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NOÇÕES DE ECONOMIA DE MERCADO

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NOÇÕES DE ECONOMIA DE MERCADO: 
A relação da Economia com o conhecimento jurídico. Importância do estudo da Economia 
para o Curso de Direito. Conceituação básica. Sistemas econômicos. Fatores de Produção. 
Problemas Econômicos Fundamentais. Abaixo, apresentamos de forma resumida os 
aspectos a serem abordados pelos professores sobre o conteúdo da aula. As questões 
aqui colocadas deverão ser contextualizadas procurando associar aos fatos recentes. A 
relação da Economia com o conhecimento jurídico. Ao iniciar o estudo do Direito o 
discente vê como uma das suas disciplinas Economia Política. Sendo frequente, no 
decorrer dos anos, a indagação de: qual a relação que há entre estas duas áreas? 
A estranheza sentida por alguns, não é de todo infundada, mas se deve muito mais pelos 
rumos que estas duas áreas das ciências sociais tomaram no decorrer do tempo do que 
pelos fundamentos que as sustentam e as fazem ser tão relevantes para a sociedade. 
Contudo, tanto o direito, quanto a economia, se originam do mesmo conjunto de 
questões, pois são frutos da tentativa humana de entender como os indivíduos se 
organizam socialmente e produtivamente, como se entendem e como formulam o 
entendimento sobre o outro. Suas origens estão, portanto, nos primeiros textos filosóficos, 
sendo o campo da Filosofia sua origem comum. O objeto de estudo do direito enquanto 
área do conhecimento é a relação humana, ou seja, o conjunto de relações que ocorrem 
entre os seres humanos que se comunicam (as relações sociais), pois indivíduos isolados, 
que não possuem outros seres humanos para se relacionarem, não travam este conjunto 
de relações. A valoração jurídica é relativa à relação humana na medida em que o 
comportamento de um indivíduo se defronta com os comportamentos 
intercomplementares dos outros indivíduos, sendo esta uma relação intersubjetiva, pois 
ocorre entre mais de um. 
As leis, como são conhecidas, disciplinam ou buscam disciplinar a relação humana, ou seja, 
as formas como os indivíduos travam (ou devem travar) as suas relações sociais. A análise 
jurídica destas relações cria uma norma de dever-ser, regras e regulamentos, que podem 
ser explícitos ou tácitos. Estabelecem a forma e o conteúdo através dos quais aquelas 
relações são válidas e aceitas, além de estudar o conjunto das normas já criadas. Assim, 
estas normas de dever-ser estabelecem de que forma as relações devem ser travadas entre 
os indivíduos e de que forma passam a ser aceitas por estes. De acordo com cada época 
e/ou lugar a relação jurídica apresenta conteúdos diferentes, podendo ser interpretada 
tanto como a representação dos interesses coletivos, como reflexo dos interesses da classe 
dominante. No entanto, tanto de uma como de outra, a relação jurídica vêm 
acompanhado e, algumas vezes, buscando condicionar as transformações ocorridas na 
forma como os indivíduos se relacionam. Portanto, a Norma Jurídica representa o conjunto 
de todos os contextos de relações jurídicas expressas na manifestação da vontade social, 
sendo o direito o reflexo do entendimento dos indivíduos em cada época e em cada local, 
como o resultado daquilo que é considerado melhor, mais adequado e mais justo. 
É neste contexto de transformações das relações sociais que o direito e a economia se 
apresentam de forma inter-relacionada, pois é no bojo das transformações ocorridas nas 
 
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relações entre senhores e servos no final da Idade Média, que a valorização de cada pessoa 
como dotada de uma individualidade própria, passa a definir o direito de SER, valorizando 
cada um como um indivíduo provido de direitos que são extensivos a todos de forma 
igual, formulando a idéia de individualidade, fundamento básico para a criação de uma 
nova categoria social, a dos cidadãos, distinta da dicotomia até então vigente nobreza ou 
servos. Contudo, estes direitos individuais consagrados nos primeiros códigos civis, se 
centralizavam em torno das garantias do direito de propriedade, o direito de TER, na 
medida em que tinham como fundamento básico a garantia das transformações sociais 
em curso, marcadas pela decadência econômica e política da nobreza e pela ascensão dos 
homens livres por suas atividades comerciais mercantis. Nestes termos, o direito de ser 
vinculava-se ao direito de ter, na medida em que somente aqueles dotados de 
individualidade e, portanto, de direitos, poderiam ser identificados como capazes de 
possuir, isto é, de ter propriedades e estas serem respeitadas. 
As ideias contidas na construção deste indivíduo atomizado, criatura única, possuidora de 
direitos, podem ser claramente identificadas nos primeiros textos da economia moderna 
(pós Idade Média), conhecidos como Liberalismo Econômico, que pregavam a autonomia 
do indivíduo em suas atividades empresariais e a liberdade de realizarem suas transações 
como bem entendessem, sem qualquer intervenção. Contudo, o processo de 
transformações sociais em curso se deu de forma que os direitos individuais e, portanto, 
o indivíduo atomizado, cedesse lugar a ideia do indivíduo como componente de um 
coletivo: uma comunidade onde os interesses do todo (coletivo) passaram a se sobrepor 
aos interesse s individuais, fazendo com que indivíduos dotados de direitos fossem 
também dotados de obrigações. 
Passando a regra jurídica a ser um instrumento do desenvolvimento econômico e não 
mais a busca da consagração da perfeição das relações humanas em regras de como 
deve/ser as relações entre os indivíduos se transformando num instrumento para alcançar 
o bem -estar econômico coletivo, expresso no desenvolvimento econômico, na ampliação 
da riqueza e na prosperidade comum. Importância do estudo da Economia para o Curso 
de Direito. Economia e Direito A importância do estudo da Economia para o Curso de 
Direito é fornecer uma visão das principais questões econômicas de tal forma que se possa 
ter uma melhor compreensão da realidade econômica e suas relações com as Normas 
Jurídicas. O direito em geral desempenha uma função importante na organização da 
atividade econômica. Princípios legais que estão por trás das medidas de política 
econômica é parte integrante do presente estudo, e serão analisados durante as diversas 
unidades. Como exemplo, pode-se citar a intervenção por parte do governo em atividades 
econômicas como Oligopólios e Monopólios. Conceitos como escolha, necessidades, 
recursos, escassez, produção e distribuição fazem parte tanto do direito como da 
economia. Como esses termos se relacionam com o campo do direito? 
Qual a sua relevância para o estudo do direito? 
Estas são algumas das questões a serem abordadas ao longo do curso. No entanto, toda 
decisão de intervenção seja ela política, econômica e/ou jurídica por parte de qualquer 
 
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agente da sociedade deve sempre objetivar o bem estar social. Fatos, Fenômenos e Leis 
Econômicas. Quando se observa a existência de fatos ou fenômenos econômicos como a 
troca, o trabalho, e a moeda, e quando esses fatos ou fenômenos estão ligados entre si 
por relações constantes e conhecidas surgem às leis econômicas. 
Registrar fatos e fenômenos econômicos procurando estabelecer entre eles as relações 
constantes ou Leis Econômicas é a finalidade própria da economia política. Entretanto a 
observação das Leis Econômicas não é perfeita como se verifica com as Leis do mundo 
físico. Com relação à constituição dos fenômenos sociais e jurídicos, vale ressaltar que a 
função social tem relevância na seara jurídica, por envolver aspectos políticos, econômicos 
e sociais. As desigualdades latentes no convívio em sociedade ao longo da história 
passaram a requerer soluções que fossem capazes de reduzir o quadro de injustiças 
existentes em cada época, principalmente em virtude da distância entre o que 
determinava a lei e o que se verifica na realidade social atual. Daí o fenômeno jurídico 
englobar todos os eventos, provenientes da atividade humana ou decorrente defatos 
naturais capazes de ter influência na órbita do direito por transferir, conservar, modificar 
ou extinguir as relações jurídicas. 
Conceituação básica Definição Economia é uma ciência social que estuda a produção, a 
circulação e o consumo de bens e serviços, e como o indivíduo e a sociedade decidem 
empregar recursos produtivos escassos na produção, de modo a distribuí-lo entre as 
várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas. 
Economia também pode ser definida como a administração da escassez dos recursos de 
produção. Essa definição contém vários conceitos importantes que são a base e o objeto 
do estudo da Ciência Econômica: Escolha, necessidades, recursos, escassez, produção e 
distribuição. Em qualquer sociedade, os recursos de produção são escassos; contudo, as 
necessidades humanas são ilimitadas, e sempre se renovam. O ser humano não se satisfaz 
com o que tem, sempre desejando mais coisas. Isso obriga a sociedade a escolher entre 
alternativas de produção e de distribuição dos resultados da atividade produtiva aos vários 
grupos da sociedade. A escassez de recursos humanos e materiais, evidenciados pela 
existência de preços, impõe a necessidade de distribuir recursos entre alternativas de uso 
presente e futuro. Logo, a escolha é a essência da tomada de decisão econômica. É 
necessário avaliar o valor relativo dos diferentes tipos e quantidades de bens de consumo 
e serviços (Ex.: pão, automóveis, geladeiras, apartamentos, escolas, etc.) em relação uns 
aos outros e em relação à oferta futura que provavelmente se tornará disponível se esses 
recursos presentes forem desviados para a produção de bens de capital (ex.: portos, 
estradas, pontes, fábricas). 
Necessidades Humanas Ilimitadas (Ato econômico) X Escassez de Recursos = 
Problema Solução: “Escolha” / Distribuir (alocar) recursos. 
Como esses conceitos e essas definições se relacionam com o Direito? 
A Economia é uma ciência social assim como o Direito, que depende das relações humanas 
seja na esfera familiar ou mesmo na organização do Estado e que através de suas normas 
 
