preconceito/o-que-e-hipercorrecao-afinal.html>. Acesso em: 25 mar. 2014 (Adaptação). No fragmento anterior, o autor critica o exagero nas correções na forma de falar de alguns falantes da língua portuguesa, fenômeno conhecido como hipercorreção. Segundo ele, esse fenômeno decorre, sobretudo, da(o) A. cobrança do sistema educacional, que busca a excelência comunicativa. B. necessidade do uso de “muletas” textuais para demonstrar conhecimento. C. preciosismo pessoal, característico da maioria dos falantes. D. temor, por parte dos falantes, de incorrer em erros linguísticos. E. valorização de um padrão considerado culto em vez de uma variante pessoal. QUESTÃO 37 Disponível em: <http://zelocidadao.blogspot.com.br/>. Acesso em: 24 nov. 2014. XXXX SEM11_2015 XXXX CALIBRADA_POR No processo comunicativo do texto anterior, veiculado no Dia Mundial do Meio Ambiente, houve a preocupação em destacar dois elementos principais, que são A. canal e emissor. B. código e receptor. C. emissor e receptor. D. mensagem e código. E. mensagem e receptor. QUESTÃO 38 Um poema cresce inseguramente na confusão da carne, sobe ainda sem palavras, só ferocidade e gosto, talvez como sangue ou sombra de sangue pelos canais do ser. Fora existe o mundo. Fora, a esplêndida violência ou os bagos de uva de onde nascem as raízes minúsculas do sol. Fora, os corpos genuínos e inalteráveis do nosso amor, os rios, a grande paz exterior das coisas, as folhas dormindo o silêncio, as sementes à beira do vento, – a hora teatral da posse. E o poema cresce tomando tudo em seu regaço. E já nenhum poder destrói o poema. Insustentável, único, invade as órbitas, a face amorfa das paredes, a miséria dos minutos, a força sustida das coisas, a redonda e livre harmonia do mundo. – Embaixo o instrumento perplexo ignora a espinha do mistério. – E o poema faz-se contra o tempo e a carne. HELDER, Herberto. Sobre o Poema. Disponível em: <http://www.jornaldepoesia.jor.br>. Acesso em: 16 out. 2011. O texto anterior sugere uma reflexão sobre uma certa concepção do que seja a escrita de poesia. Fundamentado no poema, a concepção poética proposta baseia-se A. no estado de inspiração do poeta, que escreve o poema todo de uma só vez. B. na denúncia das mazelas do mundo circundante. C. na crença no poder de transformação do leitor que a arte possui. D. na escrita da própria existência do poeta, como maneira de curar seus traumas. E. na aceitação do poema como substância que necessita de tempo para ser processada e produzida. XXXX SE01_2012_LC_29 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 17BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 39 No lugar de meu irmão veio morar comigo o Pintassilgo. Menino negro como o pássaro. Meu amigo emitia um assobio afinado como flauta soprada por anjo. Saltávamos pelos morros atrás de mais passarinho para conversar. O menino amigo, cantando outros silvos, me fazia fartar-me de fugaz felicidade. E não havia mentira mais verdadeira do que a de supor possível escutar o coração dos pássaros. QUEIRÓS, B. C. Vermelho amargo. São Paulo: Cosac Naify, 2011. p. 59. O texto apresenta de forma predominante a função poética, que se justifica principalmente pelo(a) A. efeito polissêmico obtido por meio da evocação da imagem do pássaro e pelo jogo sonoro com as palavras. B. modo hiperbólico com que o narrador apresenta os detalhes cotidianos de sua relação afetiva com o amigo. C. presença de construções paradoxais que revelam a confusão mental da personagem quanto aos próprios sentimentos. D. uso da comparação entre o amigo e o pássaro, que permite uma reflexão existencial profunda do narrador. E. utilização da primeira pessoa, que expõe o ponto de vista do narrador em relação à manutenção das amizades. QUESTÃO 40 TEXTO I Da sempre inevitável condição de moribundo Voltando aos moribundos: moribundo e maribondo são quase homógrafos, mas há entre os dois diferenças sutis e grossas que não me cabe especificar. Não entendo de um nem de outro, mas desconfio que o moribundo é antes de tudo um forte e um sujeito que, quando pode, exerce o direito de pronunciar sua última frase e, querendo ou não querendo, exala seu último suspiro. CONY, Carlos Heitor. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/ fsp/ilustrad/fq18069939.htm>. Acesso em: 02 dez. 2013. TEXTO II Homônimos são palavras que têm a mesma pronúncia, e às vezes a mesma grafia, mas significação diferente. [...] Só o contexto é que determina a significação dos homônimos. CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. 48 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008. Baseando-se no trecho em destaque do fragmento de texto de Carlos Heitor Cony (TEXTO I) e no conceito de homônimos apresentado, infere-se que o articulista chama às duas palavras de “quase homógrafos” porque A. confunde homografia com paronímia. B. desconhece a nomenclatura adequada de palavras homógrafas. C. indica que há uma proximidade semântica entre as duas palavras. D. percebe as pequenas variações entre os sentidos das duas palavras. E. sinaliza que pelo menos as consoantes das palavras se repetem. XXXX CALIBRADA_POR XXXX SE01_2014_LC QUESTÃO 41 Receita de felicidade Pegue uns pedacinhos de afeto e de ilusão; Misture com um pouquinho de amizade; Junte com carinho uma pontinha de paixão E uma pitadinha de saudade. Pegue o dom divino maternal de uma mulher E um sorriso limpo de criança; Junte a ingenuidade de um primeiro amor qualquer Com o eterno brilho da esperança. Peça emprestada a ternura de um casal E a luz da estrada dos que amam pra valer; Tenha sempre muito amor, Que o amor nunca faz mal. Pinte a vida com o arco-íris do prazer; Sonhe, pois sonhar ainda é fundamental E um sonho sempre pode acontecer. TOQUINHO. Receita de felicidade. Disponível em: <http://letras.mus.br>. Acesso em: 04 jun. 2013. Na canção anterior, percebe-se que um gênero textual já consagrado pelo uso cotidiano foi adaptado em função dos objetivos do compositor. Isso se comprova porque o texto A. aconselha pessoas de determinado signo. B. divulga estratégias para boa convivência entre um casal. C. orienta mulheres que são donas de casa. D. fornece instruções sobre o preparo de um alimento. E. usa a estrutura de uma receita culinária para tematizar a felicidade. QUESTÃO 42 Congresso Internacional do Medo Provisoriamente não cantaremos o amor, que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos. Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços, não cantaremos o ódio porque esse não existe, existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro, o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos, o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas, cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas, cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte, depois morreremos de medo e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas. ANDRADE, Carlos Drummond de. Sentimento do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. A repetição de palavras e expressões nem sempre pode ser considerada um vício de linguagem. No caso do poema de Carlos Drummond de Andrade, a reiteração da palavra “medo” contribui para a construção do sentido do poema porque A. revela, para o leitor, sua temática. B. remete à existência de conflitos e guerras pelo mundo. C. demonstra o sentimento que domina o eu lírico. D. sugere que o medo é um sentimento generalizado. E. evidencia a inexistência de amor no mundo. XXXX SEM13_2016 XXXX CALIBRADA_POR LCT – PROVA I – PÁGINA 18 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 43 Miguilim chorou de bruços, cumpriu tristeza, soluçou muitas vezes. Alguém disse que aconteciam casos, de cachorros dados, que levados para longes léguas, e que voltavam sempre em casa. Então ele tomou esperança; a Pingo-de-Ouro ia voltar. Esperou, esperou, sensato. Até de noite, pensava fosse ela, quando um cão repuxava latidos. Quem ia abrir a porta para ela entrar? Devia de estar cansada, com sede, com fome. – “Essa não sabe retornar, ela já estava quase cega ...” Então, se ela já estava quase cega, por que o pai tinha dado para estranhos? Não iam judiar de Pingo-de-Ouro? Miguilim era tão pequeno, com poucas semanas se consolava. ROSA, Guimarães. Manuelzão e Miguilim. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. No fragmento anterior, da obra Manuelzão e Miguilim, de Guimarães Rosa, há a presença de um narrador A. personagem, que descreve as memórias longínquas do protagonista Miguilim. B. incoerente, que apresenta vozes de vários personagens de maneira aleatória. C. onisciente, que evidencia não só as palavras, mas também o monólogo interior dos personagens. D. impessoal, que se constrói graças ao seu distanciamento para com as personagens da trama. E. intruso, que explicita o universo introspectivo de Miguilim de forma sarcástica. QUESTÃO 44 Madrigal Meu amor é simples, Dora, Como a água e o pão. Como o céu refletido Nas pupilas de um cão. ARRIGUCCI JR., Davi (Org.). Melhores poemas: José Paulo Paes. São Paulo: Global, 2003. O sentido do poema de José Paulo Paes é construído por meio de comparações. O eu lírico, para definir seu amor por Dora, vale-se do recurso da semelhança. Sobre a relação estabelecida entre o sentimento amoroso e os elementos apresentados no poema, pode-se inferir que a(o)(s) A. elementos “pão” e “água” sugerem que o amor é um sentimento tão essencial para o eu lírico quanto os alimentos mais básicos. B. último verso revela que o amor do eu lírico por Dora carrega a mesma intensidade do sentimento que ele dispensa a um cão. C. imagem do “céu refletido nas pupilas de um cão” sugere que o eu lírico deseja impressionar a amada com a grandiosidade do seu sentimento. D. comparação do amor aos elementos “pão” e “água” revela que o eu lírico prescinde de qualquer outro elemento para viver. E. comparações construídas no segundo e no terceiro versos revelam que o amor do eu lírico por Dora é marcado pela contradição. QUESTÃO 45 Está faltando conteúdo Uma pesquisa comprovou o que todos desconfiavam: o maior uso de tablets, computadores e celulares pelas crianças não vem acompanhado por um maior acesso a conteúdos educativos. Levantamento do Centro Joan Ganz Cooney, instituto de pesquisa sem fins lucrativos sobre educação, mostrou que as crianças de 2 a 10 anos gastam, em média, 2h07min interagindo nessas plataformas e assistindo à televisão. Na faixa dos 2 aos 4 anos, 78% desse tempo é gasto com atividades educativas, mas na faixa dos 8 aos 10 anos, esse percentual cai para 26%. Apesar disso, os pais incentivam o uso dos dispositivos, pois acreditam que, ainda assim, seus filhos estão trabalhando habilidades como leitura e matemática. O levantamento envolveu 1 577 pais de crianças nos Estados Unidos. REVISTA EDUCAÇÃO, n. 203, mar. 2014, p. 13 (Adaptação). O texto anterior divulga uma pesquisa estadunidense sobre o uso da tecnologia no universo infantil e a aquisição de informação. A respeito da relação entre o uso de ferramentas tecnológicas e a interação com dispositivos educacionais, os dados levam à conclusão de que as crianças pesquisadas A. dedicam pouco mais de duas horas para a interação com as ferramentas tecnológicas. B. mostram pouco interesse pelas tecnologias de informação quando são mais novas. C. objetivam a ampliação de sua educação por meio dos dispositivos educacionais. D. preferem as ferramentas tecnológicas que privilegiam o crescimento educacional. E. reduzem o tempo destinado à educação em dois terços, à medida que crescem. XXXX SE01_2012_LC XXXX SE06_2012_LC XXXX SEM13_2016 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 19BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO PROPOSTA DE REDAÇÃO A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da Língua Portuguesa sobre o tema “Mudanças na mobilidade urbana no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. TEXTO I Disponível em: <http://escrevodepoisapago.files.wordpress. com/2010/11/onibus.jpg>. Acesso em: 22 abr. 2020. TEXTO II Dos Princípios, Diretrizes e Objetivos da Política Nacional de Mobilidade Urbana Art. 5º A Política Nacional de Mobilidade Urbana está fundamentada nos seguintes princípios: I. acessibilidade universal; II. desenvolvimento sustentável das cidades, nas dimensões socioeconômicas e ambientais; III. equidade no acesso dos cidadãos ao transporte público coletivo; IV. eficiência, eficácia e efetividade na prestação dos serviços de transporte urbano; V. gestão democrática e controle social do planejamento e avaliação da Política Nacional de Mobilidade Urbana; [...] Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em: 03 jun. 2013. TEXTO III O transporte urbano no Brasil Uma política diferente de mobilidade precisaria romper com os procedimentos atuais em três áreas. Primeiro, deveria reduzir os benefícios e subsídios ao transporte individual – principalmente o automóvel – e cobrar dos seus usuários os altos custos de consumo de espaço, emissão de poluentes e insegurança no trânsito que são gerados para a sociedade; os recursos deveriam ser usados na ampliação do transporte público e na garantia de acesso por parte dos grupos sociais de baixa renda. Segundo, deveria garantir espaço nas vias públicas para que as formas não motorizadas e o transporte público tivessem qualidade, segurança e prioridade efetivas na circulação – o que requer a reorganização do sistema de circulação, a redução da violência no trânsito e a diminuição do espaço disponível para o uso inadequado peloautomóvel. Finalmente, deveria incentivar novas formas de ocupação e desenvolvimento urbano, para reduzir a necessidade de transporte motorizado e reforçar as vantagens do uso do transporte público. [...] Os discursos oficiais jamais negam o apoio ao transporte público, mas são essencialmente retóricos: na prática, o que ocorre é a manutenção das políticas aplicadas há décadas, acompanhada da celebração do fato de que uma crescente parcela da população agora tem acesso ao automóvel e à motocicleta. Para romper esse padrão insustentável, o desafio é convencer a sociedade de que é preciso mudar, e isso só será possível se forças políticas autônomas, originadas nos movimentos sociais ligados à saúde pública, ao meio ambiente e à equidade, se fortalecerem a ponto de forçar a mudança de posicionamento pelo sistema político. VASCONCELLOS, E. A. Disponível em: <http://www.diplomatique.org.br>. Acesso em: 01 jun. 2013 (Adaptação). TEXTO IV Quais são os desafios da mobilidade urbana no Brasil? Nas cidades com mais de um milhão de habitantes, o transporte público é responsável por uma parcela maior do deslocamento, entre 36 e 40%. Mas, infelizmente, é no transporte público que as viagens são mais demoradas. [...] Uma das formas de enfrentar essa questão está relacionada com o custo do transporte. Hoje, é o usuário quem paga o custo do transporte e compensa as gratuidades. Então, poucas linhas são disponibilizadas, os ônibus ficam lotados, tudo para fechar a equação. A verdade é que, em todos os lugares do mundo onde o transporte público é eficiente e de qualidade, ele é também subsidiado pelo governo com dinheiro público. Claro que, dependendo do transporte, o subsídio precisa ser maior. Qual seria, então, a maneira de enfrentar essa questão? Os profissionais da área de transporte defendem, há muito tempo, a desoneração do setor, ou seja, custos mais baixos, gasolina e eletricidade mais baratas, etc. Com isso, a tarifa poderia ser mais baixa para o usuário, e os custos, mais baratos para as empresas que operam os transportes. Para se ter uma ideia, existe um cálculo que afirma que o custo da operação do metrô no mundo é de U$ 3,5 por pessoa. Um valor muito alto para o usuário arcar com ele. ROLNIK, R. Quais são os desafios da mobilidade urbana no Brasil? Disponível em: <http://www.cartacapital.com.br>. Acesso em: 03 jun. 2013 (Adaptação). TEXTOS MOTIVADORES INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO 1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado. 2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas. 3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção. 4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que: 4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”. 4.2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo. 4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada com o tema proposto. 4.4. apresentar nome, assinatura, rubrica ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto. XXXX LCT – PROVA I – PÁGINA 20 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO CIêNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 46 a 90 QUESTÃO 46 Do grego “idiótes”, que significa “pessoa leiga, sem habilidade profissional”, por oposição àqueles que desenvolviam algum trabalho especial izado. Na acepção original, “idiota” designava literalmente o cidadão privado, alguém que se dedicava apenas aos assuntos particulares, em oposição ao cidadão que ocupava algum cargo público ou participava dos assuntos de ordem pública. Disponível em: <http://www.significados.com.br/idiota/>. Acesso em: 30 dez. 2014. Qual manchete a seguir melhor se encaixaria no conceito de “idiótes”, segundo sua definição original grega? A. “Após Lobão ameaçar deixar o país em caso de vitória de Dilma, internautas organizam festa de despedida” (PORTAL R7. 