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primeiros socorros unidade 3

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- -1
PRIMEIROS SOCORROS
UNIDADE 3 - CASOS DE HEMORRAGIA E 
DISTÚRBIOS DE GLICEMIA: O QUE O 
SOCORRISTA DEVE FAZER?
Ana Paula Felizatti
- -2
Introdução
Um corpo saudável vive em equilíbrio natural, com volume sanguíneo e concentração de nutrientes adequados
para a manutenção das funções fisiológicas que sustentam a vida. O sangue é o que mantém nosso corpo em
funcionamento, uma vez que é o responsável pelo funcionamento dos órgãos, pelo transporte de nutrientes e
outras funções essenciais para a nossa sobrevivência (MORAES, 2010).
Sendo assim, vale um questionamento: você sabe reconhecer situações em que pode ocorrer desequilíbrios do
volume sanguíneo, comprometendo, assim, o bom funcionamento do corpo? Podemos citar, por exemplo, uma
vítima que sofreu uma lesão grave, havendo extravasamento de sangue. Com isso, seu volume sanguíneo pode
cair bruscamente, levando o corpo da vítima a um estado grave, em que as funções vitais ficam comprometidas
pela falta de suprimento sanguíneo, podendo chegar à óbito rapidamente se o processo hemorrágico não for
contido.
Outro conceito importante são os componentes presentes no sangue, entre os quais podemos destacar a glicose.
Uma vez que nosso corpo possui um processo complexo para transporte e controle da concentração de glicose
na circulação sanguínea, isso assegura que cada região receba o aporte necessário. Todavia, em alguns casos,
podem ocorrer distúrbios que alteram a concentração da glicose sanguínea, fazendo com que a vítima tenha seus
processos vitais comprometidos.
Você já ouviu falar em hiperglicemia e hipoglicemia? Eles refletem a concentração de glicose no sangue, sendo,
respectivamente, o excesso e a falta dela (KARREN et al., 2013).
Aliás, você saberia como agir se alguém iniciasse um processo hemorrágico ou de alteração da glicemia?
Neste capítulo, abordaremos conceitos importantes sobre essas situações, destacando as ações de primeiros
socorros associadas para o auxílio da vítima de hemorragia ou em processos de alteração da glicemia.
Vamos em frente!
3.1 Primeiros socorros em hemorragia: técnicas 
específicas para diferentes tipos hemorrágicos
As hemorragias são o resultado de lesões internas, ou seja, que atingem as veias. Por conta disso, elas também
são chamadas de lesões vasculares.
Os processos hemorrágicos podem ser visíveis ou não, mas ambos devem ser levados a sério com cuidados de
primeiros socorros imediatos e bem executados para a manutenção da segurança da vítima (FLEGEL, 2015).
Clique no vídeo a seguir para ver uma videoaula sobre curativo para ferimento por corte.
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É indispensável que o socorrista esteja preparado para agir e conter a situação, evitando que a vítima perca um
volume de sangue muito alto, o que poderá causar problemas sérios, vindo, inclusive, à óbito. É necessário,
também, que o socorrista saiba reconhecer os diferentes tipos de hemorragias e os cuidados essenciais, além dos
conceitos sobre essas lesões vasculares tão importantes no contexto de primeiros socorros.
A partir de agora, estudaremos os conceitos sobre lesões vasculares, suas diferenciações e os tipos de auxílio em
primeiros socorros que devem ser realizados para acolhimento da vítima.
https://cdnapisec.kaltura.com/html5/html5lib/v2.78/mwEmbedFrame.php/p/1972831/uiconf_id/44388221/entry_id/0_05xelyq2?wid=_1972831&iframeembed=true&playerId=kaltura_player_1565647729&entry_id=0_05xelyq2
https://cdnapisec.kaltura.com/html5/html5lib/v2.78/mwEmbedFrame.php/p/1972831/uiconf_id/44388221/entry_id/0_05xelyq2?wid=_1972831&iframeembed=true&playerId=kaltura_player_1565647729&entry_id=0_05xelyq2
https://cdnapisec.kaltura.com/html5/html5lib/v2.78/mwEmbedFrame.php/p/1972831/uiconf_id/44388221/entry_id/0_05xelyq2?wid=_1972831&iframeembed=true&playerId=kaltura_player_1565647729&entry_id=0_05xelyq2
- -3
3.1.1 Hemorragias: conceitos sobre lesões vasculares e a importância da 
circulação sanguínea
É importante que saibamos que o sangue é composto por duas partes, uma líquida e uma sólida. A parte líquida é
composta pelo plasme e pelo soro, enquanto que a parte sólida é composta pelos glóbulos brancos e vermelhos.
Com isso, a coloração avermelhada do sangue é consequência das hemácias, células sanguíneas responsáveis por
carregar oxigênio e sangue por todo o corpo (MORAES, 2010; FLEGEL, 2015).
A importância do sangue para a sobrevivência de um organismo é incontentável, visto que a circulação
sanguínea é responsável pela manutenção dos processos vitais, como respiração, nutrição, defesa contra
patógenos, excreção e regulação corpórea.
As lesões vasculares são as causas das hemorragias, ou seja, quando ocorre a lesão de um vaso sanguíneo, há
extravasamento de sangue, o que pode extrapolar pela derme e epiderme ou permanecer no interior do
organismo (FLEGEL, 2015; ROSALES, 2007).