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regem as relações econômicas. Como esses conceitos e essas definições se relacionam 
com o Direito? 
Quando se define Economia como uma ciência social que estuda como o indivíduo e a 
sociedade decidem empregar recursos produtivos, o direito também é uma ciência social 
que através de suas normas regula as relações econômicas. 
Os diversos ramos da ciência jurídica se relacionam com a economia: Direito 
Constitucional, Direito Empresarial, Direito Administrativo, Direito Penal, Direito do 
Trabalho e o Direito Internacional, entre outros. Pode-se citar como exemplo a 
importância do Direito Financeiro que trata da captação e da gestão dos recursos 
econômicos para que os órgãos públicos possam cumprir com suas obrigações. Da 
mesma forma que qualquer cidadão, o Estado carece de recursos para satisfazer às suas 
necessidades de realizar obras e prestar serviços à sociedade. Daí a importância do Direito 
Financeiro, cuja autonomia é implicitamente reconhecido na Constituição Federal do Brasil 
de 1988, tendo em vista o disposto nos arts. 145 a 169. Sistemas econômicos Definição 
Um sistema econômico pode ser definido como sendo a forma política, social e econômica 
pela qual está organizada uma sociedade, para desenvolver as atividades econômicas de 
produção, circulação e consumo de bens e serviços. 
Os elementos básicos de um sistema econômico são: Fatores de produção: são os recursos 
humanos, o capital, os recursos naturais e a tecnologia/conhecimento. Unidades de 
produção: são as empresas. Instituições políticas, jurídicas, econômicas e sociais que 
constituem na base de organização da sociedade. Classificação dos Sistemas Econômicos: 
a) Sistema Capitalista ou economia de mercado: É aquele regido pelas forças de 
mercado, predominando a livre iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produção. 
Com relação à livre iniciativa e a propriedade privada, esses conceitos podem ser 
visualizados no caput do artigo 170 da Constituição Federal do Brasil de 1988. Vale 
ressaltar que pelo menos até o início do século XX, prevalecia nas economias ocidentais o 
sistema de livre concorrência (concorrência pura), em que não havia intervenção do Estado 
na atividade econômica. Porém em 1930 passou a predominar o sistema de economia 
mista, onde prevalecem as forças de mercado, mas com a atuação e intervenção do 
Estado, através das idéias do economista inglês John Maynard Keynes 
b) Sistema Socialista ou economia centralizada: É aquele em que as questões 
econômicas fundamentais são resolvidas por um órgão central de planejamento, 
predominando a propriedade pública dos fatores de produção, chamados nessas 
economias de meios de produção. Os bens de produção são de controle direto do Estado. 
É aquele em que as questões econômicas fundamentais são resolvidas por um órgão 
central de planejamento, predominando a propriedade pública dos fatores de produção, 
chamados nessas economias de meios de produção. Os bens de produção são de controle 
direto do Estado. 
Fatores de Produção. Todo indivíduo precisa atender às suas necessidades, por mais 
elementares que sejam. Se observar bem, verifica-se que tudo que existe no planeta é 
 
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finito. Certos bens que são encontrados na natureza com aparente abundância de reservas 
(tais como água potável, matas, florestas, etc.) já se tornam escassos, representando um 
sério problema para as sociedades futuras. Nesse sentido, preliminarmente, o estudo da 
economia nada mais é do que o estudo de como atender às necessidades humanas 
observando-se o fenômeno da escassez dos recursos ou fatores de produção. Mas, o que 
se entende por necessidades humanas? 
Entende-se por necessidades humanas tudo que o ser humano precisa (alimentos, 
vestuário, moradia, saúde, educação, lazer, etc.) e deseja possuir (brinquedo, 
reconhecimento profissional, status, etc.) nas várias etapas de sua vida. É importante notar 
que essas necessidades humanas possuem duas características, a saber: 
a) são ilimitadas, no sentido de que é próprio de qualquer indivíduo querer possuir sempre 
mais coisas do que já tem; 
b) são diversificadas, no sentido de que cada indivíduo possui sua escala de prioridades e 
desejos; Entende-se por recursos ou fatores de produção a tudo que, de certa forma, pode 
ser utilizado para a produção de um bem ou de um serviço. Esses fatores de produção 
subdividem-se em: 
a) Terra ou Recursos Naturais: o que existe na natureza (florestas, rios, oceanos, clima, etc.); 
b)Trabalho ou Mão de Obra: força de trabalho economicamente ativa; 
c) Capital: riquezas acumuladas pela sociedade, utilizadas no processo produtivo como 
capital fixo (máquinas, ferramentas, prédios, galpões, estradas, etc.) e capital monetário 
(dinheiro); 
d) Tecnologia e Conhecimento: habilidade que é utilizada no processo produtivo na busca 
de sua contínua melhora e expansão; 
Os fatores de produção também possuem duas características bem definidas, são elas: 
a) são escassos e, portanto, tem preço; 
b) são versáteis no sentido de que um mesmo fator de produção pode ser empregado em 
diversos processos produtivos; 
Sendo que, cada um destes fatores recebe uma remuneração específica pela sua 
participação no processo produtivo: 
a) Terra ou Recursos Naturais = Aluguel; 
b) Trabalho ou Mão-de-Obra = Salário; 
c) Capital (Fixo e Monetário) = Juro; 
 
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d) Tecnologia e Conhecimento = Royalty e Lucro. 
Então, pelo que já foi visto, pode-se definir economia como: A Economia é o estudo da 
maneira pelo qual os homens utilizam recursos produtivos (fatores de produção) escassos 
e versáteis para produzir bens (mercadorias e serviços) para satisfazer as necessidades 
ilimitadas e diversificadas dos membros da sociedade 
Problemas Econômicos Fundamentais: 
a) O que e quanto produzir? A sociedade deverá escolherdentro das possibilidades de 
produção, quais os produtos e quantidades deverão ser produzidos. O resultado do 
processo produtivo serão os bens (coisas físicas, tangíveis, como, por exemplo, a geladeira, 
o fogão, o sapato, etc.) e os serviços (coisas intangíveis, como, por exemplo, os serviços 
de educação, segurança, hospitalares, etc.). Es ses bens e serviços, por sua vez, poderão 
ser de consumo (duráveis e não duráveis) e de capital. Os bens de consumo durável são 
aqueles que não acabam no ato de consumo (geladeira, móveis, etc.) enquanto que os 
bens de consumo não duráveis são os que terminam no ato de consumo (alimentos, 
bebidas, etc.) 
b) Como e onde produzir? A sociedade deverá escolher quais os recursos produtivos serão 
utilizados considerando o nível tecnológico disponível. Como e onde se dará se dará o 
processo produtivo implica em tentar adotar as melhores técnicas de produção 
disponíveis que deverão ser utilizadas em três possíveis cenários (setores da economia), a 
saber: setor primário, setor secundário e setor terciário. No setor primário ocorrerão as 
atividades de lavouras, extração animal e extração vegetal. 
No setor secundário ocorrerão as atividades de extração mineral, da indústria de 
transformação, da indústria da construção e de semi-industriais (energia elétrica, gás 
encanado, tratamento e distribuição de água, etc.). 
No setor terciário ocorrerão as atividades do comércio, mercado financeiro, transporte, 
comunicação, lazer, saúde, educação, etc. e do governo. 
Obs: É importante observar que os bens tangíveis são produzidos nos setores primário e 
secundário e os bens intangíveis (serviços) no setor terciário. 
c) Para quem produzir? A sociedade deverá escolher como os indivíduos deverão 
participar do resultado da produção. Considera-se que a distribuição de tudo que foi 
produzido se dará levando-se em conta dois aspectos: – a quantidade e qualidade dos 
fatores que o indivíduo empregou no processo produtivo; e – o preço que conseguiu 
receber pelo uso desses fatores. 
O CONSUMIDOR (DEMANDA) E O PRODUTOR (OFERTA) Microeconomia e 
Macroeconomia. Fatores determinantes da demanda, objetivo do consumidor e lei geral 
da demanda. Fatores determinantes da oferta, objetivo da firma e lei geral da oferta. 
Tendência de equilíbrio. Abaixo, apresentamos de forma resumida os aspectos a serem 
 
