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Resenha - A Morfologia Urbana

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CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO- UniCEUB
DISCIPLINA: PROJETO DE URBANISMO I
Prof. Dra. Junia Marques Caldeira E-mail: junia.caldeira@ceub.edu.br
ALUNO: Juliana Luisa Bezerra Filomeno RA: 21950064
Declaro que os comentários abaixo são de minha autoria.
Entrega data: / /2020
Resenha sobre o texto Morfologia Urbana, de J. Lamas, parte do livro Morfologia Urbana e Desenho da Cidade 
1. Introdução
Publicado pela primeira vez em 1993, “Morfologia Urbana e Desenho da Cidade”, obra de José Lamas, explana os problemas do Urbanismo e estuda as matérias que lhe são próprias. O texto aborda, inicialmente, o conceito do termo morfologia aplicado ao estudo do meio urbano. As dimensões espaciais na morfologia urbana e os elementos morfológicos do espaço urbano são definidos e fragmentados de forma detalhada e exemplificados por meio de assimilações com situações ocorridas na cidade de Lisboa, em Portugal, e imagens ilustrativas. Em seu segundo capítulo, o livro diferencia morfologia urbana e estudo morfológico, define as dimensões espaciais e esmiúça os elementos contidos no espaço urbano.
2. A Morfologia Urbana
O termo “morfologia urbana” refere-se à estrutura e estrutura externa do objeto de pesquisa. É a ciência de estudar as formas, ligando as formas aos fenômenos que as produzem. 
A morfologia urbana estuda principalmente os aspectos externos do ambiente urbano e suas inter-relações, explicando e definindo a paisagem urbana e sua própria estrutura. 
Corroborando com a ideia de Cerasi, Lamas afirma que a compreensão do ambiente urbano significa necessariamente a existência de ferramentas de leitura, que permitam a organização e hierarquização dos elementos da forma e a relação entre objeto e observador. Como esses dois aspectos dependem de fenômenos culturais, eles defrontam-se com problemas de objetividade.
Portanto, podemos esclarecer três pontos: 
· A morfologia urbana é o estudo da forma do ambiente urbano em suas partes físicas externas ou elementos morfológicos, e o estudo de sua produção e transformação no tempo;
· O estudo da forma urbana envolve o ambiente urbano dividido em várias partes, e a conexão geral entre elas. Refere-se à necessidade de determinar e esclarecer elementos morfológicos a partir da leitura ou análise do espaço ou de sua concepção ou produção;
· A pesquisa morfológica deve considerar o nível de produção ou o tempo de produção do espaço urbano.
O conceito mais abrangente da forma urbana de um objeto está relacionado à sua aparência ou configuração externa. De acordo com a forma e suas ferramentas de leitura, pode-se dizer que todas as estruturas do espaço físico devem envolver arquitetura. Portanto, o conceito de "forma urbana" corresponderá ao ambiente urbano como um edifício, ou seja, um conjunto de objetos arquitetônicos ligados por relações espaciais, de modo que o edifício se tornará a interpretação correta e global da cidade como a chave para a estrutura espacial.
3. Dimensões Espaciais na Morfologia Urbana
O conceito de “forma” é aplicável a diferentes complexos urbanos sem restrições específicas. O espaço público humanizado constitui um ambiente global, que só pode ser entendido como um todo.
A compreensão e o conceito concepção de forma urbana ou território podem ser obtidos em diferentes níveis e distinguidos por unidades de leitura e conceituais. Tricart define três proporções principais na paisagem urbana. São eles:
· A dimensão Setorial - É a menor unidade ou parcela do espaço e possui forma própria. Os elementos morfológicos que se constituem definem a forma urbana, ou seja, qualquer ponto da cidade percorrido pelo observador;
· A Dimensão Urbana - escala do bairro - Desta dimensão ou escala, que passa a existir a área urbana, a cidade ou parte dela de fato, é composta por um conjunto de edifícios, ruas, praças, etc.;
· A dimensão Territorial - escala da cidade - É construído ligando diferentes bairros de maneiras diferentes e expressando a dimensão da cidade na intersecção dos bairros. A forma de uma cidade é definida pela distribuição de seus elementos principais ou estruturais.
As categorias estabelecidas podem sistematizar o conhecimento do espaço urbano, mas serão mais eficazes porque também podem corresponder às etapas, métodos e processos operacionais do projeto arquitetônico urbanístico. A atividade de análise será uma ferramenta de apoio, pois a disciplina arquitetura-urbana não é análise, mas sim geração do espaço. O desenho da estrutura urbana precisa agregar e compor elementos morfológicos, ou formas de menor escala.
4. Os Elementos Morfológicos do Espaço Urbano
	Segundo Lamas, os elementos morfológicos têm como premissa a compreensão da forma e da estrutura em diferentes escalas espaciais. Desta forma, a caracterização da forma urbana é estabelecida por meio de diferentes classificações de escala.
	São elencados dez elementos morfológicos:
Solo - pavimento: É o ponto de partida para a identificação dos elementos morfológicos do espaço urbano, uma vez que a cidade é desenhada e construída a partir do território existente. O Plano Piloto de Lúcio Costa foi desenhado com seus eixos se acomodando à topografia.
Desenho representando as curvas de nível de Brasília [CARPINTERO, Antônio Carlos. Brasília: prática e teoria urbanística no Brasil, 1956-1998]
Topografia de Brasília (Imagem feita com Google Earth pelo autor.)
Os Edifícios - o elemento mínimo: A forma urbana está relacionada ao tipo de edificação, sendo enfatizado que o espaço urbano depende do tipo de edificação e do seu método de agrupamento. A tipologia estabelecida determina a forma urbana, e a forma urbana é uma relação dialética da tipologia estabelecida. Em Brasília, a tipologia residencial empregada determina edifícios de seis pavimentos elevados a pilotis com densa faixa arborizada, trazendo identidade para a cidade.
O Lote - a parcela fundiária: É a origem, o fundamento da construção, e o princípio básico da relação entre esta e o terreno. Construir a cidade é separar a área pública da área privada. Desta forma, a morfologia do terreno condiciona a forma do edifício e, portanto, a forma da cidade.
O Quarteirão: O quarteirão não é independente dos demais elementos do espaço urbano. Além de ser o resultado de regras geométricas de loteamento, é também um instrumento de trabalho urbanístico na produção da cidade tradicional. É o que permite localizar e definir edifícios e associá-los a estruturas urbanas. A divisão feita por Lúcio Costa em Brasília separou a escala residencial das demais escalas criando uma sequência contínua de grades quadradas (superquadras) dispostas em ordem dupla, ladeando a faixa rodoviária.
Croqui do modelo de superquadra, feito por Lúcio Costa [Memorial do plano-piloto. 1ª ed. Brasília, Módulo Arquitetura. S.d..]
A Fachada - o plano marginal: Exprimem características distributivas, relacionadas à organização e função, assim como a tipologia edificada, moldando a imagem da cidade por meio da sua linguagem arquitetônica (estilo, expressão estética). Sua importância e significado na cidade tradicional difere da cidade moderna. A tipologia determinada para a área residencial do plano piloto expressa o modernismo da cidade, enquanto sua setorização - idealizada pelo modelo urbanístico progressista - harmoniza cada área de acordo com sua função, moldando sua estética.
O Logradouro: É definido por Lamas como sendo o espaço não construído de um espaço privado; um complemento residual que não contribui para a forma dos espaços públicos.
O Traçado/a rua: Regula a disposição de edifícios e quarteirões, conecta vários espaços e partes da cidade e se confunde com o “gesto criador”. Possui caráter de permanência uma vez que não pode ser totalmente modificável, permitindo resistência às transformações urbanas. O traçado de Lúcio Costa foi inspirado no sinal da própria cruz, cruzando-se dois eixos (eixo rodoviário-residencial e eixo monumental). Nesta concepção ficaram determinadas as tipologias e circulações necessárias para cada eixo, respeitandosuas respectivas funções.
 