Explica-se, então, que a gravidade de um processo hemorrágico se dá pela interrupção da circulação sanguínea,
obstruindo, consequentemente, a distribuição de compostos essenciais, como o oxigênio, além de comprometer
o funcionamento de órgãos que dependem da pressão sanguínea, como o coração e o cérebro (KARREN et al.,
2013).
Dessa forma, é incontestável, também, a importância do atendimento em primeiros socorros para a imediata
reparação e contenção do processo de extravasamento sanguíneo.
No entanto, o que acontece com o corpo quando o sangramento se inicia?
Sabemos que a diminuição de sangue leva o corpo a tentar reequilibrar o líquido perdido, e, consequentemente,
a concentração de oxigênio e nutrientes que ficarão comprometidas. Como efeito, os principais órgãos afetados
pela falta de oxigênio são o cérebro, o coração e o pulmão (MORAES, 2010; KARREN et al., 2013).
Para compensar o decaimento da circulação, o corpo passa a priorizar os órgãos vitais, restringindo os vasos que
levam sangue para pele, por exemplo, além de aumentar a frequência cardíaca e a produção de hemácias, liberar
vias endócrinas para a regulação e a captação de nutrientes, bem como direcionar plaquetas para o ferimento. O
direcionamento das plaquetas, por sua vez, auxilia na contenção da hemorragia, acelerando a coagulação e
recrutando glóbulos brancos para que a infecção seja combatida pela exposição resultante do ferimento
(FLAGEL, 2015).
A hemorragia compromete todo o equilíbrio fisiológico do corpo, devendo ser contida com rapidez para que os
efeitos possam ser revertidos pelo fornecimento de sangue e nutrientes perdidos via venosa no cuidado
hospitalar, pós-primeiros socorros.
Flegel (2015) menciona que o processo hemorrágico tem a severidade atrelada a quantidade de sangue que a
VOCÊ QUER LER?
Algumas pessoas possuem problemas de coagulação sanguínea, o que torna um caso de
hemorragia ainda mais severo, pois se perde um auxílio importante do corpo para estancar o
sangramento. Uma das possíveis causas desse problema é uma doença chamada “hemofilia”,
em que o coágulo de plaquetas e glóbulos brancos não é formado, e a hemorragia persiste,
levando à vítima ao óbito rapidamente. Para saber mais sobre o assunto, você pode ler o
“Manual da Hemofilia”, criado pelo Ministério da Saúde: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs
>./publicacoes/manual_hemofilia_2ed.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_hemofilia_2ed.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_hemofilia_2ed.pdf
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Flegel (2015) menciona que o processo hemorrágico tem a severidade atrelada a quantidade de sangue que a
vítima está perdendo. Isto é, a velocidade de fluidez do sangue ao sair do ferimento, bem como o local onde
ocorreu o ferimento. Por exemplo, ferimentos na região do pescoço podem ser fatais em poucos segundos;
enquanto que em outras regiões a perca de um litro e meio de sangue já torna a situação bastante grave,
podendo a vítima chegar à óbito.
3.1.2 Tipos hemorrágicos e princípios de primeirossocorros
A gravidade do processo hemorrágico é diretamente relacionada ao local da lesão, ou seja, onde se origina o
vazamento sanguíneo. Contudo, de acordo com Flegel (2015), outros fatores também podem influenciar, como
os que você poderá ver, clicando no recurso a seguir.
• Tamanho do vaso
Vasos com calibre alto, ou seja, com espessuras maiores, são capazes de expulsar sangue em uma
velocidade maior, acelerando a perda de volumetria.
• Hemorragia interna ou externa
O processo interno não é facilmente detectado, agravando o caso.
• Idade e peso da vítima
Fatores que podem influenciar no volume total de sangue no corpo.
• Condição física da vítima
A condição física influencia diretamente na saúde cardíaca e na capacidade do coração se sobrecarregar
para equilibrar a distribuição sanguínea durante o período crítico.
• Possibilidade de comprometimento das vias aéreas
A lesão pode ocorrer próxima a vias aéreas, causando entupimentos, que podem gerar afogamentos ou
engasgos.
Entre os fatores que afetam a gravidade da hemorragia, a origem é um dos pontos mais importantes,
principalmente no atendimento de primeiros socorros. A rápida identificação do local é essencial para o
estancamento imediato e interrupção da perda sanguínea (FALCÃO, 2015).
Após a aplicação dos primeiros socorros para a interrupção do processo hemorrágico, os cuidados hospitalares
incluem a transfusão sanguínea para a recuperação do líquido perdido. Contudo, para que a vítima sobreviva
para receber a doação, é necessário que os procedimentos de primeiros socorros sejam realizados corretamente.
•
•
•
•
•
- -5
Além disso, há alguns pontos que devem ser conhecidos durante a análise do ferimento e a busca pela sua
origem, não apenas no contexto da busca física e externa, mas se o vaso que sofreu a lesão foi uma artéria, uma
veia ou um capilar. A figura a seguir traz a representação desses três tipos de vasos, bem como o fluxo sanguíneo
que os perpassam.
VOCÊ SABIA?
O processo de doação de sangue, que, a grosso modo, é o vazamento sanguíneo controlado,
considera o peso dos candidatos. O volume de sangue é diretamente proporcional ao peso
corporal, assim, para mulheres, o permitido é que se doem 8ml/kg corporal; enquanto que,
para homens, 9mL/kg. Uma pessoa com 50 kg poderia doar entre 400 e 450 mL, por exemplo,
volume não suficiente para as bolsas padronizadas de coleta (PRÓ SANGUE, s/d).