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abordados pelos professores sobre o conteúdo da aula. As questões aqui colocadas 
deverão ser contextualizadas procurando associar aos fatos recentes. Microeconomia e 
Macroeconomia. 
Microeconomia é o segmento da Teoria Econômica que estuda a formação de preços no 
mercado, ou seja, o funcionamento do mercado de um determinado produto ou grupo 
de produtos, analisando o comportamento dos compradores e vendedores. Consiste na 
análise mais individualizada dos agentes econômicos. Mercado é o lugar onde os 
compradores (demandantes) de bens ou serviços se encontram com os vendedores 
(ofertantes) dos mesmos com o objetivo de concretizar a transação. O estudo da 
microeconomia parte do princípio que as pessoas reagem racionalmente. Os 
consumidores tentam gastar seu orçamento de forma que lhes dê o máximo de prazer 
possível. Como dizem os economistas, eles maximizam a utilidade. No ponto de vista dos 
empresários, eles procuram o maior lucro que podem extrair de suas operações. 
Macroeconomia é o segmento da Teoria Econômica que estuda o funcionamento da 
economia como um todo, sendo responsável pelo estudo do relacionamento dos grandes 
agregados, por exemplo, o mercado externo, o nível de emprego, o consumo, a poupança 
e o investimento da economia. Fatores determinantes da demanda, objetivo do 
consumidor e lei geral da demanda. Conceito de Utilidade Um dos fundamentos da análise 
da demanda ou procura é o conceito de utilidade. A utilidade é um conceito subjetivo, 
mas representa a qualidade e a satisfação que os consumidores atribuem aos bens e 
serviços que se pode adquirir no mercado, variando de consumidor para consumidor. 
Demanda de Mercado: A demanda ou procura pode ser definida como a quantidade de 
um determinado bem ou serviço que os consumidores desejam e podem adquirir em 
determinado período de tempo. Existem variáveis que influenciam a escolha do 
consumidor, e, consequentemente, sua demanda por um bem ou serviço. O preço do bem 
ou serviço, os preços dos bens substitutos ou complementares, a renda do consumidor e 
seus hábitos, gostos e preferências. Para estudar a influência dessas variáveis utiliza -se a 
hipótese do coeteris paribus, ou seja, é usada para lembrar que todas as variáveis, que 
não aquelas que estão sendo utilizadas são mantidas constantes. Relação entre 
quantidade procurada e o preço do bem: A chamada Lei Geral da Demanda evidencia uma 
relação inversamente proporcional entre a quantidade procurada e o preço do bem, 
coeteris paribus. Um aumento do preço do produto resultará na redução de sua demanda. 
Por sua vez, uma queda do preço do produto resultará no aumento de sua demanda. 
Outras Variáveis que afetam a demanda por um bem: 
a) Renda dos consumidores: No caso de um bem normal, se a renda dos consumidores 
aumenta a demanda do produto também aumenta. 
b) Bens Substitutos: Quando há uma relação direta entre o preço de um bem e a 
quantidade de outro, tudo o mais constante. Exemplo: Um aumento do preço da carne 
deve elevar a demanda por frango. 
 
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c) Bens Complementares: Quando há uma relação inversa entre o preço de um bem e a 
demanda de outro. Exemplo: quantidade de automóveis e preço da gasolina, ou seja, se 
o preço do automóvel aumentar a quantidade demandada de gasolina diminuirá. 
d) Preferências dos consumidores:Os gastos com publicidade objetivam aumentar a 
procura de bens e serviços influenciando as preferências dos consumidores. 
Alguns conceitos de bens: 
a) Bem Normal Se a renda dos consumidores aumenta e a demanda do produto também, 
tem -se um bem normal. 
b) Bem Inferior Se a renda dos consumidores aumenta e a demanda do produto diminui, 
tem -se um bem inferior. Exemplo: um automóvel de segunda linha 
c) Bens de consumo Saciado Quando a demanda do bem não é influenciada pela renda 
dos consumidores. Exemplo: sal, farinha, etc. 
Fatores determinantes da oferta, objetivo da firma e lei geral da oferta. Oferta de mercado 
são as várias quantidades que os produtores desejam oferecer ao mercado em 
determinado período de tempo. Em relação a Lei da Oferta, a quantidade ofertada de um 
produto (ou serviço) é diretamente relacionada com seu preço, coeteris paribus. Se o 
preço de um bem aumenta haverá uma expansão na quantidade ofertada. 
Fatores determinantes da oferta. A oferta depende de vários fatores dentre eles, do 
preço do bem em questão, dos demais preços, do preço dos fatores de produção 
(matérias-primas, salários, preço da terra), das preferências dos empresários, das 
alterações tecnológicas; do aumento do número das empresas no mercado. Vale ressaltar 
que a relação entre a oferta e os custos dos fatores de produção é inversamente 
proporcional. Exemplo: um aumento nos salários, tudo o mais constante, provoca uma 
retração da oferta de um produto. Porém, uma melhoria tecnológica é diretamente 
proporcional, ou seja, tudo o mais constante, deve provocar uma expansão da oferta. 
Objetivo da firma: Partindo-se de uma análise tradicional, o empresário sempre busca 
maximizar o lucro total, otimizando a utilização de todos os recursos que dispõe. 
Tendência de equilíbrio O equilíbrio no mercado é definido como o preço que iguala as 
quantidades demandadas pelos compradores com as quantidades ofertadas pelos 
vendedores. O mercado regula os interesses de produtores e consumidores: os produtores 
querem ganhar o máximo possível; enquanto os consumidores querem pagar o mínimo 
possível. O resultado desse processo são os preços de equilíbrio, ou seja, é o patamar em 
que os consumidores e os produtores realizam seus interesses. Numa situaçãode escassez 
do produto, as quantidades demandadas serão maiores que as ofertadas, o que resultará 
em elevação de preços e/ou no aumento da quantidade ofertada, até atingir-se o 
equilíbrio. Entretanto, numa situação de excedente de produção, o que resultará numa 
competição entre os produtores, conduzindo a uma redução dos preços ou na quantidade 
ofertada, até que se atinja o ponto de equilíbrio. Assim sendo, quando há competição 
 
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tanto dos compradores (demandantes) quanto dos vendedores (ofertantes), há uma 
tendência natural no mercado para se chegar a uma situação de equilíbrio. Os 
compradores e vendedores conduzem automaticamente o mercado para um equilíbrio. 
Uma vez atingido esse equilíbrio, os compradores e vendedores estão satisfeitos e, 
portanto, não há pressão sobre o preço. A rapidez e velocidade destes ajustes variam de 
mercado para mercado. Nos mercados de concorrência pura, o excesso e a escassez são 
apenas temporários e o ajuste tende a ser mais rápido. É necessário ponderar que podem 
ocorrer as imperfeições de mercado, ou seja, situações nas quais os preços não são 
determinados isoladamente em cada mercado. 
Políticas de preços: congelamento, preços mínimos e tabelamento. Importância dos 
conceitos de Oferta e Demanda para o curso de Direito. Formas de intervenção do Estado 
na economia. Abaixo, apresentamos de forma resumida os aspectos a serem abordados 
pelos professores sobre o conteúdo da aula. As questões aqui colocadas deverão ser 
contextualizadas procurando associar aos fatos recentes. Políticas de preços: 
congelamento, preços mínimos e tabelamento. As imperfeições de mercado Consiste na 
análise das imperfeições de mercado em que, verificam -se situações nas quais os preços 
não são determinados isoladamente em cada mercado. Interferência do governo no 
equilíbrio de mercado O governo intervém na formação de preços de mercado, a nível 
microeconômico, quando fixa imposto e subsídio, estabelece os critérios de reajuste do 
salário mínimo, fixa preços mínimos para produtos agrícolas, decreta tabelamentos ou, 
ainda, congelamento de preços e salários. Política de preços mínimos na agricultura 
Consiste numa política governamental que visa dar uma garantia de preços ao produtor 
agrícola, com o objetivo de resguardá-lo contra os riscos eventuais advindos de variação 
nos preços de mercado, evitando que uma acentuada queda de preços venha causar um 
desestímulo ao produtor e sérios prejuízos à renda e à produção agrícola. O governo 
oferece um preço mínimo que ele pagará ao produtor agrícola após a produção. Se os 
preços mínimos forem superiores aos preços de mercado, por ocasião da produção, o 
produtor deverá vender seu produto para o governo ao preço mínimo fixado. Com o preço 
mínimo acima do preço de equilíbrio de mercado, tem -se um excedente de produto em 
poder do governo, que possivelmente, será utilizado como estoque regulador nos 
períodos da entressafra. Tabelamento O governo poderá implantar um tabelamento de 
preços, visando impedir abusos por parte dos vendedores. Entretanto, se o governo 
tabelar o preço num valor inferior ao de equilíbrio, resultará em escassez do produto, com 
o surgimento de filas, ágio e no mercado paralelo. 
Importância dos conceitos de Oferta e Demanda para o curso de Direito A legislação 
do consumidor amplamente empregada em nossa sociedade tem uma relação direta com 
os conceitos de Oferta e Demanda. Por exemplo, a oferta insuficiente de determinados 
produtos básicos como os medicamentos podem causar sérios danos à população 
dependente desses produtos. Estudar o mercado desses bens poderá evitar sua escassez 
através de medidas que venham a incentivar a produção. Aspectos jurídicos estão 
presentes nessas análises e nas formas de incentivo. Analisar a oferta de um determinado 
produto permite aos agentes tomarem decisões que venham impedir prejuízos à 
sociedade. Uma empresa poderá estar sujeita a insolvência por um desequilíbrio entre 
 