26 out. 2014.). B. “Joaquim Barbosa está, oficialmente, aposentado do STF” (VEJA. 31 jul. 2014.). C. “Manifestação pedindo impeachment de Dilma reúne 30 pessoas na Zona Oeste de SP” (O GLOBO. 27 out. 2014.). D. “Ministério Público e doleiro Youssef assinam acordo de delação premiada” (PORTAL G1. 24 set. 2014.). E. “Nível de abstenção nas eleições é o mais alto desde 1998” (PORTAL G1. 06 out. 2014.). QUESTÃO 47 Que ninguém hesite em se dedicar à filosofia enquanto jovem, nem se canse de fazê-lo depois de velho, porque ninguém jamais é demasiado jovem ou demasiado velho para alcançar a saúde do espírito. Quem afirma que a hora de dedicar-se à filosofia ainda não chegou, ou que ela já passou, é como se dissesse que ainda não chegou ou que já passou a hora de ser feliz. EPICURO. Carta a Meneceu. Tradução de Álvaro Lorencini e Enzo Del Carratore. São Paulo: UNESP, 2002. p. 21. Na história do pensamento filosófico, várias são as interpretações dadas ao que é a Filosofia. Na passagem anterior, de Epicuro, entende-se a Filosofia como forma de A. alcançar a felicidade, pois trata-se de uma terapia para a alma. B. aprender a lidar com a diferença, na medida em que estimula-se a tolerância. C. conhecer as verdades divinas, pois estas aproximam os homens dos deuses. D. conhecer o que é o tempo, na medida em que se trata da uma reflexão sobre o cosmos. E. estabelecer uma vida saudável, pois associa-se a Filosofia à Medicina. XXXX SE01_2015_CH_23 XXXX CALIBRADA_FIL QUESTÃO 48 Ao realizar uma pesquisa de cartografia para a escola, Luiz percebeu, no mapa-múndi mostrado a seguir, que a Groenlândia havia sido representada com um tamanho maior do que o da América do Sul. Disponível em: <http://fronterasblog.wordpress.com/tag/mercator/>. Acesso em: 05 fev. 2012. Intrigado, Luiz perguntou ao seu professor de Geografia como isso era possível, já que a área da Groenlândia é bem menor do que a área da América do Sul. Seu professor, então, lhe explicou as diferentes projeções e características existentes em cada uma. Considerando a imagem anterior, o professor de Luiz lhe explicou que o mapa foi confeccionado de acordo com a projeção A. Cilíndrica Equivalente de Mercator. B. Azimutal Equidistante. C. Cilíndrica Equivalente de Peters. D. Cilíndrica Conforme de Mercator. E. Cônica Conforme. QUESTÃO 49 A união entre a teoria e a prática seria muito mais íntima no estado positivo do que nos anteriores, pois o conhecimento das relações constantes entre os fenômenos torna possível determinar seu futuro desenvolvimento. A previsibilidade científica permite o desenvolvimento da técnica e, assim, o estado positivo corresponde à indústria, no sentido de exploração da natureza pelo homem. GIANNOTTI, J. Vida e obra. In: Comte. São Paulo: Abril Cultural, 1978. (Coleção Os pensadores). Com base no texto, o conhecimento no estado positivo é fruto do(a) A. capitalismo, hábil em conceder produtos homogêneos. B. natureza, capacitada para acolher as relações sociais. C. religião, capaz de explicar a força sobrenatural. D. ciência, eficaz em desvendar as leis naturais. E. mito, efetivo em elucidar a vida humana. XXXX CALIBRADA_GEO XXXX 141SM12SOC2020XIII EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020 CH – PROVA I – PÁGINA 21BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 50 O êxodo rural produzido pela expansão da economia escravista foi tão acentuado que, no século I a.C., existiam, somente em Roma, mais de 200 mil desempregados. Uma das maneiras que o Estado romano encontrou para conter a massa popular foi a organização de jogos e espetáculos públicos, realizados em circos ou arenas, das quais a mais famosa é o Coliseu, distribuindo, durante esses eventos, alimentos (trigo) para a população. Esses espetáculos incluíam lutas de gladiadores, nas quais homens lutavam entre si e também contra alguns animais, como leões.
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