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Figura 1 - O reconhecimento da lesão tendo origem em uma veia, um capilar ou uma artéria é essencial para a 
prestação do auxílio.
Fonte: Alila Medical Media, Shutterstock, 2018.
Analisando e sabendo reconhecer a origem da hemorragia, pode-se estabelecer um procedimento mais seguro
de primeiros socorros, pois se obtém um panorama sobre a profundidade e a gravidade da lesão (FLEGEL, 2015;
SANTOS, 2014; MORAES, 2010).
Podemos diferenciar os três tipos hemorrágicos de acordo com sua origem. Clique no recurso a seguir.
Hemorragia Consequência do rompimento de artérias, ocorrendo na forma de jatos de sangue
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Hemorragia
arterial
Consequência do rompimento de artérias, ocorrendo na forma de jatos de sangue
vermelho-vivo. Caso ocorra bolhas, é uma indicação da presença de oxigênio. Geralmente
surge em ferimentos profundos ou internos, sendo considerada a mais grave, com maior
velocidade de perda volumétrica por intervalo de tempo. Neste tipo, as artérias levam
sangue do coração para o corpo.
Hemorragia
venosa
Consequência do rompimento de veias, ocorrendo em filete de sangue vermelho-escuro.
Geralmente ocorre devido a ferimentos mais profundos ou internos, em que as veias levam
sangue do corpo para o coração.
Hemorragia
capilar
Consequência do rompimento de capilares sanguíneos. Geralmente, ocorre devido a
escoriações, ou seja, ferimentos que atingem a derme. Neste caso, os capilares levam
sangue aos tecidos e ligam artérias a veias.
Além do tipo de vaso atingido, é necessário reconhecer que as hemorragias podem ser sendoexternas,
facilmente detectadas; ou , de difícil detecção a olho nu. As internas, inclusive, não apresentaminternas
exteriorização do sangue, pois são resultado de traumas e hematomas internos (ROSALES, 2007).
Figura 2 - As características dos ferimentos permitem identificar sua origem, podendo o socorrista saber se o 
ferimento foi em capilares, artérias ou veias, a fim de aplicar a técnica adequada.
Fonte: NoPainNoGain, Shutterstock, 2018.
O atendimento em primeiros socorros para ferimentos externos deve seguir medidas de segurança para o
socorrista, que deve se proteger com luvas, óculos e máscaras, evitando o contato com o sangue da vítima. Afinal,
a transmissão de patógenos por contato sanguíneo é um agravante das hemorragias, expondo a vida de
socorristas e outras pessoas à riscos. Vale lembrar, ainda, que doenças como a AIDS ou hepatites são
transmitidas por contato sanguíneo e comprometem a saúde e a qualidade de vida do paciente (FLEGEL, 2015).
Dessa maneira, a primeira ação de primeiros socorros é a proteção do socorrista. De acordo com Moraes (2010),
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Dessa maneira, a primeira ação de primeiros socorros é a proteção do socorrista. De acordo com Moraes (2010),
Santos (2014) e Karren et al. (2013), entre as ações para proteção, estão as que você poderá ver a seguir,
clicando nos ícones.
Usar luvas descartáveis não porosas.
Usar óculos e máscaras para proteção do rosto.
Lavar áreas que entraram em contato com sangue ou fluídos em água corrente imediatamente.
Lavar as mãos imediatamente após a remoção das luvas.
Separar roupas ou toalhas contaminadas com sangue para lavagem isoladamente de outros materiais não
contaminados.
Remover as luvas com segurança, sem entrar em contato com a parte contaminada, descartando-as em um
recipiente adequado.
Após assegurar sua proteção e a chamada do resgaste médico, o socorrista deve auxiliar a vítima imediatamente,
realizando a análise do ambiente e a abordagem da vítima, em busca por lesões e suas origens.
A etapa seguinte, ou seja, o estancamento da hemorragia, deve ser realizada com responsabilidade para não
aumentar o ferimento. Conforme Flegel (2015), é preciso. Clique nos ícones a seguir.
1- Proteger o local com gaze limpa e estéril.
2- Pressionar firme e diretamente com as mãos o local do ferimento sobre a gaze.
3- Trocar as gazes quando saturarem de sangue.
4- Atentar-se para a respiração, os batimentos cardíacos e os sinais vitais do acidentado.
Nesse contexto, os cuidados em primeiros socorros são essenciais para a sobrevivência da vítima, visto que a
agilidade na contenção da hemorragia e a chamada ao resgate são etapas cruciais. Deve-se, porém, agir com
responsabilidade e conhecimento para que as ações sejam realizadas de forma correta e efetiva.
Em suma, os primeiros socorros em casos de hemorragia incluem duas etapas primordiais: proteção do
socorrista e contenção do sangramento. Diversas técnicas podem ser usadas para contenção, dependendo do
tipo de ferimento e sua origem, a fim de evitar que a vítima entre em choque. Os métodos para restabelecer o
equilíbrio, estancando o vazamento, são chamados de métodos hemostáticos, sendo importantes ferramentas
tratadas na sequência.
VOCÊ QUER VER?
O método para a remoção correta das luvas é muito importante no que diz respeito a
manutenção da biossegurança do socorrista. São muitos patógenos que podem ser
transmitidos pelo sangue. Portanto, devemos ter cuidado para que a nossa saúde não seja
comprometida, aumentando o número de vítimas durante um acidente. Um vídeo curto,
intitulado “Como retirar luvas de procedimento sem contaminar as mãos”, sobre o método
correto da remoção, pode ser visto no link: <https://www.youtube.com/watch?