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oferta e demanda de seus produtos. O advogado não atua somente no aspecto jurídico 
da Recuperação Judicial, mas deverá ser capaz de participar das discussões sobre as 
alternativas disponíveis para a empresa. Por sua vez, a atuação do empresário no mercado 
deverá ser regulado para impedir abusos que venham a desequilibrar a relação entre os 
compradores e os produtores. Será objeto de análise mais adiante as formas de 
concentração excessiva em um único ou poucos produtores e seu impacto no consumidor. 
Os tabelamentos de preços ocorridos durante a década de 80 no Brasil causaram sérios 
transtornos as pessoas, que se viram privadas de seu direito básico de consumidor. Essas 
decisões causaram prejuízos ao Estado que ainda tem que conviver com inúmeras ações 
judiciais de reposição das perdas. 
O Plano Real que estabilizou os preços foi articulado com a participação de juristas 
renomados, fator que contribuiu para o seu sucesso. Situações de escassez em que a 
demanda é superior a oferta pode requerer medidas como o incentivo à importação. Esse 
procedimento é importante para evitar que a pressão de demanda venha a impactar os 
preços do produto. O processo de importação vai envolver uma série de decisões relativas 
à legislação aduaneira. 
Formas de intervenção do Estado na economia. 
Classificação: Podemos definir como formas de intervenção do Estado na atividade 
econômica: 
a) Absorção: nesse caso o governo atua de forma monopolista na atividade econômica. O 
caput e inciso V do art. 177 da Constituição Federal Brasileira de 1988, estabelece que 
Constituem monopólio da União, a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o 
reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios e minerais nucleares e seus 
derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção, comercialização e utilização 
poderão ser autorizadas sob regime de permissão. 
b) Participação: o governo atua em conjunto com a inciativa privada na realização de 
determinada atividade econômica. O art. 199 e & 1o. da Constituição Federal brasileira de 
1988 estabelece que A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. § 1º – As instituições 
privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo 
diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as 
entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos?. O sistema de atuação concomitante entre 
setor público e setor privado também ocorre com a Educação. Conforme o art. 209 e 
incisos I e II da Constituição Federal brasileira de 1988: O ensino é livre à iniciativa privada, 
atendidas as seguintes condições: I – cumprimento das normas gerais da educação 
nacional; II – autorização e avaliação de qualidade pelo poder público. 
c) Direção: nessa situação o Estado atua na economia através a edição de leis utilizando 
seu poder de pressão. O art. 174 da Constituição Federal brasileira de 1988 estabelece que 
como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma 
da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para 
o setor público e indicativo para o setor privado. d) Indução: o governo nesse caso atua 
 
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na atividade econômica concedendo benefícios fiscais, oferecendo crédito através do 
sistema financeiro ou mesmo estimulando o desenvolvimento através de instituições 
oficiais de fomento. 
Intervenção Direta e Indireta: O Estado pode atuar de forma direta ou indireta no 
domínio econômico. 
a)Intervenção Direta: a intervenção de forma direta ocorre através das empresas públicas 
e como sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, sendo permitida quando 
necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo O art. 
173 da Constituição Federal, & 1º e inciso I, prevê que a lei estabelecerá o estatuto jurídico 
da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem 
atividadeeconômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de 
serviços, dispondo sobre sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela 
sociedade. Artigo 173 da Constituição Federal brasileira de 1988, caput prevê: Ressalvados 
os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta da atividade econômica pelo 
Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a 
relevante interesse coletivo, conforme definido em lei. Na atuação direta, o Estado atua 
como empresário comprometido com a geração de atividade econômica, sendo regido 
ou por um regime concorrencial (como exemplo a Caixa Econômica Federal) ou em um 
regime monopolístico (exemplo da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos monopólio 
estabelecido no art. 21 , X da Constituição Federal de 1988) . 
Através da intervenção direta o Estado passa a concorrer com as empresas privadas, seja 
como empresa pública ou como sociedade de economia mista, atuando na economia 
como empresário, não podendo gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor 
privado. A partir dos anos 60 inicia-se o questionamento do custo e da eficiência da 
intervenção direta do estado na Economia associado a uma depreciação dos serviços 
públicos oferecidos uma vez que ocorre um esgotamento da capacidade estatal de investir 
em novas tecnologias. A partir de 1985 verifica -se no Brasil, assim como no mundo, o 
fenômeno de desregulamentação. Não que o Estado seja eliminado, mas ele assume 
novas funções e transfere à iniciativa privada atividades até então exploradas pelo Estado. 
O Direito Econômico, como um conjunto de normas que regem a organização do 
mercado, cria, aplica e preside as novas regras de conduta de mercado. 
Intervenção Indireta: a intervenção indireta ocorre com o Estado assumindo o papel de 
agente normativo e regulador da atividade econômica. O art. 174 da Constituição Federal 
de 1988 estabelece que o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, 
incentivo e planejamento. Artigo 174 da Constituição Federal brasileira de 1988: Como 
agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, 
as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor 
público e indicativo para o setor privado? 
A atuação indireta permite ao Estado executar a política econômica, procurando assegurar 
o desenvolvimento sustentado da economia, com pleno emprego dos fatores de 
produção, estabilidade de preços, e distribuição de renda. O Estado, na atuação indireta, 
 
Classificado como Público 
adota políticas econômicas para conduzir, estimular e apoiar a atividade econômica 
empreendida pelos particulares. Os objetivos principais dessas políticas econômicas são 
de assegurar o crescimento sustentável da economia, assegurar o elevado nível de 
emprego, relativa estabilidade de preços e garantir o equilíbrio das contas externas. Para 
atingir esses objetivos, o Estado adota uma série de medidas econômicas que são 
instrumentos para atingir esses objetivos fundamentais. A adoção de uma política 
econômica pode levar a um conflito com o objetivo de outra. Por exemplo, uma adoção 
de uma política energética pode levar conflitos com os objetivos da política ambiental. 
ESTRUTURAS DE MERCADO E OS ASPECTOS JURÍDICOS: 
Conceituação de Estruturas de Mercado Estruturas de Mercado Abuso do Poder 
Econômico Preceito constitucional sobre a concorrência Lei Antitruste Brasileira e a 
Estrutura de Mercado Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência – SBDC Abaixo, 
apresentamos de forma resumida os aspectos a serem abordados pelos professores sobre 
o conteúdo da aula. As questões aqui colocadas deverão ser contextualizadas procurando 
associar aos fatos recentes. Conceituação de Estruturas de Mercado As estruturas de 
mercado se dividem inicialmente entre o “mercado de bens e serviços” e o “mercado de 
fatores de produção”. Pode-se representar a economia através de um fluxo circular em 
que os seus diferentes componentes se complementam, interagindo como fornecedores 
e consumidores uns dos outros dependendo do mercado em que se encontrem. Famílias 
e empresas, portanto, podem ser demanda ou oferta dependendo da posição em que se 
encontrem no mercado. Assim, as empresas no “mercado de bens e serviços” são os 
ofertantes e os membros das famílias são seus demandantes, de forma oposta no 
“mercado de fatores de produção” os membros da família são os ofertantes e as 
firmas/empresas são seus demandantes. Desta forma, pode-se entender o mercado como 
um conjunto de relações que são travadas pelos agentes econômicos (demanda e oferta) 
em torno de um dado produto, ou conjunto de produtos, em certo período de tempo. Sua 
estrutura irá, portanto, depender da forma como os agentes econômicos estão 
organizados. Sendo uma “estrutura de mercado” dada pela forma como fornecedores e 
consumidores estão organizados no mercado para realizar as suas transação de venda e 
compra. Assim, ao analisar o mercado pelo lado de como os fornecedores (oferta) estão 
organizados frente aos consumidores (demanda), tem-se as estruturas do mercado de 
bens e serviços, mas se esta análise privilegiar a forma como os consumidores estão 
organizados frente os fornecedores, tem -se as estruturas do mercado de fatores de 
produção. Os mercados produtores estão estruturados de modo diferenciado, podendo 
ser classificado dos seguintes modos: concorrência perfeita, monopólio e oligopólio. 
Estruturas de Mercado: 
a) Concorrência Perfeita, ou competição pura, é a estrutura adequada, visando o 
funcionamento ideal da economia, servindo como parâmetro em face das outras 
estruturas de mercado, daí, ter que ser preenchido os seguintes requisitos: A existência de 
um número muito grande de empresas produtoras e de compradores no mercado, onde 
nenhum destes possui condições suficientes de influenciar o mercado; – Os bens, serviços 
 