Croqui do partido adotado para o Plano Piloto, feito por Lúcio Costa [Memorial do plano-piloto. 1ª ed. Brasília, Módulo Arquitetura. S.d..]
A Praça: É um elemento morfológico da cidade ocidental que se difere dos outros espaços por ser resultado de uma convergência acidental de traçados derivados da organização do espaço. É o lugar de encontros intencionais, permanência, práticas sociais, etc. A emblemática Praça dos Três Poderes em Brasília nasce no centro do triângulo equilátero delimitado pelos edifícios destinados aos poderes fundamentais, simbolizando o encontro dos mesmos, além de promover encontros sociais para os transeuntes. 
Desenho da Praça dos Três Poderes [COSTA, Lúcio. Registro de uma vivência]
O Monumento: Resume a singularidade do fato urbano. O monumento apoia o princípio de permanência. Mesmo que sua função original não exista mais, ela tem significados culturais, históricos e estéticos muito precisos. O formato piramidal irregular do teatro nacional situado na capital brasileira teve sua inspiração nas pirâmides monumentais do Egito e assumem tamanha importância cultural e histórica na cidade que também pode ser chamado de monumento.
A Árvore e a vegetação: A vegetação está na mesma posição que a forma e hierarquia visual, sendo um elemento de composição e desenho urbano. As áreas arborizadas são usadas ​​para organizar, definir e conter o espaço. Uma larga cinta, demasiadamente arborizada, emoldura o eixo rodoviário-residencial do plano piloto de Brasília. Além disso, cada superquadra também é dividida e permeada de áreas verdes que protegem a área residencial dos ruídos das vias, mantém sua privacidade e climatizam a região.
O Mobiliário urbano: O mobiliário urbano situa-se no âmbito da escala viária, não podendo ser considerado secundário devido à sua influência na forma e no equipamento da cidade. 
5. Conclusão
	O texto de J. Lamas aborda o tema de forma bastante compreensível, trazendo linguagem acessível tanto à estudantes e profissionais da arquitetura e do urbanismo, quanto leitores de outras áreas. Mediante a leitura é possível compreender que a forma e a história das cidades se relacionam com as teorias culturais e também com a posição estética do arquiteto que a idealiza.
Conclui-se, então, que a morfologia urbana é essencialmente o estudo da cidade e admitindo-se que este espaço, enquanto habitat humano é alterado e modificado constantemente é de suma importância que se conheça o contexto social, econômico, cultural e histórico de quem a ocupará.

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