>.v=kP4zN7GGmoE
https://www.youtube.com/watch?v=kP4zN7GGmoE
https://www.youtube.com/watch?v=kP4zN7GGmoE
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3.2 Mecanismo hemostáticos e choque hipovolêmico: o que 
são e como controlar
O controle de uma hemorragia é importante para evitar que o volume sanguíneo perdido seja elevado a ponto de
comprometer irreversivelmente as funções vitaisda vítima. Os métodos para conter o extravasamento devem
ser estudados e aplicados pelo socorrista (FLEGEL, 2015).
Por isso, o estudo de conceitos de primeiros socorros em emergências de hemorragia é essencial para a
formação de profissionais que lidam com a formação de recursos humanos. Na prática esportiva, por exemplo,
podem ocorrer quedas e ferimentos que necessitam da aplicação de técnicas de contenção da perda sanguínea.
Dessa forma, o profissional da área deve estar preparado para auxiliar o acidentado.
Figura 3 - Atletas podem sofrer acidentes durante a prática esportiva, que podem se agravar se os cuidados 
primários não forem efetivamente aplicados.
Fonte: katatonia82, Shutterstock, 2018.
Uma vez que vítima perde um volume consideravelmente alto de sangue (aproximadamente um litro ou 20% do
- -10
Uma vez que vítima perde um volume consideravelmente alto de sangue (aproximadamente um litro ou 20% do
volume total), o coração perde a capacidade de bombeamento, surgindo sérios problemas para a manutenção
das funções vitais. É essencial que se estanque o ferimento e encaminhe a vítima para transfusão, que deve ser
realizado pelo suporte médico após o chamado do resgate (MORAES, 2010).
Em casos de hemorragia externa, a identificação de um possível início de choque é facilitada, pois se observa
diretamente o fluxo sanguíneo que está sendo expelido pelo corpo. O grande problema, contudo, encontra-se na
análise de um possível choque em . Alguns sintomas podem auxiliar na identificação dohemorragias internas
problema, que, quando observados na vítima, ajudam o socorrista a preparar as medidas necessárias.
Segundo Flegel (2015), Rosales (2007) e Falcão (2010), entre os sintomas, destacam-se os que você poderá ver
clicando no recurso a seguir.
Taquicardia
O bombeamento do coração é comprometido e o pulso fica fraco e acelerado.
Pele com aspecto úmido, frio e pegajoso
A redução do volume sanguíneo prioriza órgãos essenciais, restringindo o aporte sanguíneo epitelial.
Pupilas com reatividade baixa à luz, dilatadas
Os olhos ficam com reatividade lenta e as pupilas se tornam dilatadas devido à dificuldade na circulação
sanguínea local.
Hipotensão
A queda da pressão sanguínea é característica da redução do aporte sanguíneo circulante.
Respiração acelerada e profunda
A diminuição do transporte de oxigênio compromete os pulmões, tornando a respiração dificultada.
Sede e inquietação
A sede e a inquietação são características da perda de volume de líquidos e nutrientes. Contudo, vale lembrar
que não deve fornecer líquidos para a vítima, apenas umedecer seus lábios.
Náuseas e vômitos
O corpo pede o equilíbrio e a baixa pressão sanguínea causa mal-estar, o que se reflete em tonturas, náuseas e
possíveis vômitos.
Perda da consciência
Em casos mais graves, a vítima, ao perder um volume de sangue muito alto, tem o corpo respondendo com o
“desligamento” cerebral, em uma tentativa de salvamento e economia de energia.
Aliás, o reconhecimento dos sintomas do choque hipovolêmico é fundamental para a chamada do atendimento
VOCÊ O CONHECE?
James Blundell foi o primeiro a realizar transfusões em humanos, após executar experimentos
em animais. James, em 1818, realizou a transfusão em mulheres que haviam sofrido
hemorragias após o parto, salvando diversas vidas. O processo é extremamente importante na
história da humanidade, tendo salvo inúmeras vidas durante crises histórias causadas por
doenças e guerras (INSTITUTO HOC, s/d).
- -11
Aliás, o reconhecimento dos sintomas do choque hipovolêmico é fundamental para a chamada do atendimento
médico, que deve ser imediato nesses casos, principalmente se a hemorragia não for aparente.
Além dos sintomas de choque hipovolêmico, outros sintomas de hemorragias internas também podem ser
considerados, como edemas; hipotermia; saída de sangue pelo nariz, ouvido, ânus, vagina, vômito e tosse;
traumas ou feridas penetrantes no crânio, na pelve, no abdômen ou no tórax; rigidez e espasmos musculares; e
dores na região do abdômen (FLEGEL, 2015).
Os primeiros socorros em hemorragias internas se resumem a identificação do problema, abordagem e
estabilização da vítima, afastamento de possíveis riscos e chamada imediata do serviço de emergência, visto que
apenas exames médicos podem confirmar e localizar os processos hemorrágicos internos. Deve-se, então,
aguardar pelo resgate e realizar ações para estabilização e redução de danos, que incluem manter as vias aéreas
desobstruídas; monitorar a respiração e a pulsação; manter a vítima em repouso; afrouxar as vestes e manter o
corpo aquecido; hiperventilar e realizar manobras de PCR se necessário; posicionar a vítima lateralmente em
caso de vômito para evitar afogamento; manter-se próximo da vítima e em alerta até a chegada do resgate.