Classificado como Público 
ou produtos são padronizados, não diferenciados (homogêneos); – As empresas não têm 
nenhum tipo de influência em relação aos preços dos produtos, informações privilegiadas, 
na realidade, este mercado é transparente; – Não existem impedimentos, acordos, 
restrições, barreiras à entrada ou saída de outras empresas no mercado (mobilidade); A 
Constituição Federal de 1988, incorpora a livre iniciativa no Título VII – Da Ordem 
Econômica e Financeira – em seu artigo 170, inciso IV, a saber: Artigo 170 – “A ordem 
econômica fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim 
assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os 
seguintes princípios: […] IV-livre concorrência;” 
b) Monopólio: O monopólio é a falta, a ausência de concorrência, é uma figura que se 
situa em sentido oposto ao da livre concorrência ora preceituada pela Constituição Federal 
em seu artigo 170, inciso IV, pois tem o poder de influenciar o mercado, significando a 
existência de um único fornecedor, podendo neste caso, impor o preço que mais lhe 
provier para suas mercadorias e ficando, assim, sujeitado ao nível de vendas dele 
decorrente. Daí, o monopólio é o modo mais nítido de poder de mercado. Tem como 
características básicas: – Existência de única empresa produtora no mercado, não existindo 
concorrência na oferta, ou seja, um único vendedor; ou um vendedor que controla toda 
oferta do mercado;- Controle sobre a matéria-prima, produto ou serviço; – Barreiras ao 
registro de novas patentes, afastando assim qualquer concorrente; – Não há produtos 
similares, que podem ser substitutos; – Situação privilegiada na quantidade produzida e 
no preço, maximizando assim o lucro. O monopolista está só e decorrente deste estar só, 
é que tem liderança para escolher o preço de suas vendas; É importante ressaltar que o 
governo em determinados casos, tem papéis distintos quanto a esta estrutura de mercado 
monopolista. Em primeiro lugar de combate, para evitar o abuso do poder econômico,e 
em segundo lugar é quando o próprio governo garante, tornando-o inteiramente 
apropriados, a exemplo dos monopólios do governo no controle de determinados setores 
estratégicos, criando assim, monopólios legais, garantindo o direito de propriedade, 
direitos autorais, patentes, como no Correios, dentre outros monopólios legais. 
Concluindo, todo monopolista não se preocupa com concorrentes, pois não o tem. 
Quanto ao Monopólio Natural, é uma situação em que temos bens exclusivos e com quase 
nenhuma rivalidade. Este tipo de mercado, em sua maioria, é regulamentado pelo 
governo, sendo longo o prazo de retorno. Pode-se citar o gás natural, distribuição de 
energia elétrica, como exemplos. 
c) Oligopólio: O oligopólio é uma situação de concentração de mercado, ou seja, é um 
tipo de mercado dominado por um reduzido número de grandes empresas, com alto grau 
de concentração local, e estas empresas, influencia no preço de mercado de maneira 
ostensiva, o que leva as outras firmas a reagirem em face ao abuso do poder econômico.As 
empresas oligopolistas, que não são em grandes quantidades, promovem o domínio de 
determinada oferta de produtos e/ou serviços, que podem ser homogêneos ou 
diferenciados, formando barreiras à entrada de potenciais concorrentes, efetuando gastos 
de grande monta em tecnologia de ponta, produção em larga escala, marketing, dentre 
outros, ou se associando aos grandes grupos econômicos, inviabilizando a entrada de 
novas empresas no mercado. Pode-se dar como exemplo as empresas do ramo de 
 
Classificado como Público 
laboratórios farmacêuticos, aço, alumínio, cimento, aviação, bancos, comunicação. Sendo 
assim, pode-se afirmar que a receita operacional destes oligopólios tem significativa 
influência no Produto Interno Bruto – PIB dos países. Os oligopólios podem ainda se 
apresentar de forma diferenciada (Oligopólio Diferenciado), quando os produtos destas 
empresas apresentam diferentes níveis de diferenciação (características particulares de 
cada produto) e se estabelece um nível de concorrência maior entre os participantes do 
mercado, ou concentrada (Oligopólio Concentrado), quando o produto das empresas 
participantes é tão idêntico (homogêneo) que estas passam a só ter a escala de produção 
como forma de competição pelo mercado, fazendo com que apenas empresas de porte e 
com alto nível de concentração do mercado, possam existir. Muitas vezes o grau de 
concentração é tão alto nestes mercados que apenas duas empresas atuam, 
transformando sua estrutura num “Duopólio”, caso extremo do oligopólio onde há apenas 
duas grandes empresas controlando a oferta do mercado. No que se refere ao oligopólio 
conivente, constituem num grupo de empresas que de modo tácito colocam o mesmo 
preço nos seus produtos e/ou serviços, porém com uma empresa liderando a fixação 
destes preços. 
Cabe ressaltar algumas formas de organização empresarial presentes no oligopólio: 
Cartéis, trustes e holding. 
CARTEL: No cartel as empresas são legitimamente independentes e, de modo geral, têm 
atuação no mesmo ramo, acordando entre si e, promovendo a dominação de mercado de 
modo geral, através da combinação de preços, seja no ramo de produtos ou de serviços. 
Sendo assim, pode-se identificar a caracterização de prática abusiva, com vistas ao 
domínio de mercado, aumentado expressivamente seus lucros, contrariando, deste modo, 
a livre concorrência ora preceituada na Constituição Federal brasileira em seu artigo 170, 
inciso IV. 
TRUSTE: Truste é uma estrutura empresarial em que empresas, em geral, do mesmo ramo 
ou setor, e que detêm grande parte do seu mercado, organizam-se numa nova empresa 
para em conjunto dominarem este mercado, fornecendo um produto em comum e, com 
isso, eliminarem a concorrência e fixarem um preço único de acordo com seus interesses. 
Esta é uma associação que pode se dar pela fusão ou combinação formal de empresas já 
existentes no mercado. Caso esta associação se dê por uma combinação formal e não por 
uma fusão, as empresas envolvidas podem manter suas estruturas administrativas e 
produtivas separadas com intuito de retornarem as suas condições anteriores caso os 
resultados obtidos não sejam os esperados. 
HOLDING OU SOCIEDADE GESTORA DE PARTICIPAÇÕES SOCIAIS: O holding é uma 
situação em que é criada uma empresa para que esta venha a administrar um 
conglomerado empresarial. Assim, pode-se vislumbrar uma poderosa estratégia de 
gestão, com o objetivo de promover o domínio de determinada oferta de qualquer tipo 
de produtos e/ou serviços, visando engrandecer seus lucros. Para melhor entendimento, 
pode-se tratar o holding como sendo na realidade, uma sociedade empresarial 
juridicamente independente, porém seu objetivo maior será a de participação no capital 
 
Classificado como Público 
de outras sociedades empresariais. Como exemplo, o verificado no setor bancário, no de 
seguros, dentre outros, pelo fato de virem a concentrar o controle de suas diversas 
empresas. Essa forma de administração é muito praticada pelas grandes corporações 
nesta era de globalização. Concluindo este assunto, as fusões promovem em sua maioria 
e cada vez mais frequente, a instalação de grandes conglomerados empresariais, pois 
detêm significativos recursos financeiros, favorecendo, deste modo, o uso de tecnologia 
de última geração, trabalhando em economia de escala, diminuindo de modo predatório 
em sua maioria, a concorrência, especialmente nos países em desenvolvimento. 
Abuso do Poder Econômico: é uma prática abusiva, porém de difícil identificação, pois 
não se trata de uma empresa acompanhar o preço da outra, praticando o uso de preços 
similares, como acontece na indústria automobilística, pois isto é competitividade e não 
conluio. Sendo assim, cada vez fica mais difícil sua caracterização. O artigo 173, parágrafo 
4° da Constituição Federal reprime o abuso do poder econômico para que não haja a 
dominação dos mercados, combatendo a eliminação da concorrência como também o 
aumento arbitrário dos lucros. Tal preceito constitucional foi complementado pela lei 
antitruste, Lei n° 8884 de 11 de junho de 1994, quase integralmente revogada pela Lei no. 
12.529 de 30 de novembro de 2011, coibindo assim os atos de concentração, as infrações 
à ordem econômica, reprimindo o abuso do poder econômico. Preceito constitucional 
sobre a concorrência 
A Carta Magna de 1988 enfatiza o livre mercado através de seus princípios gerais, voltado 
para políticas públicas direcionadas ao bem estar social. Enfatizando a importância de 
erradicar as desigualdades sociais como também regionais, está voltada para o 
desenvolvimento econômico, através de ações do Estado na economia, conforme o artigo 
170 e incisos: Artigo 170 – “A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho 
humano e na livre iniciativa; tem por fim assegurar a todos a existência digna, conforme 
os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: 
I – soberania nacional; 
II – propriedade privada; 
III – função social da propriedade; 
IV – livre concorrência; 
V – defesa do consumidor; 
VI – defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o 
impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; 
VII – redução das desigualdades regionais e sociais; 
VIII – busca do pleno emprego; 
 
Classificado como Público 
IX – tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis 
brasileiras e que tenham sua sede e administração no país. 
Parágrafo Único: É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, 
independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.” 
O caput do artigo 170 trata inicialmente da valorização do trabalho humano, é objeto de 
luta durante vários séculos, onde de um lado está o fator trabalho e do outro o fator 
capital, luta de todas as nações por uma harmonia, um equilíbrio. Na realidade, o que se 
objetiva é a criação de empregoscom condições dignas para o trabalho vir a ser realizado 
e remunerado de modo justo. 
Já a livre iniciativa, está vinculada ao princípio da liberdade, ao liberalismo clássico, 
fundamentando a ordem econômica e financeira. Na livre escolha tem -se a liberdade 
tanto para produzir os bens quanto para consumi-los, porém nos limites estabelecidos 
pela Constituição Federal. 
A justiça social está tratada no artigo 3° da Constituição federal, onde toda sociedade deve 
ser livre, justa e solidária, com redução das desigualdades tanto sociais quanto regionais. 
Quanto aos princípios gerais deflagrados nos incisos, é focalizada a soberania nacional, 
presente no inciso I, do artigo 170 como também no inciso I do artigo 1° também da Carta 
Maior. 
A propriedade privada, no inciso II, do artigo 170 da CF, lastreia-se na liberdade, 
consubstanciada pelo artigo 5°, caput, da Carta Maior, dos direitos individuais, visando à 
proteção da propriedade privada, dos meios de produção, característica principal do 
sistema capitalista de livre concorrência. O direito a propriedade privada individual é um 
pressuposto da liberdade de iniciativa. A função social da propriedade permite 
particularmente a implantação de uma política agrícola mais ajustada e evita à 
concentração da produção nas mãos de alguns poucos. A função social da propriedade, 
inciso III, do artigo 170 da CF, primeiramente é tratada no artigo 5°, inciso XXII e XXIII, da 
Carta magna onde é garantido o direito de propriedade. Ela abrange tanto a propriedade 
urbana quanto da rural. O artigo 182 da Constituição Federal trata da política de 
desenvolvimento urbano, bem como o artigo 185 em seu parágrafo único, cuida da 
propriedade produtiva rural. Já o artigo 186, trata dos requisitos para que estas funções 
sejam atendidas. 
Como pode vislumbrar, é um conjunto de regras contratuais necessárias que formam um 
conjunto para o desenvolvimento do livre mercado. 
A livre concorrência está contida no inciso IV do artigo 170 da CF, e a livre iniciativa está 
fundamentada no artigo 1°, inciso IV da CF, ambos os princípios se complementam na 
ordem econômica. Já a defesa do consumidor, contida no inciso V do artigo 170 da CF, 
tem legislação própria, sendo o Código de Defesa do Consumidor, Lei n° 8078 de 
11/9/1990. 
 
