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ATIVIDADE DISCURSIVA -

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1) Maurício foi encontrado morto no interior da cela do estabelecimento prisional estadual onde 
cumpria pena privativa de liberdade. A investigação policial concluiu que ele havia cometido 
suicídio. Familiares de Maurício, inconformados com a perda do ente, procuraram a Defensoria 
Pública para orientação sobre a possibilidade de que o Estado fosse responsabilizado pelo ocorrido. 
Considerando a situação hipotética apresentada, discorra sobre a responsabilidade civil do Estado. 
Resposta: 
A responsabilidade civil do Estado, para STF, no caso de suicídio enseja responsabilidade objetiva do 
Estado em razão de violação do “dever estatal de zelar pela integridade física e moral do preso sob 
sua custódia (STF: ARE 700.927). Ante a regra do Art. 37§, 6º, da CF/88, que reafirma a teoria do risco 
administrativo, tanto por atos comissivos quanto por omissivos, desde que demonstrado o nexo 
causal entre o dano e a omissão do Poder Público. 
Ao Poder Público, assim, cabe seu dever de zelar para que a execução da pena se dê de forma 
humanizada, garantindo-se os direitos fundamentais do detento, preservando sua incolumidade física 
e moral, sob pena de caracterização da responsabilidade civil estatal por ato comissivo e/ou por 
omissivo. 
 
2) Em um presídio estadual, um detento assassinou um colega de carceragem. No processo 
administrativo instaurado para se apurarem as causas do homicídio bem como eventual culpa dos 
agentes penitenciários pelo ato criminoso, verificou-se que o homicídio ocorrera em razão de 
desavença de ordem pessoal entre colegas de carceragem e que não houve culpa dos agentes 
penitenciários na morte do detento. Nessa situação, existe responsabilidade civil do Estado pela 
morte do detento? Justifique a sua resposta. 
Resposta: 
Responsabilidade civil do Estado pelos danos sofridos por pessoas sob sua guarda é do tipo objetiva, 
de acordo no risco administrativo, isto é, independe da existência de dolo ou culpa de agente público. 
Assim no caso em questão, o Estado não produz diretamente o dano, mas sua atividade apropriada 
em sua ocorrência, por expor alguém a risco. O comportamento ativo estatal é mediato, mas decisivo, 
no nexo de causalidade. 
3) Considere a seguinte hipótese: Houve um assalto numa loja em Florianópolis. O crime causou 
expressivos prejuízos econômicos ao proprietário do estabelecimento. Descobre-se que 3 (três) dos 
9 (nove) integrantes da quadrilha eram foragidos do presídio de Florianópolis há cerca de 1 (um) 
ano e 6 (seis) meses. Pergunta-se: pode o proprietário exigir ressarcimento do Estado pelos danos 
decorrentes assalto? Fundamente sua resposta considerando: (i) as teorias de responsabilidade civil 
do Estado; (ii) as teorias do nexo causal adotadas em nosso país e (iii) o entendimento do Supremo 
Tribunal Federal sobre esta matéria. 
 
Resposta: 
O proprietário não pode exigir ressarcimento do Estado pelos danos decorrentes do assalto. Ocorre 
que a responsabilidade do ente estatal em caso de falta de serviço é subjetiva, fazendo-se necessária 
a demonstração de culpa do Estado, o que não ocorre no caso em questão. A responsabilidade estatal 
pela segurança pública não pode ser considerada uma garantidora universal para qualquer dano 
decorrente de ato criminoso, visto que os recursos do Estado são limitados e ele não tem como estar 
em todos os lugares ao mesmo tempo. Outro ponto a ser abordado é que transcorrido mais de 1 ano 
de fuga de parte dos agentes criminosos, não existe nexo causal entre dano e a falha do Estado na 
guarda de presos. Considerando o grande lapso temporal entre um fato e outro, a fuga não pode ser 
considerada causa direta e imediata do evento danoso. 
4) Uma servidora pública estadual é vítima de constantes humilhações de seu superior hierárquico, 
culminando a perseguição com a remoção desnecessária e injustificada para um posto distante de 
sua residência. Diante de tal circunstância, a servidora decide ajuizar ação de indenização por danos 
morais e materiais – visto que teve gastos médicos decorrentes do sofrimento psicológico a que foi 
submetida. Uma vez provados tais fatos, é correto afirmar que a responsabilidade é exclusiva do 
agente público, visto que a entidade estatal não obteve nenhum proveito da situação, refugindo ao 
âmbito da teoria do risco-proveito, embasadora da responsabilidade objetiva estatal? Explique. 
 
Resposta: 
É atribuível de forma solidária ao Estado e ao agente público que submeteu a autora a assédio moral. 
De acordo com o art. 37, § 6º, da CRFB. Aduz que: A administração pública direta e indireta de qualquer 
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte; E o § 6º: As 
pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos 
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o 
direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 
 
5) Fulano sofreu danos materiais decorrentes de uma ação estatal. Nesse caso, a ação de reparação 
de danos, fundada no art. 37, § 6º, CR/88 pode ser ajuizada conjuntamente contra a pessoa jurídica 
de direito público e o agente público envolvido? Explique. 
Resposta: 
Conforme o princípio da dupla garantia, quando se trata de Responsabilidade Extracontratual do 
Estado, sobretudo amparado na responsabilidade objetiva constante no art. 37, §6º, da CRFB. A vítima 
tem a garantia de acionar diretamente o Estado, sem necessidade de comprovação de dolo ou culpa 
do agente público; e o agente público tem a garantia de só ser acionado em ação regressiva Estatal, 
após a condenação definitiva deste, e desde que tenha agido com dolo ou culpa. 
 
6) Prefeito Municipal, após estudos estratégicos, usando critérios de oportunidade e conveniência, 
decidiu iniciar o asfaltamento das vias públicas da cidade pelas ruas do bairro X. Inconformada, a 
associação de moradores do bairro Y ajuizou ação judicial pleiteando que as ruas de seu bairro sejam 
as primeiras a receber pavimentação. No caso em tela, em tema de controle judicial dos atos 
administrativos, o pleito da associação de moradores merece prosperar? Cabe análise de mérito? 
 
Resposta: 
Não merece prosperar, eis que, em se tratando de ato discricionário, ao Poder Judiciário, em regra, 
não cabe a análise do mérito administrativo, mas tão somente o controle da legalidade do ato. 
 
7) Em uma situação hipotética, o Município “X” está enfrentando um momento de dificuldade e 
escassez de recursos financeiros, mas necessita da construção de uma escola, bem como de um 
hospital. No entanto há disponibilidade financeira suficiente somente para realizar uma das obras 
mencionadas e o administrador público, em virtude de seu juízo de conveniência e oportunidade, 
decidiu por construir a escola, observando, sem qualquer infringência, todas as disposições legais 
relativas à realização da obra. Nesse caso, este ato administrativo está sujeito ao Controle 
Administrativo e Judiciário? Explique. 
Resposta: 
Não está sujeito a controle pelo Poder Judiciário, já que observou as exigências legais, inclusive no 
que se refere aos princípios administrativos, e a decisão do administrador está pautada pela 
discricionariedade de seus atos, somente se submetendo à (re)análise pela própria Administração 
Pública.

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