Já em casos de , a contenção do vazamento deve ser realizada assim que o socorristahemorragias externas
identificar o problema, a fim de evitar que o choque se instaure. As técnicas aplicadas precisam ser bem
estudadas para que a prática seja satisfatória em um contexto emergencial.
Vamos analisar um caso a seguir.
Conforme vimos, as ações de primeiros socorros para contenção das hemorragias, incluem, inicialmente, a
proteção do socorrista contra os patógenos de transmissão via fluídos corporais. Uma vez protegido, o socorrista
deve analisar a situação e abordar a vítima com calma e delicadeza, em busca da origem sanguínea. Além disso,
deve analisar a coloração do sangue para identificar se a hemorragia é arterial, venosa ou capilar (FLEGEL,
2015).
Basicamente, em casos de hemorragias venosa e arterial, devem ser inseridas gazes e realizar pressão no local. Já
para ferimentos capilares, a limpeza do ferimento se adiciona a lista de ações de primeiros socorros, além da
cobertura com gazes e pressão no local (FLEGEL, 2015).
De modo mais completo e detalhado, há três técnicas principais para contenção de hemorragias externas:
CASO
Renata é uma atleta de alto rendimento, campeã de ciclismo. Entretanto, nas vésperas de um
campeonato, ela saiu para pedalar com seu instrutor, Roberto, profissional de Educação Física.
Em uma curva, Renata perdeu o equilíbrio devido a um buraco na pista de corrida, caindo em
um local com terra, gravetos e folhagens. A atleta, então, se assusta, com medo de perder o
campeonato, tentando se levantar. Mas Roberto imediatamente a impede, pedindo que ela se
deite.
Ao analisar os ferimentos, Roberto nota que o sangue está apenas superficial, acalmando-a,
dizendo haver apenas hemorragias capilares aparentes. No entanto, ele se preocupa com
ferimentos internos ao notar sintomas característicos.
Sabendo da importância dos primeiros socorros em hemorragias internas e externas, Roberto
pede que Renata fique deitada enquanto ele pega em sua mochila um kit com gazes e água
limpa. O educador limpa os ferimentos da atleta e chama auxílio médico.
No hospital, uma hemorragia cerebral é detectada e rapidamente controlada pelos médicos. A
equipe médica elogia Roberto por sua postura correta em primeiros socorros, estabilizando a
vítima corretamente e encaminhando para o atendimento mesmo quando a situação parecera
controlada e sem riscos, salvando a vida de Renata.
- -12
De modo mais completo e detalhado, há três técnicas principais para contenção de hemorragias externas:
compressão direta do local, elevação do membro e compressão indireta.
A compressão direta exige que o socorrista encontre exatamente o local de vazamento, a fim de cobrir a região
com gaze e atadura, visando controlar o volume de sangue perdido e acelerar o processo de coagulação pela
pressão do curativo. Ao realizar a compressão direta, pode-se elevar o membro acima do nível do coração, se
possível, para evitar que o fluxo sanguíneo tenha auxílio da gravidade, diminuindo o aporte volumétrico
direcionado ao ferimento.
Ainda como método de diminuir o aporte volumétrico, caso seja possível, pode-se localizar externamente o caso,
usualmente a artéria ou veia, onde deve ser realizada a compressão, impedindo e dificultandoa passagem de
sangue (FLEGEL, 2015; MORAES, 2010).
Figura 4 - O procedimento de compressão direta e elevação, seguida da compressão indireta, são as medidas de 
primeiros socorros mais adequadas em casos de hemorragias externas.
Fonte: Luciano Cosmo, Shutterstock, 2018.
Outro método popularmente difundido em filmes e meios midiáticos é o torniquete ou garrote. Entretanto, ele
não é indicado, a menos que a situação seja de extrema emergência, como em caso de múltiplas vítimas.
O torniquete é realizado pela compressão da região com tecidos, torcendo-os para pressionar a região e estancar
o aporte sanguíneo que chega ao ferimento. Todavia, o risco de gangrenar e aumentar a lesão é grande, por isso,
o método não é recomendado para primeiros socorros, sendo preferível a realização da tríade compressão-
elevação-compressão.
Segundo Moraes (2010, p. 91), as etapas para realização de um torniquete são:
• Use uma bandagem larga dobrada [...];
• Amarre essa atadura larga duas vezes ao redor da extremidade lesada [...];
• Dê um nó firme na atadura;
• Coloque um bastão de madeira ou outro material similar sobre o nó e amarre novamente
com um segundo nó firme [...];
• Aperte o torniquete até o sangramento cessar [...], não rode mais o bastão e mantenha-o
firme no lugar;
• O torniquete deve ficar no máximo 120 minutos, não sendo necessário desapertar (afrouxar)
antes de chegar ao hospital.
•
•
•
•
•
•
- -13
Figura 5 - A utilização de torniquetes não é a ação mais indicada, podendo ser utilizada apenas em casos de 
extrema urgência.
Fonte: corbac40, Shutterstock, 2018.
Vale ressaltar que essas são situações que podem ocorrer em nossa rotina, sendo importante estarmos ciente
dos riscos e das ações adequadas para amenizar as sequelas para o acidentado.
Agora, prosseguiremos com outro tipo de emergência importante nesse contexto, que inclui o desequilíbrio de
um composto essencial para as funções fisiológicas do organismo: a glicose.