Classificado como Público 
Nesta legislação, existe a preocupação de proteger a parte mais fraca desta relação que é 
o consumidor. A base está fundamentada no artigo 5°, inciso XXXII, da Constituição 
Federal, onde prevê que “o estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor”. 
O princípio da defesa do consumidor que consta da ordem econômica e financeira mostra 
uma tendência do direito moderno de proteger o consumidor, o elo talvez mais 
importante da economia de mercado. A Organização das Nações Unidas através da 
Resolução no. 39/248 de 09/04/1985 definiu as condições básicas a serem adotadas pelos 
governos na elaboração e o fortalecimento da legislação e as políticas de proteção ao 
consumidor. O artigo 4° do Código de Defesa do Consumidor passa a dar corpo ao 
princípio da defesa do consumidor previsto na Constituição Federal, e estabelece os 
parâmetros da Política Nacional de Relações de Consumo, que veio a nortear o processo 
de intervenção do Estado no mercado de consumo. 
A defesa do meio ambiente, preceituada no inciso VI do artigo 170 da CF, tem por fim 
assegurar que o meio ambiente seja sustentável, visando à aplicação da Constituição 
Federal em seu artigo 225 como também da Lei n° 6.938, de 31/08/1981, que trata da 
Política Nacional do Meio Ambiente, quanto das normas internacionais como a Agenda 
21 (Rio-92). 
Para que haja a redução das desigualdades regionais e sociais, ora tratada no inciso VII do 
artigo 170 da CF, considera-se a educação como elemento principal através do qual se 
coloca no combate à pobreza, através da qualificação da mão-de-obra diminuindo, assim, 
a quantidade dos que ficam marginalizados. Em função disso, para cessar as 
desigualdades ora mencionadas, objetivam -se fortalecer empreendimentos em regiões 
menos privilegiadas como também seu mercado consumidor. Importante ressaltar através 
do preceito constitucional mencionado no artigo 173, definindo o papel do Estado na 
ordem econômica, à preocupação em impedir tanto a formação de trustes e cartéis dentre 
outras ora definidas na lei n° 12.529 de 30 de novembro de 2011. Passa, assim, o Estado 
conforme previsto no artigo 174 da Carta Maior a desempenhar o papel de Agente 
Normativo e Regulador. Quanto à busca do pleno emprego, no inciso VIII do artigo 170 
da CF, é uma situação alcançada por uma economia equilibrada de forma a atender aos 
anseios da população por um trabalho justo e digno. 
O tratamento favorecido para empresas de pequeno porte é objeto do derradeiro inciso 
IX do artigo 170 da CF, como também está previsto no artigo 179 da Carta Magna e no 
artigo 970 do Código Civil., conforme transcritos abaixo: A Constituição Federal do Brasil, 
artigo 179 estabelece que A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, 
tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas 
obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação 
destas por meio de lei. O Código Civil, artigo 970 define que “A lei assegurará tratamento 
favorecido, diferenciado e simplificado ao empresário rural e ao pequeno empresário, 
quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes”. O Estatuto da Microempresa – ME e da 
Empresa de Pequeno Porte – EPP, Lei n° 9841/1999, deu tratamento jurídico diferenciado 
a este tipo de empresa, consubstanciado no preceito constitucional dos artigos 170 e 179 
 
Classificado como Público 
da Carta Maior. O tratamento favorecido para as empresas brasileiras de capital de 
pequeno porte, previsto na Constituição Federal do Brasil de 1988, fortalece a 
concorrência. Ao eliminar entraves burocráticos e reduzir encargos sociais e tributos das 
pequenas empresas, o legislador permite que pequenos empreendimentos tenham 
condições de sobreviver e mesmo de prosperar em um ambiente extremamente 
competitivo.O parágrafo único do artigo 170 da CF prevê o livre exercício de qualquer 
atividade econômica, desde que ela seja lícita e observada às formalidades legais como o 
registro de seus atos de constituição, dentre outros. 
Lei Antitruste Brasileira e a Estrutura de Mercado A Lei Antitruste Brasileira, Lei no. 12.529 
de 30/11/2011, tem o intuito de restaurar o processo de concorrência no mercado e 
reprimir os abusos praticados no mercado de consumo. Art. 1° Esta Lei estrutura o Sistema 
Brasileiro de Defesa da Concorrência – SBDC e dispõe sobre a prevenção e a repressão às 
infrações contra a ordem econômica, orientada pelos ditames constitucionais de liberdade 
de iniciativa, livre concorrência, função social da propriedade, defesa dos consumidores e 
repressão ao abuso do poder econômico. […] Art. 4° O Cade é entidade judicante com 
jurisdição em todo o território nacional, que se constitui em autarquia federal, vinculada 
ao Ministério da Justiça, com sede e foro no Distrito Federal, e competências previstas 
nesta Lei. Art. 36. Constituem infração da ordem econômica, independentemente de culpa, 
os atos sob qualquer forma manifestados, que tenham por objeto ou possam produzir os 
seguintes efeitos, ainda que não sejam alcançados: 
I – limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência ou a livre iniciativa; 
II – dominar mercado relevante de bens ou serviços; 
III – aumentar arbitrariamente os lucros; e 
IV – exercer de forma abusiva posição dominante. 
[…] § 3° As seguintes condutas, além de outras, na medida em que configurem hipótese 
prevista no caput deste artigo e seus incisos, caracterizam infração da ordem econômica: 
I – acordar, combinar, manipular ou ajustar com concorrente, sob qualquer forma: 
a) os preços de bensou serviços ofertados individualmente; 
b) a produção ou a comercialização de uma quantidade restrita ou limitada de bens ou a 
prestação de um número, volume ou frequência restrita ou limitada de serviços; 
c) a divisão de partes ou segmentos de um mercado atual ou potencial de bens ou 
serviços, mediante, dentre outros, a distribuição de clientes, fornecedores, regiões ou 
períodos; 
d) preços, condições, vantagens ou abstenção em licitação pública; 
 
Classificado como Público 
II – promover, obter ou influenciar a adoção de conduta comercial uniforme ou concertada 
entre concorrentes; 
III – limitar ou impedir o acesso de novas empresas ao mercado; 
IV – criar dificuldades à constituição, ao funcionamento ou ao desenvolvimento de 
empresa concorrente ou de fornecedor, adquirente ou financiador de bens ou serviços; 
[…] XV – vender mercadoria ou prestar serviços injustificadamente abaixo do preço de 
custo; 
[…] XVIII – subordinar a venda de um bem à aquisição de outro ou à utilização de um 
serviço, ou subordinar a prestação de um serviço à utilização de outro ou à aquisição de 
um bem; e 
XIX – exercer ou explorar abusivamente direitos de propriedade industrial, intelectual, 
tecnologia ou marca. 
Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência – SBDC O governo brasileiro vem atuando 
nos últimos anos no sentido de combater os abusos no mercado de consumo e a 
concentração excessiva no processo produtivo. Anos atrás, ocorreram discussões no 
âmbito do CADE sobre a fusão da Brahma e da Antártica, dando origem a criação da 
AMBEV. Posteriormente, foi submetida ao CADE o processo de aquisição da Garoto pela 
Nestlé, o que poderia ocasionar uma concentração excessiva no processo de fabricação 
de chocolates. O Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC) é formado pelo 
Conselho Administrativo de Defesa Econômica = CADE, pela Secretaria de 
Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda = SEAE e pela Secretaria de 
Direito Econômico = SDE. 
O SEAE e a SDE têm função analítica e investigativa, atuando na instrução dos processos, 
enquanto que o CADE atua como um tribunal administrativo. As decisões do CADE não 
cabem recursos na esfera do Poder Executivo, podendo apenas sofrer revisão no Poder 
Judiciário. Destaca-se o papel preventivo do CADE, pois na realidade o que é feito é a 
análise dos atos de concentração, tais como nas fusões, nas incorporações e nas 
associações empresariais. Por fim, o SEAE é um órgão consultivo, de assessoramento 
técnico ao CADE, vinculado ao Ministério da Fazenda, que atua na emissão de pareceres 
técnicos para subsidiar as decisões do CADE. É um órgão do Poder Executivo, que 
acompanha a formação de preços da economia, reajustes de tarifas públicas e analisa atos 
de concentração excessiva em determinado segmento da economia. Atua em sintonia 
com as Agências Reguladoras Federais no sentido de combater regulamentações 
impróprias, estimulando a concorrência nos mercados. 
O SETOR PÚBLICO E TRIBUTAÇÃO: Atividade Financeira do Estado Conceito de Dívida 
Pública Interna Princípios orçamentários Abaixo, apresentamos de forma resumida os 
aspectos a serem abordados pelos professores sobre o conteúdo da aula. As questões 
aqui colocadas deverão ser contextualizadas procurando associar aos fatos recentes. A 
 