3.3 Hipoglicemia e hiperglicemia: diferenciação e ações de 
socorro
A corrente sanguínea transporta vários nutrientes e moléculas pelo corpo, como a glicose. A concentração de
glicose na corrente da sanguínea, chamada de glicemia, permanece em equilíbrio em indivíduos saudáveis.
Entretanto, quando atinge níveis abaixo ou acima do normal, causa problemas que podem ser agravar, chegando
até à óbito.
Os processos chamados hipoglicemia e hiperglicemia são, respectivamente, a falta e o excesso dessa glicose no
sangue. Constantemente associadas a diabetes, a hipoglicemia e hiperglicemia podem ocorrer devido a descuidos
da rotina.
Podemos citar como exemplos de hipoglicemia um elevado período de tempo sem se alimentar, esgotando as
reversas de glicose da corrente sanguínea; realizar exercícios físicos exageradamente, aumentando o consumo
da glicose como fonte energética para o corpo; ou o consumo de bebidas alcoólicas, vômitos e diarreias.
Já com relação a hiperglicemia, temos casos de ingestão em excesso de alimentos, principalmente açúcares e
carboidratos; poucos exercícios físicos; e situações de tensão ou doenças infecciosas.
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Os sinais de hipoglicemia incluem fome brusca, fraqueza, tremor, desorientação e irritabilidade. Em casos mais
graves, há, também, a chance de crises convulsivas.
Já os sinais de hiperglicemia incluem forte sensação de fome e sede, urina constante, visão turva, cansaço,
sonolência, indigestão, dor abdominal. Em casos mais graves, pode haver perda da consciência (MORAES, 2010).
O quadro a seguir detalha os sintomas, diferenciando-os de maneira mais completa e apresentando possíveis
situações associadas a cada distúrbio.
Figura 6 - Os sintomas e causas da hipoglicemia e hiperglicemia auxiliam o socorrista a identificar a ação de 
primeiros socorros necessária.
Fonte: Elaborado pela autora, baseado em KARREN et al., 2013; MORAES, 2010.
Ao analisar a lista comparativa, nota-se que alguns sintomas são essenciais para diferenciação entre
VOCÊ SABIA?
Que o Brasil é quarto país do mundo com mais incidência de diabetes? A prática esportiva é
uma grande aliada para melhorar essa situação, pois reduz o risco do desenvolvimento de
diabetes do tipo II em até 60%. Uma simples caminhada de 30 minutos por dia, por exemplo, já
diminui as chances de diabetes e outras doenças relacionadas ao sedentarismo. Além disso, a
prática esportiva também auxilia no aumento da qualidade de vida de pacientes diabéticos.
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Ao analisar a lista comparativa, nota-se que alguns sintomas são essenciais para diferenciação entre
hiperglicemia e hipoglicemia. Assim, o socorrista pode analisá-los para tentar identificar qual é o tipo de
ocorrência com que está lidando, caso a análise da situação não seja suficiente (FLEGEL, 2015).
Apesar de outras situações causarem a queda ou a elevação da glicemia, de modo geral, a diabetes é a principal
causa desses problemas.
A diabetes é uma doença que atinge milhões de pessoas em todo o mundo. Ela está associada ao sedentarismo,
sendo que o papel da prática esportiva para conter a evolução de quadros. Além disso, devido sua ampla
disseminação, é importante que se conheça os sintomas e as práticas de primeiros socorros associadas à doença,
as quais são semelhantes às aplicadas em casos de hiperglicemia e hipoglicemia.
Todavia, em relação a vítima com diabetes, é necessário que, durante os primeiros socorros, a vítima possa
responder sobre ter ou não a doença, bem como o seu tipo e se possui seringas reversíveis do quadro.
3.3.1 Diabetes
A diabetes é uma doença de ampla abrangência, em que problemas hormonais resultam em alterações da
glicemia. A insulina é o hormônio chave nessa doença, pois é a responsável por carregar a glicose através da
corrente sanguínea, até chegar ao seu destino final, ou seja, nas células, que necessitam da glicose como aporte
energético.
Na chamada diabetes mellitus, a insulina não é capaz de realizar seu papel efetivamente, e a glicose se acumula,
gerando um quadro de hiperglicemia.
Karren et al. (2013, p. 312) apontam um paradoxo associado a doença, visto que há a presença de açúcar na
corrente sanguínea de diabéticos, mas não onde é necessário:
Em pessoas com diabetes mellitus, o açúcar se acumula na corrente sanguínea, porque a insulina não
o desloca para as células do corpo. É uma situação paradoxal: o indivíduo diabético apresenta níveis
extremamente elevados de açúcar no sangue, mas ocorre uma depleção do seu suprimento nas
células, nas quais é essencialmente necessário.
Como forma de garantir a sobrevivência, as células deslocam sua fonte de energia, consumindo de fontes de
lipídios e proteínas, o que, a longo prazo, leva à perda de peso e ao enfraquecimento muscular. Já em curto prazo,
pode ocorrer a subtração de massa de órgãos vitais.
Dessa forma, o excesso de açúcar é excretado pelos rins, uma vez que não consegue ser consumido, exigindo uma
demanda de água alta para sua eliminação, gerando quadros de desidratação na vítima (MORAES, 2010;
FALCÃO, 2010).
A longo prazo, a diabetes pode ter consequências sérias devido a deterioração de vasos e órgãos, como cegueira
e perda de membros, além de problemas no sistema nervoso e gastrointestinal. É comum, por exemplo, que
pessoas diabéticas sofram acidentes vasculares encefálico e ataques cardíacos.
De acordo com Moraes (2010) e Karren et al. (2013), há dois tipos de diabetes, sendo diabetes tipo I e tipo II.
A diabetes tipo I é caracterizada quando o sujeito não produz insulina, devendo ter a quantidade diária injetada
de modo intravenoso. Ela é mais comum em jovens e adolescentes.
Já com relação a diabetes tipo II, o sujeito tem a habilidade de produzir insulina, porém em níveis muito baixos, o
que compromete o transporte para as células, gerando o quadro de hiperglicemia. Nesses casos, é preciso
controlar a quantidade de açúcares ingeridos para ser compatível com o nível de insulina produzido. Inclusive,
ela é mais comum do que a diabetes tipo I, estando relacionada ao sedentarismo e a obesidade. Sua incidência é
mais popular empessoas acima dos 40 anos.
Há, também, um tipo especial de diabetes, que ocorre em mulheres durante a gravidez. Nesse caso, os hormônios
da placenta combatem o hormônio da insulina, gerando hiperglicemia gestacional, que pode causar sérios
problemas (KARREN et al., 2013).
A diabetes, como um distúrbio metabólico que pode se tornar grave, exige cuidados de primeiros socorros
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A diabetes, como um distúrbio metabólico que pode se tornar grave, exige cuidados de primeiros socorros
específicos para o auxílio rápido da vítima.
3.3.2 Primeiros socorros em distúrbios de glicemia
Uma vez identificado os sintomas associados aos distúrbios de glicemia, deve-se realizar ações de primeiros
socorros, bem como a chamado do serviço de resgate.
Pela popularidade do distúrbio associado a doença, a diabetes é uma das primeiras consideradas ao encontrar
uma pessoa com sintomas de pré-perda da consciência. Usualmente, os diabéticos possuem sinais de
identificação, como pulseiras e bombas de insulina (MORAES, 2010; FLEGEL, 2015).
Outra forma de realizar o reconhecimento de um diabético é a busca pelos sinais de injeção de insulina, que são
realizadas nas coxas e no abdome. Dessa forma, ao ser identificado um diabético, deve-se chamar o resgate e
buscar medicamentos ou aplicadores de insulina — os quais são usualmente carregados por esses pacientes
(FLEGEL, 2015; KARREN et al., 2013).
Como a identificação dos sintomas de hipoglicemia e hiperglicemia são parecidos, podendo ser difícil identificar
se está ocorrendo um ou outro, a medida mais indicada para atendimento pré-hospitalar é o fornecimento de
açúcar.
Deve-se pedir ou fazer com que a vítima se alimente com compostos açucarados, como balas de açúcar ou
chocolate, por exemplo. Essa medida é efetiva porque, caso a vítima esteja com hiperglicemia, a quantidade
adicional de açúcares não irá piorar o quadro, mas, caso esteja com hipoglicemia, sua vida pode ser salva
(MORAES, 2010; FLEGEL, 2015).
O atendimento de emergência para hiperglicemia é o acionamento imediato do serviço médico, mantendo a
atenção para o estado da vítima, que pode ter náuseas e vômitos, o que requer devidos posicionamentos.
Também se deve atentar para a pulsação, a fim de evitar ataques cardíacos, realizando as manobras de
ventilação e ressuscitação se necessário (MORAES, 2010; FLEGEL, 2015).
É preciso, também, afastar a vítima de locais perigosos e aglomerados, em casos de acidente vascular encefálico,
para evitar que a vítima entre em crise. Caso não haja suspeita de traumas, a posição voltada para baixo pode
auxiliar com relação a náuseas e vômitos. Além disso, o socorrista deve, acima de tudo, atentar-se para os sinais
vitais, mantendo a vítima aquecida e ventilada até a chegada do resgate.
Já o atendimento para casos identificados como hipoglicemia requer que sejam ministrados líquidos ou
compostos açucarados, como suco de laranja ou grãos de açúcar, na falta de glicose oral. Um ponto importante é
que os compostos devem ser macios, pois balas de consistência rígida, por exemplo, podem causar
engasgamento.
É importante, também, que não se ofereça líquidos para vítimas cujo estado mental pareça comprometido,
devendo apenas estabilizar e afastar os perigos, aguardando a chegada do resgate. O posicionamento em
decúbito lateral pode prevenir engasgos e afogamentos em casos de vômito.
Apesar de alguns sintomas serem importantes para diferenciar as situações de hipo e hiperglicemia, há um
método mais fácil e ágil de medir a glicemia, porém, nem sempre é acessível. Todavia, o socorrista deve saber de
sua importância e correta utilização, para que, quando possível, possa agilizar o reconhecimento da situação.
3.4 Medida da glicemia
A medida da glicemia é uma ferramenta importante para a análise da concentração de glicose no sangue e
identificação do problema, caracterizando se é um caso de hiper ou hipoglicemia.
O equipamento utilizado para medida da glicemia é chamado de Glicosímetro. Seu funcionamento básico
consiste na transformação da glicose, presente na gota de sangue do paciente, em outro produto pela ação
enzimática da glicose oxidase, peroxidase ou glicose-6-fosfato, dependendo do mecanismo do equipamento em
questão (BRASIL, 2010).
A ação da enzima sob a glicose dá origem ao ácido glucônico e ao peróxido de hidrogênio, no caso das oxidases;
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A ação da enzima sob a glicose dá origem ao ácido glucônico e ao peróxido de hidrogênio, no caso das oxidases;
bem como a NADH, no caso da glicose-6-fosfato.