Classificado como Público 
Atividade Financeira do Estado No sistema capitalista de produção, em que se inclui o 
modelo brasileiro, o governo se engaja na economia, modificando o perfil da sociedade, 
através da transferência de renda, impostos, incentivos, subsídios, fornecimento de bens 
públicos, entre outros. O desenvolvimento da atividade do governo na área fiscal envolve 
as seguintes funções: 
a) Função distributiva, quando o governo afeta a distribuição de renda através do sistema 
tributário ou através de programas governamentais. Ajustes distributivos tornam-se 
necessários ao observar-se injustiça na distribuição da renda e da riqueza, e o governo 
implementa medidas fiscais (impostos e transferências) visando reduzir a desigualdade de 
renda. No Brasil, o sistema de tributação progressiva do imposto de renda pessoal e 
programas sociais se enquadram neste modelo. Como categoria de função distributiva, 
observa-se, em primeiro lugar, os programas de assistência pública, em que o governo 
atua no sentido de prover condições mínimas de subsistência às famílias necessitadas. Em 
determinadas situações, torna-se imprescindível esta ajuda, em face das conseqüências 
negativas que a pobreza poderá causar à economia e ao meio-ambiente. Em segundo 
lugar, observam-se os programas de seguro social, em que o governo assiste aos 
indivíduos que necessitam deste auxílio em função de alguma fragilidade frente à 
sociedade. A aposentadoria por idade ao trabalhador agrícola e o seguro desemprego são 
exemplos de programas de seguro social; 
b) Função estabilizadora, quando o governo interfere na economia procurando alcançar 
um elevado nível de emprego, estabilidade de preços e um alto nível de crescimento 
econômico. O sistema de mercado impede que seja alcançado automaticamente o pleno 
emprego e a estabilidade de preços, tornando-se necessária a atuação do governo no 
desenvolvimento da função estabilizadora da política fiscal. A irredutibilidade salarial 
existente em nossa legislação não permite um rápido ajuste quando se verifica um 
desequilíbrio no mercado de trabalho. Por sua vez, um desequilíbrio entre os níveis de 
demanda e oferta na economia, poderá gerar um processo inflacionário, com danos ao 
sistema de mercado. Em ambos os casos, tornam-se necessário a intervenção do governo 
para restaurar o equilíbrio no mercado. Para obter um elevado nível de crescimento 
econômico, o governo poderá atuar no fornecimento de infra – estrutura básica (estradas, 
portos, etc.) ou na concessão de incentivos à produção e no financiamento de recursos de 
longo prazo ao setor privado. 
c) Função alocativa, quando o governo fornece bens e serviços públicos que não são 
oferecidos pelo setor privado ou são oferecidos em quantidade insuficiente. O bem ou 
serviço público puro tem como característica a impossibilidade de excluir seu acesso por 
qualquer indivíduo e a ausência de custos pelo acesso de outro indivíduo aos seus 
benefícios. Portanto, o princípio da exclusão não se aplicaria ao bem ou serviço público 
puro, pois a participação de outro indivíduo não implicaria em redução do uso pelos 
demais. Como exemplos, incluem-se as praças públicas e o sistema de iluminação pública 
das rodovias. A Constituição Federal brasileira de 1988 atribuiu responsabilidade adicional 
ao governo para fornecer educação e saúde à população, seja porque o setor privado não 
é capaz de atender toda a população, seja porque pelo princípio da exclusão parcela 
 
Classificado como Público 
significativa da população poderia ser excluída de seu acesso pela incapacidade de arcar 
com os custos dos serviços. A impossibilidade de parcela da população em financiar o 
ensino de seus filhos em uma instituição particular, exige a atuação do governo no 
fornecimento de ensino público. O mesmo processo ocorre no que tange à saúde, em que 
o setor privado é incapaz de fornecer este serviço a toda população, e parcela da 
sociedade não dispõe de recursos para usufruir da rede privada de atendimento. 
Conceito de Dívida Pública Interna: consiste na dívida realizada pelo governo com 
pessoas da sociedade para financiar os seus gastos que não são cobertos pela arrecadação 
de tributos ou quando o governo tem como objetivo exercer sua função estabilizadora na 
economia. Os bancos que desenvolvem atividades no mercado financeiro, mantém em 
suas carteiras uma parte significativa desta dívida, ao deterem títulos da Dívida Pública 
que lastreiam, basicamente, o endividamento do governo federal. Particulares ou 
empresas podem adquirir estes títulos da Dívida Pública, mas costumam comprar títulos 
nos bancos (títulos de renda fixa, etc.) que dão suporte a estes títulos dadívida interna. 
O Orçamento da União, dos estados e dos municípios é formado por receitas 
(arrecadação de tributos) e despesas (gastos do governo). O Superávit primário surge 
quando o montante de arrecadação de tributos excede o montante de gastos do governo. 
O inverso corresponde ao déficit primário. O déficit nominal ou total corresponde à 
necessidade de financiamento do setor público em seus diversos níveis: União, estado, 
município, empresas estatais e Previdência Social. O déficit operacional corresponde ao 
resultado primário acrescido dos juros (dívida passada). Se o resultado primário focaliza 
as receitas e despesas num determinado período, no entanto, o resultado operacional leva 
em consideração também os débitos passados que precisam ser financiados através de 
juros. O elevado nível da taxa de juros Selic no Brasil, em certos períodos, tem 
transformado os esforços do governo em gerar um superávit primário (receitas de tributos 
maiores que os gastos do governo) em déficit operacional ao incluir os juros referentes às 
dívidas passadas. Princípios orçamentários No capítulo referente às finanças públicas na 
Constituição Federal de 1988, arts. 165 a 169, estão previstas as condições orçamentárias. 
Os incisos I, II e III art. 165 prevêem que as Leis de iniciativa do Poder executivo 
estabelecerão, 
I- o plano plurianual; 
II- as diretrizes orçamentárias 
III- os orçamentos anuais. 
No parágrafo 4o. do mesmo art. prevê os planos e programas nacionais , regionais e 
setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano 
plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional. Por sua vez, a Lei no. 4.320 de 17/03/64 
(Lei do Orçamento) estabeleceu normas gerais de direito financeiro para elaboração e 
controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito 
Federal. A Lei do Orçamento contém a discriminação da receita e despesa evidenciando a 
política econômica financeira do governo. Os princípios orçamentários previstos na 
 
Classificado como Público 
Constituição Federal brasileira, na Lei do Orçamento e nas Leis de Diretrizes Orçamentárias 
(LDOs) são os seguintes: – Unidade na qual cada esfera de governo deve possuir apenas 
um orçamento baseado numa única política orçamentária. O art. 2º. da Lei no. 4.320/64 
diz que A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e da despesa, de forma a 
evidenciar a política econômico-financeira e o programa de trabalho do governo, 
obedecidos os princípios de unidade, universalidade e anualidade?. – Universalidade em 
que a Lei orçamentária deve incorporar todas as receitas e despesas, sendo que, não deve 
ser excluída nenhuma instituição pública. O art. 3º. da Lei 4.320/64 determina que a lei do 
Orçamento compreenderá todas as receitas, inclusive as operações de crédito autorizadas 
em lei?. – Anualidade em que é determinado um período de tempo para o orçamento, 
geralmente um ano. O & 5º. do art. 165 da Constituição Federal brasileira determina que 
A lei orçamentária anual compreenderá […]. – Legalidade em que o orçamento é objeto 
de uma lei específica. A base para este princípio encontra-se no art. 166 da Constituição 
Federal brasileira de 1988 em que os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às 
diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados 
pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum?. – Exclusividade 
na qual a lei orçamentária deverá conter apenas questões orçamentárias e financeiras, não 
sendo incluídas normas pertencentes a outros campos jurídicos. O & 8º. do art. 165 da 
Constituição Federal brasileira determina que ?A Lei orçamentária anual não conterá 
dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa […]. – Especificação, 
especialização ou discriminação em que a autorização legislativa se restrinja as despesas 
específicas e não a autorizações globais. O art. 5º. da Lei 4.320/64 define A Lei de 
Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente a 
despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras 
[…]. 
– Publicidade em que o orçamento deve ser divulgado ao ser aprovado e transformado 
em lei. O art. 37 da Constituição Federal brasileira de 1988 diz que a administração pública 
direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência […]. 
– Equilíbrio em que as receitas e despesas que fazem parte do orçamento devem manter 
uma paridade, sem apresentar déficits ou superávits excessivos. O inciso III do art. 167 da 
Constituição Federal brasileira de 1988 veda a realização de operações de créditos que 
excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante 
créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder 
Legislativo por maioria absoluta. 
– Orçamento-Bruto em que as receitas e despesas que fazem parte do orçamento devem 
aparecer pelo valor bruto sem quaisquer deduções. O art. 6º. Da Lei no. 4.320/64 
determina que todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus 
totais, vedadas quaisquer deduções. 
 