Essas reações enzimáticas são utilizadas como sonda para a concentração da glicose, em que os subprodutos
formados são capazes de alterar a cor de uma fita medidora ou a amperagem de um amperímetro. Uma vez que
os compostos formam os sinais característicos da medida, o equipamento converte o sinal obtido em
concentração de glicose (BRASIL, 2010).
Todos os glicosímetros devem seguir as regras de precisão e qualidade impostas por agências regulamentadoras,
a fim de garantir a segurança do paciente pela medida com acurácia do estado glicêmico. A medida deve ter
precisão assegurada, visto que possíveis erros podem induzir a vítima a deixar de tomar o medicamento
necessário e entrar em crises hiper ou hipoglicêmicas graves.
Atualmente, há mais de 50 modelos diferentes de glicosímetros comercializados no Brasil, mas todos funcionam
sob o mesmo princípio: remoção de uma gota de sangue e inserção no equipamento para detecção automática no
monitor digital.
Figura 7 - Uma gota sanguínea é direcionada para a fita medidora, que emite um sinal por reações enzimáticas e 
permite a detecção do nível de açúcar no sangue da vítima.
Fonte: Kwangmoozaa, Shutterstock, 2018.
Os valores considerados para cada caso precisam ser conhecidos durante o procedimento. Dessa forma, o
VOCÊ QUER LER?
O INMETRO lançou um dossiê sobre diversos glicosímetros utilizados no Brasil, destacando o
modo de funcionamento de cada um e aspectos interessantes sobre a glicemia. É importante
que se tenha conhecimento desse equipamento, visto que ele pode ser utilizado durante o
atendimento de primeiros socorros. Você pode encontrar o material para leitura no link: <
>.http://www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/glicosimetro.pdf
http://www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/glicosimetro.pdf
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Os valores considerados para cada caso precisam ser conhecidos durante o procedimento. Dessa forma, o
socorrista deve coletar uma gota de sangue de um dos dedos da vítima, inserindo no equipamento. Aliás, é
comum que pessoas diabéticas tenham o equipamento consigo.
Assim, ao retornar o valor, caso esteja menor do que 70mg/dl, considera-se uma vítima com hipoglicemia, sendo
que a ação do oferecimento de compostos doces deve ser realizada imediatamente para aumentar os níveis de
açúcar no sangue. Contudo, se o equipamento acusar valores acima de 140 mg/dl, um episódio de hiperglicemia
é caracterizado, devendo o socorrista, se possível, fornecer insulina ou estabilizar a vítima, chamando o resgate
imediatamente (BRASIL, 2010).
Alguns cuidados devem ser realizados durante a medida de glicose. Deve-se atentar para não coletar uma gota
de sangue muito pequena, bem como as fitas e o equipamento precisam estar em boas condições. Com isso,
torna-se mais seguro o auxílio de primeiros socorros em casos de transtornos glicêmicos, pela facilidade e
agilidade de detecção.
Síntese
Encerramos o terceiro capítulo desta disciplina com conceitos importantes que devem ser fixados para que a
aplicação correta de primeiros socorros em diferentes casos possa ser sucesso quando a prática exigir. Agora,
você está apto para colocar as manobras em ação.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• Compreender a importância da compreensão dos diferentes tipos de hemorragias;
• Diferenciar hemorragias venosas, capilares e arteriais;
• Reconhecer a gravidade relacionada a cada tipo de hemorragia, bem como a importância das ações 
corretas de primeiros socorros;
• Analisar a situação para escolha das ações adequadas para o auxílio primário;• Reconhecer as diferentes situações, os sintomas e as suas exigências para salvamento de vítimas;
• Saber conceitos sobre diferenciação e importância do reconhecimento de uma hemorragia interna;
• Compreender a aplicação dos primeiros socorros em hemorragias externas pela tríade compressão – 
elevação – compressão;
• Identificar os fatores que agravam os processos hemorrágicos;
• Analisar a importância da proteção do socorrista frente a patógenos do sangue, garantindo sua 
biossegurança;
• Reconhecer a abrangência da diabetes e a importância do reconhecimento da situação de emergência 
pela análise da vítima, além de sinais da doença;
• Diferenciar os conceitos sobre hipo e hiperglicemia, bem como a diferença entre a sintomatologia;
• Conhecer as ações necessárias em primeiros socorros em casos de distúrbios de glicemia e a 
necessidade de utilização de glicosímetros para a medida da concentração de glicose.
Bibliografia
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http://www.prosangue.sp.gov.br/duvidas/Default.aspx
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	Introdução
	3.1 Primeiros socorros em hemorragia: técnicas específicas para diferentes tipos hemorrágicos
	3.1.1 Hemorragias: conceitos sobre lesões vasculares e a importância da circulação sanguínea
	3.1.2 Tipos hemorrágicos e princípios de primeiros socorros
	Tamanho do vaso
	Hemorragia interna ou externa
	Idade e peso da vítima
	Condição física da vítima
	Possibilidade de comprometimento das vias aéreas
	3.2 Mecanismo hemostáticos e choque hipovolêmico: o que são e como controlar
	3.3 Hipoglicemia e hiperglicemia: diferenciação e ações de socorro
	3.3.1 Diabetes
	3.3.2 Primeiros socorros em distúrbios de glicemia
	3.4 Medida da glicemia
	Síntese
	Bibliografia

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