Classificado como Público 
– Não-vinculação das receitas em que estas não devem estar vinculadas a determinadas 
despesas, para que possam ser alocadas racionalmente segundo o interesse da sociedade. 
O inciso IV do art. 167 da Constituição Federal brasileira de 1988 veda a vinculação de 
receita de impostos a órgão, fundo ou despesa […]. A Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei 
Complementar no. 101 de 04/05/2000) obrigam a União, os Estados, o Distrito Federal e 
os Municípios a uma ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem 
desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de 
metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que 
tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social entre 
outras. 
– O SETOR PÚBLICO E TRIBUTAÇÃO: 
Classificação dos Tributos Princípios Gerais de Tributação A legislação tributária o 
Direito Constitucional O Sistema Tributário Brasileiro Abaixo, apresentamos de forma 
resumida os aspectos a serem abordados pelos professores sobre o conteúdo da aula. As 
questões aqui colocadas deverão ser contextualizadas procurando associar aos fatos 
recentes. Classificação dos Tributos Os tributos, em primeiro lugar, podem ser classificados 
em direto e indireto. 
a) Tributos diretos são aqueles que incidem sobre a renda e a riqueza. Como exemplos, 
o Imposto sobre a renda pessoal que constitui num tributo que incide sobre a renda, e o 
imposto sobre a propriedade (IPTU, ITR, entre outros) que incide sobre a riqueza. 
b) Tributos indiretos são aqueles que incidem sobre a circulação de mercadorias ou 
prestação de serviços. O Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS) de 
competência estadual e o Imposto sobre serviços (ISS) de competência municipal são 
exemplos de tributos indiretos. 
Numa segunda classificação os tributos podem ser classificados em progressivos, fixos ou 
regressivos. 
a) Tributos progressivos são aqueles em que a alíquota se torna progressiva à medida 
que aumenta a renda. O Imposto de renda pessoa física caracteriza-se pela 
progressividade apresentando alíquotas maiores à medida que rendas maiores são 
tributadas. Para que o tributo seja justo, é importante que o sistema de tributação seja 
progressivo, permitindo que os indivíduos de maiores rendas contribuam com maior 
parcela para os programas governamentais. 
b) Tributos fixos são aqueles em que a alíquota se mantém fixa independente da variação 
da renda. Para evitar sonegação em razão da aplicação de alíquotas elevadas, alguns 
países desenvolvidos vêm optando por alíquotas fixas, estimulando a contribuição regular 
pelos indivíduosde renda elevada. 
c) Tributos regressivos são aqueles em que o peso do tributo na renda dos indivíduos se 
torna menor à medida que a renda aumenta. O Imposto sobre a circulação de mercadorias 
 
Classificado como Público 
e serviços (ICMS) consiste em um tributo regressivo, em face de sua incidência não 
acompanhar o crescimento da renda na mesma proporção. O peso de uma cesta básica 
de alimentos na renda de um indivíduo se torna menor à medida que ocorre o crescimento 
de sua renda. 
Princípios Gerais de Tributação: 
a) Equidade Pelo Princípio da Equidade, o tributo deve ser justo, ou seja, os indivíduos 
devem contribuir com uma parcela justa para arcar com o custo do governo. A dificuldade 
em definir justiça na questão tributária resultou na coexistência de duas correntes de 
pensamento que resumem este conceito em Princípio do Benefício e Princípio da 
Capacidade de Pagamento. No Princípio do Benefício cada indivíduo deve contribuir na 
proporção dos serviços públicos recebidos do governo. No caso do sistema tributário 
brasileiro, as taxas poderiam ser aplicadas a este princípio. Como exemplo, o indivíduo 
contribuiria com a taxa de lixo no montante despendido pelo governo para realizar a 
coleta de seu lixo. A má distribuição de renda em determinadas regiões pode 
comprometer a equidade quando são aplicados valores semelhantes a indivíduos com 
rendas variadas. No Princípio da Capacidade de Pagamento cada indivíduo deve contribuir 
segundo sua capacidade contributiva. Neste conceito seria aplicada a progressividade dos 
tributos, ou seja, aqueles com maiores rendas seriam tributados com alíquotas maiores 
do que aqueles com menores rendas. O sistema tributário brasileiro apresenta o Imposto 
de Renda Pessoa Física, em que as rendas acima de um determinado limite são tributadas 
com alíquota de imposto progressiva. 
b) Neutralidade O tributo para ser ideal não deve afetar os preços relativos praticados no 
mercado. A decisão de um investidor em alocar seu investimento em determinada região 
não deve ser baseada em vantagens tributárias e sim por fatores competitivos que venham 
atrair o capital. Os incentivos fiscais concedidos nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, 
visando promover o desenvolvimento industrial da região e reduzir a desigualdade de 
renda, vêm resultando no esvaziamento econômico em outras áreas, gerando os 
problemas sociais e econômicos advindos desse processo. No entanto, a aplicação de 
alíquotas de imposto diferenciadas sobre o consumo de determinados bens (bebidas 
alcoólicas, cigarros, etc.) poderá reduzir gastos governamentais em saúde ou melhorar a 
produtividade do trabalho, na medida em que aumenta os preços e reduz o consumo de 
bens que podem vir a causar danos à saúde. Alguns especialistas consideram também o 
conceito da Simplicidade, em que o tributo deve ser de fácil operacionalização, simples o 
suficiente para a população entender o seu funcionamento e conhecer o montante de 
tributos despendido por cada contribuinte. A vasta gama de tributos existente no sistema 
tributário brasileiro, seja federal, estadual ou municipal, acaba confundindo o contribuinte 
que tem dificuldade de perceber o tamanho da carga tributária além de encarecer em 
demasia o processo de cobrança e fiscalização. 
A legislação tributária e o Direito Constitucional A Constituição Federal de 1988 e a 
legislação complementar tratam sobre a questão da tributação e do orçamento. 
 
Classificado como Público 
a) dos princípios gerais de tributação O parágrafo 1o. do art. 145 da Constituição Federal 
de 1988 enfatiza a importância da progressividade dos tributos como princípio da 
equidade, privilegiando a capacidade de pagamento, como se segue: sempre que possível, 
os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica 
do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir 
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos 
da lei , o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. 
A neutralidade e equidade na questão tributária estão presentes na Constituição Federal 
de 1988, no inciso II do art. 150, que veda à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontre em situação 
equivalente; ou no inciso I do art. 151 que veda à União instituir tributo que não seja 
uniforme em todo território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação 
a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro. b) da natureza dos 
tributos 
A definição de tributo está contida no art. 3º do Código Tributário Nacional – Lei no. 
5.172/66 como Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor 
nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada 
mediante atividade administrativa plenamente vinculada. O tributo é uma prestação de 
caráter obrigatório, realizada em moeda, deve estar instituído em lei, não se constituindo 
em sanção de ato ilícito, devendo ser cobrada em atividade vinculada pelo Estado ou por 
entidades não estatais que tenham como objetivo o interesse público. Os tributos 
admitidos em lei na Constituição federal brasileira são os impostos, taxas, contribuição de 
melhoria, contribuições sociais e empréstimos compulsórios. – Impostos são tributos não-
vinculado à atuação do Estado. O art. 16 do Código Tributário Nacional define Imposto é 
o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer 
atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. Como exemplo, o imposto estadual 
sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA) não está vinculado a uma 
contraprestação ao contribuinte, podendo o Estado utilizar os recursos provenientes deste 
tributo com o objetivo de realizar pagamentos de salários dos funcionários públicos ou 
como instrumento de política monetária (redução do meio circulante). 
– Taxas são tributos instituídos em razão do exercício do poder de polícia pela utilização, 
efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte 
ou postos a sua disposição. Como exemplo, observa-se a taxa de lixo, que é cobrada 
mediante a prestação do serviço público de coleta de lixo, ou mesmo a taxa de incêndio, 
que deve estar vinculada ao serviço de combate ao incêndio pelo corpo de bombeiro. – 
Contribuições de melhoria são tributos arrecadados dos proprietários de imóveis 
beneficiados por obras públicas. Uma vez concluída a obra pública, é fundamental que 
esta venha a causar uma valorização dos imóveis beneficiados. O valor a ser cobrado de 
cada beneficiário não poderá exceder à vantagem que sobreveio para o contribuinte com 
a obra pública. – Contribuições sociais são tributos de competência da União, de 
intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou 
econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas. – Empréstimos 
 
Classificado como Público 
compulsórios incluídos no sistema tributário nacional, de competência da União, se 
destinam atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de 
guerra externa ou sua iminência, e no caso de investimento público de caráter urgente e 
de relevante interesse nacional. O art. 149-A da Constituição Federal brasileira, incluído 
pela emenda Constitucional no. 39 de 2002 concedem poder aos Municípios e ao Distrito 
Federal instituir contribuição para custeio do serviço de iluminação pública. O Sistema 
Tributário Brasileiro A descentralização tributária que vinha tomando forma desde os finais 
dos anos 70, foi consolidada na Constituição Federal brasileira de 1988. A redução dos 
recursos da União no bolo tributário, mediante um aumento das transferências de tributos, 
e as restrições ao poder da União em conceder isenções nos impostos estaduais e 
municipais, promoveram, uma maior participação e

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